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coragem inquebrantável e a convicção inabalável de gente que renunciou tudo por amor à

verdade

repensar a vida, abandonar o medo e prosseguir com esperança.

Suas explicações sobre o passado são como chaves que abrem os horizontes da compreensão
do presente e descortinam o futuro com precisão e otimismo.

o revisitar os eventos mais marcantes dos últimos dois milênios, você não somente descobrirá
o que fez o mundo ser do jeito que é, mas também vai perceber que nenhum infortúnio é
definitivo, nenhum mal é irremediável, que a vitória segue a luta e que cada dificuldade é uma
oportunidade de superação. Existe um fator capaz de transformar a tragédia em triunfo, a
lágrima em sorriso e o cativeiro em libertação.

O que há por trás dos fatos? O que, ou quem, está nos bastidores das decisões que mudam o
mundo? Haveria um fio condutor unindo os diversos episódios do grande drama da história
humana? Existe um enredo que explica o teatro da vida? Essas são perguntas que, talvez com
outras palavras, todos fazemos.

“Por que estou aqui?” “Por que existe o sofrimento?” “Qual é o propósito da vida?” “Há
esperança para o mundo?” “Qual é o significado das tragédias e catástrofes que abalam o
planeta?”

Estas páginas lhe darão acesso a um remédio eficaz para a ansiedade, que não é um
comprimido, mas a compreensão da realidade, e isso lhe trará paz.

A autora deste clássico foi contemporânea de personalidades como Charles Darwin, Abraham
Lincoln, Karl Marx, Van Gogh, Fiódor Dostoiévski, Santos Dumont, Thomas Edison, Rui Barbosa,
Sigmund Freud e Albert Einstein. Até hoje, o mundo é influenciado, para o bem ou para o mal,
pelas contribuições que esses indivíduos fizeram nas ciências naturais e humanas, nas artes, na
tecnologia, na política e no direito. Assim como eles, mas sem depender deles, Ellen G. White
também forneceu propostas relevantes para compreender e transformar o mundo.

Reformadora social e ativista, ela se empenhou na defesa da abolição da escravatura, da


liberdade civil e religiosa, da educação de qualidade e de um estilo de vida saudável.

-ao passo que o estudante reflexivo e reverente, com percepção mais clara, reconhece a
harmonia subjacente.

Os diferentes autores expõem a verdade em seus variados aspectos. Um autor se impressiona


mais fortemente com um determinado aspecto do assunto e compreende o ponto relacionado
à sua experiência ou à sua habilidade de compreendêlo e apreciá-lo. Outro se identifica com
um aspecto diferente. Sob a orientação do Espírito Santo, cada um apresenta aquilo que
impressionou sua mente com mais força – há um aspecto diferente da verdade em cada um
deles, mas harmonia perfeita em todos. As verdades reveladas dessa maneira se unem para
formar um todo perfeito, adaptado para satisfazer as necessidades humanas em todas as
circunstâncias e experiências da vida.

*Deus confiou o tesouro a vasos terrenos; porém, ele ainda provém do Céu. A mensagem nos é
dada por meio da expressão imperfeita da linguagem humana; mesmo assim, ela é o
testemunho de Deus.
Deus nos deixou o conhecimento necessário para a salvação. Devemos aceitar as Escrituras
Sagradas como a revelação infalível e repleta de autoridade de Sua vontade. Elas são o padrão
do caráter, a revelação das doutrinas e a prova da experiência cristã.

Essa prática de seguir impressões enquanto se negligencia as Escrituras só pode acarretar


confusão, engano e ruína.

Um dos planos de Satanás é usar os erros de extremistas e fanáticos para colocar a obra do
Espírito em descrédito e levar o povo de Deus a negligenciar essa fonte de força que o próprio
Senhor nos providenciou.

Oro também para que os olhos do coração de vocês sejam iluminados, a fim de que vocês
conheçam a esperança para a qual Ele os chamo.

DEUS OROU POR MIM E POR VC!

e a incomparável grandeza do Seu poder para conosco, os que cremos” (Ef 1:17-19).

At 2:38, 39).

