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SUMÁRIO.
1) Introdução; 2) A idéia clássica de direito subjetivo e de relação
jurídica; 2.1) A idéia de relação jurídica; 2.2) A idéia de direito
subjetivo ; 3) Teorias clássicas a respeito do processo; 3.1) O
processo como contrato; 3.2) O processo como quase-contrato;
3.3) O processo como relação jurídica; 3.4) O processo como
situação jurídica; 3.5) O processo como procedimento realizado
em contraditório; 4) Revisão do conceito de ação; 5) Conclusão; 6)
Bibliografia.
1) Introdução.
1 Bacharel em Direito pela Universidade Federal de Ouro Preto; Especialista em Gestão Pública pela Universidade Federal de Ouro Preto; Professor de Introdução ao Estudo em
Direito I e II e Teoria Geral do Processo da Universidade Federal de Ouro Preto; Coordenador do Núcleo de Prática Jurídica da Universidade Federal de Ouro Preto; Professor de
Direito Civil da Fundação Comunitária de Ensino Superior de Itabira.
2 Excelente trabalho a respeito do tema foi elaborado pelo Professor BERNARDO GOLÇALVES A. FERNANDES em seu artigo intitulado PROCESSO, DEMOCRACIA E
CONSTITUIÇÃO: A INSTRUMENTALIDADE DO PROCESSO E OS ESCOPOS PROCESSUAIS À LUZ DE UMA TEORIA PROCESSUAL E CONSTITUCIONAL
ADEQUADA AO PARADIGMA DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO, publicado na revista da Faculdade de Direito de Sete Lagoas, v. 01, p. 57-110, 2º sem. 2002, onde
seu autor faz uma reflexão crítica a respeito dos conceitos de processo, constituição e estado democrático de direito.
3 Para o entendimento do modelo de Estado Democrático de Direito sugerimos ao leitor a obra Facticidade e Validade de Jurgen Habermas.
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escolha de tais obras se deve ao fato do enorme reconhecimento e prestígio que os seus Autores desfrutam perante a comunidade acadêmica. Todavia, não podemos dizer que todos os
Professores que lecionam naquelas instituições pensem exatamente igual aos trabalhados aqui.
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Temos a certeza que a presente monografia não esgotará o assunto seja pelo
espaço seja pelas limitações intelectuais de seu autor. Entretanto, esperamos que ao
terminar a leitura o estudioso esteja inspirado a procurar outras obras para o
aprofundamento crítico-reflexivo sobre os conceitos aqui trabalhados. Se isso acontecer,
o trabalho cumpriu sua finalidade primordial que, como já salientado, é a convocação
do leitor para a discussão de um dos temas mais importantes para estudioso do direito.
“Uma relação jurídica, como foi visto, é uma relação entre dois
sujeitos, dentre os quais um deles, o sujeito ativo, é o titular de um direito, o
outro, sujeito passivo, é titular de um dever e obrigação. A relação jurídica
é, em outras palavras, uma relação direito-dever.”8
7 GONÇALVES, Aroldo Plínio. Técnica Processual e Teoria do Processo. Rio de Janeiro; Aide, 2001, pág. 74.
8 BOBBIO, Noberto. Teoria da Norma Jurídica. São Paulo. Edipro: 2001, pág. 42.
9 GUSMÃO, Paulo Dourado. Introdução ao Estudo do Direito. Rio de Janeiro. 27ª ed. Forense: 2000, pág. 254.
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Entretanto, não basta a relação ser desenvolvida entre dois ou mais sujeitos
para ser uma relação jurídica. O elemento que atribui a juridicidade à relação não são os
sujeitos envolvidos na mesma mas, sim, a norma que atribui o vínculo obrigacional a
esses sujeitos. Dessa forma, posteriormente, foi incluído no conceito bilateral da relação
jurídica um terceiro elemento, qual seja, a prestação. Essa prestação decorre
necessariamente da norma que atribui a um sujeito um direito e ao outro um dever.
A força com que foi elaborado o conceito de relação jurídica faz com que,
ainda hoje, tal conceito seja tomado como um postulado para a ciência do direito.
10 VILLELA, João Baptista. Por uma nova teoria dos contratos. Revista Forense, vol. 261, ano 74, jan-fev-mar de 1978.
11 Para o aprofundamento sobre o desenvolvimento do conceito de direito subjetivo o leitor poderá recorrer as lições de Edgar da Mata Machado em sua obra Teoria Geral do Direito.
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13 MATA MACHADO, Edgar de Godói da. Elementos da Teoria Geral do Direito. Belo Horizonte. UFMG: 1995, pág. 308.
14 BARACHO, José Alfredo de Oliveira: Processo Constitucional. Rio de Janeiro: Forense, 1984, pág. 142
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Até agora foi trabalhado o conceito clássico de direito subjetivo que servirá
de subsídio para a fundamentação da escola paulista de processo. Entretanto, para a
escola mineira, tal conceito é insuficiente e necessita de uma reelaboração. Nesse
sentido, o Professor Aroldo Plínio, calcado nas lições de jurista italiano Elio Fazzalari,
leciona:
15 GONÇALVES, Aroldo Plínio. Técnica Processual e Teoria do Processo. Rio de Janeiro; Aide, 2001, pág. 106.
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16 PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de Direito Civil. Rio de Janeiro. 15ª ed. Vol. II. Forense: 1997, pág. 27
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17 CINTRA, Antônio Carlos de, GRINOVER, Ada Pellegrini e DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria Geral do Processo. 14ª Ed., São Paulo: Malheiros, 1998.
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constitucional adequada ao paradigma do estado democrático de direito. Revista da Faculdade de Direito de Sete Lagoas, v. I; n. I, p. 57-110, 2º sem. 2002.
