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CONCRETO ARMADO PARA ARQUITETO E ENGENHEIRO

CIVIL
VOLUME II

PEDRO ANTÔNIO ABRANTES CARDOS


COLABORADORES

ENGENHEIRA MARIA JÚLIA BARQUETTE SILVA

ENGENHEIRA MAYRA PATRÍCIA CAMPOS

ALUNO: ____________________________________ R.A.: ___________________

DIVINÓPOLIS
2016

1
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Considerações iniciais

O conteúdo apresentado nesta apostila é destinado aos alunos de engenharia


civil da graduação em Concreto Armado II pela Universidade de Itaúna, o seu
conteúdo foi elaborado conforme ementa abaixo, e têm como intuito facilitar e agilizar
a apresentação da matéria. E é importante ressaltar que a apostila, não deve ser
considerada como a única fonte de consulta para os estudos.
Vale ressaltar ainda que essa é a sexta edição da apostila destinada aos
alunos, dessa forma, pedimos que, caso seja encontrado algum erro nos informem
para que todos os erros sejam corrigidos na edição da apostila para o próximo
semestre.
ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO II
Carga Horária: 76h 8º PERÍODO
EMENTA
Dimensionamento à torção; lajes retangulares, teoria das grelhas, dimensionamento de lajes maciças
e nervuradas, verificação de flecha; Pilares - Dimensionamento à ruptura de barras de seção
retangular a flexão composta, pilares e paredes estruturais, deformação de segunda ordem, pilares
submetidos à flexão composta oblíqua.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. NBR 6118: projeto de estruturas de
concreto - procedimento = design ofstructural concrete - procedure. 3. ed. Rio de Janeiro:
ABNT, 2014. 238 p.
 CARVALHO, Roberto Chust. Cálculo e detalhamento de estruturas usuais de concreto
armado. 3. ed. São Carlos: Edufscar, 2009.
 FUSCO, Péricles Brasiliense.Técnica de armar as estruturas de concreto. São Paulo: Pini, 2002.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6120: cargas para o cálculo de
estruturas de edificações. Rio de Janeiro, 2000.
 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8681: ações e segurança nas estruturas:
procedimento. Rio de Janeiro, 2004.
 BORGES, Alberto Nogueira. Curso prático de cálculo em concreto armado: projetos de
edifícios. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2010. 251 p.
 GRAZIANO, F. P. Projeto e execução de estruturas de concreto armado. São Paulo: O Nome
da Rosa, 2005.
 GUERRIN, A;LAVAUR, Roger C (Trad). Tratado de concreto armado: o cálculo do concreto
armado. São Paulo: Hemus, 2002. 363 p.
 LEONHARDT, F.; MÖNNIG, E. Construções de concreto: princípios básicos sobre a armação de
estruturas de concreto armado. Rio de Janeiro: Interciência, 1978. v. 3.

Agosto de 2016
Contato: Pedro Antônio Abrantes Cardoso - uit.profpedroabrantes@yahoo.com.br

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Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Símbolos-base

Letras minúsculas

a - Distância ou dimensão
- Menor dimensão de um retângulo
- Deslocamento máximo (flecha)

b - Largura
- Dimensão ou distância paralela à largura
- Menor dimensão de um retângulo

bw - Largura da alma de uma viga

c - Cobrimento da armadura em relação à face do elemento

d - Altura útil
- Dimensão ou distância

e - Excentricidade de cálculo oriunda dos esforços solicitantes MSd e NSd


- Distância

f - Resistência

h - Dimensão
- Altura

i - Raio de giração mínimo da seção bruta de concreto da peça analisada

k - Coeficiente

l - Altura total da estrutura ou de um lance de pilar


- Comprimento
- Vão

n - Número
- Número de prumadas de pilares

r - Raio de curvatura interno do gancho


- Rigidez

s - Espaçamento das barras da armadura


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t - Comprimento do apoio paralelo ao vão da viga analisada


- Tempo

u - Perímetro
w - Abertura de fissura

x - Altura da linha neutra

z - Braço de alavanca
- Distância

Letras maiúsculas

A - Área da seção cheia

Ac - Área da seção transversal de concreto

As - Área da seção transversal da armadura longitudinal de tração

As´ - Área da seção da armadura longitudinal de compressão

D - diâmetro dos pinos de dobramento das barras de aço

E - Módulo de elasticidade
(EI) - Rigidez

F - Força
- Ações
- Flecha

G - Ações permanentes (ver seção 11)

Gc - Módulo de elasticidade transversal do concreto

H – Altura

Ic - Momento de inércia da seção de concreto

K - Coeficiente

M - Momento
- Momento fletor
M1d - Momento fletor de 1ª ordem de cálculo
M2d - Momento fletor de 2ª ordem de cálculo
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Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

MRd - Momento fletor resistente de cálculo


MSd - Momento fletor solicitante de cálculo

Nd - Força normal de cálculo


NRd - Força normal resistente de cálculo
NSd - Força normal solicitante de cálculo

Q - Ações variáveis

R - Reação de apoio

Rd - Esforço resistente de cálculo


Sd - Esforço solicitante de cálculo

T - Temperatura
- Momento torçor

TRd - Momento torçor resistente de cálculo


TSd - Momento torçor solicitante de cálculo

Vd - Força cortante de cálculo

Letras gregas

α – (Alfa)
- Ângulo
- Parâmetro de instabilidade
- Coeficiente
- Fator que define as condições de vínculo nos apoios

β – (Beta)
- Ângulo
- Coeficiente

γc – (Gama)
- Coeficiente de ponderação da resistência do concreto
γf - Coeficiente de ponderação das ações
γm - Coeficiente de ponderação das resistências
γn - Coeficiente de ponderação adicional
γp - Coeficiente de ponderação das cargas oriundas da protensão
γs - Coeficiente de ponderação da resistência do aço

δ – (Delta)
- Coeficiente de redistribuição
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- Deslocamento

ε – (Épsilon) - Deformação específica


εc - Deformação específica do concreto
εp - Deformação específica da armadura ativa
εs - Deformação específica do aço da armadura passiva

θ – (Theta)
- Rotação
- Ângulo de inclinação
- Desaprumo

λ – (Lambda) - Índice de esbeltez

µ - (Mi)
- Coeficiente
- Momento fletor reduzido adimensional

ν – (Ni)
- Coeficiente de Poisson
- Força normal adimensional

ρ – (Ro) - Taxa geométrica de armadura longitudinal de tração


ρc - Massa específica do concreto
ρmín - Taxa geométrica mínima de armadura longitudinal de vigas e pilares
ρp - Taxa geométrica da armadura de protensão
ρs - Taxa geométrica de armadura aderente passiva

σ – (Sigma)
σc- Tensão à compressão no concreto
σct - Tensão à tração no concreto
σp - Tensão no aço de protensão
σRd - Tensões normais resistentes de cálculo
σs - Tensão normal no aço de armadura passiva
σSd - Tensões normais solicitantes de cálculo

τ – (Tau)
τRd - Tensões de cisalhamento resistentes de cálculo
τSd - Tensão de cisalhamento solicitante de cálculo
τTd - Tensão de cisalhamento de cálculo, por torção
τwd - Tensão de cisalhamento de cálculo, por força cortante

φ – (Phi) - Diâmetro das barras da armadura


φl - Diâmetro das barras de armadura longitudinal de peça estrutural
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Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

φn- Diâmetro equivalente de um feixe de barras


φp - Diâmetro nominal de fio ou cordoalha
φt- Diâmetro das barras de armadura transversal
φvibr - Diâmetro da agulha do vibrador
ϕ - Coeficiente de fluência

ᴪ (Psi)- Fator de redução de combinação para o estado-limite.

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Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Conteúdo

Capítulo 11 - JUNHO/2016 .................................................................................................. 12


Torção em vigas .................................................................................................................. 12
11.1 Teoria de Bredt .................................................................................................................... 13
11.2 Treliça espacial generalizada ............................................................................................. 14
11.2.1 Biela de concreto ........................................................................................................ 14
11.3 Cálculo das armaduras .............................................................................................................. 16
11.4 Torçor resistente de cálculo ...................................................................................................... 16
11.5 Interação de torção, cisalhamento e flexão .............................................................................. 16
11.6 Dimensionamento ..................................................................................................................... 18
11.6.1 Torção de compatibilidade .............................................................................................. 18
11.6.2 Determinação da espessura da parede ......................................................................... 18
11.6.3 Inclinação da biela comprimida ...................................................................................... 19
11.6.4 Verificação da biela comprimida .................................................................................... 19
11.6.5 Determinação da armadura longitudinal ....................................................................... 19
11.6.6 Determinação dos estribos ............................................................................................. 19
11.6.7 Armadura longitudinal e estribos para solicitações combinadas .............................. 20
11.6.8 Verificação da taxa de armadura mínima ...................................................................... 20
11.6.9 Detalhamento e disposições das armaduras ................................................................ 20
11.6.10 Armaduras longitudinais ............................................................................................... 20
11.6.11 Estribos ........................................................................................................................... 21
Exemplo 1............................................................................................................................ 21
Exemplo 2............................................................................................................................ 24
Exemplo 3............................................................................................................................ 36
Bibliografia ........................................................................................................................... 53
Capítulo 12 - JULHO/2016 ................................................................................................... 54
Vigas com seção transversal em forma de T ou L ............................................................... 54
12.1 Considerações ........................................................................................................................... 55
12.2 Largura colaborante da laje....................................................................................................... 57
12.3 Verificação da posição da linha neutra ..................................................................................... 59
12.3.1 Exemplo para o cálculo com as fórmulas adimensionais ........................................... 59
12.3.2 Altura útil de comparação ............................................................................................... 60
12.4 Dimensionamento ..................................................................................................................... 61
12.4.1 Quando se tem a linha neutra dentro da mesa ............................................................. 61
12.4.2 Quando se tem a linha neutra passando na alma da viga ........................................... 61
12.4.3 Armadura mínima ............................................................................................................. 62

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Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

12.5 Exercício .................................................................................................................................... 62


Bibliografia ........................................................................................................................... 69
Capítulo 13 – JANEIRO/2016 ............................................................................................................. 70
Lajes Nervuradas................................................................................................................. 70
13.1 Tipos de lajes nervuradas .......................................................................................................... 70
13.1.1 Lajes com nervuras pré-moldadas ................................................................................. 71
13.1.2 Lajes nervuradas moldadas no local ............................................................................. 73
13.2 Materiais de enchimento .......................................................................................................... 74
13.3 Considerações de projeto ......................................................................................................... 75
13.3.1 Dimensões mínimas ......................................................................................................... 75
13.3.1.1 Espessura da mesa ...................................................................................................... 75
13.3.1.2 Largura das nervuras ................................................................................................... 76
13.3.1.3 Espaçamento entre as nervuras (a)............................................................................. 76
13.3.2 Vinculação......................................................................................................................... 77
13.3.3 Vãos efetivos .................................................................................................................... 78
13.3.4 Aberturas........................................................................................................................... 78
13.3.5 Armadura de distribuição e estribos .............................................................................. 79
13.4 Reações em lajes nervuradas armadas em uma direção .......................................................... 80
13.5 Determinação das flechas ......................................................................................................... 81
13.6 Dimensionamento ..................................................................................................................... 82
13.7 Momento fletor e modelo de cálculo ....................................................................................... 84
13.8 Verificações ............................................................................................................................... 86
13.8.1 Flexão nas nervuras ......................................................................................................... 86
13.8.2 Cisalhamento nas nervuras ............................................................................................ 87
13.8.3 Flexão na mesa ................................................................................................................. 88
13.8.4 Cisalhamento na mesa .................................................................................................... 88
13.8.5 Flechas .............................................................................................................................. 88
13.8.5.1 Flecha imediata ........................................................................................................... 89
13.8.5.2 Flecha deferida ............................................................................................................ 89
13.8.5.3 Flecha limite ................................................................................................................ 90
13.8.5.4 Contraflecha ................................................................................................................ 91
13.9 Exercícios ................................................................................................................................... 92
Bibliografia ......................................................................................................................... 117
Capítulo 14 - JANEIRO/2016 ............................................................................................. 118
Pilares ............................................................................................................................... 118
14.1 Conceitos preliminares............................................................................................................ 118
14.1.1 Compressão axial ou simples ....................................................................................... 118
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Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

14.1.2 Flexão composta ............................................................................................................ 118


14.1.3 Armadura longitudinal ................................................................................................... 119
14.1.3.1 Armadura longitudinal mínima ................................................................................. 119
14.1.3.2 Armadura longitudinal máxima................................................................................. 120
14.1.4 Armadura transversal (estribos) ................................................................................... 120
14.2 Características geométricas .................................................................................................... 120
14.2.1 Dimensões mínimas ....................................................................................................... 120
14.3 Flambagem .............................................................................................................................. 121
14.3.1 Carga crítica (Carga crítica de Euler) ........................................................................... 121
14.3.2 Comprimento livre de flambagem ou equivalente ...................................................... 121
14.3.3 Raio de giração ............................................................................................................... 123
14.3.4 Índice de esbeltez ........................................................................................................... 124
14.3.5 Classificação .................................................................................................................. 124
14.4 Classificação dos pilares de estruturas usuais ........................................................................ 124
14.5 Excentricidades ....................................................................................................................... 127
14.5.1 Excentricidade inicial ..................................................................................................... 127
14.5.2 Excentricidade acidental ............................................................................................... 128
14.5.2.1 Imperfeições globais ................................................................................................. 128
14.5.2.1 Imperfeições locais .................................................................................................... 129
14.5.3 Excentricidade de forma ................................................................................................ 130
14.5.4 Momento mínimo ............................................................................................................ 133
14.5.5 Excentricidade de segunda ordem (e2) ........................................................................ 133
14.5.6 Excentricidade suplementar ......................................................................................... 133
14.6 Esbeltez limite ......................................................................................................................... 134
14.6.1 Dispensa da análise dos efeitos locais de segunda ordem em pilares curtos ....... 135
14.6.2 Valor de αb ....................................................................................................................... 135
14.7 Determinação dos efeitos locais de segunda ordem .............................................................. 136
14.7.1 Método geral ................................................................................................................... 136
14.7.2 Método do pilar-padrão ................................................................................................. 136
14.7.2.1 Método da curvatura aproximada .............................................................................. 139
14.7.2.2 Método aproximado do pilar-padrão com a rigidez k aproximada ........................ 140
14.7.2.2.1 Situações básicas de projeto .................................................................................. 140
14.7.2.2.1.1 Pilar interno ou de centro ................................................................................... 140
14.7.2.2.1.2 Pilar de borda ou lateral ...................................................................................... 141
14.7.2.2.1.3 Pilar de canto ...................................................................................................... 143
14.7.2.2.2 Determinação da seção sob o máximo momento fletor ....................................... 143
14.7.2.2.3 Situações de projeto e de cálculo .......................................................................... 144

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Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

14.7.2.2.3.1 Pilar interno ou de centro ................................................................................... 145


14.7.2.2.3.2 Pilar de borda ou lateral ...................................................................................... 145
14.7.2.2.3.3 Pilar de canto ...................................................................................................... 146
14.7.2.2.4 Cálculo da armadura com auxílio de ábacos .......................................................... 147
14.7.2.2.4.1 Flexão composta normal ..................................................................................... 147
14.7.2.2.4.2 Flexão composta oblíqua .................................................................................... 148
14.7.2.2.5 Cálculo dos pilares intermediários ......................................................................... 149
14.7.2.2.5.1 Roteiro de cálculo ............................................................................................... 149
14.7.2.3 Método aproximado do pilar-padrão com curvatura real ou acoplado com diagrama
de momento-curvatura ........................................................................................................... 150
14.7.3 Resumo do cálculo das excentricidades ..................................................................... 154
14.8 Casos especiais ........................................................................................................................ 154
Formula para área de aço A’s ................................................................................................... 154
14.9 Detalhamento da armadura longitudinal e estribos ............................................................... 155
14.9.1 Cobrimento das armaduras ........................................................................................... 155
14.9.2 Armadura longitudinal de pilares ................................................................................. 156
14.9.2.1 Diâmetro mínimo e valores limite............................................................................. 156
14.9.2.2 Disposição das armaduras......................................................................................... 157
14.9.3 Armadura transversal (estribos) ................................................................................... 158
14.9.3.1 Diâmetro mínimo e valores limite............................................................................. 158
14.9.3.2 Disposição das armaduras......................................................................................... 159
14.9.3.3 Arranjos dos estribos................................................................................................. 160
14.9.4 Ancoragem de barras longitudinais ............................................................................. 162
14.9.4.1 Ancoragem por traspasse.......................................................................................... 162
14.9.4.2 Consideração sobre a armadura transversal em emendas por traspasse de barras
comprimidas ............................................................................................................................ 165
14.10 Representações da armação dos pilares............................................................................... 165
14.11 Exercícios ............................................................................................................................... 174
Bibliografia ......................................................................................................................... 202

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Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Capítulo 11 - JUNHO/2016

Torção em vigas

Frequentemente em estruturas monolíticas de concreto armado, as vigas ficam


sujeitas a momentos de torção provocados por excentricidades das cargas ou
assimetria das ligações. Em muitos casos, a torção constitui um dos esforços
predominantes. A torção produz tensões de cisalhamento que se somam às causadas
pelos esforços cortantes.
Vários pesquisadores já se dedicaram à compreensão dos tipos de torção, à
análise da distribuição das tensões cisalhantes em cada um deles, e, finalmente, à
proposição de verificações que permitam estimar resistências para as vigas e impedir
sua ruína.
Os estudos sobre torção desconsideram a restrição ao empenamento, como
nas hipóteses de Saint-Venant (aplicação da torção livre em seção qualquer), mas, na
prática, as próprias regiões de apoio tornam praticamente impossível o livre
empenamento. Como consequência, surgem tensões normais (de coação) no eixo da
peça e há uma certa redução da tenção cisalhante. Esse efeito pode ser
desconsiderado no dimensionamento das seções mais usuais de concreto armado
(perfis maciços ou fechados, nos quais a rigidez à torção é alta), uma vez que as
tensões de coação tendem a cair bastante com a fissuração da peça e o restante
passa a ser resistido apenas pelas armaduras mínimas. Assim, os princípios básicos
de dimensionamento propostos para a torção clássica de Saint-Venant continuam
adequados, com certa aproximação, para várias situações práticas. No caso de
seções delgadas, entretanto, a influência do empenamento pode ser considerável, e
devem ser utilizadas as hipóteses da flexo-torção para o dimensionamento.
O dimensionamento à torção baseia-se nas mesmas condições dos demais
esforços: enquanto o concreto resiste às tensões de compressão, as tensões de
tração devem ser absorvidas pela armadura. A distribuição dos esforços pode ser feita
de diversas formas, a depender da teoria e modelo adotado.
A teoria que é mais amplamente aceita para a distribuição das tensões
decorrentes da torção é a da treliça espacial generalizada, na qual se baseiam as
formulações das principais normas internacionais. A filosofia desse método é a
idealização da peça como uma treliça, cujas tensões de compressão causadas pelo
momento torçor serão resistidas por bielas comprimidas (concreto), e as de tração,
por diagonais tracionadas (armaduras).
Um detalhe em que deve ser levado em conta, é que não é todo tipo de
momento torçor que precisa ser considerado para o dimensionamento de vigas. A
chamada torção de compatibilidade, resultante do impedimento à deformação, pode
ser desprezada desde que a peça tenha capacidade de adaptação plástica. Isso
significa que, com a fissuração da peça, sua rigidez à torção cai significativamente,
reduzindo também o valor do momento atuante. É o que ocorre em vigas de bordo,
12
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

que tendem a girar devido ao engastamento na laje e são impedidas pela rigidez dos
pilares. Por outro lado, se a chamada torção de equilíbrio, que é a resultante da própria
condição de equilíbrio da estrutura, não for considerada no dimensionamento de uma
peça, pode levar à ruína.

11.1 Teoria de Bredt

Com os estudos de Bredt, ele percebeu que quando o concreto fissura


(situação que ocorre durante o Estádio II), seu comportamento à torção é equivalente
ao de peças ocas de paredes finas ainda não fissuradas (Estádio I – figura c). Essa
afirmativa é respaldada na própria distribuição das tensões tangenciais provocadas
por momentos torçores (figura b), as quais, na maioria das seções, são nulas no centro
e máximas nas extremidades.

Assim, pelos conceitos de Resistência dos Materiais, pode-se chegar à


chamada primeira fórmula de Bredt, dada da seguinte forma:

τc = T / ( 2 . Ae . t )

Onde:
τc = é a tensão tangencial na parede, provocada pelo momento torçor
T = é o momento torçor atuante
Ae = é a área delimitada pela linha média da parede da seção equivalente
t = é a espessura da parede equivalente

13
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

11.2 Treliça espacial generalizada

O modelo da treliça espacial generalizada, adotado para os estudos de torção,


tem origem na treliça de Mörsch usado para o cálculo do cisalhamento. Essa treliça
espacial é composta por quatro treliças planas na periferia da peça (tubo de paredes
finas da teoria de Bredt), sendo as tensões de compressão absorvidas por barras
(bielas) que fazem um ângulo θ com o eixo da peça, e as tensões de tração absorvidas
por barras decompostas nas direções longitudinal (armação longitudinal) e transversal
(estribos a 90°). Pode-se observar que a concepção desse modelo baseia-se na
própria trajetória das tensões principais de peças submetidas à torção (mostrado na
figura abaixo).

Para a representação dos exemplos, será considerada uma seção quadrada


com armadura longitudinal formada por quatro barras, uma em cada canto da seção,
a armadura transversal formada por estribos de 90°.

11.2.1 Biela de concreto

Como o momento atuante deve-se igualar ao momento resistente, temos:


Td = 2 . Cd . sen θ . l
Cd = Td / ( 2 . l . sen θ )

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Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Sendo σcd o valor de cálculo da tensão de compressão, e que a força Cd encontrada,


atua sobre uma área dada por y.t, tem-se:

σcd = Td / ( 2 . Ae . t . sen θ )

Nas bielas comprimidas, a tensão resistente é maior que o valor do fcd. Dentre
as várias razões, pode-se citar a existência de tensões transversais, e a abertura de
fissuras da peça. Assim, teremos a verificação conforme item 17.5.1.5 da norma NBR
6118:2014.
A resistência decorrente das diagonais comprimidas de concreto deve ser obtida por:

Trd2 = 0,50 . αv2.Fcd.Ae.he.sen2θ

Onde:

αv2 = 1 – fck/250, com fck, expresso em megapascal (MPa).


Onde:
Θ é o ângulo de inclinação das diagonais de concreto, arbitrado no intervalo 30° ≤ θ ≤
45°;
Ae é a área limitada pela linha media da parede da seção vazada, real ou equivalente,
no ponto considerado.
15
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

11.3 Cálculo das armaduras

Devem ser consideradas efetivas as armaduras contidas na área


correspondente à parede equivalente, sendo que:

a) a resistência decorrente dos estribos normais ao eixo do elemento estrutural é dada


pela expressão:

Trd3 = (Ag0/s).fywd.2Ae.cotgθ

Onde:
Fyed é o valor de cálculo da resistência ao escoamento do aço da armadura passiva,
limitada a 435 MPa;

b) a resistência decorrente das armaduras longitudinais é dada pela expressão:

Trd4 = (Asl/Ue).2Ae.fywd.tgθ

Onde:
Asl é a soma das áreas das seções das barras longitudinais;
Ue é o comprimento de Ae.

A armadura longitudinal de torção, de área total Asl, pode ter arranjo distribuído
ou concentrado, mantendo-se obrigatoriamente constante a relação ΔAsl/Δu é o
trecho de perímetro, da seção efetiva, correspondente a cada barra ou feixe de barras
de área ΔAsl.
Nas seções poligonais, em cada vértice dos estribos de torção, deve ser
colocada pelo menos uma barra longitudinal.

11.4 Torçor resistente de cálculo

Para uma seção já dimensionada, para a determinação do momento torçor


resistente de cálculo, temos a seguinte equação:
Td = 2 . Ae . fywd . (As,90° . Asl / s . u )1/2

11.5 Interação de torção, cisalhamento e flexão

Grande parte dos estudos de torção é relativa à torção pura, isto é, aquela
decorrente da aplicação exclusiva de um momento torçor em uma viga. Mas, essa
16
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

situação não é usual. A maioria das vigas sujeitas à torção também estão submetidas
à força cortante e momentos fletores, que dão origem a um estado de tensões mais
complexo e difícil de ser analisado.
A experiência vem demonstrando que, de uma maneira geral, a filosofia e os
princípios básicos de dimensionamento propostos para a torção simples também são
adequados, com certa aproximação, para solicitações compostas.
Por isso, o procedimento adotado para o dimensionamento a solicitações
compostas é a simples superposição dos resultados obtidos para cada um dos
esforços solicitantes separadamente, que se mostra a favor da segurança. Por
exemplo, a armadura de tração prevista pela torção que estiver na parte comprimida
pela flexão poderia ser reduzida, se fosse considerado o alívio sofrido por sua
resultante (de tração) nessa região. Ou ainda, como em uma das faces laterais da
viga, as diagonais solicitadas pela torção e pelo cisalhamento são opostas, poderia
ser considerado o alívio na resultante de tração no estribo, e consequentemente, isso
reduziria a sua área.
Evidentemente, na face lateral oposta, as diagonais têm a mesma direção, e a
armação necessária vem do somatório daquelas calculadas para cada um dos dois
esforços separadamente. E para a verificação da tensão na biela comprimida desta
face, não bastará observar-se o comportamento das resultantes relativas à torção e
ao cisalhamento separadamente, nesse caso, surge a necessidade de uma nova
verificação, que considere a interação delas.
Na figura abaixo é apresentado uma superfície que mostra a interação dos três
tipos de esforços. Qualquer ponto interior a essa superfície indica que a verificação
da tensão na biela foi atendida. Pode-se observar que, para uma mesma relação
Vd/Vult, o momento torçor resistente diminui como o aumento da relação Md/Mult.
Ainda assim, cabe a ressalva que a superposição dos efeitos das treliças de
cisalhamento e de torção só estará coerente se a inclinação da biela comprimida for
adotada a mesma nos dois casos.

17
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

11.6 Dimensionamento

11.6.1 Torção de compatibilidade

Como mostrado anteriormente, apenas a torção de equilíbrio pode ser


considerada no dimensionamento de vigas. A torção de compatibilidade pode ser
desprezada, desde que sejam respeitados os limites de armadura mínima de
cisalhamento, e a seguinte condição:

Vd ≤ 0,7 . VRd

Onde:

VRd = 0,27 . αv . fcd . bw . d . sen 2 θ

Sendo para estribos a 90° em relação a armadura longitudinal.

11.6.2 Determinação da espessura da parede

Para se definir a espessura da parede equivalente, não é necessário apenas


saber o cobrimento das armaduras. Deve-se seguir o seguinte critério:

he ≤ A / μ

he ≥ 2 . C1

Onde:
he = espessura da parede de seção equivalente
A = área da seção
μ = perímetro da seção cheia

C1 = Φl / 2 + Φt + c

Onde:
Φl = diâmetro da armadura longitudinal
Φt = diâmetro da armadura transversal
c = cobrimento da armadura

18
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

11.6.3 Inclinação da biela comprimida

Assim como no cisalhamento, a inclinação da biela deve estar entre 30° e 45°,
sendo que o valor adotado deve ser o mesmo para as duas verificações.

11.6.4 Verificação da biela comprimida

Para se assegurar o não esmagamento da biela comprimida na torção pura, a


NBR 6118:2007 exige que seja verificada a seguinte condição:

Vd / VRd + Td / TRd ≤ 1

Observe que essa expressão linear fornece resultados conservadores em


relação aos apresentados na figura anterior. Ainda assim, com base na figura anterior
a equação acima da verificação só se mostra adequada para situações em que o
momento fletor de cálculo não ultrapassa cerda de 50% a 60% do momento último da
seção.

11.6.5 Determinação da armadura longitudinal

Primeiramente deve ser verificada a seguinte condição:


Td ≤ TRd,4

Sendo TRd,4 o momento torçor resistido pela armadura longitudinal, dado de acordo
com a equação abaixo:

TRd,4 = (Asl / u ) . 2 . Ae . fywd . tg θ

11.6.6 Determinação dos estribos

Para determinação dos estribos, deve ser verificada a seguinte condição:


19
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Td ≤ TRd,3

Sendo TRd,3 o momento torçor que pode ser resistido pelos estribos, dado da
seguinte forma:

TRd,3 = ( A90° / s ) . 2 . Ae . fywd . cotg θ

11.6.7 Armadura longitudinal e estribos para solicitações combinadas

No banzo tracionado pela flexão, somam-se as armaduras longitudinais de


flexão e de torção. A armadura transversal total também deve ser obtida pela soma
das armaduras de cisalhamento e de torção.
No banzo comprimido, pode-se reduzir a armadura de torção, devido aos
esforços de compressão do concreto na espessura he e comprimento Δu
correspondente à peça considerada.

11.6.8 Verificação da taxa de armadura mínima

Para se obter a taxa de armadura mínima, deve-se seguir a seguinte condição:

ρw = Asw / ( bw . s ) ≥ 0,2 . ( fctm / fywk )

Onde: fctm = tensão média de tração do concreto, dada por: fctm = 0,3 . fck2/3

11.6.9 Detalhamento e disposições das armaduras

Apenas as barras longitudinais e os estribos que estiverem posicionados no


interior da parede da seção vazada equivalente deverão ser considerados efetivos
para resistir aos esforços gerados pela torção.
São válidas as mesmas disposições construtivas de diâmetros, espaçamentos
e ancoragem para armaduras longitudinais de flexão e estribos de cisalhamento.

11.6.10 Armaduras longitudinais

Para que existam os tirantes supostos pelo modelo da treliça, é necessário


dispor-se de uma barra de armadura longitudinal em cada canto da seção.
De acordo com a NBR 6118:2007, deve-se atender à relação ΔAsl/Δu em todo
o contorno da viga, sendo Δu o trecho do perímetro correspondente a cada barra, de
20
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

área ΔAs. Em outras palavras, a armadura longitudinal de torção não deve estar
concentrada nas faces superior e inferior da viga, e sim, uniformemente distribuída em
todo o perímetro da seção efetiva.
Apesar de não haver prescrição na norma, deve-se preferencialmente adotar
Φl ≥ 10 mm nos cantos. O espaçamento de eixo a eixo de barra, tanto na direção
vertical quanto na horizontal, deverá ser sl ≤ 350 mm.

11.6.11 Estribos

Os estribos devem estar posicionados a 90° com o eixo longitudinal da peça,


devendo ser fechados e adequadamente ancorados em ângulo de 45°.

Exemplo 1

Dimensionar a seção mostrada abaixo quando submetida a um momento de torção =


Tsd = 120 kN.cm
Dados: concreto C – 20 MPa classe I
Aço CA-50

21
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Determinar a espessura da parede

𝐴
ℎ𝑒 ≤
𝑢
ℎ𝑒 ≥ 2. 𝐶1
C1 = cobrimento da armadura
C1 = 2,5 cm

ℎ𝑒 ≥ 2 𝑥 2,5𝑐𝑚
A = 60cm x 90cm = 5400cm²
u = 2x60 + 2x90 = 300cm

5400𝑐𝑚2
ℎ𝑒 ≤ = 18𝑐𝑚
300𝑐𝑚
ℎ𝑒 = 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑎 = 12𝑐𝑚

Verificação da resistência das bielas comprimidas (θ = 45º)

𝑇𝑠𝑑
𝜏𝑐𝑑 =
(2 . 𝐴𝑐 . ℎ𝑒). 𝑠𝑒𝑛 𝜃

t = he = 12cm
θ = 90º = 1
Ac = (60 – 18) x (90 – 18) = 3744 cm²

12000 𝑘𝑁
𝜏𝑐𝑑 = = 0,134 = 1,34 𝑀𝑃𝑎
(2 .3744 .12). 1 𝑐𝑚2
𝜏𝑟𝑑2 ≤ 0,54 𝑥 𝛼𝑣2 𝑥 𝐹𝑐𝑑
𝐹𝑐𝑘 20
𝛼𝑣2 = (1 − ) = (1 − ) = 0,920
250 250
20
𝜏𝑟𝑑2 ≤ 0,54 𝑥 0,920 𝑥 = 7,097
1,4
𝜏𝑟𝑑2 > 𝜏𝑐𝑑 → 𝑜𝑘

Determinação do estribo As90 (θ =45º)

𝐴𝑠90 12000
= = 0,037 𝑐𝑚2
𝑠 2 𝑥 3744 𝑥 43,48
22
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

S = 100 cm  As = 3,7 cm²/m


Ø8,0mm c/13

Determinação da armadura longitudinal

𝐴𝑠𝑙 𝑇𝑠𝑑
=
ℎ𝑒 2 . 𝐴𝑐 . 𝐹𝑦𝑑
ℎ𝑒 = (60 − 18)𝑥2 + (90 − 18)𝑥2 = 228 𝑐𝑚
𝐴𝑠𝑙 12000
= 𝑥 228 = 8,44𝑐𝑚2 → 12Ø10𝑚𝑚
ℎ𝑒 2 .3744 .43,48

Verificando a armadura mínima

𝐴𝑠𝑙 𝐴𝑠90 𝑓𝑐𝑡𝑚


= ≥ 0,2 𝑥 18 ( )
ℎ𝑒 𝑠 𝐹𝑦𝑑
3 3
𝐹𝑐𝑡𝑚 = 0,3 √𝐹𝑐𝑘 2 = 0,3 √202 = 2,21 𝑀𝑃𝑎
500
𝐹𝑦𝑑 = = 434,8
1,15
𝐴𝑠𝑙 𝐴𝑠90 2,21
= ≥ 0,2 𝑥 18 ( ) = 0,012 𝑐𝑚2
ℎ𝑒 𝑠 434,8

Detalhamento

23
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Exemplo 2

Dimensionar a marquise e a viga V, mostrada na figura abaixo. Sabe-se que faz parte
de um edifício comercial na região metropolitana de Belo Horizonte. Sobre a viga
existe uma alvenaria de tijolos furados.
𝐶𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜 25𝑀𝑃𝑎
𝑐 = 2,5(𝑙𝑎𝑗𝑒); 3,0(𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟 𝑒 𝑣𝑖𝑔𝑎)
Dados Classe II 𝜌𝑚𝑖𝑛 = 0,15%
𝐶𝐴 − 50
{
𝛾𝑡𝑖𝑗𝑜𝑙𝑜 = 13𝑘𝑁/𝑚³
𝛾𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜 = 25𝑘𝑁/𝑚³

24
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Cálculo da Marquise
Peso próprio

𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑝𝑟ó𝑝𝑟𝑖𝑜 𝑑𝑎 𝑙𝑎𝑗𝑒 = 0,12𝑚 ∗ 25 𝑘𝑁/𝑚³ → 3,0𝑘𝑁/𝑚²


𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑑𝑜 𝑟𝑒𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 → 1,0𝑘𝑁/𝑚²
𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 (𝑔) → 4,0𝑘𝑁/𝑚²
𝑆𝑜𝑏𝑟𝑒𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎(𝑞) → 0,5𝑘𝑁/𝑚²
𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑔𝑒𝑟𝑎𝑙 → 4,5𝑘𝑁/𝑚²

𝑐1 ∗ 𝑃 ∗ 𝑙 4
𝑎𝑖 =
𝐸𝐼
𝑐1 = Nas tabelas gerais de concreto armado pág 15 item 1 𝑐1 = 1/8
4
0,040𝑘𝑁 0,005𝑘𝑁
1/8 ( 𝑐𝑚 + 0,4 ∗ ) ∗ 180
𝑎𝑖 = 𝑐𝑚² = 0,46𝑐𝑚
2800𝑘𝑁 4
0,3 ∗ ∗ 14.400𝑐𝑚
𝑐𝑚2
𝐸𝑐 = 𝛼𝑒 ∗ 5600 ∗ √25 = 28000𝑀𝑃𝑎 𝑜𝑢 2800 𝑘𝑁/𝑐𝑚 𝛼𝑒 𝑔𝑛𝑎𝑖𝑠𝑠 = 1,0
2
𝑔 = 4,0 𝑘𝑁/𝑚 𝑜𝑢 4,0 𝑘𝑁/𝑚 𝑜𝑢 0,040 𝑘𝑁/𝑐𝑚(porque a laje é calculada metro a metro)
𝑝 = 0,5 𝑘𝑁/𝑚2 𝑜𝑢 0,5 𝑘𝑁/𝑚 𝑜𝑢 0,005 𝑘𝑁/𝑐𝑚
𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 = 0,040 𝑘𝑁/𝑚 + 0,005 𝑘𝑁/𝑚 = 0,045 𝑘𝑁/𝑐𝑚

Cálculo da flecha sabendo que a norma faz na rigidez (EI) uma redução de 0,3 e que
o vão considerado é o dobro do máximo na flecha admissível.