. Em toda a história do passado, é possível identificar o mesmo ódio aos princípios da lei de
Deus, a mesma prática de engano, por meio da qual Satanás tentou fazer o erro parecer
verdade, substituir a lei divina pelas leis humanas e levar o povo a adorar a criatura em lugar
do Criador.

Se possível, ele enganaria até aqueles a quem Deus está salvando (Mc 13:22).

O propósito deste livro é mostrar as cenas do grande conflito entre a verdade e o erro, revelar
os enganos de Satanás e como podemos resistir a ele com sucesso, apresentar uma solução
satisfatória para o grande problema do mal, lançando luz sobre a origem e o fim definitivo do
pecado de uma forma que revela plenamente a justiça e a bondade de Deus em todo Seu
relacionamento com Suas criaturas, demonstrando a natureza santa e imutável de Sua lei.
Minha fervorosa oração é que, por meio da influência deste livro, os leitores sejam livrados do
poder das trevas e se tornem “dignos de participar da herança dos santos no reino da luz” (Cl
1:12), para o louvor Daquele que nos amou e Se entregou por nós.

Quando apelos e repreensões falharam, o Senhor enviou o melhor presente dos Céus, o
próprio Filho, a fim de insistir com a cidade impenitente.

A Majestade do Céu em lágrimas! Essa cena mostra como é difícil salvar os culpados das
consequências de violar a lei de Deus. Jesus viu o mundo envolvido em engano semelhante ao
que causou a destruição de Jerusalém.

O grande pecado dos judeus foi rejeitar a Cristo. O grande pecado do mundo seria rejeitar a lei
de Deus, o fundamento de Seu governo no Céu e na Terra.

PAREI EM

Condenação

Paciência

Eles veriam como as profecias haviam se cumprido não só por meioo nascimento e da vida de
Cristo, mas também de Sua morte e ressurreição. Deus não condenou os filhos pelos pecados
dos pais; mas, quando aqueles rejeitaram a luz adicional que lhes concedeu, tornaram-se
participantes dos pecados de seus progenitores e encheram a taça de sua iniquidade.

Em sua recusa obstinada em se arrepender, os judeus rejeitaram a última oferta de


misericórdia. Então Deus retirou deles Sua proteção. A nação foi deixada sob o controle do
líder que havia escolhido. Satanás incitou as paixões mais vorazes e baixas. As pessoas
perderam a razão. Passaram não só a ser controladas por impulso e raiva cega, mas a ser
satânicas em sua crueldade.

Os judeus aceitaram falso testemunho para condenar o inocente Filho de Deus. Agora,
acusações falsas tornavam incerta sua vida. O temor do Senhor não os incomodava mais.
Satanás era o chefe da nação.

No entanto, os líderes por trás dessa obra maligna declaravam que não temiam que Jerusalém
fosse destruída, pois era a cidade do próprio Deus! Até mesmo enquanto legiões romanas
cercavam o templo, muitos judeus ainda acreditavam fortemente que o Altíssimo interviria
para derrotar seus inimigos. Mas Israel tinha voltado as costas à proteção divina e por isso não
teria defesa alguma. SUBESTIMARAM, SE CONFIARAM ...

É assim que o grande enganador tenta esconder a própria obra. Ao rejeitar de maneira
obstinada o amor e a misericórdia divina, os judeus causaram a retirada da proteção divina
sobre eles.

ão temos como saber o quanto devemos a Cristo a paz e proteção que desfrutamos. O poder
refreador de Deus impede que a humanidade se coloque sob o controle total de Satanás.

Os desobedientes e ingratos têm todos os motivos para agradecer pela misericórdia divina.
Mas, quando as pessoas passam dos limites dos apelos pacientes de Deus, a força refreadora é
retirada. Deus não age como executor da sentença contra a transgressão. Ele deixa os que
rejeitam Sua misericórdia colherem o que plantaram. Cada raio de luz rejeitado é uma semente
lançada e produz uma colheita infalível. Quando se resiste com persistência ao Espírito de
Deus, Ele, por fim, Se retira. Então não resta poder para controlar os desejos maus do coração,
nenhuma proteção contra a maldade e o ódio de Satanás.

As pessoas devem tomar cuidado para não negligenciar as palavras de Cristo.

vigiem”, são as palavras do conselho de Cristo (Mc 13:35). Aqueles que obedecerem à
advertência não serão deixados na escuridão.

