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Coroa de Santa Rita de Cássia

Para obter graças nos


negócios Impossíveis
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Coroa de Santa Rita de Cássia
Excelsa protetora, ó gloriosa Santa Rita de Cássia,
remédio para todas as aflições. Baixai sobre os meus
padecimentos o vosso olhar pleno de misericórdia!
Em honra do Sacratíssimo Sangue de Nosso Senhor
Jesus Cristo. Em memória do espinho que tivestes na
fronte e da chaga que nela pacientemente sofrestes,
com o mais humilde recolhimento rogo-vos interceder
por mim junto de vosso Divino Esposo, para que me
seja dada a graça que nesta angústia vos imploro.
(Aqui cada um pedirá o que desejar alcançar, que deve ser sempre
coisa que convenha à gloria de Deus e à salvação de sua alma.)
Milagrosa Santa Rita de Cássia, rogai por mim,
favorecei minha súplica, vós que resolveis todas as
dificuldades, que sois a santa "advogada dos
impossíveis", que por vossas sublimes virtudes tudo
conseguis em nosso benefício; descei um olhar
generoso a esta aflita criatura que recorre vossa
piedade. Ajudai-me, patrocinai minha causa: daí-me
remédio e amparo nas minhas aflições; socorrei-me e
defendei-me em todos os perigos da alma e do corpo!
Amém.
Reza-se, em seguida com toda humildade e devoção 22
Ave-Marias. As primeiras 3 em reverência as 3 disciplinas
diárias da Santa; 4 em memória dos 4 anos em que foi
milagrosamente sustentada com o Santíssimo Sacramento;
15 lembrando os 15 anos em que sofreu o espinho na testa.
Santa Rita de Cássia, rogai por nós.
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Ladainha de Santa Rita de Cássia
Senhor, compadecei-vos de nós !
Cristo, compadecei-vos de nós!
Senhor, compadecei-vos de nós !
Cristo, ouvi-nos !
Cristo, escutai-nos !
Pai celestial, que sois Deus,
tende misericórdia de nós !
Filho, Redentor do mundo, que sois Deus,
tende misericórdia de nós !
Espírito Santo que sois Deus,
tende misericórdia de nós !
Trindade Santa, que sois um só Deus,
tende misericórdia de nós !
Santa Maria, rogai por nós !
Santa Mãe de Deus, rogai por nós !
Santa Virgem das virgens, rogai por nós !
Santa Rita, sol luminoso para guiar ao porto da
salvação, rogai por nós!
Santa Rita, intercessora dos aflitos, rogai por nós!
Santa Rita, Anjo de caridade, rogai por nós!
Santa Rita, serafim inflamado no amor divino, rogai
por nós!
Santa Rita, modelo exemplar das esposas, rogai por nós!
Santa Rita, coroada com os espinhos de Cristo
crucificado, rogai por nós!
Santa Rita, valioso auxílio em todas as necessidades,
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rogai por nós!
Santa Rita, sol brilhante da Igreja católica, rogai rogai
por nós!
Pelo inexplicável gozo que tivestes no dia da vossa
profissão, amparai esta súplica!
Pelas particulares consolações que gozou a vossa
alma, amparai esta súplica!
Pelas graças que recebestes do Santíssimo Sacramento
da Eucaristia, amparai esta súplica!
Pela cruz de um marido incompatível, amparai esta
súplica!
Pelas dores crudelíssimas que sofreste em vossa
fronte, amparai esta súplica!
Por todas as vossa tribulações, amparai esta súplica!
Pela vossa vida paciente, penitente e solitária, amparai
esta súplica!
Vós, cujo coração foi um trono da majestade divina,
amparai esta súplica!
Vós que, sendo uma criatura terrena, pareceis um
querubim celeste, amparai esta súplica!
Vós que recebestes o poder de triunfar dos
impossíveis, amparai esta súplica!
Vós que sois a consoladora dos necessitados,
amparai esta súplica!
Vós que fostes assinalada com o selo de Jesus Cristo,
amparai esta súplica!
Vós que tudo podeis junto a Jesus e Maria, amparai
esta súplica!
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Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo,
perdoai-nos, Senhor!
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, ouvi-
nos, Senhor!
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, tende
misericórdia de nós!
V. Assinalastes, Senhor, a vossa serva Rita.
R. Com o sinal de vossa caridade e paixão.
Oremos: Deus, que vos dignastes conferir à Santa Rita
tamanha graça que, havendo ela vos imitado no amor aos
seus inimigos, trouxe no coração e na fronte os sinais de
vossa caridade e sofrimento, concedei, nós vo-lo
suplicamos, que pela sua intercessão e merecimento
amemos os nossos inimigos e com espinho da
compunção, perenemente contemplemos as dores de
vossa paixão e mereçamos receber a recompensa
prometida aos mansos e humildes. Amém.
Hino à Santa Rita de Cássia
Ah não há rosas sem espinhos, / não no canteiro de Jesus,
lá quem quiser ganhar a vida, / tem que levar a sua cruz.
Neste jardim foi semeada, / Rita de Cássia, a rosa-flor,
que deixou tudo nesta vida, / porque entendeu o que é o
amor!
Nem sofrimentos e família, / desiludiu sua decisão,
seguir somente a Jesus Cristo, / jamais trair seu coração.

