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DIREITO PROCESSUAL CIVIL

Parte Geral

Jurisprudência, Pressupostos, Litisconsórcio, Intervenção de


Terceiros, MP, Organização do Poder Judiciário, Atos Processuais

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL

NOÇÕES GERAIS DE PROCESSO CIVIL

O Processo Civil é o ramo do direito que contém regras e os princípios que tratam da Jurisdição civil, em
outras palavras, o Processo civil através do Estado-Juiz regula a aplicação da lei aos casos concretos, para a
solução de conflitos de interesses

Entretanto as regras do processo civil só são aplicadas quando se recorre ao Poder Judiciário

Sendo assim a relação de direito processual se dá da seguinte forma:

JUIZ

AUTOR RÉU

Mesmo o Direito Civil sendo da categoria do Direito Privado, o Direito Processual Civil pertence a
categoria do Direito Público, pois regula um tipo de relação jurídica na qual o Estado figura como um dos
participantes

Principais Princípios Fundamentais que norteiam a Direito Processual Civil são:

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL NA CF


Princípios Artigo na CF Descrição
Devido Processo Legal Art. 5º LIV Assegura que ninguém perca os seus bens ou a sua liberdade
sem que sejam respeitadas a lei e as garantias processuais

Acesso à Justiça Art. 5º XXXV A lei não pode excluir a apreciação de nenhuma lesão ou ameaça
de lesão de direito no Poder Judiciário

Contraditório Art. 5º LV Os participantes do processo têm o direito de se manifestarem e


de opor aos requerimentos do adversário

Duração razoável do Art. 5ºLXXVIII A edição das leis processuais devem chegar ao fim almejado no
Processo menor tempo possível, com maior economia de esforços e gastos
e o Juiz deve conduzir o processo com toda a destreza possível

Isonomia Art. 5º I Tratar os iguais de maneira igual, tratar os diferentes de maneira


diferente na medida de suas desigualdades

Imparcialidade do Juiz Art. 5º LIII e Garantia de justiça para as partes, para que não haja nenhuma
XXXVII tendência ou preferência para alguns dos litigantes

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Duplo Grau de Não tem previsão Mesmo não previsto, é adotado pela CF, tendo um sistema de

Jurisdição expressa juízes e tribunais que julgam recursos contra decisões inferiores

Publicidade dos Atos Art. 5º LX Os atos processuais devem ser públicos para assegurar a
Processuais transparência da atividade jurisdicional

Motivação das Art. 93 IX As decisões do juízos e tribunais devem ser justificadas, para que
Decisões haja transparência da atividade jurisdicional aos litigantes

Exposta as Noções Gerais do Processo Civil partimos para os INSTITUTOS FUNDAMENTAIS


DO PROCESSO CIVIL

JURISDIÇÃO

Numa tradução literal Jurisdição é: dizer o Direito

Entretanto não podemos apenas nos limitar a esse conceito pequeno, devemos ir mais a fundo, tendo como
conceito: Jurisdição é um poder entregue exclusivamente aos Juízes para que atuem no lugar do Estado,
sendo que a sua decisão é de caráter definitivo

Os aspectos da Jurisdição são:

 PODER – Capacidade de aplicar o Direito no caso concreto com força definitiva


 FUNÇÃO – Pacificar as relações sociais e resolver os conflitos
 ATIVIDADE – Atos processuais, cumprir o devido processo legal para que seus atos sejam legítimos

Se faltar qualquer um desses aspectos, tecnicamente não é Jurisdição, Ex.: Um Juiz julgar um conflito
que aconteceu em frente à sua casa na mesma hora do fato, não terá caráter definitivo, pois mesmo
possuindo o poder de Jurisdição, só poderá exercê-lo no Fórum, através do devido processo legal

Sendo assim podemos Conceituar a Jurisdição da seguinte maneira:

“Jurisdição é a capacidade do Juiz aplicar o Direito no caso concreto com força definitiva,
visando pacificar as relações sociais e resolver os conflitos através do devido processo legal,
respeitando os legítimos atos processuais”.

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Figuras semelhantes à Jurisdição:

 Competência – Divisão da Jurisdição segundo certo critérios. É uma fatia da Jurisdição


 Atribuição Administrativa – Não possui o caráter definitivo
 Contencioso Administrativo – Uma figura idêntica a jurisdição para o poder executivo, entretanto
não existe no Brasil

DIREITO DE AÇÃO

Não há aplicação da Jurisdição fora de um Processo, pois a Jurisdição é inerte, desta forma é necessário
haver uma Ação, um Processo, do qual decorre do Direito de Ação

O Poder Judiciário deve ser provocado para que se inicie um Processo, no qual a Atividade Jurisdicional só
decorre da iniciativa do autor

O Direito da ação é um Direito subjetivo, alguém deve demonstra-lo, sendo que o lesado tem a faculdade
de exercer o seu direito ou não

O Direito subjetivo instaura a relação jurídica processual e provoca a Jurisdição. Percebe-se que é a
ação que tira o Estado de sua originária inércia, e o movimenta

A Titularidade para exercer o direito de ação decorre de qualquer sujeito de Direito. Entretanto é
INCOMPLETO dizer que o direito de ação decorre de qualquer pessoa, pois há sujeitos de Direito que não
são pessoas, no qual não foi conferida personalidade jurídica (Ente Despersonalizado)

Podemos então dividir os sujeitos de Direito em:

ENTE
DESPERSONALIZADO

PESSOA FÍSICA PESSOA JURÍDICA

Exemplos de Ente Despersonalizado: Massa falida, Massa insolvente, Sociedade de Fato, Espólio,
Condomínio e Universidades (em regra)

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TEORIAS SOBRE O DIREITO DE AÇÃO

o Teoria Concreta ou Civilista – Para essa teoria o Direito de Ação é determinado simplesmente
pelo Direito Material. Sendo assim uma das condições da ação é o autor ter razão. Desta forma só
considera haver uma ação quando no final do processo for proferida uma sentença de procedência,
caso contrário nunca houve ação
o Teoria Abstrata – Essa teoria é o extremo da teoria concreta, pois independe do Direito Material,
desta forma o direito de ação é puro e simplesmente o direito de provocar o Judiciário, importa apenas
o momento em que entrou com a ação. O direito de ação é sozinho, não necessita do Direito material
para existir
o Teoria Eclética ou Mista – Se apresenta com uma evolução das anteriores. O Direito de Ação é o
direito de provocar o Estado formulando uma tese razoável. Para o Direito de Ação existir precisa
demonstrar o Direito Material