O mundo não está mais preparado para crer na mensagem desta vez do que na época em que
os judeus receberam a advertência do Salvador sobre Jerusalém. Não importa quando virá, o
dia do Senhor chegará de surpresa para os ímpios. Enquanto a vida prossegue de forma
costumeira, enquanto as pessoas estão absorvidas em prazeres, negócios, no acúmulo de
dinheiro, enquanto os líderes religiosos louvam o progresso do mundo, e as pessoas são
entorpecidas por uma falsa segurança – então, como o ladrão à meia-noite entra furtivamente
na casa desprotegida, súbita destruição sobrevirá aos maus e descuidados “e de modo nenhum
escaparão” 1 TES 5:2-5

Cânticos de triunfo se erguiam do meio das chamas crepitantes. Pela fé, os mártires viam Cristo
e os anjos olhando para eles com o mais profundo interesse e aprovando sua firmeza. Uma voz
vinha do trono de Deus: “Seja fiel até a morte, e Eu lhe darei a coroa da vida” (Ap 2:10).
Por esse motivo, Satanás fez planos de guerrear com maior sucesso contra Deus, fincando seu
estandarte dentro da igreja cristã, a fim de obter por meio do engano aquilo que não
conseguiu pela força. A perseguição terminou. Em seu lugar, vieram os atrativos da
prosperidade e das honras mundanas.

Os adoradores de ídolos começaram a aceitar parte da fé cristã, ao passo que rejeitavam


verdades essenciais. Professavam aceitar a Jesus, mas não tinham convicção do pecado e não
sentiam necessidade de se arrepender, nem de mudar o coração. Com algumas concessões de
sua parte, propuseram que os cristãos transigissem também, a fim de que todos se unissem na
mesma plataforma da “crença em Cristo”.

Corromper a fé. Por fim, a maioria dos cristãos consentiu em abaixar os padrões.

Sentiam que a paz custaria caro demais se precisassem comprá-la sacrificando princípios.

Então como o evangelho pode ser chamado de uma mensagem de paz? (At 10:36). Anjos
cantaram sobre as planícies de Belém: “Glória a Deus nas alturas, e paz na Terra aos homens
aos quais Ele concede o Seu favor” (Lc 2:14). Parece haver uma contradição entre essa
declaração profética e as palavras de Cristo: “Não pensem que vim trazer paz à Terra; não vim
trazer paz, mas espada” (Mt 10:34). Se compreendidas de maneira correta, as duas estão em
perfeita harmonia. O evangelho é uma mensagem de paz. A religião de Cristo, se aceita e
obedecida, espalharia paz e felicidade por toda a Terra. Era a missão de Jesus nos reconciliar
com Deus e uns com os outros. No entanto, a maior parte do mundo está sob o controle de
Satanás, o mais amargo inimigo de Cristo. O evangelho apresenta princípios de vida
completamente opostos aos hábitos e desejos das pessoas, e elas se levantam contra essa
mensagem. Odeiam a pureza que condena o pecado e perseguem aqueles que proclamam
suas santas prerrogativas. É nesse sentido que o evangelho é chamado de espada.

Deus nos deixou evidências suficientes de Seu amor. Não devemos duvidar de Sua bondade
por sermos incapazes de entender Suas obras. O Salvador disse: “Lembrem-se das palavras
que Eu lhes disse: Nenhum escravo é maior do que o seu senhor. Se Me perseguiram,
também perseguirão 15:20). Aqueles que são chamados a suportar tortura e martírio estão
apenas seguindo os passos do amado Filho de Deus.

Sua vida coerente condene os ímpios e incrédulos. Deus permite que os maus prosperem e
revelem o ódio que sentem pelo Senhor para que todos possam reconhecer Sua justiça e
misericórdia quando Ele os destruir por completo. Deus punirá cada ato de crueldade contra
Seus fiéis como se tivesse sido praticado contra o próprio Cristo.

2Tm 3:12

É só haver um reavivamento da fé da igreja primitiva que os fogos da perseguição serão


acesos novamente.

Católica Romana acusa os protestantes de se separarem deliberadamente da igreja verdadeira,


mas foi ela que se afastou da “fé de uma vez por todas confiada aos santos” (Jd 3).