𝐼 = 100𝑐𝑚 ∗ (12𝑐𝑚)³⁄12 = 14400𝑐𝑚4 ³

Flecha deferida

 retirada da forma em 30 dias

Δ𝜉
𝑎𝑓 = 𝜌′ = 0
1 + 50𝜌′

Δ𝜉 = (2 − 0,68) = 1,32
𝑎𝑓𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 𝑎𝑖(1 + 𝑎𝑓) = 0,46𝑐𝑚(1 + 1,32) = 1,08𝑐𝑚

Flecha admissível

2∗180𝑐𝑚
𝑎𝑎𝑑𝑚 = = 1,44𝑐𝑚 𝑝𝑎𝑠𝑠𝑜𝑢! 𝑎𝑓𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 < 𝑎𝑎𝑑𝑚
250

Dimensionamento do balanço

25
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

𝑞𝑥 4,5 ∗ 1,8
𝑀𝑠𝑑 = 𝑀𝑠 ∗ 𝛾𝑓 ∗ 𝛾𝑛 = ∗ 𝛾𝑓 ∗ 𝛾𝑛 = ( ) ∗ 1,4 ∗ 1,35 = 13,78 𝑘𝑁. 𝑚 𝑜𝑢 1378 𝑘𝑁. 𝑐𝑚
2 2
1378
𝑑𝑙𝑖𝑚 = 1,768√ = 4,9𝑐𝑚 ≅ 5,0𝑐𝑚
100 ∗ 1,79
𝑓𝑐𝑘 25𝑀𝑃𝑎
𝑓𝑐𝑑 = = = 17,86 𝑘𝑁/𝑚² ≅ 1,79𝑘𝑁/𝑐𝑚²
𝛾𝑐 1,4
1378
𝐾𝑚𝑑 = = 0,085 ≅ 0,088 → 𝑘𝑧 = 0,933
100 ∗ 9,5² ∗ 1,79
𝑑 = ℎ − 𝑐 = 12𝑐𝑚 − 2,5𝑐𝑚 = 9,5𝑐𝑚

1378
𝐴𝑠 = = 3,58𝑐𝑚2
0,933 ∗ 9,5 ∗ 43,48
𝐴𝑠𝑚𝑖𝑛 = 0,15% ∗ 0,18𝑐𝑚 = 2,70𝑐𝑚² ∅10.0𝑚𝑚 𝑐/20 (𝐴𝑠 = 3,93𝑐𝑚2 )

Cálculo da Reação

𝑘𝑁
𝑉𝑠𝑑(𝑔) = 𝑃𝑥 = 4,0 ∗ 1,80𝑚 = 7,2𝑘𝑁/𝑚
𝑚
𝑘𝑁
𝑉𝑠𝑑(𝑞) = 0,5 ∗ 1,80𝑚 = 0,90 𝑘𝑁
𝑚
7,2𝑘𝑁
𝑉𝑠𝑑𝑡 = 𝑉𝑠𝑑(𝑔) + 𝑉𝑠𝑑(𝑞) = + 0,90 𝑘𝑁 = 8,10 𝑘𝑁/𝑚
𝑚

Cálculo da viga V1

Carregamento carga vertical

26
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑝𝑟ó𝑝𝑟𝑖𝑜 = 0,20 ∗ 0,55 ∗ 25 𝑘𝑁/𝑚3 → 2,75𝑘𝑁/𝑚


𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑑𝑎 𝑎𝑙𝑣𝑒𝑛𝑎𝑟𝑖𝑎 → 3,90𝑘𝑁/𝑚
𝑅𝑒𝑎çã𝑜 𝑑𝑎 𝑙𝑎𝑗𝑒 → 7,20𝑘𝑁/𝑚
𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 (𝑔) → 13,95𝑘𝑁/𝑚

Verificação da flecha da viga

5 (0,14𝑘𝑁/𝑐𝑚 + 0,4 ∗ 0,009𝑘𝑁/𝑐𝑚) ∗ (550𝑐𝑚)4 6,58 ∗ 10−10


𝑎𝑖 = ∗ = = 0,55𝑐𝑚
384 0,4 ∗ 2800 𝑘𝑁/𝑐𝑚² ∗ 277292𝑐𝑚4 1,19 ∗ 10−11
𝑏ℎ³ 20 ∗ 55³
𝐼𝑐 = = = 277291,67 𝑐𝑚4
12 12

Flecha deferida da viga

Δ𝜉 (2 − 0,68)
𝑎𝑓 = = = 1,294
1 + 50𝜌′ 1 + 50 ∗ 0,0004
𝐴′𝑠 0,40
𝜌′ = = 𝑐𝑚2 = 0,0004 (2∅5.0𝑚𝑚 = 𝑒𝑠𝑡𝑟𝑖𝑏𝑜)
𝐴𝑐 20 ∗ 55
𝑎𝑓 = 𝑎1 (1 + 1,294) = 0,55𝑐𝑚 ∗ 2,294 = 1,26𝑐𝑚²
𝑙 550
𝑎𝑎𝑑𝑚 = 250 = 250 = 2,20𝑐𝑚 𝑝𝑎𝑠𝑠𝑜𝑢! 𝑎𝑓𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 > 𝑎𝑎𝑑𝑚

Dimensionamento à flexão

Carga distribuída= 14,85kN/m

27
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

14,9 ∗ 5,50²
𝑀𝑚á𝑥 = = 56,34𝑘𝑁. 𝑚
8
𝑀𝑠𝑑 = 56,34 ∗ 1,4 ∗ 100 = 7888 𝑘𝑁. 𝑐𝑚
7888 𝑘𝑁. 𝑐𝑚
𝑑𝑙𝑖𝑚 = 1,768√ = 26,2𝑐𝑚
20𝑐𝑚. 1,79 𝑘𝑁/𝑐𝑚²
7888
𝐾𝑚𝑑 = = 0,088 → 𝑘𝑧 = 0,933
20 ∗ 50² ∗ 1,79
𝑑 = ℎ − 𝑐 = 55𝑐𝑚 − 5𝑐𝑚 = 50𝑐𝑚
7888
𝐴𝑠 = = 3,89𝑐𝑚2
0,933 ∗ 50 ∗ 43,48
4∅12.5𝑚𝑚 (𝐴𝑠 = 4,91𝑐𝑚2 )

Dimensionamento ao esforço cortante (estribo)

∅45° 𝑚𝑜𝑑𝑒𝑙𝑜 𝐼

Esforço cortante na face do apoio

𝑘𝑁
14,9 𝑚 ∗ 5,50𝑚
𝑉𝑓𝑎𝑐𝑒 = 𝑟𝑒𝑎çã𝑜 − 𝑞𝑥 = 𝑞𝑙 − 𝑞𝑥 = − 14,9𝑘𝑁/𝑚 ∗ 0,10𝑚 = 39,5 𝑘𝑁
2
𝑉𝑠𝑑 = 𝑉𝑓𝑎𝑐𝑒 ∗ 𝛾𝑓 = 39,5𝑘𝑁 ∗ 1,4 = 55,3 𝑘𝑁

Verificação do Concreto

𝑉𝑟𝑑2 = 0,27 ∗ 𝛼𝑣2 ∗ 𝑓𝑐𝑑 ∗ 𝑏𝑤 ∗ 𝑑


𝑓𝑐𝑘 25 𝑀𝑃𝑎
𝛼𝑣2 = (1 − ) = (1 − ) = 0,900
250 250
𝑘𝑁
𝑉𝑟𝑑2 = 0,27 ∗ 0,900 ∗ 1,79 ∗ 20𝑐𝑚 ∗ 50𝑐𝑚 = 435 𝑘𝑁
𝑐𝑚2
𝑉𝑠𝑑 ≤ 𝑉𝑟𝑑2
55,3 𝑘𝑁 ≤ 435 𝑘𝑁 𝐴 𝑏𝑖𝑒𝑙𝑎 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑖𝑑𝑎 𝑛ã𝑜 𝑟𝑜𝑚𝑝𝑒𝑟á!

Cálculo da armadura

𝑉𝑠𝑤 = 𝑉𝑠𝑑 − 𝑉𝑐
2 2
𝑉𝑐 = 0,009 ∗ 𝑓𝑐𝑘 3 ∗ 𝑏𝑤 ∗ 𝑑 = 0,009 ∗ 253 ∗ 20 ∗ 50 = 26,3 𝑘𝑁
𝑉𝑠𝑤 = 55,3 𝑘𝑁 − 26,3 𝑘𝑁 = 29 𝑘𝑁
𝐴𝑠𝑤 𝑉𝑠𝑤 29 𝑘𝑁
= = = 0,015𝑐𝑚
𝑠 0,9 ∗ 𝑑 ∗ 𝑓𝑦𝑑 0,9 ∗ 50𝑐𝑚 ∗ 43,48 𝑘𝑁/𝑐𝑚²

28
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

𝐴𝑠𝑤 1,48𝑐𝑚²
= 1,48 → 𝐴𝑠𝑤 = = 0,74𝑐𝑚²
𝑠 2
𝑠 = 100 𝑐𝑚
𝑉𝑠𝑤𝑚𝑖𝑛 = 𝜌𝑚𝑖𝑛 ∗ 0,9 ∗ 𝑏𝑤 ∗ 𝑑 ∗ 𝑓𝑦𝑑
CAA II- C 25 MPa - 𝜌𝑚𝑖𝑛 = 0,1026
0,1026
𝑉𝑠𝑤𝑚𝑖𝑛 = ∗ 0,9 ∗ 20𝑐𝑚 ∗ 50𝑐𝑚 ∗ 43,48𝑘𝑁/𝑐𝑚²
100
𝑉𝑠𝑤𝑚𝑖𝑛 = 40,1 𝑘𝑁
𝐴𝑠𝑤 𝑉𝑠𝑤 40,1 𝑘𝑁
= = = 0,020𝑐𝑚
𝑠 0,9 ∗ 𝑑 ∗ 𝑓𝑦𝑑 0,9 ∗ 50𝑐𝑚 ∗ 43,48 𝑘𝑁/𝑐𝑚²
𝐴𝑠𝑤 2,05𝑐𝑚²
= 2,50 → 𝐴𝑠𝑤 = = 1,03𝑐𝑚²
𝑠 2
𝑠 = 100 𝑐𝑚
∅5.0𝑚𝑚 𝑐/17 (𝐴𝑠 = 1,18𝑐𝑚2 )

Cálculo a torção

𝑞𝑙 13,8 ∗ 5,50𝑚
𝑉𝑓𝑎𝑐𝑒 = − 𝑞𝑥 = − 13,8 ∗ 0,10 = 38 − 1,37 = 37𝑘𝑁
2 2

Diagrama de esforço cortante fictício igual diagrama de momento torção.

Determinação de 𝒉𝒆

29
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

𝐴
2𝑐1 ≤ ℎ𝑒 ≤
𝑈
𝑐1 = 5,0𝑐𝑚
𝐴 = 20 ∗ 55 = 1100𝑐𝑚²
𝑈 = 2(20 + 55) = 150𝑐𝑚
1100
10𝑐𝑚 ≤ ℎ𝑒 ≤ = 7𝑐𝑚
150
𝐴 = (20 − 7) + (55 − 7) = 624𝑐𝑚²
𝑈 = 2{(20 − 7) + (55 − 7)} = 122𝑐𝑚

Verificação das bielas comprimidas

𝑇𝑠𝑑
𝜏𝑐𝑑 = =
(2 ∗ 𝐴𝑐 ∗ ℎ𝑒 )𝑠𝑒𝑛𝜃
𝑇𝑠𝑑 = 𝑇 ∗ 𝛾𝑓 = 37 𝑘𝑁 ∗ 1,4 = 51,8 𝑘𝑁/𝑚
𝐴𝑐 = (20𝑐𝑚 − 7𝑐𝑚) ∗ (55𝑐𝑚 − 7𝑐𝑚) = 13 ∗ 48 = 624𝑐𝑚²
ℎ𝑒 = 7,0𝑐𝑚
𝑇𝑠𝑑 51,8𝑘𝑁/𝑚 5180𝑘𝑁
𝜏𝑐𝑑 = = = = 0,590 𝑘𝑁/𝑐𝑚2 𝑜𝑢 5,9𝑀𝑃𝑎
2 ∗ 𝐴𝑐 ∗ ℎ𝑒 2 ∗ 624𝑐𝑚² ∗ 7 8736𝑐𝑚
𝜏𝑅𝑑2 = 0,54 ∗ 𝑣2 ∗ 𝑓𝑐𝑑 = 0,54 ∗ 0,900 ∗ 1,791 𝑘𝑁/𝑐𝑚² = 0,870 𝑘𝑁/𝑐𝑚² = 8,70𝑀𝑃𝑎
𝜏𝑅𝑑2 > 𝜏𝑐𝑑 𝑝𝑎𝑠𝑠𝑜𝑢!

Determinação do estribo 𝑨𝒔𝟗𝟎°

𝐴𝑠 𝜏𝑠𝑑 5180 𝑘𝑁/𝑐𝑚


= = = 0,10 𝑐𝑚² ∗ 100 = 9,6𝑐𝑚²
𝑠 2 ∗ 𝐴𝑐 ∗ 𝑓𝑦𝑑 2 ∗ 624𝑐𝑚² ∗ 43,48 𝑘𝑁/𝑐𝑚²
𝑠 = 100

Área mínima

Segundo a NBR 6118/2014 no item 17.3.5.2.3 “a mínima armadura lateral deve ser
0,1% 𝐴𝑐, 𝑎𝑙𝑚𝑎 em cada face da alma da viga e composta por barras de CA-50 ou CA-
60, com espaçamento não maior que 20cm e devidamente ancorada nos apoios, não
sendo necessária uma armadura superior a 5cm²/m por face. Em vigas com altura
igual ou inferior a 60cm, pode ser dispensada a utilização da armadura de pele. As
armaduras principais de tração e de compressão não podem ser computadas no
cálculo da armadura de pele. ”

𝐴𝑠𝑤 𝑓𝑐𝑡𝑚
𝜌𝑠𝑤 = ≥ 0,2 𝑐𝑜𝑚 𝑓𝑦𝑚𝑘 ≤ 500𝑀𝑃𝑎
𝑏𝑤 ∗ 𝑠 𝑓𝑦𝑚𝑘
𝐴𝑠𝑤𝑚𝑖𝑛 = 𝜌𝑠𝑤 ∗ 𝑏𝑤 ∗ 𝑠 = 0,15% ∗ 20𝑐𝑚 ∗ 100𝑐𝑚 = 3,0𝑐𝑚²

30
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

𝑓𝑐𝑡𝑚
𝐴𝑠𝑤 = ≥ 0,2 ∗ ∗ 𝑏𝑤 ∗ 𝑠
𝑓𝑦𝑚𝑘
0,257
𝐴𝑠𝑤 = ≥ 0,2 ∗ ∗ 20 ∗ 100 = 2,4𝑐𝑚²
43,48
𝑓𝑐𝑡𝑚 = 0,3 ∗ 𝑓𝑐𝑘 2/3 = 0,3 ∗ 252/3 = 2,57𝑀𝑃𝑎 = 0,257 𝑘𝑁/𝑚²

Então 𝐴𝑠𝑤𝑚𝑖𝑛 = 300𝑐𝑚2 ≥ 2,4𝑐𝑚2 𝑜𝑘! Mas adotaremos o valor de 5,42 cm².

5,42𝑐𝑚2
Assim na face 𝐴𝑠 = = 2,71𝑐𝑚2
2
3∅12.5 (𝐴𝑠 = 3,68𝑐𝑚²)
O detalhamento da armação a torção conforme NBR 6118/2014 item 18.3.5-Armadura
de pele (costela) deve ser disposta de modo que o afastamento entre as barras não
ultrapasse 𝑑⁄3 ou 20 cm (espeçamento máximo).

Detalhamento a torção

𝑑 50
{4 = = 12,5𝑐𝑚
4

Detalhamento da laje de marquise

31
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Verificar a ancoragem com gancho zona de boa aderência, 𝑓𝑐𝑘 = 25𝑀𝑃𝑎 ∅10.0𝑚𝑚
𝐴𝑠𝑐𝑎𝑙 0,3𝑙𝑏
𝑙𝑏𝑛𝑒𝑐 = 𝛼1 ∗ 𝑙𝑏 ∗ ≥ { 10∅
𝐴𝑠𝑒𝑓𝑒
10𝑐𝑚
3,58𝑐𝑚² 0,3 ∗ 2,6 = 8,0𝑐𝑚
𝑙𝑏𝑛𝑒𝑐 = 0,7 ∗ 26𝑐𝑚 ∗ = 17𝑐𝑚 { 10 ∗ 1 = 10𝑐𝑚
3,93𝑐𝑚²
10 𝑐𝑚
Adotaremos 17 cm

Detalhamento da viga V1

32
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Nota 1: Quando for determinar a armadura longitudinal a área do aço = 6,60cm²


(cálculo) pela tabela de armadura a área efetiva mais próxima foi 𝐴𝑒𝑓𝑒 =
4,91𝑐𝑚² 4∅12,5,mas teremos que saber se toda esta armadura cabe no 𝑏𝑤 da viga.
Na tabela temos se for Br1 que é o traço somente com brita 1 (usinado), se for Br2
será concreto com brita1 e brita2. O nosso caso será detalhado abaixo:

33
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

No rodapé desta mesma tabela temos:


2𝑐𝑚
𝑒𝑣 ≥ { ∅𝑙 = 1,25𝑐𝑚
0,5 ∗ ∅𝑏𝑟𝑖𝑡𝑎𝑚á𝑥 = 0,5 ∗ 1,9 = 1,0𝑐𝑚
2𝑐𝑚
𝑒ℎ ≥ { ∅𝑙 = 1,25𝑐𝑚
1,2 ∗ ∅𝑏𝑟𝑖𝑡𝑎𝑚á𝑥 = 1,2 ∗ 1,9 = 2,3𝑐𝑚

2𝑐 15𝑐𝑚
𝑒ℎ = 20𝑐𝑚 − = = 5𝑐𝑚 𝑛 = 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 𝑛𝑜𝑠 = 3
𝑛 3

Nota 2: A armadura do porta-estribos usualmente é utilizada 2 barras no comprimento


total da viga com diâmetro das barras de ∅5.0mm, nesse caso, por se tratar de uma
marquise, adotamos a armadura mínima de torção (armadura de pele), passando as
barras para diâmetro de ∅6,3mm, sendo assim essas barras ficarão com dupla função.
Nota 3: Para detalhar a armadura longitudinal temos que fazer uma verificação de
quantos ferros vão até o apoio. A NBR 6118/2014 pede no mínimo 2 ferros ou 1/3 das
barras, e temos que verificar então se realmente são dois. Usaremos:
𝑎𝑙
𝑅𝑠𝑡 = ∗ 𝑉𝑠𝑑
𝑑
𝑎𝑙 = 𝑑𝑒𝑐𝑎𝑙𝑎𝑔𝑒𝑚
𝑉𝑠𝑑𝑚á𝑥
𝑎𝑙 = 𝑑 [ ] ≥ 0,5𝑑
2(𝑉𝑠𝑑𝑚á𝑥 − 𝑉𝑐 )
2 2
𝑉𝑐 = 0,009 ∗ 𝑓𝑐𝑘 3 ∗ 𝑏𝑤 ∗ 𝑑 = 0,009 ∗ 253 ∗ 20𝑐𝑚 ∗ 50𝑐𝑚 = 76,9𝑘𝑁
𝑉𝑠𝑑𝑚á𝑥 = 57,8 𝑘𝑁
55,3𝑘𝑁
𝑎𝑙 = 50 [ ] ≥ 0,5𝑑
2(55,3𝑘𝑁 − 76𝑘𝑁)
O valor negativo não podemos usar, sinal que o concreto suporta o valor do
cisalhamento. Então usaremos 𝑎𝑙 = 0,5𝑑 = 0,5 ∗ 50𝑐𝑚 = 25𝑐𝑚.

Voltando ao cálculo do apoio extremo teremos:


25𝑐𝑚
𝑅𝑠𝑡 = ∗ 55,3𝑘𝑁 = 26,3 𝑘𝑁
52,5𝑐𝑚

34
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

𝑅𝑠𝑡 26,3𝑘𝑁
𝐴𝑠𝑤 = = 0,60𝑐𝑚²
𝑓𝑦𝑑 43,48𝑘𝑁/𝑐𝑚²
Comparando a área acima com as armaduras longitudinais teremos: 𝐴𝑠𝑤 =
1∅12.5 (𝐴𝑠𝑒 = 1,23𝑐𝑚2 ), como a norma exige que duas barras vão para o apoio,
assim será feito.

Aderencia da armadura longitudinal para entrar na tabela de comprimento de


ancoragem

∅12.5𝑚𝑚
𝑙𝑏 = {𝐵𝑜𝑎 𝑎𝑑𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎 = 33𝑐𝑚
𝐶 − 25𝑀𝑃𝑎 𝑐/𝑔𝑎𝑛𝑐ℎ𝑜
𝐴𝑠𝑐𝑎𝑙 0,3𝑙𝑏
𝑙𝑏𝑛𝑒𝑐 = 𝛼1 ∗ 𝑙𝑏 ∗ ≥ { 10∅
𝐴𝑠𝑒𝑓𝑒𝑡
10𝑐𝑚
3,59𝑐𝑚² 0,3 ∗ 33𝑐𝑚 = 10𝑐𝑚
𝑙𝑏𝑛𝑒𝑐 = 0,7 ∗ 33𝑐𝑚 ∗ ≥ {10 ∗ 1,25 = 12,5𝑐𝑚
4,91𝑐𝑚²
10𝑐𝑚
𝑙𝑏𝑛𝑒𝑐 = 17𝑐𝑚 (𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑜)
∅12.5𝑐𝑚
𝑙𝑏𝑛𝑒𝑐 {𝑏𝑜𝑎 𝑎𝑑𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎 = 47𝑐𝑚
𝐶 − 25𝑀𝑃𝑎 𝑐/ 𝑔𝑎𝑛𝑐ℎ𝑜
𝐴𝑠𝑐𝑎𝑙 3,59𝑐𝑚²
𝑙𝑏𝑛𝑒𝑐 = 𝛼1 ∗ 𝑙𝑏 ∗ = 1,0 ∗ 47𝑐𝑚 ∗ = 34𝑐𝑚
𝐴𝑠𝑒𝑓𝑒𝑡 4,91𝑐𝑚²
𝑙𝑏𝑛𝑒𝑐 = 34𝑐𝑚 (𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑜)
Fazendo a decalagem 𝑀 = 7888 𝑘𝑁. 𝑐𝑚 ou
7888 𝑘𝑁. 𝑐𝑚 − 2𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠 𝑎𝑡é 𝑜 𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜
7888 𝑘𝑁. 𝑐𝑚 5916 𝑘𝑁. 𝑐𝑚 − 1 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎 𝑎𝑡é 𝑜 𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜
𝑀= = 1972 𝑘𝑁. 𝑐𝑚 {
4 3944 𝑘𝑁. 𝑐𝑚 − 1 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎
1972 𝑘𝑁. 𝑐𝑚 − 1 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎

Comprimento da armadura

𝑀 = 3944 𝑘𝑁. 𝑐𝑚 𝑜𝑢 3,94 𝑘𝑁. 𝑚


2 ∗ 3,94𝑘𝑁. 𝑚
𝑥² = = 0,53 𝑚²
𝑘𝑁
14,85 𝑚
𝑥 = √0,53 = 0,73𝑚 ∗ 2 = 1,46𝑚

35
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

2 ∗ 1,97𝑘𝑁. 𝑚
𝑥2 = = 0,009 ∗ 2 = √0,09 = 0,30 𝑚
𝑘𝑁
14,85 𝑚
LADO ESQUERDO LADO DIREITO
BARRA COMPRIMETO TOTAL ADOTADO
𝑎𝑙(𝑚) 𝑙𝑏𝑛𝑒𝑐 𝑙𝑏𝑛𝑒𝑐 𝑎𝑙(𝑚)
1 0,25 0,40 1,46 0,40 0,25 2,76 2,80
2 0,25 0,40 0,60 0,40 0,25 2,59 1,90

Verificação do gancho (colapso progressivo)

Como o pilar tem soment 20 cm e a ancorgem com gancho é 21 cm, então teremos
que verificar se vai haver grampo, barras e diâmetro.

𝑙𝑏1
𝐹𝑠𝑑 = 𝑅𝑠𝑡 (1 − )
𝑙𝑏𝑛𝑒𝑐
0,3 ∗ 33𝑐𝑚 = 10𝑐𝑚
𝑙𝑏1 = 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑚í𝑛𝑖𝑚𝑜 {10 ∗ 1,25 = 12,5𝑐𝑚
10𝑐𝑚
12,5𝑐𝑚
𝐹𝑠𝑑 = 28,9𝑘𝑁 (1 − ) = 12𝑘𝑁
21𝑐𝑚

Armadura do gancho

12𝑘𝑁
𝐴𝑠𝑙 = = 0,28𝑐𝑚² − 1∅6.3𝑚𝑚
43,48𝑘𝑁/𝑐𝑚²

Exemplo 3

Dimensionar e detalhar a viga abaixo, que fica na garagem cujo pé direito é de


2,80 m, de um prédio residencial de três pavimentos, na cidade de Divinópolis.
Conferir a flecha. A retirada do escoramento em 15 dias e Aço CA-50.

𝐶 − 20 𝑀𝑃𝑎
𝑐 − 2,5 𝑐𝑚 (𝑣𝑖𝑔𝑎 − 𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟)
𝐶𝑙𝑎𝑠𝑠𝑒 𝐼 𝑃𝑚𝑖𝑛 = 0,15% (𝑙𝑜𝑛𝑔𝑖𝑡𝑢𝑑𝑖𝑛𝑎𝑙)
𝑃𝑚𝑖𝑛 = 0,0884 (𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑣𝑒𝑟𝑠𝑎𝑙)
{ 𝐵𝑟𝑖𝑡𝑎 1 − 𝑐𝑎𝑙𝑐á𝑟𝑖𝑎

Retirada do escoramento em 15 dias  ε = 0,5 meses = 0,54


Croqui da viga – seção 18 x 55
A escolha da seção foi a seguinte:
bw > 18 cm (espessura da parede)
A altura h é l/10 do maior vão da viga = 550/10 = 55 cm (18 x 55 cm)
36
37
Dividiremos a viga em trechos.

Cálculo dos tramos dos pontos de apoio e o corte da reta no eixo da viga no diagrama
de força cortante.

Trecho I (balanço) 1,50 m – não há


Trecho II – vão 3,90 m e carga 25 kN/m
V = 37 kN
𝑉 37
𝑥= = = 1,48 𝑚
𝑞 25

Trecho III – vão 5,50 m e carga 20 kN/m


V = 68,1 kN
𝑉 68,1
𝑥= = = 3,41 𝑚
𝑞 20

Trecho IV – vão 4,0, m e carga 20 kN/m


V = 22,7 kN
𝑉 22,7
𝑥= = = 1,14 𝑚
𝑞 20

Trecho V (balanço) 2,00 m – não há

Cálculo dos tramos dos pontos em que o momento fletor corta o eixo da viga. Por ter
carga distribuída em todo trecho a curva de momento fletor é do 2º grau.

Trecho I (balanço) – não há


Trecho II – Mmax = 10,5 kN.m
q = 25 kN/m

2𝑀 2𝑀 2 𝑥 10,5
𝑥2 = = √ = √ = 0,92 𝑚 ( 𝑢𝑚 𝑙𝑎𝑑𝑜) = 𝑥2 = 1,84 𝑚
𝑞 𝑞 25

𝑥1 = 1,48 − 0,92 = 0,56 𝑚


𝑥2 = 2,42 − 0,92 = 1,50 𝑚

38
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Trecho III – Mmax = 53,1 kN.m


q = 20 kN/m

𝑞𝑥 2 + 𝑃𝑥 − 2𝑀 = 0
𝑘𝑁
𝑞 = 20
𝑚
𝑃 = 50 𝑘𝑁
𝑀 = 53 𝑘𝑁. 𝑚
20 𝑥 2 + 50𝑥 − 2𝑥53 = 0
𝑥 2 + 2,5𝑥 − 5,3 = 0
−𝑏 ± √𝑏 2 − 4𝑎𝑐
𝑥′ =
2𝑎
−2,5 ± √2,52 − 4.1. (−5,3) −2,5 ± 5,2 1,35
𝑥′ = = = {
2𝑥1 2 −3,85

O negativo é descartado.
x = 1,35 m (de um lado) x2 = 2,70 m
x1 = 3,41 – 1,35 = 2,06 m
x2 = 2 ,09 – 1,35 = 0,74 m

39
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Trecho IV – Mmax – 28 kN.m

Como no diagrama do momento fletor a curva não toca a reta do eixo da viga, então
não há necessidade de calcular os pontos.

Trecho V (balanço) não há

Cálculo do dlim

Mmax = 110 kN.m (no balanço à direita)

𝑀𝑠𝑑 = 𝑀 𝑥 𝛾𝑓 𝑥 100
𝑀𝑠𝑑 = 110 𝑥 1,4 𝑥 100 = 15400 𝑘𝑁. 𝑐𝑚

𝑀𝑠𝑑
𝑑𝑙𝑖𝑚 = 𝑘𝑑 √
𝑏𝑤. 𝐹𝑐𝑑
𝐹𝑐𝑘 20 𝑘𝑁
𝐹𝑐𝑑 = = = 14,29 𝑀𝑃𝑎 = 1,43
𝛾𝑐 1,4 𝑐𝑚2
𝑏𝑤 = 18 𝑐𝑚
𝑘𝑑 = 𝑙𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒 𝑑𝑜 𝑎ç𝑜 𝐶𝐴 − 50 − 1,768

15400
𝑑𝑙𝑖𝑚 = 1,768 √ = 43 𝑚
18 𝑥 1,43
𝑑 =ℎ−𝑐
𝑑 = 55 − 2,5 = 52,4
O valor de d é maior que o dlim, então estamos na faixa de sub armada.

40
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Cálculo da armadura

𝑀𝑠 15400
𝐾𝑀𝑑 = = = 0,217
𝑏𝑤 . 𝑑2 . 𝐹𝑐𝑑 18 𝑥 (52,5)2 𝑥 1,43
𝐾𝑀𝑑 = 0,217 → 𝑘𝑧 = 0,852
𝑀𝑠𝑑 15400
𝐴𝑠 = = = 7,92 𝑐𝑚2
𝑘𝑧. 𝑑. 𝐹𝑦𝑑 0,852 𝑥 52,5 𝑥 43,48
𝐴𝑠 = 7,92 𝑐𝑚2 → 4∅16,0 (𝐴𝑠 = 8,04 𝑐𝑚2 )

Cálculo da flecha

A flecha calcularemos no balanço. Sendo que temos carga distribuída e carga


concentrada, calcularemos antes separadamente e somaremos as parcelas.

Cálculo do momento de fissuração

41
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

𝑏ℎ2
𝑀𝑟 = 𝛼. 𝐹𝑐𝑡.
6
𝛼 = 1,5 − 𝑣𝑖𝑔𝑎 𝑟𝑒𝑡𝑎𝑛𝑔𝑢𝑙𝑎𝑟
2 3 𝑘𝑁
𝐹𝑐𝑡 = 0,03 . 𝑓𝑐𝑘 3 = 0,03 𝑥 √202 = 0,221
𝑐𝑚2
18 𝑥 552
𝑀𝑟 = 1,5 𝑥 0,221 𝑥 . = 3008,4 𝑘𝑁. 𝑐𝑚
6
𝑀𝑠𝑑 = 15400 𝑘𝑁. 𝑐𝑚
𝑀𝑠𝑑 ≥ 𝑀𝑟 → 𝑜𝑘 − 𝑒𝑠𝑡á𝑑𝑖𝑜 𝐼𝐼

Flecha com carga distribuída em balanço

1 𝑃𝐿𝑥 4
𝑎𝑖 = .
8 𝐸𝐼

Flecha com carga concentrada em balanço

1 𝑃𝐿𝑥 4
𝑎𝑖 = .
3 𝐸𝐼

Somatório das flechas

1 𝑃𝐿𝑥 4 1 𝑃𝐿𝑥 4
𝑎𝑖 = . + .
8 𝐸𝐼 3 𝐸𝐼

A carga P distribuída, teremos 12 kN/m com carga g e 8 kN/m com carga P. Na carga
concentrada teremos 21 kN/m com carga g e 14 kN/m com carga P.

1 𝑃𝐿𝑥 4
𝑎𝑖 = .
8 𝐸𝐼
Sendo:

P = (g + Ψ2p) = (0,12 kN/cm + 0,3 x 0,08 kN/cm) = 0,144 kN/cm (distribuída)


P = (g + Ψ2p) = (0,21 kN + 0,3 x 0,14 kN) = 0,252 kN (concentrda)

1 𝑘𝑁
𝐸𝑐𝑖 = 𝛼. 5600. 𝐹𝑐𝑘 2 = 0,9 𝑥 5600 𝑥 √20 = 22540 𝑀𝑃𝑎 = 2254
𝑐𝑚2

42
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

𝑏ℎ3 18 𝑥 553
𝐼𝑐 = = = 249562,5 𝑐𝑚4
12 12
(𝐸𝑐𝑖. 𝐼𝑐) = 2254 𝑥 249562,5) = 562513875 = 5,62 𝑥 108 𝑘𝑁. 𝑐𝑚²

Substituindo nas formulas teremos:

0,4 (𝐸𝑐𝑖. 𝐼𝑐) = 0,4 𝑥 5,62 𝑥 108 − 2,5 𝑥 108


𝑘𝑁 4
1 0,144 𝑐𝑚 𝑥 (400𝑐𝑚)
𝑎𝑖 = 𝑥 = 2,05 𝑐𝑚
8 2,25 𝑥 108 𝑘𝑁. 𝑐𝑚2
𝐿𝑥 = 2,00𝑚 𝑥 2 = 4,00 𝑚

Conforme norma, tabela 13,3, quando se tratar de balanços o vão equivalente a ser
considerado deve ser o dobro do comprimento de balanço.

𝑘𝑁 3
1 0,252 𝑐𝑚 𝑥 (400𝑐𝑚)
𝑎𝑖 = 𝑥 = 0,02 𝑐𝑚
3 2,25 𝑥 108 𝑘𝑁. 𝑐𝑚2
𝑎𝑖𝑡 = 2,05 𝑐𝑚 + 0,02 𝑐𝑚 = 2,07 𝑐𝑚

Flecha imediata = ai = 2,07 cm

Flecha deferida

∆𝜀
𝑎𝑓 =
1 + 50𝑝′
∆𝜀 = (𝑡 = ∞) − (𝑡 = 0,5 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠) = 2 − 0,54 = 1,46
𝐴′ 𝑠 0,40
𝑝′ = = = 0,00042
𝑏. 𝑑 18 𝑥 52,5
𝐴′ 𝑠 = 0,40 𝑐𝑚2 → 2∅5,0𝑚𝑚 (𝑝𝑜𝑟 𝑒𝑠𝑡𝑟𝑖𝑏𝑜)
1,46
𝑎𝑓 = = 1,43
1 + 50 𝑥 0,00042

Flecha total

𝑎𝑡 = 𝑎𝑖(1 + 𝑎𝑓) = 2,07 𝑐𝑚(1 + 1,43) = 5,03 𝑐𝑚


𝐿𝑥 200
𝑎𝑎𝑑𝑚𝑖𝑠𝑠𝑖𝑣𝑒𝑙 = = = 0,80 𝑐𝑚
250 250
43
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

𝑎𝑎𝑑𝑚𝑖𝑠𝑠𝑖𝑣𝑒𝑙 < 𝑎𝑡 → 𝑛ã𝑜 𝑝𝑎𝑠𝑠𝑜𝑢

Contra flecha

𝑎𝑐𝑓 = 5,03 − 0,80 = 4,23 𝑐𝑚 ≅ 4,25 𝑐𝑚 (𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑎𝑙𝑡𝑜)


200
𝑎𝑐𝑓𝑎𝑑𝑚 = = 0,57 𝑐𝑚
350
𝑎𝑐𝑓𝑎𝑑𝑚 < 𝑎𝑐𝑓 → 𝑛ã𝑜 𝑝𝑎𝑠𝑠𝑜𝑢

Teremos que aumentar a altura da viga. Como a viga é de garagem, o pé direto


é 2,80 m e o gabarito abaixo da viga é de 2,20 m, então teremos 60 cm + 12 cm da
laje maciça que é o limite máximo. Podemos também aumentar o tempo da retirada
da forma para três meses.