Quando analisarmos o Código de Processo Civil veremos a aplicação dessas três teorias

CONDIÇÕES DA AÇÃO

As condições da ação são os requisitos necessários que desde o momento inicial do processo são exigidos
para que o judiciário possa proferir uma Decisão de Mérito

O Direito de Ação depende das condições da ação, nas quais são:

L – Legitimidade das Partes


I – Interesse de Agir
P – Possibilidade Jurídica do Pedido

Legitimidade das Partes – Legitimidade é o Poder Jurídico de conduzir validamente um processo em que se
discute um determinado conflito. Sendo assim quanto ao autor deve haver uma ligação entre ele e o objeto
de direito afirmado em juízo e quanto ao réu é preciso que exista relação de sujeição diante da pretensão do
autor
A Legitimidade é dividida em: Legitimidade Ordinária - as partes postulam em Juízo direito próprio (direito
material) ou pela lei; e Legitimidade Extraordinária - Decorre somente da lei, Ex. Ação promovida pelo MP

Interesse de Agir – Tem duas premissas: Utilidade, demonstra os benefícios que o processo pode propiciar;
e Necessidade do processo, só é possível alcançar por meio do Judiciário. Superveniente é um fato
posterior da distribuição do processo, desta forma o desinteresse superveniente é a perda de agir no
processo devido ter acontecido algo depois de sua distribuição

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Possibilidade Jurídica do Pedido – É a condição demonstrada pela harmonia do pedido com a lei. É
preciso que a pretensão formulada em juízo não afronte o ordenamento jurídico. Ex.: Cobrança de uma
dívida de jogos não é permitido no nosso ordenamento jurídico, sendo assim não há possibilidade jurídica de
um pedido como este

A falta de qualquer uma dessas condições importará o final do processo, o Juiz emite uma sentença em
que não será analisado o mérito (o pedido), declarando o autor carente de ação

EXTINÇÃO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO não é obstáculo de nova propositura idêntica

OBS: No projeto do Novo Código deixa de ser condição da a ação a Possibilidade Jurídica do Pedido,
passando a ser matéria de mérito

PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS

São requisitos mínimos essenciais para a validade e regularização de uma relação jurídica processual.
São os documentos mínimos que o processo deve ter.

O processo deve preencher requisitos, para que possa ter um desenvolvimento regular e válido.

A diferença de pressupostos processuais para condições da ação é que as condições da ação não dizem
respeito ao meio e sim à possibilidade de atingir o fim do processo.

Divididos em Pressupostos de:

 Existência – São requisitos que atingem o processo como um todo, sua inocorrência deixará o
processo nulo, Ex. Jurisdição, partes, citação etc.
 Validade – São requisitos para o desenvolvimento válido do processo por meio de seus atos, Ex.
Competência, capacidade de estar em juízo, citação válida etc.

Tanto os pressupostos de existência e os de validade são divididos em:

o Objetivo – Se referem a Ação e ao Órgão Jurisdicional (Vara, Tribunal)


o Subjetivo – Se referem aos sujeitos (partes, Juiz e outros sujeitos)
o Positivos (Intrínsecos) – Pressupostos que devem ser vistos dentro do processo, como o
adequado a desenrolar dos atos processuais.
o Negativos (Extrínsecos) – Pressupostos que não devem estar presentes (Ex. Para um
processo ser válido não pode existir a coisa julgada)

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O procedimento que o Juiz procede o seu exame para julgar o mérito é:

• Primeiro analisa se o processo teve um desenvolvimento


Pressupostos válido e regular. Caso negativo é determinado que sane o
Processuais vício, se nao sanar extingue sem o julgamento do mérito

• Preenchido os Pressupostos o Juiz analisará


Condições da se as condições foram preenchidas, se não o
Ação processo será extinto sem a resolução do
mérito
• Preenchido os
pressupostos e as
Mérito condições o Juiz
finalmente examinará o
merito
Exemplos de Pressupostos Processuais:

 Jurisdição é um pressuposto de existência: objetivo e intrínseco


 Demanda do processo só irá existir mediante provocação do sujeito interessado
 Citação é o ato que completa a relação jurídica processual, nela incluindo o réu
 Pedido é o que constitui o objeto da ação, e a própria razão de existir do processo, divide-se em dois
aspectos: formal, advém da técnica processual e material, advém da dedução do pedido
 Causa de pedir é o conflito sobre o aspecto fático, em outras palavras, o que aconteceu para aquela
ação ser proposta, é a treta. Causa de Pedir Fática é a história que levou até a ação, Causa de Pedir
Jurídica são os fundamentos jurídicos, a parte do direito material que foi aplicada
 Capacidade Postulatória é ligado a presença do advogado, desenvolvida na doutrina de duas
maneiras: 1) A capacidade postulatória é o pressuposto que torna possível que a parte tenha suas
razões consideradas pelo Juiz e que se preenche com a presença de advogado; 2) A capacidade
postulatória continua sendo o pressuposto ligado a possibilidade do autor ser ouvido e que esta
capacidade está no advogado ou na própria parte, nos casos em que a Lei permitir

EXERCÍCIOS PARA FIXAÇÃO DA MATÉRIA

1) O que é jurisdição? Comente em detalhes abordando os 3 aspectos estudados


2) Quais são as condições da ação? Como é chamada a falta de qualquer uma delas? O que deve
ocorrer diante desse vicio? Comente
3) O que são pressupostos processuais positivos e negativos? Comente e dê exemplos
4) Cite, comente e exemplifique ao menos 3 princípios processuais prevista na Constituição Federal
5) Comente a expressão “O Juiz deve se manter acima e entre as partes”, mencionando aspectos
relativos à existência ou não de hierarquia e imparcialidade
6) Comente as formas de jurisdição previstas no art. 1º do CPC relacionando-as com os termos partes e
interessado usados no art. 2º da mesma lei
7) A autotutela é forma válida de solução de conflitos? Justifique em detalhes

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LITISCONSÓRCIO

Pensemos em um processo: existe o autor, sujeito que possui uma pretensão violada; o réu, aquele que foi
levado a juízo para restituir o direito infringido; e o Juiz, sujeito processual imparcial devidamente revestido
de poderes de Estado para resolver o conflito entre as partes

