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SETEMBRO 2005
1 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
Abreviações
2 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
GGPAF Gerência Geral de Portos Aeroportos e Fronteiras
GIPEA Gerência de Investigação e Prevenção das Infecções e dos Eventos Adversos
GTDER Gerência Técnica de Doenças Emergentes e Reemergentes
MPU Ministério Público da União
NUCOM Núcleo de Comunicação
RPM Rotações por minuto
SAS Secretaria de Atenção ã Saúde
SCTIE Secretaria de Ciência e Tecnologia e Insumos Estratégicos
SES Secretaria Estadual de Saúde
SI-API Sistema de informação do Programa de Imunizações
SI–CRIE Sistema de Informação dos Centros de Referência para Imunobiológicos
Especiais
SI-EAPV Sistema de Informação de Eventos Adversos pós Vacinação
SI–EDI Sistema de informação de Estoque e Distribuição de Imunobiológicos
SGB Síndrome de Guillian Barré
SCIH Serviço de Controle de Infecção Hospitalar
SMS Secretaria Municipal de Saúde
SST Solução Salina Tamponada
SUS Sistema Único de Saúde
SVS Secretaria de Vigilância em Saúde
MDcK Madin Darby Canine Kidney (linhagem celular para o cultivo do vírus da
influenza)
MAPA Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
MS Ministério da Saúde
OMS Organização Mundial de Saúde
OPAS Organização Pan-Americana da Saúde
PAISSV Programa de Avaliação do Instrumento de Supervisão de Sala de Vacina
PBS Solução de Tampão de Fosfato
PCIH Programa Nacional de Controle de Infecção Hospitalar
PROCC Programa de Computação Científica
PROJU/MS Procuradoria da Justiça/Ministério da Saúde
UBS Unidade Básica de Saúde
USF Unidade de Saúde da Família
3 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
UTI Unidade de Terapia Intensiva
VISA Vigilância Sanitária Estadual
VRS Vírus respiratório sincicial
4 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
Comitê Técnico - Plano de Contingência para uma Pandemia de Influenza
ANVISA
GGPAF Dirciara Souza Cramer de Garcia *
GGTES Leandro Queiroz Santi*
MAPA
DAS Marcelo de Andrade Mota*
MS
FIOCRUZ
– Bio-Manguinhos Juçara P. Nascimento*
– PROCC Claudia T. Codeço*
– Far-Manguinhos Fernanda Barbosa Lima*
– IOC Marilda M. Siqueira*
– IPEC Marli Jane Costa*
SAS
– DAB Daisy Maria Coelho Mendonça *
Tânia Cristina Walzberg
Deurides Navega
– DAE Fabíola Scancetti Tavares*
Elaine Lopez
SCTIE
– DAF Ricardo Antônio Barcelos *
SVS
– C. Ref. Prof. Helio Fraga Hisbello da Silva Campos*
– CGDT Eduardo Hage Carmo
Fernando Ribeiro Barros*
Luciane Zappelini Daufenbach
– CGLAB Heloiza Helena C. Bastos
– CGPNI Sirlene de Fátima Pereira
Laura Dina B.B.S.Arruda
– GTDER Vera Gattas
– IEC Wyller Alencar de Mello*
– NUCOM Andre Falcão do Rêgo Barros*
Lúcio Costa Ribeiro
SES/SP
– IAL Terezinha Maria de Paiva*
– Instituto Butantan Hisako Gondo Higashi*
5 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
OPAS Cristiana Toscano*
ANVISA
GGTES Cíntia Faiçal Parenti
CGPAF Dirciara Souza Cramer de Garcia
MAPA
DAS Marcelo de Andrade Mota
MS
SAS
– DAB Tania Cristina Walzberg
Wagner Rubens Bressanim
SCTIE
– DAF Marisete Dalenogare
SVS
– CGDT Eduardo Hage Carmo
Fernando Ribeiro Barros
Gisele de Cássia Barre Araújo
6 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
Colaboradores
ANVISA
GGTES
– GIPEA Adélia Aparecida Marçal dos Santos
– GINFS Regina Maria Gonçalves Barcellos
Adjane Balbino de Amorim
– GTOSS Maria Angela de Avelar Nogueira
Maria Dolores Santos da Purificação
MS
SVS
CGPNI Carmen Silvera
Eudemberg Pinheiro da Silva
Luiza de Marilac Meireles Barbosa
José Evoide de Moura Junior
Sâmia Samad
7 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
Resumo Executivo
8 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
As seguintes questões são essenciais na estruturação da capacidade de resposta do
país para minimizar o impacto de uma pandemia de influenza: a capacidade de detecção
precoce; a utilização oportuna e racional de drogas antivirais e de vacinas, considerando
suas disponibilidades reais e de acordo com princípios e protocolos previamente
estabelecidos, e o desenvolvimento da capacidade tecnológica para produção nacional de
vacinas.
Este documento foi redigido por membros de um grupo técnico especialmente
constituído para este fim por meio da SVS/MS, tendo como base as discussões acumuladas
até o momento no âmbito do Comitê Brasileiro de Preparação do Plano de Contingência para
uma pandemia de influenza [Portaria N° 36, de 22/12/03, publicado em 23/12/04], as
orientações da OMS, a bibliografia disponível sobre a situação epidemiológica atual da
influenza e a consulta a planos de contingência de outros países.
Constitui-se numa versão preliminar do Plano Brasileiro, resumindo a situação
epidemiológica atual, explicitando e adaptando as orientações da OMS e sistematizando a
situação da infra-estrutura do SUS para o enfrentamento de uma pandemia em relação à:
vigilância epidemiológica, atenção básica e especializada, controle de infecção hospitalar,
uso de vacinas e antivirais, a legislação vigente e algumas orientações técnicas já existentes
relacionadas à vigilância, prevenção controle da influenza no nível individual e coletivo. As
ações e atividades propostas estão definidas segundo os distintos períodos e fases de
preparação e expressam o estágio atual de discussão técnica sobre a preparação do Brasil
para a pandemia de influenza, devendo ainda incorporar a contribuição de outros atores
institucionais e da sociedade civil. As atividades propostas deverão ser revistas
periodicamente, de acordo com a avaliação da situação epidemiológica. Prevê-se que sua
execução seja gradual, de acordo com a análise de situações concretas de risco, além da
realização de simulações para testar os procedimentos de emergência que deverão ser
adotados em situações reais.
Chama-se a atenção que as dimensões deste problema extrapolam o setor saúde e
que há necessidade da participação ativa dos demais órgãos e níveis de governo e da
sociedade para o seu sucesso. Esta versão preliminar deverá então ser discutida nos
distintos fóruns de decisão das políticas de saúde do país e de controle social do Sistema
Único de Saúde e nas demais instâncias de decisão dos governos federal, estaduais e
municipais.
9 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
Por fim, considerando-se os compromissos internacionais do Brasil referentes ao
controle de doenças transmissíveis, espera-se que esse Plano de Contingência fortaleça a
capacidade interna de resposta rápida do país frente a outras situações de emergência
epidemiológica relacionadas à disseminação de doenças de transmissão respiratória.
10 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
Introdução
11 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
(IBAMA) e o Ministério da Agricultura, Pecuário e Abastecimento (MAPA) , de pesquisa de
vírus influenza em aves migratórias, quando foi identificado vírus de influenza aviária de
baixa patogenicidade; o estudo, em parceria com a OPAS, sobre a sazonalidade da
circulação dos vírus influenza em uma região tipicamente tropical do país; estudos
ecológicos sobre internações por influenza e causas associadas; a designação de um comitê
técnico para discutir o plano de contingência; a encomenda de uma modelagem matemática
para o desenho de cenários pandêmicos e a organização de um Seminário Internacional
para a troca de experiências com países que estão mais adiantados no seu processo de
preparação para uma pandemia.
12 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
- Desenvolver mecanismos de cooperação com centros de produção de conhecimento
científico e tecnológico para estudar aspectos particulares das intervenções propostas
(eficácia e efetividade de uma nova vacina, resistência aos antivirais, efetividade do uso
de antivirais em situação pandêmica, eventos adversos, etc.);
- Implementar mecanismos de articulação intra e intersetorial.
Os objetivos deste Plano só serão alcançados com os esforços coordenados de todas
as três esferas governamentais e as não governamentais no seu planejamento e execução.
Como todo plano, ele não pode ser estático e deverá ser aperfeiçoado de acordo com as
necessidades operacionais, com a incorporação de novas tecnologias e com as mudanças
no cenário epidemiológico.
13 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
Estrutura do Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza
14 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
CAPÍTULO 1
15 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
1.1. Influenza: aspectos epidemiológicos e o risco de uma nova pandemia
A influenza ou gripe é uma infecção viral aguda do sistema respiratório com
distribuição global e elevada transmissibilidade (Brasil, 2002). A doença é causada pelo
vírus influenza, um vírus RNA de fita simples. O vírus da influenza é transmitido de forma
direta (principalmente pela geração de gotículas quando uma pessoa infectada tosse, espirra
ou fala, mas também pelo ar, através da inalação de pequenas partículas residuais) ou por
contato indireto, através de fômites (Brasil, 2002). A influenza tem alta taxa de ataque,
disseminando-se rapidamente em ambientes fechados; as crianças menores de dois anos,
os idosos e os indivíduos de qualquer idade com determinadas doenças crônicas ou
imunodepressoras são os grupos populacionais de maior risco para as complicações da
doença, principalmente as infecções bacterianas secundárias. Dentre os fatores
predisponentes à infecção respiratória aguda em crianças, o estado nutricional, o baixo peso
ao nascer e o número de pessoas por domicílio são expressivos determinantes, além de
outros como aglomeração, nível de escolaridade da família, ausência ou aleitamento materno
inadequado, poluição e inalação passiva de fumo (NICHOLSON, 1998; COX, 1999;
MALHOTRA, 2000).
Os vírus influenza, de acordo com perfis antigênicos característicos, são subdivididos
em três tipos: A, B e C. Os vírus influenza A causam periodicamente epidemias e pandemias,
com taxas elevadas de morbidade e mortalidade. Os vírus influenza B estão associados a
surtos esporádicos e também podem provocar doença grave.
Do ponto de vista biológico, uma das explicações para a emergência de cepas
epidêmicas ou pandêmicas remete para as características do genoma viral do vírus influenza
A e da existência de múltiplos reservatórios do agente infeccioso na natureza, o que favorece
a ocorrência de mutações pontuais durante o processo de replicação do genoma viral,
promovendo a formação de novas cepas (também chamadas novas variantes) dentro de um
mesmo subtipo. Os subtipos são determinados por duas glicoproteínas localizadas na
superfície do envelope viral, a hemaglutinina (H) e a neuraminidase (N). Até o momento, já
foram identificadas 16 glicoproteínas H e 9 glicoproteínas N em animais, incluindo o homem.
Se essas novas variantes apresentam alguma identidade antigênica com a variante anterior,
ou seja, resultam de um processo de evolução dentro de um mesmo subtipo, chama-se de
alterações drift (Stambouliam et. al., 2000). No entanto, distintos subtipos infectam
diferentemente aves e mamíferos e dependendo das condições ambientais e das alterações
drift, subtipos específicos de aves podem infectar mamíferos. Quando isso ocorre, existe a
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probabilidade de dois ou mais subtipos infectarem simultaneamente um mesmo hospedeiro
ou reservatório. Com isso, pode ocorrer a troca de genes entre diferentes subtipos,
fenômeno conhecido como rearranjo ou alterações shift. Esses novos subtipos formados são
potencialmente pandêmicos, pois há pouca identidade antigênica entre subtipos com
diferenças expressivas nas hemaglutinina e neuraminidase, tornando toda a população
humana susceptível a esse novo subtipo (Malhotra & Krilov, 2000 e Freitas, 2005).
Até 1997 acreditava-se que haveria necessariamente um rearranjo ou alteração shift
em suínos para um vírus influenza aviário se adaptar à replicação em humanos e causar a
doença. Naquele ano, em Hong Kong, foi documentada pela primeira vez a transmissão
direta do vírus influenza aviário de alta patogenicidade (H5N1) da ave para humanos, o que
significa que o papel de “misturador de genes” até então atribuído apenas aos suínos
também pode vir a ser desempenhado pelo homem. Episódios de transmissão direta
ave/homem da cepa H5N1 têm se repetido em alguns países do Sudeste Asiático desde o
fim do ano de 2003, onde a população, por aspectos culturais e comerciais, tem uma grande
interação com aves e suínos. Existem evidências de transmissão inter-humana desta cepa
em alguns clusters familiares, o que aumenta o risco da emergência de uma nova cepa
pandêmica não só via intercâmbio genético com cepas humanas, mas também por meio de
um fenômeno conhecido como mutação adaptativa, que resulta da passagem sucessiva de
uma cepa aviária no organismo humano, através de distintos clusters, adquirindo
estabilidade biológica suficiente para uma transmissão sustentada entre seres humanos.
As evidências históricas sugerem que pandemias ocorrem três a quatro vezes por
século. No último século ocorreram três pandemias de influenza ("Gripe Espanhola "em
1918-19; "Gripe Asiática" em 1957-58 e a "Gripe de Hong Kong" em 1968-69), sendo que o
intervalo entre elas foi de 11 a 44 anos. (STAMBOULIAN, 2000). O pior cenário, o da Gripe
Espanhola de 1918-19, provocou em torno de 20 a 40 milhões de óbitos no mundo. Em
todas as últimas três pandemias, identificou-se um aumento da taxa de mortalidade entre
pessoas com menos de 60 anos de idade; em 1918-19, a maior taxa de mortalidade ocorreu
em adultos na faixa etária de 20 a 40 anos de idade (Canadian Plan, 2004).
Do ponto de vista epidemiológico, as epidemias e pandemias de influenza estão
associadas às modificações na estrutura da sociedade que favorecem a disseminação de
uma nova cepa, em contextos ecológicos, sociais e espaciais concretos. Assim, deve ser
lembrado que o contexto histórico e o estágio do conhecimento científico em que as últimas
pandemias ocorreram foram bastante distintos: a Gripe Espanhola aconteceu ao final da I
17 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
Guerra Mundial, num momento em que as tecnologias disponíveis em relação a prevenção e
ao controle de doenças infecciosas ainda eram muito limitadas (por exemplo, a síntese da
penicilina e a descoberta do vírus influenza só ocorreram cerca de 10 anos após o fim
daquela pandemia); por outro lado, as pandemias de 1957 e de 1968 tiveram um impacto
muito maior na morbidade do que na mortalidade.
As evidências geradas pela análise dessas pandemias e o conhecimento epidemiológico
atual permitem elencar os seguintes fatores que devem ser considerados na análise da
emergência de uma nova pandemia de influenza:
– O surgimento de uma nova cepa do vírus influenza A, por meio de um processo de troca
genética entre cepas de espécies diferentes ou de mutação adaptativa;
– A eficiência da transmissão do agente infeccioso
– A patogenicidade e a virulência da nova cepa
– A existência de grandes contingentes de população com pouca ou nenhuma imunidade a
esta nova cepa;
– As taxas de contato efetivo, ou seja, a probabilidade que um indivíduo infectado
efetivamente transmita a doença a um susceptível;
– A base técnico-científica da sociedade e a democratização do acesso aos avanços;
– A capacidade de resposta rápida das autoridades de saúde pública.
No cenário atual há um grande risco da emergência de uma nova pandemia de
influenza, que pode produzir um impacto importante na morbimortalidade, na segurança
pública e na economia dos países afetados. Estima-se que um vírus pandêmico oriundo da
Ásia poderia chegar às Américas em menos de três meses, com rápido potencial de
disseminação neste Continente.
CAPÍTULO 2
Pandemia de influenza e suas fases
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A Organização Mundial de Saúde (OMS) define uma pandemia de influenza em
diferentes períodos e fases, que abordam a influenza humana e animal como risco em saúde
pública. Esta terminologia comum facilitará a articulação, a padronização e a transparência
da comunicação e dos esforços no planejamento e resposta frente a uma pandemia de
influenza no Brasil e nos diferentes países.
A OMS define os seguintes períodos e fases a serem observadas no planejamento
das respostas a uma pandemia de influenza (Quadro 1):
Quadro 1. Períodos e fases de uma pandemia de influenza, de acordo com a Organização Mundial de
Saúde
Período Fases Definição da OMS Recomendações
Não há detecção de novos subtipos de vírus
influenza em humanos. Fortalecer os preparativos para
1 Presença de um subtipo viral que já causou uma pandemia de influenza em
Fase 1
infecção em humanos no passado em escala mundial, regional e
reservatórios animais não humanos e baixo nacional.
Interpandêmico risco de infecção humana.
Reduzir ao mínimo o risco de
Aumento do risco de transmissão para seres
transmissão nos seres
humanos do novo subtipo viral que circula em
Fase 21 humanos, detectar e notificar
animais referido na Fase 1.
rapidamente a transmissão,
quando ocorrer.
Detecção de um ou mais casos de infecção Rápida caracterização do
humana com o novo subtipo viral, sem subtipo viral e detecção,
Fase 32
transmissão inter-humana ou, se existente, notificação e resposta oportuna
limitada a contatos íntimos (casos raros). aos casos adicionais.
Conter o novo vírus nos focos
Detecção de conglomerados de transmissão ou retardar sua propagação a
inter-humana com poucos casos e fim de ganhar tempo para
Fase 42 geograficamente localizados, o que indica agilizar as medidas de
Alerta pandêmico que o vírus ainda não adquiriu boa preparação, entre elas a
adaptabilidade aos seres humanos. preparação da vacina contendo
a cepa pandêmica.
Detecção de conglomerados de transmissão
Conter ou retardar a
inter-humana ainda geograficamente
propagação, a fim de evitar uma
limitados, porém atingindo um maior número
Fase 52 pandemia e ganhar tempo para
de pessoas, indicando que o vírus está se
agilizar as medidas de
adaptando melhor nos seres humanos (risco
respostas anti-pandêmicas
pandêmico considerável).
Pandêmico Fase 6 Pandemia: transmissão ampliada e Reduzir as repercussões da
1
A diferença entre as Fases 1 e 2 tem como base o risco de infecção ou adoecimento em humanos oriunda das cepas que circulam nos
animais. Para essa avaliação consideram-se, de acordo com o conhecimento científico vigente, os fatores: patogenicidade da cepa nos
animais e nos humanos, presença de infecção em animais domésticos e ou somente na fauna silvestre, se é um vírus enzoótico ou
epizoótico, se está localizado ou generalizado geograficamente, ou outros critérios).
2
A distinção entre as Fases 3, 4 e 5 tem como base a avaliação de risco de pandemia. Para essa avaliação consideram-se, de acordo com
o conhecimento científico vigente, os fatores: taxa de transmissão, localização geográfica e propagação, gravidade da doença, presença de
genes provenientes de cepas humanas (quando o vírus é proveniente de cepa animal) e outros critérios científicos.
19 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
sustentada na população em geral. pandemia.
Como pode ser observada, esta divisão em fases é baseada na avaliação do risco de
propagação da doença em diferentes situações. Assim, os continentes e países do mundo
poderão encontrar-se em distintas fases pandêmicas, com a expectativa de mudança entre
elas a cada momento, seja avançando ou retrocedendo na escala de risco, dependendo da
efetividade das ações de vigilância e controle adotadas em cada momento.
Tomando-se por referência esta classificação da OMS, a literatura referente a
pandemias anteriores, os Planos de Contingência do Canadá, Estados Unidos da América e
da Inglaterra e a análise da situação epidemiológica mundial atual, propõe-se a adoção de
níveis de alerta internamente para o Brasil (Quadro 2). Ressalta-se que a premissa para a
definição desses níveis de alerta é que o surgimento de uma nova cepa pandêmica e sua
adaptação em seres humanos dar-se-á nos países asiáticos e posteriormente será
disseminada aos demais continentes. A partir do momento em que for comprovada a
eficiência de transmissão de uma nova cepa pandêmica avalia-se que o tempo de entrada da
mesma no nosso país varie de poucos dias a no máximo três meses, principalmente em
função da velocidade dos meios de transporte e do processo de globalização. Vale ressaltar
que os níveis de alerta devem ser considerados como flexíveis e mutáveis de acordo com o
cenário pandêmico vigente.
Abaixo, para fins de planejamento e resposta, apresentam-se os níveis de alerta para
o Brasil.
Quadro 2. Níveis de Alerta no Brasil, de acordo com diferentes períodos e fases pandêmicos.
Períodos Fases Níveis de Alerta no Brasil Recomendações
Interpandêmico
Fase 13 Não há detecção de novos subtipos de Manter as atividades de rotina da
3
A diferença entre as Fases 1 e 2 tem como base o risco de infecção ou adoecimento em humanos
oriunda das cepas que circulam nos animais. Para essa avaliação consideram-se, de acordo com o
20 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
vírus influenza em humanos no Brasil e vigilância, prevenção e controle da
no Mundo. influenza
Não há detecção de novos subtipos de
vírus influenza em humanos no Brasil. Iniciar o processo de preparação ou de
Presença de um subtipo viral que já revisão do Plano de contingência; adequar
as estratégias da vigilância da influenza
Fase 23 causou infecção em humanos no
animal; fortalecer e aperfeiçoar a vigilância
passado em reservatórios animais não epidemiológica da influenza em escala
humanos e baixo risco de infecção nacional.
humana.
Acelerar o processo de preparação ou de
Detecta-se um ou vários casos de revisão do Plano; Manter o sistema de
infecção humana com um novo subtipo vigilância em alerta para a detecção,
Fase 34 viral em algum país estrangeiro de outro notificação e investigação oportunas de
Continente. formas graves de doença respiratória em
pessoas oriundas da região afetada.