ALGO DE ERRADO NÃO ESTAVA CERTO.!

Satanás sabia muito bem que foram as Sagradas Escrituras que capacitaram o Salvador a
resistir a seus ataques.

A MUDANÇA
A profecia declarou que o papado tentaria “mudar os tempos e as leis” (Dn 7:25). Em
substituição à adoração a ídolos, a adoração de imagens e relíquias foi gradualmente
introduzida na adoração cristã. O decreto de um concílio geral (ver Apêndice) finalmente
estabeleceu a idolatria. Roma ousou remover o segundo mandamento da lei de Deus, que
proíbe a adoração a ídolos, e dividir o décimo mandamento em dois a fim de conservar o total
de dez. Líderes não consagrados da igreja também mexeram com o quarto mandamento,
anulando o antigo sábado, o dia que Deus havia abençoado e santificado (Gn 2:2, 3). Em seu
lugar, exaltaram a festa pagã observada como “o venerável dia do sol”. Nos primeiros séculos,
todos os cristãos guardavam o verdadeiro sábado, mas Satanás atuou para fazer prosperar sua
vontade. A igreja transformou o domingo em uma festa em homenagem à ressurreição de
Cristo. Cultos religiosos eram realizados, mas o dia era visto como um momento de recreação.

A observância ao domingo teve sua origem no “mistério da iniquidade” (2Ts 2:7), que já havia
começado sua obra desde os dias de Paulo.

PAGANISMO SUBSTITUÍDO POR PAPADO

Então começaram os 1.260 anos de opressão papal que as profecias de Daniel e Apocalipse
predisseram (Dn 7:25; Ap 13:5-7; ver Apêndice). Os cristãos foram forçados a escolher: ou abrir
mão de sua integridade e aceitar as cerimônias e a adoração papal, ou consumir a vida em
masmorras e até mesmo sofrer a morte. Cumpriram-se as palavras de Jesus: “Vocês serão
traídos até por pais, irmãos, parentes e amigos, e eles entregarão alguns de vocês à morte.
Todos odiarão vocês por causa do Meu nome” (Lc 21:16; 17).

A ascensão da Igreja Católica Romana ao poder marcou o início da Idade das Trevas. As pessoas
transferiram sua fé em Cristo para o papa de Roma. Em vez de confiar no Filho de Deus para
obter o perdão dos pecados e a salvação eterna, passaram a olhar para o papa e para os
sacerdotes a quem ele concedia autoridade. O papa era seu mediador terreno. Ele ficava no
lugar de Deus para eles. Divergir mesmo que um pouquinho de suas exigências era motivo para
castigos severos. Dessa maneira, a mente das pessoas se afastou de Deus para se aproximar de
homens falíveis e cruéis – e, mais do que isso, do próprio príncipe das trevas que exercia seu
poder por meio deles. Quando seres humanos anulam as Escrituras e passam a se considerar
supremos, só podemos esperar fraudes, enganos e mal degradante.

As pessoas perderam o evangelho de vista e passaram a carregar o fardo de requerimentos


difíceis. A igreja as ensinava a confiar nas próprias obras para expiar os pecados. Longas
peregrinações, atos de penitência, a adoração de relíquias, a construção de igrejas, relicários e
altares, o pagamento de grandes somas para os tesouros da igreja – é isso que ela exigia a fim
de aplacar a ira de Deus ou obter Seu favor.

*****Somente após três dias em jejum e confissão o papa lhe concedeu perdão.

Dessa maneira, Roma encheu seus tesouros e conseguia sustentar a magnificência, o luxo e o
vício dos supostos representantes de Jesus, que nem tinha onde repousar a cabeça

Princípios valiosos

Os jovens aprendiam que todas as suas capacidades pertenciam a Deus e deviam ser
desenvolvidas para Seu serviço.

As igrejas dos valdenses se assemelhavam às do período apostólico. Rejeitando a supremacia


de papas e bispos, ensinavam que a Bíblia é a única autoridade infalível.
Assim como a arca sobre as águas agitadas, a Palavra de Deus supera as tempestades que
ameaçam sua destruição.

Deus projetou a Bíblia para ser um livro com lições para toda a humanidade, revelando a Si
próprio.

