Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Aula 01
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
Sumário
1. Orientações iniciais................................................................................................. 2
2. Teoria da Constituição ............................................................................................ 3
2.1 Poder Constituinte ............................................................................................ 3
2.1.1 Originário ..................................................................................................... 3
2.1.1.1 Titularidade .......................................................................................... 3
2.1.1.2 Exercício ............................................................................................... 4
2.1.1.3 Formas de manifestação ...................................................................... 4
2.1.1.4 Características ...................................................................................... 8
2.1.1.5 Limites ao Poder Constituinte Originário .......................................... 11
2.1.2 Reformador................................................................................................ 13
2.1.2.1 Revisão constitucional ....................................................................... 13
2.1.2.2 Emendas à Constituição ..................................................................... 14
1
www.cursoenfase.com.br
Direito Constitucional
Aula 01
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
1. Orientações iniciais
a. EMAIL DO PROFESSOR: joaomendes@cursoenfase.com.br
d. BIBLIOGRAFIA
(i) Livros destinados à construção de uma base: Direito Constitucional
Esquematizado (Pedro Lenza) ou Manual de Direito Constitucional (Marcelo Novelino);
(ii) Livro de leitura mais aprofundada: Curso de Direito Constitucional (Gilmar
Mendes);
(iii) Livro em um terceiro grau de profundidade: Curso de Direito Constitucional
(Ingo Sarlet, Luiz Guilherme Marinoni e Daniel Mitidiero). Seu defeito é não tratar de toda a
matéria, apesar de contar com 1340 páginas;
(iv) Controle de Constitucionalidade: O Controle de Constitucionalidade no Direito
Brasileiro (Luís Roberto Barroso). Melhor relação custo-benefício, embora não seja o livro
mais profundo existente no mercado sobre o tema.
2
www.cursoenfase.com.br
Direito Constitucional
Aula 01
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
2. Teoria da Constituição
Esse tópico engloba: (i) classificação das constituições; (ii) concepção das
constituições; (iii) normas constitucionais; (iv) poder constituinte; (v) direito constitucional
intertemporal; (vi) interpretação da constituição.
Por uma questão de estratégia formulada a partir do foco da turma, os três primeiros
pontos, por apresentarem-se menos complexos, deverão ser estudados de forma particular
pelo aluno. Tratar-se-á, apenas, dos temas mais sensíveis.
1. Originário --/--
3. Difuso --/--
2.1.1 Originário
Destina-se à elaboração de uma Constituição nova. Alguns, ao falarem em
‘elaboração da constituição nova’, chamam-no de “poder constituinte genuíno.
2.1.1.1 Titularidade
a. Divina
Pensamento próprio da Idade Média, segundo o qual o poder constituinte pertencia
a Deus ou ao rei (autoridade constituída por Deus).
b. Nação
Possui sentido orgânico coletivo. Ao olhar-se para ela, preocupa-se não com os
indivíduos, mas, sim, para a coletividade.
3
www.cursoenfase.com.br
Direito Constitucional
Aula 01
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
c. Povo
Relaciona-se ao conjunto de indivíduos. Corrente prevalecente.
2.1.1.2 Exercício
Cinde-se em monocrático (um indivíduo elabora a constituição; expediente próprio
das monarquias) ou policrático (elaboração coletiva). Este último divide-se em direto
(constituição elaborada diretamente pelo povo), indireto (representantes do povo) e
semidireto (grupo de pessoas elabora a constituição, e o povo aprova).
4
www.cursoenfase.com.br
Direito Constitucional
Aula 01
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
Em 1964, no Rio de Janeiro (que ainda guardava o ranço de capital federal) João
Goulart realiza um grande comício com milhares de pessoas. Logo depois, em São Paulo,
ocorre a “Marcha das Famílias com Deus”, movimento contra o Presidente. A tensão política
era notória e agravada pelo fato de as polícias militares deterem armamento próprio das
forças armadas, o que gerava, inclusive, ameaças de conflito interno.
Em 31 de março de 1964, os militares tomam o poder (a data correta, segundo alguns
historiadores, seria 1 de abril, contudo, como é o “Dia da Mentira”, os militares resolveram
deixar como data 31.03.1964). Inexiste derramamento de sangue e, de contínuo, edita-se o
ato institucional nº 1, cujo preâmbulo define que o grupo tomador do poder desvela-se
como uma revolução, porquanto, naquele momento, parcela significativa da sociedade
apoiava-os, haja vista o repúdio à esquerda.