𝑏ℎ2 30 𝑥 722
𝑀𝑟 = 𝛼. 𝐹𝑐𝑡. = 1,5 𝑥 0,221 𝑥 = 8592,5 𝑘𝑁. 𝑐𝑚
6 6
𝑀𝑠𝑑 = 15400 𝑘𝑁. 𝑐𝑚 ≥ 𝑀𝑟 = 8592,5 𝑘𝑁. 𝑐𝑚 → 𝑜𝑘 → 𝑒𝑠𝑡á𝑑𝑖𝑜 𝐼𝐼

Rigidez

𝐸𝑐𝑠 = 2254 𝑘𝑁. 𝑐𝑚2 (𝑗á 𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜)


𝑏ℎ3 30 𝑥 723
𝐼= = = 933120 𝑐𝑚4
12 12
𝐸𝑐𝑠. 𝐼𝑐 = 2254 𝑥 933120 = 2103252,48 = 2,1 𝑥 109 𝑘𝑁. 𝑐𝑚2
0,4 𝑥 𝐸𝑐𝑖 𝑥 𝐼𝑐 = 0,4 𝑥 2,1 𝑥 109 = 841300992 = 8,41 𝑥 108
1 0,144 𝑥 4004
𝑎𝑖 = 𝑥 = 0,55 𝑐𝑚 (𝑑𝑖𝑠𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖𝑑𝑎)
8 8,41 𝑥 108
1 0,252 𝑥 40103
𝑎𝑖 = 𝑥 = 0,01 (𝑐𝑜𝑛𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎)
3 8,41 𝑥 108
𝑎𝑖𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 0,55 𝑐𝑚 + 0,01 𝑐𝑚 = 0,56 𝑐𝑚

Cálculo da flecha deferida

∆𝜀
𝑎𝑓 =
1 + 50𝑝′
∆𝜀 = 2 − 0,95 = 1,05

44
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

0,40
𝑝′ = = 0,00019
60 𝑥 69,5
1,05 1,05
𝑎𝑓 = = = 1,03
1 + 50 𝑥 0,00019 1,01

Flecha total

𝑎𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑎𝑖(1 + 𝑎𝑓) = 0,56(1 + 1,03) = 1,14 𝑐𝑚


𝐿𝑥 200
𝑎𝑎𝑑𝑚 = = = 0,80 𝑐𝑚
250 250
𝑎𝑎𝑑𝑚 < 𝑎𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 → 𝑛ã𝑜 𝑝𝑎𝑠𝑠𝑜𝑢

Contra flecha

𝑎𝑐𝑓 = 1,14 𝑐𝑚 − 0,80 = 0,34 𝑐𝑚 ≅ 0,50 𝑐𝑚 ( 𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎 𝑓𝑙𝑒𝑐ℎ𝑎 𝑑𝑒𝑣𝑒 𝑠𝑒𝑟 𝑚ú𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑜 𝑑𝑒 5)
200
𝑎𝑎𝑑𝑚 = = 0,57 𝑐𝑚
350
𝑎𝑎𝑑𝑚 > 𝑎𝑐𝑓 𝑜𝑘!

Cálculo dos momentos fletores positivo e negativo

Teremos que recalcular toda a viga por causa do aumento da seção para 30x72
cm.

45
Momento Yfx100 Msd Bw.d².Fck KMd Kz Kz.d.Fyd As Armadura
kN.m KN.cm (Δ) (Msd/Δ) (Δ’) (Msd/ Δ’)
Negativo 110 140 15400 207218 0,074 0,940 2841 5,42 3Ø16,00 (6,03)
40,9 140 5276 207218 0,025 0,972 2937 1,80 * 3Ø12,5
62,7 140 8778 207218 0,042 0,956 2889 3,04 * 3Ø12,5
16,9 140 2366 207218 0,011 0,980 2962 1,25 * 3Ø12,5
Positivo 53,1 140 7434 207218 0,036 0,964 2913 0,39 * 3Ø12,5
10,5 140 1470 207218 0,007 0,980 2962 2,02 * Ø12,5
28,5 140 3920 207218 0,019 0,972 2937 1,34 * Ø12,5

0,15
𝐴𝑠𝑚𝑖𝑛 = 0,15%. 𝑏𝑤. ℎ = 𝑥 30𝑥72 = 3,24 𝑐𝑚2
100
𝐴𝑠𝑚𝑖𝑛 = 3,24𝑐𝑚2 → 3Ø12,5𝑚𝑚 (𝐴𝑠 = 3,68 𝑐𝑚2 )

46
Cálculo do estribo (cisalhamento)

Usando o modelo I (estribo a 90°)

Verificação da biela comprimida

𝑉𝑠𝑚𝑎𝑥 = 92 𝑘𝑁
𝑉𝑠𝑑𝑚𝑎𝑥 = 𝑉𝑠𝑚𝑎𝑥 . 𝑌𝑓 = 92 𝑘𝑁 𝑥 1,4 = 128,8 𝑘𝑁
𝑉𝑟𝑑2 = 0,27. 𝛼𝑣2. 𝐹𝑐𝑑. 𝑏𝑤. 𝑑
𝐹𝑐𝑘 20
𝛼𝑣2 = (1 − ) = (1 − ) = 0,920
250 250
𝑉𝑟𝑑2 = 0,27 𝑥 0,920 𝑥 1,43 𝑥 30 𝑥 69,5 = 740,6 𝑘𝑁
𝑉𝑠𝑑 ≤ 𝑉𝑟𝑑2 → 𝑜𝑘 − 𝑎 𝑏𝑖𝑒𝑙𝑎 𝑛ã𝑜 𝑟𝑜𝑚𝑝𝑒𝑟á

Força cortante absorvida pelo concreto

2
𝑉𝑐 = 0,009 . 𝐹𝑐𝑘 3 . 𝑏𝑤 . 𝑑
3
𝑉𝑐 = 0,009 𝑥 √202 𝑥 30 𝑥 69,5 = 138,3 𝑘𝑁

Cálculo da armadura transversal (estribo)

𝑉𝑠𝑤 = 𝑉𝑠𝑑 − 𝑉𝑐
𝑉𝑠𝑤 = 128 − 138,3 = 10 𝑘𝑁

Não haverá armadura de estribo no cortante máximo

Cálculo da área mínima de estribos

𝐴𝑠
min = 𝑃𝑚𝑖𝑛 𝑥 𝑏𝑤
𝑠
𝐴𝑠 0,0844%
min = 𝑥 30 = 0,025 𝑐𝑚
𝑠 100
S = 100
2,5
𝐴𝑠𝑚𝑖𝑛 = 0,025 𝑥 100 = = 1,27 𝑐𝑚2
2
𝐴𝑠𝑚𝑖𝑛 = 1,27 𝑐𝑚² → 7∅5,00𝑚𝑚 → ∅5,0𝑚𝑚 𝑐/ 14

47
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Detalhamento da viga

Cálculo da decalagem do diagrama (deslocamento dos momentos)

𝑉𝑠𝑑𝑚𝑎𝑥
𝑎𝑙 = 𝑑 . [ ] ≤𝑑
2(𝑉𝑠𝑑𝑚𝑎𝑥 − 𝑉𝑐)
𝑎𝑙 = 𝑑 → 𝑝𝑎𝑟𝑎 |𝑉𝑠𝑑𝑚𝑎𝑥| ≤ |𝑉𝑐| = 69,5 𝑐𝑚
𝑎𝑙 = 69,5 𝑐𝑚

Comprimento de ancoragem

𝐶 − 20 𝑀𝑃𝑎
∅𝑙 = 12,5 𝑚𝑚
𝑙𝑏 { lb = 55 cm
𝑧𝑜𝑛𝑎 𝑑𝑒 𝑏𝑜𝑎 𝑎𝑑𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎
𝑠𝑒𝑚 𝑔𝑎𝑛𝑐ℎ𝑜

𝐶 − 20 𝑀𝑃𝑎
∅𝑙 = 12,5 𝑚𝑚
𝑙𝑏 { lb = 78 cm
𝑧𝑜𝑛𝑎 𝑑𝑒 𝑚á 𝑎𝑑𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎
𝑠𝑒𝑚 𝑔𝑎𝑛𝑐ℎ𝑜

𝐶 − 20 𝑀𝑃𝑎
∅𝑙 = 12,5 𝑚𝑚
𝑙𝑏 { lb = 38 cm
𝑧𝑜𝑛𝑎 𝑑𝑒 𝑏𝑜𝑎 𝑎𝑑𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎
𝑐𝑜𝑚 𝑔𝑎𝑛𝑐ℎ𝑜

𝐶 − 20 𝑀𝑃𝑎
∅𝑙 = 16,0 𝑚𝑚
𝑙𝑏 { lb = 49 cm
𝑧𝑜𝑛𝑎 𝑑𝑒 𝑏𝑜𝑎 𝑎𝑑𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎
𝑐𝑜𝑚 𝑔𝑎𝑛𝑐ℎ𝑜

𝐶 − 20 𝑀𝑃𝑎
∅𝑙 = 16,0 𝑚𝑚
𝑙𝑏 { lb = 70 cm
𝑧𝑜𝑛𝑎 𝑑𝑒 𝑏𝑜𝑎 𝑎𝑑𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎
𝑠𝑒𝑚 𝑔𝑎𝑛𝑐ℎ𝑜

70 − 21 𝑐𝑚
𝐴𝑠𝑐𝑎𝑙 0,3 𝑙𝑏 {78 − 23 𝑐𝑚
𝑙𝑏𝑛𝑒𝑐 = 𝛼1. 𝑙𝑏. ≥ 55 − 17 𝑐𝑚
𝐴𝑠𝑒𝑓𝑒𝑡 10∅ − 12,5 𝑚𝑚 𝑜𝑢 16,0𝑚𝑚
{ 10,0 𝑐𝑚 − 10 𝑐𝑚
48
Momento Sem gancho Com gancho As cal As efet lbnec al
kN.m (cm) (cm) (cm²) (cm²) (cm)
Negativo 110* - 70 5,42 6,03 63 70
40,9 - 78 1,80 3,68 38 70
62,7 - 78 3,04 3,68 64 70
16,7* - 78 1,25 3,68 26 70
Positivo 53,1 - 55 0,39 3,68 17 70
10,5 - 55 2,02 3,68 30 70
28,5 - 78 1,34 3,68 28 70

Não há extremidade pois existem balanços em ambas as extremidades.

49
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

50
Negativo

Tramo I (balanço)

Comprimento da ancoragem = 150 x 1,5 = 225 cm

Tramo II

Lado esquerdo

62,7
𝑀= = 20,9 𝑘𝑁. 𝑚
3
62,7 150
= 𝑥 = 50 𝑐𝑚
20,9 𝑥
62,7 150
= 𝑥 = 100 𝑐𝑚
41,8 𝑥

Lado direito

62,7 206
= 𝑥 = 69 𝑐𝑚
20,9 𝑥
67,7 206
= 𝑥 = 127 𝑐𝑚
41,8 𝑥

51
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Barras al lbnec Comp Comp Comp


(cm) (cm) (cm) (cm) total
356 LE 70 64 150 284 624
LD 70 64 206 340
227 LE 70 64 100 234 495
LD 70 64 127 261
LE 70 64 50 184 387
LD 70 64 69 203

Positivo

Trecho I
M = 10,5 kN.m q = 25 kN/m

10,5
𝑀= = 3,50 𝑘𝑁. 𝑚
3
2 𝑥 3,5
𝑥= √ = 0,53 𝑚 𝑥 2 = 1,06 𝑚 ≅ 1,10 𝑚
25

Comp = 70 + 55 + 110 + 55 + 70 = 360 cm


O vão é 390 cm, barra a direita.

Armadura de torção

Todas as vigas, igual ou superior a 60 cm utilizar armadura de torção.

𝐴𝑠 = 0,10%. 𝐴𝑐 → 𝑛ã𝑜 𝑝𝑜𝑑𝑒 𝑝𝑎𝑠𝑠𝑎𝑟 𝐴𝑠 = 5 𝑐𝑚2

Espaçamento máximo = 20 cm

𝐴𝑠 = 0,10% 𝑥 30 𝑥 72 = 2,16 𝑐𝑚2 → 8∅6,3

4 barras por face.

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Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Bibliografia

Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6118:2007: Projeto de estruturas de


concreto armado – Procedimento. Rio de Janeiro, 2003.

CARVALHO, R. C.; FILHO, J. R. F. Cálculo e detalhamento de estruturas usuais de


concreto armado. 3ª edição. São Carlos: EduFSCar, 2009.

CLÍMACO, J.C. Estruturas de concreto armado – Fundamentos de projeto,


dimensionamento e verificação. 2ª Edição. Brasília, 2008.

PINHEIRO, L. M. Fundamentos do concreto e projeto de edifícios. São Carlos:


Universidade de São Paulo, Departamento de Engenharia de Estruturas, 2007.

SANTOS, E. D. Estrutura – Desenho de concreto armado Vol. II. 7ª Edição. São


Paulo: Nobel, 1985.

53
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Capítulo 12 - JULHO/2016

Vigas com seção transversal em forma de T ou L

Nas estruturas de concreto armado, com concreto moldado no local, na maioria


dos casos as lajes e as vigas que as suportam estão fisicamente interligadas (a não
ser que sejam tomadas medidas para que isso não ocorra), isto é, trabalham em
conjunto.
Quando a viga sofre uma deformação, parte da laje adjacente a ela (em um
lado – vigas L – ou em ambos os lados – vigas T) também se deforma, comportando-
se como se fosse parte da viga, colaborando assim em sua resistência. Dessa forma,
a viga incorpora parte da laje, e sua seção passa a ter a forma de um T ou um L
invertido, no caso das vigas de canto.

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Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Esse tipo de seção ocorre em vigas de pavimentos de edifícios comuns, com


lajes maciças, ou com lajes nervuradas com a linha neutra passando pela mesa, e em
vigas de pontes (figura abaixo), e etc.

12.1 Considerações

a) A parte vertical da viga é chama de alma (nervura) e a parte horizontal de mesa,


que podem ser compostas por duas, ou uma aba (partes salientes).

b) Uma viga de concreto armado, composta pela alma e duas abas, só será
considerada como seção T quando a mesa e a parte da alma estiverem
comprimidas (figura a), pois, dependendo do sentido de atuação do momento
fletor, apenas a parte superior da mesa ou inferior da alma estarão comprimidas
(essas partes tem a forma retangular), e como não se considera o concreto
resistente à tração, a viga será calculada como tendo a seção retangular (figura
b), de altura h.

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Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

 Como consequência os trechos de momentos negativos junto aos apoios (vigas


contínuas), provavelmente a seção da viga será retangular (como é o caso de
viga abaixo da laje), pois apenas a parte da alma estará comprimida.
 Outra consequência é que, no caso dos momentos positivos, a viga só será
considerada de seção T se a linha neutra estiver passando pela alma; caso
contrário, a região de concreto comprimida será retangular, com largura igual a
bf, e não haverá colaboração da alma e de parte da mesa, que estarão
tracionadas.

c) Algumas normas proíbem o cálculo de vigas com seção T em vãos em que


exista carga concentrada. Outras permitem o cálculo desde que se reduza o
valor de bf com a aplicação de um fator de redução (1 – Mp/Mt), em que Mp é o
momento da carga concentrada e Mt o momento da carga total (MORAES,
1982). Mas a norma brasileira não aborda essa questão.

Observação:

Para os momentos positivos (alma na parte inferior) a mesa é comprimida, então,


devemos estudar a seção como em T. Se a viga é invertida (alma na parte superior),
a conclusão que se chegou para os momentos negativos é que a região tracionada é
a superior, então, a mesa estará sujeita a esforços de compressão.

d) Na situação em que a linha neutra passa pela alma da seção, é possível fazer
o cálculo em duas etapas: primeiro calcula-se inicialmente o momento resistido
pelas abas e depois o momento restante é absorvido pela alma.

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Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

12.2 Largura colaborante da laje

Não é toda largura da laje adjacente que colabora com a resistência da viga,
apenas uma parte da laje, mais próxima à viga colabora com ela. A parte bf que pode
ser considerada colaborando, é definida como a soma da largura da alma b w, com as
distâncias das extremidades das mesas às faces da alma: b 1 é o lado interno onde
existe uma viga adjacente, e b3 do lado externo, no caso de haver bordo sem viga,
que também é valido para viga T isolada, como é comum no caso de peças pré-
moldadas.

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Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

O item 14.6.2.2 da NBR 6118 define limita os valores das abas da seguinte
forma:

Onde:

bw = largura rela da alma;


ba = é a largura da nervura fictícia obtida aumentando-se a largura real para cada lado
de valor igual ao do menor cateto do triângulo da mísula correspondente;
b2 = é a distância entre as faces das nervuras fictícias sucessivas; e
a = distância entre os pontos de momento nulo, medida ao longo do eixo da viga, em
cada tramo, podendo ser obtida diretamente do diagrama de momentos fletores, ou
pelos seguintes valores:

 Viga simplesmente apoiada → a = l

 Viga com momento em uma só extremidade → a = 0,75 . l

 Tramo com momento nas duas extremidades → a = 0,6 . l

 Viga em balanço → a = 2 . l

Conforme a posição das vigas, podemos deduzir seguintes equações para o cálculo
de bf:

a) Para seções em T com duas vigas adjacentes:

bf = bw + b1,esq + b1,dir

b) Seção em T com viga adjacente e um bordo livre:

bf = bw + b1 + b3

c) Seção em T isolada:

b f = b w + 2 . b3

d) Seção de viga extrema (em L):

bf = b w + b 1
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12.3 Verificação da posição da linha neutra

Será mostrado duas formas para verificação da posição da linha neutra, sendo
que a primeira é feita por meio do cálculo com as formulas adimensionais (onde você
encontra a posição da linha neutra); já pela segunda forma você encontra um valor de
comparação para verificar onde a linha neutra passará.

12.3.1 Exemplo para o cálculo com as fórmulas adimensionais

Considerando a figura abaixo que está submetida ao momento Md = 6770 kNm


iremos determinar a posição da linha neutra. Dados: Aço CA-50 e fck = 26 MPa (26000
kN/m²).

KMD = Md / bw . d² . fcd = 6770 / 1,7 . 1,75² . 26000/1,4 = 0,07

KMD = 0,07 → KX = 0,1076

x = KX . d = 0,108 . 1,75 = 0,19 m < hf = 0,20 m

A linha neutra está na mesa e a seção é retangular.

Agora, consideraremos para o cálculo um momento Md = 10000 kNm.

KMD = 10000 / 1,7 . 1,75² . 26000/1,4 = 0,103

KMD = 0,103 → KX = 0,1654

x = 0,1654 . 1,75 = 0,29 m > hf = 0,2 m

Assim, nesse caso, a linha neutra está fora da mesa, tratando-se de seção em T.
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12.3.2 Altura útil de comparação

Outra forma de calcular a posição da linha neutra pode ser dada usando a
equação abaixo:

do = ( Md / 0,85 . fcd . bf . hf ) + hf / 2

Sabendo que do é a altura útil de comparação, e d a altura real da viga, para


sabermos se a linha neutra passa pela mesa da seção, procedemos da seguinte
forma:

 Se d = do → y = hf: linha neutra fictícia tangente à mesa;


 Se d > do → y < hf: linha neutra fictícia dentro da mesa; e
 Se d < do → y > hf: linha neutra fictícia dentro da nervura.

Sendo assim, nas duas primeiras situações a zona comprimida da seção será
retangular, enquanto, na terceira, a linha neutra estará situada dentro da nervura, com
a zona comprimida assumindo a forma de T.

Exemplo:

Calculando o exemplo do item anterior, pela segunda forma:

a) Calculando com o momento Md = 6770 kNm, em que foi encontrada a seção


retangular pelo método adimensional:

do = ( 6770 / 0,85 . 1,7 . 0,2 . 26000/1,4 ) + 0,2 / 2

do = 1,36 m

1,75 m = d > 1,36 m = do → linha neutra fictícia dentro da mesa.

b) Calculando com o momento Md = 10000 kNm, onde foi encontrada seção em


T.

do = ( 10000 / 0,85 . 1,7 . 0,2 . 26000/1,4 ) + 0,2 / 2

do = 1,96 m

1,75 m = d < 1,96 m = do → linha neutra dentro da alma.

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12.4 Dimensionamento

12.4.1 Quando se tem a linha neutra dentro da mesa

Com a linha neutra fictícia no interior da mesa, ou, no limite, tangente à face
inferior da mesa, a zona comprimida da seção é retangular. Dessa forma, o cálculo
pode ser feito como uma seção retangular de largura bf e altura h, e como já sabemos,
abaixo da linha neutra, deve ser considerada apenas a armadura para fins de cálculo.

KMD = Md / bf . d² . fcd

As = Md / KZ . d . fyd

12.4.2 Quando se tem a linha neutra passando na alma da viga

Quando a linha neutra encontra-se dentro da alma, o cálculo deve ser feito
levando em consideração a região da alma comprimida, que faz com que a mesa e a
alma assumam a forma de T. O cálculo da armadura deverá ser feito, dividindo-se o
momento de cálculo Md, em duas partes:

61
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a) Mdf = momento atuante nas abas da mesa, com largura bf – bw, e na zona
tracionada por uma parte da armadura de tração Asf.

Mdf = 0,85 . fcd . hf . ( bf – bw ) . ( d – hf / 2 )

Asf = Mdf / ( d – hf / 2 ) . fyd

b) Mdw = Md – Mdf = é o momento que será resistido pela seção retangular de


largura bf e altura h, garantindo o equilíbrio com uma segunda parte da
armadura de tração Asw relativa à esse momento.

Mdw = Md - Mdf

KMD = Mdw / bw . d² . fcd

Asw = Mdw / KZ . d . fyd

Assim, a área total de armadura de tração será As = Asf + Asw.

12.4.3 Armadura mínima

É comum no dimensionamento de vigas T, principalmente quando a linha


neutra passa na mesa, encontrar valores para os coeficientes adimensionais abaixo
do limite inferior da tabela. Nesse caso, aplicam-se as taxas mínimas de armadura,
sendo referidas a área de concreto de toda a seção T, ou seja, a alma com a laje
colaborante, podendo ser calculada da seguinte maneira:

Ac = b w . h + ( b f – b w ) . h f

Asmin = ρmin . Ac

12.5 Exercício

Calcular uma viga biapoiada, sendo ela uma viga T. Classe I, aço CA-50,
concreto usinado e brita gnaisses. Esta viga está localizada em um prédio comercial
(os esforços desta viga são iguais do exercício anterior de armadura dupla).

Mmax = 202,5 kN.m


V = 135 kN
Vão = 600 cm

62
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hf = 12 cm = espessura da laje
hal = 43 cm
bf = 145 cm
bw = 25 cm

𝑏4 = 600
𝑏3 ≤ {
0,10. 𝑎 = 0,10𝑥600 = 60 𝑐𝑚
𝑏𝑓 = 𝑏𝑤 + 2𝑏3 = 20 + 2 𝑥 60 = 140 𝑐𝑚

Verificação da linha neutra

𝑀𝑑 ℎ𝑓
𝑑𝑜 = +
0,85. 𝐹𝑐𝑑. 𝑏𝑓. ℎ𝑓 2
𝑀𝑠𝑑 = 202,5 𝑥 1,4 𝑥 100 = 28350 𝑘𝑁. 𝑐𝑚
28350 12
𝑑𝑜 = + = 19,9 𝑐𝑚
0,85 𝑥 1,43 𝑥 140 𝑥 12 2
𝑑 ≥ 𝑑𝑜 → 52,5 𝑐𝑚 ≥ 19,9 𝑐𝑚
𝑌 ≤ ℎ𝑓 (𝐿𝑁 𝑑𝑒𝑛𝑡𝑟𝑜 𝑑𝑎 𝑚𝑒𝑠𝑎)

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𝑀𝑠𝑑 28350
𝐾𝑀𝑑 = = = 0,051
𝑏𝑓 . 𝑑2 . 𝐹𝑐𝑑 140 𝑥 52,52 𝑥 1,43
𝑘𝑧 = 0,956 → 𝑘𝑥 = 0,110
𝑌 = 𝑘𝑥. 𝑑 = 0,110 𝑥 52,5 𝑐𝑚 = 5,78 𝑐𝑚 = 6 𝑐𝑚 (𝐿𝑁 𝑑𝑒𝑛𝑡𝑟𝑜 𝑑𝑎 𝑚𝑒𝑠𝑎)
𝑀𝑠𝑑 28350
𝐴𝑠 = = = 12,99 𝑐𝑚2
𝑘𝑧 . 𝑑 . 𝐹𝑦𝑑 0,956 𝑥 52,5 𝑥 43,48
𝐴𝑠 = 12,99 𝑐𝑚2 → 5∅20,0𝑚𝑚 (𝐴𝑠 = 15,71 𝑐𝑚2 )

Cálculo da flecha

Cálculo da flecha imediata

5 𝑃𝐿𝑥 4
𝑎𝑖 = 𝑥
384 𝐸𝐼

At = bf x hf + hal x bw
At = 140 x 12 + 43 x 25 = 2755 cm²

𝑏𝑓ℎ3 𝑏3ℎ𝑎𝑙 3
𝐼𝑐 = ( − 2 ) − 𝑎𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙. 𝑌𝑔2
3 3
𝑎𝑟𝑒𝑎 𝑥 𝑐𝑔1 + 𝑎𝑟𝑒𝑎 𝑥 𝑐𝑔2 1680 𝑥 49 + 1075 𝑥 21,5
𝑌𝑔 = = = 38,3 𝑐𝑚
𝑎𝑟𝑒𝑎𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 2755
140 𝑥 553 60 𝑥 433
𝐼𝑐 = ( − 2 ) − 2755 𝑥 38,32 = 513266,92 𝑐𝑚4
3 3
64
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𝑘𝑁
𝐸𝑐𝑠 = 0,85 𝑥 1,0 𝑥 5600 𝑥 √20 = 2129
𝑐𝑚2
𝐸𝑐𝑠. 𝐼𝑐 = 513266,92 𝑥 2129 = 1092745273
𝐸𝑐𝑠. 𝐼𝑐 = 0,4 𝑥 1092745273 = 437098104 = 4,37 𝑥 108
5 (0,35 + 0,4 𝑥 0,10)𝑥 6004
𝑎𝑖 = 𝑥 = 1,51 𝑐𝑚
384 4,37 𝑥 108

Cálculo da flecha deferida

∆𝜀 1,42
𝑎𝑓 = ′
= = 1,41
1 + 50𝑝 1 + 50 𝑥 0,00013
𝐴′ 𝑠 0,40 𝑐𝑚2
𝑝′ = = = 0,00013
𝐴𝑐 3115 𝑐𝑚2
∆𝜀 = (𝑡∞ = 2) − (𝑡1𝑚𝑒𝑠 = 0,68) = 1,42

Cálculo da flecha total

𝑎𝑓𝑡 = 𝑎𝑖(1 + 𝑎𝑓) = 1,51(1 + 1,41) = 3,64 𝑐𝑚


𝐿𝑥 600
𝑎𝑎𝑑𝑚 = = = 2,40 𝑐𝑚
250 250
𝑎𝑎𝑑𝑚 > 𝑎𝑓𝑡 → 𝑛ã𝑜 𝑝𝑎𝑠𝑠𝑜𝑢

Contra flecha

acf = 3,64 cm – 2,40 cm = 1,24 cm  = 1,50 cm

600
𝑎𝑐𝑓 = = 1,71 𝑐𝑚
350
𝑎𝑐𝑓𝑎𝑑𝑚 > 𝑎𝑐𝑓 = 𝑜𝑘
Cálculo da armadura transversal

𝑉𝑠𝑑𝑚𝑎𝑥 = 1,4 𝑥 135 = 189 𝑘𝑁

Verificação do concreto

𝑉𝑟𝑑2 = 0,27 . 𝛼𝑣2 . 𝐹𝑐𝑑 . 𝐴𝑐


𝐴𝑐 = 140 𝑥 12 + 20 𝑥 40,5 = 2490 𝑐𝑚2
𝑉𝑟𝑑2 = 0,27 𝑥 0,920 𝑥 1,43 𝑥 2490 = 884,5 𝑘𝑁
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𝑉𝑠𝑑𝑚𝑎𝑥 ≤ 𝑉𝑟𝑑2 → 𝑜𝑘

Obs.: a biela comprimida não romperá

Cálculo da armadura transversal máxima

𝑉𝑠𝑤 = 𝑉𝑠𝑑 − 𝑉𝑐
3
𝑉𝑐 = 0,009 𝑥 √202 𝑥 2490 = 165 𝑘𝑁
𝑉𝑠𝑤 = 189 − 165 = 24 𝑘𝑁
𝐴𝑠 𝑉𝑠𝑤 24
= = = 0,40 𝑐𝑚2
𝑠 0,9 𝑥 𝑑 𝑥 𝐹𝑐𝑑 0,9 𝑥 52,5 𝑥 1,21
0,40
𝐴𝑠 = = 0,20 𝑐𝑚2
2

Cálculo da armadura mínima

𝐴𝑠𝑤𝑚𝑖𝑛
= 𝑝𝑤𝑚𝑖𝑛 𝑥 𝑏𝑤 = 0,00844 𝑥 20
𝑠
1,69
𝐴𝑠𝑤𝑚𝑖𝑛 = = 0,85 𝑐𝑚² → ∅5 𝑐 / 20
2

Espaçamento máximo

𝑉𝑠𝑑 ≤ 0,67 𝑥 𝑉𝑟𝑑2


189 𝑘𝑁 ≤ 0,67 𝑥 884,5 𝑘𝑁
0,6 𝑥 52,5 ≤ 30 𝑐𝑚
31 𝑐𝑚 ≤ 30 𝑐𝑚

Cortante mínimo

0,0884
𝑉𝑠𝑤𝑚𝑖𝑛 = 𝑥 0,9 𝑥 2490 𝑥 43,48 = 82 𝑘𝑁
100

Adotaremos o intervalo de cortante mínimo

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135 3,00 82 𝑥 3,00


= 𝑥= = 182 𝑐𝑚
82 𝑥 135

Aderência e decalagem

𝑉𝑠𝑑𝑚𝑎𝑥
𝑎𝑙 = 𝑑 𝑥 [ ] ≤ 0,5. 𝑑
2(𝑉𝑠𝑑𝑚𝑎𝑥 − 𝑉𝑐)

𝑉𝑐 = 165 𝑘𝑁
189
𝑎𝑙 = 52,5 𝑥 [ ] ≤ 0,5 𝑥 52,5
2(189 − 165)
𝑎𝑙 = 206,72 ≤ 26,3

Adotar 26,3 cm = 27 cm

Aderência

𝑐 − 20𝑀𝑃𝑎
∅𝑙 = 20𝑚𝑚
𝑙𝑏 { = 87𝑐𝑚
𝑧𝑜𝑛𝑎 𝑑𝑒 𝑏𝑜𝑎 𝑎𝑑𝑒𝑟𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎
𝑠𝑒𝑚 𝑔𝑎𝑛𝑐ℎ𝑜

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Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

𝑐 − 20𝑀𝑃𝑎
∅𝑙 = 20𝑚𝑚
𝑙𝑏 { = 61𝑐𝑚
𝑧𝑜𝑛𝑎 𝑑𝑒 𝑏𝑜𝑎 𝑎𝑑𝑒𝑟𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎
𝑐𝑜𝑚 𝑔𝑎𝑛𝑐ℎ𝑜

𝐴𝑠𝑐𝑎𝑙 12,99
𝑙𝑏𝑛𝑒𝑐 = 𝛼 . 𝑙𝑏 . = 0,7 𝑥 61 𝑥 12,99 𝑥 = 35 𝑐𝑚
𝐴𝑠𝑒𝑓𝑒 15,71

𝐴𝑠𝑐𝑎𝑙 12,99
𝑙𝑏𝑛𝑒𝑐 = 𝛼 . 𝑙𝑏 . = 1,0 𝑥 87 𝑥 12,99 𝑥 = 72 𝑐𝑚
𝐴𝑠𝑒𝑓𝑒 15,71

Decalagem da armadura positiva

Diagrama de momento fletor

São 5 barras M = 202,5/5 = 40,5 kN.m

Obs.: armadura que vai até o apoio  2 barras ou 1/3 das barras
Comprimento da armadura

2𝑀 2 𝑥 121,5
M = 121,5 kN.m 𝑥2 = = = 2,32 𝑚
𝑞 45
q = 45 kN

2𝑀 2 𝑥 81
M = 81 kN.m 𝑥2 = = = 1,90 𝑚
𝑞 45

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2𝑀 2 𝑥 40,5
M = 40,5 kN.m 𝑥² = = = 1,34 𝑚
𝑞 45

Momento al lbnec Comprimento lbnec al Total


kN.m (cm) (cm) (cm) x2 (cm) (cm) (cm)
121 27 35 464 35 27 588
81 27 35 380 35 27 504
40,5 27 35 268 35 27 392

Obs.: a barra irá direto de apoio a apoio.

Bibliografia

Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6118:2007: Projeto de estruturas de


concreto armado – Procedimento. Rio de Janeiro, 2003.

CARVALHO, R. C.; FILHO, J. R. F. Cálculo e detalhamento de estruturas usuais de


concreto armado. 3ª edição. São Carlos: EduFSCar, 2009.

CLÍMACO, J.C. Estruturas de concreto armado – Fundamentos de projeto,


dimensionamento e verificação. 2ª Edição. Brasília, 2008.

PINHEIRO, L. M. Fundamentos do concreto e projeto de edifícios. São Carlos:


Universidade de São Paulo, Departamento de Engenharia de Estruturas, 2007.

ROCHA, A. M. Novo curso prático de concreto armado Vol. I. 16 Edição. Rio de Janeiro:
Editora Científica, 1978.

69
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Capítulo 13 – JANEIRO/2016

Lajes Nervuradas

Uma laje nervurada é constituída por um conjunto de vigas que se cruzam,


solidarizadas pela mesa. Já segundo a NBR 6118:2014, lajes nervuradas são “lajes
moldadas no local ou com nervuras pré-moldadas, cuja zona de tração é constituída por
nervuras entre as quais pode ser colocado material inerte”. Assim, esse elemento estrutural
terá comportamento intermediário entre o de laje e o de grelha.
A escolha do sistema estrutural mais adequado para um determinado pavimento,
assim como a definição do processo construtivo a ser utilizado, deve ser feito considerando
alguns parâmetros, como: finalidade da edificação; projeto arquitetônico; cargas de
utilização; tamanhos dos vãos a vencer; disponibilidade de equipamentos, materiais e mão
de obra; custos e interação com os demais subsistemas construtivos da edificação.
Para pavimentos em que o menor vão a ser vencido pelas lajes é pequeno ou médio
(lajes com o menor vão inferior a 5 metros) e as cargas a serem suportadas não são muito
elevadas, normalmente se tem empregado as lajes maciças apoiadas em vigas (sistema
tradicional), uma vez que a espessura demandada pelas lajes, nesta situação, é pequena.
Por outro lado, para grandes vãos, as lajes maciças podem ser antieconômicas, pois a
espessura necessária da laje, para atender ao estado limite último e ao critério de pequenos
deslocamentos transversais, certamente será elevada.
Dessa maneira, é interessante utilizar um sistema estrutural que tenha
comportamento semelhante ao das lajes maciças, porém com a eficiência das vigas na
flexão, ou seja, grande inércia e peso próprio relativamente pequeno. As lajes de concreto
armado com nervuras quase sempre atendem a esses requisitos, essas lajes representam
um avanço em relação às maciças por necessitarem, em geral, de menor quantidade de
material, principalmente quando os vãos são grandes.
Abaixo seguem algumas das vantagens das lajes nervuradas:

 Permite grandes vãos, liberando espaços, o que é vantajoso em locais como


garagens, onde os pilares, além de dificultarem as manobras, ocupam regiões que
poderiam ser usadas como vagas;
 Podem ser construídas com a mesma tecnologia empregada nas lajes maciças;
 Grande versatilidade de aplicações;
 Consomem menos concreto e aço que outros sistemas similares, diminuindo o pelo
próprio e aliviando as fundações; e
 Pelas suas características (como grande altura e pequeno peso próprio), podem
suportar cargas mais elevadas que as demais.
As lajes nervuradas apresentam também algumas pequenas desvantagens,
podendo-se citar como principais a dificuldade na passagem de tubulações e a demanda
por alturas maiores de pé-direito em cada andar.

13.1 Tipos de lajes nervuradas

70
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

13.1.1 Lajes com nervuras pré-moldadas

As lajes pré-fabricadas dividem-se em nervuradas com vigotas, lajes alveolares de


duplo T. nas lajes pré-fabricadas com vigotas, estas podem ser do tipo trilho ou com treliça.
Abaixo podem ser vistas figuras com a representação das lajes.

Nas normas brasileiras, essas lajes são chamadas de pré-fabricadas, e as normas


que tratam dessas lajes, são as seguintes: NBR 14859-1, NBR 14859-2, NBR 14860-1,
NBR 14860-2 e NBR 14861.
Como vimos, essas lajes são compostas por elementos pré-moldados chamados de
vigotas, lajotas (que normalmente é cerâmica) e por uma capa de concreto moldada no
local. A armadura do elemento tipo trilho é composta por barras retas colocadas na sua
parte inferior. Em relação ao elemento tipo treliça, sua armadura é uma treliça espacial de
aço composta por três banzos paralelos e diagonais laterais de forma senoidal.
Os elementos pré-moldados, nas fases de montagem e concretagem, são os
elementos resistentes do sistema e têm capacidade para suportar, além do seu peso
próprio, a ação das lajotas, do concreto da capa e de uma pequena carga acidental para
um vão, normalmente de até 1,5 m. desta maneira, o escoramento necessário para
executar uma laje deste tipo não requer grande número de pontaletes ou escoras. Além
disso, para executar a concretagem da capa não é necessário o uso de fôrmas, como é o
caso das lajes maciças de concreto, pois o elemento pré-moldado e a lajota fazem este
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Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

papel. Assim, duas outras grandes vantagens desse tipo de lajes são não se gastar fôrmas
e pouco escoramento.
As seções transversais das lajes com vigotas tipo trilho em concreto armada são
mostradas a seguir.

