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A EBJ é um evento realizado pela juventude da

Assembleia de Deus em Londrina.

O objetivo da Escola é promover comunhão,


edificação e crescimento espiritual para você,
jovem, que enfrenta altíssimas pressões e de-
mandas do mundo.

Nosso foco principal é o ensino da Palavra de


Deus numa linguagem que dialogue com você e
te encoraje a viver os propósitos de Deus para
sua geração.

Esse ano teremos a seguinte programação:

Quinta (19/08)
Início: 20h
Tema: “Uma fé sólida em uma sociedade líquida”
Palavra: Pr. Cleverson Barros

Sexta (20/08)
Início: 20h
Tema: “As Parábolas de Cristo e sua aplicação
para nós hoje”
Palavra: Pr. Pablo Artur

Sábado (21/08)
Início: 18h
Tema: “Igreja para quê”?
Mesa redonda: Alex Molan, Gustavo Vila
e Luiz Marendaz
Palavra: Pr. Abenício de Jesus

Evento Acessível em Libras (Língua Brasileira de


Sinais)

Uso obrigatório de máscara.

Assembleia de Deus Central


Rua São Vicente, 168 - Centro
Londrina - PR
Uma fé sólida em uma
sociedade líquida
Pr. Cleverson Barros
“Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras,
e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que
edificou a sua casa sobre a rocha; e desceu a chuva,
e correram rios, e assopraram ventos, e combateram
aquela casa, e não caiu, porque estava edificada
sobre a rocha”. Mateus 7:24-25

Introdução
Porque chamamos de geração, sociedade ou
modernidade líquida?
- Esse termo é uma analogia
- Por causa das propriedades físicas de um líquido
- O líquido não possuiu uma forma que possa iden-
tificá-lo
- O líquido não fornece base de sustentação
- O líquido não tem firmeza
- O líquido não oferece resistência ao ser amol-
dado a um novo recipiente
- O líquido segue a lei do menor esforço em um
ambiente
- O líquido é levado pelos ventos, pela maré, pelo
movimento das ondas
- O líquido é instável e volúvel

Qual o histórico?
- Iluminismo dos séculos XVII e XVIII
- Modernidade
- A autonomia da razão
- A busca da verdade pelo raciocínio e conhecimento
humano
- O homem como medida de todas coisas
- A destruição das bases sólidas construídas pela tradição
- A revolta contra as instituições históricas
- A rejeição das experiências e conclusões das gerações
anteriores
- A rebeldia contra toda fonte de autoridade (principal-
mente a igreja)
- O desprezo pelas metanarrativas
- A ridicularização do sagrado
- O duvidar de tudo
- A plena confiança que a ciência e a tecnologia nos trariam
todas as respostas e um mundo melhor, justo e de pros-
peridade
- A total decepção e frustração, porque o método científi-
co não trouxe as respostas esperadas e além disso desper-
tou o que há de pior no ser humano
- A angústia do niilismo e do existencialismo materialista

O resultado desse processo: a liquidez social e relacional


- O indivíduo é alçado como um novo deus
- O que vale é a afeição e o sentimento.
- Alcançar o prazer, felicidade e bem-estar é o que importa
- Exigir liberdade, mas sem qualquer responsabilidade
- Não há verdade a ser buscada ou encontrada
- A ética e a moral são construções sociais totalmente
subjetivas e relativas
- É proibido proibir
- É inaceitável a opinião contrária ou a mera proposição de
que pode estar errado
- As palavras amor, justiça, direito, dignidade, família são
resignificadas o tempo todo, de acordo com gosto, momen-
to e conveniência dos detentores do poder econômico,
acadêmico, político e midiático
- Cada um constrói sua identidade e sua realidade

As consequências
- O diálogo é rompido
- Os relacionamentos são descartáveis com meias velhas e
mediados por interesses
- O semelhante, a família, os pais, o cônjuge, os amigos são
meros meios para alcançar os fins do indivíduo
- Não há compromissos
- Não há fidelidade
- Não há identidade
- Não há ética na relação
- Pessoas não suportam ser contrariadas ou confrontadas
- Violência, agressões, indiferença, desprezo, rejeição, medo
- Solidão, desespero, desistência da vida
- Os conceitos e as palavras passam a ser definidos e sig-
nificados por uma relação de poder e não de verdade

