Você está na página 1de 10

EB20-MC-10.

350

7.4 CIRCUITO OPERACIONAL


7.4.1 GENERALIDADES
7.4.1.1 É uma atividade física composta de 10 (dez) exercícios separados por
estações de trabalho, no campo de futebol ou em qualquer área semelhante, que
permite desenvolver valências físicas necessárias ao desempenho das funções
inerentes ao combatente terrestre por meio de exercícios sequenciados.
7.4.1.2 O circuito operacional, como um dos métodos de treinamento utilitário,
tem por objetivo desenvolver:
a) qualidades físicas como velocidade, potência, resistência muscular localizada
e resistência anaeróbia; e
b) atributos da área afetiva.
7.4.2 APLICAÇÃO DA CARGA
7.4.2.1 Carga de Trabalho
7.4.2.1.1 A carga de trabalho no circuito é determinada pelo:
a) tempo de execução de cada exercício;
b) número de passagens; e
c) carga utilizada.
7.4.2.1.2 A carga inicial de trabalho deverá ser de:
a) 45 (quarenta e cinco) segundos por exercício; e
b) uma passagem.
7.4.2.2 Sobrecarga
7.4.2.2.1 À medida que os militares forem se adaptando ao treinamento, a carga
deve ser alterada, inicialmente pelo aumento do número de passagens e depois
pelo tempo de execução. A Tab 7-1 divide as cargas de acordo com o período
de instrução:
PERÍODO DE INSTRUÇÃO NÚMERO DE PASSAGENS TEMPO DE EXECUÇÃO

BÁSICO 01 a 02 45 segundos

QUALIFICAÇÃO 03 a 04 1 minuto

ADESTRAMENTO 05 1 minuto e 15 segundos

Tab 7-1 Sobrecarga dos Períodos

7.4.3 MATERIAL NECESSÁRIO


7.4.3.1 Circuito Completo
7.4.3.1.1 O material necessário para mobiliar um circuito completo (até 80
militares) será o apresentado a seguir:

7-21
EB20-MC-10.350

a) 36 (trinta e seis) cones. Na inexistência de cones podem ser utilizadas


bandeirolas, placas indicativas ou material similar;
b) 24 (vinte e quatro) mochilas com armação;
c) 4 (quatro) medicine ball. Na inexistência delas, podem ser utilizadas bolas de
futebol enchidas com areia até que complete o mesmo peso da medicine ball;
d) 4 (quatro) cabos solteiros ou qualquer pedaço de corda semelhante que
possibilite a execução do exercício;
e) 8 (oito) pneus velhos de caminhão;
f) 12 (doze) cunhetes de munição 7,62 mm (com peso) e com tampa; e
g) 8 (oito) colchonetes ou mantas dobradas.
7.4.3.1.2 O circuito pode ser montado para qualquer efetivo. Nesse caso, basta
ajustar a necessidade de material (para mais ou para menos) para a quantidade
de duplas que realizará cada exercício ao mesmo tempo.
7.4.3.1.3 Caso a OM não possua algum desses materiais, deve substituí-los por
outros de forma, tamanho e peso semelhantes.
7.4.3.2 Outros Materiais
7.4.3.2.1 A Tab 7-2 serve de parâmetro para utilização de materiais disponíveis
como sobrecarga.
MATERIAL PESO

2,35 Kg
Mochila com armação (pequena e grande
3,10 Kg

Manta V.O. 1,9 Kg

Poncho 1,6 Kg

Cantil vazio 100g

Caneco do cantil 250g

Cantil (cheio) com água 1 Kg

Porta-cantil 150g

Cantil (cheio) com caneco e porta-cantil 1,5 Kg

Cantil (vazio) com caneco e porta-cantil 500g

Marmita com tampa e jogo de talher articulado 400g

Cunhete vazio e com tampa, medindo aproximadamente (0,44m x 0,18m) 5,3 Kg

Medicine Ball 3,0 Kg

Tab 7-2 Materiais para Sobrecarga

7-22
EB20-MC-10.350

7.4.3.3 Dispositivo Montado

Fig 7-34 Dispositivo do Circuito Operacional


7.4.4 CONDIÇÕES DE EXECUÇÃO
7.4.4.1 Local de Instrução
7.4.4.1.1 Deverá ser realizado em qualquer espaço gramado com dimensões
aproximadas de um campo de futebol society, com as seguintes medidas:
mínimas de 20 x 40 metros e máximas de 40 x 60 metros.
7.4.4.2 Procedimentos
7.4.4.2.1 Na primeira sessão (sessão escola), deverá ser demonstrada a correta
execução de cada exercício, ficando o número de sessões de demonstração a
critério do instrutor.
7.4.4.2.2 Após o aquecimento, o efetivo deve ser separado por estações e por
duplas. O instrutor, responsável por controlar o tempo, deve posicionar-se em
local central para conduzir a atividade.
7.4.4.2.3 A um silvo de apito, todos iniciam os exercícios. Mediante um segundo
silvo de apito, todos cessam a execução dos exercícios e, de imediato, deslocam-
se para a próxima estação.
7.4.4.2.4 Deve ser designado, se possível, um monitor a cada 02 (duas) estações
para auxiliar na correta execução dos movimentos.
7.4.4.2.5 O ritmo e a velocidade de execução não devem ser padronizados.
Entretanto, os monitores deverão motivar os executantes a realizarem, conforme
a capacidade de cada um, o máximo de repetições, respeitando a individualidade
biológica.