No entanto, existem casos em que mais de um autor ou mais de um réu, configuram os pólos da relação
processual. Esta ocorrência recebe o nome de Litisconsórcio

O objetivo do Litisconsórcio é trazer economia e harmonia processual, posto que não existe vários
processos, mas, vários autores ou réus; bem como se tratando das decisões, não há risco de divergências,
tendo em vista que todas são impostas no mesmo momento

Em resumo o litisconsórcio é um conjunto de sujeitos no mesmo polo processual, art. 46 CPC

Seus REQUISITOS são:

 Titularidade de mais de uma pessoa


 Fundamentos de direito ou de fato
 Conexão entre o objeto e a causa de pedir
 Finalidade comum

CLASSIFICAÇÃO:

 Quanto a imposição legal


Facultativo – Depende da vontade das partes
Necessário – Falta do litisconsórcio, gera vício
 Quanto a incidência
Polo ativo, passivo ou misto (simultâneo)
 Quanto ao momento da formação
Inicial, na petição inicial; e Posterior, no decurso do processo
 Quanto aos efeitos da sentença
Simples – Os efeitos são potencialmente diferentes entre os litisconsortes
Unitário – Os efeitos são os mesmos entre os litisconsortes

ATOS PREJUDICIAIS E ATOS BENÉFICOS

Atos Benéficos – Podem ser aproveitados pelos litisconsortes, um faz e os outros se beneficiam.
Acontece sobretudo no litisconsórcio unitário, em que cada um aproveita os atos do outro para beneficiar a
todos. Ex.: Alegações, produção de provas, recursos

Atos Prejudiciais – Os efeitos prejudiciais não afetam os outros litisconsortes. Ex.: Confissão

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REVELIA

A revelia é um ato prejudicial, pois gera um efeito de presunção de verdade aos fatos alegados pelo autor,
entretanto se acontecer o inciso I do art. 320, a revelia tornará um ato benéfico

Art. 191 – Quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, será contado em dobro o prazo para
contestar, recorrer e de modo geral, falar nos autos

LITISCONSÓRCIO MULTITUDINÁRIO

É um fenômeno processual que tem como características a pluralidade excessiva de sujeitos, tanto em um
ou em ambos os polos do processo. Desta forma pode atrapalhar o andamento do processo, dificultando o
julgamento do processo ou o exercício de defesa

No art. 47 do CPC aonde está escrito litisconsórcio necessário deveria estar escrito litisconsórcio unitário.
Neste caso misturaram duas classificações. Foi um equívoco técnico por parte do Legislador. A primeira
parte deste artigo está mais para litisconsórcio unitário e a segunda parte para litisconsórcio necessário

Seria correto o artigo ser assim: ART. 47 (NOVO): Há litisconsórcio unitário, quando, por disposição de lei
ou pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir a lide de modo uniforme para todos os
litisconsortes;

Parágrafo único. Caso em que a eficácia da sentença dependerá da citação de todos os litisconsortes
passivo no processo, o juiz ordenará ao autor que promova a citação de todos os litisconsortes necessários,
dentro do prazo que assinar, sob pena de declarar extinto o processo.

OBS. Neste ponto iremos estudar INTERVENÇÃO DE TERCEIROS, entretanto, mesmo o tópico de
ASSISTÊNCIA estar escrito no CPP dentro do Capítulo V – Do Litisconsórcio e da Assistência e não no
Capitulo de Intervenção de Terceiros, a Assistência não deixa de ser uma intervenção de terceiros

INTERVENÇÃO DE TERCEIROS

ASSISTÊNCIA

Assistência no âmbito jurídico significa uma terceira pessoa, que tem interesse jurídico, prestar auxílio no
curso do processo a uma das partes, nos termos da Lei. Art. 50 ao 55 do CPC

O assistente (terceiro) não necessita ter legitimidade para ser parte, sendo que alinha ao interesse
processual do assistido. Entretanto faz tudo que a parte pode fazer, sendo intimado para praticar atos
processuais, recorrer das Decisões, etc

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O seu requisito é o INTERESSE JURÍDICO. O Interesse Jurídico é um efeito positivo, potencial, sob um
direito material do assistente

Em outras palavras: O assistente (terceiro) é o interesseiro, no qual tem um direito material favorecido na
ação, mesmo que seja indiretamente

Sua NATUREZA JURÍDICA é uma intervenção voluntária de terceiro

O PROCEDIMENTO será primeiro o pedido do terceiro, o Juiz despacha (nega ou intima as partes), o prazo
para impugnar ou aceitar (de maneira expressa ou tácita) é de 05 dias, se alguma das partes impugnar
(negar) instaura um incidente processual no qual seguirá em apenso ao processo principal (ocorre isso para
não atrapalhar o processo principal), se as partes aceitarem o assistente entra no processo

Despacho do Juiz
Pedido do Terceiro (nega ou intima as
partes)

Negado instaura um
Prazo para impugnar Incidente Processual
ou aceitar é de 05
dias Aceito o Assistente
entra no Processo

Se o assistente fizer algo ruim para o assistido, o mesmo não será atingido

Se o assistido desistir da ação o assistente nada poderá fazer. A vontade do assistente não se sobrepõe a
vontade do assistido (Assistência Simples)

O assistente simples sofre os efeitos indiretos da ação julgada, Exceções em que o assistente poderá em
processo posterior discutir a decisão: Se não pode praticar o ato ou o estado que recebeu o processo

ASSISTÊNCIA LISTICONSORCIAL

É aquela prestada por alguém que tem interesse jurídico e também legitimidade para ser parte. Art. 54
CPC

O assistente litisconsorcial é parte do processo

Na assistência litisconsorcial a vontade do assistente é independente, entretanto atos prejudiciais não irá
prejudicar o assistido

Iniciativa na Intervenção de Terceiro

 Voluntária – Iniciativa própria do terceiro, a ASSISTÊNCIA é SEMPRE VOLUNTÁRIA DE TERCEIRO


 Provocada – Iniciativa de uma das partes

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OPOSIÇÃO

Art. 56 ao 61 CPC

Oposição é uma ação proposta contra as partes de um processo para discutir o mesmo objeto.

