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A música sacra é tanto mais santa

quanto mais intimamente se


articula com a ação
litúrgica, contribuindo para a
expressão mais suave e unânime
da oração ou conferindo ao ritual
maior solenidade. (SC 112)
OCanto não é algo de secundário
ou lateral, na liturgia, mas uma
das expressões mais profundas e
autênticas da própria liturgia e
possibilita ao mesmo tempo uma
participação pessoal e
comunitária dos fiéis.
 “Toda música sacra é
música religiosa, mas
nem toda música
religiosa é música
sacra”.
 Continua-se cantando “na” liturgia
qualquer música religiosa, catequética
ou de mensagem, em vez de cantar
“a” liturgia. Este mesmo erro ocorre
também quando alguns movimentos
ou grupos propõem músicas que não
estão de acordo com a ação ritual e os
tempos litúrgicos. (Est. da CNBB
79, n°27)
 Celebrações promovidas por
movimentos religiosos, congregando
frequentemente grande número de
participantes, aqui e acolá, com ampla
divulgação da mídia, pouco levam em
conta os textos
litúrgicos, substituindo-os facilmente
por letras de grande pobreza
existencial, poética e teológica. (CNBB
79, n°43)
 Descamba-se desvios
preocupantes, (...) seja pelo
exagerado
individualismo, intimista e
sentimentalista, muito “eu” e
muito “meu”, desvirtuando a
dimensão comunitária da
fé, numa busca de emoções
que reduz a relação com
Deus a mero jogo de
sentimentos, sem a
profundidade e a amplitude
do compromisso cristão.
 A Música Ritual, também chamada de música
litúrgica , é a música que acompanha os
diversos ritos, as ações sagradas, sendo parte
integrante da liturgia, tendo as mesmas
características da ação litúrgica: memorial,
orante, contemplativa, trinitária, pascal,
centrada em Cristo, eclesial, eucarística,
profética, narrativa, salvífica.
 Assim, já não se trata de cantar qualquer
canto na liturgia cristã, só porque é bonito,
mas cantar a própria liturgia, os textos
rituais, o que exige conhecimento da liturgia
e da função ritual de cada canto.
 São os cantos indispensáveis e
insubstituíveis, que devem ser cantados na
íntegra, porque são o próprio texto
ritual, assim como se apresenta na Liturgia.
São eles:
 Ato Penitencial: Senhor, tende piedade
 Hino de Louvor: Glória
 Credo
 Cordeiro de Deus
 Santo
 Pai Nosso
 Alguns cantos na celebração têm a função de
acompanhar um rito, que em geral são as
procissões, os movimentos. São
necessários, mas não indispensáveis, menos
importantes que os que constituem o rito. É o
chamado "Próprio de cada Missa", que
portanto, muda, conforme o Tempo
Litúrgico, a Palavra, o momento celebrativo, o
tipo de Celebração e de assembléia... São
eles:
 Canto entrada
 Aclamação ao Evangelho: Aleluia!
 Canto de Preparação das Oferendas
 Canto da Paz (facultativo)
 Canto de Comunhão
 Pós-Comunhão (facultativo)
 Louvor Final (facultativo)
 A escolha dos cantos para as celebrações
seja feita com critérios válidos. Não se
devem escolher os cantos para uma
celebração porque “são bonitos e
agradáveis”, ou porque “são fáceis”, mas
porque são litúrgicos, respondendo aos
quesitos preliminares:
 a) O QUE se vai celebrar (o mistério de
Cristo): a festa do dia, o tempo litúrgico;
 b) QUEM vai celebrar: uma comunidade
concreta, com sua vida, sua cultura, seu
modo de expressar.
 c) COM QUE MEIOS (os cantos, as leituras, as
orações...); então passar à escolha dos cantos
em equipe, tendo em vista:
 ⇨ O Texto dos cantos: que sejam de
inspiração bíblica, que cumpram a sua função
ministerial e que se relacionem com a festa
ou o tempo;
 ⇨ A Música: que seja a expressão da oração e
da fé desta comunidade; que combinem com
a letra e com a função litúrgica de cada canto.
