UNINABUCO - PAULISTA – PE 2018.1 2. DISCUSSÃO TEÓRICA
A estruturação da Assistência Farmacêutica é um dos
grandes desafios que se apresenta aos gestores e profissionais do SUS, quer pelos recursos financeiros envolvidos como pela necessidade de aperfeiçoamento contínuo com busca de novas estratégias no seu gerenciamento. 2. DISCUSSÃO TEÓRICA
As ações desenvolvidas nessa área não devem se
limitar apenas à aquisição e distribuição de medicamentos exigindo, para a sua implementação, a elaboração de planos, programas e atividades específicas, de acordo com as competências estabelecidas para cada esfera de governo. 2. DISCUSSÃO TEÓRICA
É necessário que os gestores aperfeiçoem e busquem
novas estratégias, com propostas estruturantes, que garantam a eficiência de suas ações, consolidando os vínculos entre os serviços e a população, promovendo, além do acesso, o uso racional dos medicamentos e a inserção efetiva da assistência farmacêutica como uma ação de saúde. 2. DISCUSSÃO TEÓRICA
A eficácia no gerenciamento dessa área pressupõe,
além da disponibilidade de recursos financeiros para aquisição dos medicamentos, a organização dos serviços e, de forma muito especial, pessoal capacitado para coordenar as ações por ela desenvolvidas. 2. DISCUSSÃO TEÓRICA
Um dos grandes desafios da humanidade sempre foi
controlar, reduzir os efeitos ou eliminar os sofrimentos causados pelas enfermidades. A saúde de uma população não depende apenas dos serviços de saúde e do uso dos medicamentos. Entretanto, é inegável sua contribuição e a importância do medicamento no cuidado à saúde. 2. DISCUSSÃO TEÓRICA
A Assistência Farmacêutica, como política pública, teve
início em 1971 com a instituição da Central de Medicamentos (CEME), que tinha como missão o fornecimento de medicamentos à população sem condições econômicas para adquiri-los (BRASIL, 1971) e se caracterizava por manter uma política centralizada de aquisição e de distribuição de medicamentos. 2. DISCUSSÃO TEÓRICA
Mudanças de princípios foram introduzidas com a promulgação da
Constituição Federal em 1988. Esta estabeleceu a saúde como direito social (Art. 6º) e o seu cuidado como competência comum da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios (Art. 23).
O Art. 196 determina que:
“A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.” (BRASIL, 1988, p. 154) 2. DISCUSSÃO TEÓRICA
A regulamentação da Constituição Federal, específica
para a área da saúde, foi estabelecida pela Lei Orgânica da Saúde (Lei n. 8080/90) que em seu Artigo 6º determina como campo de atuação do SUS, a “formulação da política de medicamentos (...)” e atribui ao setor da saúde a responsabilidade pela “execução de ações de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica.” (BRASIL, 1990) 2. DISCUSSÃO TEÓRICA
A CEME foi responsável pela Assistência Farmacêutica
no Brasil até 1997, quando foi desativada, sendo suas atribuições transferidas para diferentes órgãos e setores do Ministério da Saúde. 2. DISCUSSÃO TEÓRICA
No ano de 1998, foi publicada a Política Nacional de Medicamentos
(PNM), por meio da Portaria GM/MS n. 3916, tendo como finalidades principais (BRASIL, 2002a): • Garantir a necessária segurança, a eficácia e a qualidade dos medicamentos. • A promoção do uso racional dos medicamentos. • O acesso da população àqueles medicamentos considerados essenciais. 2. DISCUSSÃO TEÓRICA
A PNM apresenta um conjunto de diretrizes para alcançar os
objetivos propostos, quais sejam: • Adoção da Relação de Medicamentos Essenciais. • Regulação sanitária de medicamentos. • Reorientação da Assistência Farmacêutica. • Promoção do uso racional de medicamentos. • Desenvolvimento científico e tecnológico. • Promoção da produção de medicamentos. • Garantia da segurança, eficácia e qualidade dos medicamentos. • Desenvolvimento e capacitação de recursos humanos. 2. DISCUSSÃO TEÓRICA
Destas diretrizes são consideradas prioridades, a
revisão permanente da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename), a reorientação da Assistência Farmacêutica, a promoção do uso racional de medicamentos e a organização das atividades de Vigilância Sanitária de medicamentos. A Assistência Farmacêutica tem caráter sistêmico, multidisciplinar e envolve o acesso a todos os medicamentos considerados essenciais. 2. DISCUSSÃO TEÓRICA
Na PNM é definida como:
Grupo de atividades relacionadas com o medicamento, destinadas a apoiar as ações de saúde demandadas por uma comunidade. Envolve o abastecimento de medicamentos em todas e em cada uma de suas etapas constitutivas, a conservação e o controle de qualidade, a segurança e a eficácia terapêutica dos medicamentos, o acompanhamento e a avaliação da utilização, a obtenção e a difusão de informação sobre medicamentos e a educação permanente dos profissionais de saúde, do paciente e da comunidade para assegurar o uso racional de medicamentos. (BRASIL, 2002a, p.34). 2. DISCUSSÃO TEÓRICA
A reorientação da Assistência Farmacêutica está fundamentada
na descentralização da gestão, na promoção do uso racional dos medicamentos, na otimização e eficácia do sistema de distribuição no setor público e no desenvolvimento de iniciativas que possibilitem a redução nos preços dos produtos (BRASIL, 2002a). 2. DISCUSSÃO TEÓRICA
Por indicação e fundamentado nas propostas aprovadas na I Conferência
Nacional de Medicamentos e Assistência Farmacêutica realizada em 2003, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) aprovou em 2004, através da Resolução n. 338, a Política Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF), que a define como: Um conjunto de ações voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde, tanto individual como coletiva, tendo o medicamento como insumo essencial e visando o acesso e seu uso racional. Este conjunto envolve a pesquisa, o desenvolvimento e a produção de medicamentos e insumos, bem como a sua seleção, programação, aquisição, distribuição, dispensação, garantia da qualidade dos produtos e serviços, acompanhamento e avaliação de sua utilização, na perspectiva da obtenção de resultados concretos e da melhoria da qualidade de vida da população. (BRASIL, 2004c) 2. DISCUSSÃO TEÓRICA
De acordo com a PNAF, a Assistência Farmacêutica deve
ser entendida como política pública norteadora para a formulação de políticas setoriais, tendo como alguns dos seus eixos estratégicos, a manutenção, a qualificação dos serviços de assistência farmacêutica na rede pública de saúde e a qualificação de recursos humanos, bem como a descentralização das ações (BRASIL, 2004c). 3. CICLO DA AF 4. REFERÊNCIAS
Brasil. Conselho Nacional de Secretários de Saúde.
Assistência Farmacêutica no SUS / Conselho Nacional de Secretários de Saúde. – Brasília : CONASS, 2007.