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Concurso de crime

1. Requisitos como regra geral


1.1. Pluralidade de pessoa E de condutas
1.2. Relevância causal de cada conduta;; As condutas de todos os concorrentes para o crime
devem ter relevância causa, que é a possibilidade concreta de uma conduta influenciar
o resultado. Assim, o agente até pode praticar a conduta, mas se ela não influenciar o
resultado será irrelevante penalmente.
Ex.: carro emprestado para levar cocaína , sabe que o carro será usado para esse fim,
mas o autor do tráfico desiste de ir de carro, para ir de ônibus, a conduta será
irrelevante.
1.3. Liame subjetivo;; vínculo psicológico prévio, acerto prévio, que pode ser a divisão de
tarefas. A questão de prova é saber se o vínculo pode ser bilateral ou unilateral. Para a
doutrina e jurisprudência diz que BASTA que o vínculo seja UNILATERAL. Ex.: segurança
vê o sujeito rondar a loja, que por raiva dono da loja, deixa a porta aberta, sabendo que
o ladrão poderia entrar, mas nesse caso o ladrão não tem liame subjetivo algum com o
segurança, apenas o segurança o tem de forma unilateral
1.4. Identidade de infração penal;; todos os agentes desejam cometer o mesmo crime
2. Teorias sobre concurso de pessoas
2.1. Teoria monista/unitária;; não importa quantas pessoas, só haverá um crime. O Brasil
adotou a teoria monista mitigada, o art.29, traz a seguinte redação “quem de qualquer
modo concorre para O CRIME (singular)”
2.1.1.Teoria monista mitigada;; São casos em que o requisito do liame subjetivo será
dispensado pela lei, portanto, não será dualista pois são dois crimes e não a
distinção entre autor e partícipe, logo, são casos de aplicação da teoria pluralista.
casos:
1) médico prática o aborto, art. 124 e 126.
2) Facilitação de contrabando/descaminho art.318 e o 334.
3) Corrupção ativa e passiva e os artigos 333 e 317.
2.2. Teoria Dualista;; terá dois crimes, um crime para os autores e outro crime para os
partícipes.
2.3. Teoria pluralista;; Haverá 1 crime para cada concorrente de acordo com cada conduta
3. TEORIA SOBRE A AUTORIA. No art. 29, usa-se a noção de autoria de forma bem ampla
“quem, de qualquer forma, concorre para o crime”
3.1. Teoria restritiva Autor é quem pratica conduta que represente o verbo no núcleo do
tipo contido na norma, logo, quem concorreu, mas não praticou verbo núcleo será
partícipe.
3.2. Teoria extensiva Autor é aquele que de qualquer forma concorrer para o crime,
portanto, não diferencia autor de participe, pois isso, não pode ser adota, pois, embora
o 29 caput não faça a distinção, os artigos seguintes o fazem, impossibilitando a
aplicação da teoria extensiva.
3.3. Teoria do domínio do final do fatotese Doutorado do Roxin, ocorre que a teoria do
domínio do fato no brasil é diferente da original, pois ROXIN a fez para restringir a
aplicação da teoria, mas no Brasil se aplica essa teoria para AMPLIAR.
Autor é aquele que é o dono, o senhor do fato criminoso, fazendo iniciar/cessar o crime
de acordo com a sua vontade. Assim, autor seria aquele que tem o SE vai ou não ser
pratico E COMO (modus operandi) o crime será praticado, ainda que embora não
tenham executado a conduta (núcleo do verbo).
3.3.1.Autoria direta;; Domina o fato e também a pratica diretamente.
3.3.2.Autoria indireta;; Domina o fato, mas não domina a prática pessoalmente,
chamado de o homem de trás.
3.3.2.1. Inimputável, art. 26
3.3.2.2. Erro determinado por 3º, art. 20, §2º
3.3.2.3. Obediência hierárquica, art. 22
3.3.2.4. Coação moral irresistível, art. 22

OBS: Essa teoria é amplamente aplicada pelo STF e jurisprudência, como no caso, do
Marcelo odebrecth, Joesley, eles não entregavam o dinheiro, em regra são doleiros, mas
tinham o domínio do fato.

OBS²: Tradicionalmente sempre se falou na adoção da teoria restritiva, mas hoje está
cada vez mais presente a teoria do domínio final do fato.

