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Espelho COMUNIDOC

Alegoria da caverna
Sociedade grega
Hollywood
Era do marketing
Falsas verdades
Uma nova verdade
Racionais mc´s
Apresenta região
Uma onda no ar
Apresenta personagem 1
Ação local específica
Apresenta personagem 2
Ação local específica
Apresenta personagem 3
Ação local específica
Depoimento de personalidades locais sobre o tema
O que é felicidade? Vox populi
(festival do Capão) agosto
Conclusão

Introdução

O ser humano sempre procurou um lugar para morar, onde pudesse se abrigar
e viver em grupo. As cavernas foram as primeiras casas dos seres humanos.
Há diversos tipos de moradia. Elas podem ser feitas de tijolo, cimento e telhas.
Também podem ser feitas de madeira, de barro, palha ou pedras, quando as
condições de vida são mais difíceis ou porque são mais adequadas aos lugares.
As casas não apenas nos protegem do frio, da chuva e do sol. Elas também são
lugares de convivência familiar e entre amigos.

Hoje em dia, existem vários tipos de moradia. Observe:

Edifícios na Cidade de São Paulo


Favela da Rocinha, no Rio de Janeiro
Prédios antigos em Recife Casa de sapé, no estado do Mato
Grosso

Palafita localizada às margens do Rio Amazonas

O Mito da Caverna

O mito fala sobre prisioneiros (desde o nascimento) que vivem presos em


correntes numa caverna e que passam todo tempo olhando para a parede do
fundo que é iluminada pela luz gerada por uma fogueira. Nesta parede são
projetadas sombras de estátuas representando pessoas, animais, plantas e
objetos, mostrando cenas e situações do dia-a-dia. Os prisioneiros ficam dando
nomes às imagens (sombras), analisando e julgando as situações.
Vamos imaginar que um dos prisioneiros fosse forçado a sair das correntes para
poder explorar o interior da caverna e o mundo externo. Entraria em contato com
a realidade e perceberia que passou a vida toda analisando e julgando apenas
imagens projetadas por estátuas. Ao sair da caverna e entrar em contato com o
mundo real ficaria encantado com os seres de verdade, com a natureza, com os
animais e etc. voltaria para a caverna para passar todo conhecimento adquirido
fora da caverna para seus colegas ainda presos. Porém, seria ridicularizado ao
contar tudo o que viu e sentiu, pois, seus colegas só conseguem acreditar na
realidade que enxergam na parede iluminada da caverna. Os prisioneiros vão o
chamar de louco, ameaçando-o de morte caso não pare de falar daquelas ideias
consideradas absurdas.
O que Platão quis dizer com o mito

Os seres humanos têm uma visão distorcida da realidade. No mito, os


prisioneiros somos nós que enxergamos e acreditamos apenas em imagens
criadas pela cultura, conceitos e informações que recebemos durante a vida. A
caverna simboliza o mundo, pois nos apresenta imagens que não representam
a realidade. Só é possível conhecer a realidade, quando nos libertamos destas
influências culturais e sociais, ou seja, quando saímos da caverna.

Sociedade grega

Cinyras era um rei que tinha sucedido seu pai no reino da Ásia e tinha uma
admirável riqueza. Ele era um destacado vidente que descobrira as minas de
cobre o que lhe rendia muitas riquezas. Além disso, foi o inventor das telhas e
de ferramentas úteis como o martelo, a bigorna e a alavanca. Famoso por sua
beleza, ele tinha despertado os amores de Afrodite, porém rejeitou a deusa do
amor.

Cinyras casou-se com a filha de Pigmalião e teve com ela cinco filhos. Algum
tempo depois Cinyras apaixonou-se por Cencreis e abandonou a esposa e os
filhos. Este segundo casamento foi a sua ruína. Dessa união nasceu sua filha
Smirna ou Mirra e quando ela cresceu seu pai se gabava dizendo que ela era
mais bonita do que a deusa Afrodite. Para vingar-se de tal comparação e da
antiga rejeição, Afrodite plantou no coração de Smirna uma paixão pelo seu
próprio pai.