Liquidez na vida cristã


- O consumo de cultos, pregações e músicas
- Culto como um “ópio” para esquecer a realidade da vida
- A insatisfação constante com a comunidade
- O sentimento priorizando o conteúdo
- A formação de ídolos teológicos
- A constante comparação entre pessoas e igrejas
- A crítica sem medida
- O desejo por uma igreja a sua imagem e semelhança
- O desprezo pela liderança
- A desvalorização da convivência e da comunhão
- A incapacidade de ouvir o outro e do respeito às opiniões
- A rejeição da tradição e dos costumes
- A ridicularização das gerações anteriores
- A total incapacidade de aceitar exortações, repreensões,
orientações, determinações ou mesmos conselhos
- A revolta quando suas expectativas são frustradas
- O constante lançar de culpa sobre os outros, principal-
mente líderes
- A impaciência com os mais novos e mais velhos
- A espiritualidade pendulando entre extremos do moralismo
e da libertinagem

Os resultados da liquidez
- Homens e mulheres que não conseguem edificar uma casa
(uma vida, uma história, um legado) que consiga resistir às
demandas da vida
- Pessoas sem firmeza, sem fundamento, sem alicerces que
não suportam os ventos, tempestades e inundações
- Vidas à deriva no mar da existência, sendo levadas e
manipuladas por qualquer tipo de vento e pelo movimento
das ondas
- Não conseguem se firmar em lugar nenhum
- Não têm qualquer resistência às adversidades
- Sem direção, sem destino, sem perspectiva
- Massa de manobras dos detentores do poder
- Escravos do seus desejos, sentimentos e emoções
- Facilmente influenciados e manipulados por ideias, ideolo-
gias e modismos
- Facilmente seduzidos por promessas de reconhecimento e
lucro
- Facilmente iludidos por homens, sistemas e discursos

A solução
- O Evangelho, Cristo e a cruz
- Negar-se a si mesmo
- Reconhecer o senhorio de Cristo sobre tudo e sobre
todos
- Reconhecer que não somos o centro do mundo e da
existência, mas sim Jesus Cristo
- Reconhecer que dependemos de algo sólido para suportar
a realidade
- Aceitar a crucificação do velho homem

Construir sua casa sobre a rocha


- Envolve ouvir as palavras de cristo e pô-las em prática no
dia a dia
- Seguir a pisadas do Mestre
- Receber a identidade e propósitos dados por Deus
- Viver não para si, mas para o próximo
- Amar a beneficência, praticar a justiça, e andar de forma
humilde diante de Deus
- Servir as gerações anteriores, com respeito e gratidão e
as próximas gerações com paciência e responsabilidade
- Respeitar as tradições, desde que estejam de acordo com
as escrituras
- Nesse chão firme, sua casa será inabalável!

Conclusão
A Bíblia e a história geral da humanidade já deram provas
irrefutáveis de que o ser humano (sozinho ou em sociedade)
não pode dar conta da realidade, encontrar a verdade e
estabelecer por si mesmo os fundamentos da existência.

Ao virar as costas para Deus e tentar assumir o controle


da realidade, em uma posição de autonomia e rebeldia, só
trouxe e traz dor, desespero, solidão, destruição e morte.

Mas deus, em seu amor e misericórdia está dizendo: eu estou


presente, eu sou teu socorro e fortaleza na hora da an-
gústia, meu amor por você foi demonstrada na cruz do meu
Filho, aceite meu Filho unigênito como seu Senhor, salvador,
autoridade e referência, construa sua casa sobre essa
rocha, rejeitada pelos homens, mas cheia de glória e ver-
dade e os ventos, as tempestades e enchentes da vida não
poderão te destruir.

Saia dos pântanos da liquidez e venha para solidez da rocha


verdadeira.

Deus, em amor, graça e misericórdia, está estendendo a mão


para tirá-lo da lama. Qual a tua decisão?