Concluir a elaboração do Plano; manter o
sistema de vigilância em alerta para a
Detecta-se conglomerados de detecção, notificação e investigação
transmissão inter-humana com poucos oportunas de formas graves de doença
casos em algum país estrangeiro de respiratória em pessoas oriundas da região
Fase 44 outro Continente. afetada em áreas estratégicas (grandes
centros urbanos, portos e aeroportos
internacionais, entre outros); planejar e
realizar a simulação das ações
emergenciais previstas no Plano
Alerta pandêmico
Disparar nível de alerta no país: detecção,
Detecta-se conglomerados de notificação e investigação oportunas de
transmissão inter-humana com maior formas graves de doença respiratória em
número de casos em algum país de pessoas oriundas da região afetada em
Fase 54 outro Continente e/ou detecção da cepa áreas estratégicas (grandes centros
pandêmica em algum país das urbanos, portos e aeroportos internacionais
Américas (exceto Brasil). e em outros pontos de ingressos de
estrangeiros no país);
Disparar nível de alerta máximo no país:
detecção, notificação e investigação
precoces de casos suspeitos em qualquer
ponto do território nacional; adotar medidas
Fase 64 Detecção da cepa pandêmica no Brasil
de bloqueio de transmissão do caso
primário e casos secundários; avaliar a
necessidade de suspender as atividades
de caráter coletivo, etc.
Epidemia no Brasil devido a Minimizar a morbidade, a mortalidade e o
Pandêmico Fase 7 disseminação da cepa pandêmica. impacto econômico e social.
Concluir as análises do impacto na
Cepa pandêmica do vírus influenza deixa
morbimortalidade e econômico-social.
Pós-Pandêmico Fase 8 de circular; morbidade e mortalidade
Reorganizar a estrutura da rede
retornam aos níveis endêmicos.
assistencial, entre outros. Retorna-se às
conhecimento científico vigente, os seguintes fatores: patogenicidade da cepa nos animais e nos
humanos, presença de infecção em animais domésticos e ou somente na fauna silvestre, se é um
vírus enzoótico ou epizoótico, se está ou não geograficamente localizado, entre outros critérios.
4
A distinção entre as Fases 3, 4 e 5 tem como base a avaliação de risco de pandemia. Para essa
avaliação consideram-se, de acordo com o conhecimento científico vigente, os seguintes fatores: taxa
de transmissão, localização geográfica e propagação, gravidade da doença, presença de genes
provenientes de cepas humanas (quando o vírus é proveniente de cepa animal) e outros critérios
científicos. A distinção entre as Fases 5 e 6 baseia-se na avaliação do risco de introdução e
disseminação iminentes da cepa pandêmica no país.
21 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
recomendações da Fase 1 do período
Intepandêmico.
CAPÍTULO 3
Estrutura atual da Vigilância, da Atenção à Saúde e da Informação e Comunicação em
Saúde no Brasil
22 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
3.1. A Vigilância da Influenza no Brasil
O Ministério da Saúde iniciou no ano 2000 a implantação de um Sistema de Vigilância
da Influenza em âmbito nacional, cujos objetivos são monitorizar as cepas dos vírus da
influenza que circulam nas regiões brasileiras, responder a situações inusitadas, avaliar o
impacto da vacinação contra a doença, acompanhar a tendência da morbidade e da
mortalidade associadas à doença e produzir e disseminar informações epidemiológicas.
23 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
análise rotineira de dados ecológicos sobre as internações e óbitos por influenza e causas
associadas, o que possibilita a observação do padrão de ocorrência da gripe em regiões com
aspectos climáticos distintos.
Implantado
AL (Maceió)
AM (Manaus)
BA (Salvador)
CE (Fortaleza)
DF (Brasília)
ES (Vitória)
GO (Goiânia)
MG (Belo Horizonte e Varginha)
MS (Campo Grande)
RJ (Rio de Janeiro)
SC (Florianópolis)
SE (Aracaju)
SP (São Paulo)
PA (Belém)
PE (Rec ife)
PR (Curitiba)
RN (Natal)
RS (Porto Alegre, Caxias do Sul e Uruguaiana)
RR (Boa Vista)
TO (Palmas)
Em implantação
MT (Cuiabá)
PB (João Pessoa)
Não Implantado
24 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
No Brasil estão credenciados pela OMS como Centros de Referência para Influenza
as seguintes instituições: o Instituto Evandro Chagas (IEC/SVS/MS), o Instituto Adolfo Lutz
(IAL/SP) e o Instituto Oswaldo Cruz (FIOCRUZ/MS). Na organização interna da rede de
laboratórios do país, os dois primeiros estão classificados como de Referência Regional e o
último como de Referência Nacional.
Instituto Evandro Chagas AL, AM, CE, PA, PB, PE, RN, RR e SE
25 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
hemaglutinação (HI), que permite classificação de acordo com as variações antigênicas
presentes em cada amostra viral. Para esta análise, utiliza-se um painel de antígenos e
soros específicos para cada variante, fornecidos pela OMS. A detecção por isolamento viral e
HI é realizada nos três laboratórios de referência e amostras representativas dos vírus
identificados pertencentes a cada subtipo são enviados ao CDC/Atlanta para confirmação e
análise com um painel ampliado de antígenos e soros imunes.
Fase 2
27 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
- Aprimorar o acompanhamento da situação epidemiológica da influenza no cenário
internacional e nacional;
Fase 3
Fase 4
Fase 5
28 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
- Desenvolver atividades de vigilância ativa para a detecção precoce de casos graves de
doença respiratória em indivíduos provenientes das áreas afetadas, principalmente em
grandes centros urbanos e em outros pontos de ingresso de estrangeiros no país;
Fase 6
Fase 7
29 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
Fase 8
30 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
ainda é limitada, particularmente em grandes centros urbanos. Atualmente, existem 23.097
equipes cadastradas e em funcionamento, com 200.193 agentes comunitários dando
cobertura a uma população de 74.523.803 habitantes (que corresponde a aproximadamente
42% da população brasileira), além de 33.623 auxiliares de enfermagem, 31.307 enfermeiros
e 31.403 médicos (ver Quadros 4 e 5).
31 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
- Realizar o mapeamento e o cadastramento de todas as famílias de sua área, que deverá
ser atualizado permanentemente, durante a visita domiciliar;
- Identificar indivíduos e familiares em situação de risco, bem como a sua área de risco e
identificação de parceiros e recursos em suas áreas que poderão ser potencializados pela
equipe;
- Orientar a população quanto ao uso correto do serviço de saúde e desenvolver ações de
educação e vigilância em saúde com ênfase na promoção da saúde e na prevenção de
doenças.
Auxiliar de enfermagem:
32 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
3.2.2. Atuação da equipe de atenção básica, frente à Pandemia de Influenza
- Conhecimento das áreas e a realidade das famílias pelas quais são responsáveis,
identificando os problemas mais comuns aos quais aquela população está exposta.
- Elaboração com a comunidade de planos para o enfrentamento de problemas de saúde e
fatores que colocam em risco a saúde, segundo diretrizes do Plano Nacional;
- Executar, de acordo com a qualificação de cada profissional, os procedimentos de
vigilância à saúde e vigilância epidemiológica;
- Prestar assistência integral à população adscrita, respondendo a demanda de forma
contínua e racionalizada;
- Promover ações intersetoriais e parcerias com organizações formais e informais
existentes na comunidade para o enfrentamento conjunto de problemas identificados;
- Participação intensa na elaboração e execução de campanhas de vacinas, capacitando
profissionais e mantendo-os informados quanto à doença, dose da vacina, esquema
vacinal, contra indicações, etc;
- Atuar na disseminação de informações, orientando o público sobre os riscos de contágio
e as formas de evitá-lo;
- Avaliação da Unidades Básicas de Saúde (UBS) e USF, do risco de transmissão e da
necessidade de isolamento em casos suspeitos, realizando a busca ativa dos contatos, a
fim de orientar e administrar medidas profiláticas aos contatos.
- Articulação com outras áreas de saúde pública, como vigilância epidemiológica e
sanitária, mantendo sempre a equipe informada sobre qual a situação atual.
- Identificação de locais de risco em suas áreas de abrangência, como escolas, creches,
asilos e outros.
33 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
adultos, além de 4.696 leitos de unidades intermediárias e 3.325 leitos de isolamento. Esses
últimos representam 40,3% do total de leitos de isolamento do país. (Quadro 6).
Dadas as características atuais de rede hospitalar brasileira, percebe-se uma
concentração de estabelecimentos de atenção à saúde, e conseqüentemente de leitos, nas
áreas de maior concentração tecnológica, notadamente a região sudeste. Especificamente
nessa região temos 82,7% do total de leitos SUS existentes (154.939), sendo 50,20% (6.578)
dos leitos SUS de UTI do Brasil e 37,95% (1.262) dos leitos SUS de isolamento.
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18846 C
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8646 C
6391 U
130 U
100 U
443 U
311 U
114 U95 T
260 U
217 T
360
N o rd e s te 86331 76352 40161 32342 706 438 2422 1423 416 317 1416 1164 966
C e n t ro - 24569 18863 13079 9289 398 224 989 594 312 232 312 246 286
O e s te
Su l 52771 40662 22946 15667 787 620 2497 1788 477 383 783 624 728
S ud e s te 107095 103455 61452 41199 2583 1621 6535 4132 2067 825 3301 2445 1679
T o ta l 289612 255038 146284 104888 4604 3003 12886 8248 3386 1852 6072 4696 4019
*Unidade de Cuidados Intermediários
34 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
Tabela 2 – Hospitais apontados por seus gestores locais como Centros de Referência para o
atendimento de casos suspeitos/confirmados de Síndrome Respiratória Aguda.
UF HOSPITAL
AC Hospital Geral de Clínicas de Rio Branco
AL Hospital Escola Hélvio Auto
AM FMT-Hospital de Medicina Tropical
AP Centro de Doenças Transmissíveis do Hospital de Especialidades
BA Hospital Octávio Mangabeira
CE Hospital de Doenças Infecciosas São José
DF HRAN (Hospital Regional da Asa Norte)
ES Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes/IESP
GO Hospital Anuar Auad (Hospital de Doenças Tropicais/SES-GO)
MA Hospital Tarquinio Lopes Filho
MG Hospital de Pronto Socorro de Venda Nova
MG Associação de Assistência Est. e Pesquisa de Uberlândia
MS Santa Casa de Campo Grande
MT Hospital Pronto Socorro Municipal de Cuiabá
PA Hospital Universitário João de Barros Barreto
PB Hospital Universitário Lauro Wanderley (Cidade Universitária)
PE Hospital Universitário Oswaldo Cruz
PI Instituto de Doenças Tropicais Natan Portela
Hospital Ministro Costa Cavalcanti
PR Hospital Universitário Regional do Norte do PR
Hospital de Clínicas – UFPR
Hospital Univ. Clementino F. Filho – UFRJ
RJ
Instituto Estadual de Infectologia São Sebastião
RN Hospital Giselda Trigueiro
RO Hospital Cemetron
RR Hospital Rubens de Souza Bento
RS Hospital Nossa Senhora da Conceição (Rua Francisco Frein)
SC Hospital Nereu Ramos
SE Hospital João Alves Filho
35 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
Hospital Servidor Público Estadual
Hospital São Paulo/Universidade Federal de SP
SP
Instituto de Infectologia Emilio Ribas
Hospital de Clínicas da UNICAMP
TO Hospital Comunitário de Palmas
36 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
Cabe aos gestores locais, dentro de suas responsabilidades, viabilizar a aplicabilidade
dos protocolos previamente definidos, diagnosticar as necessidades de investimento na
saúde local, bem como garantir os fluxos de atendimento, com plano para referência e
contra-referência, para os usuários acometidos. Sendo assim, a participação e sensibilização
das instâncias gestoras municipais e estaduais (prevendo-se aí a pactuação com o Conselho
Nacional de Secretários Municipais de Saúde e o Conselho Nacional de Secretários
Estaduais de Saúde) é ponto de destaque para impulsionar o componente executivo do
Plano de Contingência para a Pandemia de Influenza no Brasil.
Cabe ressaltar que quaisquer ações de Atenção à Saúde devem pautar-se pelos
princípios que regem o Sistema Único de Saúde, notadamente a Descentralização da
Gestão, pois cada esfera de governo dispõe de responsabilidades específicas.
37 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
Infecção Hospitalar (SCIH) e responsáveis pela operacionalização das ações programadas
do controle de infecção hospitalar.
38 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
Com este estudo foi possível observar que o sistema de saúde não conseguiu
incorporar as ações de prevenção e controle das internações hospitalares de forma
homogênea, dentro do modelo das Comissões e de um programa específico para este fim.
Grande número dos hospitais não possui CCIH estruturada, funcionante e capaz de atuar na
investigação e prevenção das infecções hospitalares.
A ANVISA considera que diversas ações devem ser desenvolvidas com o intuito de
garantir a qualidade da atenção à saúde, no que se refere à investigação e controle das
infecções hospitalares: rever o modelo atual de prevenção de infecções hospitalares, em
parceria com gestores estaduais e municipais de saúde, prestadores, sociedade organizada
e usuários; reforçar a atuação de Estados e municípios na descentralização das ações de
controle de infecção; orientar a adequação do monitoramento de infecções relacionadas à
atenção à saúde, com indicadores padronizados e ajustados à necessidade local; incentivar
a reestruturação dos laboratórios de microbiologia no país, com ênfase na padronização de
técnicas de identificação de microrganismos e de determinação da sensibilidade; e direcionar
as políticas de financiamento da atenção à saúde, vinculadas à adoção de medidas de
controle e prevenção de riscos em serviços de saúde.
– Vacina de vírus inteiros, composta pela partícula viral inteira, inclusive lipídeos da
membrana celular da célula do hospedeiro. Apresenta elevada imunogenicidade e é mais
39 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
reatogênica; não esta indicada para crianças menores de 12 anos de idade, devido à
freqüência de reações febris.
(*) Devem ser aplicadas duas doses com intervalo de quatro a seis semanas em crianças menores de nove
anos, quando receberem a vacina pela primeira vez.
40 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
base (pneumopatias e cardiopatias, doenças renais, hipertensão, diabetes e
imunodeficiências) e o óbito. (Fong, 2003).
De acordo com Barros, Daufenbach, Vicente & cols., “Ainda não há estudos
conclusivos sobre o impacto da estratégia de vacinação contra a influenza no Brasil. Dados
preliminares de um estudo realizado para avaliar a eficácia da vacinação (Brondi e cols.,
41 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
2001), utilizando como indicador a carga de morbidade por causas atribuídas à influenza
(influenza, pneumonia e bronquite)* apontam algumas diferenças entre as regiões brasileiras:
comparando-se o número de internações por causas atribuídas a influenza na população
acima de 65 anos de idade, entre os anos 1998 e 2000, observou-se uma redução de 15,4%
de internações na região sul e um aumento de 6,8% na região norte. O uso da análise de
regressão para dados mensais de hospitalização por seis anos indica tendências
heterogêneas, que podem estar associadas com as diferenças na sazonalidade da
circulação do vírus entre regiões que apresentam diferenças climáticas marcantes. Nas
regiões Sul e Sudeste as estações são bem definidas e com clima temperado, enquanto na
região Norte (onde localiza-se a bacia Amazônica) o clima é o tropical, sendo quente e úmido
durante todo o ano. Os resultados deste estudo têm demandado uma discussão mais
aprofundada sobre a necessidade e a viabilidade da adaptação da estratégia de vacinação
contra a influenza atualmente realizada no país, em decorrência das variações sazonais
apontadas acima” (Boletim eletrônico EPIDEMIOLÓGICO - ANO 04 - N° 01 - 02/02/2004)
42 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
O Butantan está concluindo o ensaio clínico da vacina com hidróxido de alumínio, que
permite preparar vacinas com da dose ou menos de antígeno, aumentando, portanto, a
capacidade de produção com a mesma planta física. Os resultados em animais estão
prontos e os dados clínicos estarão prontos em Setembro/2005. O Brasil será pioneiro na
utilização desta técnica, que foi recomendada por outras pesquisas.
O PNI conta com 25 mil postos públicos de vacinação em todo país, sendo que em
campanhas realizadas anualmente este número chega até 130 mil postos e 38 Centros de
Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIEs), nas 27 unidades federadas. São
distribuídas aproximadamente 245 milhões de doses de produtos imunobiológicos
anualmente. As ações do Programa utilizam recursos para o suprimento de insumos
(vacinas, soros e demais produtos imunobiológicos), para a suficiência na produção de
vacinas e para a ampliação da rede de frio.
43 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
O armazenamento dos imunobiológicos utilizados pelo PNI nas 27 Unidades
federadas é feito por uma rede de frio, na qual vêm sendo investidos desde 1995 recursos
para construção, adequação e aquisição de equipamentos, visando favorecer uma logística
mais resolutiva de distribuição das vacinas desde os grandes centros urbanos às regiões de
mais difícil acesso (Anexo 7).
− SI-CRIE: registra as doses aplicadas das vacinas utilizadas nos CRIE, inclusive
contra influenza. Contém dados de identificação, motivo da indicação, doença de
base, doses aplicadas e eventos adversos ocorridos;
Para a maioria das doenças virais não existe nenhum tratamento específico.
Entretanto, no caso da influenza, já existem algumas medicações disponíveis, com eficácia
tanto para o tratamento quanto para a profilaxia da doença, cujo uso adquire um papel
44 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
estratégico nas fases inicias da influenza pandêmica, havendo evidências de que não
interfira na eficácia das vacinas inativadas contra a influenza.
Existem dois tipos de medicamentos antivirais disponíveis hoje e que exercem seu
papel na prevenção e no tratamento da infecção da influenza:
– Amantadina e Rimantadina, que atuam como os inibidores de canais de íons M2;
Interferem no ciclo reprodutivo da influenza A mas não são eficazes contra a influenza B.
– Zanamivir e Oseltamivir, que atuam inibindo a replicação dos vírus influenza A e B,
classificadops como inibidores de neuraminidase.
A amantadina e Rimantadina têm 70-90% de eficácia na prevenção da infecção por
influenza A. Como terapêutica, quando administradas dentro de dois dias desde o início da
doença, são capazes de reduzir a duração de doença não complicada devido a infecção por
influenza A em aproximadamente um dia, mas ainda não se mostraram capazes de reduzir a
gravidade da doença. Ambas induzem a emergência de cepas virais resistentes, em
particular a Amantadina quando usada para tratamento de casos.
O zanamivir e oseltamivir quando administrados dentro de dois dias desde o início da
doença, são capazes de reduzir a duração das doenças menos graves de influenza A e B em
aproximadamente um dia. Dados atuais sugerem que o desenvolvimento da resistência
durante o tratamento da influenza é menor com o uso de inibidores de neuraminidase do que
com inibidores de canais de íons M2. Estudos recentes sugerem que ambos os inibidores de
neuraminidase são similares na eficácia contra doenças de influenza confirmadas em
laboratório (Anexo 8).
45 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
– Recomendado para profilaxia e tratamento
– Apresentação: Frascos de 120 ml (50 mg/5ml)
– Nome Comercial : Flumadine (Estados Unidos)
– Laboratório produtor : Forest Labs
Oseltamivir:
– Registrado como antivirótico, recomendado para profilaxia e tratamento
– Nome Comercial: Tamiflu
– Laboratório produtor : Roche
– Apresentação: comprimidos de 75mg
Zanamivir:
– Registrado como antivirótico, recomendado tratamento
– Nome Comercial: Relenza Diskhaler
– Laboratório : Glaxo Wellcome S.A
– Apresentação: pó inalante
Os inibidores de neuraminidase têm o custo mais elevado que os inibidores de canais
de íon M2.
A segurança no abastecimento é uma questão que precisa ser discutida já que o
suprimento existente de antivirais é limitado no mundo inteiro, além de ser primariamente
distribuído pelo setor privado. Espera-se que o suprimento global de antivirais seja
rapidamente consumido no início de uma pandemia. Ainda está por discutir as prioridades no
suprimento e na distribuição e a diversidade de antivirais disponíveis para o uso da saúde
pública durante uma pandemia. Intervenções antiviróticas deverão priorizar populações
específicas, dado que o suprimento esperado será menor que a demanda esperada.
46 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
– Orientações clínicas para o uso apropriado de antivirais;
– Protocolos de estudo para aumentar a eficiência de antivirais no tratamento e profilaxia
durante uma pandemia;
– Comunicação eficaz e materiais educativos acerca de antivirais para os trabalhadores da
saúde e o público em geral.
CAPÍTULO 4
Período Interpandêmico
Neste capítulo, priorizam-se as atividades de rotina relacionadas a prevenção,
vigilância e o controle da influenza, e da execução de algumas atividades essenciais para a
47 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
preparação de uma pandemia de influenza, em particular no que se refere ao planejamento
da infra-estrutura necessária para os períodos seguintes. Este planejamento inclui a projeção
do número de leitos necessários, incluindo leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) e de
isolamento, para os diferentes períodos da pandemia; a listagem de serviços de referência
para as fases iniciais; a previsão de serviços alternativos que possam ser utilizados; o cálculo
de quantidade e custo de equipamentos de proteção individual (EPI) e material para limpeza,
desinfecção e esterilização de artigos e ambientes, dentre outros.
As atividades serão distribuídas por fases e descritas em componentes, como
vigilância, laboratório, rede de assistência básica e hospitalar, uso de vacinas e antivirais e
comunicação.
Fase 1
As recomendações para este nível são manter as atividades de rotina da vigilância,
prevenção e controle da influenza.
Vigilância Humana
− Manter a vigilância da influenza de rotina e ampliá-la com o intuito de dar maior cobertura
nacional;
− Avaliar periodicamente a vigilância da influenza no Brasil, buscando aprimorar a vigilância
nos municípios e estados que não estão funcionando adequadamente;
− Investigar surtos em comunidades fechadas e/ou com a notificação de casos graves,
juntamente com as secretarias municipais e estaduais de saúde;
− Aprimorar a interface técnica com a vigilância da influenza animal, para a notificação da
morte de aves em local que esteja ocorrendo surto de influenza em humanos, bem como
para a notificação desses surtos em locais de criação de aves e suínos;
− Colaborar com os inquéritos de influenza em aves migratórias, juntamente com o MAPA e
IBAMA;
− Aprimorar a análise de dados de internação hospitalar e mortalidade por influenza e
causas atribuíveis;
− Avaliar o impacto da vacinação contra influenza em parceria com a coordenação geral do
Programa Nacional de Imunizações;
− Aprofundar estudos sobre a sazonalidade da circulação dos vírus influenza em distintas
regiões brasileiras;
− Avaliar a efetividade do uso de antivirais em situações de surtos de comunidades
fechadas;
48 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
− Ampliar a divulgação de informações epidemiológicas de influenza, morbidade e
mortalidade associadas, por meio do site do Ministério da Saúde, associações de classe;
artigos e boletins epidemiológicos, eventos científicos, entre outros;
− Monitorizar a situação epidemiológica mundial;
− Contribuir para a vigilância mundial da influenza
Laboratório
- Assessoria/supervisão em Estados à rede de laboratórios nacionais que integram o
sistema de vigilância epidemiológica da influenza
- Capacitação para os técnicos de bancada que fazem o diagnóstico de Influenza nos
Estados.
- Apoio ao treinamento de coleta de amostras realizado pelos LACEN para os profissionais
de saúde das unidades sentinelas que tenham problemas na qualidade das amostras
coletadas.
- Descentralização da técnica de cultivo celular para o Estado do RS.
- Implantação do diagnóstico da Influenza (IFI) no laboratório de fronteira de
Uruguaiana/RS.
- Garantir (disponibilizar aquisição de insumos, kits e equipamentos) a manutenção das
atividades de diagnóstico laboratorial da influenza nos Estados.
Vigilância Animal
Em desenvolvimento. Conclusão em 31/10/2005.
Atenção Básica
- Conhecimento da área e a realidade das famílias adscritas, identificando os problemas
mais comuns aos quais aquela população esta exposta e os principais grupos de risco.
- Executar de acordo com a qualificação de cada profissional, os procedimentos básicos de
vigilância epidemiológica e sanitária, de acordo com a realidade epidemiológica da sua
área (notificação e investigação de casos, bloqueios de transmissão de doenças
infecciosas com vacinas e/ou quimioprofiláticos, etc.).
- Mapeamento das escolas, creches, asilos e outras unidades de interesse em suas áreas
de abrangência.
49 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
- Capacitação/atualização técnica periódica em relação à situação epidemiológica, manejo
e vigilância de infecções respiratórias agudas
- Participar das campanhas anuais de vacinação da influenza
- Estimar necessidade de tratamento ambulatorial de pneumonias comunitárias
- Implementar processo de avaliação da Atenção Básica e de sua adequação ao perfil
epidemiológico a nível local.
- Promover ações intersetoriais e parcerias com organizações formais e informais
existentes na comunidade para o enfrentamento conjunto de problemas identificados.
Imunização
– Estudar a viabilidade de flexibilizar a vacinação contra a influenza na região Norte do
país, com base nas evidências disponíveis;
– Implementar estratégias, em parceria com os programas de DST/AIDS, Saúde no
Sistema Penitenciário/DAPE/SAS, DESAI/FUNASA, Sociedades Científicas e Comissão
de Mobilização, para aumentar a cobertura vacinal em indivíduos pertencentes aos
grupos de risco já definidos;
50 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
– Desenvolver estratégias para obter estimativas do quantitativo de populações especiais a
serem vacinadas;
– Implementar a divulgação das indicações dos imunobiológicos especiais existentes e o
endereço dos CRIE junto às Associações de Classe; Conselhos de Classe e
Organizações Não Governamentais (ONGs), utilizando materiais informativos como
volantes, folder, cartazes, cartilhas, etc.
– Realizar encontros para discutir os eventos adversos pós-vacinação com representantes
de laboratórios produtores nacionais, ANVISA, sociedades científicas, MPU;
– Investigar e acompanhar eventos adversos temporalmente associado a vacina contra
influenza;
– Levantar o quantitativo atual de recursos humanos envolvidos nas ações de vacinação;
– Recomendar e vacinar com a vacina trivalente os profissionais sob maior risco de
exposição à influenza (Profissionais de Saúde);
– Fortalecer a ação de capacitação ou atualização de recursos humanos em sistema de
informação do Programa Nacional de Imunizações, sala de vacina e rede de frio nos
estados brasileiros.
– Investir recursos financeiros pelo Ministério da Saúde para a construção do prédio e
aquisição de equipamentos para a produção da vacina no Instituto Butantan (previsão de
conclusão em março de 2006);
– Garantir fornecimento de ovos embrionados para a produção de vacinas, por meio de
contatos com associações de produtores e elaborar, juntamente com os demais órgãos
afins, as normas técnicas para produção nacional de ovos livres de micro organismos (em
andamento);
– Garantir pelo menos 6 a 8 fornecedores de ovos embrionados livres de micro organismos
(necessidade progressiva até número total de 220.000 ovos por dia por 25 dias, dentro de
5 anos)
– Participar de reuniões internacionais, já agendadas (setembro e outubro de 2005) para
discutir a produção da vacina contra influenza pandêmica.
– Investir na construção e ou adequação da Rede de Frio no território Nacional, e na
aquisição de equipamentos para favorecer uma logística mais resolutiva de distribuição
das vacinas com segurança no país.
51 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
– Definir fluxo de distribuição de vacinas do produtor Instituto Butantan para os estados e
municípios, otimizando o tempo de chegada de vacinas aos locais de uso e capacidade
de armazenamento;
– Fazer levantamento da capacidade atual de armazenamento de vacinas em câmaras frias
nos estados e da necessidade de adequação das Centrais de Rede de Frio;
– Levantar junto aos Coordenadores Estaduais de Imunizações a capacidade instalada e a
necessidade de caixas termoconservantes, gelo e termômetros para uso na ponta,
avaliando a responsabilidade de aquisição;
– Avaliar o custo e benefício de uso da fita térmica (3M) ou termômetro digital nas caixas
térmicas para o monitoramento de temperatura no transporte de vacinas;
4. Registro de dados e geração de informações
– Proceder o registro de dados e geração de informações utilizando o SI-PNI;
– Disponibilizar informações do SICRIE para avaliação da população vacinada contra
influenza, nestas salas de vacina, identificando motivo da indicação, diagnóstico de base,
faixa etária e sexo;
– Disponibilizar dados de doses aplicadas contra influenza nas ações de campanha e em
situações especiais, por sala de vacina, município, regional e estado;
– Implementar o registro diferenciado das doses da vacina contra influenza nos CRIES,
com atualizações constantes dos técnicos de saúde e usuários do sistema do sistema de
informação;
– Fortalecer a utilização do boletim diário padronizado de doses aplicadas contra influenza
para registro no API.
Comunicação
Ação: mobilização para a vigilância de casos
Sensibilização dos públicos que viajam para as regiões do Oriente de onde se suspeita deve
surgir a cepa pandêmica
- avicultores
- importadores/exportadores
- esportistas
52 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
- companhias aéreas e marítimas
Fase 2
Recomenda-se nesse nível, iniciar o processo de preparação ou de revisão do Plano
de contingência; adequar as estratégias da vigilância da influenza animal; fortalecer e
aperfeiçoar a vigilância epidemiológica da influenza em escala nacional.
Laboratório
- Manter, avaliar e aprimorar as ações da Fase 1
- Criar e manter intercâmbio com outros centros laboratoriais internacionais para a
Influenza, especialmente os existentes nas Américas.
- Análise da situação dos laboratórios dos Estados: CE, MG, MS e AM, visando a
implantação da técnica de Cultivo Celular nestes locais.
