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TRABALHISTA
Vamos ao conteúdo!
4. REMUNERAÇÃO
I. O instituto da remuneração sofreu alterações importantes e que são
bastante cobradas pelas bancas. A primeira delas está relacionada com
as verbas que integram o salário. Nós, concurseiros experientes,
sabemos que aquela questão que pergunta quais as verbas que
integram o salário sempre estará presente na prova objetiva... por
isso, esta matéria sempre estará presente nos nossos estudos, na
nossa cabeça e nos nossos corações (hehe). Por isso, é importante que
nós saibamos que a RT limitou, de forma significativa, as parcelas que
englobam o salário. A partir de agora, somente integrarão o salário: a
importância fixa estipulada, as gratificações e as comissões. As
demais parcelas não integram mais o salário, nos termos da nova
redação do § 2º, do artigo 457.
II. Sobre a remuneração, a Lei 13.467/2017 alterou os requisitos para o
reconhecimento do direito à equiparação salarial, prevista no artigo
461, da CLT.
5. JORNADA DE TRABALHO
I. O tempo de deslocamento do empregado ao local de trabalho não será
computado na jornada de trabalho, não havendo exceções, como
estava previsto no texto original do artigo 58, § 2º, da CLT.
II. Quanto às horas extras, a CLT equiparou-se à Constituição Federal,
incluindo de forma expressa a remuneração de 50%. Vale lembrar que,
na redação original do artigo 59, § 1º, a remuneração da hora
extraordinária era de 20%, revogado de forma tácita pela CF, que
aumentou esta porcentagem. Agora, CF e CLT estão equiparadas.
III. Por fim, a CLT agora prevê, expressamente, a jornada conhecida como
“12 por 36”, feita normalmente por vigilantes, profissionais da saúde,
porteiros, etc., pois incluiu ao seu texto o artigo 59-A.
6. FÉRIAS
I. A primeira inovação relacionada às férias é a possibilidade de o
empregado gozar férias em três períodos, desde que um deles não seja
inferior a 14 (quatorze) dias e os demais não sejam inferiores a 05
(cinco) dias. É preciso a concordância do empregado (artigo 134, § 1º,
da CLT).
II. Além disso, o § 2º, do artigo 134, que obrigava os empregados
menores de 18 anos e maiores de 50 a gozar suas férias em um único
período, foi revogado. Portanto, não há mais esta imposição.
Ambos os artigos eram objeto de questão objetiva, com a inclusão
literal do seu texto nas alternativas, fazendo com que o concurseiro
fosse obrigado a conhecer tais direitos. Agora, com a nova redação, é
provável que as bancas tentem confundir o candidato.
7. PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
I. A matéria relativa à prescrição sofreu três modificações importantes e
que costumam ser exploradas em provas. Primeiro, o trabalhador rural
foi inserido ao caput, do artigo 11, que antes nada falava nesse
sentido.
II. Por outro lado, o teor da Súmula 268, do TST, agora está previsto
expressamente na CLT, pela redação do novo § 3º, do artigo 11.
Consequência disso, há previsão legal sobre a interrupção da
prescrição e não apenas jurisprudencial.
III. Por último, houve a inclusão do artigo 11-A, discorre sobre a
possibilidade de reconhecimento da prescrição intercorrente ao
processo do trabalho. Anteriormente, aplicava-se a Súmula 114, do
TST, pela qual não havia prescrição intercorrente na Justiça do
Trabalho. Assim, as questões objetivas eram resolvidas com base neste
entendimento sumulado. Entretanto, com a RT, está afastado este
posicionamento.
10. COMPETÊNCIA
I. À competência da Justiça do Trabalho foi incluída a homologação do
acordo extrajudicial (652, f, da CLT). Lembrando que o acordo
extrajudicial é uma nova hipótese de rescisão do contrato de trabalho.
II. Na mesma linha, foi alterada a competência do Tribunal Pleno em
relação às súmulas. A nova redação do artigo 702, I, f, da CLT, diz:
estabelecer ou alterar súmulas e outros enunciados de jurisprudência
uniforme, pelo voto de pelo menos dois terços de seus membros, caso
a mesma matéria já tenha sido decidida de forma idêntica por
unanimidade em, no mínimo, dois terços das turmas em pelo menos
dez sessões diferentes em cada uma delas, podendo, ainda, por
maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela
declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de sua
publicação no Diário Oficial. Esta alínea agora possui muitos detalhes
que devem ser observados, como o quórum para aprovação e
alteração das súmulas e o número de sessões mínimas em que a
matéria deverá ser deliberada para ser elegível à súmula, por exemplo.