Um terceiro sujeito, diante de uma ação que já existe, tem interesse no objeto. Desta forma o terceiro entra
com uma ação para discutir junto o objeto de interesse

A nomenclatura adotada para o autor da oposição é OPOENTE e os réus de OPOSTOS.

Sempre terá no mínimo dois opostos (réus) em litisconsórcio

Sua NATUREZA JURÍDICA é Ação autônoma e independente.

Pólo Ativo – O opoente é um terceiro

Pólo Passivo – Autor e Réu da ação anterior

Litisconsórcio Passivo, Necessário, Anterior e Simples

Na ação de oposição os opostos terão efeitos diferentes (Litisconsórcio simples)

INTERVENÇÃO VOLUNTÁRIA - O terceiro tem a iniciativa e promove uma nova ação contra as partes da
ação anterior, através de uma Petição inicial (art. 282 e 283 CPC), a Distribuição é por dependência (depende
de onde está a primeira ação, pois irá para a mesma Vara), depois ocorre a Citação para a nova ação de
oposição

MOMENTO DA OPOSIÇÃO - As fases do processo judicial são: Postulatória, Instrutória (Fase de


Audiência; Fase de Instrução e Audiência) e Decisória, conhecendo isso o momento para propor a Oposição
é dividido em:

Na Fase Postulatória – Se a oposição for forma independente ou poderá sobrestar a primeira


proposta antes da audiência (antes da fase ação, esperando o prazo de 90 dias (art. 60,
instrutória) a ação se desenvolve junta (apenso) segunda parte do CPC)
(art. 60, primeira parte do CPC)
Na Fase Decisória – Não será possível propor a
Na Fase Instrutória – Se a oposição for proposta ação de oposição
depois da audiência a ação se desenvolve de

SENTENÇA CONJUNTA/ÚNICA - O Juiz decidirá simultaneamente a ação e a oposição, entretanto a


decisão da oposição terá prioridade. (Art. 61 CPC)

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NOMEAÇÃO À AUTORIA

Nomear significa indicar

Desta forma Nomeação à Autoria é uma intervenção de terceiro provocada pelo réu por meio da qual se
indica o nome de alguém para o autor

Em outras palavras, a nomeação à autoria é a correção do pólo passivo da demanda, pois o autor ajuizou
a ação contra a pessoa errada

Seu FUNDAMENTO se encontra na Ilegitimidade Passiva, através da imposição legal

Sua NATUREZA JURÍDICA é o Incidente Interno

O Cabimento da nomeação à autoria divide-se em várias modalidades:

1) Se o réu for apenas detentor de coisa alheia, ele NÃO será responsável pela coisa, mas deverá
indicar quem é o proprietário ou o possuidor da coisa (na prática o réu detentor irá indicar quem
entregou a coisa)
2) Aquele que estiver sendo demandado por outrem em ação de indenização, por ter praticado ato lesivo
ao proprietário ou titular de um direito sobre a coisa, obedecendo ordem ou cumprindo
instruções/contratos de terceiro, pode nomear à autoria esse terceiro que determinou a prática
do ato lesivo

Em ambos os casos o prazo que o réu tem para contestação é o prazo para fazer a nomeação à
autoria, que são 15 DIAS

Sendo deferido o pedido de nomeação à autoria pelo Juiz, o processo será suspenso e o autor terá 05 dias
para manifestar

Se o autor não aceitar o nomeado, o processo continuará com o réu inicial, dando novo prazo para se
manifestar

É facultativo ao nomeado (novo réu, o terceiro) aceitar ou não aceitar a nomeação à autoria

O nomeado aceitando a nomeação, será facultativo ao autor promover a citação do novo réu, se não for
promovida a citação a nomeação ficará sem efeito e o processo será EXTINTO

Se o nomeado não aceitar a nomeação o processo continuará com o antigo réu

Art. 66 – Se o nomeado aceitar a qualidade que lhe é atribuída, contra ele correrá o processo, mas se o
nomeado recusar, o processo continuará contra o nomeante.

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Se o autor não aceitar o
O prazo para fazer a Sendo deferido o pedido
nomeado, o processo irá
nomeação à lide é o pelo Juiz - Processo
continuar com o réu
mesmo para contestar suspenso, 05 dias para o
inicial, dando novo prazo
(15 dias) autor manifestar
para se manifestar

Aceitada a nomeação,
Se o autor aceitar, é Se o nomeado nao
fica facultativo o autor
facultativo o novo aceitar, o Processo
citar o novo réu, se não
nomeado aceitar ou não continuará com o antigo
citar será Extinto o
a nomeação réu
Processo

Abrangendo um conceito maior a Nomeação à Autoria é uma intervenção de terceiro provocada pelo réu,
mediante imposição legal, por meio da qual se indica o nome de alguém para o autor, com fundamento na
sua ilegitimidade passiva

DENUNCIAÇÃO DA LIDE

Art. 70 ao 76 CPC

A denunciação da lide tem uma semelhança com a assistência e com a oposição

Sua NATUREZA JURÍDICA é a demanda para uma lide secundária (ação secundária).

A Denunciação da Lide pode ser provocada por:

 Uma das partes - autor ou réu


 Pelas duas partes (ex. acidente de automóveis em que ambos tem seguradora)
 Iniciativa de um denunciado - Do terceiro (denúncia da denúncia).

CONCEITO: Sendo assim a Denunciação de Lide é uma intervenção de terceiro, provocado pelas partes do
processo, no qual se inicia uma lide secundaria tendo a finalidade de garantir o direito de regresso.

Alienante é o que vendeu o bem, Adquirente é o que comprou o bem e Alienado é o bem.