Na NBR 14859-1 no item 3.1.3, é admitida armadura longitudinal complementar


apenas em lajes treliçadas, quando houver impossibilidade de ser colocada na vigota
treliçada toda a armadura passiva inferior de tração necessária.
Ainda de acordo com a NBR 14859-1, deve ser colocada uma armadura de
distribuição posicionada na capa, nas direções transversal e longitudinal, para distribuições
das tensões oriundas de cargas concentradas e para o controle da fissuração. Conforme o
item 5.6, essa armadura deve ter no mínimo 0,9 cm²/m para aços CA-25 e de 0,6 cm²/m
para aços CA-50, CA-60 e tela soldada, contendo três barras por metro pelo menos.
No caso em que se deseja nervuras longitudinais contínuas, deve ser disposta na
capa, sobre os apoios, nas extremidades das vigotas e no mesmo alinhamento da nervura
uma armadura superior de tração.
Abaixo será descrito as etapas, para a execução de pavimentos de lajes pré-
moldadas:

1) Nivelamento e acerto do piso e execução do escoramento;


2) Colocação das vigotas, posicionando as lajotas (ou outro material de enchimento)
nas extremidades como gabarito do espaçamento entre vigotas; sendo possíveis
duas situações:
 Apoio das vigotas sobre estrutura de concreto armado: as vigotas devem apoiar-
se sobre as fôrmas, após estas estarem alinhadas, niveladas, escoradas e com a
armadura colocada e posicionada; devem penetrar nos apoios pelo menos 5 cm e
no máximo igual à metade da largura da viga; a concretagem das vigas deve ser
feita simultânea à execução da capa.
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Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

 Apoio das vigotas diretamente sobre a alvenaria: neste caso, deve-se respaldar
a alvenaria e distribuir uma ferragem sobre ela de modo a formar uma cinta de
solidarização; as vigotas devem penetrar nos apoios de modo semelhante ao
anterior, e a concretagem da cinta também deve ser simultânea à da capa.
3) Colocação dos elementos de enchimento;
4) Colocação das armaduras de distribuição negativa;
5) Limpeza da interface entre as nervuras e o concreto a ser lançado;
6) Concretagem da capa de concreto;
7) Retirada do escoramento, que deve ocorrer aproximadamente 15 dias após o
lançamento do concreto. Nos edifícios de múltiplos pavimentos, o escoramento do
piso inferior não deve ser retirado antes do término da laje imediatamente superior.

13.1.2 Lajes nervuradas moldadas no local

Para esse tipo de laje, todas as etapas de execução são realizadas no local.
Portanto, é necessário o uso de fôrmas e de escoramentos, além de material de
enchimento.
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Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

O tipo mais comum (considerado como laje nervurada normal) são aquelas em que
as nervuras são localizadas na parte inferior, possuindo uma mesa superior de concreto
(como pode ser observado na figura abaixo).

Nestas, os espaços entre as nervuras ficam vazios ou são ocupados por blocos sem
função estrutural. Estas são as de uso mais frequente, em que as nervuras, juntamente
com as mesas, têm, na seção transversal a forma de um T, sendo, portanto, bastante
eficientes para resistir aos momentos fletores positivos (que tracionam a região inferior, e
comprimem a superior), o que já não ocorre para os momentos fletores negativos, pois
ocorre a situação inversa. Dessa forma, como diretriz inicial de projeto, deve-se admitir que
as lajes nervuradas funcionem sem engastes totais em seu contorno, reduzindo os
momentos negativos aos valores limitados pela capacidade resistente da nervura à
compressão.

13.2 Materiais de enchimento

Como vimos, uma das principais características das lajes nervuras é a diminuição da
quantidade de concreto, na região tracionada, podendo-se usar um material de enchimento.
Além de reduzir o consumo de concreto, há um alívio do peso próprio. Portanto, o material
de enchimento deve ser o mais leve possível, mas com resistência suficiente para suportar
as operações de execução. Deve-se ressaltar que a resistência do material de enchimento
não é considerada no cálculo da laje.
Podem ser utilizados vários tipos de materiais de enchimento, entre os quais: blocos
cerâmicos, blocos vazados de concreto e blocos de EPS polipropileno expandido (isopor).
Esses enchimentos podem ser substituídos por vazios obtidos com fôrmas reaproveitáveis
de PVC.

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Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

13.3 Considerações de projeto

São reproduzidas a seguir as recomendações da NBR 6118:2014 em relação às


dimensões limites, vãos efetivos e aberturas para lajes nervuradas.

13.3.1 Dimensões mínimas

13.3.1.1 Espessura da mesa

Segue as recomendações para a espessura (hf) mínima da mesa:

 Quando não houver tubulações horizontais embutidas, a espessura da mesa deve


ser maior ou igual a 1/15 da distância entre nervuras e não menor que 4 cm.
 O valor mínimo absoluto da espessura da mesa deve ser 5 cm, quando existirem
tubulações embutidas de diâmetro menor ou igual a 10 mm. Para tubulações com
diâmetro Φ maior que 10 mm, a mesa deve ter a espessura mínima de 4 cm + Φ ou
4 cm + 2Φ no caso de haver cruzamento desta tubulação.

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Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

13.3.1.2 Largura das nervuras

Para as recomendações da largura mínima para as nervuras (bw) temos:

 A largura mínima das nervuras não pode ser inferior a 5 cm.


 Não é permitido o uso de armadura de compressão em nervuras de espessura
inferior a 8 cm.

13.3.1.3 Espaçamento entre as nervuras (a)

 Para lajes com espaçamento entre eixos de nervuras menor ou igual a 65 cm, pode
ser dispensada a verificação da flexão da mesa, e para a verificação do cisalhamento
da região das nervuras, permite-se utilizar os critérios utilizados para as lajes;
 Para as lajes com espaçamento entre eixos de nervuras entre 65 cm e 110 cm, exige-
se a verificação da flexão da mesa e as nervuras devem ser verificadas ao
cisalhamento como vigas; permite-se essa verificação como lajes se o espaçamento
entre eixos de nervuras for até 90 cm e a largura média das nervuras for maior que
12 cm.
 Para lajes nervuradas com espaçamento entre eixos de nervuras maior que 110 cm,
a mesa deve ser projetada como laje maciça, apoiada na grelha de vigas,
respeitando-se seus limites mínimos de espessura.

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Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Dimensões a observar na seção transversal de lajes nervuras (NBR 6118:2014).

13.3.2 Vinculação

Para as lajes nervuradas, procura-se evitar engastes e balanços, visto que, nesses
casos, tem-se esforço de compressão na face inferior, região em que a área de concreto é
reduzida. Nos casos em que o engastamento for necessário, duas providências são
possíveis:

 Limitar o momento fletor ao valor correspondente à resistência da nervura à


compressão; e
 Utilizar a mesa na parte inferior (situação que pode acarretar grande mão-de-obra).

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13.3.3 Vãos efetivos

De acordo com o item 14.7.2.2 da NBR 6118:2014, quando os apoios puderem ser
considerados suficientemente rígidos quanto à translação vertical, o vão efetivo das lajes
deve ser calculado pela seguinte expressão:

lef = l0+ a1 + a2

Onde:
a1= menor valor entre t1/2 e 0,3h
a2 = menor valor entre t2/2 e 0,3h

Conforme o item 14.6.2.4 da NBR 6118:2014

Vão efetivos de lajes (Figura 14.5 da NBR 6118:2014).

13.3.4 Aberturas

Como sabemos os furos ou aberturas em elementos estruturais dão origem a uma


concentração de tensões que podem ser prejudiciais. Considera-se que furos têm
dimensões pequenas em relação ao elemento estrutural, enquanto as aberturas não. A
NBR 6118:2014 em seu item 13.2.5 estabelece que um conjunto de furos próximos deva
ser tratado como abertura.
Entretanto, as aberturas em lajes normalmente são necessárias, principalmente para
dar passagem às instalações prediais (como água, esgoto, elétrica, etc.). De acordo com o
item 13.2.5.2 da Norma, quando forem previstas aberturas em lajes lisas ou lajes-cogumelo,
seu efeito na resistência e na deformação deve ser sempre verificado e não devem ser
ultrapassados os limites previstos pela norma. Ainda segundo este item, outros tipos de

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Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

lajes podem ser dispensadas dessa verificação, devendo ser armadas em duas direções,
e verificadas, simultaneamente, as condições que se seguem:

 As dimensões de abertura devem corresponder no máximo a 1/10 do menor vão ( lx);


 A distância entre a face de uma abertura e uma borda livre da laje deve ser igual ou
maior que ¼ do vão, na direção considerada; e
 A distância entre as faces de aberturas adjacentes deve ser maior que a metade do
menor vão.

13.3.5 Armadura de distribuição e estribos

A NBR 6118:2014 estabelece que a armadura secundária de flexão em lajes deve


ser igual ou superior a 20% da armadura principal, devendo-se manter ainda um
espaçamento entre barras de no máximo 33 cm, e que a emenda dessas barras deve
respeitar os mesmos critérios de emenda das barras da armadura principal; no item 19.3.3.2
da norma, estabelece que para lajes armadas em uma direção, esta armadura por metro
deve ser superior a 0,9 cm².
Já os estribos em lajes nervuradas, quando necessários não devem ter espaçamento
superior a 20 cm.

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Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

13.4 Reações em lajes nervuradas armadas em uma direção

No caso de lajes pré-moldadas unidirecionais (com a disposição das vigotas em uma


só direção) na direção do menor vão, simplesmente apoiadas na extremidade, às vigas que
esses elementos se apoiam é que recebem a maior parte da carga. Isso pode configurar
em uma desvantagem, pois, além de terem um esforço de flexão maior quando comparadas
às placas maciças, concentram quase toda a carga em uma só direção.
Usualmente, admite-se que a ação das lajes pré-moldadas ocorre apenas nas vigas
em que os elementos se apoiam, não considerando qualquer ação das lajes nas vigas
paralelas às vigotas. Mas, após vários estudos, e por motivos de segurança, não é possível
admitir que as vigas paralelas aos trilhos não recebam qualquer carga proveniente da laje.
Portanto, recomenda-se que aproximadamente 25% da carga total seja transmitida a essas
vigas.
É importante destacar que, quando se considera uma fração da ação para as vigas
em uma direção, o valor para a outra direção é fixado automaticamente, pois a soma das
ações em todas as vigas deve resultar na ação total sobre o pavimento. Assim, ao optar,
por exemplo, por usa um valor de 80% para a direção x, e esse valor for a favor da
segurança, na outra direção estará sendo considerada ação menor que a real. Dessa

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maneira, podem ser usados dois tipos de procedimento, que podem ser chamados de
processo simplificado e processo racional.
No processo simplificado, admite-se que nas vigas perpendiculares às nervuras
(direção y) atue toda a carga proveniente da laje, e que nas vigas paralelas (direção x) atue
25% dessa carga ou seja, se na laje a carga atuante total for P, nos cálculos das vigas será
empregada uma carga de 1,25.P, sendo, portanto, a favor da segurança.
Neste caso, as expressões para o cálculo das reações nas vigas são:

 Vigas perpendiculares às nervuras

pvy = p .lx / 2

 Vigas paralelas às nervuras

pvx = 0,25 .p .ly / 2

Onde:
p = carga uniformemente distribuída
lx = valor do vão na direção paralela às nervuras
ly = vão na direção perpendicular às nervuras

13.5 Determinação das flechas

No projeto de lajes com vigotas pré-moldadas é de vital importância o cálculo das


flechas (deslocamento máximo). Sugere-se que, a favor da segurança, ele seja feito
considerando-as com o comportamento de elementos isolados.
Assim, a flecha máxima, ainda sem os efeitos da fluência do concreto, para a
situação de nervuras simplesmente apoiadas nas extremidades, é representada por:

a = ( C1. p .l4 ) / ( Ec.Im )


Onde:
p = ação atuante em uma nervura
l = vão do tramo (normalmente a distância entre os eixos das vigas de apoio) da nervura
Ec = módulo de deformabilidade do concreto
Im = inércia média
C1 = De acordo com a vinculação, como se segue no quadro abaixo.

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13.6 Dimensionamento
Na determinação dos esforços solicitantes (momentos fletores e reações de apoio)
de lajes nervuradas temos duas situações a considerar:

Caso 1 – As espessuras das nervuras e o espaçamento entre elas são iguais nas duas direções

Neste caso calculamos os esforços solicitantes como em lajes maciças comuns


utilizando para tal qualquer tabela de lajes, exceto aquelas que têm como princípio básico
a teoria das linhas de ruptura.

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Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Caso 2 – As espessuras das nervuras e/ou espaçamento entre elas são diferentes nas duas direções.

Os esforços solicitantes são determinados, neste caso, utilizando-se a “teoria das


grelhas” que tem com princípio básico a compatibilidade das flechas das nervuras nas
direções a e b. Assim “quinhões de carga” são calculados para cada direção. Este
procedimento reduz o problema da bi-flexão das lajes em duas flexões ortogonais
“independentes”, desprezando-se portanto o efeito benéfico dos momentos volventes que
reduzem os momentos fletores positivos atuantes.

Teoria das grelhas

Se observarmos as expressões acima para determinação das flechas máximas em


vigas de um só tramo quando submetidas a cargas uniformemente distribuídas.
Portanto se, numa laje qualquer, considerarmos como representadora de cada
direção uma faixa de largura unitária podemos escrever:

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Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

13.7 Momento fletor e modelo de cálculo

Para analisar o momento fletor nas nervuras, é interessante observar a figura abaixo,
em que estão os diagramas de momentos da região central do pavimento para três casos
comuns.

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Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Como pode ser visto, a placa apresenta menores valores, e os resultados da laje
pré-moldada (indicada na figura como nervura) e dos elementos isolados são relativamente
próximos. Este fato permite recomendar que o momento máximo de uma nervura de laje
pré-moldada simplesmente apoiada seja calculado, a favor da segurança, como o de um
elemento isolado, expresso da seguinte forma:

Mmáx = p .l2 / 8

Onde:
p = carga
l = vão na direção da nervura

Observação: O dimensionamento à flexão deve ser feito como os demais elementos


fletidos, respeitando as recomendações quanto às dimensões limites, vãos, etc. Devem-se
iniciar com o cálculo da armadura longitudinal de flexão, pois as outras verificações
dependerão da taxa desta armadura.

O modelo de cálculo matemático para a laje, é um conjunto de vigas paralelas que


trabalham praticamente independentes, podendo ser adotada uma seção transversal em
forma de T. Além disso, nas lajes contínuas deve-se, antes de iniciar a concretagem da
capa de concreto, colocar a armadura junto à face superior do piso nas regiões de apoio

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Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

das nervuras para limitar a abertura das fissuras, mesmo que as nervuras sejam calculadas
como simplesmente apoiadas.
De acordo com o item 5.4 da NBR 14859-1, as vigotas devem ter uma largura mínima
de 4 cm.

As lajotas, que, como sabemos, podem ser cerâmicas ou de EPS, não trabalham
estruturalmente e apenas servem de fôrma para o concreto da capa. A capacidade
resistente do piso é estabelecida pelo trilho (ou treliça) e pela capa de concreto feita no
local. É importante que o peso da lajota seja o menor possível e a capacidade resistente de
concreto seja adequadamente resistente.
A resistência da nervura pré-moldada da laje tipo trilho, antes da concretagem da
capa, é estabelecida pelo concreto trabalhando à compressão e armadura, à tração. No
caso de laje tipo treliça, a resistência do elemento pré-moldado ocorre, praticamente, em
razão da treliça espacial de aço. Como a altura da treliça é maior que a do trilho, esta última
necessita, em princípio, de mais escoramento (menor vão entre as linhas de escoramento).
A treliça metálica serve também, após a concretagem da capa, como ligação entre o
concreto do elemento pré-moldado e o concreto da capa, melhorando o comportamento do
conjunto.
Com base no modelo descrito, é possível montar um procedimento de cálculo que
permite dimensionar a altura e a armadura longitudinal necessárias nas lajes pré-moldadas.
Na prática, costuma-se tabelar os resultados obtidos por esse procedimento, afim de que o
engenheiro possa usar determinada laje pré-moldada sem efetuar todo o cálculo.

13.8 Verificações

13.8.1 Flexão nas nervuras

Obtidos os momentos fletores por nervura, o cálculo da armadura necessária deve


ter em vista:

 No caso de mesa comprimida, a seção a ser considerada é uma seção em T. em


geral alinha neutra encontra-se na mesa, e a seção comporta-se como retangular
com seção resistente bf.h; e

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 No caso de mesa tracionada, quando não se tem laje dupla, a seção resistente é
retangular bw.h.

Vale lembrar que outros aspectos devem ser considerados: ancoragens nos apoios,
deslocamentos dos diagramas, armaduras mínimas, fissuração etc.
De acordo com o item 17.3.5.2.1 da NBR 6118:2014, as taxas mínimas de armadura
variam em função da forma da seção e do fck do concreto.
Nas seções do tipo T, a área da seção a ser considerada deve ser caracterizada pela
alma acrescida da mesa colaborante.

13.8.2 Cisalhamento nas nervuras

Nos itens 13.2.4.2 e 17.4.1.1.2-b da NBR 6118:2014, a verificação do cisalhamento


nas nervuras depende da distância entre os eixos.
Para nervuras com distância entre eixos menor ou igual a 65 cm, considerar os
critérios de laje para verificar o cisalhamento da região das nervuras; caso contrário, elas
devem ser verificadas como vigas. Ainda de acordo com o item 13.2.4.2, é permitida a
verificação ao cisalhamento como lajes para nervuras com espaçamento entre 65 cm e 90
cm, se a largura média das nervuras for maior que 12 cm. Para lajes nervuradas com
espaçamento entre eixos de nervuras maior que 110 cm, a mesa deve ser projetada como
laje maciça, apoiada na grelha de vigas, respeitando-se os seus limites mínimos de
espessura.
As lajes podem prescindir de armadura transversal para resistir aos esforços de
tração ocorridos em razão da força cortante, que conforme o item 19.4.1 da NBR
6118:2014, se essa força cortante solicitante de cálculo (VSd) for menor ou igual à
resistência de projeto ao cisalhamento (VRd1), para situação sem armadura de protensão (a
verificação também pode ser feita em termos de tensão, bastando dividir tudo por b w.h), ou
seja:

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Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

A verificação das bielas comprimidas do concreto em elementos ser armadura de


cisalhamento é feita comparando a força cortante solicitante de cálculo V Sd com a
resistência de cálculo VRd2, expressa por:

VRd2 = 0,5 . αv1.fcd.bw. 0,9 . d

Onde:
αv1 = ( 0,7 – fck/ 200 ) ≤ 0,5 (com o fck em MPa)
fcd = fck / 1,4 (resistência de cálculo do concreto)

13.8.3 Flexão na mesa

Para lajes com espaçamento entre eixos de nervuras entre 65 e 110 cm, exige-se a
verificação da flexão na mesa. Essa verificação também deve ser feita se existirem cargas
concentradas entre as nervuras.
A mesa pode ser considerada como um painel de lajes maciças contínuas apoiadas
nas nervuras. Essa continuidade implica em momentos negativos nesses apoios, devendo,
portanto, ser disposta armadura para resistir a essa solicitação, além da armadura positiva.
Outra possibilidade é considerar a mesa apoiada nas nervuras. Dessa forma, podem
ocorrem fissuras na ligação das mesas sobre as nervuras.

13.8.4 Cisalhamento na mesa

O cisalhamento nos painéis é verificado utilizando-se os critérios de lajes maciças.


Em geral, o cisalhamento somente terá importância na presença de cargas
concentradas de valor significativo. Recomenda-se, sempre que possível, que ações
concentradas atuem diretamente nas nervuras, de forma a evitar a necessidade de
armadura de cisalhamento na mesa.

13.8.5 Flechas

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Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

13.8.5.1 Flecha imediata


Flecha é o deslocamento transversal máximo da laje, considerando carregamento
uniforme. A flecha encontrada é elástica, sendo assim, não são considerados os efeitos de
fissuração e fluência.

𝜶 𝒃 𝒑 . 𝒍𝟒
𝒂 = . .
𝟏𝟎𝟎 𝟏𝟐 𝑬𝒄 . 𝑰
Onde:

p = carregamento distribuído;
α = coeficiente retirado da tabela,
l = menor vão da laje;
Ec = módulo de elasticidade do concreto; e
h = altura da laje.

Obs: Os valores de α são encontrados na apostila Tabelas Gerais de Concreto


Armado.

13.8.5.2 Flecha deferida

A parcela referente a flecha diferida, segundo a Norma, é decorrente das cargas de


longa duração, em função da fluência, e é calculada de maneira aproximada pela
multiplicação da flecha imediata pelo fator αf dado por:

Portanto, a flecha total é obtida multiplicando-se a flecha imediata por (1 + αf).

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13.8.5.3 Flecha limite

Os deslocamentos limites são valores práticos utilizados para verificação em serviço


do estado limite de deformações. São classificados em quatro grupos: aceitabilidade
sensorial, efeitos específicos, efeitos em elementos não estruturais e efeito em elementos
estruturais. Devem obedecer aos limites estabelecidos pela tabela 13.3 da NBR 6118:2014.

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Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

13.8.5.4 Contraflecha

De acordo com a NBR 6118:2014 os deslocamentos excessivos podem ser


parcialmente compensados por contraflechas. No caso de se adotar contraflecha de valor
a0, a flecha total a ser verificada passa a ser:

atot – a0 ≤ alim

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Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

alim = ℓ/350
Residencial - ℓ/350
(para contra-flecha)

A contraflecha a0 pode ser adotada como múltiplo de 0,5 cm, com valor estimado
pela soma da flecha imediata com a metade da flecha diferida, ou seja:

a0≈ ai + ( af / 2 )

13.9 Exercícios

Exercício 1
Dimensionar a laje nervurada abaixo, usamos aço CA-50 e sobrecarga de
2KN/m² (escritório NBR 6120) e peso do revestimento de 1 KN/m², classe I.

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Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Corte A-A

Verificar a flecha:
Cálculo do peso próprio
0,5 ∗ 𝑏2 = 0,5 ∗ 40 = 20𝑐𝑚
𝑏1 ≤ {
0,10 ∗ 𝑎 = 0,10 ∗ 840 = 84𝑐𝑚
b1 = 20cm
bf = 20cm +12cm + 20cm = 52cm

Vol.unidade = 0,52m * 0,52m * 0,25m = 0,06787 m³


Vol EPS(Enchimento) = 0,40m * 0,40m * 0,17m = 0,02240 m³
Valor do concreto = Vol.unidade – Vol EPS(Enchimento) = 0,06787m³ – 0,02240m³
Valor do concreto = 0,04547 m³

Carga da unidade = (0,04547m³ * 25KN/m³)+(0,02240m³ * 0,12KN/m³)= 1,14KN


Peso da unidade = 1,14KN/(0,52m*0,52m) = 4,22KN/m²

Carga na laje
q – Sobrecarga --------------- 2,0 KN/m²
g – Peso Próprio –
g1 – Peso revestimento ---- 1,0 KN/m²
g2 – Peso da laje ------------ 4,22 kN/m²
Total-----------------------------7,22 KN/m²

Volume de concreto = 0,04547m³/(0,52m * 0,52m) = 0,168 m³/m²

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Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Verificação da flecha

Usando a tabela de Bares, que não é da linha de ruptura.

ℓ𝑦 10,50
𝜆= = = 1,25
ℓ𝑥 8,40

Tipo I α = 7,08
𝛼 𝑏 𝑃 ∗ ℓ𝑥 4
𝑎𝑖 = ∗ ∗
100 12 𝐸𝑐𝑠 ∗ 𝐼𝑐

𝛼 = 7,08
𝑏 = 100𝑐𝑚
𝑃 = (𝑔 + 𝜑2 ∗ 𝑞) = (5,22 + 0,3 ∗ 2,0) = 5,82𝐾𝑁/𝑚2 0,00058KN/cm²
𝜑2 = 0,4 − 𝑐𝑜𝑚𝑒𝑟𝑐𝑖𝑎𝑙
ℓ𝑥 = 840𝑐𝑚
𝛼𝑏 = 𝐵𝑟𝑖𝑡𝑎 𝑐𝑎𝑙𝑐á𝑟𝑖𝑎 − 0,9
𝐸𝑐𝑠 = 0,85 ∗ 𝐸𝑐 = 0,85 ∗ 𝛼𝑏 ∗ 5600 ∗ √20 = 19158,6𝑀𝑝𝑎 − 1916𝐾𝑁/𝑐𝑚2

𝑏 ∗ ℎ3 100 ∗ 253
𝐼𝑐 = = = 130208,33𝑐𝑚4
12 12
7,08 100 0,00058 ∗ 8404
𝑎𝑖 = ∗ ∗ = 0,68𝑐𝑚
100 12 1916 ∗ 130208,33

Cálculo da inércia do concreto Ic

𝐴1 ∗ 𝛾𝑐𝑔 + 𝐴2 ∗ 𝛾𝑐𝑔 (8 ∗ 52) ∗ 21 + (17 ∗ 12) ∗ 8,5


𝛾𝑡 = = = 16,89𝑐𝑚
𝐴𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 (8 ∗ 52) + (17 ∗ 12)
𝑏 ∗ ℎ3 𝑏 ∗ ℎ3
𝐼𝑐 = ( − 2∗ ) − 𝐴 ∗ 𝑌𝐺 2
3 2
52 ∗ 253 20 ∗ 173
𝐼𝑐 = ( − 2∗ ) − 620 ∗ 16,892 = 28457,96 𝑐𝑚4
3 2
100 28457,96 ∗ 100
𝐼𝑐⁄𝑚 = 𝐼𝑐 ∗ = = 54726,85 𝑐𝑚4
𝑏𝑓 52

Cálculo do momento de fissuração


Caso o momento de serviço (Msd = Mg + Ψ2*Mq); seja menor que o momento
de fissuração Mr. A laje está trabalhando no estádio I, caso contrário, esta no estádio
II.
𝐼𝑐
𝑀𝑟 = 𝛼 ∗ 𝑓𝑐𝑡 ∗ 𝑦𝑡
𝛼 = 1,2 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑠𝑒çã𝑜 𝑇
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Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

2 2⁄
𝑓𝑐𝑡 = 0,3 ∗ 𝑓𝑐𝑘 ⁄3 = 0,3 ∗ 20 3 = 2,21𝑀𝑝𝑎 − 0,221 𝐾𝑁/𝑐𝑚2
𝐼𝑐 = 68993,96 𝑐𝑚4
𝛾𝑡 = 16,89𝑐𝑚

68993,96
𝑀𝑟 = 1,2 ∗ 0,221 ∗ = 1134,36 𝐾𝑁. 𝑐𝑚
16,89
𝑃𝑠𝑒𝑟𝑣
𝑀𝑠𝑑 = 𝑀𝑎 = (𝑀𝑠𝑑 ⁄𝑛𝑒𝑟𝑣) ∗
𝑃𝑟𝑒𝑎𝑙

Cálculo dos momentos fletores positivos

𝜆 = 1,25 𝑡𝑖𝑝𝑜 𝐼 𝑀𝑥 = 6,10; 𝑀𝑦 = 4,17


(7,22 ∗ 8,40)2
𝑀𝑥 = 6,10 ∗ = 31,08 𝐾𝑁. 𝑚
100
(7,22 ∗ 8,40)2
𝑀𝑦 = 4,17 ∗ = 21,24 𝐾𝑁. 𝑚
100

Momento por nervura

Mx = 31,08 * 0,52 = 16,16 KNm/nerv


My = 21,24 * 0,52 = 11,04 KNm/nerv

Mxserviço = Mxserviço/nerv * P serv/P real

Mxserviço = 16,16 KN.m/nerv


P serviço = (1,0 + 4,72 + 0,4*2) = 6,02 KN/m²
P real = 7,22 KN/m²

Mxserviço = 16,16 * 6,02/7,22 = 13,47 KN.m/nerv ou 1347 KN.cm/nerv

Como o Mxserviço > Mr; a seção encontra-se no estádio II.

Para lajes armadas em duas direções a formulação de Broson não se aplica


integralmente, pois a maior parte da laje estará no estádio I. E mesmo a região que
se encontra fissurada, segundo alguns autores, tem uma contribuição mais efetiva
para a rigidez equivalente que o caso das vigas, portanto não seria muito correto usar
o mesmo modelo para as vigas e lajes.

Portanto, vamos considerar :

Estádio I – (Ei)eq = Ecs * Ic


Estádio II – (Ei)eq = 0,7 * Ecs * Ic
95
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

O valor de 0,7 foi justificado como o mesmo fator de redução utilizado na NBR
6118/2007. Para consideração aproximada da não linearidade física do concreto. Já
na norma atual NBR 6118/2014, não foi mais utilizada.
Logo adotaremos como valor aproximado.
Ieq = 0,7 * Ic = 0,7 * 54726,85 = 38308,80 cm⁴

Cálculo da flecha
Flecha real imediata = αi * I maciça/ I nervurada
Flecha real imediata = 0,68 * 130208,33/38308,80 = 2,31 cm

Cálculo da flecha deferida


No exercício retiraremos a forma em 15 dias é o período que inicia a aplicação
da carga de longa duração.

Δ𝜉 = (𝜉𝑡𝑜𝑜 − 𝜉𝑡0,5𝑚ê𝑠) = 2 − 0,54 = 1,46

Flecha total = αi * (1 + αf)

Δ𝜉 𝐴𝑠′
𝛼𝑓 = Sendo 𝜌′ =
1+50𝜌′ 𝑏𝑑

E As’ = 0; 𝜌 = 0
αf = 1,46

Flecha total = 2,31 * (1 + 1,46) = 5,56 cm

Admissível = ℓx/250 = 840/250 = 3,36 cm

Admis ≤ αtotal teremos que fazer uma contra-flecha de:

5,56 cm – 3,36 cm = 2,20 cm

Limite da contra-flecha = ℓx/350 = 840/350 = 2,40 cm

αlim ≥ αCF Ok.

Dimensionamento da armadura já calculada por nervura

Mx = 16,16 KN/nerv
My = 11,04 KN/nerv

d = h – c = 25 cm – 2 cm = 22 cm
96
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Mr = fc * bf * hf * (d – hf/2) = 1,214 * 52 * 8 * (22 – 8/2) = 9090,43 KN.cm ou 90,90


KN.m

𝑀𝑠𝑑 ℎ𝑓 16,16∗1,4∗100 8
𝑑𝑙𝑖𝑚 = + = + = 8,48 𝑐𝑚 < 𝑑 (LN sobe).
𝑓𝑐∗𝑏𝑓∗ℎ𝑓 2 1,214 ∗ 52 ∗ 8 2

Md < Mr 22,6 KN.m < 90,90 KN.m(LN sobe).

𝑀𝑑 16,16 ∗ 1,4 ∗ 100


𝐾𝑚𝑑 = 2
= = 0,068
𝑏𝑓 ∗ 𝑑 ∗ 𝑓𝑐𝑑 52 ∗ 232 ∗ 1,214
𝐾𝑚𝑑 = 0,068 ≅ 0,075 − 𝐾𝑧 = 0,940
Em x
𝑀𝑠𝑑 16,16 ∗ 1,4 ∗ 100
𝐴𝑠𝑥 = = = 2,41𝑐𝑚2 − 2∅ 12,5(2,45 𝑐𝑚2 )
𝐾𝑧 ∗ 𝑑 ∗ 𝑓𝑦𝑑 0,940 ∗ 23 ∗ 43,48
Ac = 620 cm²
𝐴𝑠𝑚𝑖𝑛 = 0,15% ∗ 𝐴𝑐 = 0,15% ∗ 620𝑐𝑚2 = 0,93𝑐𝑚2

Em Y

𝑀𝑑 11,04 ∗ 1,4 ∗ 100


𝐾𝑚𝑑 = 2
= = 0,046 ≅ 0,047 − 𝐾𝑧 = 0,956
𝑏𝑓 ∗ 𝑑 ∗ 𝑓𝑐𝑑 52 ∗ 232 ∗ 1,214
𝑀𝑠𝑑 11,04 ∗ 1,4 ∗ 100
𝐴𝑠𝑦 = = = 1,62𝑐𝑚2
𝐾𝑧 ∗ 𝑑 ∗ 𝑓𝑦𝑑 0,956 ∗ 23 ∗ 43,48
𝐴𝑠𝑦 = 1,62𝑐𝑚2 − 2∅ 8,0(1,01 𝑐𝑚2 )/1∅10,0(0,79 𝑐𝑚2 )
1,01 𝑐𝑚2 + 0,79 𝑐𝑚2 = 1,80 𝑐𝑚2 > 1,62 𝑐𝑚2 𝑜𝑘.

Detalhamento

97
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Exercício 2

Dimensionar a laje nervurada abaixo usando: Classe I, Aço CA50, laje para um
escritório, revestimento 1kN/m². Verificar a flecha sabendo que a retirada das formas
é em 15 dias e a brita usada e gnaisses.
Croqui

Lx= 7,40 m
Ly= 9,60 m

98
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Corte

Utilizado tijolo auto clavado Ƴ= 5 kN/m³

Classe 1
Fck= 20 mPa
C= 2,0 cm (lajes)
Ρmin= 0,15%

Cálculo do peso próprio

Volume Unidade (Vu)= 0,50x0,50x0,25= 0,0625 m³


Volume do Tijolo (Vt) = 0,40 x 0,40 x 0,20 = 0,032 m³
Volume de Concreto (Vc) = Volume Unidade (Vu) – Volume do Tijolo (Vt)
LOGO: Vc = 0,0625m³ - 0,032m³ = 0,0305m³
Peso da Unidade (Pu) = (Vc x Ƴc) + (Vt x Ƴt) = (0,0305 x 25) + (0,032 x 5) = 0,9225Kn
𝑃𝑒𝑠𝑜 0,9225𝐾𝑛
= 0,50 𝑥 0,50 = 3,69kN/m²
𝑚2

99
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Carga na laje

Peso Próprio (Pp) = 3,69 kN/m²


Peso Revestimento (Pr) = 1,00 kN/m²
Subtotal = 4,69 kN/m²
Sobrecarga (SC) (NBR 6120) = 2,00 kN/m²
Total = 6,69kN/m² ≈ 6,7 kN/m²

Levantamento dos materiais

Volume de concreto
𝑉𝑜𝑙.𝐶𝑜𝑛𝑐. 0,0305𝑚3
= 0,50 𝑥 0,50 = 0,122 m³/m²
𝑚2
Volume Total = 0,122m³/m² x área da laje
Área da Laje = 7,40m x 9,60m = 71,04m²
Volume Total = 0,122m³/m² x 71,04m² = 8,67m³

Número de tijolos

𝑁° 𝑇𝑖𝑗𝑜𝑙𝑜𝑠 1,00 𝑚2
= 0,50𝑚 𝑥 0,50𝑚= 4 unidades/m²
𝑚2
N = Tijolos = Área da Laje x 4uni/m² = 71,04m² x 4uni/m² = 284 unidades

Determinação da geometria da viga

0,5𝑏2
b1 ≤{
0,10𝐿
bf = b1 + bw + b1

100
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Obs. A distancia L do vão considerado, como apresenta a seguir:


a) Lx = 1,00 x Lx

b) Lx = 0,75 x Lx

c) Lx = 0,60 x Lx

d) Lx = 2 x Lx

Teremos:
0,5 X B2 = 0,5 X 40 = 20cm
b1 ≤ {
0,10 𝑥 1,0 𝑥 7,40 = 74𝑐𝑚
bf = 20 + 10 + 20 = 50cm

Cálculo dos momentos fletores

Pela tabela Bares (Regime Elástico) como temos inercia igual, usaremos o caso 1.
Na tabela, laje tipo 1 – apoiado
Lx = 7,40m
Ly = 9,60m
9,60𝑚 𝑀𝑥 = 6,44
λ = 7,40𝑚 = 1,29 ≈ 1,30 {
𝑀𝑦 = 4,12
𝑃𝑥𝐿𝑥 2 6,7 𝑥7,402
Mx = mx x = 6,44 x = 23,63 kN.m
100 100
𝑃𝑥𝐿𝑥 2 6,7 𝑥7,402
My = my x = 4,12 x = 15,12 kN.m
100 100
Mx =Mx/m x bf = 23,63kN.m/m x 0,50m
Mx = 11,81kN.m
101
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

My = My/m x bf = 15,12kN.m/m x 0,50m


My =7,56kN.m

Dimensionamento da armadura
Para Mx/nerv = 11,81kN.m

Teremos:
d = h – c = 25cm – 2,0cm = 23cm
𝑀𝑑 ℎ𝑓
do = 𝑓𝑐𝑥𝑏𝑓𝑥 ℎ𝑓 + 2
Md = 11,81kN.m x 1,4 x 100 = 1.653,40 kN.cm
𝐹𝑐𝑘 20𝑚𝑃𝑎
fc = 0,85 x = 0,85 x = 12,14 mPa
ϒ𝑐 1,4
12,14 mPa
fc = = 1,214 kN/cm²
10
bf = 50cm ; hf = 5cm
Logo:
𝑀𝑑 ℎ𝑓 1.653,40 𝐾𝑛.𝑐𝑚 5𝑐𝑚
do =𝑓𝑐𝑥𝑏𝑓𝑥 ℎ𝑓 + = 𝐾𝑛 + = 5,45 cm + 2,5 cm = 7,95 cm ≈ 8,0 cm
2 1,214 2 𝑥50𝑐𝑚 𝑥 5𝑐𝑚 2
𝑐𝑚

d > do – Y <hf – Linha neutra fletora (dentro da mesa)


𝑀𝑑 1.653,40
KMd = 𝑏𝑤𝑥𝑑2 𝑥𝐹𝑐𝑑 = 𝐾𝑛 = 0,260
10 𝑐𝑚 𝑥 (23 𝑐𝑚2 )²𝑥 1,214
𝑐𝑚2

KMd = 0,260 logo Kx = 0,470


Y = Kx x h = 0,470 x 25 cm = 11,75 cm
Y >hf Linha neutra dentro da alma da viga

102
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Cálculo da armadura

Vai ser igual:

103
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

a) Mdf = momento atuante nas abas da mesa, com largura bf – bw, e na zona
tracionada por uma parte da armadura de tração Asf.