A posição do cristão nesse mundo líquido


“E não sede conformados com este mundo, mas sede transfor-
mados pela renovação do vosso entendimento, para que experi-
menteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de
Deus”. Romanos 12:2

“Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade;


cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não
atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual
também para o que é dos outros. De sorte que haja em vós o
mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que,
sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a
Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo,
fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de
homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e
morte de cruz”. Filipenses 2:3-8

“Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas; para


que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis,
no meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual
resplandeceis como astros no mundo” Filipenses 2:14-15

“Amados, peço-vos, como a peregrinos e forasteiros, que vos


abstenhais das concupiscências carnais, que combatem contra a
alma; tendo o vosso viver honesto entre os gentios; para que,
naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, glori-
fiquem a deus no dia da visitação, pelas boas obras que em vós
observem”. 1 Pedro 2:11-12

“Antes, santificai ao senhor Deus em vossos corações; e estai


sempre preparados para responder com mansidão e temor a
qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós”
1 Pedro 3:15

“Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da


incorruptível, pela palavra de deus, viva, e que permanece para
sempre. Porque toda a carne é como a erva, e toda a glória do
homem como a flor da erva. Secou-se a erva, e caiu a sua flor;
mas a palavra do senhor permanece para sempre. E esta é a pa-
lavra que entre vos foi evangelizada”. 1 Pedro 1:23-25
As Parábolas de Cristo e sua
aplicação para nós hoje
Pr. Pablo Artur
“Tudo isto disse Jesus, por parábolas à multidão, e
nada lhes falava sem parábolas” Mateus 13:34

Em todo o âmbito literário não há livro mais rico


em material alegóri¬co e em parábolas do que a
Bíblia. Jesus reconheceu o poder e o fascínio da
linguagem pictórica e por isso usou esse recurso
para aumentar o efeito de seu ministério oral.

Embora o uso das parábolas tenha sido carac-


terística ímpar do ensino popular de Jesus, as
parábolas são utilizadas desde a antiguidade e têm
muita influência sobre os povos orientais.

As parábolas foram o meio mais utilizado por


Jesus para explicar e revelar o Reino de Deus e
apresentar tanto o caráter de Deus, quanto suas
expectativas acerca da humanidade.

Definição: O termo “parábola” é a somatória de


duas expressões gregas – para (estar ao lado de)
balei (lançar) – lançar algo ao lado para efetuar
uma comparação ou contraste.

Dentro deste contexto de ensino existem outros recursos


de linguagem que marcam o movimento discipulador de Jesus
(metáfora, símile, alegoria, provérbio).

Alguns detalhes importantes sobre o estudo das parábolas:

Jesus tinha um objetivo quando ensinou


O grande objetivo do ensino de Jesus foi e continua sendo
o reino de Deus.

No estudo da parábola eu preciso compreender o fato


causal
“Um certo credor tinha dois devedores: um devia-lhe quinhen-
tos dinheiros, e outro cinquenta. E, não tendo eles com que
pagar, perdoou-lhes a ambos. Dize, pois, qual deles o amará
mais? E Simão, respondendo, disse: Tenho para mim que é aquele
a quem mais perdoou. E ele lhe disse: Julgaste bem”. Lucas
7:41-43
O que motivou Jesus a contar esta parábola?
“E eis que uma mulher da cidade, uma pecadora, sabendo que ele
estava à mesa em casa do fariseu, levou um vaso de alabastro
com unguento; E, estando por detrás, aos seus pés, chorando,
começou a regar-lhe os pés com lágrimas, e enxugava-lhos
com os cabelos da sua cabeça; e beijava-lhe os pés, e
ungia-lhos com o unguento. Quando isto viu o fariseu que o
tinha convidado, falava consigo, dizendo: Se este fora profeta,
bem saberia quem e qual é a mulher que lhe tocou, pois é uma
pecadora”. Lucas 7:37-39

Aspectos próprios das parábolas de Jesus:

Estilo próprio
Simplicidade e brevidade. Jesus, na maioria das vezes, é obje-
tivo em seus ensinos.
“Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem
ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não
tendes vós muito mais valor do que elas? E qual de vós
poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado à
sua estatura? E, quanto ao vestuário, por que andais solícitos?
Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não tra-
balham nem fiam; E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em
toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles”. Mateus
6:26-29