A denunciação da lide é OBRIGATÓRIA (necessária) nos seguintes casos:

I. RISCO DE EVICÇÃO - Ao alienante (o que vendeu o bem), na ação em que terceiro reivindica a coisa
(terceiro é o autor que entrou com a ação pedindo o bem que o alienante vendeu), cujo domínio foi
transferido à parte (transferido ao réu do processo, ao adquirente que comprou o bem), a fim de que esta
possa exercer o direito que da evicção lhe resulta

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II. DENUNCIAÇÃO DA LIDE DO POSSUIDOR DIREITO AO INDIRETO OU PROPRIETÁRIO –
Transferência da coisa a alguém, temporariamente, o que entrega tem a posse indireta, e o que recebe
tem a posse direta, ex.: Um locatário (possuidor direto) acionado em virtude de ter dado prejuízos pelas
benfeitorias necessárias ao imóvel do lado de sua casa, é citado e denuncia a lide ao proprietário
(possuidor indireto), alegando que as benfeitorias teriam sido realizadas a mando deste
III. DIREITO DE REGRESSO DECORRENTE DE LEI OU CONTRATO – Aquele que estiver obrigado, pela
lei ou pelo contrato, a indenizar em ação regressiva, o prejuízo do que perder a demanda

OBS.: Na evicção, ela DEPENDE da denunciação da lide, sob pena de perder o direito de regresso

Procedimento da Denunciação da Lide

 Iniciativa das partes  Intervenção provocada


 Iniciativa do autor  A denunciação deverá ser feita na Petição Inicial. Deferido pelo Juiz, será citado
primeiro o denunciado e depois o réu, pois o denunciado tem o direito de aditar a inicial
 Iniciativa do réu  A Denunciação será no prazo da contestação, feita por peça autônoma. Deferido
pelo Juiz, o denunciado será citado (Se for na mesma Comarca o prazo será de 10 dias, em Comarca
diferente, prazo de 30 dias) e o processo principal ficará suspenso. Com a citação o denunciado
poderá apresentar contestação e ao final o Juiz proferirá sentença conjunta, julgando as duas ações
(principal + secundária)

EXERCÍCIOS PARA FIXAÇÃO DA MATÉRIA

1) Diferencie em detalhes a jurisdição da competência, mencionando inclusive exemplos


2) Diferencie a jurisdição da transação (concessão recíproca). Comente a atuação do magistrado nos 2
casos
3) Comente citação válida e coisa julgada em detalhes
4) Diferencie a jurisdição contenciosa da voluntária. Comente com exemplos
5) Discorra sobre as condições da ação. O que deve ocorrer na ausência de algumas delas? Explique em
detalhes
6) Quais os efeitos da possível mudança do rol das condições da ação, retirando dele a possibilidade
jurídica do pedido

CHAMAMENTO AO PROCESSO

Art. 77 do CPC

Intervenção de terceiro por alguém que não quer ficar sozinho, não provoca uma nova ação

Sua NATUREZA JURÍDICA é formar título executivo entre aqueles que poderiam ser litisconsortes

Sua INICIATIVA é do réu, sendo provocada para ter o direito de regresso mediante dívida solidária

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A diferença da denunciação da lide é que a denunciação trata de qualquer tipo de direito de regresso,
sendo mais amplo, porém obrigação solidária e fiança só é cabível no chamamento ao processo

O terceiro chamado ao processo tem legitimidade para ser réu, entretanto na Doutrina e na Jurisprudência
não entende que o terceiro chamado será réu, pois o chamamento ao processo serve exclusivamente para
fazer um título executivo

O fiador poderá cobrar do devedor principal tudo o que ele pagou

Poderá ser chamado ao processo:

1) O devedor em que o fiador é réu


2) Os outros fiadores quando apenas um fiador for citado
3) Todos os devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns deles, parcial ou totalmente

O PRAZO para chamar ao processo será o mesmo da contestação, entretanto o réu irá fazer a contestação
e em uma petição separada o chamamento

Seu PROCEDIMENTO será igual da denunciação da lide, art. 72 e 74, sendo suspenso o processo

MINISTÉRIO PÚBLICO

Sua Natureza Jurídica é PRÓPRIA

Não está vinculado e nem subordinado a qualquer um dos três poderes, não é sujeito privado e nem sujeito
público. Sua natureza está próxima de pessoa jurídica, mas tem uma natureza própria, é sui generis. Tem
por finalidade defender os interesses sociais indisponíveis

Podemos dizer, em uma linguagem mais vulgar, que o MP é o “advogado da sociedade”. Seu surgimento
se dá como um braço jurídico do Estado

Na Constituição Federal há previsão do MP, art. 127 CF e também no art. 81 do CPC

Nos casos que a lei previr o MP terá legitimidade extraordinária

As ATIVIDADES em que o MP atua no Processo Civil são:

1) Parte – Em casos de ações públicas – Art. 81 CPC


2) Auxiliar da Parte – Auxilia as partes, os incapazes, o interesse público, dentre outros – Art. 82 CPC
3) Fiscal da lei – Acompanha os atos processuais – Art. 83 CPC

Se o Promotor dizer que não irá atuar, o Procurador responsável será intimado para manifestar, se
entender que cabe intervenção nomeia outro promotor, se entender que não, o MP não irá intervir

Os PRAZOS para o MP manifestar na contestação são em QUÁDRUPLO (60 DIAS) e o prazo para recurso
é EM DOBRO, a Fazenda Pública também tem os mesmos prazos

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ORGANIZAÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO

Poder Judiciário é um dos três poderes estatais que se organiza em dois níveis: Federal e Local

O nível Local é o que faz perceber justiça estaduais e justiça do distrito federal

Não existe Poder Judiciário Municipal. Entretanto a palavra Comarca é utilizada para designar as cidades
que são sedes de juízo da justiça estadual, ela corresponde a uma cidade, porém nem todas as cidades tem
comarca. As cidades que são comarcas têm um Fórum, a sede do Juízo, as cidades que não tem
comarcas, podem ter uma Vara Distrital, que é uma espécie de “filial” do Fórum que fica em outra
cidade/Comarca, entretanto tem cidades que nem possui Fórum Distrital, desta forma será ajuizada a ação
na cidade mais próxima

O nível Federal tem as Comarcas que são chamadas de Seção Judiciária

Tanto a Justiça Estadual como a Justiça Federal têm Instâncias Superiores, sob uma forma Hierárquica:

Os Atos praticados por Juízes da 1ª Instância NÃO SÃO REVISTOS por Juízes da mesma Instância

Os Tribunais têm a função de tornar as decisões homogêneas

Todos os julgadores das 3 Instâncias são Juízes, entretanto possuem nomenclatura diferente, sendo os
julgadores das Varas chamados de Juízes mesmo, os julgadores da 2ª Instância de Desembargadores e
os julgadores da 3ª Instâncias de Ministros

OBS.: Não havendo Seção da Justiça Federal, a Justiça Federal poderá fazer Convênios com a Justiça
Comum, para que o Juiz estadual julgue os processos federais

