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História Moderna II – AULA 4 ARGUMENTO NO.

2: Para historiadores, a hidra tornou-se


possibilidade de estudar a multiplicidade, o movimento e as
Tema: Capitalismo e o Atlântico revolucionário I grandes conexões das correntes planetárias. Multidões
reunidas nos mercados, campos, diáspora.
Texto: LINEBAUGH, Peter & REDIKER, Marcus. “Introdução”,
“O naufrágio do Sea-Venture” e “Rachadores de Lenha e O que livro fará: “olhar de baixo para cima. Recuperar
tiradores de água”. In: A hidra de muitas cabeças: história perdida da classe multiétnica essencial ao
marinheiros, escravos, plebeus e a história oculta do surgimento do capitalismo e moderna economia global” –
Atlântico revolucionário. INVISIBILIDADE HISTÓRIA – dos muitos sujeitos do livro
deve-se, em grande parte à REPRESSÃO – fogueira, forca,
Introdução grilhões, porão do navio. [P15 – ver no slide]

Hidra de muitas cabeças: símbolo antiético de DESORDEM E Capítulo 1: O naufrágio do Sea-Venture


RESISTÊNCIA, ameaça à construção do CAPITALISMO.
Passo 1: narra o naufrágio do navio que ia para a Virgínia,
2º trabalho de Hércules: Destruir a venenosa hidra de Lerna. primeira colônia da Inglaterra no Novo Mundo. Tempestade,
(10) Quando Hércules decepou uma de suas cabeças, furação no caribe. Naufrágio. (pp.17-19)
nasceram duas em seu lugar. Decepar cabeça central e usar
um tição. Naufrágio: diante da ameaça de morrer, marujos “viraram o
mundo marítimo de ponta-cabeça” (desobedeceram e
1º passo: rastrear na literatura e nas fontes o uso do mito beberam e comeram antes de morrer). Mas foram parar na
para falar de mundo atlântico, colonização, atlântico. (10) “Ilha dos demônios” (Bermudas)
Vico, Francis Bacon, reis ingleses (se viam Hércules)
Uma vez em Bermudas, parte dos sobreviventes não
Hércules: símbolo, herói mítico dos antigos – Romanos: queriam mais seguir viagem para Virgínia com a Companhia.
unificador, vasta ambição imperial. Herói é o progresso. Terra em abundância. (21) – Trabalho só o necessário para
viver.
COLONIZADORES - se representavam como “Hércules” –
tinham que derrotar as cabeças. (12) Virgínia: realidade de fome, alto índice de mortalidade.
Confronto entre os que queriam ficar e os que queriam ir
Trabalhos de Hércules: (companhia). – GREVES E FORMAÇÃO DE QUILOMBOS (22)
Significavam DESENVOLVIMENTO ECONÔNIMO
desmatamento da terra, drenagem dos pântanos, ANTINOMIANOS – acima da lei pela graça divina. Contra a
desenvolvimento da agricultura, domesticação dos animais, lei.
comércio e tecnologia.
Queriam comunidade autônoma (“não queriam servir de
Desde o começo da expansão colonial inglesa, recorreu-se à escravos para aventureiros”), mas fracassaram. Violência.
libertação de Prometeu por Hércules, com a dádiva do fogo REBELDES EXECUTADOS. (42 SEMANAS NA ILHA – 5
e da tecnologia à humanidade para implementar o tear CONSPIRAÇÕES – 2 PRIMEIRAS SENTENÇAS DE MORTE NAS
automático. AMÉRICAS)

Cabeças: esbulhados, delinquentes, deportados, serviçais, CITAR SLIDE: P23 – O QUE SIGNIFICA O NAUFRÁGIO
extremistas religiosos, piratas, operários, soldados,
marinheiros, escravos africanos – “monstros” – que SHAKESPEARE – foi um dos primeiros a falar do Sea Venture
ameaçavam combinar-se entre si, COOPERAÇÃO – motins, no livro A tempestade (1601)
greves, tumultos e revoluções. (12)
Autor: investiu dinheiro na Companhia da Virgínia, ponta de
CITAR SLIDE: p12 – Poema escrito por J. Mauricius, ex- lança da colonização inglesa. Sua peça descreve interesse
governador do Suriname em 1751. crescente da classe dominante pela colonização.

Controlar a hidra da desordem, COLONIZAÇÃO COMO 3º passo: USARÁ NAUFRÁGIO PARA COSOLIDAR 4 TEMAS
PRODÍGIO HERCÚLEO. (13) – Restaurar a ordem entre DAS ORIGENS DO DESENVOLVIMENTO DO CAPITALISMO:
trabalhadores de todos os tipos.
RASTREIO DA IMAGEM: EXPROPRIAÇÃO – LUTA POR MODOS ALTERNATIVOS DE
Francis Bacon: usará imagem de “monstruosidade” para VIDA/PADRÕES DE COOPERAÇÃO – RESISTÊNCIA –
justificar violência, impor maldição e sentença de morte. DISCIPLINA DE CLASSE.