7-23
EB20-MC-10.350

7.4.4.3 Exercícios
7.4.4.3.1 As estações (exercícios) devem estar dispostas no local de execução
de forma que fiquem equidistantes, proporcionando espaço para a execução dos
movimentos.
7.4.4.3.2 Exercício No 1 – Rosca Bíceps com Mochila
a) Posição inicial: pernas em afastamento lateral e ligeiramente flexionadas,
braços caídos naturalmente na frente do corpo e com as duas mãos em supinação
empunhando pelas alças (Fig 7-35) ou pela armação da mochila (Fig 7-36).
b) Execução: trazer as mãos à altura do peito e voltar a realizar o movimento de
rosca bíceps.

Fig 7-35 Rosca Bíceps pelas Alças da Mochila

Fig 7-36 Rosca Bíceps pela Armação da Mochila

7-24
EB20-MC-10.350

7.4.4.3.3 Exercício No 2 – Bombeiro


a) Posição inicial: erguer o companheiro na posição de “bombeiro” (Fig 7-37).
b) Execução: carregar o militar na posição de “bombeiro” até o cone postado a
meia distância do campo, executando a troca de funções. Em seguida, o militar
que foi carregado deve fazer o percurso inverso, retornando ao ponto inicial.
Esse procedimento deve se repetir até o término do tempo.

Fig 7-37 Bombeiro


o
7.4.4.3.4 Exercício N 3 – Arremesso de Medicine Ball
a) Posição inicial: os militares deverão se posicionar em duplas, um de frente ao
outro, a uma distância de aproximadamente 4 metros.
b) Execução: arremessar a medicine ball (3 Kg) com as duas mãos por trás da
cabeça (Fig 7-38).

Fig 7-38 Arremesso de Medicine Ball

7-25
EB20-MC-10.350

7.4.4.3.5 Exercício No 4 – Corrida com Cabo Solteiro


a) Posição inicial: de pé, com o cabo solteiro envolto à cintura e seguro por outro
militar (Fig 7-39).
b) Execução: realizar uma corrida com o cabo solteiro seguro por outro militar
oferecendo resistência contra o deslocamento até o término do percurso, quando
executará a troca de funções. Logo após, o outro militar da dupla deve fazer o
percurso inverso, retornando ao ponto inicial. Esse procedimento deve se repetir
até o término do tempo.

Fig 7-39 Corrida com o Cabo Solteiro


o
7.4.4.3.6 Exercício N 5 – Arremesso de Pneu
a) Posição inicial: pernas em afastamento lateral e ligeiramente flexionadas,
coluna ereta, mãos empunhando o pneu por baixo (Fig 7-40).
b) Execução: estendendo as pernas e levantando o pneu, arremessá-lo para o
mais longe possível (Fig 7-41).

Fig 7-40 Posição Inicial Fig 7-41 Execução

7-26
EB20-MC-10.350

7.4.4.3.7 Exercício No 6 – Tríceps com Mochila


a) Posição inicial: pernas em afastamento lateral e ligeiramente flexionadas,
braços flexionados por trás da cabeça, com as duas mãos em supinação
empunhando a mochila pelas alças (Fig 7-42).
b) Execução: segurando pelas alças ou pela armação da mochila, realizar a
extensão e a flexão dos braços.

Fig 7-42 Tríceps pela Alça da Mochila


o
7.4.4.3.8 Exercício N 7 – Agachamento com Mochila
a) Posição inicial: de pé, mochila vestida ao corpo, de frente ao cunhete no chão,
pernas em afastamento lateral (Fig 7-43).
b) Execução: realizar o movimento alternado de pernas ao subir e descer da
plataforma (cunhete de munição), agachando-se quando estiver com as duas
pernas no cunhete (Fig 7-44).

Fig 7-43 Posição Inicial

7-27
EB20-MC-10.350

Fig 7-44 Execução

Fig 7-44 Execução (continuação)

7-28
EB20-MC-10.350

7.4.4.3.9 Exercício No 8 – Abdominal Supra com Sobrecarga


a) Posição inicial: deitado em decúbito dorsal, pernas flexionadas, braços
cruzados à frente do corpo, segurando o implemento (sobrecarga de 5 Kg -
anilha, medicine ball, bola com enchimento e outros).
b) Execução: realizar a flexão abdominal até retirar as escápulas do chão e
retornar à posição inicial (Fig 7-45).

Fig 7-45 Abdominal Supra

7.4.4.3.10 Exercício No 9 – Transporte de Cunhete em Dupla


a) Posição inicial: de pé, cada militar empunhando uma alça de transporte do
cunhete.
b) Execução: realizar uma corrida (média intensidade) transportando,
solidariamente, o cunhete (pesando aproximadamente 30 Kg) até o cone postado
à frente. Colocar o cunhete no solo, trocar o braço da empunhadura e realizar
a corrida até o ponto inicial, repetindo o exercício até o próximo silvo de apito
(Fig 7-46).

Fig 7-46 Transporte de Cunhete

7-29
EB20-MC-10.350

7.4.4.3.11 Exercício No 10 – Lanços em Zigue-Zague


a) Posição inicial: de pé na frente do cone (Fig 7-47).
b) Execução: ao silvo de apito, realizar lanços em velocidade máxima até
alcançar os cones à frente. Ao lado de cada cone, tomar posição simulando
estar abrigado e, imediatamente, iniciar o novo lanço (Fig 7-48). Ao abaixar-se
no último cone, passa a realizar o exercício em sentido contrário até o término
do tempo. O segundo militar da dupla deve iniciar o exercício assim que o outro
abaixar-se no primeiro cone.

Fig 7-47 Posição Inicial

Fig 7-48 Execução

7-30

Você também pode gostar