Preâmbulo do AI nº 01
À NAÇÃO
É indispensável fixar o conceito do movimento civil e militar que acaba de abrir ao Brasil
uma nova perspectiva sobre o seu futuro. O que houve e continuará a haver neste
momento, não só no espírito e no comportamento das classes armadas, como na opinião
pública nacional, é uma autêntica revolução.
A revolução se distingue de outros movimentos armados pelo fato de que nela se traduz,
não o interesse e a vontade de um grupo, mas o interesse e a vontade da Nação.
Fica, assim, bem claro que a revolução não procura legitimar-se através do Congresso.
Este é que recebe deste Ato Institucional, resultante do exercício do Poder Constituinte,
inerente a todas as revoluções, a sua legitimação.
6
www.cursoenfase.com.br
Direito Constitucional
Aula 01
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
verdadeiro golpe, e não revolução (como alguns ainda entendem a tomada do poder em
1964), dentro do movimento revolucionário.
Materializam-se, nessa conjuntura, “os anos de chumbo da ditadura”, com a cassação
de direitos políticos, aposentação compulsória de três ministros do STF, etc.
Observação: o Ministério Público Federal tende a rechaçar posições mais clássicas e
encampar posições mais sociais, em detrimento das liberais. Logo, em eventual prova
discursiva, deve-se responder que o movimento de 1964 foi um golpe; não, revolução.
b. Ruptura jurídica
Rompe-se com o ordenamento constitucional até então vigente e ruma-se a outro.
Essa passagem dá-se de forma pacífica, sem a manifestação de movimentos populares.
Exemplo: Constituição de 1988 promulgada em 05 de outubro.
d. Poder supranacional
Poder para constituir entidades supranacionais, as quais se formam pela agregação
de Estados em processo de integração, que tem, de início, viés econômico (estabelecimento
de acordos comerciais que evoluem para área de livre comércio a qual passa para a área de
mercado comum, o qual consiste numa área de livre comércio com uma política externa
comum; a tendência desse mercado comum é evoluir para uma união econômica e,
posteriormente, em uma união monetária) e, a posteriori, descamba para o âmbito político
7
www.cursoenfase.com.br
Direito Constitucional
Aula 01
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
2.1.1.4 Características
Por unanimidade, a doutrina cita como características: ilimitado, inicial e
incondicionado. Outros autores mencionam ainda: latente, instantâneo, inalienável e
específico.
a. ILIMITADO: não se subsume a normas preexistentes, no sentido de não ter de
respeitar os limites postos pelo direito anterior. Há teses contrárias a esse raciocínio, as
quais apontam que o poder constituinte originário tem, sim, de respeitar alguns limites.
b. INICIAL: inaugura a nova ordem jurídica. Com efeito, discute-se sobre o que
ocorre com a ordem jurídica até então vigente, ao que se denomina direito intertemporal.
8
www.cursoenfase.com.br
Direito Constitucional
Aula 01
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
Antes, aprova-se uma eleição indireta, na qual se elege Tancredo Neves, cujo vice era José
Sarney. Inobstante isso, gozava de amplo apoio popular. Morre antes de tomar posse, e
Sarney assume a Presidência da República. Antes de falecer, Tancredo havia engendrado a
realização da assembleia nacional constituinte, que seria formada por uma comissão de
notáveis conhecedores em vários ramos do saber, que não só o jurídico. Tal comissão
denominava-se Afonso Arinos.
Sarney, ao assumir o poder, fá-lo de modo enfraquecido, eis que não possuía o
mesmo prestígio de Neves. Por essa razão, não detinha força política suficiente para
apresentar um projeto que fosse dele (ainda que a criação tenha sido feita por uma
comissão). Por conseguinte, a própria comissão teve de apresentar o projeto. E, conquanto o
projeto da comissão Afonso Arinos tenha sido aproveitado, fez-se necessário elaborar outro.
Assim, como se vê, o que estabelece a assembleia nacional constituinte é uma
Emenda Constitucional de 1986. Nesse cenário, questiona-se: viável o poder reformador
convocar a manifestação do poder originário? O resultado desse poder originário será uma
constituição nova?
Sem embargo, outra celeuma é: os indivíduos não foram eleitos somente para
compor a assembleia constituinte1. Antes, o foram também para a composição do Congresso
Nacional, ao que se denomina de “atuação ou atividade não exclusiva da constituinte”. Essa
mistura nas atuações dos indivíduos leva a uma invariável mistura nos temas a serem
trabalhados. Tanto assim, que vários temas tratados na Constituição de 1988 poderiam tê-lo
sido por lei. Vale esclarecer que, à época, por peculiaridades históricas, mais fácil era alterar
o texto constitucional do que criar uma lei.