 (Pastoral da Música litúrgica no Brasil, n°3.12)
 ENTRADA
 Tem o papel criar comunhão. Seu mérito é de
convocar a assembléia e, pela fusão das
vozes, juntar os corações no encontro com o
Ressuscitado, na certeza de que onde dois ou
três estiverem reunidos em meu nome, eu
estarei no meio deles (Mt 18,20). Este canto
tem de deixar a assembléia num estado
apropriado para a escuta da palavra de Deus.
 Deve ser condizente com a ação sagrada e
com a índole do dia ou do tempo, cujo texto
tenha sido aprovado pela Conferência
Episcopal. (IGMR n° 26)
 Pode ser executado alternadamente pelo
grupo de cantores e pelo povo, ou pelo
cantor e pelo povo, ou só pelo grupo de
cantores.
 Dica: O canto de entrada tem de estar de
acordo com o Tempo Litúrgico e nas ocasiões
festivas e Solenidades, estar de acordo com a
ocasião celebrada.
 ATO PENITENCIAL: Senhor, tende piedade!
 A breve ladainha do "Senhor, tende piedade"
tradicionalmente era uma oração de louvor a
Cristo ressuscitado feito "Senhor", pela qual a
Igreja pedia que mostrasse a sua amorosa
bondade.
 A música, o canto, a expressão corporal,
nesse momento, devem propiciar o encontro
com o Pai das misericórdias e Deus de toda
consolação (2Cor 1,3), que nos liberta de
toda culpa e nos reconstitui a paz pelo
Sangue de Cristo derramado na cruz (Cl
1,20).
 Dica: A forma; "Senhor tende piedade" é a
mais exigida, porém existem formas mais
ricas as quais podemos encontrar no Missal
Romano ou nos Salmos penitenciais (Sl 15;
25; 32; 50-51; 81; 85; 95; 130).
 Antes de executar o canto é de bom grado
fazer um breve momento de silêncio por
toda a comunidade com uma fórmula de
confissão geral.
 GLÓRIA
 É um hino antiquíssimo, iniciando-se com o
louvor dos anjos na noite do Natal do
Senhor, desenvolveu-se antigamente no
Oriente, como homenagem a Jesus Cristo.
Não constitui uma aclamação trinitária, e
sim Cristológica.
 Nele a Igreja, congregada no Espírito
Santo, glorifica e suplica a Deus Pai e ao
Cordeiro.
 É recomendável que este Hino seja
alternado entre o coral e o povo.
 SALMO RESPONSORIAL
 Para a Liturgia da Palavra ser mais rica e
proveitosa, há séculos um salmo tem sido
cantado como prolongamento meditativo e
orante da palavra proclamada. Ele reaviva o
diálogo da Aliança entre Deus e seu povo,
estreita os laços de amor e de fidelidade.
 A tradicional execução do Salmo
Responsorial é dialogal: o povo responde
com um curto refrão aos versossálmicos,
cantados por um solista. Deve ser cantado
ou proclamado do ambão.
 Dica:
 Não pode ser substituído por um
canto qualquer sobre a palavra de
Deus, como durante um
certo tempo se andou fazendo com os
chamados “cantos de meditação”.
 É recomendável que o salmista se
ponha na celebração apenas como
salmista, ou seja, seu canto fique em
exclusividade do Ministério do Salmo.
 ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO
 A aclamação "Hallelu-Jah" ("Louvai ao
Senhor!"), que tem sua origem na liturgia
judaica, ocupa lugar de destaque na liturgia
cristã.
 A aclamação constitui um rito ou um ato com
valor por si próprio, pelo qual a assembléia
dos fiéis acolhe e saúda o Senhor, que lhe vai
falar no Evangelho, e professa a sua fé por
meio do canto.
 O Aleluia canta-se em todos os tempos fora
da Quaresma. Os versículos tomam-se do
Lecionário. Na Quaresma, em vez do Aleluia
canta-se o versículo antes do Evangelho que
vem no Lecionário.
 PREPARAÇÃO DAS OFERENDAS
 O canto do ofertório acompanha a
procissão das oferendas e se prolonga pelo
menos até que os dons tenham sido
colocados sobre o altar.
 Momento em que o povo deseja expressar
sua disposição de querer oferecer sua
vida, sua luta e trabalho ao Senhor, o que
parece ter um alto valor existencial e
espiritual.
 Dica: Segue os mesmos critérios do canto
de entrada.