Fostes a rosa preferida! / Ó Santa Rita de Jesus!


Ensinas-me lição de vida! / Sofrer, amar, levando a
cruz.
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Na amarga vida, ó Santa Rita, / quem sabe amar, sabe
sofrer,
e no silêncio que tortura, / aprende a arte de viver!
O teu semblante refletia / da tua vida o esplendor,
a luz brilhante da alegria, / de expressar Nosso Senhor!
O teu perfume tão divino / faz nosso povo, então, sonhar.
Mesmo sofrendo nesta vida, / só é feliz quem sabe amar.

Santa mulher dos impossíveis, / abençoai as nossas rosas,


para os momentos mais difíceis, / que sejam flores
milagrosas!
Remédio para as nossas dores, / bálsamo para o coração,
e quando houver desamores, / entre os casais haja união!
Dá-nos o teu Jesus querido, / pra que possamos caminhar,
e abraçando a nossa cruz, / também possamos nos salvar.

A Vida de Santa Rita de Cássia

O Nascimento

Santa Rita nasceu num pequeno povoado chamado


Roccaporena, a 5 km de Cássia, bem no alto do montes
Apeninos, na província da Úmbria.
A Úmbria, embora fosse na época uma região pouco
povoada, se tornou berço de muitos filhos ilustres, entre
eles São Francisco de Assis, São Bento e Santa Clara,
além de Santa Rita. Os pais de Santa Rita, Antonio Lotti
e Amata Ferri, formavam um casal exemplar e eram
conhecidos pelos seus amigos como "pacificadores de
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Jesus Cristo". Gozavam de imenso prestígio e autoridade
no meio daquela gente, por suas virtudes. Sua ocupação
diária era visitar os vizinhos mais necessitados, levando
a eles ajuda espiritual e material. Para que sua felicidade
fosse completa, faltava ao casal um filho. Apesar da
idade avançada de Amata (62 anos) Deus atendeu às suas
preces: conta a história que um anjo apareceu a ela e lhe
revelou que daria à luz uma menina que seria a
admiração de todos, escolhida por Deus para manifestar
os seus prodígios. Em 1381, nasceu esta admirável
criatura, que foi batizada em Santa Maria dos Pobres, em
Cássia, porque o pequeno povoado de Roccaporena teve
uma pia batismal somente em 1720. O nome de Rita,
diminutivo de Margherita, foi revelado pelo anjo, com o
qual a Santa se tornou conhecida para sempre. Quando
Antonio e Amata iam trabalhar nos campos, colocavam
sua filhinha num cesto de vime e abrigavam-na à sombra
das árvores. Um dia, a criança sonhava, com os olhos
voltados para o céu azul, quando um grande enxame de
abelhas brancas a envolveu, fazendo um zumbido
especial. Muitas delas entravam em sua boca e aí
depositavam mel, sem a ferroar, como se não tivessem
ferrões. Nenhum gemido da criança para chamar seus
pais; ao contrário, dava gritinhos de alegria. Enquanto
isso, um lavrador que estava próximo feriu-se com uma
foice, dando um grande talho na mão direita. Dirigindo-
se imediatamente para Cássia, a fim de receber os
necessários cuidados médicos, ao passar perto da criança
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viu as abelhas que zumbiam ao redor de sua cabeça.
Parou e agitou as mãos para livrá-la do enxame. No
mesmo instante, sua mão parou de sangrar e o ferimento
se fechou. Gritou de surpresa, o que chamou a atenção
de Antonio e Amata que acorreram ao local. O enxame,
por alguns instantes disperso, voltou ao seu lugar e mais
tarde, quando Rita foi para o mosteiro de Cássia, as
abelhas ficaram nas paredes do jardim interno. Este fato
é relatado pelos biógrafos da santa e transmitido pelas
tradições e pinturas que a ele se referem. A Igreja, tão
exigente para aceitar as tradições, insere esta
circunstância nas lições do Breviário. Tendo atribuído o
nascimento de Rita a um milagre, seus pais também
atribuíram este acontecimento a um prodígio divino.
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A Infância e a Juventude
Rita era para seus pais um precioso dom concedido à
sua fé e orações. Analfabetos, procuravam transmitir à
criança seus conhecimentos da vida de Nosso Senhor
Jesus Cristo, da Santa Virgem Maria e dos santos
populares. Apenas chegara à idade da razão, apareceram
em Rita os primeiros sinais de virtude que, sob
influência da graça divina, ia-se desenvolvendo em sua
bela alma. Rita era um anjo, dócil, respeitosa e obediente
para com seus velhos pais. Os ensinamentos que eles lhe
davam levaram-na a decidir consagrar a sua virgindade a
Jesus Cristo.
Gostava tanto da vida retirada que seus pais lhe
permitiram ter um oratório dentro de casa; ali passava os
dias meditando no amor de Jesus, castigando seu
inocente corpo com duras penitências. Aos 16 anos,
pensava no modo de confirmar definitivamente sua
consagração a Jesus Cristo por meio dos votos
perpétuos. Rita chegou a pedir, de joelhos, licença para
entrar no convento. Seus pais, porém, com a idade
avançada e guiados pelo amor natural, não querendo
deixá-la só no mundo, resolveram casá-la com um jovem
que pedira sua mão. Que lutas, que dores para o coração
dessa jovem, entre o amor à virgindade e a obediência
devida a seus pais! Não tinha coragem de dar a um
homem o coração que desde a infância consagrara a
Deus e, por outro lado, causavam-lhe piedade seus
velhos pais, muito idosos, aos quais se acostumara a
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obedecer nas mínimas coisas.

