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Aço Rápido
Aço Rápido
ESCOLA DE ENGENHARIA
METALOGRAFIA E TRATAMENTOS TÉRMICOS II
A ÇOS F ERRAMENTA
XXX
2) Embasamento teórico
Devido a grande complexidade das ligas de aços rápidos, vários trabalhos vem
sendo executados na tentativa de se estabelecer o efeito dos diversos elementos químicos
sobre as propriedades destes materiais. A seguir, tem-se um resumo dos efeitos dos
principais elementos de liga dos aços rápidos.
Molibdênio e tungstênio são de presença obrigatória para que um aço seja
classsificado como rápido. Adicionando-os, aumenta-se a resistência ao desgaste, a dureza
a quente e a estabilidade térmica[4]. Apesar de o molibdênio apresentar maior eficiência no
aumento de dureza, tenacidade e temperabilidade, além de reduzir o custo inicial do aço, o
seu uso substituindo totalmente o tungstênio não é tão vantajoso quanto a substituição
parcial, pois este último fornece melhor proteção contra o crescimento de grão,
descarbonetação e oxidação[2]. Além disso, os aços rápidos ao molibdênio e tungstênio, em
comparação aos aços rápidos somente ao tungstênio, apresentam menor densidade, eutético
mais fino (apresentando carbonetos menores, mais bem distribuídos e de mais fácil
dissolução), transformações de fase em temperaturas mais baixas e austenita retida menos
estável. Deste modo, justificase o uso de aços ao tungstênio e molibdênio (série M), pois
estes alcançam uma otimização de propriedades. O teor de tungstênio varia de 0 a 20% e o
de molibdênio de 0 a 9%.
Cromo, além de contribuir substancialmente para a temperabilidade, pelo fato de
retardar outras transformações de fase, eleva o pico de dureza secundária pelo fato de inibir
a precipitação e coalescimento dos carbonetos secundários, melhorando cobalto é o
aumento proporcional na quantidade de austenita retida, tanto no estado temperado quanto
no revenido.
De presença obrigatória, o carbono deve ser suficiente para permitir a formação de
carbonetos primários (responsáveis pela resistência ao desgaste e abrasão) e de uma matriz
de elevada dureza após têmpera e revenimento. O aumento no teor de carbono provoca
aumento no pico de dureza secundária, na estabilidade térmica, e na quantidade de austenita
retida; diminuição da temperatura das linhas liquidus e solidus (obrigando a redução na
temperatura de austenitização do aço), da forjabilidade do aço e da tenacidade, além de
contribuir para o refino de grão por aumentar a quantidade de carbonetos insolúveis, desde
que o aumento do teor de carbono seja acompanhado por elevação nos teores de elementos
fortes formadores de carbonetos, como o vanádio. O teor de carbono nos aços rápidos varia
de 0,65 a 2,30%.
2.1.2 - MICROESTRUTURA
A estrutura bruta de fusão dos aços rápidos caracteriza-se pela presença de dendritas
de austenita envoltas numa rede de carbonetos primários. Para tornar esta estrutura um
material de uso prático, os lingotes devem ser trabalhados mecanicamente para garantir a
quebra da estrutura de carbonetos. Como resultado, o material trabalhado e recozido
apresenta carbonetos dispersos numa matriz ferrítica.
Carbonetos primários estão sempre presentes nos aços rápidos, transmitindo ao
material a capacidade de resistir ao desgaste. O carboneto mais importante tem fórmula
geral M6C, sendo M ferro, tungstênio e molibdênio, sendo ainda capaz de dissolver cromo
e vanádio em pequena quantidade, como substitutos do ferro; apresenta estrutura cúbica de
face centrada complexa, e podem apresentar fórmula química entre Fe4Me2C e Fe3Me3C,
sendo Me tungstênio ou molibdênio. Na estrutura bruta de fusão, associa-se a morfologia
do eutético conhecida como espinha de peixe. São estes os carbonetos que mais contribuem
para a resistência a abrasão dos aços rápidos, devido a sua alta dureza. Muito estáveis,
dissolvem-se apenas parcialmente durante austenitização em temperaturas acima de 980°C.
Já o vanádio forma carbonetos do tipo MC (ou M4C3), de estrutura cúbica de face centrada,
capaz de dissolver tungstênio, molibdênio, ferro e algum cromo.
Apresenta-se na estrutura bruta de fusão como glóbulos. Outro carboneto primário é
o M2C, onde M representa molibdênio e tungstênio, podendo dissolver outros elementos.
De estrutura hexagonal e metaestável, tende a se decompor em uma mistura de M6C e MC
nas operações de fabricação e tratamentos térmicos subsequentes. Sua morfologia na
estrutura bruta de fusão é conhecida como leque ou lamelar.
Nos aços da série M brutos de fusão podemos encontrar somente carbonetos tipo
M6C, ou somente do tipo M2C, ou ainda uma mistura de ambos. Elementos fortes
formadores de carbonetos como o titânio, o nióbio e o tântalo, quando adicionados em
teores suficientes, promovem a formação de carbonetos tipo MC. Molibdênio, vanádio,
carbono, cálcio e alumínio são estabilizadores de carbonetos tipo M2C, enquanto que os do
tipo M6C são estabilizados (ou favorecidos) pela presença de tungstênio, silício, nitrogênio,
oxigênio e nióbio.