Associação com o cotidiano


Jesus utiliza elementos e posturas do dia a dia para ilustrar
verdades espirituais para os seus discípulos. Quanto ao uso
das parábolas com propósitos pedagógicos, só há plena
assimilação do ensino quando existe um referencial.
“Que homem dentre vós, tendo cem ovelhas, e perdendo uma
delas, não deixa no deserto as noventa e nove, e vai após a
perdida até que venha a achá-la”? Lucas 15:4

Inversão de valores, subversão da realidade, como forma de


captar a atenção do ouvinte para o ponto central da men-
sagem
Cristo era intencional em sua ação de contrariar o status
quo religioso daquela sociedade.
“E disse: Um certo homem tinha dois filhos; E o mais moço
deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me pertence.
E ele repartiu por eles a fazenda”. Lucas 15:11-12

“E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava


longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão e, corren-
do, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou”. Lucas 15:20
Características das parábolas de Jesus

As parábolas de Jesus são, antes de tudo, histórias breves,


até mesmo austeras
As parábolas não usam mais palavras além do estritamente
necessário. Elas são tão diretas quanto possível. Sua brevi-
dade exclui detalhes desnecessários — de maneira geral.
Tanto pessoas, quanto descrições desnecessárias são omiti-
das e os motivos raramente são abordados.
À exceção de Lázaro e Abraão na parábola do Rico e Lázaro
(Lc 16.19-31), todas as personagens são anônimas. Em
função desse caráter breve das parábolas, é desnecessário
perguntarmos pela mãe na parábola do Filho Pródigo, por
exemplo.

As parábolas são marcadas pela simplicidade e simetria


Jamais vemos mais do que duas pessoas ou dois grupos
juntos na mesma cena. Não vemos o pai interagindo ao
mesmo tempo com o filho pródigo e com o seu irmão mais
velho, ele somente se dirige separadamente à cada um dos
filhos.
É importante atentar-se para a simetria entre as parábolas.
A atenção à simetria é central na interpretação, entretanto
a simetria não deve ser imposta sobre as parábolas.

As parábolas de Jesus se concentram, essencialmente, nas


pessoas
Com exceção da versão encontrada no Evangelho de
Marcos da parábola do Grão de Mostarda (4.30-32), até
mesmo as parábolas que comparam o Reino a uma semente
incluem a semeadura da semente por parte dos seres hu-
manos. As parábolas de Jesus não são relatos que descre-
vem Deus ou o mundo animal e a natureza. Elas se costituem
em “narrativas do estado de normalidade” e refletem a vida
comum da vida na Palestina do século I, a vida dos fazen-
deiros, dos pastores, dos escravos e mestres, das muheres,
dos pais e dos filhos e, ocasionalmente, a vida dos reis.
A sua “humanidade” faz com que as parábolas sejam interes-
santes em si mesmas, mas por serem um reflexo de uma
realidade, o objetivo delas é modificar comportamentos e
criar disciplinas. O seu principal objetivo é instigar as pes-
soas a uma reação.

As parábolas são descrições fictícias tiradas da vida cotidi-


ana, mas elas não necessariamente retratam acontecimentos
cotidianos
Enquanto algumas são realistas, outras não.
Algumas podem se valer de acontecimentos históricos, mas
não descrevem histórias verdadeiras. Em função da hipérbo-
le e de elementos de surpresa e improbabilidade, as parábo-
las normalmente são pseudo-realistas e possuem elementos
que nos chocam.
Por exemplo, é improvável que alguma pessoa que tenha
vivido na Palestina do século I tenha tido uma dívida de
10.000 talentos (equivalente a milhões de reais) como se vê
na parábola do Credor Incompassivo (Mt 18.23-25).

