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DESVENDANDO OS MISTÉRIOS DO

TARÔ
POR ELISABETH CAVALCANTE
ÍNDICE
O TARÔ COMO INSTRUMENTO PARA O 03
AUTOCONHECIMENTO
O TARÔ E AS IMAGENS ARQUETÍPICAS 04
O INCONSCIENTE COLETIVO 07
O TARÔ E SUA RELAÇÃO COM A 09
MITOLOGIA
ABORDAGENS DO TARÔ 11
SINCRONICIDADE 13
OS ARCANOS MAIORES 14
OS ARCANOS MENORES 20

ELISABETH CAVALCANTE:
Jornalista de formação, há
vinte anos iniciou seus estudos
de astrologia e do tarô. Durante
este período, aprofundou-se
cada vez mais em seu processo
de autoconhecimento através
do budismo e dos ensinamentos
do Mestre Osho.
elisabeth.cavalcante@gmail.com
O TARÔ COMO INSTRUMENTO
PARA O AUTOCONHECIMENTO
O tarô é um baralho especial, composto por
78 figuras: 22 imagens denominadas Arcanos
Maiores e 56 denominadas Arcanos Menores,que
são divididas em quatro naipes, como no baralho
comum, Paus, Copas, Ouros e Espadas, cada naipe
incluindo dez cartas mais as figuras do Pagem, do
Cavaleiro, do Rei e da Rainha.
Sem dúvida, se quisermos fundamentar as
origens do Tarô exclusivamente em evidências
concretas, devemos nos reportar à segunda
metade do século XV, quando as imagens das
cartas foram desenhadas e pintadas na Itália.

Existem inúmero baralhos de tarô que podem
ser divididos em:
Clássicos
Tarô de Sforza – Tarô de Marselha – Tarô Egípcio.
Modernos
Tarô de Salvador Dali – Tarô da Deusa.
Ocultistas
Tarô de Waite e Tarô de Crownley.

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O TARÔ E AS IMAGENS
ARQUETÍPICAS
A palavra “arquétipo”, foi definida pelo
psicanalista suíço Carl Gustav Jung, como
sendo um modelo através do qual os anseios
e as motivações humanas podem se expressar.
Esses valores que permeiam a natureza humana
também podem ser encontrados nas fábulas, nos
provérbios e nos contos de fadas.
Quando ouvimos a expressão arquetípica “pau
pra toda obra” compreendemos muito melhor
esse tipo de linguagem do que uma explicação
dada num linguajar cientifico.
No tarô, as vinte e duas cartas denominadas
Arcanos Maiores, compõem uma série de imagens
que descreve diferentes estágios de uma viagem.
Essa viagem é identificada em vários mitos,
lendas e contos de fadas, além de ser encontrada
também nos ensinamentos religiosos do mundo
inteiro.
É a viagem da vida, que todos os seres
humanos fazem, desde o nascimento, onde
percorrem a infância sob a proteção dos pais,
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depois a adolescência, com seus amores,
conflitos e rebeldias, a seguir a maturidade, com
seus desafios éticos, morais, suas perdas, crises,
desespero, transformação e aprendizagem, até
chegar à etapa final, que advém com a morte
física.
Este ciclo não é apenas cronológico, mas
aquele que acontece várias vezes na vida das
pessoas, pois tudo que nos acontece tem um
começo, meio e fim. Assim, a viagem descrita
pelos Arcanos Maiores é arquetípica e significa
que, não obstante os detalhes específicos que
uma vida possa ter: longa ou curta, banal ou
dramática, boa ou ruim, certos estágios de
desenvolvimento psicológico serão atravessados
por todos nós, indistintamente.
Dessa forma, a viagem arquetípica da vida,
que na realidade é a nossa grande viagem interior,
acontece em vários níveis diferentes e pode ser
encontrada nas inúmeras manifestações artísticas
ao longo dos tempos.
Os níveis interno e externo estão sempre
muito juntos porque a mesma pessoa está
exatamente no centro deles. A adivinhação e
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o aspecto psicológico estão lado a lado com as
figuras dos Arcanos Maiores, pois aquilo que
acontece externamente, está ligado ao que
ocorre em nosso íntimo.
Na realidade as cartas não representam nada
além da psique humana, que contém coisas muito
profundas, sobre as quais sabemos muito pouco,
e estão ligadas ao mundo externo por meio de
algum significado.