Incapaz de conter seus impulsos, Smyrna embebedou seu pai e com ele se
deitou durante 12 noites. Quando Cinyras descobriu o que tinha acontecido
tentou matar a filha mas ela se refugiou no bosque. Ajudada pelos deuses, ela
foi transformada em uma árvore. Dessa relação incestuosa nasceu Adônis, um
jovem de extrema beleza que passou a designar o máximo da beleza masculina.
Por capricho do destino, Adônis e Afrodite viveram uma intensa paixão.

Quando Menelau e Ulisses vieram pedir ajuda durante a Guerra de Troya,


Cinyras se comprometeu a mandar uma frota de cinquenta navios e a lutar junto
aos Aqueus. Porém ele manteve sua tropa na ilha e, para não deixar de cumprir
o que tinha prometido, enviou apenas um de seus filhos com poucos navios
pequenos. Os aqueus interpretaram isso como uma ofensa e pediram vingança.
O deus Apolo desafiou Cinyras para um torneio e o venceu. Cinyras foi
humilhado e morreu em Paphos, a cidade que ele construiu.

O mito de Cinyras simboliza a imprudência das palavras e atitudes que podem


ferir o orgulho alheio. Uma das coisas mais difíceis de lidar é com o ego dos
outros. Cinyras rejeitou o amor de Afrodite e ainda ousou comparar a beleza de
sua filha com a beleza de Afrodite. Além disso, declinou do apoio prometido aos
Aqueus despertando a ira de Apolo. Ao colecionar desafetos, Cinyras foi
derrotado por seu próprio ego inflado.
Ego

Para reconhecer um ego inflado basta prestar atenção no comportamento de


uma pessoa. Geralmente trata-se de alguém que tem uma visão distorcida de si
mesma e acredita que é melhor do que realmente é. Segundo especialistas,
crianças supervalorizadas na infância, com um excesso de admiração e minos
sem limites crescem acreditando que estão acima das demais pessoas. Com
essas pessoas é difícil e quase impossível negociar ou trocar ideias.
Uma pessoa com ego inflado acha-se dona da verdade, acredita que sempre
tem razão e que suas ideias são melhores do que as ideias dos outros. Ela se
torna tão narcisista que acha-se acima da opinião dos outros, além de que tenta
dominar as pessoas com as quais convive. Considerando-se melhor, acaba
tornando-se insuportável. Quando lidamos com pessoas assim, seja no
ambiente familiar ou profissional, é inútil querer modificá-las. O último recurso é
nos afastarmos delas.

A pessoa de ego inflado só consegue mudar quando sente na pele que o seu
comportamento lhe causa perdas, que ninguém a convida para um trabalho em
grupo ou um projeto importante, quando perde um emprego, perde uma
promoção, perde uma amizade ou um amor. Só assim a pessoa consegue agir
de maneira diferente.

É positivo ter orgulho de si, de sua capacidade, de sua posição e uma auto-
imagem positiva, desde que se esteja lutando para um objetivo comum ou
coletivo e não ultrapasse limites. Egos inflados tem necessidade de serem
permanentemente alimentados, reconhecidos e buscam isso incessantemente a
qualquer preço. Apesar de se afirmar que essas características básicas de
personalidade podem ser geradas na infância, há também fatos que podem inflar
um ego.

Quando uma pessoa obtém uma grande conquista, uma promoção no trabalho
ou um fato notável, surge a necessidade de sair do anonimato e tornar-se uma
celebridade. Aí está o perigo, principalmente quando a pessoa é o Chefe.
Quando se identifica um grande ego em um chefe que tem conhecimentos e
habilidades que podem acrescentar algo positivo, é tolerável. Porém quando há
apenas um grande ego inflado pode causar graves estragos.