 SANCTUS
 Para concluir o Prefácio da Oração
Eucarística o povo todo aclama o Senhor
com as palavras que Isaías ouviu os Serafins
cantarem no templo, na sua visão e o canto
da multidão, na entrada de Jerusalém. (Is
6,3 e Mt 21,9).
 Dica: Não basta conter a palavra “santo”
para ser cantada como Santo. É preciso
dizer três vezes: “Santo, Santo, Santo”.
 Devemos evitar usar como o "Santo"
músicas como; "Eu celebrarei"; "Hosana";
"Santo dos Anjos"; "Santo é Senhor Javé".
 CANTO DA PAZ
 Acompanha o gesto da saudação da paz. É
um canto facultativo, podendo ser
reservado para ocasiões especiais. Não
pode substituir ou abafar o canto do
"Cordeiro de Deus", que tem a
preferência, durante o rito da fração do
pão.
 O Canto de Paz só existe no Brasil, então é
um canto que possui valor somente na
Cultura e não na Liturgia. Tem somente que
traduzir o sentido da cumplicidade e da
saudação entre os irmãos.
 CORDEIRO DE DEUS
 Este canto litânico acompanha o partir do
pão, antes de se proceder a sua
distribuição. Não deve ser usado como se
fosse uma maneira de encerrar o abraço da
paz.
 A execução desse canto deve se dar
somente no momento do partir do pão
eucarístico, feita pelo presidente da
celebração
 A invocação e a súplica é dialogal. Podem
ser repetidas quantas vezes o exigir a ação
que acompanham, terminando sempre com
a resposta: "Dai-nos a paz!".
 CANTO DE COMUNHÃO
 Deve fomentar o sentido de unidade. É
canto que expressa o gozo pela unidade do
Corpo de Cristo e pela realização do
Mistério que está sendo celebrado.
 Por isso, a maior parte dos hinos
eucarísticos utilizados tradicionalmente na
adoração do Santíssimo Sacramento não é
adequada para este momento, pois
ressalta, apenas a fé na Presença
Real, carecendo das demais dimensões
essenciais do Mistério da Fé.
 A letra não se reduza a expressão
excessivamente subjetiva, individualista,
intimista e sentimentalista da comunhão.
Que ela projete a assembléia como um
todo, e cada uma das pessoas que
participam, para a constituição do Corpo
Místico de Cristo.
 Dica: A forma que a tradição litúrgica
oferece para o Canto de Comunhão, foi a
de um refrão retirado do texto do
Evangelho do dia alternado por versos de
um salmo apropriado. (Hinário A,B,C)
 O canto de Comunhão deve ser escolhido
de acordo com as Leituras da Missa.
-Após as leituras dos textos deve-se extrair
o sentido daquela Celebração.
-Sabendo então o sentido da celebração
deve-se escolher o canto de acordo com o
mesmo.
 No caso das Solenidades, o canto deve
acompanhar o sentido das mesmas.
 O canto só começa quando o sacerdote
comunga.
 PÓS-COMUNHÃO
 Terminada a distribuição da comunhão, se
for oportuno, os sacerdote e os fiéis oram
por algum tempo em silêncio, podendo a
assembleia entoar ainda um hino, salmo, ou
outro canto de louvor. (IGMR n° 56)
 O uso desse canto é facultativo.
 Dica: Como não há uma forma pré-definida
da estrutura desse canto procure aproximar
sua letra ao máximo do sentido da
Celebração.
 CANTO FINAL
 A reforma conciliar pôs o "Ide em paz"
como última fórmula da celebração, e
seria ilógico um canto neste
momento, pois a assembléia está
dispensada.
 Durante a saída do povo, o mais
conveniente seria um
acompanhamento de música
instrumental.
 Se em alguma ocasião parecer
oportuno um "canto final", que ele
seja cantado com a presença de todo
o mundo, logo após a benção, antes
do "Ide em paz".
 Dica: O canto final é
facultativo, podendo ser um canto a
Maria, ao padroeiro, de
envio, devocional.
 Por isso dizia com razão
Santo Agostinho: “Cantar é
próprio de quem ama”, e
há um provérbio antigo
que afirma: “Quem canta
bem, reza duas vezes”.
(IGMR nº19)
 Lex orandi, Lex credendi (a
lei da oração é a lei da fé)

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