Alguns jovens eram enviados de suas escolas nas montanhas para instituições de ensino na
França ou Itália, onde havia um campo mais amplo de estudo e observação do que nos Alpes
nativos. Esses jovens eram expostos a tentações. Mas sua educação na infância os havia
preparado para isso.

Os cristãos valdenses sentiam a solene responsabilidade de fazer sua luz brilhar. Pelo poder da
Palavra de Deus, trabalhavam para quebrar o jugo que Roma impusera.

Os méritos do Salvador crucificado e ressurreto é o alicerce da fé cristã. Assim como o braço


está ligado ao corpo, ou o ramo à videira, nós devemos depender de Cristo.

Os ensinos dos papas e sacerdotes haviam levado as pessoas a ter uma visão de Deus e até
mesmo de Cristo como seres rígidos e temíveis, com tão pouca simpatia que os pecadores
precisavam da mediação de sacerdotes e santos.

Direcionaria a mente somente para Deus, resultando na eventual destruição da supremacia de


Roma. Esses viajantes, apegando-se à fé da igreja primitiva, eram um constante testemunho da
apostasia romana e, por isso, eram odiados e perseguidos. Sua recusa em abrir mão das
Escrituras era uma ofensa que Roma não conseguia tolerar.

Nenhuma acusação poderia ser feita contra o caráter moral desses foragidos. Sua maior ofensa
era não adorar a Deus de acordo com a vontade do papa. Como eram considerados culpados
desse “crime”, cada insulto e tortura que homens ou demônios eram capazes de inventar eram
lançados sobre eles. Quando Roma decidiu exterminar o odiado grupo, o papa decretou uma
bula [edito], condenando os valdenses como hereges e ordenando sua morte.

Esse edito convocava todos os membros da igreja a se unir na cruzada contra os hereges. Como
incentivo, “dispensava todos aqueles que participassem da cruzada de qualquer juramento que
houvessem feito. Legitimava o direito a qualquer propriedade adquirida de maneira ilegal e
prometia o perdão dos pecados àquele que conseguisse matar algum herege. Cancelava todos
os contratos feitos em favor dos valdenses, proibia todas as pessoas de lhes proporcionar
qualquer auxílio e dava poder a qualquer um para tomar posse de sua propriedade”.

Enquanto Wycliffe ainda estava na faculdade, começou a estudar as Escrituras. Antes disso,
sentia uma grande carência, que nem os estudos acadêmicos, nem os ensinos da igreja eram
capazes de suprir. Na Palavra de Deus, encontrou aquilo que buscava. Viu Cristo ser
apresentado como nosso único advogado. Decidiu proclamar as verdades que descobriu.

Quando começou sua obra, Wycliffe não se opôs a Roma. No entanto, quanto mais claramente
reconhecia os erros do papado, com maior avidez apresentava os ensinos da Bíblia. Percebeu
que Roma havia abandonado a Palavra de Deus, trocando-a pelas tradições humanas.

Sem temor, Wycliffe acusava o sacerdócio de haver abandonado as Escrituras e exigia que a
Bíblia fosse restaurada ao povo e sua autoridade estabelecida na igreja novamente. Era um
pregador habilidoso e eloquente, e sua vida diária demonstrava as verdades que pregava. Seu
conhecimento das Escrituras, a pureza de sua vida e sua coragem e integridade obtinham
respeito por toda parte. Muitos viam os males da Igreja Romana.
COMO AS ESCRITURAS CHEGARAM A UMA PESSOAS RICA E TÃO NOBRE COMO WYCLIFEE?

Entretanto, os frades continuavam a se aproveitar do povo supersticioso e levá-lo a crer que


todos os deveres religiosos consistiam em reconhecer a supremacia do papa, adorar os santos
e fazer doações aos monges. Essa seria a maneira segura de garantir um lugar no Céu!

Wycliffe, com clara inteligência, chegou à raiz do problema, declarando que o sistema em si era
falso e deveria ser abolido. Seus esforços despertaram discussões e questionamentos.

Voltou para a Inglaterra a fim de retomar seus ensinos anteriores com maior zelo, declarando
que o orgulho e o engano eram os deuses de Roma.