Egos inflados estão por toda parte, principalmente nas profissões e nas
empresas. Muitos egos inflados sem competências compatíveis, sem conteúdo
e sem atitudes positivas, costumam achar que são injustiçados. Acham que
estão sendo subutilizados e se consideram merecedores de uma função acima.
Acreditam que oferecem muito e não são reconhecidos, querem ganhar mais do
que podem oferecer e sentem-se prejudicados pelo chefe ou por alguém. São
pessoas que não oferecem apoio às novas ideias e ainda desestimulam os
outros.

Em geral, pessoas de ego inflado lidam com a dificuldade em estabelecer


relações afetivas e profissionais duradouras. Elas nunca admitem que foram
abandonadas ou que foram demitidas por incompetência porque seu ego inflado
não admite qualquer derrota. E pior, difamam, falam mal da outra pessoa ou da
empresa e tentam mostrar que são melhores. É possível que até digam, que já
não tolerava mais a outra pessoa ou que não aguentavam mais o emprego…

Hollywood californication
O vídeo é considerado um dos vídeos mais criativos de todos os
tempos. Todos os Red Rot Chili Peppers fazem parte de um joguinho, todos de
bermudão e descamisados, com suas tatuagens e peitos musculosos. Parecem
a galera de skate daqui. Geração canguru, que não faz nada, os come- dorme
na casa dos pais até... Estou ficando seriamente desconfiada de que a
proporção de letras de rock inteligentes não é tão grande quanto
esperava. Hoje, quando postei um monte de vídeos do Deep Purple no UA, meu
blog de vídeos de rock, li a letra de "Smoke in the Water" ( and fire in the sky.) É
uma baboseira, que só indo lá no YT e lendo. Californication é uma aglutinação
de California + fornicação, o termo bíblico para fudelança. Pecado. Na época
desta música e desde 1964, havia muita gente daqui da California indo para o
Oregon, onde não havia pessoas negras ou mexicanas, a vida era mais
sossegada e mais barata. O pessoal de lá resolveu usar placas que diziam Don't
Californicate Oregon; ou seja não fodam conosco como estão fazendo os
californianos, cali-fornicando. A letra em geral é uma menção crítica de um bando
de drogados de artistas sensíveis a Hollywood aos tempos modernos e sua
fauna.
Hollywood Oscar

A 87ª cerimônia do Oscar, que aconteceu no dia 22 de fevereiro de 2015,


celebrou os verdadeiros donos da indústria do entretenimento estadunidense: o
homem branco.
Apesar dos tímidos avanços da última edição e da escolha de Cheryl Boone
Isaacs como primeira mulher negra a presidir a organização, o Oscar ainda não
está disposto a contestar a hegemonia branca masculina. Após a divulgação da
lista dos indicados, uma onda indignada tomou as redes sociais com as hashtags
#OscarsSoWhite (Oscar tão branco) e #whiteOscars (Oscar branco). Nenhum
ator negro foi indicado (apesar de “Selma” concorrer a melhor filme) e nenhuma
mulher aparece nas categorias de direção, roteiro e fotografia. Dentre indicados
a filme, nenhum tem protagonista mulher.

Da esq. para dir., Marion Cotillard, Reese Witherspoon, Felicity Jones, Julianne
Moore, Rosamund Pike, Bradley Cooper, Benedict Cumberbatch, Steve Carell,
Michael Keaton, Eddie Redmayne, Meryl Streep, Keira Knightley, Emma Stone,
Laura Dern, Patricia Arquette, Robert Duvall, Ethan Hawke, Edward Norton, J.K.
Simmons e Mark Ruffalo foram indicados ao Oscar 2015 (Foto: Reuters/Files)
A academia ao esnobar a diretora e os atores de “Selma” deixou claro que não
entendeu ou não se importa com o atual conflito social e racial do seu país, com
as grandes mobilizações de massa em apoio a Ferguson, pedindo o fim do
genocídio da população negra. Selma retrata a trajetória de Martin Luther King
Jr, ironicamente lançado em um ano que reacendeu as marchas da população
afro-americana por direitos, mas dessa vez não tão pacíficas.
Mas ao olhar para os membros da Academia de Artes e Ciências
Cinematográficas de Hollywood podemos entender onde começa a falta da
diversidade. Segundo levantamento publicado pelo “Los Angeles Times”, dos
mais de 6 mil membros, 94% são brancos, 77% são homens, e 86% têm mais
de 50 anos.
David Oyelowo não foi indicado como melhor ator por sua interpretação de Martin
Luther King em “Selma”, mas Bradley Cooper emplacou sua terceira indicação
em três anos por “Sniper americano”, uma propaganda que glorifica a indústria
da guerra estadunidense.