O antigo ministro do STF Nelson Jobim, que compôs a constituinte, pontificou
situação interessante. Explanou que os membros da constituinte debruçaram-se sobre
diversas constituições dos mais variados países e, literalmente, recortaram os temas de
maior incidência. Dividiram-nos em essencialmente e relativamente constitucionais.
Chegaram ao número de 08 grandes temas; prova disso é que a Constituição possui 9 (nove)
capítulos, sendo que o último destina-se às disposições gerais. Criou-se uma comissão para
cada tema; criaram-se três subcomissões para cada comissão. Ou seja, havia 24
subcomissões elaborando sua parte da constituição. Largamente perceptível é o resultado
desse expediente pouco inteligente: a falta de coesão e coerência, nos textos elaborados.
Após isso e por conta disso, levou-se o texto constitucional à comissão de redação e
1
Havia a figura dos senadores biônicos, os quais eram oriundos e nomeados pelo regime militar. Isto
é, não foram eleitos pelo povo. Discutiu-se sobre se poderiam participar do processo de elaboração da nova
constituição e, por fim, permitiu-se.
9
www.cursoenfase.com.br
Direito Constitucional
Aula 01
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
sistematização cujo objetivo era harmonizar o referido texto, o qual é levado ao plenário e
aprovado.
Esse iter dura pouco mais de 1 ano e 8 meses. Nesse interregno, a orientação outrora
voltada para o parlamentarismo2 modificou-se para o presidencialismo. Eis o motivo do
plebiscito, cuja previsão estampa-se no artigo 2º do ADCT, para a escolha entre
parlamentarismo e presidencialismo. Como problema prático tem-se o fato de que todo o
texto constitucional foi redigido com viés parlamentarista. Daí, em vez de se redigir todo o
texto magno, adaptou-se ele para o presidencialismo e, em mais uma colcha de retalhos,
restaram presentes do sistema anterior. Vide a medida provisória, radicada no parlamento
italiano, cuja previsão em um sistema presidencialista é ilógica. Por tais motivos, José Afonso
da Silva, com palavras pernósticas, define nosso sistema como presidencialismo
parlamentarista.
Depois da votação do plenário, a comissão de redação fez nova análise e constatou
existência dalgumas omissões que poderiam gerar problemas. Cite-se, por exemplo, a
ausência da previsão da separação de poderes (note-se que, como dito, no parlamentarismo
isso não existe). Por essa razão, a referida comissão inseriu alguns dispositivos. Submeteu-o
ao plenário, e Ulysses Guimarães, sabedor dessa situação, aventa que, naquele momento,
ocorria a votação final ratificadora. Isso significa dizer que o texto final da Constituição de
1988 padece de coesão e coerência. Exemplifica-se com o dispositivo segundo o qual “no
território federal, haverá governador nomeado nos termos dessa constituição”. O dispositivo
regulamentador não existe, simplesmente!
Apesar de todos os problemas e críticas, a Constituição é promulgada em 1988. Diz a
doutrina que, pelo fato de o PCO ser incondicionado e não estar subordinado a formalidades
predefinidas, a forma de trabalho adotada pela constituinte é definida por ela própria. No
mais, malgrado todos os vícios, houve ampla participação popular, o que, até então, nunca
acontecera. Confere-se à Carta, pois, legitimidade popular que tem o condão de superar as
deficiências do texto.
2
Aqui, vige a ideia de Executivo dualista, no qual o Presidente faz as vezes de chefe de Estado, e o
Primeiro-Ministro exerce a chefia de Governo. Este, para manter-se no poder, deve sustentar-se e ter apoio do
Parlamento. Nesse sistema, inexiste separação de poderes; antes, há uma colaboração entre todos.
10
www.cursoenfase.com.br
Direito Constitucional
Aula 01
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
g. ESPECÍFICO: não se manifesta com outra finalidade que não seja a de elaborar a
Constituição. Por conseguinte, todas as normas dele emanadas são constitucionais 3.
3
Observação extraída de outra aula do professor João: polemiza-se acerca da instituição de um
poder constituinte originário objetivando a reforma de temas da constituição, como, por exemplo, tributação e
orçamento. Para a doutrina tradicional, tal manejo é inviável.
11
www.cursoenfase.com.br
Direito Constitucional
Aula 01
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
CRFB, Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos,
pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.
§ 1º - O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo
Distrito Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à
população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que
nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta
Deputados.
§ 2º - Cada Território elegerá quatro Deputados.
b. Limites Extrajurídicos
Desvelam-se em limites ideológicos, institucionais, humanísticos, exógenos.