ARGUMENTO NO. 1: Mito da hidra expressava medo e 1 - EXPROPRIAÇÃO


justificava violência das classes dominantes, ajudando-as a Momento da organização comercial, fundação da
construir uma nova ordem. companhia, iniciativa privada boa para a nação.
Por outro lado:
COLONIZAÇÃO: converter selvagens da América, combater
os inimigos católicos (e concorrentes), contribuir para a Cidades portuárias: contato com outros mundos. Não foi
glória nacional, combate aos grandes males sociais. diferente com Shakespeare.
ENXAMES DE DESOCUPADOS. 25
3 - COOPERAÇÃO E RESISTÊNCIA
Companhia e capitalismo eram fruto de mudanças sociais:
agricultura de subsistência para pastagens comerciais, Várias formas de cooperação, desde o barco (para se salvar
crescimento populacional, expansão do sistema doméstico do furação) até a sobrevivência na ilha (caçar, colher, limpar,
de produção artesanal, crescimento do mercado mundial. pescar e construir). 36
TRABALHADORES SE TORNARAM “MÃOS” (26)
ARGUMENTO NO. 6: cooperação uniu diferentes tipos de
MEDIDAS: gentes, com graus variados de experiência de trabalho,
1 – Leis contra vagabundagem. nativos americanos. RESISTENCIA COOPERATIVA.
2 – Emprego da violência física (açoitamentos, orelhas
cortadas, enforcados, marcas de ferro, Estatuto de artífices e Ver exemplo de Shakespeare: cooperação para rebelião
Lei dos Pobres – códigos para apropriar-se da mão-de-obra). (Caliban, o escravo, Trínculo, o bobo, Estéfano, o marujo) –
Lei dos Mendigos (1597) MAS SHAKESPEARE RIDICULARIZA CONSPIRAÇÃO. 37
“Comédia de personagens inferiores” (38)
Homens e mulheres sem senhores: “alvoroço”, “monstros
com cabeça de hidra” (L. Beier). Bacon: “semente do perigo”. EXPROPRIAÇÃO: ocorreu na África, no Caribe, América do
Insurreições urbanas (cita várias – pp.28-29) Norte.

População dividida em grupos – envia-los para a América. 4 – DISCIPLINA DE CLASSE

ARGUMETNO NO. 3: Expropriação e RESISTÊNCIA Companhia teve grande dificuldade em impor disciplina e
impulsionaram o processo de colonização, fornecendo gente autoridade, pois furacão eliminara diferença de classe.
para o Sea Venture e outros navios. Maioria foi a
contragosto. (29) – Virgínia, Irlanda, “multidão O que a literatura não diz: pensar sobre o que o autor
malcheirosa” removida da cidade (30) silencia – EXAMINOU OS TEMAS DA AUTORIDADE E
DISCIPLINA DE CLASSE na obra, controlar marujos
2 – ALTERNATIVAS arrogantes. SHAKESPEARE EVITA FALAR DA REAL VIOLÊNCIA
Partidários da Companhia sabiam que expropriação era a EM SUA PEÇA;
causa dos “enxames ociosos” que antes tiravam seu sustento
das terras comunais. (30) CITAR: “Confio muito nesse camarada. Não parece que vá
morrer afogado; está mais para o perfeito enforcado.
Até então se tinha vivido de maneira mais livre e até Persista, ó bom Fado, na opção da força; faça da corda do
abundante. TERRAS COMUNAIS – “UTOPIA”? REALIDADE. seu destino o nosso cabo, pois o nosso quase não nos
oferece vantagem; Se ele não nasceu para morrer na forca,
ARGUMENTO NO. 4: literatura e história – SHAKESPEARE fez estamos mal. (41)
parecer “utopia”, um não lugar, um sonho esse mundo de
abundância e outras regras que não a da companhia. A FORCA ERA O DESTINO DE PARTE DO PROLETARIADO:
1 – Organização dos mercados.
CITAR SLIDE – P31 tradição popular de utopias de 2 – supressão das ideias radicais.
alternativas de vida. CITAR SEM FALTA. Carnaval, Terra da
Cocanha, fábulas cômicas, prazeres indolentes, absoluta Castigos pavorosos no mar: para manter disciplina. Formas
saciedade, etc. de disciplina militar. Forca e pelourinho.

Sobreviventes do Sea Venture iam para o “mato” viver com Castigos para os que fugiam para meio dos nativos. Vários
nativos (terras comunais, outro jeito de viver, IGUALITÁRIAS, desertavam e iam viver de outro modo. Resgatados, eram
sem a propriedade privada da terra) drasticamente punidos, publicamente punidos. Lei marcial.

ARGUMENTO NO. 4: TERRAS COMUNAIS + SOCIEDADES PREFERIAM TORNAR-SE “ÍNDIOS BRANCOS”: “INGLESES
AMERICANAS E NATIVAS – FONTE DE INSPIRAÇÃO PARA VERMELHOS”. (44)
ALTERNATIVAS DE VIDA.
CONCLUSÃO DO CAPÍTULO: “Assim, as tradições populares
“Ociosos”, mas não desnutridos (P34) anticapitalistas – um mundo sem trabalho, propriedade
privada, lei, crime, traição ou magistrados – antíteses da
ARGUMENTO NO. 5: SOCIEDADES NATIVAS INFLUENCIARAM Virgínia. [...] Militares transformaram as Bermudas e a
A EUROPA (INVERSÃO) – histórias contadas sobre modos de Virgínia de lugares de “liberdade, fartura e sensualidade” em
vida dos nativos inspiram livros, filosofia, literatura. Thomas lugares de servidão, guerra e escassez e fome”.
Moore com Utopia, Montaigne e seu criado particular que
fora marujo.

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