4. Outras espécies de autoria


4.1. Autoria de escritório;; é aquele que embora fique distante, tem o domínio do fato,
como o chefe do tráfico, chefe da máfia. Assim, é um autor mediato.
4.2. Autoria por convicção;; criado por Maurach;; é o autor que pratica o crime motivo por
alguma convicção pessoal, seja filosófica, política, religiosa. O agente tem o móvel da
conduta um fim especial baseado em ideologias. Assim, é uma forma de autoria
genérica, podendo ser tanto um autor imediato ou mediato.
5. Coautoria -> o coautor é aquele que também é um autor, autoria conjunta, ainda que haja
uma divisão de tarefas. A base da coautoria no direito penal é a divisão de tarefas, um segura
para o outro furtar, um vigia a casa para outro invadir e furtar. Ex.: Quadrilha da peruca,
tinha 11 pessoas, roubavam agências de bancos.
6. Partícipe é aquele que não tem o domínio do fato, embora contribua para o crime. A
participação é a contribuição dolosa em crime alheio.
A participação é uma conduta acessória/secundária, portanto, depende da conduta
principal, razão pela qual a participação segue a autoria (analogia gravitação). Nesse sentido,
se o autor é absolvido por legitima defesa, o particípe também o é, se autor pratica crime
consumado o participe também.
Quanto aos graus de acessoriadade 4 teorias foram elaboradas:
6.1. Teoria da acessoriedade mínima-> a conduta do autor tem que configurar um fato
típico.
6.2. Teoria da acessoriedade limitada-> a conduta tem que configurar um fato típico +
ilícito
6.3. Teoria da acessoriedade máxima-> configurar um fato típico + ilícito + Culpabilidade
6.4. Teoria da hiperacessoriedade-> configurar um fato típico + ilícito + Culpabilidade +
Punibilidade.

OBS: A teoria atoada foi a teoria da acessoriedade limitida, assim se for partícipe em crime
previsto no ECA será responsabilidade o partícipe e o autor responderá por ato infracional
análogo.

7. Modalidades de participação OBS: a pena do partícipe em regra é a mesma do autor.


7.1. Moral
7.1.1.Induzimento-> Surge a ideia na mente do indivíduo, NÃO COGITOU
7.1.2.Instigação-> Induz, reforça a ideia que já existia, JÁ COGITOU.
7.2. Material-> O agente contribui com algum bem material para prática do delito.
7.3. Participação de menor importância, art. 29, §1º o artigo não o conceito. Exista Teoria
dos bens escassos de Gimbernat Ordfazendo comparação entre bens/serviços escassos
e abundantes.
Escassos Abundantes
espada Faca
Cabo náutico corda
Helicóptero Veneno rato
fuzil Arma de fogo
Injeção letal morte instantânea
30 mil reais 50 reais

A participação de menor importância do art. 29, §1º, é a participação desnecessária,


referente aos bens abundantes, segundo a teoria de Gibernat.
7.4. Desvio subjetivo de conduta/cooperação dolosamente distinta, art. 29, §2º
Habbib sequer precisava existir o artigo O desvio surge DURANTE a execução o
dolo de um dos agentes muda, pratica crime mais grave que NÃO foi cogitado
anteriormente.
Seria um caso de exceção da teoria monista, com adoção da teoria pluralista, pois o
requisito da identidade da infração cai por terra.

Portanto, o agravamento para os casos de previsibilidade do resultado mais gravo, será


aumentado em até a metade do crime menos grave (aquele que o agente quis praticar)
8. Concurso de pessoas em crime culposo
8.1. NO Brasil a posição majoritária NÃO ADIMITE PARTICIPAÇÃO EM CRIME CULPOSO
9. Participação em coautoria em crime culposo cabe?

10. Teoria das circunstâncias


10.1. Elemento é tudo aquilo que o tipo descreve sem o qual o tipo desaparece, ou
seja, é tudo aquilo que está descrito NO TIPO.
10.2. Circunstância Circum stare do latim é aquele que circunda, está rodeando
algo No penal é aquele que circunda a PENA.

Só ocorre a comunicabilidade se o crime trouxer uma condição pessoal no tipo penal.

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