11. PRAZO
I. As questões relacionadas à contagem dos prazos são comuns nas
provas objetivas e não poderia ser diferente para o cargo de Analista
do TRT. A partir da reforma, há previsão expressa sobre a contagem
dos prazos em dias úteis, na CLT, excluindo-se o dia do começo e
incluindo-se o do vencimento (775, caput). Além disso, foi dado ao
magistrado a possibilidade de prorrogação e dilatação dos prazos, nas
hipóteses dos §§ 1º e 2º, do referido artigo.
12. CUSTAS
I. Por incrível que pareça, as custas são muito cobradas em provas. E elas
também sofreram alterações importantes. Com a RT, agora as custas,
além do piso, tem também teto, correspondente a quatro vezes o
limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social
(789, CLT).
II. Quanto ao benefício da gratuidade, o índice previsto no artigo 790, §
3º, foi alterado, passando a ser concedido para aqueles que receberem
salário igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo
dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. Ou seja, não há
mais a vinculação ao salário mínimo.
III. Ainda, os honorários periciais serão pagos pela parte sucumbente,
ainda que seja beneficiário de justiça gratuita. Antes, quando a parte
litigava com este benefício, não estava obrigada ao pagamento. Essa
matéria já caiu em prova e é muito importante.
13. EXCEÇÕES
I. Acerca das exceções, a principal alteração, e que pode ser cobrada em
questões objetivas, é que o procedimento aplicado à exceção de
incompetência foi totalmente alterado, sendo dada nova redação ao
artigo 800, da CLT. A mais importante delas é a do prazo para resposta
do exceto, que, agora, será de cinco dias e não 24 (vinte e quatro)
horas, como era antes.
14. PROVAS
I. O ônus da prova foi modificado, adotando-se a regra do Código de
Processo Civil (818, da CLT). Portanto, o ônus de provar os fatos
constitutivos do direito é do autor e o de provar os fatos extintivos,
modificativos e impeditivos do direito do autor é do réu. Não há mais
a regra de que “a prova das alegações incumbe à parte que as fizer”.
II. Os §§ 1º, 2º e 3º, inseridos no artigo 818, da CLT, tratam da
possibilidade de inversão do ônus da prova, desde que declarada antes
da abertura da instrução e não imponha ônus excessivo à parte
obrigada.
15. RECLAMAÇÃO
I. Agora, a reclamação trabalhista tem novos requisitos, pela redação
dada ao artigo 840, § 1º, pela Lei 13.467/17. Além disso, houve a
inclusão do § 3º a este dispositivo, que prevê a extinção dos pedidos,
sem resolução do mérito, que não observarem os novos requisitos.
II. A desistência da ação, após a apresentação de contestação, somente
será possível com o consentimento do demandado, com base no novo
§ 3º, do 841.
III. Quanto ao comparecimento em audiência, os efeitos do artigo 844, da
CLT, para os casos de ausência, estão mantidos. Entretanto, foram
incluídos novos parágrafos ao dispositivo, regulamentando este fato.
Não há dúvida de que o mais importante deles é o § 4º, que importou
do Código de Processo Civil os casos em que não serão aplicados os
efeitos da revelia ao demandado.
16. EXECUÇÃO
I. A execução trabalhista também foi alvo de mudanças significativas
para as provas de concurso público. A principal delas é que,
atualmente, a execução promovida de ofício, pelo Juiz, somente será
possível quando as partes não estiverem representadas por
advogados (878, CLT). Pela redação anterior, não havia restrição à
execução de ofício.
II. Outra novidade é o prazo, de 08 (oito) dias, para a impugnação à conta
da liquidação, que anteriormente era de 10 dias (879, § 2º, CLT).
III. Por derradeiro, a CLT prevê, após a RT, a possibilidade de protesto do
título judicial e a inserção dos dados do devedor junto aos órgãos de
proteção ao crédito.
17. RECURSOS
I. Finalmente chegamos à matéria recursal, que, em relação às provas de
concurso, teve pouca alteração. A princípio, há a possibilidade de
denegação do Recurso de Revista, por decisão monocrática do relator,
nos casos de deserção, irregularidade de representação ou de
ausência de qualquer outro pressuposto extrínseco ou intrínseco de
admissibilidade, o que antes não havia (896, § 14, CLT).
II. Além disso, o depósito recursal poderá ser reduzido pela metade, nos
casos do § 9º, do artigo 899, isentado, nos casos do § 10 e substituído
por fiança ou seguro garantia, nos do § 11.
Bom estudo!