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DA COMPETÊNCIA

Art. 86 e 87 do CPC – A competência é determinada no momento que a ação é proposta, mesmo que
uma lei passe a vigorar posteriormente, será analisada no momento da propositura

Competência é a divisão da Jurisdição segundo certos critérios:

 Matéria – Competência absoluta – Vara Cível, Criminal, Trabalhista


 Partes – Competência absoluta – Ex.: Nas ações em que a União for parte ou interessada a
Competência é da Justiça Federal; Existe a chamada competência originária do Tribunais, no qual a 1ª
Instâncias não são as Varas, mas sim os Tribunais
 Território – Competência relativa
 Valor da causa – Competência relativa

A Competência Absoluta deve ser observada sob pena de nulidade do processo, sendo assim não é
possível consertar o vício, sendo possível ser conhecida a qualquer tempo do processo e até depois do
transito em julgado (art. 485, II do CPC)

A Incompetência Absoluta pode ser arguida por qualquer uma das partes, a qualquer momento, mesmo
depois do transito em julgado da sentença, se estiver no prazo da contestação será arguida no prazo da
contestação

A Competência Relativa deve ser arguida somente pelo réu, no qual tem consequências, mas não leva a
nulidade do processo. O vício processual, não arguida no tempo certo pelo réu, desaparece, ex.: O Juízo era
incompetente para julgar a ação, passando o prazo da lei para ser redistribuída no local competente através
do pedido do réu, o Juiz tornará competente, esse fenômeno jurídico é chamado de Prorrogação da
Competência

A Competência Relativa não pode ser conhecida de ofício pelo Juiz, salvo em Fórum Distrital

Arguição da competência relativa no rito ordinário deve ser feita por petição própria somente pelo réu, no
prazo da contestação – Exceção de Incompetência Relativa do Juízo; No rito sumário será na primeira
audiência

Competência Territorial - Art. 94 CPC – Direito pessoal e bens móveis serão propostos no domicílio do réu

FÓRUM DISTRITAL

Pode ter tanto dentro de uma mesma comarca ou em uma cidade na qual não há Comarca

Ressalva da Competência Relativa: Como já mencionado antes: Em se tratando de Fórum Distrital o Juiz
poderá conhecer de ofício a competência relativa

Alguns doutrinadores dizem que a competência dos Fóruns Distritais é absoluta por ser conhecida de
ofício, outros dizem que é relativa, tendo a ressalva de ser conhecida de ofício

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Clausula contratual que escolhe um determinado Fórum da Comarca ou Distrital, ex.: Escolher o Fórum Joao
Mendes em São Paulo é nulo! Pois fazendo isso a função de criar Fóruns Distritais para desafogar os Fóruns
principais vai por água abaixo

JUIZADO ESPECIAL CÍVEL - JEC

Criado para desafogar as Varas Cíveis – lei 9.009/95

A competência de conciliação do JEC será as causas que o valor não passe de 40 SALÁRIOS MÍNIMOS (R$
28.960 atualmente)

Renúncia do Valor Excedente, é cujo o objeto tenha mais que 40 salários mínimos, sendo assim o autor
estará renunciando ao valor excedente

Até 20 salários mínimos o autor poderá entrar com uma ação no JEC sem advogado

Se acontecer a distribuição de uma ação nas Varas da Fazenda Pública mas de competência do Juizado
Especial da Fazenda Pública a ação é julgada EXTINTA

Na capital existem Juizados Especiais da Fazenda Pública, mas no caso do interior que não tem Juizados
Especiais da Fazenda Pública, a ação deve ser proposta nos Juizados Especiais Cíveis (Na prática
muitos propõem nas Varas da Fazenda Pública)

12.153/09 – Lei dos Juizado Especial da Fazenda Pública – Até 60 salários mínimos

PODERES, DEVERES E RESPONSABILIDADE DO JUIZ

Art. 125 até ao Art. 138 CPC

ART. 125 CPC

O Juiz deve exercer o poder lhe dado, tendo deveres e grande responsabilidade, devendo ser imparcial

Isonomia é um Princípio Constitucional em que o Juiz deve exerce-lo, tendo por objetivo tratar os iguais de
maneiras iguais e os diferentes de maneira diferente na proporção de suas desigualdades

ART. 126 CPC

Lacunas, chamados de anomias, são supostas faltas de normas para regular determinados fatos, sendo
assim nasce ao Juiz o Dever de Subsunção, que é aplicar o Direito nos casos de haver uma lacuna

Antinomia é o conflito aparente de normas, no qual o Juiz também deverá resolver o conflito

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ART. 127 CPC

Juízo de Equidade é o Juízo de bom senso, um Juízo de inteligência, no qual não irá plicar a lei pura e
simplesmente, neste caso o Juiz irá aplicar o bom senso

Art. 128 CPC

Os Limites da Ação se dividem em: Limites Objetivos, é basicamente o pedido, no qual o Juiz fica limitado
ao pedido, não sendo possível julgar aquilo que não foi requerido. Limites Subjetivos, atinge diretamente as
partes, entretanto terceiros também podem sofrer efeitos

ART. 129 CPC

Conluio é um acordo fraudulento entre autor e réu para prejudicar interesse de terceiro, sendo assim
aquele que pretende a má-fé a sentença deve aplicar um obstáculo

ART. 130 e 131 CPC

Na Investigação da Prova, o Juiz interfere na produção de prova, pois o autor produz a prova que lhe
interessa, assim como o réu, desta forma o Juiz intervém nas provas para obter a verdade. Sendo assim o
Juiz aprecia livremente a prova, usando o bom senso

ART. 132 CPC

O Princípio da Identidade do Juiz tem como ideia a condução do Juiz que fez a produção de prova irá
julgar o processo, pois ele que fez audiências, teve mais percepções dos fatos, salvo nos casos de
promoção, aposentado, ou alguma outra modalidade de afastamento

ART. 133 CPC

O Juiz tem responsabilidade pessoal, no qual irá responder por perdas e danos quando exercer com dolo
ou fraude no exercício de suas funções ou quando recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência
que deva ordenar de ofício, ou a requerimento da parte

ART. 134, 135 e 136 CPC

IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO

Ambos são problemas referentes ao Magistrado, a pessoa do Juiz. Suspeita-se que o Juiz queira favorecer
alguma das partes

O impedimento pode ser arguido mesmo depois do Trânsito em Julgado

O Juiz fica IMPEDIDO de julgar uma ação em que ele for parte, em que ele era advogado, promotor, perito ou
testemunha, em que o advogado de algumas das partes for parente até segundo grau, em que algumas das
partes for parente até terceiro grau e em caso do Juiz ser sócio administrador de alguma empresa

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OBS.: No caso de um novo advogado entrar em um processo que já está em andamento, sendo parente do
Juiz, o Advogado que fica impedido de entrar no processo

O Juiz fica SUSPEITO quando qualquer umas das partes for amigo íntimo ou inimigo capital, quando alguma
das partes for credora ou devedora do Juiz, de seu cônjuge ou parentes até terceiro grau, quando for
herdeiro, donatário ou empregador de alguma das partes, quando receber dádivas, ou tiver interesse no
julgamento da causa em favor de alguma das partes

O Impedimento e a Suspeição são arguidos pela própria parte prejudicada, no qual o contraditório
acontece entre a parte excipiente e o Juiz excepto (única modalidade que acontece o contraditório contra o
Juiz)

Impedimento entre Juízes - Acontece no âmbito do Tribunal, 2ª Instância. Em caso de dois ou mais Juízes
forem parentes em linha reta ou linha colateral até segundo grau

Impedimento e Suspeição são aplicados também ao órgão do MP, aos Serventuários, aos Perito e ao
Intérprete

SUJEITOS PROCESSUAIS

São personagens que participam do processo. No Código de Processo Civil primeiro cita as partes e seus
procuradores, tendo a possibilidade de intervenção de terceiro. Em seguida descreve o Ministério Público, os
Órgãos Judiciários, os Auxiliares da Justiça, a regulamentação da atuação do Juiz e seus auxiliares, nos
quais englobando todos são:

 Partes – Sujeitos que fazem parte do processo, autor, réu e terceiro


 Juiz – Sujeito que irá analisar as razões das partes e julgar o caso
 Advogados/Estagiário – Tem uma função específica, no qual levam em Juízo as razões das partes
 Testemunha – É a pessoa física que comparece em juízo para relatar percepção sensorial. Alguns
autores colocam a testemunha como meramente um meio de provas, outros autores colocam a
testemunha como sujeito
 Órgão do MP
 Terceiro Interveniente
 Escrivão/Escreventes
 Conciliador/Mediador
 Perito/Assistente técnico
 Oficial de Justiça – É um sujeito que tem o instrumento de eficácia do Juiz. Tem força de fé pública nas
certidões

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 Depositário – Encarregado de cumprir todos os encargos do bem depositado. Não cumprindo é
chamado de depositário infiel. Em caso de dívida o depositário infiel não é mais preso (Pacto de San
José da Costa Rica), mas em caso de crime (desobediência e apropriação indébita) poderá ser preso
 Intérprete – Ajuda nas audiências, deve ter qualificação para isso, entretanto não é a mesma coisa que
tradutor público
 Administrador – Administra massa falida, entre outros. É próximo do depositário
 Partidor – Cuida da partilha

ATOS PROCESSUAIS

A partir do Art. 154 CPC

Noção: Ato – É toda ação ou omissão; Processuais – Se o ato tem relevância para o processo

Sujeitos processuais praticam atos, no qual foi tratado logo acima. Testemunha e perito só estão no processo
porque outros sujeitos processuais estão praticando atos

Classificação subjetiva: Os principais praticantes dos atos processuais são: Juízes, Partes e Escrivão,
entretanto há outros sujeitos

Os Atos do Juiz quando tiver um determinado prazo, mas não for feito, NÃO acarretará prejuízos no
processo. Os Atos das Partes quando tem um prazo para efetuar, TERÁ consequências no processo

FORMA DO ATO – Forma descreve como o ato deve ser praticado. Há 3 tipos de formas:

 Livre – Ocorre quando não há qualquer  Instrumental – Também prevista em lei, porém
previsão legal de como o ato deve ser a lei não prevê além da forma, não há uma
praticado. É válido desde que atinja a nulidade pro ato se for praticado de outra
finalidade maneira. O que está descrito na lei como deve
 Necessária – Prevista em lei, no qual ser feito é apenas exemplificativo, sendo que
condiciona-se a validade do ato na forma da feito de outra maneira, desde que atinja a
lei. É a única forma de cumprir tal ato, mesmo finalidade, é válido
que atinja a finalidade por outro meio não será
válido

Publicidade (Art. 155 CPC) – Os atos processuais em regra são públicos. As exceções são: Em caso de
interesse público, quando abranger a intimidade das partes, e Direito a certidões

Vernáculo – Todos os atos processuais devem se documentados no idioma oficial brasileiro. A finalidade é
saber todos os significados, através de traduções feitas por tradutor juramentado (tradutor público), os
documentos simples não são necessários a tradução, apenas se o Juiz determinar

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Em caso de renumerar um processo ou riscar alguma palavra injuriosa, deve haver uma certidão do Cartório
que explique o porquê do ato

Atos do Escrivão (art. 141 CPC) – Atuação/Juntada: O Escrivão cuida dos atos administrativos, auxiliam os
trabalhos da Magistratura

Atos das Partes – Constituir, modificar, extinguir, declarar, forçar o cumprimento de obrigações e preservar
bens jurídicos

Para um melhor entendimento dos atos das partes, vamos analisar os tipos de ações que são cabíveis e as
suas finalidades:

 Conhecimento
o Constitutiva
 Criar
 Modificar
 Extinguir
o Declaratória – Declarar se existe ou não existe a relação jurídica
o Condenatória – Criar uma obrigação
 Execução – Forçar o cumprimento de uma obrigação
 Cautelar – Preservar um bem jurídico até a chegada da sentença definitiva

Art. 160 CPC – Recibo de petições e documentos juntados nos autos

Atos do Juiz – Todo e qualquer ato processual do Juiz tem 3 naturezas taxativas (art. 162 CPC):

a) Sentenças (§1º) – Poe fim ao Processo concedendo ou negando os pedidos, ou em alguma fase
processual, previstas nos art. 267 e 269 CPC
Art. 267 CPC – Sentenças sem resolução do mérito
Art. 269 CPC – Sentenças com resolução do mérito
OBS.: Mesmo que haja sentença o processo não termina enquanto não for satisfeita as obrigações
impostas

b) Decisões Interlocutórias (§2º) – Ato do Juiz que no curso do processo resolve questão incidente

c) Despachos (§3º) – É o ato do Juiz para dar andamento ao processo

OBS.: (§4º) Certos atos simples (atos ordinatórios e despachos de mero expediente) são praticados
pelos serventuários, como a juntada ou a vista obrigatória, podendo ser revisto pelo Juiz quando
necessário