A parábola do credor incompassivo, registrada em Mateus


18.23-35, ilustra o ensino de Jesus sobre o perdão
(18.21,22). Devemos perdoar nosso irmão na mesma medida
em que fomos perdoados por Deus. Porque fomos perdoa-
dos de uma dívida impagável, devemos, semelhantemente, per-
doar aos nossos irmãos. Pedro pergunta a Jesus: Senhor,
até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe
perdoe? Até sete vezes? Jesus respondeu-lhe: Não te digo
que até sete vezes, mas até setenta vezes sete (18.21,22).
Os rabinos haviam chegado à conclusão de que uma pessoa
devia ser perdoada três vezes por um pecado reincidente,
mas não uma quarta vez.
O uso que Cristo faz de setenta vezes sete mostra que o
perdão deve ser oferecido sem limites ou restrições. Por-
tanto, setenta vezes sete não é um cálculo matemático.
Setenta vezes sete é um emblema. Devemos perdoar ilimitada-
mente, como Deus em Cristo nos perdoou (Cl 3.13). Concor-
do com William Hendriksen quando ele diz que o espírito do
genuíno perdão não conhece fronteiras. E um estado de
coração, não uma matéria de cálculo.
Jesus nos fala em primeiro lugar sobre o perdão que re-
cebemos de Deus. Ele ilustra essa verdade sublime narrando
a parábola do credor incompassivo. Há nessa parábola algu-
mas lições dignas de destaque, como vemos a seguir. Em pri-
meiro lugar, Deus ajusta contas conosco (18.23). Nós
somos confrontados por Deus. Precisamos prestar contas
da nossa vida a ele. Deus é o supremo juiz.

Em segundo lugar, nós temos uma dívida impagável


(18.24,25). Jesus usou uma hipérbole ao falar sobre a dívida
desse homem. Tasker diz que a quantia do primeiro débito é
deliberadamente dada com exagero para tornar mais vivido o
contraste com o segundo débito. O servo devia dez mil
talentos. Era impossível que uma pessoa devesse naquela
época uma soma tão astronômica. Um talento equivale a 35
quilos de ouro. Dez mil talentos equivalem a 350 mil quilos
de ouro.
Todos os impostos da Judeia, Pereia, Samaria e Galileia du-
rante um ano somavam oitocentos talentos. Dez mil talen-
tos representavam todos os impostos da nação por treze
anos. O que Jesus queria enfatizar é que aquele homem pos-
suía uma dívida impagável. Ganhando um denário por dia, ele
precisaria trabalhar 150 mil anos para pagar a sua dívida.

As parábolas são atraentes


Elas são contadas com o fim de despertar o nosso interes-
se e vários estratagemas são utilizados para atrair os ou-
vintes e instigá-los a lidar com as questões propostas. Os
elementos de choque e surpresa já foram mencionados. As
parábolas também fazem uso de monólogos (especialmente
em Lucas), diálogos, exageros e detalhes concretos.

As parábolas evocam o raciocínio e demandam decisões. Elas


normalmente exigem que o ouvinte/leitor faça um juízo
acerca dos acontecimentos da história relatada para,
depois, exigir que faça um juízo semelhante sobre questões
religiosas.

A intenção das parábolas é forçar as pessoas ao raciocínio,


normalmente a uma ideia nova e inusitada, para que elas se
aprofundem nessa nova ideia e reajam de acordo com ela.
Algumas parábolas terminam com a afirmação “quem tem ou-
vidos para ouvir que ouça” ou algo similar, que é um chama-
do para que as pessoas abandonem os pensamentos superfi-
ciais e passem a discernir e compreender o impacto que
aquela história quer trazer à sua vida. Muitas parábolas, de
forma implícita, denotavam um conflito entre a opinião de
Jesus e as dos seus ouvintes.

As parábolas de Jesus são teocêntricas


Já mencionei que as parábolas visam à mudança de compor-
tamento e o desenvolvimento de novas disciplinas, mas fazem
isso falando a respeito de Deus e do seu Reino, da nova re-
alidade que Deus procura estabelecer neste mundo. As ten-
tativas de negar que as parábolas fazem referências ao
Reino não têm fundamento.

Como interpretar as parábolas de Jesus


Analise cada parábola de forma completa. Falando de manei-
ra óbvia, se a parábola aparece em mais de um Evangelho,
faça uma análise comparativa dos vários relatos.