Mdf= 0,85 x Fcd x hf x (bf – bw) x (bf – hf/2)


𝑀𝑑𝑓
Asf = ℎ𝑓
(𝑑− )𝑥𝑓𝑦𝑑
2
𝐹𝑐𝑘 20𝑚𝑃𝑎
Fcd = = = 14,29mPa = 1,43 kN/cm²
ϒ𝑐 1,4
Hf = 5cm
bf = 50cm
bw = 10cm
d = h – c = 25cm – 2cm = 23cm
50
fyd = 1,15= 43,48 kN/cm²
 Logo:

Mdf = 0,85 x 1,43kN/cm² x 5cm x (50cm – 10cm) x (23cm – 5cm/2)


Mdf = 4.983,55 kN.cm
Mdf = 4.983,55 kN.cm x 50 cm=249.177,5kN.cm²
(249.177,5kN.cm2 )
Mdf = = 2.491,8 kN.cm (por nervura)
102
𝑀𝑑𝑓 2.491,8 𝑘𝑁.𝑐𝑚
Asf = ℎ𝑓 = 5𝑐𝑚 𝑘𝑁 2
= 2,795 cm²
(𝑑− )𝑥𝑓𝑦𝑑 (23𝑐𝑚− )𝑥 43,48
2 2 𝑐𝑚

b) Mdw = Md – Mdf = é o momento que será resistido pela seção retangular de


largura bf e altura h, garantindo o equilíbrio com uma segunda parte da
armadura de tração Asw relativa à esse momento.

Mdw = Md – Mdf
𝑀𝑑𝑤
KMD = bw x d2 x Fcd
𝐴𝑠𝑤
Asw = 𝐾𝑍 𝑥 𝑑 𝑥 𝑓𝑦𝑑
Assim a área total de armadura será: As = Asf – Asw.
Para Mx/nerv. = 11,81kN.m
104
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Mdw = Md – Mdf
Md = 11,81 x 1,4 x 100 = 1.653,40 kN.cm
Mdw = 1.653,40 kN.cm – 2.491,8 kN.cm
Mdw = - 838,4kN.cm
Como o Mdw deu negativo não será necessário continuar os cálculos. O As adotado
será 2,795 cm².
As = 2,795 cm² = 3Ø 12,5mm (3,68cm²)
Armadura mínima
Asmim = 𝜌mim x Ac
Ac = (bw x h) + (bf – bw) x hf
Ac = (10cm x 25cm) + (50cm – 10cm) x 5cm
Ac = 450
Logo: Asmim = 0,15% x 450 = 0,675cm²

Verificação da flecha

Conforme avisado a retirada das formas é de 15 dias


Na tabela de flecha de Bares, o coeficiente∝, usaremos a formula abaixo:
∝ 𝑃 𝑥 𝐿𝑥 4
Fcal = 100x𝐵𝑐𝑠 𝑥 ℎ3
𝐿𝑦 9,60
λ = 𝐿𝑥 = 7,40 = 1,297 ≈ 1,30
∝ = 7,49
P = g + Ψ2q = 4,70kN/cm² + (0,40 x 2kN/cm²)
Ψ2= 0,40comercial
5,50
P = 5,50kN/m² = = 0,00055kN/cm²
104
Lx = 740cm
Bcs = 0,85x1,0 x 5.600 √Fck = 0,85x1,0 x 5.600 x √20
Bcs = 21.287,4mPa = 2.129 kN/cm²
h = 25cm
𝑘𝑁
∝ 𝑃 𝑥 𝐿𝑥 4 7,49 (0,00055 )𝑥 (7404 )
𝑐𝑚2
Fcal= 100 x 𝐵𝑐𝑠 𝑥 ℎ3 = 100 x 𝑘𝑁 = 0,371cm
(2.129 2 )𝑥 (25³)
𝑐𝑚

Iremos calcular o momento de fissuração Mr. Se o valor de Mr for maior que o


momento de tração = MDS =Mg + ψ2Mq, a laje está trabalhando no estádio I, caso
contrario está no estádio II.
𝐼𝑐
Mr = ∝ x Fct x 𝑌𝑡
1,0 para viga normal
∝={
1,2 para viga “T”
2
Fct = Fctm = 0,30 x 𝐹𝑐𝑘 3
2
Fctm = 0,30 x 203 = 2,21 MPA = 0,221 kN/cm²
105
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Cálculo do Ic e Yt

(𝐴1 𝑥 𝑌1)+(𝐴2 𝑥 𝑌2)


Yt = 𝐴𝑡
Y1 = 2,5 + 20 = 22,5cm
A1 = 50cm x 5cm = 250cm
Y2 = 10cm
A2 = 20cm x 10cm = 200cm²
At = A1 + A2 = 250 + 200 = 450cm²
(250𝑐𝑚2 𝑥 22,5𝑐𝑚)+(200𝑐𝑚2 𝑥 10𝑐𝑚)
Yt = = 16,94cm
450𝑐𝑚2
𝑏𝑓 𝑥 ℎ3 𝑏1 𝑥 ℎ𝑎𝑙3
Ic = [( )−2 𝑥 ( )] − 𝐴𝑌𝑡 2
3 3
50 x 253 20 𝑥 203
Ic = [( )−2𝑥 ( )] − 450 𝑥 16,942 = 24.616,4 cm4
3 3
24.616,4𝑐𝑚4
Mr = 1,2 x 0,221 kN/cm² x = 385,4 kN.m
16,94𝑐𝑚

Momento de serviço

𝑃𝑠𝑒𝑟𝑣 5,3
Mxserviço = Mx/nerv x = 11,84 x 6,7
𝑃
Mx = 9,36 kN.m x 100 = 936 kN.cm (de uma nervura)
Como Mxserv>Mr ; a seção encontra-se no estadio II
Entao:
Estádio I = (EI) eq = Ecs x Ic
Estádio II = (EI) eq = 0,7 x Ecs x Ic
O valor de 0,7 pode ser positivo como sendo o mesmo fator utilizado no item 15.7.3
da NBR 6118/2014.
Logo adotaremos como valor aproximado:
100
Calculo Ic/m = Ic/nerv x 𝑏𝑓
4 100𝑐𝑚
Ic/m = 24.616 cm x = 49.232cm4
50𝑐𝑚
106
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Ieq = 0,7 x Ic/m = 0,7 x 49.232 = 34.462cm4 /m


𝐼𝑚𝑎𝑐𝑖ç𝑎
Flecha hcal imediata = Fmaciça x 𝐼𝑛𝑒𝑟𝑣
𝑏ℎ3 100 𝑥 253
Imaciça = = = 130,208cm4
12 12
130,208𝑐𝑚4
Flecha hcal imediata = 0,358 x = 1,35cm
34.462

Cálculo da flecha definida no tempo de 15 dias

To = 0,5 mês (15 dias)


∆ɛ = ɛ(t) - ɛ(bw) = 2 – 0,54 = 1,46
F∞ = Fimediata x (1 + ∆ɛ) = 1,35 x (1 + 1,46)
F∞ = 3,32cm
𝐿𝑥 740𝑐𝑚
Fadmssivel = 250 = = 2,96cm
250
Fcal = 3,32 >Fadmissivel = 2,96
Teremos que usar contra flecha, então teremos que dar uma contra flecha de 3,32 –
2,96 = 0,36cm, acima desse valor usaremos = 1,0cm.
740𝑐𝑚
Limite da contra flecha = = 2,11cm, este é o limite.
350

Exercício 3
Dimensionar a laje nervurada abaixo:
Com os seguintes dados
𝐹𝑐𝑘 = 20𝑚𝑃𝑎
Classe = {𝑐 = 2,0𝑐𝑚 (𝑙𝑎𝑗𝑒)
𝜌 min = 0,15%
brita gnaisses – 1,0
Sobre Carga (Sc)= 1,5 kN/m² (residencial)
Densidade do Tijolo cerâmico é de 13kN/m³

107
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Seção Transversal das nervuradas que absorvem eixo Mx e My

108
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Calculo do peso próprio

Volume da unidade= 0,30x0,50x0,25= 0,0375m³


Volume do tijolo= 0,20x0,40x0,20= 0,0160m³
Volume concreto= Vu-Vt= 0,0375m³ - 0,0160m³
Vc= 0,0215m³
Peso da unidade = (0,0215m³ x 25kN/m³) + (0,016m³ x 13 kN/m³) = 0,746kN
𝑃𝑒𝑠𝑜 0,746𝐾𝑁
= = 5kN/m²
𝑚² 0,30𝑥0,50

Carga da Laje
P.P_________5kN/m²
P.R_________1kN/m²
Subtotal = (g permanente) = 6 kN/m²

SC________1,5KN/m² (q sobrecarga)
Total:_____7,5KN/m²

Como temos inércias diferentes usaremos o caso II = teoria das grelhas.


Calculo de Ix = Iy

109
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Sentido perpendicular Y

0,5𝑏2 = 0,5 𝑥 40 = 20𝑐𝑚


b1 ≤ {
0,10𝐿𝑥 = 0,10 𝑥 1 𝑥 700 = 70𝑐𝑚
bf = (2 x b1) + bw = (2 x 20) + 10 = 50
Sentido perpendicular X

0,5𝑏2 = 0,5 𝑥 20 = 10𝑐𝑚


b1 ≤ {
0,10𝐿𝑥 = 0,10 𝑥 1 𝑥 900 = 90𝑐𝑚
bf = (2 x b2) + bw = (2 x 10) + 10 = 30

Cálculo do Ix e Iy

110
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

(𝐴1 𝑥𝑌1)+(𝐴2 𝑥𝑌2)


Ytx =
𝐴1+𝐴2

A1 = 30 x 5 = 150cm²
A2 = 10 x 20 = 200cm²
Y1 = 22,5cm
Y2 = 10cm
(𝐴1 𝑥𝑌1)+(𝐴2 𝑥𝑌2) (150 𝑥 22,5)+(200 𝑥 10)
Ytx = = = 15,37 cm
𝐴1+𝐴2 150+200
𝑏𝑓 𝑥 ℎ3 𝑏𝑤 𝑥 ℎ𝑎𝑙 3
Ix/nerv =[(
3
)−2𝑥 ( 3
)] − (𝐴 𝑥 𝑌𝑡𝑥 2 )=
30 𝑥 253 10 𝑥 203
Ix/nerv =[(
3
)−2𝑥 ( 3
)] – (350 x 15,37²) = 20.234𝑐𝑚4 (por faixa de
1,00m)

100 100
Ix/m = Ix/nerv x = 20.234 x = 67.447cm4
𝑏𝑓 30
Iy
(𝐴1 𝑥𝑌1)+(𝐴2 𝑥𝑌2)
Yyt =
𝐴1+𝐴2
A1 = 50 x 5 = 250cm²
A2 = 20 x 10 = 200cm²
Y1 = 22,5cm
Y2 = 10cm
(𝐴1 𝑥𝑌1)+(𝐴2 𝑥𝑌2) (250 𝑥 22,5)+(200 𝑥 10)
Yyt = = = 16,94cm
𝐴1+𝐴2 250+200
𝑏𝑓 𝑥ℎ 3 𝑏𝑤 𝑥ℎ𝑎𝑙 3
Iy/nerv= [(
3
)−2𝑥( 3
)] − (𝐴 𝑥 𝑌𝑦𝑡²)=

111
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

50 𝑥253 20 𝑥203
Iy/nerv =[(
3
)−2𝑥( 3
)] – (450 𝑥16,942 ) = 24.616𝑐𝑚4

100 100
Iy/m = Iy/nerv x = 24.616 x = 49.232cm4 (por faixa de 1,00m)
𝑏𝑓 50

Cálculo pela teoria das grelhas

1
Kx = 𝐿𝑥 𝐼𝑦 𝐿𝑥4
1+( )𝑥( )𝑥( 4 )
𝐿𝑦 𝐼𝑥 𝐿𝑦
5
Lx =
384
5
Ly =
384
Iy = 49.232cm4
Ix = 67.447cm4
Lx = 7,00m
Ly = 9,00m

1 1
Kx = 𝐿𝑥 𝐼𝑦 𝐿𝑥4
= 5/384 49.232 74
= 0,79
1+(𝐿𝑦)𝑥(𝐼𝑥 )𝑥( 4 ) 1+(5/384)𝑥(67.447)𝑥( 4 )
𝐿𝑦 9

qx = Kx x q = 0,79 x 7,5 kN/m² = 5,9 kN/m² ( faixa unitária)


qy = q – qx = 7,5 kN/m² - 5,9 kN/m² = 1,60 kN/m² (faixa unitária)

Cálculo dos momentos fletores

DIREÇÃO X

Lx = 7m
qx = 5,9 kN/m²
𝑄 𝑥 𝐿𝑥 2 5,9 𝑥 72
Mmax = = = 36,1kN.m/m
8 8
Mx/nerv = Mx/m x bf = 36,1 x 0,30 = 10,8 kN.m

DIREÇÃO Y

112
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Ly = 9m
qy = 1,6kN/m²
𝑄 𝑥 𝐿𝑦 2 1,6 𝑥 92
Mmax = = = 16,2kN.m/m
8 8
My/nerv = My/m x bf = 16,2 x 0,50 = 8,1kN.m

Dimensionamento da armadura

Mx/nerv = 10,8kN.m
My/nerv = 8,1kN.m
Asmin = 0,15% x Ac

Ac = bw x h + (bf – bw) x hf
Ac = 10 x 25 + (30 – 10) x 5 = 350cm²
Asmin = 0,15 % x 350cm² = 0,53cm²
𝑀𝑑
KMd =
𝑏𝑓𝑥𝑑2 𝑥𝑓𝑐𝑑

Md = 1,4 x 10,8 x 100 = 1.512 kN.cm


𝐹𝑐𝑘 20𝑚𝑃𝑎
fc = 0,85 x = 0,85 x = 12,14 mPa
ϒ𝑐 1,4

(0,85 = coeficiente Rüsch)

12,14 mPa
fc = = 1,214 kN/cm²
10
113
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

d = 25 – 2 = 23cm

1.512
KMd = 𝑘𝑁 = 0,078
30𝑐𝑚 𝑥 (23 𝑐𝑚2 )²𝑥 1,214
𝑐𝑚2

Kx = 0,167

Kz = 0,933

Y = 0,167 x d = 0,167 x 23 = 3,8 cm

𝑀𝑑 ℎ𝑓
do = +
𝑓𝑐𝑥𝑏𝑓𝑥 ℎ𝑓 2

Md = 1.512 Kn.cm

Fcd = 1,214 Kn/cm²

bf = 30 cm

hf = 5 cm

𝑀𝑑 ℎ𝑓 1.512 𝑘𝑁.𝑐𝑚 5𝑐𝑚


do= + = 𝑘𝑁 + = 8,5 cm + 2,5 cm = 11 cm
𝑓𝑐𝑥𝑏𝑓𝑥 ℎ𝑓 2 1,214 2 𝑥30𝑐𝑚 𝑥 5𝑐𝑚 2
𝑐𝑚

d > do = 23 >11cm Y<hf = linha neutra fictícia dentro da mesa

Usaremos o 1° caso:

KMd = 0,078 (já calculado anteriormente)

Kz = 0,933

𝑀𝑑
As =
𝐾𝑧 𝑥 𝑑 𝑥 𝑓𝑦𝑑

(1.512 𝑘𝑁.𝑚)
As = 𝑘𝑁 = 1,62 cm²
0,933 𝑥 23 𝑐𝑚 𝑥 43,48
𝑐𝑚2

2Ø 8,0𝑚𝑚 (1,01𝑐𝑚2 )
As = 1,62cm² {
1Ø 10,0𝑚𝑚 (0,79𝑐𝑚2 )

114
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

My/nerv = 8,1kN.m

Asmin = 0,15% x Ac

Ac = (bw x h) + (bf – bw) x hf


Ac = (10 x 25) + ( 50 – 10) x 5 = 450cm²
Asmin = 0,15% x 450cm² = 0,68cm²

𝑀𝑑
KMd =
𝑏𝑓𝑥𝑑2 𝑥𝑓𝑐𝑑

Md = 8,1 x 1,4 x 100 = 1.134 kN.cm


bf = 50cm
d = 23cm
Fcd = 1,214 kN/cm²

𝑀𝑑 1.134
KMd = = 𝑘𝑁 = 0,035
𝑏𝑓𝑥𝑑2 𝑥𝑓𝑐𝑑 50𝑐𝑚 𝑥 (23 𝑐𝑚2 )²𝑥 1,214
𝑐𝑚2

Kx = 0,090

Kz = 0,964

Y = 0,090x d = 0,090 x 23 = 2,07cm

𝑀𝑑 ℎ𝑓 1.134 𝑘𝑁.𝑐𝑚 5𝑐𝑚


do = + = 𝑘𝑁 + = 3,74 cm + 2,5 cm = 6,24 cm
𝑓𝑐𝑥𝑏𝑓𝑥 ℎ𝑓 2 1,214 2 𝑥50𝑐𝑚 𝑥 5𝑐𝑚 2
𝑐𝑚

d >do ; y <hf ; linha neutra fictícia dentro da mesa

Usaremos o 1° caso:

Kmd = 0,035 ;Kz = 0,964

𝑀𝑑 (1.134 𝐾𝑛.𝑚)
As = = 𝐾𝑛 = 1,176 cm²
𝐾𝑧 𝑥 𝑑 𝑥 𝑓𝑦𝑑 0,964 𝑥 23 𝑐𝑚 𝑥 43,48
𝑐𝑚2

2Ø 6,3mm (0,62cm²)
As = 1,176cm² = {
1Ø 10,0mm (0,79cm²)

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Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Verificação da flecha

Carga serviço = g + Ψ2q = 6kN/m² + (0,30 x 1,5kN/km²) = 6,45 kN/m²

Carga de serviço corrigida = 0,79 x 6,45kN/m² = 5,1 kN/m²

Lx = 7m

qx = 5,1 kN.m

Q x Lx2 5,1 x 72
Mmax = = = 31,2 kN.m/m
8 8

Momento de fissuração

𝐼𝑐
Mfis = ∝ 𝐹𝑐𝑡𝑥 ( )
𝐼𝑡
∝ = 1,2 (𝑣𝑖𝑔𝑎 𝑇)
2
Fct = Fctm = 0,30 x 𝐹𝑘𝑐 3 = 2,21Mpa = 0,221kN/cm²
Itx = 67.447cm4
Ytx = 15,37 cm
67.447
Mfis = 1,2 x 0,221 x ( ) = 1.164kN.cm ( faixa unitária)
15,37
Mfis = 11,64kN.m
Como Mserviço>Mfis = a seção encontra-se m estádio II
Adotando Ieq = 0,7 x Ix = 0,7 x 67.447
Ieq = 47.213𝑐𝑚4
𝑘𝑁 5,1 𝑘𝑁
𝜌 serv = 5,1 =( ) = 0,051
𝑚 100 𝑐𝑚
Ecs = 0,85x 1,0 x 5.600 x √20 = 21.287,3 MPa = 2.129kN/cm²
𝜌𝑠𝑒𝑟𝑣 𝑥 𝐿𝑥 4 5 0,051 𝑥7004
Fcal =𝐶 𝑥 =384x(2.129 𝑥 47.213) = 1,59cm (imediato)
𝐵𝑐𝑠 𝑥 𝐼𝑒𝑞
700
Fadm = 250 = 2,80cm
Flecha deferida – F∞ = Fimediata( 1 + ∆ɛ)
∆ɛ = 2 – 0,54 = 1,46

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F∞ = 1,59 x (1 + 1,46) = 3,91 cm


Contra flecha = 3,91cm – 2,80cm = 1,11cm
700
Limite da contra flecha = 350 = 2cm

Bibliografia

Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6118:2007: Projeto de estruturas de


concreto armado – Procedimento. Rio de Janeiro, 2003.

CARVALHO, R. C.; FILHO, J. R. F. Cálculo e detalhamento de estruturas usuais de


concreto armado. 3ª edição. São Carlos: EduFSCar, 2009.

CARVALHO, R. C. PINHEIRO, L. M. Cálculo e detalhamento de estruturas usuais de


concreto armado Vol. II. 1ª edição. São Paulo: Pini, 2009.

PINHEIRO, L. M. Fundamentos do concreto e projeto de edifícios. São Carlos: Universidade


de São Paulo, Departamento de Engenharia de Estruturas, 2007.

117
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Capítulo 14 - JANEIRO/2016

Pilares

Como mostrado no item 14.4.1.2 da NBR 6118:2014, pilares podem ser definidos
em: “elementos lineares de eixo retos, usualmente dispostos na vertical, em que as forças
normais de compressão são preponderantes.”
A principal função dos pilares é receber as ações atuantes nos diversos pavimentos,
e conduzi-las até as fundações, assim, junto com as vigas, os pilares formam junto com as
vigas, os pórticos, que são responsáveis por resistir às ações verticais e horizontais e
garantir a estabilidade global da estrutura.
Nos pilares usuais de edifícios, predominam a força normal e o momento fletor, que
são denominados “solicitações normais” por induzirem tensões normais à seção transversal
da peça.

14.1 Conceitos preliminares

O cálculo tem diferentes classificações, de acordo com a consideração, ou não, do


momento fletor.

14.1.1 Compressão axial ou simples

Acontece quando apenas forças normais – paralelas ao eixo longitudinal do pilar – o


solicitam, podendo ser desprezados os momentos fletores. Assim a força normal de cálculo
Nd é aplicada no CG da peça, cujas tensões serão uniformes.

14.1.2 Flexão composta

Ocorre quando a força normal e o momento fletor atuam conjuntamente. De acordo


com a natureza das tensões normais na seção, pode ser denominada como
flexocompressão ou flexotração. Considerando, ainda, os momentos fletores atuantes em
relação aos eixos principais de inércia da seção transversal, a flexão composta pode ser
classificada em:

 Flexão composta plana, normal ou reta: os momentos fletores atuam segundo


apenas um dos eixos principais da seção.
 Flexão composta oblíqua: os momentos fletores atuam nos dois eixos principais.

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Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

14.1.3 Armadura longitudinal

Constituída por barras de aço retas, paralelas ao eixo longitudinal do pilar, tem a
função de resistir às tensões de compressão, em colaboração com o concreto, permitindo
com isso, a redução das dimensões da seção transversal, em virtude da maior resistência
do aço. No caso do aço CA-50, por exemplo, a resistência de escoamento f yk = 500 MPa, é
cerca de 25 vezes a resistência mínima à compressão do concreto, f ck = 20 MPa, como
estabelecido pela NBR 6118:2014. Nos pilares sob flexão composta, a armadura
longitudinal pode trabalhar toda comprimida, ou uma parte comprimida e outra tracionada.
As barras retas estendem-se em todo o comprimento do pilar, sendo prolongas acima da
face superior da viga/laje que sustenta, trecho chamado de espera ou arranque, necessário
para fazer a emenda por trespasse à barra correspondente do pilar superior, a fim de
garantir o caráter monolítico da estrutura.

14.1.3.1 Armadura longitudinal mínima

As,min = ( 0,15 .Nd / fyd ) ≥ 0,004 .A’c

Onde:
119
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Nd= força normal de cálculo


A’c = área de seção do pilar

14.1.3.2 Armadura longitudinal máxima

A maior armadura possível em pilares deve ser de 8% da seção real, considerando-


se inclusive a sobreposição de armadura existente em regiões de emenda, ou seja:

As,máx,tot = ( 8 / 100 ) .A’c


14.1.4 Armadura transversal (estribos)

São barras transversais ao eixo do pilar, dobradas na forma de estribos fechados,


com a função de evitar a flambagem das barras longitudinais, manter sua posição durante
a concretagem e impedir fissuras prematuras de fendilhamento.

14.2 Características geométricas

Entre as primeiras etapas para o dimensionamento de pilares, está a determinação


das características geométricas do mesmo.

14.2.1 Dimensões mínimas

Como objetivo de evitar um desempenho inadequado da estrutura e propiciar boas


condições de execução, o item 13.2.3 da NBR 6118:2014, estabelece os limites mínimos
para as dimensões dos pilares. O item recomenda que não seja utilizada dimensão menor
que 19 cm, exceto em casos especiais, em que se permitem dimensões entre 19 cm e 14
cm (mas em qualquer caso, não se permite pilar com área de seção inferior a 360 cm²),
desde que no dimensionamento multipliquem as ações por um coeficiente adicional ɣn,
indicado na tabela e baseado na equação:

ɣn = 1,95 – 0,05 . b

Valores do coeficiente adicional ɣn em função de b (NBR 6118:2014)

120
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Todas as recomendações referentes aos pilares são válidas nos casos em que a
maior dimensão da seção transversal não exceda cinco vezes a menor dimensão, caso
seja maior, o pilar deve ser tratado como pilar-parede.

14.3 Flambagem

A flambagem do pilar é um efeito de segunda ordem, que ao sofrer a ação normal


de uma carga axial de compressão, o pilar pode perder a sua estabilidade, sem que o
material tenha atingido o limite de suas tensões. Este colapso ocorrerá sempre na direção
do eixo de menor momento de inércia de sua seção transversal.
A flambagem de um pilar é um efeito de segunda ordem, que, como mostrado no
item 15.2 da NBR 6118:2014 é: “aqueles que se somam os obtidos numa análise de
primeira ordem (em que o equilíbrio da estrutura é estudado na configuração geométrica
inicial) quando a análise do equilíbrio passa a ser efetuada considerando a configuração
deformada.”

14.3.1 Carga crítica (Carga crítica de Euler)

Quando um pilar está submetido apenas a uma força normal N, de valor crescente,
sem restrições aos deslocamentos transversais, o fenômeno da instabilidade de equilíbrio
por flambagem ocorre quando a força atinge um valor crítico. Euler, determinou a formula
da carga crítica nas peças carregadas axialmente.

NEuler= π² .E . I / l e²

Onde:
l e = comprimento de flambagem

14.3.2 Comprimento livre de flambagem ou equivalente

121
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Segundo a NBR 6118:2007, o comprimento equivalente do pilar, deve ser o menor


dos valores da condição abaixo:

Onde:
l o = distância entre as faces internas dos elementos estruturas, supostos horizontais, que
vinculam o pilar
h = altura da seção transversal do pilar, medida no plano da estrutura
l = distância entre os eixos dos elementos estruturais as quais o pilar está vinculado

Em função do tipo de fixação de suas extremidades, a peça apresenta diferentes


comprimentos livres de flambagem.

122
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

 Engastada e livre → l e = 2 .l

 Biarticulada → l e = l

 Articulada e engastada →le = 0,7 .l

 Biengastada → l e = 0,5 .l

14.3.3 Raio de giração

O maior risco de flambagem de um pilar está associado à rotação da seção


transversal em relação ao eixo de momento de inércia mínimo, ou seja, eixo em que você
tem o valor de λmax. Denomina-se direção de maior esbeltez da seção do pilar a direção
perpendicular ao eixo que fornece o valor da inércia mínima.
No caso de pilares de seção retangular, sendo b e h as dimensões menor e maior
da seção, respectivamente, o raio de giração é dado por:

123
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

𝐼
𝑖= √
𝐴

𝑏. ℎ³
√ 12 1
𝑖= .
1 𝑏. ℎ

𝑏. ℎ³ 1
𝑖= √ .
12 𝑏. ℎ

Então:


𝑖=
√12

14.3.4 Índice de esbeltez

É o parâmetro adotado como referência para a consideração dos efeitos da


flambagem, definido pela equação:

λ = le / i

14.3.5 Classificação

De acordo com o índice de esbeltez, os pilares podem ser classificados da seguinte


forma:

 Pilares robustos ou pouco esbeltos → λ ≤ λ1


 Esbeltez média → λ1< λ ≤ 90
 Esbeltos ou muito esbeltos → 90 < λ ≤ 140
 Excessivamente esbeltos → 140 < λ ≤ 200

A NBR 6118:2014 não admite, em nenhum caso, pilares com λ superior a 200.

14.4 Classificação dos pilares de estruturas usuais

A NBR 6118:2014 mostra em seu item 14.6.6 que para o estudo das cargas verticais
atuantes nos pilares, pode-se utilizar o modelo clássico de viga contínua, simplesmente
apoiada, mas em que devem ser observadas as seguintes condições:

a) Não devem ser considerados momentos positivos menores que os que se obteriam
se houvesse engastamento perfeito da viga nos apoios;

124
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

b) Quando a viga for solidária ao pilar intermediário e a largura do apoio, medida na


direção do eixo da viga, for maior que ¼ da altura do pilar, não poderá ser
considerado momento negativo de valor absoluto menor do que o de engastamento
perfeito nesse apoio;
c) Quando não se fizer o cálculo exato da influência da solidariedade dos pilares com
a viga, do efeito de pórtico, deverão ser considerados nos apoios extremos – na viga
e nos tramos superior e inferior do pilar – valores de momentos fletores obtidos
multiplicando o momento de engastamento perfeito do vão extremo da viga, suposto
biengastado, pelas expressões abaixo. os coeficientes multiplicadores visam
equilibrar os três momentos no apoio, por meio de uma ponderação das rigidezes (ri
= Ii / li ) das três barras que constituem o nó do pórtico. Sendo no vão extremo da
viga o momento de engastamento perfeito, tem-se:

 Momento na viga: Mvig = Meng.( rinf + rsup ) / ( rvig + rinf + rsup )


 Momento no tramo superior do pilar: Msup = Meng.rsup / ( rvig + rinf + rsup )
 Momento no tramo inferior do pilar: Minf = Meng.rinf / ( rvig + rinf + rsup )

Na figura a seguir é representada uma planta de quatro lajes. Onde, as linhas são os
eixos das vigas e os pontos cheios os pilares.

125
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Assim, a localização dos pilares na planta, determinam as excentricidades do


carregamento vertical em relação ao centro da seção, se deverão ser consideradas e o tipo
de solicitação a que ele estará submetido. Os pilares são classificados em:

126
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

 Pilar intermediário: o cálculo pode ser feito sem considerar os momentos fletores
transmitidos pelas vigas.
 Pilar extremo: é obrigatório considerar o momento transmitido pelo vão extremo da
viga nele apoiada. O cálculo à flexão composta plana pode ser substituído pelo
processo simplificado à compressão centrada, atendidas certas condições.
 Pilar de canto: cálculo à flexão composta oblíqua.

14.5 Excentricidades

Uma força normal atuando em um pilar de seção retangular pode estar aplicada no
seu centro geométrico (compressão centrada ou simples), a certa distância desse centro e
sobre um dos eixos de simetria (flexão composta) e em um ponto qualquer da seção (flexão
oblíqua). Essas distâncias, chamadas de excentricidades, que devem ser conhecidas para
o dimensionamento de pilares isolados, são de diversos tipos e causadas por fatores
diferentes.

14.5.1 Excentricidade inicial

Em estruturas usuais de edifícios, ocorre um monolitismo nas ligações entre vigas e


pilares que compõem os pórticos. A excentricidade inicial, oriunda das ligações dos pilares
com as vigas neles interrompidas, ocorre em pilares de borda e de canto.
A partir das ações atuantes em cada tramo do pilar, as excentricidades iniciais são
obtidas com as expressões:

127
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Os momentos no topo e na base podem ser obtidos no cálculo do pórtico, usando,


por exemplo, o programa Ftool.

14.5.2 Excentricidade acidental

Ocorre, como o próprio nome diz, na incerteza na localização da força normal ou do


desvio do eixo da peça, durante a construção em relação à posição prevista no projeto.
Essas imperfeições podem ser dividas em dois grupos: imperfeições globais e locais.
Muitas das imperfeições podem ser cobertas apenas pelos coeficientes de
ponderação, mas as imperfeições dos eixos das peças não. Elas devem ser explicitamente
consideradas porque têm efeitos significativos sobre a estabilidade da estrutura.

14.5.2.1 Imperfeições globais

Na análise global das estruturas reticuladas, sejam elas contraventadas ou não, deve
ser considerado um desaprumo (falta de retilinidade) dos elementos verticais conforme
mostrado pela figura abaixo:

128
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Onde:
l=altura total do pavimento
θ1 = desaprumo de um elemento vertical contínuo
θ1min = 1/300 para imperfeições locais
θ1máx = 1/200

14.5.2.1 Imperfeições locais

Na análise local de elementos dessas estruturas reticuladas, devem também ser


levados em conta efeitos de imperfeições geométricas locais. Para a verificação de um
lance de pilar deve ser considerado o efeito do desaprumo ou da falta de retilinidade do
eixo do pilar.

Admite-se que, nos casos usuais, a consideração da falta de retilinidade seja


suficiente. Assim, a excentricidade pode ser obtida pela expressão:
129
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

ea = θ1.l/ 2

No caso de elementos, usualmente vigas e lajes, que ligam pilares contraventados


a pilares de contraventamento, deve ser considerada a tração decorrente do desaprumo do
pilar contraventado.
Para pilar em balanço, obrigatoriamente deve ser considerado o desaprumo, pela
equação abaixo:

ea = θ1.l

14.5.3 Excentricidade de forma

No projeto estrutural de uma edificação, em função do projeto arquitetônico, muitas


vezes não é possível fazer com que os eixos de vigas e pilares sejam coincidentes. O mais
usual é que as faces externas ou internas das vigas coincidam com as faces dos pilares
em que estão apoiadas.
Quando os eixos baricêntricos das vigas não passam pelo centro de gravidade da
seção transversal do pilar, as reações das vigas apresentam excentricidades que são
denominadas excentricidades de forma. A figura abaixo representa exemplos de
excentricidades de forma em pilares intermediários, de borda e de canto.

130
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

As excentricidades de forma, em geral, não são consideradas no dimensionamento


dos pilares, pelas razões apresentadas a seguir. A figura abaixo mostra as vigasVT01 e
VT04 que se apoiam no pilar P01, com excentricidades de forma e fy e efx. As tensões
causadas pela reação da viga VT01, pelo Princípio de Saint-Venant, propagam-se com um
ângulo de 45° e logo se uniformizam, distribuindo-se por toda a seção do pilar em um plano
P.

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Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

A excentricidade de forma provoca, no nível de cada andar, um momento


fletorMVT01.efy, que tende a ser equilibrado por um binário. A figura mostra acima também
representa esquematicamente os eixos dos pilares em vários tramos sucessivos, os
momentos introduzidos pela excentricidade de forma e os binários se equilibram.
Observa-se que, em cada piso, atuam pares de forças em sentidos contrários com
valores da mesma ordem de grandeza e que, portanto, tendem a se anular.
A rigor, apenas nos níveis da fundação e da cobertura as excentricidades de forma
deveriam ser consideradas, entretanto, mesmo nesses níveis, elas costumam ser
desprezadas.
No nível da fundação, sendo muito grande o valor da força normal proveniente dos
andares superiores, o acréscimo de uma pequena excentricidade da reação da viga não
afeta significativamente os resultados do dimensionamento. Já no nível da cobertura, os

132
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

pilares são pouco solicitados e dispõem de armadura mínima, em geral, capaz de absorver
os esforços adicionais causados pela excentricidade de forma.

14.5.4 Momento mínimo

A NBR 6118:2014 recomenda que o momento total M1d,min de primeira ordem, isto é,
o momento de primeira ordem acrescido dos efeitos das imperfeições locais, deve respeitar
o valor mínimo citado anteriormente:

M1d,min = Nd.( 0,015 + 0,03 . h )

Nas estruturas reticuladas usuais, pode-se admitir que o efeito das imperfeições
locais esteja atendido se for respeitado esse valor de momento total mínimo. No caso de
pilares submetidos à flexão oblíqua composta, esse mínimo deve ser respeitado em cada
uma das direções principais, separadamente. Isto é, o pilar deve ser verificado sempre à
flexão oblíqua composta, onde, em cada verificação, pelo menos um dos momentos
respeita o mínimo.