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O INCONSCIENTE COLETIVO

Jung foi o primeiro a descobrir e explorar


aquilo que ele denominou “inconsciente coleti-
vo”, esse desconhecido universal na mente do
homem.
Da mesma forma como herdamos os genes dos
nossos antepassados, também herdamos os
meios pelos quais eles existiram.
Referimo-nos ao homem primitivo, que foi
deixado para trás à medida que a civilização
avançava e irrompia no século XX. O homem
que era limitado em conhecimento, mas não
na sua sabedoria simples, a sabedoria que o
homem moderno de alguma forma perdeu, na
enlouquecida guerra de foice tecnológica que
denominamos “modo de vida”.
Os remanescentes dessa era preciosa perma-
necem conosco, profundamente assentados no
nosso inconsciente. Os alicerces da psique do ho-
mem, têm suas raízes no Inconsciente Coletivo. É
como se parte de nós estivesse ligada ao Infinito
ou Deus, ou como quer que se queira chamá-lo.
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Por esse motivo, Jung valorizava enorme-
mente todos os caminhos não-racionais através
dos quais o homem tentara, no passado, explo-
rar o mistério da vida. Esta é a explicação do seu
interesse pela Astrologia e pelo Tarô.
Ele reconheceu, de imediato, que o Tarô
tinha sua origem em padrões profundos do
inconsciente coletivo, e permitia o acesso a esses
padrões através dos seus símbolos arquetípicos.

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O TARÔ E SUA RELAÇÃO COM A
MITOLOGIA
O QUE É MITO?

Os dicionários oferecem várias definições


para a palavra Mito.
Uma delas diz que o mito é uma história
não verdadeira, perspectiva essa que é correta
apenas em um sentido, pois o que é irreal em
termos concretos pode ser também totalmente
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verdadeiro do ponto de vista interno, como uma
experiência subjetiva.
A palavra Mito pode ainda significar um
esquema ou plano e é exatamente este o conceito
que devemos considerar ao estudarmos as cartas
do Tarô.
As imagens míticas são na realidade quadros,
figuras ou representações espontâneas,
provenientes da imaginação do homem, que
descreve em linguagem poética, as experiências
fundamentais e padrões do seu desenvolvimento.
O mito descreve esses padrões de vida por
meio de parábolas, estórias e representações
iconográficas. A mitologia grega é um exemplo
vivo da eternidade e sofisticação da essência do
homem.
E foi exatamente isso que despertou o
interesse da civilização renascentista e as formas
quase sempre místicas que aparecem com tanta
verdade nas cartas do Tarô, que transcendem
as mudanças culturais e de conscientização dos
últimos quatro mil anos, e nos levam à constatação
de nossa ligação com o eterno.

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ABORDAGENS DO TARÔ

Existem duas alternativas para abordagem


das cartas do Tarô. A histórica, basicamente
factual e concreta, e a abordagem psicológica,
basicamente arquetípica.
Com a primeira podemos tentar explicar as
origens e as primeiras intenções das cartas. A
segunda, porém, conduz à psique, que ainda
se apresenta a nós como algo misterioso,
muito embora sejamos atualmente bastante
desenvolvidos cientificamente e dotados de
conhecimentos muito profundos sobre psicologia
do ser humano.
No mundo da psique as experiências
não estão ligadas pela casualidade, mas pelo
significado. Existem outros padrões, que não os
concretos, operando dentro de nós e, a menos
que possamos compreender alguma coisa sobre
a psique humana, o Tarô poderá parecer-nos
altamente assustador ou mesmo perturbador.
As ligações entre os fatos de nossa vida e o
Tarô, não existem porque as cartas sejam mágicas,
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mas sim porque há um significado associado.
Dessa maneira, a forma em que o Tarô opera no
nível da previsão nada mais é do que um espelho
da psique.
O significado arquetípico das imagens
permite que o tarólogo vislumbre uma situação
desconhecida para ele, e tenha uma espécie
de insight em relação ao consulente, revelando
assim, coisas às quais ele não poderia ter acesso
em uma circunstância racional.

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SINCRONICIDADE

Tudo o que acontece em seu mundo objetivo


ou manifesto coincide com as impressões grava-
das no seu subconsciente. Isto é, as experiências
objetivas são um reflexo matemático do estado
de consciência.
O estado de consciência representa o que
você pensa, sente, acredita e aceita mentalmente.
Representa a soma total do condicionamento e das
suas impressões conscientes e subconscientes.
A sincronicidade acontece quando o evento
objetivo coincide ou torna-se paralelo com o seu
estado subjetivo.

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OS ARCANOS MAIORES

A viagem dos Arcanos Maiores é, na realidade,


a viagem do Louco, a primeira das vinte e duas
cartas. Acompanhamos o Louco e, de alguma
forma mais profunda, também o somos, na
medida em que ele emerge da escuridão da
caverna maternal e se lança no desconhecido.

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Nas cartas, encontramos as experiências
fundamentais da infância – os pais conhecidos e
os pais interiores do espírito e da imaginação – nas
cartas do Mago, da Imperatriz, do Imperador, da
Sacerdotisa e do Hierofante. Podemos reconhecer
os conflitos e as paixões do adolescente dentro
de nós, nas cartas dos Enamorados e do Carro.

