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Povos nativos da América

Os astecas
A formação do Império Asteca
De acordo com pesquisadores, em 1325, os mexicas (astecas) chegaram a
uma ilhota do lago Texcoco, no atual México. Lá construíram uma cabana, o
primeiro templo de Huitzilopochtli, um dos deuses cultuados pelos astecas. A
cabana foi, também, o núcleo inicial da cidade asteca de Tenochtitlán. Ao longo
do século XIV, guerreiros e conquistadores astecas iniciaram a dominação de
povos vizinhos, o que resultou na formação do Império Asteca. Com o passar do
tempo, Tenochtitlán transformou-se em uma grande e bela cidade. Estima-se que,
no começo do século XVI, Tenochtitlán tivesse aproximadamente 300 mil
habitantes e que o Império Asteca reunisse ao todo mais de 25 milhões de
pessoas
Organização econômica e social
Para viver na pequena ilha do lago Texcoco – onde Tenochtitlán foi erguida –
e suprir as necessidades da população que a habitava, os astecas tiveram de
realizar diversas obras complexas que exigiram vastos conhecimentos técnicos.

Em decorrência das inundações periódicas do lago, os astecas precisaram


construir diques e barragens que viriam a possibilitar o controle do nível da água.
Mas, como o lago Texcoco era salgado, foi necessário encontrar também uma
maneira de conduzir água potável das fontes ao interior da cidade. A solução dos
astecas foi construir aquedutos.
Organização econômica e social
A fim de ampliar as terras agrícolas, eles criaram ainda terraços sobre a água
dos lagos, chamados de chinampas. Nesses canteiros “flutuantes”, eles
cultivavam flores e hortaliças. Apesar de ser uma sociedade essencialmente
agrícola, o comércio também foi uma prática bastante intensa entre os astecas.

A sociedade estava organizada em comunidades aldeãs que produziam em


terras coletivas para a própria subsistência e forneciam excedentes para o Estado
em forma de tributos. Cultivavam-se milho, feijão, pimenta, abóbora, cacau,
algodão, tabaco e uma grande variedade de frutas, legumes e verduras.
Alimentos da América para o mundo
Você sabia que muitos alimentos que consumimos nos dias de hoje
compunham a dieta dos antigos habitantes da América? Além dos exemplos de
alimentos cultivados pelos astecas, sabemos que tomate, abóbora, cacau,
abacaxi, pimenta, mamão, feijão, batata e, principalmente, milho eram a base da
alimentação de antigos povos da Mesoamérica. O cacau também estava presente
na alimentação dos antigos povos da América. Ele era consumido na forma de
bebida. Os maias secavam e moíam as sementes e, depois, acrescentavam à
mistura água, milho, pimenta e outros tempero
Uma sociedade guerreira

A sociedade asteca era dirigida por uma


oligarquia militar, aristocrática e sacerdotal. No topo
desse grupo dirigente estava o soberano, ou seja, o
imperador asteca. As pessoas das comunidades
aldeãs tinham funções de agricultoras-soldados. Elas
pagavam tributos ao imperador e aos sacerdotes por
meio da concessão (doação) de parte do que
produziam na agricultura. Os tributos também eram
pagos com a participação nas guerras ou com a
prestação de serviços na construção de diques,
pirâmides e outras obras.
Organização social
Os artesãos tinham grande prestígio na sociedade asteca. Eles trabalhavam
nas residências, nos templos e também em oficinas instaladas nos palácios do
imperador e dos altos funcionários do Estado. Confeccionavam roupas utilizando
algodão tingido e produziam peças de ouro, prata, pedras semipreciosas e
cerâmica. Os comerciantes eram responsáveis pelo intercâmbio de produtos e
pelos relatos de povos ainda não conquistados. Dessa forma que propussesem
um acordo de submissão das cidades ao Império Asteca, e caso não aceitassem,
os guerreiros deviam realizar a conquista militarmente.
A conquista asteca
A sociedade asteca dominou a Mesoamérica, na maioria das vezes, pelo uso
da força. A guerra era uma das atividades centrais dos astecas. Por meio dela,
dominavam outras sociedades, obrigando-as a reconhecer sua autoridade política
e militar e a pagar tributos. Os tributos eram pagos aos chefes astecas na forma
de produtos como ouro e cacau.