O Casamento
O jovem que pedira a mão de Rita se chamava Paolo
di Ferdinando Mancini, descrito como um homem
pervertido, de caráter feroz e sem temor a Deus, que
seria capaz de provocar um verdadeiro escândalo se Rita
e seus pais não aceitassem esse casamento. Assim, Rita
se viu obrigada a se casar. Quanto padeceu ela no longo
período de 18 anos que viveu com seu esposo! Injuriada
sem motivo, não tinha uma palavra de ressentimento;
espancada, não se queixava e era tão obediente que nem
à Igreja ia sem a permissão de seu brutal marido. A
mansidão, a docilidade e prudência da esposa, porém,
suavizaram aquela rude impetuosidade, conseguindo
transformar em manso cordeiro aquele leão furioso.
Fernando não pôde resistir a tanta abnegação e mudou
completamente de vida, tornando-se um marido
respeitoso. Rita sentia-se muito feliz por ver o seu
marido convertido ao bom caminho. Sentia-se feliz por
educar nos princípios da religião os dois filhinhos que o
céu lhe dera: Giovanni Tiago e Paolo Maria. Mas durou
pouco tempo aquela felicidade de santa esposa e mãe!
Quando menos esperava, seu marido foi ferozmente
assassinado pelos inimigos que fez em sua vida de
violência. Rita tomou todas as providências para um
sepultamento digno para seu marido. Praticou, ainda, o
supremo ato de perdoar os seus assassinos. Refeita da
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primeira dor causada pela morte do marido, a piedosa
mulher concentrou toda sua atenção e solicitude em seus
dois filhos. A mãe atenta percebia que os dois jovens
apresentavam sintomas de desejos de vingança. Quando
se viu em tal situação, ela tomou uma resolução heróica
e pediu a Jesus Crucificado que levasse os seus filhos
inocentes, se fosse humanamente impossível evitar que
se tornassem criminosos. Um após outro, caíram doentes
os meninos e Rita os tratou com o máximo cuidado,
velando para que nada lhes faltasse, procurando todos os
remédios necessários para lhes conservar a vida. Sabia
que era seu dever socorrê-los e queria cumprir
generosamente esse dever. Os meninos morreram, com
pequeno intervalo, um após o outro, cerca de um ano
depois da morte de seu pai. Rita depositou os corpos de
seus filhos ao lado de seu marido e ficou só no mundo;
só, mas com seu Deus.