Carbonetos secundários podem ser formados em várias etapas. A ferrita , que
ocorre tanto na solidificação quanto no superaquecimento, pode decompor-se segundo uma
reação eutetóide, formando ferrita e carbonetos, principalmente do tipo M6C. No
resfriamento da austenita durante a têmpera ocorre uma reduzida precipitação de
carbonetos tipo MC, preferencialmente nos contornos de grão. Durante o recozimento
pleno, o aumento da fração volumétrica de carbonetos ocorre tanto por nucleação e
crescimento quanto por crescimento de carbonetos primários. Precipitam-se carbonetos do
tipo M6C e M23C6. Este último é formado basicamente por cromo, e só está presente no
material recozido, já que encontra-se totalmente dissolvido nas temperaturas usuais de
austenitização e sua precipitação só é possível nas temperaturas e tempos de recozimento
usuais. No recozimento subcrítico, que equivale a um revenimento em alta temperatura, os
carbonetos secundários estão mais finamente dispersos, o que provoca um efeito
endurecedor mais acentuado; estes materiais, então, apresentam maior dureza e menor
ductilidade do que os recozidos plenamente.
Durante o revenimento, várias transformações ocorrem, conforme a revisão de
CESCON. No estado temperado, encontra-se como microconstituintes dos aços rápidos
martensita (do tipo misto, ou seja, mistura de martensita escorregada e maclada), austenita
retida e carbonetos não dissolvidos no aquecimento (particularmente os do tipo M6C e
MC). Entre 100 e 250ºC ocorre precipitação de carbonetos de ferro, usualmente
identificados como carboneto ; entre 250 e 500ºC, a precipitação de carbonetos de ferro
continua, havendo também a formação de cementita. A precipitação de carbonetos na
austenita retida se inicia acima de 300- 350ºC; a quantidade de austenita retida se mantém
até aproximadamente 530ºC, e transforma-se em martensita no resfriamento subsequente.
Contudo, entre 400 e 570ºC a cementita é em parte dissolvida, havendo a
precipitação de carbonetos do tipo M2C e MC, tanto na martensita quanto na austenita
retida. O fenômeno de dureza
secundária, todavia, se manifesta de maneira mais acentuada na faixa dos 500 aos 570ºC,
onde ocorre maior precipitação de carbonetos dos elementos de liga, coerentes de início,
preferencialmente na estrutura de discordâncias herdada da martensita; devido à pequena
velocidade de difusão dos elementos de liga substitucionais, os precipitados encontram-se
finamente dispersos e apresentam-se menores que os precipitados de cementita. Na Figura
1, onde a dureza do aço ABNT M2 está representada em função da temperatura e do tempo
de revenimento, pode-se constatar o fenômeno de endurecimento secundário. Na faixa de
570 a 680ºC, a matriz, agora ferrítica, empobrece-se ainda mais em elementos de liga,
havendo também o coalescimento dos carbonetos. Entre 680 e 760ºC, o processo descrito
acima continua, ocorrendo também a precipitação de carbonetos estáveis M6C. Acima dos
760ºC prossegue o coalescimento dos carbonetos, de maneira semelhante a que ocorre
durante o recozimento destas ligas.
Figura 2: aço ABNT M2 recozido a 850C por 2 horas, resfriado a razão de 30C/h
até 640C para posterior resfriamento ao ar calmo. Carbonetos dispersos em matriz
ferrítica. Ataque: Nital 2%. Aumento: 1000x.
860 oC 1030 oC
Resfr. Resfr.
Em água Ao ar
tempo tempo
Uma outra diferença muito importante entre aços carbono e aços ferramenta é a
propriedade chamada de TEMPERABILIDADE.
Por definição, TEMPERABILIDADE é a capacidade de um aço adquirir dureza por
têmpera a uma determinada profundidade.
Exemplificando:
50
DISTÂNCIA DO CENTRO
Variação de dureza da superfície ao núcleo de corpos de prova
de 100 mm .
Comparação entre a aço SAE 1045 (temperado em óleo) e o aço
H13 (temperado ao ar) (C=0.4%)
2.2.4 – RESFRIAMENTO
2.2.5 – RECOZIMENTO
TRIPLO REVENIMENTO
3) Métodos e análises
3.1 – MÉTODOLOGIA
Recozimento: 900C
Têmpera: Austenitizado a 1200C e resfriado ao ar
Revenidos: Dois a 550C
Recozimento: 850C
Têmpera: Austenitizado a 850C, resfriado em água e óleo.
Normalização: 850C, resfriado ao ar.
4) Resultados e discussões
AMOSTRA A:
DUREZAS E COMPOSIÇÕES:
Amostra A:
C Mn Si Cr V W Mo
0,85% 0,2-0,4% 0,2-0,35% 4,0% 2,0% 6,0% 5,0%
Tabela 2- Composição da amostra A
Amostra B:
C Mn P S
0,48-0,55% 0,6-0,9% 0,04% máx 0,05% máx
Tabela 4 – Composição da amostra B
DISCUSSÕES:
Amostra A:
Amostra B: