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Resumo
Abstract
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Assistente Social formada pela Faculdade de Serviço Social da UERJ. Mestranda do curso de Pós-
Graduação em Serviço Social da UERJ. Bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior – CAPES. E-mail: deboracgda@gmail.com
1. INTRODUÇÃO
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De acordo com estudos que trabalham a evolução da privação de liberdade como pena, os fundamentos da
mudança da prisão-custódia para a prisão-pena se deu a partir da segunda metade do século XVII, quando a
pena de morte passou a ser ineficiente frente aos aumentos de delitos. Ressalta-se que antes do referido século,
a prisão era apenas um estabelecimento de custódia criado para que pessoas acusadas de crimes esperassem
a sua sentença, bem como doentes mentais e pessoas privadas do convívio social por condutas identificadas
como desviantes, a exemplo de moradores de rua (chamados de “mendigos”), prostitutas, entre outros.
socialmente úteis, regulando a sua utilização de acordo com as necessidades de valoração
do capital.
Segundo Julião,
um Estado forte para romper poder dos sindicatos e controlar a moeda e de outro
lado, um Estado parco para os gastos sociais e regulamentações econômicas; forte
disciplina orçamentária visando à contenção de gastos sociais e restauração de uma
nova taxa natural de desemprego, com a recomposição do exército industrial de
reserva; reforma fiscal diminuindo impostos para os rendimentos mais altos e o
desmonte dos direitos sociais, implicando quebra da vinculação entre a política
social e esses direitos, que compunha o pacto político anterior (BRISOLA, apud
BERINHG, 2009, p.309).
Nesse sentido, entendemos que o Serviço Social tem sido uma das profissões
demandadas para executar esses programas e projetos, com ações voltadas para a
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As correntes da criminologia positivista e crítica divergem quanto ao significado do termo “ressocialização”, em
que para os positivistas não interessa questionar as leis e a sociedade, e sim os indivíduos, considerados
anormais. Já a criminologia crítica entende que a sociedade que deve ser transformada, e não o “delinquente”
(TEIXEIRA, 2007, pp. 32-34).
inclusão dos ex-presidiários no mercado de trabalho, sua qualificação profissional, entre
outras. Isso porque o surgimento do Serviço Social está atrelado à sociedade burguesa, ao
referido período de acirramento das expressões da questão social na época dos
monopólios, ou seja, para pensar a emergência desta profissão se faz necessário
compreender o movimento pelo qual se engendra a reprodução das relações sociais que
peculiarizam a formação social do capitalismo (Iamamoto e Carvalho, 1982).
Compreende-se por reprodução das relações sociais na sociedade capitalista
Por isso, identificamos que não é possível nas ações do Serviço Social um
atendimento “neutralizado”, ou seja, as ações dos assistentes sociais têm finalidades que
exigem a elaboração do melhor procedimento a ser utilizado, considerando consequências
éticas e fundamentos teóricos. Assim, pautando-se no projeto ético-político considerado
hegemônico, o exercício profissional estará direcionado para a busca de reflexão crítica
sobre a questão social, em uma perspectiva de totalidade, de acordo com os valores
sintonizados com os interesses da classe trabalhadora. O que nos remete a alguns
questionamentos sobre a “metodologia de inclusão social” utilizada no trabalho do Serviço
Social do projeto “Agência da Cidadania”, que tentaremos esclarecer no capítulo seguinte.
4. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
BRISOLA, Elisa. Estado penal, criminalização da pobreza e Serviço Social. In: Ser Social,
Brasília, v.14, n.30, p.127-154, jan./jun. 2012.
FORTI, Valeria L. Ética, crime e loucura: reflexões sobre a dimensão ética no trabalho
profissional. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010.
NETTO, José Paulo. Capitalismo monopolista e serviço social. 6ªed. São Paulo: Cortez,
2007, pp.19-34.