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Seguindo, iremos nos encontrar com os
tribunais da vida, com os julgamentos, com os
grandes desafios e as tomadas de decisões, nas
cartas da Justiça, da Temperança, da Força e do
Eremita.

Atravessamos crises, perdas e súbitas


mudanças de vida, pelas cartas da Roda da
Fortuna e sofremos o desalento e o desespero,
nas cartas do Enforcado e da Morte.

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Acompanhamos o Louco em confronto
consigo mesmo, na qualidade do arquiteto da
própria vida, nas cartas do Diabo e da Torre. E das
trevas profundas, nasce então a esperança através
das cartas da Estrela, da Lua e do Sol, quando a
luz vence a escuridão e nos reconciliamos com a
vida, pelas cartas do Julgamento e do Mundo.

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As imagens das cartas do tarô são símbolos antigos
e evocam experiências de vida, pertencentes à
condição humana e ao nosso próprio destino. Todas
as cartas possuem um significado ambivalente,
indicando tanto as dimensões positivas quanto
as negativas da experiência.
Dos Arcanos Maiores, nenhuma das vinte
e duas cartas pode ser considerada totalmente
boa ou absolutamente ruim. Na realidade, pode-
se considerá-las mais fáceis ou mais difíceis,
dependendo do tipo de experiência que estejam
retratando no momento.
Todas as cartas dos Arcanos Maiores são ritos
de passagem. São estágios e processos dinâmicos
e não simplesmente resultados ou quadros
estáticos que permanecem inalterados.
Cada estágio da vida conduz a um outro e,
embora nos esforcemos muitas vezes para tentar
manter as coisas ou fazer parar o tempo para que
possamos desfrutar ainda mais de uma situação
confortável, jamais o conseguiremos, pois não
dispomos do poder de reter em nossas mãos o
tempo que mais nos agrada.

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E, assim, ao final da grande jornada, o Louco
começa novamente uma outra, pois a cada objetivo
atingido, a cada meta alcançada, podemos sentir
que mais adiante existe uma outra meta para ser
seguida, e que sempre teremos que perseguir
um novo ideal, ou batalhar por mais um sonho
de forma que cada finalização, cada fechamento
de ciclo, torna-se, na verdade, a preparação para
algo ainda maior, e um novo ciclo se inicia outra
vez.

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OS ARCANOS MENORES

Os quatro naipes do tarô, simbolizados pelo


bastão, pela taça, pela espada e pela moeda,
descrevem simbolicamente as experiências nas
quatro dimensões ou esferas da vida.
O naipe de Copas corresponde ao antigo
elemento água, da qual segundo dizem, surgiu a
vida. Da mesma forma é o mundo dos sentimentos,
pois embora eles mudem e ganhem um colorido
a partir da situação que se apresenta, eles têm
vida, realidade e força própria.
O naipe de Paus corresponde ao antigo
elemento fogo, que segundo a lenda, surgiu
do nada espontaneamente e que tudo podia
transformar, sem ser alterado. O fogo é um
transformador de formas, nem sólido e nem
líquido, volátil, um catalizador que reduz os
objetos aos seus componentes primordiais e lhes
altera a natureza.
Da mesma forma é o mundo da imaginação
e da criatividade, que pode produzir imagens a
partir do nada e que pode transformar objetos
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do mundo real e concreto, infundindo-lhes
significado e objetivo.
O naipe de Espadas corresponde ao elemento
ar, que por ser invisível, acreditava-se ser a
respiração do espírito, que concebeu a idéia da
criação, antes de se tornar manifesta.
Por isso, o ar simboliza os domínios da mente,
as faculdades da conceituação e do pensamento
abstrato que deve preceder cada ato de criação
e que confere estrutura e significado à vida.
O naipe de Ouros corresponde ao antigo
elemento terra, o barro primordial do qual somos
feitos, e para o qual um dia retornaremos. A terra
é nosso princípio e nosso fim. A experiência do
corpo é a realidade original antes que qualquer
imagem, espírito ou sentimento venha habitá-lo.
Pode-se moldar a terra e com ela construir
casas e criar obras, pois a tarefa de viver requer
um ajuste às necessidades básicas do ser
humano que incluem a comida, o abrigo, a roupa
e o dinheiro, que representa o valor, a paga, a
recompensa pelo esforço empreendido.
De um modo geral, os naipes desdobram em
detalhes e a um nível pessoal maior, a viagem
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arquetípica retratada pelas vinte e duas cartas
dos Arcanos Maiores. Cada naipe focaliza em
detalhe um aspecto daquele ciclo maior e serve
para examiná-lo através das inúmeras e diferentes
fases do desenvolvimento.

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Finalmente você vai aprender
TARÔ de forma prática, simples e
divertida com a Taróloga Elisabeth
Cavalcante, criadora do Interativo
Geral de Tarô do Portal Somos Todos
Um.

www.somostodosum.online/tarot/minicurso

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