14.5.5 Excentricidade de segunda ordem (e2)

A flambagem causa uma deformação na peça, chamada de segunda ordem, que


influi no próprio esforço interno, podendo causar sua instabilidade. A teoria que trata desse
fenômeno é chamada de teoria de segunda ordem e pode ser maior ou menos simplificada,
dependendo do índice de esbeltez do pilar.

14.5.6 Excentricidade suplementar

A excentricidade suplementar deve ser prevista de modo a levar em conta a fluência


do concreto, recomendação prevista no item 15.8.4 da NBR 6118:2014. É obrigatória em
pilares com índice de esbeltez λ > 90 e pode ser efetuada, de maneira aproximada,
acrescentando ao momento de segunda ordem M2d um momento Mc dado por:

Mc = NSd.ec

133
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

14.6 Esbeltez limite


O conceito de esbeltez limite surgiu a partir de análises teóricas de pilares,
considerando material elástico-linear. Corresponde ao valor da esbeltez a partir do qual os
efeitos de 2ª ordem começam a provocar uma redução da capacidade resistente do pilar.
Em estruturas de nós fixo, dificilmente um pilar de pórtico, não muito esbelto, terá
seu dimensionamento afetado pelos efeitos de 2ª ordem, pois o momento fletor total
máximo provavelmente será apenas o de 1ª ordem, num de seus extremos.
Os fatores preponderantes que influenciam no valor da esbeltez limite são:

 Excentricidade relativa de 1ª ordem e1/h;


 Vinculação dos extremos do pilar isolado; e

134
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

 Forma do diagrama de momentos de 1ª ordem.

14.6.1 Dispensa da análise dos efeitos locais de segunda ordem em pilares


curtos

Como mostrado no item 15.8.2 da NBR 6118:2014, os esforços locais de segunda


ordem, podem ser desprezados quando o índice de esbeltez λ for menor que o valor limite
λ1, dada pela expressão seguinte, que depende dos fatores abaixo:

 A excentricidade relativa de primeira ordem e1/h onde e1 é a excentricidade de


primeira ordem, não incluindo excentricidade acidental;
 A vinculação dos extremos da coluna isolada; e
 A forma do diagrama de momentos de primeira ordem.

λ1 = ( 25 + 12,5 . e1 / h ) / αb

35 ≤ λ1 ≤ 90

Onde, αb depende da vinculação dos extremos da coluna isolada e do carregamento


atuante, e e1 a excentricidade de primeira ordem. A NBR 6118:2014 não deixa claro como
este valor deve ser adotado. Na dúvida, pode-se admitir, no cálculo de λ1, e1 igual ao menor
valor de excentricidade de 1ª ordem, no trecho considerado. Para pilares usuais de
edifícios, vinculados nas duas extremidades, na falta de um critério mais específico, é
razoável considerar e1 = 0.

14.6.2 Valor de αb

a) Pilares apoiados sem cargas transversais

αb = 0,6 + 0,4 . MB / MA

0,4 ≤ αb ≤ 1

 Os momentos de primeira ordem MA e MB são os momentos nos extremos do pilar.


 Toma-se para MA o maior valor absoluto ao longo do pilar biapoiado.
 MB tem o sinal positivo se tracionar a mesma face que MA e negativo caso contrário.

b) Pilares biapoiados com cargas transversais significativas, ao longo da altura

αb = 1

c) Pilares em balanço

αb = 0,8 + 0,2 . MC / MA

0,85 ≤ αb ≤ 1

135
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

 MA é o momento de primeira ordem no engaste e MC é o momento de primeira ordem


no meio do pilar em balanço.

d) Pilares biapoiados ou em balanço com momentos menores que o momento


mínimo:

αb = 1

Se o maior momento de calculado ao longo do pilar for menor que o momento mínimo
definido abaixo:

M1d,min = Nd.( 0,015 + 0,03 . h )

Onde:
M1d,min = momento total de primeira ordem, ou seja, o momento de primeira ordem acrescido
dos efeitos das imperfeições locais
h = altura total da seção transversal na direção considerada, em metros
Nd = esforço normal de cálculo

No caso de pilares submetidos à flexão oblíqua composta, esse momento mínimo


deve ser respeitado em cada direção principal, separadamente (o pilar deve ser verificado
sempre à flexão oblíqua composta, onde, em cada verificação, pelo menos um dos
momentos respeita o mínimo acima).

14.7 Determinação dos efeitos locais de segunda ordem

Nas situações em que os efeitos de segunda ordem não podem ser desprezados, a
análise deles pode ser efetuada, de acordo com o item 15.8.3 da NBR 6118:2014, por
métodos aproximados e pelo método geral, com a consideração ou não da fluência.

14.7.1 Método geral

Consiste em estudar o comportamento da barra à medida que se dá o aumento do


carregamento ou de sua excentricidade. É aplicável a qualquer tipo de pilar, inclusive nos
casos em que as dimensões da peça, a armadura ou a força aplicada são variáveis ao
longo do seu comprimento.
A utilização desse método se justifica pela qualidade dos seus resultados, que
retratam com maior precisão o comportamento real da estrutura, pois considera a não
linearidade geométrica, de maneira bastante precisa.

14.7.2 Método do pilar-padrão

Como o método geral é extremamente trabalhoso, os métodos aproximados


procuram identificar a seção mais solicitada do pilar e, a partir de algumas simplificações,
estabelecer expressões que permitam calcular o efeito de segunda ordem.

136
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Seja um pilar, engastado na base e solto na sua outra extremidade, submetido a uma
carga normal com uma excentricidade inicial ei, pode-se considerar que o pilar apresentará,
como efeito de segunda ordem, uma elástica com a forma de um solenoide (figura abaixo).
Observe-se que a situação formada deste pilar é similar à de um pilar birrotulado com o
dobro do comprimento. Desta semelhança vem o conceito de comprimento de flambagem.

A flecha a mostrada na figura na extremidade do pilar é dada por:

a = ( le2/ 10 ) .(1 / r )

Considera-se que a linha elástica (deformada) y(x) do eixo da barra seja expressa
pela função contínua:

 y(x) = a .sen ( π. x / le )

137
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Onde leé o comprimento equivalente ou de flambagem do pilar que, conforme mostrado na


figura, é igual a 2.l, fazendo com que a expressão anterior fique:

 y(x) = a .sen ( π . x / 2l)

Que atende às condições geométricas de contorno, ou seja, y(x=0)=0 e y(x= l)=a. Assim,
para uma coordenada x qualquer basta entrar com o valor na expressão para encontrar a
excentricidade.

Considerando que os deslocamentos y sejam pequenos, a curvatura (1/r) pode ser


expressa por:

138
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Obtendo-se a flecha máxima, pode-se obter também o momento total, já que o


momento de 2ª ordem pode ser obtido pela equação abaixo:

M2 = N .a

M2 = N .( le2 / 10 ) .( 1 / r )

14.7.2.1 Método da curvatura aproximada

Para o cálculo do momento de segunda ordem, é preciso determinar a curvatura (1/r)


de uma barra de concreto armado, analisando-a na situação deformada.
O método do pilar padrão com curvatura aproximada é permitido para pilares de
seção constante e de armadura simétrica e constante ao longo de seu eixo, e λ≤90.A não
linearidade geométrica é considerada de forma aproximada, supondo-se que a
configuração deformada da barra seja senoidal. A não linearidade física é levada em conta
através de uma expressão aproximada da curvatura na seção crítica. A excentricidade de
2ª ordem e2, é dada por:

e2 = ( le2/ 10 ) . (1 / r )

1/r é a curvatura na seção crítica, que pode ser avaliada pela expressão:

1/r = 0,005 / h .( v + 0,5 ) ≤ 0,005 / h

Onde:
h = altura da seção na direção considerada
v = NSd/ ( Ac.fcd ),é o valor adimensional da força normal

Dessa forma, o momento total máximo no pilar é:

O cálculo, para os pilares medianamente esbeltos, da curvatura com os valores


máximos de Ԑs e Ԑc, permite o emprego dos domínios de deformação e, dessa forma, pode-
se dimensionar a seção transversal mais solicitada usando os ábacos, com e 2 calculado
como mostrado acima. Verifica-se que assim não há inconsistência na solução, pois,
estabelecidos os valores de Ԑs e Ԑc máximos, a curvatura estará definida e não haverá
necessidade, em princípio, de consultar ábacos. O que se está fazendo, ao adotar as

139
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

deformações específicas máximas, é determinar um efeito de segunda ordem maior que o


real.

14.7.2.2 Método aproximado do pilar-padrão com a rigidez k aproximada

O método do pilar-padrão com rigidez k aproximada é permitido para λ ≤ 90 nos


pilares de seção retangular constante, armadura simétrica e constante ao longo do
comprimento. A não linearidade geométrica é considerada de forma aproximada, supondo
que a deformada da barra seja senoidal. A não linearidade física é levada em conta através
de uma expressão aproximada da rigidez. O momento total máximo no pilar é dado por:

O valor da rigidez k (adimensional) é dado por aproximadamente:

Observa-se que o valor da rigidez k é necessário para o cálculo de M d, tot e para o


cálculo de k utiliza-se o valor de Md, tot. Assim, a solução pode ser obtida por tentativas.
Usualmente, poucas iterações são suficientes.
Essas duas expressões anteriores podem ser escritas de outra forma, considerando
excentricidade de 2ª ordem:

19200𝑀2 𝑑,𝑡𝑜𝑡 + (3840ℎ𝑁𝑑 − 𝜆2 ℎ𝑁𝑑 − 19200𝛼𝑏𝑀1𝑑,𝐴 )𝑀𝑑,𝑡𝑜𝑡 − 3840𝛼𝑏ℎ𝑁𝑑𝑀1𝑑,𝐴 = 0

14.7.2.2.1 Situações básicas de projeto

Para efeito de projeto, os pilares dos edifícios podem ser classificados nos
seguintes tipos:
Pilares intermediários, pilares de extremidade e pilares de canto. A cada um
desses tipos básicos de pilares corresponde uma situação de projeto diferente.
14.7.2.2.1.1 Pilar interno ou de centro

Nos pilares intermediários considera-se a compressão centrada para situação


de projeto, pois como as lajes e vigas são contínuas sobre o pilar, pode-se admitir que
140
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

os momentos fletores transmitidos ao pilar sejam pequenos e desprezíveis. Não


existem, portanto, os momentos fletores 𝑀𝐴 𝑒 𝑀𝐵 de 1º ordem nas extremidades do
pilar.

14.7.2.2.1.2 Pilar de borda ou lateral

Os pilares de extremidade, de modo geral, encontram-se posicionados nas


bordas dos edifícios, vindo daí o termo “pilar de extremidade”. Na situação de projeto
os pilares de extremidade estão submetidos à flexão composta normal, que decorre
da interrupção, sobre o pilar, da viga perpendicular à borda de extremidade. Existem,
portanto, os momentos fletores 𝑀𝐴 𝑒 𝑀𝐵 de 1º ordem nas extremidades do lance do
pilar.
Nas seções do topo e da base dos pilares de extremidade ocorrem
excentricidades 𝑒1 𝑑𝑒 1º ordem, oriundas dos momentos fletores de 1º ordem 𝑀𝐴 𝑒 𝑀𝐵 ,
com valor:

𝑒1,𝐴= 𝑀𝐴 𝑒
𝑒1,𝐵= 𝑀𝐵
𝑁𝑑 𝑁𝑑

141
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Os momentos fletores 𝑀𝐴 𝑒 𝑀𝐵 de 1º ordem devidos ao carregamento vertical


são obtidos calculando-se os pilares em conjunto com as vigas formando pórticos ou
então de uma maneira mais simples e que pode ser feita manualmente.Os momentos
fletores inferior e superior no pilar são calculados pelas expressões:

𝑟𝑖𝑛𝑓
𝑀𝑖𝑛𝑓 = 𝑀𝑒𝑛𝑔 ∗
𝑟𝑖𝑛𝑓 + 𝑟𝑠𝑢𝑝 + 𝑟𝑣𝑖𝑔𝑎

𝑟𝑠𝑢𝑝
𝑀𝑠𝑢𝑝 = 𝑀𝑒𝑛𝑔 ∗
𝑟𝑖𝑛𝑓 + 𝑟𝑠𝑢𝑝 + 𝑟𝑣𝑖𝑔𝑎
Com :
𝑀𝑒𝑛𝑔 = momento fletor de ligação entre a viga e o pilar;
r = I/ℓ = índice de rigidez relativa;
I = momento de inércia da seção na direção considerada;
ℓ = vão teórico da viga ou comprimento de flambagem do pilar.
O valor 𝑀𝑒𝑛𝑔 nas eq. acima mostradas pode ser calculado fazendo o vão
extremo adjacente ao pilar como biengastado, ou pode também ser o momento
resultante da viga vinculada ao pilar por meio de um engaste elástico(mola).
Nos edifícios de pavimentos os momentos fletores que aparecem nos pilares
são provenientes da superposição dos efeitos das vigas dos diferentes
níveis.Considerando-se por exemplo o lance do pilar compreendido entre os
pavimentos i e i + 1, os momentos fletores na base e no topo do lance são:

𝑀𝑏𝑎𝑠𝑒 = 𝑀𝑠𝑢𝑝,𝑖 + 0,5𝑀𝑖𝑛𝑓,𝑖+1


𝑀𝑡𝑜𝑝𝑜 = 𝑀𝑖𝑛𝑓,𝑖+1 + 0,5𝑀𝑠𝑢𝑝,𝑖

142
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

14.7.2.2.1.3 Pilar de canto

De modo geral, os pilares de canto encontram-se posicionados nos cantos dos


edifícios, vindo daí o termo “pilar de canto”. Na situação de projeto os pilares de canto
estão submetidos à flexão composta oblíqua, que decorre da interrupção das vigas
perpendiculares às bordas do pilar. Existem, portanto, os momentos fletores 𝑀𝐴 𝑒 𝑀𝐵
de 1º ordem nas extremidades do pilar, na suas duas direções. Esses momentos
podem ser calculados da forma como apresentado nos pilares de extremidade.
Nas seções do topo e da base dos pilares de extremidade ocorrem
excentricidades 𝑒1 de 1º ordem nas duas direções do pilar.

14.7.2.2.2 Determinação da seção sob o máximo momento fletor

143
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Sendo constante a força normal de cálculo (𝑁𝑑 ) ao longo da altura do pilar, no


cálculo de dimensionamento deve ser analisada qual seção do pilar estará submetida
ao máximo momento fletor, seção essa que conduzirá a maior armadura longitudinal
no pilar. Normalmente basta verificar as seções de extremidade (topo e base) e uma
seção intermediária C, onde atua o máximo momento fletor de 2º ordem (𝑀2𝑑 ). A figura
abaixo mostra os casos de momentos fletores solicitantes mais comuns nos pilares.
No caso do momento fletor ser variável, o valor máximo deve ser nomeado 𝑀𝐴 e
considerado positivo. O momento na outra extremidade será nomeado 𝑀𝐵 e
considerado negativo se tracionar a fibra oposta a de 𝑀𝐴 .

Levando-se em conta que um momento fletor mínimo, deve ser


obrigatoriamente considerado no pilar, os valores dos momentos fletores totais a
serem considerados nas seções em cada direção principal do pilar são:
a)Seções de extremidade(topo ou base)
𝑀1𝑑,𝐴
𝑀𝑑,𝑡𝑜𝑡 ≥ {
𝑀1𝑑,𝑚𝑖𝑛
b)Seção Intermediária (C)
𝑀1𝑑,𝐶 + 𝑀2𝑑
𝑀𝑑,𝑡𝑜𝑡 ≥ {
𝑀1𝑑,𝑚𝑖𝑛 + 𝑀2𝑑
Com o momento de 1º ordem 𝑀1𝑑,𝐶 avaliado conforme as relações:
0,6𝑀1𝑑,𝐴 + 0,4𝑀1𝑑,𝐵
𝑀1𝑑,𝐶 ≥ {
0,4𝑀1𝑑,𝐴

14.7.2.2.3 Situações de projeto e de cálculo

O cálculo dos pilares pode ser feito diretamente dos valores da força normal e
do momento fletor total, como mostrado no item anterior, sem se calcular as
excentricidades relativas aos momentos fletores solicitantes. Mas o cálculo pode
também ser feito explicitando-se as excentricidades, que são função dos momentos
fletores.
Nos itens seguintes estão mostradas as excentricidades que devem ser
obrigatoriamente consideradas no dimensionamento dos pilares, em função do tipo
de pilar (intermediário, de extremidade ou de canto) e para 𝜆𝑚𝑎𝑥 ≤ 90.
As excentricidades a serem consideradas são as seguintes:

144
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

a)Excentricidades de 1º ordem
𝑀1𝑑,𝐴 𝑀1𝑑,𝐵
𝑒1𝐴 = 𝑒1𝐵 =
𝑁𝑑 𝑁𝑑

b)Excentricidades mínima
𝑒1,𝑚𝑖𝑛 = 1,5 + 0,03ℎ com h em cm.

c)Excentricidades de 2º ordem
0,0005 ∗ ℓ𝑒 2
𝑒2 =
(𝜈 + 0,5) ∗ ℎ
d)Excentricidades de 1º ordem na seção intermediária C.
0,6𝑒1𝐴 + 0,4𝑒1𝐵
𝑒1𝐶 ≥ {
0,4𝑒1𝐴

14.7.2.2.3.1 Pilar interno ou de centro

Nos pilares intermediários considera-se que não atuam momentos fletores de


1º ordem, de modo que na situação de projeto ocorre a compressão simples ou
uniforme, como mostrado na abaixo. Se o pilar tiver 𝜆𝑚𝑎𝑥 ≤ 𝜆1 não existirão
excentricidades de 2º ordem, neste caso, basta considerar a excentricidade mínima
nas duas direções (x - 1º situação de cálculo e y – situação de cálculo). No caso de
existir excentricidade de 2º ordem, ela deve ser somada à excentricidade mínima.

Para cada situação de cálculo deve ser calculada uma armadura para pilar,
considerando-se, no entanto, um mesmo arranjo ou distribuição da armadura na
seção transversal do pilar. Isso é importante porque a armadura final deve atender a
todas as situações de cálculo existentes. Entre todas as armaduras calculadas deve
ser escolhida a maior.
De modo geral, para os pilares retangulares fica fácil determinar qual a situação
de cálculo que resultará na maior armadura, pois a maior excentricidade normalmente
é na direção de menor rigidez do pilar.
14.7.2.2.3.2 Pilar de borda ou lateral

145
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Nos pilares de extremidade ocorre a flexão composta normal na situação de


projeto, com a existência de excentricidade de 1º ordem numa direção do pilar. As
seções de extremidade e a seção intermediária C devem ser analisadas.
As figuras abaixo mostram as situações de cálculo para seção de extremidade
A e intermediária C, respectivamente. Devido aos apoios(ou vínculos) nos extremos
do pilar, não existe o deslocamento horizontal nas seções de extremidade, ou seja,
não ocorre excentricidade de 2º ordem(𝑒2 ). Por outro lado, se 𝜆𝑚𝑎𝑥 ≤ 𝜆1, a
excentricidade de 2º ordem é pequena e por isso pode ser desprezada, segundo a
NBR 6118/03. Se 𝜆𝑚𝑎𝑥 > 𝜆1, a máxima excentricidade de 2º ordem deve ser
considerada na seção intermediária C, onde a excentricidade de 1º ordem altera-se
de 𝑒1𝑥,𝐴 para 𝑒1𝑥,𝐶 na situação de projeto.
Do mesmo modo como no pilar intermediário a armadura final do pilar será a
maior calculada para cada situação de cálculo, considerando-se o mesmo arranjo das
barras na seção transversal.

14.7.2.2.3.3 Pilar de canto

Nos pilares de canto a solicitação de projeto é a flexão composta oblíqua, com


a existência de excentricidades de 1º ordem nas duas direções principais do pilar. Na
seção de extremidade A, como mostrado na figura abaixo, apenas uma situação de
cálculo é suficiente, comparando-se as excentricidades de 1º ordem com
excentricidades mínimas em cada direção.
Na seção intermediária C as excentricidades de 1º ordem alteram-se de 𝑒1𝐴
para 𝑒1𝐶 , como apresentado na figura abaixo. Existindo-se as excentricidades de 2º
ordem, elas devem ser acrescentadas às excentricidades de 1º ordem, segundo a
direção em que existir.

146
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

A armadura final do pilar será a maior calculada entre as situações de cálculo,


considerando-se as barras distribuídas de modo idêntico no cálculo das armaduras.

14.7.2.2.4 Cálculo da armadura com auxílio de ábacos

No dimensionamento manual dos pilares os ábacos são imprescindíveis e


importantíssimos, pois permitem a rápida determinação da taxa de armadura, sem
que haja a necessidade de aplicar as equações teóricas da flexão Composta Normal
ou Oblíqua. Além disso, os ábacos proporcionam o fácil cálculo com diferentes
arranjos da armadura na seção transversal.
Para cada caso de solicitação diversos ábacos podem ser utilizados para cada
o cálculo da armadura do pilar. No entanto, deve ser escolhido o ábaco que resulta na
menor e, portanto, a armadura mais econômica.

14.7.2.2.4.1 Flexão composta normal

A figura abaixo mostra a notação aplicada na utilização dos ábacos para flexão
composta normal. d’ representa uma distância paralela à excentricidade entre a face
da seção e o centro da barra do canto. De modo geral tem-se
𝑑′ = 𝑐 + 𝜙𝑡 + 𝜙ℓ ⁄2, com c= cobrimento de concreto, 𝜙𝑡 = diâmetro do estribo e 𝜙ℓ =
diâmetro da barra longitudinal.

147
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

A determinação da armadura é iniciada pelo cálculo dos esforços


adimensionais 𝜈 − 𝑛𝑖 e 𝜇 − 𝑚𝑖.
𝑁𝑑
𝜈=
𝐴𝑐 ∗ 𝑓𝑐𝑑

𝑀𝑑,𝑡𝑜𝑡
𝜇=
ℎ ∗ 𝐴𝑐 ∗ 𝑓𝑐𝑑
Ou
𝑒
𝜇=𝜈∗

Com:
𝑁𝑑 = força normal de cálculo;
𝐴𝑐 = área de seção transversal;
𝑓𝑐𝑑 = resistência de cálculo do concreto à compressão (𝑓𝑐𝑘 ⁄𝛾𝑐 );
𝑀𝑑,𝑡𝑜𝑡 = momento fletor total de cálculo;
h = dimensão do pilar na direção considerada;
e = excentricidade na direção considerada.

Escolhida uma disposição construtiva para a armadura no pilar determina-se o


ábaco a ser utilizado, em função do tipo de aço e do valor da relação d’/h. No ábaco,
com o par 𝜈 e 𝜇 obtém-se a taxa mecânica 𝜔. A armadura é então calculada pela
expressão:
𝜔∗𝐴𝑐 ∗𝑓𝑐𝑑
𝐴𝑠 = 𝑓𝑦𝑑

14.7.2.2.4.2 Flexão composta oblíqua

148
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

A figura abaixo mostra a notação aplicada na utilização dos ábacos para a


flexão composta oblíqua. 𝑑′𝑥 e 𝑑′𝑦 têm o mesmo significado de 𝑑 ′ porém, cada um
numa direção do pilar.

A determinação da armadura é iniciada pelo cálculo dos esforços


adimensionais 𝜈 e 𝜇, com 𝜇 segundo as duas direções principais do pilar:

𝑁𝑑
𝜈=
𝐴𝑐 ∗ 𝑓𝑐𝑑

𝑀𝑑,𝑡𝑜𝑡,𝑥 𝑒𝑥
𝜇𝑥 = 𝑜𝑢 = 𝜈 ∗
ℎ𝑥 ∗ 𝐴𝑐 ∗ 𝑓𝑐𝑑 ℎ𝑥
𝑀𝑑,𝑡𝑜𝑡,𝑦 𝑒𝑦
𝜇𝑦 = 𝑜𝑢 = 𝜈 ∗
ℎ𝑦 ∗ 𝐴𝑐 ∗ 𝑓𝑐𝑑 ℎ𝑦
Escolhida uma disposição construtiva para a armadura no pilar determina-se o
ábaco a ser utilizado, em função do tipo de aço e dos valores das relações 𝑑′𝑥 /ℎ𝑥 e
𝑑′𝑦 /ℎ𝑦 . No ábaco, com o trio (𝜈, 𝜇𝑥 , 𝜇𝑦 ), obtém-se a taxa mecânica 𝜔. A armadura é
calculada pela equação:
𝜔∗𝐴𝑐 ∗𝑓𝑐𝑑
𝐴𝑠 = 𝑓𝑦𝑑

14.7.2.2.5 Cálculo dos pilares intermediários

Apresenta-se o roteiro de cálculo dos chamados pilares intermediários, com


aplicação do “Método do pilar-padrão com curvatura aproximada” e do “Método do
pilar-padrão com rigidez K aproximada”. Em seguida são apresentados dois exemplos
numéricos de aplicação.

14.7.2.2.5.1 Roteiro de cálculo

149
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

No pilar intermediário, devido à continuidade das vigas e lajes no pilar, tem-se:


𝑀𝐴 =𝑀𝐵 = 0, em ambas as direções do pilar, o que leva a 𝑀1𝑑,𝐴 = 0 e 𝑒1 = 0.
a)Esforços solicitantes
A força normal de cálculo pode ser determinada como 𝑁𝑑 = 𝛾𝑛 ∗ 𝛾𝑓 ∗ 𝑁𝑘
Onde:
𝑁𝑘 = 𝑓𝑜𝑟ç𝑎 𝑛𝑜𝑟𝑚𝑎𝑙 𝑐𝑎𝑟𝑎𝑐𝑡𝑒𝑟í𝑠𝑡𝑖𝑐𝑎 𝑑𝑜 𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟;
𝛾𝑛 = 𝑐𝑜𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑗𝑜𝑟𝑎çã𝑜 𝑑𝑎 𝑓𝑜𝑟ç𝑎 𝑛𝑜𝑟𝑚𝑎𝑙(𝑣𝑒𝑟 𝑡𝑎𝑏𝑒𝑙𝑎 13.1 𝑑𝑎 𝑁𝐵𝑅 6118⁄14);
𝛾𝑓= 𝑐𝑜𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑗𝑜𝑟𝑎çã𝑜 𝑑𝑎 𝑓𝑜𝑟ç𝑎 𝑛𝑜𝑟𝑚𝑎𝑙, 𝑐𝑜𝑚𝑜 𝑑𝑒𝑓𝑖𝑛𝑖𝑑𝑜 𝑛𝑎 𝑡𝑎𝑏𝑒𝑙𝑎 11.1 𝑑𝑎
𝑁𝐵𝑅 6118⁄14.
b)Índice de esbeltez

ℓ𝑒 𝐼 3,46 ∗ ℓ𝑒
𝜆= , 𝑖 = √ 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑠𝑒çã𝑜 𝑟𝑒𝑡𝑎𝑛𝑔𝑢𝑙𝑎𝑟 𝜆 =
𝑖 𝐴 ℎ
c)Momento fletor mínimo
𝑀1𝑑,𝑚𝑖𝑛 = 𝑁𝑑 ∗ (1,5 + 0,03 ∗ ℎ) 𝑐𝑜𝑚 ℎ = 𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑒𝑚 𝑐𝑚, 𝑛𝑎 𝑑𝑖𝑟𝑒çã𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑖𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑎.
d)Esbeltez Limite
𝑒
25 + 12,5 ∗ 1
𝜆1 = ℎ 𝑐𝑜𝑚 35 ≤ 𝜆 ≤ 90
1
𝛼𝑏
𝑒1 = 0 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑚𝑒𝑑𝑖á𝑟𝑖𝑜
𝜆 ≤ 𝜆1 − 𝑛ã𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑖𝑑𝑒𝑟𝑎 − 𝑠𝑒 𝑜 𝑒𝑓𝑒𝑖𝑡𝑜 𝑑𝑒 2º 𝑜𝑟𝑑𝑒𝑚 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑎 𝑑𝑖𝑟𝑒çã𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑖𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑎;
𝜆 > 𝜆1 − 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑖𝑑𝑒𝑟𝑎 − 𝑠𝑒 𝑒𝑓𝑒𝑖𝑡𝑜 𝑑𝑒 2º 𝑜𝑟𝑑𝑒𝑚 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑎 𝑑𝑖𝑟𝑒çã𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑖𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑎.

e)Momento de 2º ordem

e1)Método do pilar-padrão com curvatura aproximada


ℓ𝑒 2 1 𝑀1𝑑𝑎
𝑀𝑑𝑡𝑜𝑡 = 𝛼𝑏 ∗ 𝑀1𝑑𝑎 + 𝑁𝑑 ∗ ∗ ≥ { 𝑀1𝑑,𝐴 ≥ 𝑀1𝑑,𝑚𝑖𝑛
10 𝑟 𝑀𝑖𝑑𝑚𝑖𝑛

e2)Método do pilar-padrão com rigidez K aproximada


19200𝑀2 𝑑,𝑡𝑜𝑡 + (3840ℎ𝑁𝑑 − 𝜆2 ℎ𝑁𝑑 − 19200𝛼𝑏𝑀1𝑑,𝐴 )𝑀𝑑,𝑡𝑜𝑡 − 3840𝛼𝑏ℎ𝑁𝑑𝑀1𝑑,𝐴 = 0

14.7.2.3 Método aproximado do pilar-padrão com curvatura real ou acoplado com diagrama de momento-
curvatura

Para os pilares esbeltos com 90 < λ < 140, pode-se empregar o método do pilar-
padrão com curvatura real, cujo método é o mesmo da curvatura aproximada (lembrando
que o método da curvatura aproximada é caso particular da curvatura real). Neste caso, os
ábacos de flexão composta normal e oblíqua no ELU de flexão ou compressão não podem
ser usados porque a instabilidade ocorre para os valores de Ԑs e Ԑc não constantes dos
domínios de deformação.

150
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

O processo é baseado no esquema da figura abaixo, em que a solução ideal ocorre


quando a curva (no caso de o pilar-padrão ser considerado uma reta) de ações tangencia
a curva de esforços internos (neste caso 1/r não é máximo).

Conhecendo para um determinado v, as curvas de M. 1/r ou μ. 1/r, para diversas


taxas de armadura ω (figura 1 abaixo), calcula-se a inclinação da reta através da expressão
básica do pilar-padrão:

 e2 = (le2/ 10 ) . (1 / r)

O momento μ1, pode ser escrito da seguinte forma:

 μ1 = (v / h). (ɭe² / 10). (1 / r)

Então, temos a expressão da tangente (coeficiente angular) do segmento de reta,


traçado a partir do ponto a (como mostrado na figura 2):

 tgα = ( v / h ) .( ɭe² / 10 )

151
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Conhecido o ponto de passagem da reta de esforços externos, por exemplo, μ=μ 1d


e 1/r = 0, e a inclinação dessa reta, é possível traçar o gráfico da figura 3, obtendo-se o
valor de ω; solução que corresponde à curva que tangencia esta reta. Para obter a solução
da armadura basta traçar na curva em questão (destacada na figura 4) uma paralela
passando pela origem, obtendo o valor de M1 (μ1) máximo resistido pela seção,
correspondente à taxa de armadura ω.
Esse procedimento pode ser sistematizado criando um ábaco em função do
momento de primeira ordem, força normal, taxa de armadura e comprimento de flambagem.

152
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Assim conhecidos os valores da força normal N (v na forma reduzida), o comprimento


de flambagem le e o momento de primeira ordem através de μ1, pode-se, para a distribuição

153
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

de aço em duas faces e os cobrimentos indicados, entrar no ábaco e encontrar a taxa ω de


armadura necessária. Neste caso a curvatura não é máxima, não se usaram os domínios
de deformação e o efeito de segunda ordem já embutido no ábaco.

14.7.3 Resumo do cálculo das excentricidades

14.8 Casos especiais

Em alguns casos, pode ser encontrado o valor de ω = 0 no ábaco. Nesse caso o


valor da armadura será dado em função de ρmin =v .0,15 .fcd / fyd≥ 0,4%.A’c.

Formula para área de aço A’s

A formula para o cálculo da área de aço comprimida com o uso ábaco, segue abaixo:
154
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

A’s = ω.Ac.fcd / fyd

14.9 Detalhamento da armadura longitudinal e estribos

O detalhamento da armadura de um pilar deve contemplar a quantidade e o


posicionamento correto da armadura longitudinal e transversal, além de indicar claramente
as distâncias entre as barras, os transpasses e as barras de espera. O detalhamento deve
ser apresentado em um desenho em que fique clara a disposição das armaduras
longitudinais e transversais, indicando bitolas, formatos, comprimentos e quantidades.
É necessário, após a escolha da bitola da armadura longitudinal, estudar sua
distribuição ao longo do perímetro do pilar (encontra-se a armadura sempre na parte
externa do pilar) de acordo como foi conduzido o cálculo, e definir o espaçamento máximo
e mínimo entre as barras.
Em relação ao comprimento das barras é preciso levar em conta o processo de
execução dos pilares, em que cada andar é produzido por vez e, dessa forma, barras
precisarão ser emendadas, sendo necessário calcular o transpasse entre as barras de um
andar e outro.

14.9.1 Cobrimento das armaduras

Conforme mostrado no item 7.4.7 da NBR 6118:2014, deve-se respeitar o


cobrimento mínimo ao longo de todo o elemento.
Para garantir o cobrimento mínimo (cmin), o projeto e a execução devem considerar
o cobrimento nominal (cnom), que é o cobrimento mínimo acrescido da tolerância de
execução Δc. Assim, as dimensões das armaduras e os espaçadores devem respeitar os
cobrimentos nominais conforme mostrado nas tabelas abaixo:

155
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Nas obras correntes o valor de Δc deve ser maior ou igual a 10 mm. Quando houver
um adequado controle de qualidade e rígidos limites de tolerância da variabilidade das
medidas durante a execução, pode ser adotado o valor de Δc=5mm, mas a exigência de
controle rigoroso deve ser aplicada nos desenhos de projeto. Neste caso, permite-se uma
redução de 5 mm nos cobrimentos nominais.
Os cobrimentos são sempre referidos à superfície da armadura externa, em geral à
face externa do estribo. O cobrimento nominal deve ser maior que o diâmetro da barra.
A dimensão máxima característica do agregado graúdo utilizado não pode superar
em 20 % o cobrimento nominal. Neste caso, temos a seguinte condição:

dmin ≤ 1,2 .cnom

14.9.2 Armadura longitudinal de pilares

As armaduras longitudinais colaboram para resistir à compressão, diminuindo a


seção do pilar, e também resistem às tensões de tração. Além disso, têm a função de
diminuir as deformações do pilar, especialmente decorrentes da retração e da fluência.

14.9.2.1 Diâmetro mínimo e valores limite

O item 18.4.2.1 da NBR 6118:2014 define que a diâmetro (Φ) das barras
longitudinais não deve ser inferior a 10 mm e nem superior a 1/8 da menor dimensão da
seção transversal. Assim, temos a seguinte condição:

10 mm ≤ Φ ≤ b / 8

A exigência de limites mínimo e máximo para as taxas de armaduras de peças de


concreto armado visa garantir a ductilidade, preservar a validade dos modelos de cálculo
adotados e evitar altas concentrações de armadura que possam comprometer o
adensamento e a compactação adequada do concreto.
A norma dispõe, no item 17.3.5.3, que a taxa de armadura longitudinal de pilares,
referida à área da seção transversal, ρ = A’s / A’c, deve seguir os seguintes limites:

Na tabela a seguir, são apresentados os valores de ρmin para resistências


características do concreto entre 20 e 50 MPa e força normal reduzida de cálculo (v), de
156
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0,1 a 1. Nas linhas sombreadas da tabela são mostrados os valores para v≥0,7, onde a
Norma permite utilizar o método aproximado de compressão centrada equivalente.

A área de armadura máxima (8% da seção), deve ser respeitada inclusive nas
regiões de transpasse, em que ocorre a sobreposição e a emenda das barras longitudinais
da armadura. Essa exigência da norma implica a observância de um valor bem inferior da
taxa mínima nos trechos centrais do pilar, fora da região de transpasse. Caso seja
necessário o transpasse de todas as barras, para garantir a ligação monolítica dos trechos
superior e inferior do pilar, a taxa de armadura fora do transpasse deve ser ≤ 4%.
Para um dimensionamento econômico e arranjos de armaduras que permitam uma
boa concretagem, a taxa de armadura longitudinal na região central do pilar, havendo ou
não emendas por transpasse, deve estar situada entre 1% e 4%.
Para a área da seção de concreto, no limite da segurança com NSd = NRd, pode ser
obtida em função da taxa de armadura ρ, conforme equação abaixo:

A’c = NSd,eq / fcd + ρ .fyd

14.9.2.2 Disposição das armaduras

O item 18.4.2.2 da NBR 6118:2014 define a disposição das armaduras da seguinte


forma: “As armaduras longitudinais devem dispostas na seção transversal de forma a
garantir a adequada resistência do elemento estrutural. Em seções poligonais, deve existir
pelo menos uma barra em cada vértice; em seções circulares, no mínimo seis barras
distribuídas ao longo do perímetro”.
Portanto, na definição do número mínimo de barras da seção transversal, o critério
principal é a existência de uma barra longitudinal em cada canto de estribo poligonal, como
mostrado na figura abaixo. Nas seções compostas de retângulos, todos os estribos devem
estar ancorados dentro do núcleo comum a dois retângulos.

