Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Não se trata do globo terrestre. Este é maravilhoso, como diz o Salmo 19:1-4: "Os
céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras das Suas mãos.
Um dia discursa a outro dia e uma noite revela conhecimento a outra noite. Não há
linguagem, nem há palavras, e deles não se ouve nenhum som: no entanto por toda
terra se faz ouvir as suas palavras até aos confins do mundo". É uma suprema
demonstração da glória do Criador. Diz a palavra: "O Deus que fez o mundo e tudo o
que nele existe, sendo Ele Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por
mãos humanas" (Atos 17:24). E: "Os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno
poder como também a Sua própria divindade, claramente se reconhecem desde o
princípio do mundo, sendo percebidas por meio das cousas que foram criadas"
(Romanos 1:20).
Não se trata da humanidade. Quando lemos, em João 3:16, que "Deus amou ao
mundo", em 1 João 2:2, que Cristo é a "propiciação pelos pecados do mundo inteiro",
ou em 1 João 4:14, que "Deus enviou Seu Filho como Salvador do mundo", não
devemos entender que este é o mundo do qual devemos nos separar. A esse mundo
Deus amou e por ele entregou Seu Filho à morte. O Senhor nos envia ao mundo
geográfico a fim de pregarmos as boas novas de salvação e perdão ao mundo das
pessoas, às quais Deus ama.
Trata-se do sistema de rebelião a Deus, comandado por Satanás. Ele é o chefe e
o propulsor deste sistema de rebelião a Deus e à Sua vontade. Cristo disse: "Chegou
o momento de ser julgado este mundo, e agora o seu príncipe será expulso" (João
12:31). Lemos, ainda, que os que estão sem Cristo andam "segundo o curso deste
mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos
da desobediência" (Efésios 2:2).
Esse é o mundo do qual o discípulo cristão deve separar-se. Com
respeito a esse sistema diabólico, a essa ordem corrupta e rebelde, a
Palavra de Deus ordena: "Não ameis o mundo, nem as coisas que há
no mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele;
porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a
concupiscência dos olhos, e a soberba da vida, não procede do Pai,
mas procede do mundo. Ora, o mundo passa, bem como a sua
concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade do Pai, permanece
eternamente" (1 João 2:15-17). Esse é o mundo ao qual pertencem
todos quantos não são discípulos e ao qual pertencíamos todos nós
antes da nossa conversão. Diz a Palavra: "Entre os quais (filhos da
desobediência) todos nós andamos outrora, segundo as inclinações
da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e
éramos por natureza filhos da ira como também os demais" (Efésios
2:3).
Porém, uma vez convertidos e feitos discípulos de Cristo, o Mestre
exige o nosso corte de relações com o mundo. Ele não admite
concorrência: "Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de
aborrecer-se de um e amar o outro; ou se devotará a um e desprezará
ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas" (Mateus 6:24). O
discípulo precisa compreender que o Mestre o chamou para separar-
se do mundo. Suas palavras são bem claras: "Se vós fôsseis do
mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do
mundo, pelo contrário, eu dele vos escolhi, por isso o mundo vos
odeia" (João 15:19).
O mundo sempre esteve e sempre estará em oposição a Deus e quem
quiser viver em harmonia com Deus tem de cortar as relações com o
mundo. A Bíblia diz: "Infiéis, não compreendeis que a amizade do
mundo é inimizade contra Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo
do mundo, constitui-se inimigo de Deus" (Tiago 4:4). O discípulo de
Jesus Cristo tem de ser diferente das outras pessoas em sua maneira
de pensar e viver. Essa diferença é a marca do discipulado.
No Velho Testamento os servos de Deus destacaram-se dos demais
em sua geração, precisamente por levarem aquela marca. Noé viveu
numa geração cruel e perversa, cujo "desígnio do coração era
continuamente mau", mas a referência ao seu nome mostra a marca
que o diferenciava dos demais: "Eis a história de Noé: Noé era homem
justo e íntegro entre os seus contemporâneos; Noé andava com Deus"
(Gênesis 6:5-9). Na longa lista de genealogias de Gênesis 5, a
monotonia é quebrada pela marca do caráter piedoso de Enoque:
"Andou Enoque com Deus, e já não era porque Deus o tomou para Si"
(Gênesis 5:21-24). Abraão, Jeremias e outros servos de Deus do
Antigo Testamento e do Novo, mostraram aquela marca, que teve a
sua culminância na vida do nosso Mestre.
Como Seus discípulos, temos de seguir o Seu exemplo. As ambições
de lucro desmedido, conforto material, honra, prazeres carnais, a
linguagem suja, as vestes indecentes, escandalosas, provocantes, a
deslealdade para com o próximo, o convívio com a desonestidade e a
imoralidade constituem-se na marca reconhecida do mundo que jaz no
maligno, mas não podem ser a marca do discípulo de Cristo.