Ouça a parábola sem pressuposições referentes à sua


forma ou significado. Não devemos fazer tentativas para
forçar a simetria sobre as parábolas ou pressupor que
que uma parábola deve se conformar a alguma teoria de
parábolas ou mesmo que ela deva refletir alguma teologia
específica

Se desejamos conhecer a intenção de Jesus, precisamos


procurar ouvir a parábola da mesma forma que uma pessoa
da Palestina a ouviria naquela época. Qualquer interpre-
tação que não respirar o ar do primeiro século não pode
estar correta. Isso exige que ouçamos a parábola em um
contexto diferente do nosso e pressupõe que estejamos
familiarizados com este contexto.

Determine especificamente a função da história no ensina-


mento de Jesus. Este é o “x” da questão, e várias coisas
precisarão ser observadas. Começo pela maior atenção à
expressão “no ensinamento de Jesus” — o contexto das
parábolas. Se extrairmos as parábolas do contexto do en-
sinamento de Jesus, poderemos fazer com elas o que bem
entendamos, que é exatamente o caso em muitos estudos.

Interprete o que lhe foi entregue, não o que foi omitido.


Qualquer tentativa de interpretar uma parábola com base
naquilo que está ausente encontra-se, quase que certa-
mente fadada ao fracasso. Todas as parábolas — bem como
todo o restante do material escrito — apresentam lacunas,
saltos que o autor considerou que não afetariam o resul-
tado final. Quanto mais atenção prestarmos àquilo que não
está na parábola sem evidências acerca de que o autor pre-
tendia que chegássemos a uma conclusão específica, tanto
mais estaremos próximos do erro.

Observe onde os ensinamentos das parábolas se mesclam


com os ensinamentos de Jesus em outras porções da Escri-
tura. Esta diretriz extremamente importante é apenas uma
variante dos critérios de múltipla atestação e coerência,
mas que ajudará a evitar erros de interpretação. Se você
não conseguir validar os ensinamentos que considera que
estejam na parábola a partir de outras porções do material
dos Evangelhos, é quase certo que você estará incorrendo
em erro.

Observe onde os ensinamentos das parábolas se mesclam


com os ensinamentos de Jesus em outras porções da Escri-
tura. Esta diretriz extremamente importante é apenas uma
variante dos critérios de múltipla atestação e coerência,
mas que ajudará a evitar erros de interpretação. Se você
não conseguir validar os ensinamentos que considera que
estejam na parábola a partir de outras porções do material
dos Evangelhos, é quase certo que você estará incorrendo
em erro.

Muitas vezes estas mensagens sofreram abusos e foram de-


turpadas, a fim de servirem objetivos ideológicos (teológi-
cos e denominacionais).

Na busca pela interpretação, temos a alegorização das


parábolas. Até o final do século XIX essa era uma prática
comum entre os estudiosos deste tema. Muitos visualizavam
e extraíam interpretações que não estavam conectadas com
o “fato causal” da parábola.
Um exemplo muito citado e bastante revelador é a interpre-
tação que Agostinho faz da parábola do Bom Samaritano
(Lc 10.30-37), na qual praticamente todos os elementos re-
cebem um significado teológico: o homem é Adão; Jerusalém
é a cidade celestial; Jericó é a luz, que representa o
caráter mortal da humanidade; os ladrões são o Diabo e os
seus anjos que roubam do homem a sua imortalidade e lhe
surram a fim de persuadi-lo a pecar; o sacerdote e o levita
são o sacerdócio e o ministério do Antigo Testamento; o
bom samaritano é Cristo; a cicatrização das feridas é a re-
strição ao pecado; o azeite e o vinho são o consolo da es-
perança e o incentivo a obra; o jumento é a encarnação; o
abrigo é a igreja; o dia seguinte é o período posterior a
ressurreição de Cristo; a pessoa que cuida do abrigo é o
apostolo Paulo e os dois denários são os dois mandamen-
tos de amor ou a promessa desta vida e da vida por vir.

A alegorizarão posterior da igreja foi baseada na suposição


de que as Sagradas Escrituras poderiam transmitir um sig-
nificado quadruplo: o literal, o alegórico-teológico, o
ético e o celestial que era um reflexo da felicidade futura.
Igreja para quê?
Pr. Abenício de Jesus
“Jesus, aproximando-se, falou-lhes dizendo: Toda a
autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, por-
tanto, FAZEI DISCÍPULOS de todas as nações, batizan-
do-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito
Santo; ENSINANDO-OS A GUARDAR TODAS AS COISAS
QUE VOS TENHO ORDENADO. E eis que estou convos-
co todos os dias até à consumação do século”.
Mateus 16:18

A igreja é com certeza um assunto bastante


denso e até hoje razão de muitas opiniões, de-
bates, escritos diversos e ela é a razão ou é as-
sociada a grandes transformações que ocorre-
ram na historia da humanidade. E para hoje nossa
aula também será sobre ela. Mais precisamente,
partindo de uma pergunta buscaremos refletir
sobre o papel da igreja.

Assim, para respondermos a contento a pergunta:


Igreja para quê? Precisamos responder algumas
outras perguntas que nos darão mais luzes sobre
o papel ou a função da igreja, seja para os cris-
tãos, seja para os não cristãos. Entender: Quem a
fundou? A quem pertence ou a quem ela serve?
Qual o propósito bíblico da Igreja? Partindo dessas pergun-
tas outras inerentes a essas surgirão e nos permitirão veri-
ficarmos a relevância ou não da igreja para a o nosso con-
texto presente – a igreja da Pandemia e pós-pandemia.

A primeira pergunta que precisamos responder então é: O


que é Igreja?
Essa é uma pergunta pelo conceito ou definição, e ao con-
siderarmos a origem da palavra traduzida no português por
“igreja” vamos chegar no latim ecclesia, e na palavra grega
ekkēsia que nas páginas do Novo testamento na maior parte
das suas ocorrências tem o sentido de uma congregação
ou grupo local de cristãos, tendo sua ênfase maior na re-
união ou ajuntamento com determinada finalidade ao invés
de alguma organização específica.

Três possíveis conceitos do que é Igreja. As duas primeiras


conceituações que são mais comuns a respeito da igreja
são, primeiro apresentá-la como o conjunto de todas as
pessoas que aceitaram a Jesus como o seu Salvador pes-
soal e o seguem como seu Senhor.
A segunda conceituação enfoca para uma comunidade local
de pessoas que têm Jesus como Salvador e Senhor e que se
reúnem com alguma frequência nalgum lugar específico.
E a terceira forma que podemos conceituar o que é a
igreja, é aludindo para algumas figuras que os escritores
do Novo Testamento usam para falar da igreja, e, diga-se
com especial ênfase, que preferimos essa abordagem pois se
deriva da Bíblia e ela é a única e maior fonte do que podem-
os saber e crer a respeito da Bíblia. Escolhemos 3 figuras
em especial pois as 3 nos servem para podermos responder
sobre o valor e o papel da igreja:

– A igreja como CORPO DE CRISTO: Colossenses 1:18,


1 Coríntios 12:27;
– A igreja como LAVOURA DE DEUS e EDIFÍCIO DE DEUS:
1 Coríntios 3:9;
– A igreja como CASA DE DEUS e COLUNA E FIRMEZA DA
VERDADE: 1 Timóteo 4:14-15.

Ao menos em mais de 7 ocasiões diferentes e em 4 cartas


diferentes Paulo vai se referir aqueles que aceitaram a
Jesus como corpo de Cristo ao mesmo tempo que apresenta
Jesus como o cabeça da igreja. Esse corpo é constituído
por membros que devem cooperar a partir de suas particu-
laridades para cumprir o propósito do cabeça – Cristo.

São várias as figuras que esses escritores do NT usam para


se referir a igreja relacionando-a a Deus, a Jesus e ao Es-
pírito Santo, mas independente de quais imagens, seja Paulo,
Pedro ou outro escritor tenham usado, eles se interceptam
na origem, forma e finalidade do porque ela passou a existir
para além de Jerusalém.

Segundo Mateus 16:18 Jesus é quem fundou a igreja cha-


mando-a de “minha igreja”. Segundo 1 Coríntios 14:23-26 e
Efésios 4:12-16 a finalidade da igreja é dupla, a edificação
dos crentes e o cumprimento da missão que Jesus deixou
para os seus discípulos, fazer outros discípulos. Quanto a
forma, fica evidente a exortação para a reunião ou ajuntam-
ento dos que creem.

