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Império Asteca: Economia e relações de troca

P E D R O A L C Â N TA R A S O A R E S G H I S I O
Objetivo do trabalho de pesquisa:
O presente trabalho de conclusão da disciplina de Pré-Colonial visa apresentar um breve conteúdo
sobre a economia Asteca e como esse povo que se estabeleceu na região da América central se
organizava em sociedade através das relações de troca, destacando sobre tudo a agricultura, moeda, os
tributos, os negociantes, os escravos, os artesãos, a riqueza que produziam e como sua economia se
desenvolveu antes da chegada dos invasores espanhóis.
Tive como escolha o tema sobre economia asteca pois acredito ser de muita importância entendermos
as relações que estabeleciam em sua capital e nas aldeias. Também acho curioso como uma sociedade
que passa de um mundo tribal para um império centralizador e acaba por se diferenciar de uma
economia mercantilista e exploratória como dos espanhóis.
A economia pode definir não só como essa civilização se organizava e como os nativos locais se
relacionavam uns com os outros, mas também pode definir sua concepção de mundo e como
pensavam a riqueza, o poder e etc.
Sociedade Asteca e sua origem:
A sociedade Asteca tem sua origem no vale do México no início do século XII. Ficaram famosos
por sua agressividade e práticas de rituais violentos para agradar aos deuses de sua crença.
Eram de etnia mexica e estabeleceram sua grande capital, Tenochtitlan, em 1315 onde começam a
construir grandes templos e palácios, conquistando assim, territórios e tribos menores formando o
grande império que se formaria até a chegada dos conquistadores espanhóis com Hernan Cortez.
A queda dos Astecas ocorreu em 1521 quando os espanhóis, através de alianças com tribos locais,
invadem a capital com 1000 soldados e uma superioridade tecnológica que os auxilia na
conquista.
Os Astecas, diferente de outras tribos, eram civilizados e tinham uma sociedade muito sofisticada,
com uma sociedade organizada em uma monarquia centralizada e hierarquizada onde as
categorias populacionais diferiam umas das outras.
Mapa da localização e extensão territorial do
império asteca:
Economia e riqueza no império Asteca:
A economia dos astecas tinha como principal atividade a agricultura. Cultivavam, principalmente,
milho, cacau, pimenta, tomate, abóbora, mandioca, feijão e batata. Também cultivavam frutas como,
por exemplo, abacaxi, maracujá e banana.
Os astecas usavam técnicas agrícolas avançadas para a época. Uma interessante técnica agrícola
desenvolveu-se com a construção das chinampas. Construíram complexos sistemas de irrigação do
solo e obras de drenagem. Além da agricultura, viviam da pesca, caça e confecção de objetos
artesanais (potes, cestos, joias, etc.).
A terra, para os astecas, era a única riqueza e pertencia a coletividade, mas a classe dirigente tinha seus
privilégios com as ‘’terras de guerra’’ ou ‘’de comando’’. O comércio fez fluir riquezas de outras terras
e uma grande circulação dessas mercadorias modificou até mesmo os costumes da própria aristocracia
guerreira dessa civilização.
Uma das plantas mais importantes para a civilização asteca era o milho.
Logo abaixo, uma iconografia da época representando o cultivo do
milho pelos camponeses:
Escravos, artesãos e negociantes:
Os escravos eram uma das mercadorias que circulavam nesse comércio intenso no império
asteca, e tinham várias classificações. Seu status tinha um traço em comum com o dos
escravos da Antiguidade greco-romana: eles não eram, ou não eram mais, cidadãos –
pertenciam a um senhor. Ao contrário dos antigo romanos e gregos, os escravos tinham
muito mais direitos e uma liberdade muito mais ampla.
Os artesãos que desenvolviam esses produtos para o comércio tinham como principal
atividade a ourivesaria, a joalheria, a cinzelagem de pedras semipreciosas e o mosaico de
plumas. Erma responsáveis pela produção, através de matérias primas básicas, em produtos
comercializáveis. Chamados de Toltecas, agrupavam-se em corporações formadas em seus
próprios bairros, com deuses e ritos próprios.
Já os negociantes, aqueles que intermediavam da produção para a venda, ganhavam aos
poucos influência sob a sociedade ao lado da aristocracia militar e grupo sacerdotal. Mas
ainda assim, estavam entre o povo e a classe dirigente.
Escravo sendo negociado como uma mercadoria para os
astecas:
Tributos:
Em sua maioria, as cidades pagavam tributos
de uma a quatro vezes por ano, dependendo
da natureza das mercadorias e produtos que
forneciam. Com essa finalidade, funcionários
imperiais, os calpixque, assistidos por escribas,
mantinham em dia os registros de tributos,
promovendo a arrecadação e o transporte.
Cada província era objeto de imposições
segundo sua capacidade de produção, os
recursos climáticos e os da flora e fauna.
Matrícula de Tributos é
um códice manuscrito
do México central escrito em 16
folhas de papel amate, e que lista
o tributo pago por diversos
tributários do Império Asteca.
Moeda Asteca
Diferente dos espanhóis, que buscavam ouro
para enriquecer os cofres da coroa, os astecas
tinham outra concepção de riqueza. O principal
intermediário entre o comprador e o vendedor
nos mercados do império dos astecas era o
cacau, produto valioso e apreciado por esse
povo.
O cacau era valioso, portanto, não só como uma
bebida que era fermentada e preparada, mas
também a semente servia como dinheiro.
O comércio e trocas Astecas:
O comércio interno era intenso no Império Asteca. Havia comerciantes especializados em vários
tipos de produtos. A economia funcionava na base da troca de produtos, porém as sementes de
cacau eram usadas como uma espécie de moeda.
Cada comerciante pagava uma taxa ao superior do mercado. Os fiscais deste no meio da
multidão, destruíam medidas falsas e confiscavam toda a mercadoria de má qualidade. No
mercado havia um tribunal e quem fosse pego roubando era julgado, e se fosse considerado
culpado, era espancado até a morte.
Mais de 60.000 mil pessoas iam ao mercado todos os dias, não existia dinheiro, portanto as
pessoas faziam trocas usando grãos de cacau como moeda. As mulheres sentavam ao lado de
pilhas de legumes e verduras; homens das tribos das montanhas levavam bicos de penas de ganso
cheios de ouro em pó. Aí eram vendidos machados de cobres, panelas, objetos de pluma e
joalheria, as mulheres vendiam tortilhas e os curandeiros vendiam ervas. 
Na seção de escravos haviam prisioneiros de guerra, criminosos ou homens que tinham perdido
tudo no jogo e que estavam ali para vender a eles mesmos.
Dois camponeses transportando mercadorias. Esta, entre outras
iconografias, revela o intenso comércio entre as aldeias através
das pequenas estradas onde as mercadorias era carregadas.
Maquete representando o Mercado de Tlateloco:
Referências bibliográficas:
• SOUSTELLE, JACQUES. A civilização asteca. Editora Zahar.
• FRANCHINI, ADEMILSON S. Mitologias Asteca, Maia e Inca. Editora Artes e Ofícios.

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