Dos indicados à principal categoria do Oscar 2015, apenas “Selma” fala sobre
negros. Os outros sete filmes são sobre um atirador de elite das forças especiais
da marinha americana (“Sniper americano”); um ator decadente de filmes de
super-herói (“Birdman”); a passagem do tempo na vida de um garoto de classe
média (“Boyhood”); um dedicado gerente de hotel na Europa oriental (“O grande
hotel Budapeste”); o matemático e pioneiro na computação Alan Turing (“O jogo
da imitação”); o físico teórico e cosmólogo Stephen Hawking (“A teoria de tudo”);
e sobre um baterista de jazz (“Whiplash”).
Dessa lista sete são dirigidos por homens brancos, menos “Selma”, de Ava
DuVernay,que no domingo 11 havia sido celebrada como a primeira afro-
americana indicada na categoria no Globo de Ouro.
“Quem pensou que este ano ia ser como no ano passado é retardado. Uma vez
a cada dez anos mais ou menos recebo telefonemas de jornalistas sobre como
as pessoas estão aceitando filmes com pessoas negras. Antes do ano passado,
foi em 2002 com Halle Berry, Denzel Washington, e Sidney Poitier. É um ciclo
de 10 anos”, disse o diretor Spike Lee ao site The Daily Beast.
Ava DuVernay (acima), diretora de ‘Selma’. (Da esq. para dir.) Bennett Miller,
Richard Linklater, Wes Anderson, Morten Tyldum e Alejandro G. Inarritu foram
indicados ao Oscar 2015. (Foto: Reuters/Kevork Djansezian/Files)
As mulheres só estão presentes na premiação desse ano porque existem
categorias que exigem a presença delas. Em 87 anos de premiação, quatro
diretoras foram indicadas, sendo Kathryn Bigelow a única a ganhar, por “Guerra
ao terror”, em 2010.
Gillian Flynn, autora do best-seller “Garota exemplar”, escreveu a adaptação
para o cinema e teve seu trabalho ignorado. Nos últimos 20 anos, só Diablo Cody
e Sofia Coppola ganharam o Oscar de roteiro original. E quatro mulheres – Ruth
Prawer Jhabvala, Emma Thompson, Fran Walsh e Phillipa Boyens – ganharam
de melhor roteiro adaptado desde 1993.

Era do marketing / marketing da mentira


O marketing da mentira, este o qual enche o peito e fala que seu serviço, produto
sendo o melhor, o fodão, desculpa o termo, mais é o que mais justifica interpretar
estes fatos.

Este tema dá suporte para muito pano de manga, e o que quero aqui é tirar todos
da cilada do velho ditado “gato por lebre”. Pois este tem sido o meu maior desafio
na minha área, o de vender verdades.

Nos contatos que tenho tido, a queixa é enorme sobre pessoas que venderam
quase a mãe, prometendo isso ou aquilo, com palavras fortes, empoderadas, a
maioria em inglês, well, the branding is we e eu sei bem mostrar os meus skills
e meus f* e no final das contas mais um momento de enganei o bobo…

Resumindo, está difícil vencer pela mentira, onde as pessoas se vendem,


vendem, e vendem-se como os “the best”, solucionadores, que trazem o lead
amado em 1 dia e nunca mostram um relatório, ou resultados.

Tudo fica apenas nas belas palavras ou enganações.