157
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O espaçamento livre entre as barras longitudinais de pilares, medido no plano da


seção e fora da região de emendas, como mostrado na figura abaixo, não deve ultrapassar
o menor dos dois valores: 400 mm e 2 vezes a menor dimensão da seção. Não deve ser,
também, inferior ao maior dos valores: 20 mm, o diâmetro da barra e 1,2 vezes o diâmetro
máximo do agregado.

14.9.3 Armadura transversal (estribos)

Os estribos são usados nas estruturas sempre que houver possibilidade de


flambagem das barras da armadura.

14.9.3.1 Diâmetro mínimo e valores limite

De acordo com a NBR 6118:2014, o diâmetro dos estribos de pilares não deve ser
inferior a 5 mm e nem a ¼ da barra isolada da armadura longitudinal. Assim, na seguinte
condição:

Φt≥5 mm
Φt ≥ Φ/4

158
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O espaçamento dos estribos st, é medido na direção paralela ao eixo do pilar, e deve
ser igual ou inferior ao menor dos seguintes valores:

E para os pilares em geral (inclusive os pré-moldados), segundo LEONHARDT &


MÖNNIG (1978), recomenda-se que se disponham, nas suas extremidades, 2 a 3 estribos
com espaçamento igual a st/2 e st/4, como mostrado na figura abaixo.

14.9.3.2 Disposição das armaduras

Os estribos poligonais garantem contra a flambagem as barras longitudinais situadas


em seus cantos e as por eles abrangidas, situadas no máximo à distância de 20Φt do canto,
se nesse trecho de comprimento 20Φt não houver mais de duas barras, não contando a de
canto. Quando houver mais de duas barras nesse trecho, ou barra fora dele, deve haver
estribos suplementares.
Esses estribos suplementares devem ter o mesmo diâmetro do estribo, podendo-se
utilizar barras isoladas, terminadas em ganchos, conforme mostrado na figura abaixo.
Essas barras, chamadas de grampos, devem envolver as barras longitudinais em seus
extremos. No caso de haver mais de uma barra a ser protegida junto à extremidade do
estribo suplementar, seu gancho deve envolver inclusive o estribo principal.

159
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No detalhamento, deve ser informado, em cada trecho do pilar com comprimento ɭ,


o número de estribos (n), dado por:

n = ( ɭ / st ) + 1

O comprimento total reto da barra para fabricar cada estribo deve ser informado nas
plantas de armação. Para uma seção retangular de bxh, dado os valores do cobrimento
nominal, e acrescentando o comprimento de 100 mm para prever os ganchos de
fechamento do estribo nos dois extremos da barra, tem-se a seguinte equação para o
cálculo do comprimento do estribo reto:

Cest,reto = 2 ( b + h – 4 .cnom ) + 10 cm

14.9.3.3 Arranjos dos estribos

Abaixo, segue-se arranjo para estribos em pilares quadrados.

Seção indicada abaixo com destaque para os detalhes dos estribos.

160
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Na figura a seguir são mostrados alguns arranjos possíveis de estribos, que podem
ser usados em pilares retangulares.

161
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14.9.4 Ancoragem de barras longitudinais

14.9.4.1 Ancoragem por traspasse

Comercialmente não existem barras de aço de comprimento maior que 12 m e, dessa


maneira, as barras da armadura longitudinal dos pilares necessitam ser emendadas, além
do que é difícil manipular barras de grande comprimento. Assim, todas as barras das
armaduras devem ser ancoradas, de forma que os esforços a que estejam submetidas
sejam integralmente transmitidos ao concreto, seja essa ancoragem por meio de aderência
ou dispositivos mecânicos ou combinação de ambos.

162
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O usual são as emendas por traspasse, ou seja, na região da emenda o esforço de


uma barra longitudinal passa para outra, através do concreto. E essas emendas não devem
conter ganchos, pois, a existência de ganchos teria uma influência negativa, podendo
causar fissuras no concreto em seu entorno, além de dificultar a execução em zonas de
grande concentração de armaduras.
O comprimento de ancoragem básico, ɭb, é definido pela NBR 6118:2014 no item
9.4.2.4, como: “o comprimento reto de uma barra da armadura passiva necessário para
ancorar a força limite As.fyd nessa barra, admitindo, ao longo desse comprimento resistência
de aderência uniforme igual a f bd”. Para as barras de bitola Φ da armadura longitudinal
comprimida de pilares, esse comprimento de ancoragem é dado por:

ɭb = ( Φ / 4 ) .( fyd / fbd )

Sendo fbd a resistência de aderência de cálculo, uniforme entre a superfície lateral da


armadura e o concreto no trecho de ancoragem, dada por:

fbd = η1.η2. η3. ( 0,21 . fck2/3 / ɣc )

Onde:
η1 = coeficiente de deformação superficial do aço:
 barras lisas (CA-25) = 1
 barras entalhadas (CA-60) = 1,4
 barras nervuradas (CA-50) = 2,25
η2 = coeficiente da posição relativa das barras na concretagem:
 situações de boa aderência = 1
 situações de má aderência = 0,7
η3 = coeficiente da bitola da barra:
 1 quando Φ ≤ 32 mm

Após o cálculo da área de armadura A’s, procede-se a escolha das barras comerciais,
para se obter a área efetiva da armadura, A’s,ef, que, em alguns casos, pode ser superior à
primeira. Sendo A’s,ef maior, permite-se uma redução no valor básico de ancoragem, ɭb.
Assim, por meio da expressão abaixo, encontramos o comprimento de ancoragem
necessário:

ɭb,nec = ɭb ( A’s / A’s,ef ) ≥ ɭb,min

O item 9.4.2.5 da Norma define o comprimento mínimo de ancoragem da seguinte


forma:

163
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A tabela abaixo, apresenta os valores do comprimento básico de ancoragem reta, ɭb,


para o aço CA-50 e concretos com resistências fck entre 20 e 50 MPa, expressos em termos
da bitola das barras adotadas para área efetiva de aço (A’s,ef). Posteriormente, pode ser
feita a redução para se obter o comprimento necessário por meio da equação ɭb,nec = ɭb ( A’s
/ A’s,ef ).

Recomenda-se que as emendas sejam feitas no terço inferior ou superior da altura


do pilar, pois, em caso de ocorrência do efeito de segunda ordem, o momento máximo, na
região central da altura do pilar, não romperá a emenda; o melhor é que as emendas sejam
feitas no nível do pavimento e, dessa forma, o tamanho final de uma barra será igual a
distância de piso a piso mais o comprimento da emenda.
É conveniente também que, na região da emenda, a distância entre os estribos não
seja maior que 4Φ. Não é permitida emenda por traspasse em barras com o diâmetro
superior a 32 mm.
Na transição de pavimentos, quando não houver mudança na seção transversal do
pilar, as barras do tramo inferior posicionadas nos cantos devem ser ligeiramente dobradas
para dentro, de modo a se efetuar a emenda (figura a). quando houver diminuição da seção
do pilar (diminuição que deverá ser menor que b/2), deve-se prolongar apenas as barras
possíveis e necessárias na emenda (figura b); quando a diminuição da seção for maior que
b/2, devem ser usadas barras complementares, que servirão de arranque para a parte
superior do pilar (figura c).

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Já no caso de barras que terminam em locais próximos à superfície externa de um


elemento (laje de cobertura, por exemplo), é conveniente que essas barras sejam dobradas
ou interrompidas a uma distância maior ou igual a três vezes seu diâmetro, de modo a evitar
o rompimento da capa de concreto. Assim, temos a seguinte condição:

dsuper ≥ 3Φ

14.9.4.2 Consideração sobre a armadura transversal em emendas por traspasse de barras comprimidas

Conforme o item 9.5.2.4 da NBR 6118:2014, quando a armadura longitudinal for de


diâmetro inferior a 16 mm e a proporção de barras emendadas na mesma seção for menor
que 25%, devem ser tomadas as considerações informadas no item 9.4.2.6. Como
usualmente as barras são emendadas na mesma seção, se Φ≥16 mm, a norma tem as
seguintes recomendações para a armadura transversal:

 Seja capaz de resistir a uma força igual à de uma barra emendada, considerando os
ramos paralelos ao plano da emenda;
 Seja constituída por barras fechadas, se a distância entre as duas barras mais
próximas de duas emendas na mesma seção for menor que 10Φ;
 Concentre-se nos terços externos da emenda.

14.10 Representações da armação dos pilares

165
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Nos desenhos de armação dos pilares, deverá ser feito um corte transversal para
cada tipo de pilar, onde serão indicados as quantidades e os números das barras
longitudinais.
Ao lado do corte transversal serão desenhadas as barras longitudinais com indicação
de número, quantidade, diâmetro e comprimento de cada barra. Haverá também uma
indicação de nível, sendo ainda mostrada a quantidade, número e espaçamento dos
estribos.
O desenho de estribo será feito abaixo do corte transversal, com indicação de
número sequencial, quantidade, diâmetro e comprimento do mesmo.
Quando um pilar tiver seção tal que precise de mais de um estribo, caso estes sejam
iguais, um será desenhado em linha cheia e o outro com linha tracejada. Se estes estribos
forem diferentes, ambos serão desenhados com linha cheia.

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14.11 Exercícios

Exercício 1

Calcular o pilar 8 que é um pilar central interno, pelo método do pilar-padrão com
curvatura aproximada e pelo método do pilar-padrão com rigidez aproximada. E as
vigas cruzam no centro de gravidade do pilar.

Dados :
Classe I
CA-50
N = 750 KN
Comprimento = 290 cm
Parede = 15 cm, então o pilar será 15x

Pré-dimensionamento

𝑁𝑑
ℎ=
𝑏 ∗ 𝑓𝑐𝑑 ∗ 𝑣

sendo 𝑣

𝑁𝑑 = 𝑁 ∗ 𝛾𝑐 ∗ 𝛾𝑢 = 750 ∗ 1,4 ∗ 1,20 = 1260𝐾𝑁


𝛾𝑐 = 1,4 ; 𝛾𝑢 = 1,2 sendo b = 15cm.

Como as vigas cruzam do centro de gravidade do pilar então não temos excentricidade de
forma.
𝑓𝑐𝑑 = 𝑓𝑐𝑘⁄𝛾𝑐 = 20𝑀𝑝𝑎 ⁄1,4 = 14,29𝑀𝑝𝑎 = 1,43 𝐾𝑁/𝑐𝑚2
𝑣 = 1,0 𝑎 1,2 Adotaremos o valor 1,0

1260
ℎ= = 58,7 ≅ 60𝑐𝑚
1,0 ∗ 1,43 ∗ 15

Seção 15x60cm – As = 900 cm² > 360cm² oK.:

174
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Índice de esbeltez
Sentido x

3,46 ∗ ℓ𝑒
𝜆𝑥 =

ℓ𝑝 ∗ ℎ = 239 + 60 = 299𝑐𝑚
ℓ𝑒 ≤ {
ℓ = 290𝑐𝑚 − 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑜
3,46 ∗ 290
𝜆𝑥 = = 16,7 = 17
60
Sentido y
ℓ𝑝 ∗ ℎ = 239 + 15 = 254𝑐𝑚
ℓ𝑒 ≤ {
ℓ = 299𝑐𝑚 − 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑜

3,46 ∗ ℓ𝑒 3,46 ∗ 254


𝜆𝑦 = = = 58,6
ℎ 15

Momento fletor mínimo

Midmin = Nd * ( 1,5 + 0,03h)

175
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Sentido x
Midminx = 1260 * (1,5 + 0,03 *60) = 4158 KNcm

𝑀𝑖𝑑𝑚𝑖𝑛 4158
ℓ𝑥 = = = 3,3 𝑐𝑚
𝑁𝑑 1260
Sentido y
Midmin = Nd * (1,5 + 0,03*h)

Midminy = 1260*(1,5 + 0,03 *15) = 2457 KNcm

𝑀𝑖𝑑𝑚𝑖𝑛 2457
ℓ𝑦 = = = 1,95 𝑐𝑚
𝑁𝑑 1260

Momento de 2º ordem teremos somente no sentido y, ⋋y = 58,6 acima de 35,


usando o método do pilar-padrão com curvatura aproximada teremos.

ℓ𝑒 2 1 𝑀1𝑑𝑎
𝑀𝑑𝑡𝑜𝑡 = 𝛼𝑏 ∗ 𝑀1𝑑𝑎 + 𝑁𝑑 ∗ ∗ ≥ {
10 𝑟 𝑀𝑖𝑑𝑚𝑖𝑛

1 0,005 0,005
= ≤
𝑟 ℎ ∗ (𝑣 + 0,50) ℎ
𝑁𝑑 1260
𝑣= = = 0,98 ≅ 1,00
𝐴𝑐 ∗ 𝑓𝑐𝑑 900 ∗ 1,43
1 0,005 0,005
= = 2,3𝑥10−4 ≤ = 3,3𝑥10−4
𝑟 15 ∗ (0,98 + 0,50) 15
2902
𝑀𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 1,0 ∗ 2457 + 1260 ∗ ∗ 2,3 𝑥 10−4
10
𝑀𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 4894 𝐾𝑁𝑐𝑚
2
ℓ 1 2902
𝑒2𝑦 = ∗ = ∗ 2,3 𝑥 10−4 = 1,93 𝑐𝑚
10 10 10

A situação de projeto e as situações de cálculo estão mostradas na figura abaixo.

176
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Utilizamos os ábacos.

𝑑´⁄ℎ = 2,5𝑐𝑚⁄15 = 0,17 ≅ 0,15

𝑁𝑑 ∗ 𝑒 1260 ∗ 3,88
𝜇= = = 0,25
𝐴𝑐 ∗ ℎ ∗ 𝑓𝑐𝑑 900 ∗ 15 ∗ 1,43
𝜔 = 0,85
𝜔 ∗ 𝐴𝑐 ∗ 𝑓𝑐𝑑 0,85 ∗ 900 ∗ 1,43
𝐴𝑠 = = = 25,16𝑐𝑚2
𝑓𝑦𝑑 43,48
𝐴𝑠 ′ = 21,60 𝑐𝑚2 8∅ 20,0 (25,13 𝑐𝑚2 )

Método do pilar-padrão com rigidez K aproximado

19200𝑀2 𝑑,𝑡𝑜𝑡 + (3840ℎ𝑁𝑑 − 𝜆2 ℎ𝑁𝑑 − 19200𝛼𝑏𝑀1𝑑,𝐴 )𝑀𝑑,𝑡𝑜𝑡 − 3840𝛼𝑏ℎ𝑁𝑑𝑀1𝑑,𝐴 = 0


19200𝑀2 𝑑,𝑡𝑜𝑡 + (3840 ∗ 15 ∗ 1260 − 58,72 ∗ 15 ∗ 1260 − 19200 ∗ 2457)𝑀𝑑,𝑡𝑜𝑡 − 3840
∗ 15 ∗ 1260 ∗ 2457 = 0
19200𝑀2 𝑑,𝑡𝑜𝑡 + (72576000 − 65123541 − 47174400)𝑀𝑑,𝑡𝑜𝑡 − 1,783192 𝑥 1011 = 0

177
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

19200𝑀2 𝑑,𝑡𝑜𝑡 − 59440500𝑀𝑑,𝑡𝑜𝑡 − 1,783192 𝑥 1011 = 0


𝑀2 𝑑,𝑡𝑜𝑡 − 3096𝑀𝑑,𝑡𝑜𝑡 − 9287458 = 0

A raiz positiva da equação de 2º grau é:


−𝑏 ± √𝑏 2 − 4𝑎𝑐 −(−2068,85) ± √30962 − 4 ∗ (−9287458)
𝑥= = =
2𝑎 2

𝑀𝑑,𝑡𝑜𝑡 = 4252,7317 𝐾𝑁. 𝑐𝑚 ≥ 𝑀1𝑑,𝑚𝑖𝑛,𝑦 = 2457 𝐾𝑁. 𝑐𝑚


𝑀𝑑,𝑡𝑜𝑡,𝑦 4252,73
𝜇= = = 0,22
𝐴𝑐 ∗ ℎ𝑦 ∗ 𝑓𝑐𝑑 900 ∗ 15 ∗ 1,43
𝜔 = 0,65
900 ∗ 1,43
𝐴𝑠 = 0,7 ∗ = 19,24𝑐𝑚2 7∅20,0𝑚𝑚(21,99𝑐𝑚2 )
43,48

Exercício 2

Este segundo exemplo é semelhante ao primeiro, com exceção da maior força


normal de compressão. São conhecidos:

𝑁𝑑 1500
ℎ= = = 52𝑐𝑚 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑟 50𝑐𝑚
𝑏 ∗ 𝑓𝑑 20 ∗ 1,43
𝑁𝑘 = 1071 𝐾𝑁
Seção 20x50 (Ac = 1000 cm²)
ℓ𝑒𝑥 = ℓ𝑒𝑦 = 280𝑐𝑚

Resolução:

Esforços solicitantes
A força normal de cálculo é : 𝑁𝑑 = 𝛾𝑛 ∗ 𝛾𝑓 ∗ 𝑁𝑘 = 1,0 ∗ 1,4 ∗ 1071 = 1500𝐾𝑁

Índice de esbeltez
3,46 ∗ ℓ𝑒 3,46 ∗ 280
𝜆𝑥 = = = 19,4
ℎ 50

3,46 ∗ ℓ𝑒 3,46 ∗ 280


𝜆𝑦 = = = 48,4
ℎ 20

Momento Fletor mínimo


O momento fletor mínimo em cada direção é:
𝑀1𝑑,𝑚𝑖𝑛 = 𝑁𝑑(1,5 + 0,03ℎ), 𝑐𝑜𝑚 ℎ 𝑒𝑚 𝑐𝑚.
178
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

𝑀1𝑑,𝑚𝑖𝑛,𝑥 = 1500(1,5 + 0,03 ∗ 50) = 4500 𝐾𝑁. 𝑐𝑚 ; 𝑒1𝑥, min = 3,00𝑐𝑚


𝑀1𝑑,𝑚𝑖𝑛,𝑦 = 1500(1,5 + 0,03 ∗ 20) = 3150 𝐾𝑁. 𝑐𝑚 ; 𝑒1𝑥, min = 2,10𝑐𝑚

Esbeltez limite

𝑒
25+12,5∗ 1
𝜆1 = ℎ
com 35 ≤ 𝜆1 ≤ 90
𝛼𝑏

Do mesmo modo como no exemplo anterior:

𝜆1,𝑥 = 𝜆1,𝑦 = 25 ≥ 35 .: 𝜆1,𝑥 = 𝜆1,𝑦 = 35

Desse modo:
𝜆𝑥 = 19,4 < 𝜆1,𝑥 .: não são considerados os efeitos de 2º ordem na direção x;
𝜆𝑦 = 48,4 < 𝜆1,𝑦 .: são considerados os efeitos de 2º ordem na direção y;

Momento de 2º ordem

O momento de 2º ordem será avaliado pelos métodos do pilar-padrão com


curvatura aproximada e do pilar-padrão com rigidez K aproximada.

Método do pilar-padrão com curvatura aproximada


ℓ𝑒 2 1 𝑀1𝑑𝑎
𝑀𝑑𝑡𝑜𝑡 = 𝛼𝑏 ∗ 𝑀1𝑑𝑎 + 𝑁𝑑 ∗ ∗ ≥ {
10 𝑟 𝑀𝑖𝑑𝑚𝑖𝑛
𝑁𝑑 1500
𝑣= = = 1,05
𝐴𝑐 ∗ 𝑓𝑐𝑑 1000 ∗ 1,43

Curvatura segundo a direção y sujeita a esforços de 2º ordem:

1 0,005 0,005 0,005


= = = 1,6129. 10−4 𝑐𝑚−1 ≤
𝑟 ℎ ∗ (𝑣 + 0,50) 20 ∗ (1,05 + 0,50) 20
−4 −1
= 2,5. 10 𝑐𝑚

Excentricidade de 2º ordem na direção y é :

2802
𝑒2𝑦 = ∗ 1,6129. 10−4 = 1,26 𝑐𝑚
10

Fazendo 𝑀1𝑑𝑎 ≥ 𝑀1𝑑,𝑚𝑖𝑛 em cada direção, tem-se os momentos totais máximos:


Dir.x: 𝑀𝑑.𝑡𝑜𝑡,𝑥 = 𝑀1𝑑,𝑚𝑖𝑛,𝑥 = 4500 𝐾𝑁. 𝑐𝑚
2802
Dir.y: 𝑀𝑑.𝑡𝑜𝑡,𝑦 = 1,0 ∗ 3150 + 1500 ∗ ∗ 1,6129. 10−4 = 5047 𝐾𝑁. 𝑐𝑚
10
179
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

𝑀𝑑.𝑡𝑜𝑡,𝑦 = 5047 𝐾𝑁. 𝑐𝑚 ≥ 𝑀1𝑑,𝑚𝑖𝑛,𝑦 = 3150 𝐾𝑁. 𝑐𝑚

Situação de projeto e as situações de cálculo estão mostradas abaixo:

Com v = 1,05 e utilizando os ábacos de VENTURINI(1987) para a flexão reta:


Dir.y:
𝑀𝑑.𝑡𝑜𝑡,𝑦 5047
𝜇= = = 0,18
𝐴𝑐 ∗ ℎ𝑦 ∗ 𝑓𝑐𝑑 1000 ∗ 20 ∗ 1,43
𝑑´⁄ℎ = 3,0𝑐𝑚⁄20 = 0,15
𝜔 = 0,75
𝜔 ∗ 𝐴𝑐 ∗ 𝑓𝑐𝑑 0,75 ∗ 1000 ∗ 1,43
𝐴𝑠 = = = 24,67𝑐𝑚2 8∅20,0𝑚𝑚(25,13𝑐𝑚2 )
𝑓𝑦𝑑 43,48

Método do pilar-padrão com rigidez K aproximada

19200𝑀2 𝑑,𝑡𝑜𝑡 + (3840ℎ𝑁𝑑 − 𝜆2 ℎ𝑁𝑑 − 19200𝛼𝑏𝑀1𝑑,𝐴 )𝑀𝑑,𝑡𝑜𝑡 − 3840𝛼𝑏ℎ𝑁𝑑𝑀1𝑑,𝐴 = 0


19200𝑀2 𝑑,𝑡𝑜𝑡 + (3840 ∗ 20 ∗ 1500 − 48,42 ∗ 20 ∗ 1500 − 19200 ∗ 3150)𝑀𝑑,𝑡𝑜𝑡 − 3840
∗ 20 ∗ 1500 ∗ 3150 = 0
19200𝑀2 𝑑,𝑡𝑜𝑡 − 15556800𝑀𝑑,𝑡𝑜𝑡 − 3,6288 𝑥 1011 = 0
𝑀2 𝑑,𝑡𝑜𝑡 − 810,25𝑀𝑑,𝑡𝑜𝑡 − 18900000 = 0

A raiz positiva da equação de 2º grau é:


𝑀𝑑,𝑡𝑜𝑡 = 4771 𝐾𝑁. 𝑐𝑚 ≥ 𝑀1𝑑,𝑚𝑖𝑛 = 3150 𝐾𝑁. 𝑐𝑚

Com v = 1,05 e utilizando os ábacos de VENTURINI(1987) para a flexão reta:

𝑀𝑑,𝑡𝑜𝑡,𝑦 4771
𝜇= = = 0,17
𝐴𝑐 ∗ ℎ𝑦 ∗ 𝑓𝑐𝑑 1000 ∗ 20 ∗ 1,43
180
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

𝑑´⁄ℎ = 3,0𝑐𝑚⁄20 = 0,15


𝜔 = 0,70
1000 ∗ 1,43
𝐴𝑠 = 0,70 ∗ = 23,02𝑐𝑚2 8∅20,0𝑚𝑚 (25,13𝑐𝑚2 )
43,48

Exercício 3
Dados:
𝑁𝐾 = 820 𝐾𝑁
ℓ𝑒𝑥 = ℓ𝑒𝑦 = 280𝑐𝑚

Pré-dimensionamento

𝑁𝑑 820𝐾𝑁 ∗ 1,4 ∗ 1,0


ℎ= = = 40𝑐𝑚 − 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑜 50𝑐𝑚
𝑏 ∗ 𝑓𝑐𝑑 ∗ 𝑣 20 ∗ 1,43 ∗ 1,0

Resolução:

Esforços solicitantes

A força normal de cálculo é : 𝑁𝑑 = 𝛾𝑛 ∗ 𝛾𝑓 ∗ 𝑁𝐾 = 1,0 ∗ 1,4 ∗ 820 = 1148 𝐾𝑁

Momento na ligação viga-pilar

Sentido X
𝐼𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟
𝜏𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟,𝑠𝑢𝑝 = 𝜏𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟,𝑖𝑛𝑓 =
ℓ𝑒
2
181
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

𝑏 ∗ ℎ3 50 ∗ 203
𝐼𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟 = = = 33333,33𝑐𝑚4
12 12
ℓ𝑒 280
= = 140𝑐𝑚
2 2
33333,3𝑐𝑚4
𝜏𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟,𝑠𝑢𝑝 = 𝜏𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟,𝑖𝑛𝑓 = = 238,1𝑐𝑚3
140𝑐𝑚

3 ∗ 𝜏𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟,𝑠𝑢𝑝
𝑀𝑠𝑢𝑝 = 𝑀𝑖𝑛𝑓 = 𝑀𝑒𝑛𝑔 ∗ =
3 ∗ 𝜏𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟,𝑠𝑢𝑝 + 4 ∗ 𝜏𝑣𝑖𝑔𝑎 + 3 ∗ 𝜏𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟,𝑖𝑛𝑓
2
𝑃∗ℓ 0,20 ∗ 4802
𝑀𝑒𝑛𝑔 = = = 3840 𝐾𝑁𝑐𝑚
12 12
20 ∗ 503 20 ∗ 503
𝐼𝑣𝑖𝑔 = = = 208333,33𝑐𝑚4
12 12
𝐼𝑣𝑖𝑔 208333,33𝑐𝑚4
𝜏𝑣𝑖𝑔 = = = 434𝑐𝑚3
ℓ𝑒 480𝑐𝑚
3 ∗ 238,1𝑐𝑚3
𝑀𝑠𝑢𝑝 = 3840 𝐾𝑁𝑐𝑚 ∗ =
3 ∗ 283,1𝑐𝑚3 + 4 ∗ 434𝑐𝑚3 + 3 ∗ 283,1𝑐𝑚3
𝑀𝑠𝑢𝑝 = 3840 𝐾𝑁𝑐𝑚 ∗ 0,23 = 867 𝐾𝑁𝑐𝑚

O momento total no topo e na base

𝑀𝑠𝑢𝑝 = 𝑀𝑖𝑛𝑓 = 867 ∗ 1,4 ∗ 1,0 = 1214 𝐾𝑁𝑐𝑚

Excentricidade inicial no topo e base

𝑀𝑑 1214 𝐾𝑁𝑐𝑚
𝑒𝐼 = = = 1,06𝑐𝑚
𝑁𝑑 1148 𝐾𝑁

Sentido Y
𝐼𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟
𝜏𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟,𝑠𝑢𝑝 = 𝜏𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟,𝑖𝑛𝑓 =
ℓ𝑒
2
𝑏 ∗ ℎ3 20 ∗ 503
𝐼𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟 = = = 208333,33𝑐𝑚4
12 12
ℓ𝑒 280
= = 140𝑐𝑚
2 2
208333,33𝑐𝑚4
𝜏𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟,𝑠𝑢𝑝 = 𝜏𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟,𝑖𝑛𝑓 = = 1488𝑐𝑚3
140𝑐𝑚

3 ∗ 𝜏𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟,𝑠𝑢𝑝
𝑀𝑠𝑢𝑝 = 𝑀𝑖𝑛𝑓 = 𝑀𝑒𝑛𝑔 ∗ =
3 ∗ 𝜏𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟,𝑠𝑢𝑝 + 4 ∗ 𝜏𝑣𝑖𝑔𝑎 + 3 ∗ 𝜏𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟,𝑖𝑛𝑓

182
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

2
𝑃∗ℓ 0,18 ∗ 5202
𝑀𝑒𝑛𝑔 = = = 4056 𝐾𝑁𝑐𝑚
12 12
20 ∗ 553 20 ∗ 553
𝐼𝑣𝑖𝑔 = = = 277291,7𝑐𝑚4
12 12
𝐼𝑣𝑖𝑔 277291,7𝑐𝑚4
𝜏𝑣𝑖𝑔 = = = 533,3𝑐𝑚3
ℓ𝑒 520𝑐𝑚
3 ∗ 1488𝑐𝑚3
𝑀𝑠𝑢𝑝 = 4056 𝐾𝑁𝑐𝑚 ∗ =
3 ∗ 1488𝑐𝑚3 + 4 ∗ 533,5𝑐𝑚3 + 3 ∗ 1488𝑐𝑚3
𝑀𝑠𝑢𝑝 = 4056 𝐾𝑁𝑐𝑚 ∗ 0,40 = 1636,8 𝐾𝑁𝑐𝑚

O momento total no topo e na base

𝑀𝑠𝑢𝑝 = 𝑀𝑖𝑛𝑓 = 1636,8 ∗ 1,4 ∗ 1,0 = 2291,5 𝐾𝑁𝑐𝑚

Excentricidade inicial no topo e base

𝑀𝑑 2291,5 𝐾𝑁𝑐𝑚
𝑒𝐼 = = = 2,00𝑐𝑚
𝑁𝑑 1148 𝐾𝑁

Além da força normal de compressão ocorrem também momentos fletores nos


extremos do pilar (𝑀1𝑑,𝐴,𝑥 = − 𝑀1𝑑,𝐵,𝑥 = 1214 𝐾𝑁. 𝑐𝑚), que solicitam o pilar na direção
x. E𝑀1𝑑,𝐴,𝑦 = − 𝑀1𝑑,𝐵,𝑦 = 2291,5 𝐾𝑁. 𝑐𝑚 que solicitam o pilar na direção y, em função
de existir duas vigas não contínua sobre o pilar na direção x e y.

Índice de esbeltez
3,46 ∗ ℓ𝑒𝑥 3,46 ∗ 280
𝜆𝑥 = = = 48,4
ℎ𝑥 20

3,46 ∗ ℓ𝑒𝑦 3,46 ∗ 280


𝜆𝑦 = = = 19,4
ℎ𝑦 50

Momento fletor mínimo

O momento fletor mínimo em cada direção é:


𝑀1𝑑,𝑚𝑖𝑛 = 𝑁𝑑(1,5 + 0,03ℎ), 𝑐𝑜𝑚 ℎ 𝑒𝑚 𝑐𝑚.
𝑀1𝑑,𝑚𝑖𝑛,𝑥 = 1148(1,5 + 0,03 ∗ 20) = 2410,8 𝐾𝑁. 𝑐𝑚 ; 𝑒1𝑥, min = 2,10𝑐𝑚
𝑀1𝑑,𝑚𝑖𝑛,𝑦 = 1148(1,5 + 0,03 ∗ 50) = 3444,0 𝐾𝑁. 𝑐𝑚 ; 𝑒1𝑦, min = 3,00𝑐𝑚

183
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Esbeltez Limite
𝑒
25+12,5∗ 1
𝜆1 = ℎ
com 35 ≤ 𝜆1 ≤ 90
𝛼𝑏
Dir.x : A excentricidade de 1º ordem e1 na direção x é 1,06cm. Os momentos fletores
de 1º ordem na direção x são 𝑀1𝑑,𝐴,𝑥 = −𝑀1𝑑,𝐵,𝑥 = 1214 𝐾𝑁. 𝑐𝑚, menores que o
momento fletor mínimo nesta direção, o que leva a 𝛼𝑏 = 1,0. Assim:

1,06
25 + 12,5 ∗ 20
𝜆1,𝑥 = = 25,6 ≥ 35 .: 𝜆1,𝑥 = 35
1,0

Dir y. A excentricidade de 1º ordem e1 na direção y é 2,00cm. Os momentos fletores


de 1º ordem na direção y são 𝑀1𝑑,𝐴,𝑦 = −𝑀1𝑑,𝐵,𝑦 = 2292 𝐾𝑁. 𝑐𝑚, menores que o
momento fletor mínimo nesta direção, o que leva a 𝛼𝑏 = 1,0. Assim:
2,00
25 + 12,5 ∗
𝜆1,𝑦 = 50 = 25,5 ≥ 35 .: 𝜆 = 35
1,𝑦
1,0

Desse modo:

𝜆𝑥 = 48,4 > 𝜆1,𝑥 são considerados os efeitos de 2º ordem na direção x;


𝜆𝑦 = 19,4 < 𝜆1,𝑦 não são considerados os efeitos de 2º ordem na direção y;

184
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Momento de 2º ordem

O momento fletor de 2º ordem será avaliado pelos métodos do pilar-padrão com


curvatura aproximada.