Ideológicos: imagine-se que, hoje, ano de 2014, fosse ser criada nova
Constituição. Seria viável a adoção do comunismo puro como modelo político/econômico
brasileiro? Juridicamente, sim. No entanto, essa linha de pensamento ideológico não teria
chances de ser encampada em nossa sociedade, haja vista suas características.
Institucionais: imagine-se que, hoje, ano de 2014, fosse ser criada nova
Constituição. Seria viável a adoção de monarquia absolutista? Juridicamente, sim. No
entanto, esse regime de governo, dado o atual momento histórico, não seria aceitável.
Exógenos: limites próprios das relações internacionais. Considere-se a criação
de nova Constituição com o rompimento de todos os tratados internacionais dos quais o
Brasil é signatário. Isso é impraticável.
Humanísticos: trata-se das conquistas sobre a proteção humana obtidas pelo
povo. Exemplo: vedação à tortura como meio para obtenção de provas, informações, etc.
Observação: no âmbito dos limites ideológicos, poder-se-ia utilizar o termo limites
sociológicos/culturais, que decorrem da cultura dominante da sociedade em dado momento
histórico. O ponto curioso aqui reside na formação da cultura que o é a partir de diversos
elementos, dentre os quais o religioso. Isso significa que, em se admitindo que o poder
12
www.cursoenfase.com.br
Direito Constitucional
Aula 01
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
constituinte originário sofre limites da cultura dominante, e tal formação cultural apresenta
influência religiosa, elementos de influxo religioso limitam o PCO. Exemplo: invocação da
proteção de Deus no preâmbulo da Constituição. Tal não se confunde com a laicidade do
Estado, que aponta para a necessidade de esse ente manter-se em posição equidistante de
todas as religiões celebradas pelos indivíduos.
2.1.2 Reformador
É o poder de alteração formal da Constituição. Ou seja, é a modificação do texto
constitucional. Manifesta-se por meio das emendas à Constituição e da revisão
constitucional.
13
www.cursoenfase.com.br
Direito Constitucional
Aula 01
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
a. LIMITES PROCEDIMENTAIS
(i) Iniciativa restrita ao rol fechado
Se uma PEC for apresentada por outra pessoa ou entidade que não as previstas nesse
rol, estará viciada pela iniciativa, vício esse que não é convalidável. Logo, se essa PEC for
votada, aprovada e promulgada, transformando-se numa emenda, tal emenda será
inconstitucional quanto à forma.
CRFB, Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado
Federal;
II - do Presidente da República;
III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação,
manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.
4
Numa prova estaria errado dizer “Mesa do Congresso Nacional”, que é composta alternadamente
pelos membros das Mesas.
14
www.cursoenfase.com.br
Direito Constitucional
Aula 01
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
b. LIMITES CIRCUNSTANCIAIS
CRFB, Art. 60, § 1º - A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção
federal, de estado de defesa ou de estado de sítio [situações de crise que levam a
medidas extremas].
Indaga-se: seria possível debater uma PEC durante esse período e deixar sua
aprovação para o fim da situação de crise?
R. Pela literalidade do dispositivo, sim. Todavia, sob a ótica fornecida pelo
professor João Mendes, mais adequado seria realizar interpretação teleológica do citado
preceptivo. Uma vez que a finalidade é vedar a alteração constitucional em situações de
crise e, por conseguinte, a adoção de medidas precipitadas, por lógico, entende-se que o
Constituinte quis, de igual modo, proibir a discussão sobre a alteração da Carta nesse
período de crise. Caso se entendesse o contrário, todo o processo de discussão temática dar-
se-ia em uma situação de anormalidade, que não é o melhor momento para se tomar
decisões, e apenas a parte burocrática seria realizada a posteriori. Isso estaria em
dissonância com o pretendido pelo Constituinte. Contudo, em que pese a posição explanada,
insta esclarecer a existência de controvérsias sobre a questão.
c. LIMITES MATERIAIS
Também chamados de cláusulas pétreas, podem ser de dois tipos:
5
“A sessão legislativa é o período em que o Congresso Nacional se reúne anualmente, compreendido
entre os dias 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. Cada sessão legislativa é
composta de dois períodos legislativos, sendo um em cada semestre, que são intercalados pelos recessos
parlamentares. E, por fim, a legislatura é o período de quatro anos em que o Congresso Nacional executa as
suas atividades, compreendendo quatro sessões legislativas ordinárias ou oito períodos legislativos.” Disponível
em: http://www.lfg.com.br/public_html/article.php?story=20090130081347981. Consulta em: 19/03/2014.
15
www.cursoenfase.com.br
Direito Constitucional
Aula 01
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
(i) Explícitos
CRFB, Art. 60, § 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a
abolir:
I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.
16
www.cursoenfase.com.br