Era do marketing/ uma nova verdade

Com a presença das empresas em redes sociais e a possibilidade de utilizar


ferramentas de monitoramento virtual, a observação do que os internautas
dizem da concorrência e de como a concorrência lida com esses discursos
trouxe novos elementos para a análise.

Mas é no relacionamento com o mercado de maneira geral que o marketing


mostra sua face mais reconhecível: a de esclarecedor. É por meio de suas
ferramentas que a empresa vem a público para comunicar providências, assumir
responsabilidades, dissipar mal entendidos, convocar acionistas e prestar
contas.

Com o amadurecimento social dos mercados e a multiplicação de empresas de


capital aberto, o marketing de esclarecimento se torna cada vez mais relevante.
Os balanços ganham cores e layouts mais atraentes, e os comunicados tornam-
se cada vez mais frequentes diante de cada ocorrência que possa de alguma
forma afetar a imagem da empresa ou de seus produtos. Só que, na era pós-
digital, esse tipo de prestação de contas não fica restrito a uma publicação anual.
A possibilidade de atualizações constantes tirou os sites de relações com
investidores do antigo marasmo. As publicações tiveram que assumir o ritmo ágil
da pós-digitalidade.

Por último e não menos importante, temos o marketing de envolvimento da


comunidade: público formado por colaboradores diretos e pela própria população
que vive no entorno da empresa. E, para isso, também temos de levar em conta
a ubiquidade digital e os vasos comunicantes desse público de interesse direto
com o mercado em geral. Treinamentos, eventos motivacionais, literatura de
atualização, intranets, universidades corporativas, investimento social em
comunidades carentes com participação ativa de colaboradores, tudo isso
passou a ser visto pelos vários públicos como sinal de saúde da empresa. Junto
com a era pós-digital, veio a viabilidade de sofisticar essas ações de marketing
interno e periférico.

Por isso tudo dizemos que, se antes o objetivo fundamental em marketing era
vender e criar imagem, hoje assume funções muito mais múltiplas e variadas
por meio do casamento do digital com o experiencial e do high-tech com o
high-touch: convencimento, alinhamento, engajamento, acompanhamento,
esclarecimento e envolvimento de múltiplos targets e grupos de influência. E,
com isso, a gestão do nexo entre todas elas se torna um fator crítico para
qualquer organização. Mas, para completar o cenário, há ainda velhos desafios
que se renovam e agudizam na era pós-digital: é preciso encontrar o nexo
entre a campanha e o posicionamento pretendido, entre as ações do mercado
e as de foco no público interno, entre as múltiplas peças da campanha e os
objetivos centrais do briefing, entre a mensagem e o ambiente editorial onde
vai estar inserida, entre as opções de mídia e a verba de comunicação, entre a
linguagem utilizada e o target pretendido, entre as opções interativas e as
condições para suportá-las, entre as promessas da mensagem e a realidade
do produto ou serviço, entre a personalidade da marca e os patrocínios
desenvolvidos. E, acima de tudo, nexo entre o passado e o futuro da relação
com o mercado.
Racionais mc´s

Mano Brown, Edi Rock, Ice Blue e DJ KL Jay. O resultado dessa soma é uma
revisão (não-intencional) da forma como o rap era feito até o momento. O que o
Racionais MC’s fez é, de fato, um espelho do cotidiano de uma maioria.
Ninguém havia tocado o dedo na ferida da forma como foi feito. Não havia crítica
relacionada ao racismo e miséria como aconteceu em Holocausto Urbano. Não
havia nenhuma imagem tão visual da infância/juventude pobre em São Paulo
como em Raio X do Brasil.
Foram as canções Fim de Semana no Parque e Homem na Estrada que
elevaram o grupo ao reconhecimento em âmbito nacional.
O que veio depois disso, através do Racionais, é grande demais para um único
texto. Em 1997 surgiu uma das obras definitivas da história do rap nacional:
Sobrevivendo no Inferno. O disco vendeu aproximadamente 500 mil cópias —
 graças a clássicos como Fórmula Mágica da Paz, Capítulo 4, Versículo 3 e Diário
de um Detento.
Quem ainda não conhece essa última, ouça agora. Não há tópico mais atual.
Esse é um dos melhores relatos de conhecimento público sobre o Massacre do
Carandiru. O peso na voz de Mano Brown narra no tom certo o que foi um dos
maiores absurdos cometidos por autoridades no sistema prisional brasileiro.
Dois ladrões considerados passaram a discutir.
Mas não imaginavam o que estaria por vir.
[…]
Era a brecha que o sistema queria.
Avise o IML, chegou o grande dia.
Depende do sim ou não de um só homem.
Que prefere ser neutro pelo telefone.
Ratatatá, caviar e champanhe.
Fleury foi almoçar, que se foda a minha mãe!
IV. “Até no lixão nasce flor”