Método do pilar-padrão com curvatura aproximada

ℓ𝑒 2 1 𝑀1𝑑𝑎
𝑀𝑑𝑡𝑜𝑡 = 𝛼𝑏 ∗ 𝑀1𝑑𝐴 + 𝑁𝑑 ∗ ∗ ≥ {
10 𝑟 𝑀𝑖𝑑𝑚𝑖𝑛
𝑁𝑑 1148
𝑣= = = 0,80
𝐴𝑐 ∗ 𝑓𝑐𝑑 1000 ∗ 1,43

Curvatura segundo a direção x sujeita a esforços de 2º ordem:

1 0,005 0,005 0,005


= = = 1,923. 10−4 𝑐𝑚−1 ≤ = 2,5. 10−4 𝑐𝑚−1
𝑟 ℎ ∗ (𝑣 + 0,50) 20 ∗ (0,80 + 0,50) 20

Excentricidade de 2º ordem na direção x é :

2802
𝑒2𝑦 = ∗ 1,923. 10−4 = 1,51 𝑐𝑚
10

Fazendo 𝑀1𝑑𝐴 ≥ 𝑀1𝑑,𝑚𝑖𝑛 em cada direção, tem-se os momentos totais máximos:

Dir.x :
2802
𝑀𝑑.𝑡𝑜𝑡,𝑥 = 1,0 ∗ 2410,8 + 1148 ∗ ∗ 1,923. 10−4 = 4141,6 𝐾𝑁. 𝑐𝑚
10
𝑀𝑑.𝑡𝑜𝑡,𝑥 = 4141,6 𝐾𝑁. 𝑐𝑚 ≥ 𝑀1𝑑,𝑚𝑖𝑛𝑥 = 2410,8 𝐾𝑁. 𝑐
𝑀𝑑.𝑡𝑜𝑡,𝑥 = 4141,6 𝐾𝑁. 𝑐𝑚

Dir.y :
Dir.y: 𝑀𝑑.𝑡𝑜𝑡,𝑦 = 2292𝐾𝑁. 𝑐𝑚 ≥ 𝑀1𝑑,𝑚𝑖𝑛,𝑦 = 3444,0 𝐾𝑁. 𝑐𝑚
𝑀𝑑.𝑡𝑜𝑡,𝑦 = 3444 𝐾𝑁. 𝑐𝑚

A situação de projeto e as situações de cálculo estão mostradas abaixo:

185
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Coeficientes adimensionais da flexão considerando a 1º s.c. da seção intermediária

𝑀𝑑.𝑡𝑜𝑡,𝑥 4141,6
𝜇𝑥 = = = 0,14 𝑑´⁄ℎ = 3,0𝑐𝑚⁄20 = 0,15 𝜔
𝐴𝑐 ∗ ℎ𝑥 ∗ 𝑓𝑐𝑑 1000 ∗ 20 ∗ 1,43
= 0,40
𝑀𝑑.𝑡𝑜𝑡,𝑦 3444
𝜇𝑦 = = = 0,05 𝑑´⁄ℎ = 3,0𝑐𝑚⁄50 = 0,06 𝜔 = 0,10
𝐴𝑐 ∗ ℎ𝑦 ∗ 𝑓𝑐𝑑 1000 ∗ 50 ∗ 1,43

Com v = 0,80 utilizando-se os ábacos para flexão composta oblíqua, a taxa de


armadura 𝜔 = 0,40:
Dir.y
𝜔 ∗ 𝐴𝑐 ∗ 𝑓𝑐𝑑 0,40 ∗ 1000 ∗ 1,43
𝐴𝑠 = = = 13,16𝑐𝑚2 8∅16,0𝑚𝑚(16,06𝑐𝑚2 )
𝑓𝑦𝑑 43,48

Exercício 4
Dados:
𝑁𝐾 = 820 𝐾𝑁
ℓ𝑒𝑥 = ℓ𝑒𝑦 = 280𝑐𝑚

Pré-dimensionamento

186
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

𝑁𝑑 820𝐾𝑁 ∗ 1,4 ∗ 1,0


ℎ= = = 40𝑐𝑚 − 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑜 50𝑐𝑚
𝑏 ∗ 𝑓𝑐𝑑 ∗ 𝑣 20 ∗ 1,43 ∗ 1,0

Resolução:
Esforços solicitantes

A força normal de cálculo é : 𝑁𝑑 = 𝛾𝑛 ∗ 𝛾𝑓 ∗ 𝑁𝐾 = 1,0 ∗ 1,4 ∗ 820 = 1148 𝐾𝑁

Momento na ligação viga-pilar


Sentido X
𝐼𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟
𝜏𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟,𝑠𝑢𝑝 = 𝜏𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟,𝑖𝑛𝑓 =
ℓ𝑒
2

𝑏 ∗ ℎ3 20 ∗ 503
𝐼𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟 = = = 208333,33𝑐𝑚4
12 12
ℓ𝑒 275
= = 137,5𝑐𝑚
2 2
208333,33𝑐𝑚4
𝜏𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟,𝑠𝑢𝑝 = 𝜏𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟,𝑖𝑛𝑓 = = 1515,15𝑐𝑚3
137,5𝑐𝑚
3 ∗ 𝜏𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟,𝑠𝑢𝑝
𝑀𝑠𝑢𝑝 = 𝑀𝑖𝑛𝑓 = 𝑀𝑒𝑛𝑔 ∗ =
3 ∗ 𝜏𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟,𝑠𝑢𝑝 + 4 ∗ 𝜏𝑣𝑖𝑔𝑎 + 3 ∗ 𝜏𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟,𝑖𝑛𝑓
2
𝑃∗ℓ 0,20 ∗ 4802
𝑀𝑒𝑛𝑔 = = = 3840 𝐾𝑁𝑐𝑚
12 12
20 ∗ 503 20 ∗ 503
𝐼𝑣𝑖𝑔 = = = 208333,33𝑐𝑚4
12 12
𝐼𝑣𝑖𝑔 208333,33𝑐𝑚4
𝜏𝑣𝑖𝑔 = = = 434𝑐𝑚3
ℓ𝑒 480𝑐𝑚

187
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

3 ∗ 1515,15𝑐𝑚3
𝑀𝑠𝑢𝑝 = 3840 𝐾𝑁𝑐𝑚 ∗ =
3 ∗ 1515,15𝑐𝑚3 + 4 ∗ 434𝑐𝑚3 + 3 ∗ 1515,15𝑐𝑚3
𝑀𝑠𝑢𝑝 = 3840 𝐾𝑁𝑐𝑚 ∗ 0,42 = 1607,4 𝐾𝑁𝑐𝑚

O momento total no topo e na base


𝑀𝑠𝑢𝑝 = 𝑀𝑖𝑛𝑓 = 1607,4 ∗ 1,4 ∗ 1,0 = 2258 𝐾𝑁𝑐𝑚

Excentricidade inicial no topo e base


𝑀𝑑 2258 𝐾𝑁𝑐𝑚
𝑒𝐼 = = = 1,97𝑐𝑚
𝑁𝑑 1148 𝐾𝑁

Sentido Y
𝐼𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟
𝜏𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟,𝑠𝑢𝑝 = 𝜏𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟,𝑖𝑛𝑓 =
ℓ𝑒
2

𝑏 ∗ ℎ3 50 ∗ 203
𝐼𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟 = = = 33333,33𝑐𝑚4
12 12
ℓ𝑒 280
= = 140𝑐𝑚
2 2
33333,3𝑐𝑚4
𝜏𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟,𝑠𝑢𝑝 = 𝜏𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟,𝑖𝑛𝑓 = = 238,1𝑐𝑚3
140𝑐𝑚
3 ∗ 𝜏𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟,𝑠𝑢𝑝
𝑀𝑠𝑢𝑝 = 𝑀𝑖𝑛𝑓 = 𝑀𝑒𝑛𝑔 ∗ =
3 ∗ 𝜏𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟,𝑠𝑢𝑝 + 4 ∗ 𝜏𝑣𝑖𝑔𝑎 + 3 ∗ 𝜏𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟,𝑖𝑛𝑓
2
𝑃∗ℓ 0,18 ∗ 5202
𝑀𝑒𝑛𝑔 = = = 4537,5 𝐾𝑁𝑐𝑚
12 12
20 ∗ 503 20 ∗ 503
𝐼𝑣𝑖𝑔 = = = 208333,33𝑐𝑚4
12 12
𝐼𝑣𝑖𝑔 208333,33𝑐𝑚4
𝜏𝑣𝑖𝑔 = = = 378,8𝑐𝑚3
ℓ𝑒 520𝑐𝑚
3 ∗ 238,1𝑐𝑚3
𝑀𝑠𝑢𝑝 = 4537,5 𝐾𝑁𝑐𝑚 ∗ =
3 ∗ 283,1𝑐𝑚3 + 4 ∗ 378,8𝑐𝑚3 + 3 ∗ 283,1𝑐𝑚3
𝑀𝑠𝑢𝑝 = 4537,5 𝐾𝑁𝑐𝑚 ∗ 0,24 = 1101 𝐾𝑁𝑐𝑚

O momento total no topo e na base


𝑀𝑠𝑢𝑝 = 𝑀𝑖𝑛𝑓 = 1101 ∗ 1,4 ∗ 1,0 = 1541 𝐾𝑁𝑐𝑚

Excentricidade inicial no topo e base


𝑀𝑑 1541 𝐾𝑁𝑐𝑚
𝑒𝐼 = = = 1,34𝑐𝑚
𝑁𝑑 1148 𝐾𝑁

188
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Além da força normal de compressão ocorrem também momentos fletores nos


extremos do pilar(𝑀1𝑑,𝐴,𝑥 = − 𝑀1𝑑,𝐵,𝑥 = 1607,4 𝐾𝑁. 𝑐𝑚), e ex=1,97cm que solicitam o
pilar na direção x. E (𝑀1𝑑,𝐴,𝑦 = − 𝑀1𝑑,𝐵,𝑦 = 1101 𝐾𝑁. 𝑐𝑚) e ey = 1,34cm que solicitam
o pilar na direção y. Em função de existir duas vigas não contínuas sobre o pilar na
direção x e y.

Índice de esbeltez

3,46 ∗ ℓ𝑒𝑥 3,46 ∗ 275


𝜆𝑥 = = = 47,6
ℎ𝑥 20
3,46 ∗ ℓ𝑒𝑦 3,46 ∗ 280
𝜆𝑦 = = = 19,4
ℎ𝑦 50

Momento fletor mínimo

O momento fletor mínimo em cada direção é:


𝑀1𝑑,𝑚𝑖𝑛 = 𝑁𝑑(1,5 + 0,03ℎ), 𝑐𝑜𝑚 ℎ 𝑒𝑚 𝑐𝑚.
189
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

𝑀1𝑑,𝑚𝑖𝑛,𝑥 = 1148(1,5 + 0,03 ∗ 20) = 2410,8 𝐾𝑁. 𝑐𝑚 ; 𝑒1𝑥, min = 2,10𝑐𝑚


𝑀1𝑑,𝑚𝑖𝑛,𝑦 = 1148(1,5 + 0,03 ∗ 50) = 3444,0 𝐾𝑁. 𝑐𝑚 ; 𝑒1𝑦, min = 3,00𝑐𝑚

Esbeltez Limite
𝑒
25+12,5∗ 1
𝜆1 = ℎ
com 35 ≤ 𝜆1 ≤ 90
𝛼𝑏

Dir.x : A excentricidade de 1º ordem e1 na direção x é 1,97cm. Os momentos fletores


de 1º ordem na direção x são 𝑀1𝑑,𝐴,𝑥 = −𝑀1𝑑,𝐵,𝑥 = 1607,4 𝐾𝑁. 𝑐𝑚, menores que o
momento fletor mínimo nesta direção, o que leva a 𝛼𝑏 = 1,0. Assim:

1,97
25+12,5∗
20
𝜆1,𝑥 = = 26,2 ≥ 35 .: 𝜆1,𝑥 = 35
1,0

Dir.y : A excentricidade de 1º ordem e1 na direção y é 1,34cm. Os momentos fletores


de 1º ordem na direção y são 𝑀1𝑑,𝐴,𝑦 = −𝑀1𝑑,𝐵,𝑦 = 1101 𝐾𝑁. 𝑐𝑚, menores que o
momento fletor mínimo nesta direção, o que leva a 𝛼𝑏 = 1,0. Assim:
1,34
25+12,5∗
50
𝜆1,𝑦 = = 25,3 ≥ 35 .: 𝜆1,𝑦 = 35
1,0
Desse modo:

𝜆𝑥 = 47,6 > 𝜆1,𝑥 são considerados os efeitos de 2º ordem na direção x;


𝜆𝑦 = 19,4 < 𝜆1,𝑦 não são considerados os efeitos de 2º ordem na direção y;

Momento de 2º ordem

O momento fletor de 2º ordem será avaliado pelos métodos do pilar-padrão com


curvatura aproximada.

Método do pilar-padrão com curvatura aproximada

ℓ𝑒 2 1 𝑀1𝑑𝑎
𝑀𝑑𝑡𝑜𝑡 = 𝛼𝑏 ∗ 𝑀1𝑑𝐴 + 𝑁𝑑 ∗ ∗ ≥ {
10 𝑟 𝑀𝑖𝑑𝑚𝑖𝑛
𝑁𝑑 1148
𝑣= = = 0,80
𝐴𝑐 ∗ 𝑓𝑐𝑑 1000 ∗ 1,43

Curvatura segundo a direção x sujeita a esforços de 2º ordem:

1 0,005 0,005 0,005


= = = 1,923. 10−4 𝑐𝑚−1 ≤ = 2,5. 10−4 𝑐𝑚−1
𝑟 ℎ ∗ (𝑣 + 0,50) 20 ∗ (0,80 + 0,50) 20

190
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Excentricidade de 2º ordem na direção x é:

2802
𝑒2𝑥 = ∗ 1,923. 10−4 = 1,51 𝑐𝑚
10

Fazendo 𝑀1𝑑𝐴 ≥ 𝑀1𝑑,𝑚𝑖𝑛 em cada direção, tem-se os momentos totais máximos:

Dir.x :
2802
𝑀𝑑.𝑡𝑜𝑡,𝑥 = 1,0 ∗ 2410,8 + 1148 ∗ ∗ 1,923. 10−4 = 7082,1 𝐾𝑁. 𝑐𝑚
10
𝑀𝑑.𝑡𝑜𝑡,𝑥 = 7082,1 𝐾𝑁. 𝑐𝑚 ≥ 𝑀1𝑑,𝑚𝑖𝑛𝑦 = 2410,8 𝐾𝑁. 𝑐𝑚
𝑀𝑑.𝑡𝑜𝑡,𝑥 = 7082,1 𝐾𝑁. 𝑐𝑚

Dir.y :
𝑀𝑑.𝑡𝑜𝑡,𝑦 = 1101𝐾𝑁. 𝑐𝑚 ≥ 𝑀1𝑑,𝑚𝑖𝑛,𝑦 = 3444,0 𝐾𝑁. 𝑐𝑚
𝑀𝑑.𝑡𝑜𝑡,𝑦 = 3444,0 𝐾𝑁. 𝑐𝑚

A situação de projeto e as situações de cálculo estão mostradas abaixo:

Coeficientes adimensionais da flexão considerando a 1º s.c. da seção intermediária

191
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

𝑀𝑑.𝑡𝑜𝑡,𝑥 7082,1
𝜇𝑥 = = = 0,25 𝑑´⁄ℎ = 3,0𝑐𝑚⁄20 = 0,15 𝜔 = 0,40
𝐴𝑐 ∗ ℎ𝑥 ∗ 𝑓𝑐𝑑 1000 ∗ 20 ∗ 1,43

𝑀𝑑.𝑡𝑜𝑡,𝑦 3444
𝜇𝑦 = = = 0,05 𝑑´⁄ℎ = 3,0𝑐𝑚⁄50 = 0,06 𝜔 = 0,10
𝐴𝑐 ∗ ℎ𝑦 ∗ 𝑓𝑐𝑑 1000 ∗ 50 ∗ 1,43

Com v = 0,80 utilizando-se os ábacos para flexão composta oblíqua, a taxa de


armadura 𝜔 = 0,40:
Dir.y

𝜔 ∗ 𝐴𝑐 ∗ 𝑓𝑐𝑑 0,40 ∗ 1000 ∗ 1,43


𝐴𝑠 = = = 13,16𝑐𝑚2 8∅16,0𝑚𝑚(16,06𝑐𝑚2 )
𝑓𝑦𝑑 43,48

Exercício 5
Dados:
𝑁𝐾 = 1110 𝐾𝑁
ℓ𝑒𝑥 = ℓ𝑒𝑦 = 280𝑐𝑚

Pré-dimensionamento

𝑁𝑑 1110𝐾𝑁 ∗ 1,4 ∗ 1,0


ℎ= = = 54𝑐𝑚 ≅ 55𝑐𝑚
𝑏 ∗ 𝑓𝑐𝑑 ∗ 𝑣 20 ∗ 1,43 ∗ 1,0

Resolução:
192
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Esforços solicitantes
A força normal de cálculo é : 𝑁𝑑 = 𝛾𝑛 ∗ 𝛾𝑓 ∗ 𝑁𝐾 = 1,0 ∗ 1,4 ∗ 1110 = 1554 𝐾𝑁

Momento na ligação viga-pilar


𝐼𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟
𝜏𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟,𝑠𝑢𝑝 = 𝜏𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟,𝑖𝑛𝑓 =
ℓ𝑒
2
𝑏 ∗ ℎ3 55 ∗ 203
𝐼𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟 = = = 36666,7𝑐𝑚4
12 12
ℓ𝑒 280
= = 140𝑐𝑚
2 2
36666,7𝑐𝑚4
𝜏𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟,𝑠𝑢𝑝 = 𝜏𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟,𝑖𝑛𝑓 = = 261,9𝑐𝑚3
140𝑐𝑚
3 ∗ 𝜏𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟,𝑠𝑢𝑝
𝑀𝑠𝑢𝑝 = 𝑀𝑖𝑛𝑓 = 𝑀𝑒𝑛𝑔 ∗ =
3 ∗ 𝜏𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟,𝑠𝑢𝑝 + 4 ∗ 𝜏𝑣𝑖𝑔𝑎 + 3 ∗ 𝜏𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟,𝑖𝑛𝑓
2
𝑃∗ℓ 0,24 ∗ 4902
𝑀𝑒𝑛𝑔 = = = 4802 𝐾𝑁𝑐𝑚
12 12
20 ∗ 553 20 ∗ 553
𝐼𝑣𝑖𝑔 = = = 277291,67𝑐𝑚4
12 12
𝐼𝑣𝑖𝑔 277291,67𝑐𝑚4
𝜏𝑣𝑖𝑔 = = = 565,9𝑐𝑚3
ℓ𝑒 490𝑐𝑚
3 ∗ 261,9𝑐𝑚3
𝑀𝑠𝑢𝑝 = 4802 𝐾𝑁𝑐𝑚 ∗ =
3 ∗ 261,9𝑐𝑚3 + 4 ∗ 565,9𝑐𝑚3 + 3 ∗ 261,9𝑐𝑚3
𝑀𝑠𝑢𝑝 = 4802 𝐾𝑁𝑐𝑚 ∗ 0,20 = 983,82 𝐾𝑁𝑐𝑚

O momento total no topo e na base

𝑀𝑠𝑢𝑝 = 𝑀𝑖𝑛𝑓 = 983,82 ∗ 1,4 ∗ 1,0 = 1377,34 𝐾𝑁𝑐𝑚

Excentricidade inicial no topo e base


𝑀𝑑 1377,3 𝐾𝑁𝑐𝑚
𝑒𝐼 = = = 0,89𝑐𝑚
𝑁𝑑 1554 𝐾𝑁

Além da força normal de compressão ocorrem também momentos fletores nos


extremos do pilar (𝑀1𝑑,𝐴,𝑥 = − 𝑀1𝑑,𝐵,𝑥 = 1377,3 𝐾𝑁. 𝑐𝑚), que solicitam o pilar na
direção x, em função de existir uma viga não contínua sobre o pilar na direção x.

Índice de esbeltez

3,46 ∗ ℓ𝑒𝑥 3,46 ∗ 280


𝜆𝑥 = = = 48,4
ℎ𝑥 20
193
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

3,46 ∗ ℓ𝑒𝑦 3,46 ∗ 280


𝜆𝑦 = = = 17,6
ℎ𝑦 55

Momento fletor mínimo

O momento fletor mínimo em cada direção é:


𝑀1𝑑,𝑚𝑖𝑛 = 𝑁𝑑(1,5 + 0,03ℎ), 𝑐𝑜𝑚 ℎ 𝑒𝑚 𝑐𝑚.
𝑀1𝑑,𝑚𝑖𝑛,𝑥 = 1554(1,5 + 0,03 ∗ 20) = 3263,4 𝐾𝑁. 𝑐𝑚 ; 𝑒1𝑥, min = 2,10𝑐𝑚
𝑀1𝑑,𝑚𝑖𝑛,𝑦 = 1554(1,5 + 0,03 ∗ 55) = 4895,1 𝐾𝑁. 𝑐𝑚 ; 𝑒1𝑦, min = 3,15𝑐𝑚

Esbeltez Limite

𝑒
25+12,5∗ 1
𝜆1 = ℎ
com 35 ≤ 𝜆1 ≤ 90
𝛼𝑏

Dir.x : A excentricidade de 1º ordem e1 na direção x é 0,89cm. Os momentos fletores


de 1º ordem na direção x são 𝑀1𝑑,𝐴,𝑥 = −𝑀1𝑑,𝐵,𝑥 = 1377,3 𝐾𝑁. 𝑐𝑚, menores que o
momento fletor mínimo nesta direção, o que leva a 𝛼𝑏 = 1,0. Assim:
0,89
25+12,5∗
20
𝜆1,𝑥 = = 25,6 ≥ 35 .: 𝜆1,𝑥 = 35
1,0

Dir y. : Na direção y ocorrem momentos fletores e excentricidades de 1º ordem,


portanto, e1y = 0 e αb = 1,0. Assim:

0
25+12,5∗
55
𝜆1,𝑦 = = 25 ≥ 35 .: 𝜆1,𝑦 = 35
1,0
Desse modo:

𝜆𝑥 = 48,4 > 𝜆1,𝑥 são considerados os efeitos de 2º ordem na direção x;


𝜆𝑦 = 17,6 < 𝜆1,𝑦 não são considerados os efeitos de 2º ordem na direção y;

Momento de 2º ordem
O momento fletor de 2º ordem será avaliado pelos métodos do pilar-padrão com
curvatura aproximada e do pilar-padrão com rigidez K aproximada.

Método do pilar-padrão com curvatura aproximada

ℓ𝑒 2 1 𝑀1𝑑𝑎
𝑀𝑑𝑡𝑜𝑡 = 𝛼𝑏 ∗ 𝑀1𝑑𝐴 + 𝑁𝑑 ∗ ∗ ≥ {
10 𝑟 𝑀𝑖𝑑𝑚𝑖𝑛
𝑁𝑑 1554
𝑣= = = 0,99 ≅ 1,00
𝐴𝑐 ∗ 𝑓𝑐𝑑 1100 ∗ 1,43

194
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Curvatura segundo a direção x sujeita a esforços de 2º ordem:

1 0,005 0,005 0,005


= = = 1,678. 10−4 𝑐𝑚−1 ≤ = 2,5. 10−4 𝑐𝑚−1
𝑟 ℎ ∗ (𝑣 + 0,50) 20 ∗ (0,99 + 0,50) 20
Excentricidade de 2º ordem na direção x é :
2802
𝑒2𝑦 = ∗ 1,678. 10−4 = 1,32 𝑐𝑚
10

Fazendo 𝑀1𝑑𝐴 ≥ 𝑀1𝑑,𝑚𝑖𝑛 em cada direção, tem-se os momentos totais máximos:

Dir.x :
2802
𝑀𝑑.𝑡𝑜𝑡,𝑥 = 1,0 ∗ 3263,4 + 1554 ∗ ∗ 1,678. 10−4 = 5314,7 𝐾𝑁. 𝑐𝑚
10
𝑀𝑑.𝑡𝑜𝑡,𝑥 = 5314,7 𝐾𝑁. 𝑐𝑚 ≥ 𝑀1𝑑,𝑚𝑖𝑛𝑥 = 3263,4 𝐾𝑁. 𝑐𝑚
𝑀𝑑.𝑡𝑜𝑡,𝑥 = 5314,7 𝐾𝑁. 𝑐𝑚

Dir.y :
Dir.x: 𝑀𝑑.𝑡𝑜𝑡,𝑦 = 𝑀1𝑑,𝑚𝑖𝑛,𝑦 = 4895,1 𝐾𝑁. 𝑐𝑚

A situação de projeto e as situações de cálculo estão mostradas abaixo:

195
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Das três situações de cálculo nota-se que a 1º s.c da seção intermediária é a


que resulta na maior armadura para o pilar, pois, além de ser a maior excentricidade,
solicita o pilar na sua direção de menor rigidez.

Com v = 0,99 utilizando-se os ábacos para flexão reta:


Dir.x

𝑀𝑑.𝑡𝑜𝑡,𝑥 5314,7
𝜇= = = 0,17
𝐴𝑐 ∗ ℎ𝑦 ∗ 𝑓𝑐𝑑 1100 ∗ 20 ∗ 1,43
𝑑´⁄ℎ = 3,0𝑐𝑚⁄20 = 0,15
𝜔 = 0,75
𝜔 ∗ 𝐴𝑐 ∗ 𝑓𝑐𝑑 0,75 ∗ 1100 ∗ 1,43
𝐴𝑠 = = = 27,13𝑐𝑚2 12∅20,0𝑚𝑚(37,7𝑐𝑚2 )
𝑓𝑦𝑑 43,48

Método do pilar-padrão com rigidez K aproximada

19200𝑀2 𝑑,𝑡𝑜𝑡 + (3840ℎ𝑁𝑑 − 𝜆2 ℎ𝑁𝑑 − 19200𝛼𝑏𝑀1𝑑,𝐴 )𝑀𝑑,𝑡𝑜𝑡 − 3840𝛼𝑏ℎ𝑁𝑑𝑀1𝑑,𝐴 = 0


19200𝑀2 𝑑,𝑡𝑜𝑡 + (3840 ∗ 20 ∗ 1554 − 48,42 ∗ 20 ∗ 1554 − 19200 ∗ 3263,4)𝑀𝑑,𝑡𝑜𝑡
− 3840 ∗ 20 ∗ 1554 ∗ 3263,4 = 0
19200𝑀2 𝑑,𝑡𝑜𝑡 − 16116845𝑀𝑑,𝑡𝑜𝑡 − 389477652480 = 0
𝑀2 𝑑,𝑡𝑜𝑡 − 839,4𝑀𝑑,𝑡𝑜𝑡 − 20285294 = 0

A raiz positiva da equação de 2º grau é:


𝑀𝑑,𝑡𝑜𝑡,𝑥 = 4943,1 𝐾𝑁. 𝑐𝑚 ≥ 𝑀1𝑑,𝑚𝑖𝑛,𝑥 = 3263,4 𝐾𝑁. 𝑐𝑚

196
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Com v = 0,78 e utilizando os ábacos para a flexão reta:


𝑀𝑑,𝑡𝑜𝑡,𝑦 4943,1
𝜇= = = 0,16
𝐴𝑐 ∗ ℎ𝑦 ∗ 𝑓𝑐𝑑 1100 ∗ 20 ∗ 1,43
𝑑´⁄ℎ = 3,0𝑐𝑚⁄20 = 0,15
𝜔 = 0,50
1100 ∗ 1,43
𝐴𝑠 = 0,50 ∗ = 18,09𝑐𝑚2 12∅16,0𝑚𝑚 (24,11𝑐𝑚2 )
43,48

Exercício 6
Dados:
𝑁𝐾 = 1110 𝐾𝑁
ℓ𝑒𝑥 = ℓ𝑒𝑦 = 280𝑐𝑚

Pré-dimensionamento

𝑁𝑑 1110𝐾𝑁 ∗ 1,4 ∗ 1,0


ℎ= = = 54𝑐𝑚 ≅ 55𝑐𝑚
𝑏 ∗ 𝑓𝑐𝑑 ∗ 𝑣 20 ∗ 1,43 ∗ 1,0

Resolução:
Esforços solicitantes
A força normal de cálculo é : 𝑁𝑑 = 𝛾𝑛 ∗ 𝛾𝑓 ∗ 𝑁𝐾 = 1,0 ∗ 1,4 ∗ 1110 = 1554 𝐾𝑁

Momento na ligaçã viga-pilar


𝐼𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟
𝜏𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟,𝑠𝑢𝑝 = 𝜏𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟,𝑖𝑛𝑓 =
ℓ𝑒
2
𝑏 ∗ ℎ3 20 ∗ 553
𝐼𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟 = = = 277291,7𝑐𝑚4
12 12
ℓ𝑒 280
= = 140𝑐𝑚
2 2
277291,7𝑐𝑚4
𝜏𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟,𝑠𝑢𝑝 = 𝜏𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟,𝑖𝑛𝑓 = = 1980,7𝑐𝑚3
140𝑐𝑚
197
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

3 ∗ 𝜏𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟,𝑠𝑢𝑝
𝑀𝑠𝑢𝑝 = 𝑀𝑖𝑛𝑓 = 𝑀𝑒𝑛𝑔 ∗ =
3 ∗ 𝜏𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟,𝑠𝑢𝑝 + 4 ∗ 𝜏𝑣𝑖𝑔𝑎 + 3 ∗ 𝜏𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟,𝑖𝑛𝑓
2
𝑃∗ℓ 0,24 ∗ 4902
𝑀𝑒𝑛𝑔 = = = 4802 𝐾𝑁𝑐𝑚
12 12
20 ∗ 553 20 ∗ 553
𝐼𝑣𝑖𝑔 = = = 277291,67𝑐𝑚4
12 12

𝐼𝑣𝑖𝑔 277291,67𝑐𝑚4
𝜏𝑣𝑖𝑔 = = = 565,9𝑐𝑚3
ℓ𝑒 490𝑐𝑚
3 ∗ 1980,7𝑐𝑚3
𝑀𝑠𝑢𝑝 = 4802 𝐾𝑁𝑐𝑚 ∗ =
3 ∗ 1980,7𝑐𝑚3 + 4 ∗ 565,9𝑐𝑚3 + 3 ∗ 1980,7𝑐𝑚3
𝑀𝑠𝑢𝑝 = 4802 𝐾𝑁𝑐𝑚 ∗ 0,42 = 2016,8 𝐾𝑁𝑐𝑚

O momento total no topo e na base

𝑀𝑠𝑢𝑝 = 𝑀𝑖𝑛𝑓 = 2016,8 ∗ 1,4 ∗ 1,0 = 2822,4 𝐾𝑁𝑐𝑚

Excentricidade inicial no topo e base

𝑀𝑑 2822 𝐾𝑁𝑐𝑚
𝑒𝐼 = = = 1,83𝑐𝑚
𝑁𝑑 1554 𝐾𝑁

Além da força normal de compressão ocorrem também momentos fletores nos


extremos do pilar (𝑀1𝑑,𝐴,𝑥 = − 𝑀1𝑑,𝐵,𝑥 = 2822 𝐾𝑁. 𝑐𝑚), que solicitam o pilar na direção
x, em função de existir uma viga não contínua sobre o pilar na direção x.

Índice de esbeltez

3,46 ∗ ℓ𝑒𝑥 3,46 ∗ 280


𝜆𝑥 = = = 17,6
ℎ𝑥 55
3,46 ∗ ℓ𝑒𝑦 3,46 ∗ 280
𝜆𝑦 = = = 48,4
ℎ𝑦 20
Momento fletor mínimo

O momento fletor mínimo em cada direção é:


𝑀1𝑑,𝑚𝑖𝑛 = 𝑁𝑑(1,5 + 0,03ℎ), 𝑐𝑜𝑚 ℎ 𝑒𝑚 𝑐𝑚.
𝑀1𝑑,𝑚𝑖𝑛,𝑥 = 1554(1,5 + 0,03 ∗ 55) = 4895,1 𝐾𝑁. 𝑐𝑚 ; 𝑒1𝑥, min = 3,15𝑐𝑚
𝑀1𝑑,𝑚𝑖𝑛,𝑦 = 1554(1,5 + 0,03 ∗ 20) = 3263,4 𝐾𝑁. 𝑐𝑚 ; 𝑒1𝑦, min = 2,10𝑐𝑚

Esbeltez Limite

198
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

𝑒
25+12,5∗ 1
𝜆1 = ℎ
com 35 ≤ 𝜆1 ≤ 90
𝛼𝑏

Dir.x : A excentricidade de 1º ordem e1 na direção x é 1,83cm. Os momentos fletores


de 1º ordem na direção x são 𝑀1𝑑,𝐴,𝑥 = −𝑀1𝑑,𝐵,𝑥 = 2822 𝐾𝑁. 𝑐𝑚, menores que o
momento fletor mínimo nesta direção, o que leva a 𝛼𝑏 = 1,0. Assim:

1,83
25 + 12,5 ∗
𝜆1,𝑥 = 55 = 25,4 ≥ 35 .: 𝜆 = 35
1,𝑥
1,0

Dir y. : Na direção y ocorrem momentos fletores e excentricidades de 1º ordem,


portanto, e1y = 0 e αb = 1,0. Assim:

0
25 + 12,5 ∗ 20
𝜆1,𝑦 = = 25 ≥ 35 .: 𝜆1,𝑦 = 35
1,0

Desse modo:

𝜆𝑥 = 17,6 < 𝜆1,𝑥 não são considerados os efeitos de 2º ordem na direção x;


𝜆𝑦 = 48,4 > 𝜆1,𝑦 são considerados os efeitos de 2º ordem na direção y;

Momento de 2º ordem
O momento fletor de 2º ordem será avaliado pelos métodos do pilar-padrão com
curvatura aproximada e do pilar-padrão com rigidez K aproximada.

Método do pilar-padrão com curvatura aproximada

ℓ𝑒 2 1 𝑀1𝑑𝑎
𝑀𝑑𝑡𝑜𝑡 = 𝛼𝑏 ∗ 𝑀1𝑑𝐴 + 𝑁𝑑 ∗ ∗ ≥ {
10 𝑟 𝑀𝑖𝑑𝑚𝑖𝑛
𝑁𝑑 1554
𝑣= = = 0,99 ≅ 1,00
𝐴𝑐 ∗ 𝑓𝑐𝑑 1100 ∗ 1,43

Curvatura segundo a direção x sujeita a esforços de 2º ordem:

1 0,005 0,005 0,005


= = = 1,678. 10−4 𝑐𝑚−1 ≤ = 2,5. 10−4 𝑐𝑚−1
𝑟 ℎ ∗ (𝑣 + 0,50) 20 ∗ (0,99 + 0,50) 20

Excentricidade de 2º ordem na direção x é :

199
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

2802
𝑒2𝑦 = ∗ 1,678. 10−4 = 1,32 𝑐𝑚
10

Fazendo 𝑀1𝑑𝐴 ≥ 𝑀1𝑑,𝑚𝑖𝑛 em cada direção, tem-se os momentos totais máximos:

Dir.y :
2802
𝑀𝑑.𝑡𝑜𝑡,𝑦 = 1,0 ∗ 3263,4 + 1554 ∗ ∗ 1,678. 10−4 = 5314,7 𝐾𝑁. 𝑐𝑚
10
𝑀𝑑.𝑡𝑜𝑡,𝑦 = 5314,7 𝐾𝑁. 𝑐𝑚 ≥ 𝑀1𝑑,𝑚𝑖𝑛𝑦 = 3263,4 𝐾𝑁. 𝑐𝑚
𝑀𝑑.𝑡𝑜𝑡,𝑦 = 5314,7 𝐾𝑁. 𝑐𝑚

Dir.x :
Dir.x: 𝑀𝑑.𝑡𝑜𝑡,𝑥 = 2822𝐾𝑁. 𝑐𝑚 ≥ 𝑀1𝑑,𝑚𝑖𝑛,𝑥 = 4895,1 𝐾𝑁. 𝑐𝑚
𝑀𝑑.𝑡𝑜𝑡,𝑥 = 4895,1 𝐾𝑁. 𝑐𝑚

A situação de projeto e as situações de cálculo estão mostradas abaixo:

Com v = 0,99 utilizando-se os ábacos para flexão reta:


200
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Dir.y

𝑀𝑑.𝑡𝑜𝑡,𝑥 5315
𝜇= = = 0,17
𝐴𝑐 ∗ ℎ𝑥 ∗ 𝑓𝑐𝑑 1100 ∗ 20 ∗ 1,43
𝑑´⁄ℎ = 3,0𝑐𝑚⁄20 = 0,15
𝜔 = 0,60
𝜔 ∗ 𝐴𝑐 ∗ 𝑓𝑐𝑑 0,60 ∗ 1100 ∗ 1,43
𝐴𝑠 = = = 21,71𝑐𝑚2 8∅20,0𝑚𝑚(25,13𝑐𝑚2 )
𝑓𝑦𝑑 43,48
Método do pilar-padrão com rigidez K aproximada

19200𝑀2 𝑑,𝑡𝑜𝑡 + (3840ℎ𝑁𝑑 − 𝜆2 ℎ𝑁𝑑 − 19200𝛼𝑏𝑀1𝑑,𝐴 )𝑀𝑑,𝑡𝑜𝑡 − 3840𝛼𝑏ℎ𝑁𝑑𝑀1𝑑,𝐴 = 0


19200𝑀2 𝑑,𝑡𝑜𝑡 + (3840 ∗ 20 ∗ 1554 − 48,42 ∗ 20 ∗ 1554 − 19200 ∗ 3263,4)𝑀𝑑,𝑡𝑜𝑡
− 3840 ∗ 20 ∗ 1554 ∗ 3263,4 = 0
19200𝑀2 𝑑,𝑡𝑜𝑡 − 16116845𝑀𝑑,𝑡𝑜𝑡 − 389477652480 = 0
𝑀2 𝑑,𝑡𝑜𝑡 − 839,4𝑀𝑑,𝑡𝑜𝑡 − 20285294 = 0

A raiz positiva da equação de 2º grau é:


𝑀𝑑,𝑡𝑜𝑡,𝑦 = 4941 𝐾𝑁. 𝑐𝑚 ≥ 𝑀1𝑑,𝑚𝑖𝑛,𝑦 = 3263,4 𝐾𝑁. 𝑐𝑚

Com v = 0,99 e utilizando os ábacos para a flexão reta:

𝑀𝑑,𝑡𝑜𝑡,𝑦 4941
𝜇= = = 0,16
𝐴𝑐 ∗ ℎ𝑦 ∗ 𝑓𝑐𝑑 1100 ∗ 20 ∗ 1,43

𝑑´⁄ℎ = 3,0𝑐𝑚⁄20 = 0,15


𝜔 = 0,55
1100 ∗ 1,43
𝐴𝑠 = 0,55 ∗ = 19,98𝑐𝑚2 8∅20,0𝑚𝑚 (25,13𝑐𝑚2 )
43,48

201
Concreto Armado I – Pedro A. Abrantes, Guilherme A. Dias

Bibliografia

Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6118:2007: Projeto de estruturas de


concreto armado – Procedimento. Rio de Janeiro, 2003.

CARVALHO, R. C. PINHEIRO, L. M. Cálculo e detalhamento de estruturas usuais de


concreto armado Vol. II. 1ª edição. São Paulo: Pini, 2009.

CLÍMACO, J.C. Estruturas de concreto armado – Fundamentos de projeto,


dimensionamento e verificação. 2ª Edição. Brasília, 2008.

LEONHARDT, F.; MÖNNIG, E. Construções de concreto – Princípios básicos sobre a


armação de estruturas de concreto armado. 1ª edição. Rio de Janeiro: Livraria Interciência,
1984.

PFEIL, W. Concreto armado – Dimensionamento. 2ª edição. São Paulo, EDUSP, 1975.

PINHEIRO, L. M. Fundamentos do concreto e projeto de edifícios. São Carlos: Universidade


de São Paulo, Departamento de Engenharia de Estruturas, 2007.

ROCHA, A. M. Novo curso prático de concreto armado Vol. I. 16 Edição. Rio de Janeiro:
Editora Científica, 1978.

SANTOS, E. D. Estrutura – Desenho de concreto armado Vol. II. 7ª Edição. São Paulo:
Nobel, 1985.

SANTOS, E. D. Estrutura – Desenho de concreto armado Vol. IV. 7ª Edição. São Paulo:
Nobel, 1985.

202

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