Já adiantamos de modo bem sucinto a resposta para a se-


gunda pergunta que consideramos necessário responder
para que possamos dar uma resposta para a pergunta
“Igreja para quê?”. A pergunta é sobre quem fundou a igreja.
A resposta a essa pergunta é importante pois a qualidade da
fonte atesta para a qualidade e a importância do “produto”.
Novamente, é importante considerarmos esse aspecto pois
muitos ainda advogam a ideia de que a igreja, em especial a
cristã, é uma invenção humana (para não dizer mesmo diabóli-
ca), e mais especificamente, uma criação com desejos manipu-
lativos dos imperadores romanos e certo grupo de religio-
sos.

Mas, como já anunciado anteriormente, foi Jesus quem rev-


elou a partir da declaração de Pedro – “tu és o Cristo, o
Filho do Deus vivo”, que Ele, edificaria a sua igreja. Perceba
que a declaração “edificarei a minha igreja” tanto indica o
ato da construção, o processo e a posse. Interessante
também que para a ação de Jesus em relação a fundação da
igreja Jesus faz recurso a uma expressão que indica uma
estrutura física ou estrutural. Considerando o pronome
possessivo “minha” vemos aqui também a quem pertence a
igreja e a quem ela deve servir.

Consideremos então a pergunta tema desta aula: Igreja para


quê? E tomemos agora as considerações feitas anterior-
mente para podermos dar uma resposta bíblica que atenda
aos anseios dos jovens cristãos e não cristãos dos tempos
mileniais. Dependendo a quem essa pergunta é feita, teremos
respostas diferentes.

Para alguns a igreja é algo desnecessário ou até mesmo um


grande mal para a humanidade, a indiferença a respeito da
igreja é a realidade em que outros tantos se localizam, e
para outros tantos ela é muito importante ou relevante.
Olhemos então com mais atenção para alguns textos bíbli-
cos que tratam da finalidade ou propósito da igreja para
respondermos a essa importante pergunta.

Segundo o Pr. Jeremias Pereira, a agenda de trabalhos da


igreja já foi deixada por Jesus desde quando fundou a
igreja com os primeiros discípulos. Segundo ele, essa
agenda se explica em dois movimentos: para dentro da igreja
e para fora dela. Entendemos então que para o nobre
pastor que a igreja aqui é tanto o organismo vivo do con-
junto dos fieis como a estrutura organizacional local que
se reúne com alguma regularidade em nome de Jesus.

Tudo o que fazemos no ambiente intra muros deve ser a edi-


ficação dos fieis e tudo o que fazemos fora do ambiente da
casa de oração deve ter como finalidade a evangelização.
Preferimos o termo testemunho ao invés de evangelização,
mas concordamos que essa observação do Pastor Jeremias
sumariza bem qual a tarefa ou finalidade da igreja:
edificação e testemunho.

EDIFICAÇÃO
“Sigamos, pois, as coisas que servem para a paz e para a edifi-
cação de uns para com os outros”. Romanos 14:19

“Portanto, cada um de nós agrade ao seu próximo no que é


bom para edificação”. Romanos 15:2

“Assim, também vós, como desejais dons espirituais, procurai


sobejar neles, para a edificação da igreja”. 1 Coríntios 14:12

“Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós


tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem inter-
pretação. Faça-se tudo para edificação”. 1 Coríntios 14:26

TESTEMUNHO
“Vós sois a nossa carta, escrita em nossos corações, conheci-
da e lida por todos os homens, porque já é manifesto que vós
sois a carta de Cristo, ministrada por nós e escrita não com
tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra,
mas nas tábuas de carne do coração”. 2 Coríntios 3:2-3

“Porque a ardente expectação da criatura espera a manifes-


tação dos filhos de Deus”. Romanos 8:19

“E tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo


mesmo por Jesus Cristo e nos deu o ministério da reconcil-
iação, isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o
mundo, não lhes imputando os seus pecados, e pôs em nós a
palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores da
parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamos-vos,
pois, da parte de Cristo que vos reconcilieis com Deus”. 2
Coríntios 5:18-20

“E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda


criatura”. Marcos 16:15

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