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INSTITUTO FEDERAL DO CEARÁ

LICENCIATURA EM TEATRO
DISCIPLINA: LIBRAS
ALUNO: AVILA CORDEIRO
PROFESSORA: ANDREA LEMOS

A Educação dos surdos no Ceará começou a partir da intenção do professor


Hamilton Cavalcante de Andrade em fundar uma instituição que viesse a atender a
pessoas com surdez, e logo em seguida foi fundado o primeiro prédio alugado na
rua Visconde Rio Branco com a direção do próprio Hamilton Cavalcante. O ICESS
foi fundado no dia 25 de março de 1961 e conforme o momento histórico dessa
época, adotava uma método de ensino oralista. O oralismo ou filosofia oralista tem
como intuito a integração da criança com surdez na comunidade de ouvintes, dando
condições para desenvolver a linguá oral, para alguns defensores desse método, a
linguagem restringe-se a linguá oral, sendo por isso mesmo a unica forma de
comunicação dos surdos, pensava-se que para comunicar-se a criança surda
deveria aprender a falar, alguns acreditam ainda que o método oral defende que por
meio de treinamento de fala a deficiência auditiva pode até ser minorada, a
estimulação e os aparelhos auditivos, são recursos a serem usados para levar a
criança surda para a ‘’normalidade’’. A educação oral requer o esforço total da
pessoa com deficiência auditiva, da família e da escola, de acordo com seus
defensores desse método, para obter um bom resultado é necessário um grande
envolvimento e dedicação das pessoas que convivem com a criança no trabalho de
reabilitação todas ás horas do dia e todos os dias do ano, inicio da reabilitação o
mais precocemente possível, deve começar quando a criança nasce ou quando se
descobre a deficiência. A educação oral começa no lar, e portanto, requer a
participação ativa da família especialmente da mãe, envolvimento de profissionais
como fonoaudiólogo e pedagogo especializado para atender sistematicamente o
aluno e sua família.

Na década de 90, motivado pelas associações, pastorais, Feneis, comunidade


surda e pelos professores que naquela época começaram a entrar em contato com
as pesquisas sobre a importância da língua de sinais para o ensino dos surdos, o
Ices iniciou seu processo de mudança de uma abordagem oralista até chegar à
abordagem bilíngue. Essa proposta reconhece e baseia-se no fato de que o surdo
vive numa condição bilíngue e bicultural, sendo assim, convive com duas línguas e
duas culturas, a língua gestual e cultura da comunidade surda do seu país como
primeira língua e a língua oral e cultura ouvinte de seu país como segunda língua.
Para a maioria das crianças a língua oficial do país onde vivem é, simultaneamente
língua materna e língua de escolarização não é no entanto para os surdos. A língua
de aquisição espontânea e natural terá de ser uma linguá gestual, vale lembrar que
a linguá de escolarização, em que se aprende a ler, e se estuda, é uma linguá oral, o
que faz com que a escola precise ensinar a estas crianças a ler e a escrever a
conhecer o português escrito.

A escola se manteve dentro do modelo oralista ate o ano de 2001 e aos poucos, os
alunos foram conquistando liberdade de se comunicar em sinais, instrutores surdos
foram contratados para o ensino de LIBRAS e intérpretes também passaram a fazer
parte do quadro funcional da escola. Impulsionado, pelos movimentos das
associações cosntituídas pelas comunidades surdas em todo o Brasil o presidente
da republica, Fernando Henrique Cardoso, sancionou em 24 de abril de 2002, a lei
que reconhece a língua brasileira de sinais como "a forma de comunicação e
expressão (...) um sistema linguístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de
comunidades de pessoas surdas do Brasil". Esta lei, posteriormente foi
regulamentada pelo Decreto 5626/2005, no qual é enfatizada a necessidade de que
a língua brasileira de sinais. LIBRAS seja objeto de uso corrente nas comunidades
surdas; procura assegurar a presença de profissionais interpretes nos espaços
formais e instituições, como na administração pública direta e indireta e a inclusão
do ensino da LIBRAS nos cursos de formação de educação especial, fonoaudiologia
e magistério e profissionais interpretes sendo optativo para o aluno e obrigatório
para a instituição de ensino.

Na libras, os sinais obedecem a uma gramática própria, com


níveis linguísticos correspondentes ao das linguás orais auditivas, em português os
fonemas, unidades minimas de som, são representados graficamente pelas letras,
na língua brasileira de sinais os fonemas equivalem ao quiremas representados pela
configuração das mãos, mas os sinais só ganham sentidos quando são aliadas a
movimentos, direção, pontos de articulação e expressões faciais.

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