A cultura guerreira era celebrada e difundida em vários momentos da vida


asteca, até mesmo no nascimento, evento considerado como um momento de
luta entre a vida e a morte.
Documentos preciosos: os códices
A palavra “códice” refere-se ao conjunto de desenhos e escritos feitos por
escribas astecas e por outros habitantes da região onde hoje se situa o México,
antes e depois da conquista espanhola. Neles, os antigos habitantes da América
narram eventos importantes da sua história e descrevem a organização do
Império Asteca e cenas da vida cotidiana. Após a conquista, os colonizadores
acrescentaram, às imagens, textos em espanhol. Dois dos códices coloniais mais
importantes são: Códice Mendoza e Códice Florentino.
Documentos preciosos: os códices
A maioria dos códices preservados até os dias
de hoje foi elaborada após a conquista espanhola,
sob a supervisão dos colonizadores. Grande parte
dos documentos produzidos pelos astecas antes
da conquista da América foi destruída pelos
espanhóis, como forma de apagar a memória e os
valores que eram transmitidos naquela sociedade.
Os poucos registros preservados constituem
preciosos documentos para o estudo da história,
da cultura e do modo de vida da civilização asteca.
A educação de crianças no Império Asteca
Com base nas representações do Códice Mendoza, é possível depreender
que a educação asteca era essencialmente prática e bastante severa, marcada
por castigos impostos por pais e tutores às crianças. Meninos e meninas
recebiam educação diferenciada na sociedade asteca. Nos primeiros anos, a
educação dos meninos limitava-se a bons conselhos e a pequenas tarefas
domésticas. Até os 7 anos de idade, os meninos aprendiam a carregar água e
madeira e acompanhavam o pai no mercado. Dos 7 aos 14 anos, eles aprendiam
a pescar e a dirigir os barcos. Aos 15 anos, os jovens podiam entrar para dois
centros de ensino: o calmecac ou o telpochcalli
A educação de crianças no Império Asteca
O calmecac era uma espécie de templo dirigido por sacerdotes e visava
formar sacerdotes e altos funcionários do Estado. Já o telpochcalli, em geral,
educava pessoas para atuar no comércio, em postos menos elevados do Estado
ou nas atividades militares. Nesses centros, os estudantes eram tratados com
menos rigor que na escola sacerdotal.
A educação das meninas cabia às mães. Até os 6 anos de idade, elas
observavam a mãe tecendo e aprendiam diversos serviços domésticos. Depois,
começavam a realizar operações simples no tear. Entre os 7 e os 14 anos, elas
fiavam o algodão, varriam a casa e moíam o milho. Por fim, aprendiam a manejar
plenamente o tear, que exigia prática e habilidade.
A religião asteca
Os astecas eram politeístas e construíram templos para os distintos deuses:
Tlaloc, deus da chuva e do trovão; Quetzalcoatl, deus do vento, da escrita, do
calendário e das artes; Chicomecoatl (ou a Serpente Emplumada), deusa do
milho e da fertilidade; e muitos outros. Em seus templos, os astecas ofereciam ao
sacrifício prisioneiros de guerra ou escravizados.
A religião asteca
Os calendários astecas
No calendário asteca, o ano era
dividido em 18 meses com 20 dias, que
totalizavam 360 dias, cada qual
representado por um símbolo: crocodilo,
vento, casa, lagarto, serpente, cérebro,
veado, coelho, égua, cachorro, macaco,
ervas, cana, jaguar, águia, abutre,
movimento, faca de pedra, chuva e flores.
Havia, ainda, cinco dias especiais,
dedicados aos sacrifícios. Dessa forma,
completavam os 365 dias do ano solar.
Decadência Asteca
Os astecas entraram em decadência a partir de 1519, quando os espanhóis
aportaram à região do Vale do México. O navegador Hernán Cortez com 508
soldados, alguns cavalos, canhões e armas, conquistou a região não apenas com
metais, mas com vírus e bactérias para os quais os organismos dos nativos não
possuíam imunidade. Além disso, coincidiu o fato de os astecas pensarem que os
espanhóis eram enviados dos deuses, representantes de Quetzalcoatl, e, por tal
razão, eles se recusaram a resistir à ofensiva hispânica.

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