Em busca do antigo sonho


Desligada dos laços do matrimônio e dos cuidados
maternais pela morte do esposo e filhos, Rita passou a se
dedicar com afinco à prática das virtudes, às obras de
caridade e à oração. A caridade para com o próximo era
inesgotável. Não se contentando em dar o que tinha,
trabalhava com suas próprias mãos para poder dar mais.
Tudo isto, porém, não bastava para aquela alma
inflamada pelo amor divino. Quando ia à cidade, ao
passar diante das portas dos mosteiros onde teria podido
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servir a Deus com todas as suas forças, parecia-lhe que
uma força interior e poderosa a atraía. Rita encorajou-se
e resolveu fazer uma tentativa. Bateu à porta do
convento das agostinianas de Santa Maria Madalena, às
quais ela tinha profunda admiração pela devoção que
tinha a Santo Agostinho e por ter sido Santa Mônica,
mãe de Santo Agostinho, seu modelo nos diversos
estados de vida e tão parecida com ela no sofrimento.
Expôs à superiora do convento o seu ardente desejo. Seu
aspecto humilde e piedoso causou excelente impressão
na religiosa; mas o convento, que somente recebia
jovens solteiras, jamais havia aberto suas portas a uma
viúva, e a pobre mulher se viu rejeitada. Imaginem em
que estado de alma Rita voltou a Roccaporena. Voltou às
suas orações e boas obras e, tendo retomado a confiança,
voltou ainda por duas vezes à porta do mosteiro de Santa
Maria Madalena, sofrendo duas novas rejeições. Rita se
abandonou à vontade de Deus, recomendando-se mais do
que nunca a seus santos protetores. Quando Deus a viu
perfeitamente resignada e confiante, teve compaixão
dela e, uma noite, quando estava em oração, ouviu
chamar: “Rita! Rita!”. Ela não viu ninguém e, pensando
ter se enganado, voltou às suas orações. Mas, pouco
depois, ouviu novamente: “Rita! Rita!”. Levantando-se,
abriu a porta e foi à rua. Eram 3 homens e Rita não
tardou a reconhecê-los: eram seus protetores São João
Batista, Santo Agostinho e São Nicolau de Tolentino,
que a convidaram para segui-los. Em êxtase, como num
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sonho, ela os seguiu e logo estava em Cássia, diante do
convento de Santa Maria Madalena. As religiosas
dormiam e a porta estava bem trancada. Era impossível
abri-la por meios humanos, mas os santos que Deus
enviara para acompanhá-la fizeram com que ela se
encontrasse no interior do mosteiro. Quando as religiosas
desceram para se reunir no coro, ficaram estupefatas ao
encontrar a santa mulher que tinha sido insistentemente
rejeitada. Como entrara ela, se o mosteiro estava
completamente fechado e não havia sinal algum de
abertura ou arrombamento?
“Sou eu mesma – dizia, chorando – aquela que tantas
vezes pediu para entrar aqui e não me aceitastes como
digna de tanta felicidade! Santas esposas de Jesus; sabei
como a divina Majestade me fez este singular favor,
enviando na noite passada o Santo Precursor,
acompanhado do glorioso Patriarca Santo Agostinho e S.
Nicolau, meus protetores, que me trouxeram aqui de
maneira milagrosa. Eu vos rogo, por aquele Senhor que
tão liberal foi comigo, que me recebais em vossa
companhia”.
As freiras ficaram impressionadas com o relato que
Rita fez do acontecido e, diante de um milagre tão
estupendo, reconheceram os desígnios de Deus e
admitiram jubilosas em sua companhia aquela criatura
mais angelical que humana.
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A vida no Convento
A primeira coisa que Rita fez, ao ser admitida no
convento, foi repartir entre os pobres todos os bens que
possuía. Para colocar à prova a obediência da noviça, a
superiora do convento ordenou-lhe que regasse de
manhã e à tarde um ramo de videira ressequido e já
destinado ao fogo. Rita não ofereceu dificuldade alguma
e, de manhã e de tarde, com admirável simplicidade,
cumpria essa tarefa, enquanto as irmãs a observavam
com irônico sorriso. Isso durou cerca de um ano,
segundo certas biografias da santa.
Um belo dia, as irmãs se assombraram: a vida
reapareceu naquele galho ressequido, surgiram brotos,
apareceram folhas e uma bela videira se desenvolveu
maravilhosamente, dando a seu tempo deliciosas uvas. E
essa videira, velha de cinco séculos, ainda hoje está
viçosa no convento.
Em 1443, veio a Cássia para pregar a Quaresma, São
Tiago de La Marca. O sermão da paixão de Nosso
Senhor sensibilizou profundamente Rita. Voltando ao
convento, profundamente emocionada com o que ouvira,
prostrou-se diante da imagem do crucifixo que se achava
em uma capela interior, e suplicou ardentemente a Jesus
que lhe concedesse participar de suas dores. E eis que
um espinho se destacou da coroa do crucifixo, veio a ela
e entrou tão profundamente em sua testa que a fez cair
desmaiada e quase agonizante.
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Santa Rita de Cássia, rogai por nós.

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