A importância de grupos como o Racionais MC’s não é mensurável. O número


de jovens vindos de realidades marginais que tiveram suas vidas influenciadas
pelo rap não pode ser comparado com a influência de outros gêneros musicais.
Isso não é diminuir as composições com caráter político de 1960, o Tropicalismo
no fim dos 60’s e início dos 70’s ou a força do rock nacional de 1980. Mas,
diretamente, nenhum desses movimentos fez o que o rap fez.
Foi o rap que deu voz para comunidades periféricas que não eram sequer
consideradas até ali; foi também o rap que injetou autoestima em milhares de
jovens pobres que não tinham nenhum tipo de representação ou espelho.
A influência do rap é definitiva. Embora ele não influencie todos da mesma forma
(o que é ótimo), a força é brutal. Gostaria de conseguir imaginar quantos jovens
negros de periferia encontraram identificação e paz de espírito ouvindo Mágico
de Oz do Racionais ou No Brooklin de Sabotage.

Apresenta região

Com mais de um século de história, os distritos do Campo Limpo e M’Boi Mirim


estão entre os lugares mais violentos do mundo. Mas não é apenas pela
criminalidade que essa região merece destaque. Conforme dados de 2010
encontrados no site da Prefeitura de São Paulo juntas, as duas prefeituras
somam mais de 1 milhão de habitantes, que dividem espaço nesse local cheio
de diversidade sociocultural. Entretanto, nas últimas décadas é possível notar
uma elevação no nível cultural e econômico da população. Não há mais
conformismo entre os jovens periféricos da zona sul, eles buscam educação,
entretenimento e cultura.
Segunda a Seade (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados), em
2018 os distritos de Campo Limpo, Capão Redondo, Jd. Ângela e Jd. São Luiz
terão juntos mais de 91 mil jovens entre 15 e 19 anos. Ou seja, cerca de 8% da
população total da soma desde municípios serão de jovens que estão iniciando
ou concluindo o ensino fundamental.

Uma onda no ar

EM BUSCA DE DISSIPAR AS BARREIRAS ENTRE MORRO E ASFALTO/


QUE MORADORES DA FAVELA NOSSA SENHORA DE FÁTIMA/ EM BELO
HORIZONTE/ LEVAM AO AR/ EM 1981/ A RÁDIO FAVELA//

A HISTÓRIA DA RÁDIO FOI CONTADA PELO CINEASTA HELVÉCIO


RATTON NO FILME UMA ONDA NO AR A PARTIR DO OLHAR DE QUATRO
PERSONAGENS QUE LUTAM POR ESPAÇO/ RESPEITO E O FIM DA
DESIGUALDADE EXISTENTE NA FORMA DE TRATAR MORADORES DA
FAVELA// SITUAÇÃO EVIDENTE NAS CENAS DE JORGE/ PERSONAGEM
DE ALEXANDRE MORENO QUE ESTUDA NUM COLÉGIO PARTICULAR
ONDE SUA MÃE TRABALHA COMO FAXINEIRA E TEM DE LIDAR COM O
PRECONCEITO DE ALGUNS COLEGAS//

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