A chegada das bulas papais colocou toda a Inglaterra sob a ordem de aprisionar o herege (ver
Apêndice). Parecia certo que Wycliffe logo cairia diante da vingança de Roma. Contudo, o
mesmo Deus que declarou a Abrão: “Não tenha medo [...]! Eu sou o seu escudo” (Gn 15:1),
estendeu os braços para proteger Seu servo. A morte sobreveio não ao reformador, mas ao
papa que havia ordenado sua destruição.

Wycliffe conclamou o povo a refletir se esses dois papas não estavam falando a verdade ao
chamar um ao outro de anticristo.

Determinado a espalhar a luz por todas as partes da Inglaterra, Wycliffe organizou um grupo de
pregadores – homens simples e devotos que amavam a verdade e queriam disseminá-la. Eles
ensinavam nos mercados, nas ruas das grandes cidades e nas estradas do campo, procurando
os idosos, enfermos e pobres, anunciando a eles as boas-novas da graça de Deus.

Em Oxford, Wycliffe pregou a Palavra de Deus na universidade. Recebeu o título de “doutor do


evangelho”. Mas a maior obra de sua vida foi a tradução das Escrituras para o inglês, a fim de
que todos da Inglaterra pudessem ler sobre as obras maravilhosas de Deus.

Finalmente a obra foi concluída: a primeira tradução da Bíblia para o inglês. Wycliffe colocou
nas mãos do povo inglês uma luz que nunca se apagaria. Fizera mais para abrir as cadeias da
ignorância, libertar e elevar seu país do que qualquer vitória no campo de batalha havia
realizado até então.

Wycliffe, porém, não se retratou. Defendeu seus ensinos sem temor e refutou as acusações de
seus perseguidores. Convocou os ouvintes a comparecer perante a corte divina e pesou seus
falsos argumentos e enganos na balança das verdades eternas. O poder do Espírito Santo
sobreveio aos ouvintes. As palavras do reformador invadiram seu coração como setas da aljava
do Senhor. Lançou de volta para eles a acusação de heresia que haviam lhe feito. “Com quem
vocês pensam estar lidando?”, perguntou. “Com um velhinho à beira da sepultura? Não! Com a
Verdade. A Verdade é mais forte que vocês e irá derrotá-los.” 5 Depois de dizer isso, ele se
retirou, e nenhum de seus adversários tentou impedi-lo.

Wycliffe demonstrou a mansidão e a humildade de Cristo ao papa e a seus cardeais, revelando


não só a eles, mas a toda cristandade, o contraste entre aqueles líderes e o Mestre a quem
alegavam representar.

UM NOVO TEMPO
O grande movimento que Wycliffe iniciou – a libertação das nações unidas a Roma por tanto
tempo – se originou na Bíblia. Ela foi a fonte de bênção que fluiu pelas eras desde o século 14.
Embora Wycliffe tenha sido educado para considerar Roma uma autoridade infalível e aceitar
seus ensinos e costumes milenares com reverência inquestionável, afastou-se de tudo isso para
ouvir a santa Palavra de Deus. Declarou que a única autoridade verdadeira não era a igreja
falando por meio do papa, mas a voz de Deus se comunicando em Sua Palavra. E ensinava que
o Espírito Santo era seu único intérprete.

Wycliffe foi um dos maiores reformadores. Poucos que vieram depois se igualaram a ele.
Pureza de vida, diligência constante em estudo e labores, integridade incorruptível e amor
cristão caracterizaram o primeiro dos reformadores. Foi a Bíblia quem o fez assim. O estudo
das Escrituras enobrece cada pensamento, sentimento e ambição, de uma forma que
nenhum outro estudo é capaz de fazer. Dá firmeza de propósito, coragem e força. O estudo
fervoroso e reverente das Escrituras pode dar ao mundo pessoas de intelecto mais forte e
princípios mais nobres do que o resultado da melhor instrução disponível em meio às
filosofias humanas.

Um protesto calmo e paciente contra a corrupção da fé religiosa continuou por séculos.

Por meio dos escritos de Wycliffe, João Hus da Boêmia renunciou a muitos dos erros da Igreja
Católica. Da Boêmia, a obra se difundiu para outras terras. A mão divina estava preparando o
caminho para a grande Reforma.

CAP 6

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