OBS.²: Acórdão são sentenças julgadas pelos Tribunais

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TEMPO E LUGAR DOS ATOS PROCESSUAIS

Os Atos Processuais irão ser realizados em dias úteis (segunda a sábado), das 6:00 horas até as 20:00
horas (art. 172 CPC)

Entretanto os atos serão concluídos depois das 20:00 horas em caso de urgência ou que prejudicar as
diligências (§1º)

A Citação e a Penhora poderão em casos excepcionais, através de autorização do Juiz, realizar em


domingos e feriados ou em dias úteis fora do horário estabelecido (§2º)

OBS.: Qualquer diligencia que apresenta violação do domicílio por ordem judicial será praticada das 06:00
horas as 18:00 horas

Durante as férias (Com a EC 2005 foi vedada as férias forenses, porém tem o recesso forense) e feriados
NÃO serão praticados atos processuais, exceto a produção antecipada de provas e a citação, para não
ocorrer o perecimento do direito. (Art. 173 CPC)

Não suspendem nas férias:

 Os atos de jurisdição voluntária bem como os necessários à conservação de direitos


 Causas de alimentos provisionais
 Dação ou remoção de tutores e curadores
 Todas as causas que a lei federal determinar

Os Atos Processuais serão realizados na sede do juízo, podem ser efetuados em outro lugar em caso de
deferência, interesse da justiça ou obstáculo arguido pelo interessado e acolhido pelo Juiz

PRAZOS

Art. 185 do CPC

Lapso temporal de conveniência e validade de um ato. Trata-se de um período determinado. Não pode
analisar somente o término do prazo, mas também quando ele terá início

Diante disso para que o processo não se eternize, a lei estabelece um prazo para que os atos processuais
sejam praticados

Terminologia:

Intimação se dá pela publicação no Diário Oficial, na qual tempos atrás se dava através da publicação no
Jornal do Diário Oficial, hoje esse Diário Oficial é Eletrônico

Disponibilização é o ato pela qual se torna acessível na internet, na qual só ocorre no Diário Oficial
Eletrônico que é através da internet. Uma vez ocorrida a disponibilização será considerada intimação no
primeiro dia útil forense seguinte. (Lei 11.419/06)

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Preclusão é a perda do direito de praticar um ato e obter os seus efeitos

Expediente Forense é o período em que o Fórum, a sede do Juízo, pode ser acessada

Interrupção e Suspensão dos prazos, ambos paralisam a contagem do prazo, mas há uma diferença,
voltando a contar o prazo interrompido começará desde o início, prazo suspenso volta a conta de onde parou.

Unidade de tempo é a contagem dos prazos, que existe em minutos (alegações finais), horas, dias, meses,
anos, no geral não há vedação para qualquer tipo de unidade. Se um prazo é fixado em uma unidade ele
deverá ser contado na unidade, ex.: Se foi fixado o prazo em 30 dias não deverá contar 1 mês, mas sim 30
dias.

Classificação:

Próprios e Impróprios – Próprios são estabelecidos para cumprimento das partes, sendo que traz
consequências para o processo. Impróprios são estabelecidos para os serventuários, escrivão, Juízes, o
descumprimento desse prazo não traz consequências para o processo

Legais e Judiciais  Regras Subsidiárias – art. 185 CPC – Prazo legal é fixado na lei e o prazo judicial é
fixado pelo Juiz. Se não houver prazo legal ou judicial será de 05 DIAS

Dilatórios e Peremptórios – Dilatório podem ser alterados, reduzidos ou prorrogado; Em regra prazo
peremptório não se altera, as exceções são: de difícil locomoção do transporte ou em caso de calamidade
pública;

Contagem de prazo em dias:

Fórmula Geral – O prazo começa a contar no primeiro dia útil forense após a publicação, lembre-se que
antes da publicação tem a disponibilização, e a publicação é o primeiro dia útil forense após a
disponibilização

Ato+Intimação: A intimação se dá pela Imprensa, Pessoal ou por outro ato

Início da Contagem não acontece nos dias que não tem expediente forense (finais de semana, feriados, etc.)

Término do Prazo que vencer em algum dia que não haja expediente forense (finais de semana, feriados,
etc.), será prorrogado para o primeiro dia útil seguinte

Vencimento, Prorrogação, Preclusão  Dia não forense, encerramento antecipado do expediente,


indisponibilidade

O prazo também se prorroga quando o expediente forense terminar mais cedo, entretanto no caso do
expediente forense começar mais tarde NÃO SERÁ PRORROGADO

Prazo em meses exclui o dia da intimação

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EXERCÍCIOS PARA FIXAÇÃO DA MATÉRIA
1) A prática de um ato antes do início da contagem de seu prazo é válida? Justifique a sua resposta.
Resposta: Depende, a maioria dos atos que puderem ser praticados antes do início da contagem do
prazo é válido, ex.: apresentar o rol de testemunha, mas os recursos, mais especificamente o recurso de
agravo, não será válido praticar o ato antes da contagem
2) Os prazos peremptórios podem ser prorrogados? Justifique
Resposta: Em regra não, só pode nos casos da Comarca ser de difícil transporte ou em caso de
calamidade
3) O Juiz de Direito atua como conciliador? Ao fazê-lo exerce o poder de Jurisdição? Comente
4) A autotutela é permitida no Direito Brasileiro? Comente em detalhes
5) A Assistência pode ser prestada após a sentença? Comente
Resposta: Pode ser prestada a qualquer tempo
6) O Litisconsórcio pode ser facultativo ou necessário quando for unitário?
7) O que é litisconsórcio multitudinário? Comente
8) O advogado pode postular sem procuração? Justifique
9) A procuração para o advogado atuar em nome de pessoa relativamente capaz pode ser feita por
instrumento particular? Justifique
Resposta: Pela lei deve ser por instrumento público, entretanto na prática funciona por instrumento
particular
10) Qual a relação entre prazos próprios, impróprios e preclusivos? Explique
11) O que é incompetência relativa? Quem pode argui-la? De que forma? Explique

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