19 DINAMARCO, Cândido Rangel. Execução Civil. Vol. 1, 2ª ed. ver. ampl., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1987, p.95
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réu). E mais, que tal relação jurídica é diferente da relação jurídica material
controvertida objeto do processo e da prestação jurisdicional.20
Sob a luz dessa teoria foi estabelecida a distinção teleológica entre processo
e procedimento. Atribuiu-se finalidades ao processo e não ao procedimento. Assim, para
os adeptos dessa teoria, processo é algo teleológico que possui uma série de finalidades
e procedimento é algo puramente formal que serve apenas para instrumentalizar o
processo. Em resumo, o processo é algo maior e mais importante que o procedimento.
Nesse sentido, a lição de Ilustre Professora ADA PELLEGRINI GRINOVER esclarece:
20 CINTRA, Antônio Carlos de, GRINOVER, Ada Pellegrini e DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria Geral do Processo. 14ª Ed., São Paulo: Malheiros, 1998pág 278.
21 CINTRA, Antônio Carlos de, GRINOVER, Ada Pellegrini e DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria Geral do Processo. 14ª Ed., São Paulo: Malheiros, 1998pág 278.
22 CINTRA, Antônio Carlos de, GRINOVER, Ada Pellegrini e DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria Geral do Processo. 14ª Ed., São Paulo: Malheiros, 199, pág. 275.
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Com relação às críticas a essa teoria, as mais importantes são aquelas que
trabalham o processo como situação jurídica e como procedimento estabelecido em
contraditório que serão desenvolvidas a seguir.
23 GONÇALVES, Aroldo Plínio. Técnica Processual e Teoria do Processo. Rio de Janeiro; Aide, 2001, pág. 79
24 FERNANDES, Bernardo Gonçalves A Processo, Democracia e Constituição: a instrumentalidade do processo e os escopos processuais à luz de uma teoria processual e
constitucional adequada ao paradigma do estado democrático de direito. Revista da Faculdade de Direito de Sete Lagoas, v. I; n. I, p. 57-110, 2º sem. 2002, pág. 61
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25 CINTRA, Antônio Carlos de, GRINOVER, Ada Pellegrini e DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria Geral do Processo. 14ª Ed., São Paulo: Malheiros, 199, pág. 279.
26 GONÇALVES, Aroldo Plínio. Técnica Processual e Teoria do Processo. Rio de Janeiro; Aide, 2001, pág. 88.
27 GONÇALVES, Aroldo Plínio. Técnica Processual e Teoria do Processo. Rio de Janeiro; Aide, 2001, pág. 100.
28 CINTRA, Antônio Carlos de, GRINOVER, Ada Pellegrini e DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria Geral do Processo. 14ª Ed., São Paulo: Malheiros, 1999, pág. 280.
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“Escola Mineira de Processo”, a teoria da situação jurídica serviu para mostrar que a
definição do processo como relação jurídica não era consistente. Enquanto que , para a
“Escola Paulista” as críticas à teoria da situação jurídica serviram para confirmar que a
definição do processo como relação jurídica era a melhor formulação científica
existente.
29 FERNANDES, Bernardo Gonçalves A Processo, Democracia e Constituição: a instrumentalidade do processo e os escopos processuais à luz de uma teoria processual e
constitucional adequada ao paradigma do estado democrático de direito. Revista da Faculdade de Direito de Sete Lagoas, v. I; n. I, p. 57-110, 2º sem. 2002, Pág. 64.
30 GONÇALVES, Aroldo Plínio. Técnica Processual e Teoria do Processo. Rio de Janeiro; Aide, 2001, pág. 109.
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31 GONÇALVES, Aroldo Plínio. Técnica Processual e Teoria do Processo. Rio de Janeiro; Aide, 2001, pág. 193
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Essa é a idéia clássica do direito de ação que é adotada pela escola paulista
que serve ao esquema teórico do processo como relação jurídica. Contudo, se
pensarmos o processo como procedimento realizado em contraditório, não há como
adotarmos tal conceito de ação sendo necessário, nesse caso, fazermos uma revisão
teórica do mesmo.
34 CINTRA, Antônio Carlos de, GRINOVER, Ada Pellegrini e DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria Geral do Processo. 14ª Ed., São Paulo: Malheiros, 1999, pág. 254.
35 GONÇALVES, Aroldo Plínio. Técnica Processual e Teoria do Processo. Rio de Janeiro; Aide, 2001, pág. 144
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36 GONÇALVES, Aroldo Plínio. Técnica Processual e Teoria do Processo. Rio de Janeiro; Aide, 2001, pág. 106.
37 GONÇALVES, Aroldo Plínio. Técnica Processual e Teoria do Processo. Rio de Janeiro; Aide, 2001.
38 GONÇALVES, Aroldo Plínio. Técnica Processual e Teoria do Processo. Rio de Janeiro; Aide, 2001.
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6) Conclusão.
39 GONÇALVES, Aroldo Plínio. Técnica Processual e Teoria do Processo. Rio de Janeiro; Aide, 2001.
40 GONÇALVES, Aroldo Plínio. Técnica Processual e Teoria do Processo. Rio de Janeiro; Aide, 2001, pág. 194.
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41 GONÇALVES, Aroldo Plínio. Técnica Processual e Teoria do Processo. Rio de Janeiro; Aide, 2001, pág. 192.
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BIBLIOGRAFIA.
BOBBIO, Noberto. Teoria da Norma Jurídica. São Paulo. Edipro: 2001, pág.
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VILLELA, João Baptista. Por uma nova teoria dos contratos. Revista
Forense, vol. 261, ano 74, jan-fev-mar de 1978.