- Identificar quais os LACEN poderiam realizar técnicas de biologia molecular, com intuito
de auxiliar os trabalhos dos Laboratórios de Referência.
- Aprimorar e garantir condições para a realização das técnicas de biologia molecular nos
laboratórios de referência.
- Implementar reuniões entre laboratórios de Influenza humana e animal (MAPA) para
discutir e definir ações conjuntas de diagnóstico laboratorial do vírus Influenza.
53 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
Rede de Assistência - Atenção Hospitalar
Em desenvolvimento. Conclusão em 31/10/2005.
Imunização
- Manter, avaliar e aprimorar as ações da Fase 1
– Ampliar a cobertura vacinal em grupos de risco;
– Apoiar tecnicamente aos estados na preparação dos planos nacionais de prontidão para
pandemia, incluindo diretrizes sobre a logística existente a necessidade de operação
emergencial para a execução de estratégias e a estimativa de demanda para vacinas em
diversos cenários pandêmicos;
– Dar continuidade e assegurar a capacitação e ou atualização dos profissionais de saúde
envolvidos nas ações de imunizações.
– Otimizar o processo de coleta de líquido alantóide e o processo de purificação do ovo
embrionado a fim de conseguir produzir duas doses de vacina por ovo;
– Realizar Curso de Manejo de Equipamento de Refrigeração à Energia Solar para Nível
Médio (40 horas);
– Realizar supervisão na Rede de Frio dos estados do PI, PE, MA, AP, ES, GO, RN e SP;
Comunicação
Ação:
- alerta em aeroportos, portos e fronteiras
- divulgação das precauções que os viajantes devem ter e como agir em caso de sintomas
- intensificação das ações do nível 1
54 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
CAPÍTULO 5
Período de Alerta Pandêmico
Neste capítulo, priorizam-se as atividades que devem ser desenvolvidas no período de
alerta pandêmico, que consiste em ações e atividades essenciais na preparação do plano
atual, treinamento, divisão de responsabilidades durante uma pandemia, exercícios de
simulação para testar o plano, comunicação e outras interfaces.
55 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
É necessária a estruturação de hospitais de referência para detecção precoce,
tratamento e medidas de isolamento, além do treinamento dos profissionais de saúde que
atuam na rede básica quanto ao fluxo de referência e ao estabelecimento precoce de
medidas de controle de infecção e isolamento. Medidas de controle de infecção nos serviços
de saúde devem ser precocemente difundidas a fim de prevenir a transmissão em ambiente
hospitalar para outros pacientes ou para profissionais de saúde. Os profissionais de saúde
devem ser treinados precocemente quanto ao diagnóstico e tratamento adequado e para a
utilização correta de equipamentos de proteção individual (EPI), desinfecção e esterilização
de artigos hospitalares e limpeza de ambientes (Anexo 4).
Fase 3
Recomenda-se nesse nível acelerar o processo de preparação ou de revisão do
Plano; manter o sistema de vigilância em alerta para a detecção, notificação e investigação
oportunas de formas graves de doença respiratória em pessoas oriundas da região afetada.
Laboratório
- Elaborar protocolos para a identificação da nova cepa no Brasil.
- Aprimorar a capacitação, no IAL, dos técnicos dos Estados: CE, MG, MS e AM na técnica
de cultivo celular.
56 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
- Levantar a situação de biossegurança nos LACEN
- Programar treinamento para os LACENs, com laboratório nível 2 e 3, capacitando-os
para a detecção da cepa pandêmica.
- Avaliar, em conjunto com a ANVISA, a agilização dos meios para viabilizar, em tempo
hábil, a entrada de reativos e insumos laboratoriais doados pela OMS ou outros países
para a caracterização antigênica e genética das cepas detectadas no Brasil.
- Articulação com o Laboratório de Cultivo Celular/IAL para que forneçam células (MDcK)
para os laboratórios capacitados na técnica de cultivo celular da rede de vigilância da
Influenza, no período da pandemia.
- Criar intercâmbio de informações técnicas entre laboratórios de Influenza humana e
animal (MAPA), especialmente na América do Sul e que fazem fronteiras com o Brasil.
- Assegurar o suprimento de kits diagnóstico rápido para os Portos e Aeroportos que
atendem passageiros de viagens internacionais.
- Elaborar manual de biossegurança para a manipulação e transporte da cepa pandêmica e
disponibilizar para toda a rede de vigilância da Influenza do Brasil.
Vigilância da influenza animal
Em desenvolvimento. Conclusão em 31/10/2005.
Imunização
– Manter e aprimorar as atividades da fase anterior
– Desenvolver tecnologia para a produção de vacinas para os vírus circulantes,
assegurando linha de produção de vírus semente e reagentes de potência de vacina
trivalente;
– Produzir vacinas contra influenza no Instituto Butantan (Proposta de atingir a auto-
suficiência até 2008);
57 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
– Avaliar junto a ANVISA a necessidade de estudos clínicos para registro da vacina de
produção nacional (prova de equivalência e efetividade) quando o produto estiver em
fases 2 e 3;
– Registrar a vacina no Brasil através de requerimentos junto a ANVISA;
– Registrar a vacina contra influenza de produção pelo Instituto Butantan na OMS.
– Avaliar se o fluxo de distribuição direto do Instituto Butantan para a Região Sul e Sudeste
otimizaria o tempo de distribuição;
– Atender as áreas de difícil acesso com geladeiras mantidas a energia solar;
– Estabelecer estratégias e normas de armazenamento para as áreas de difícil acesso;
Comunicação
- Manter, avaliar e aprimorar as ações das fases anteriores.
Fase 4
58 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
afetada em áreas estratégicas (grandes centros urbanos, portos e aeroportos
internacionais, entre outros);
− Planejar e realizar a simulação das ações emergenciais previstas no Plano
− Elaborar ou aprimorar protocolo para investigação de casos suspeitos em viajantes;
− Elaborar proposta e material para treinamento emergencial para equipes de vigilância
epidemiológica
Laboratório
- Manter, avaliar e aprimorar as atividades da fase anterior
- Agilizar o fornecimento de kits e insumos para os laboratórios.
- Assegurar o suprimento de ovos embrionados para a replicação viral nos laboratórios de
referência.
- Análise da situação dos laboratórios de fronteiras para possível implantação da vigilância
laboratorial e epidemiológica da Influenza nos locais: Oiapoque/AP, Tabatinga/AM, Foz
do Iguaçu/PR, Guajará-Mirim/RO e Pacaraima/RR.
- Elaborar e proporcionar o treinamento de novos técnicos de laboratório agregados ao
trabalho, capacitando-os para o diagnóstico de Influenza (IFI).
59 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
Avaliar a capacidade de assistência (número de leitos, isolamentos, etc.) e definir estratégias
alternativas para isolamento e tratamento dos pacientes.
Imunização
– Manter, avaliar e aprimorar as atividades da fase anterior
– Avaliar e discutir a necessidade de eventual de expansão da área física da planta de
produção (área de incubação), capacidade em cerca de 25 a 30 milhões de doses, após a
otimização do processo produtivo com rentabilidade ótima. Para responder a necessidade
de doses em uma pandemia deve-se avaliar a identificação do vírus circulante e
rentabilidade no processo produtivo;
– Garantir fundos de reserva financeira para a realização de estudos rápidos de eficácia e
segurança de uma nova vacina pandêmica sobre os grupos alvo;
- Definir grupos antecipadamente para a vacinação com a vacina pandêmica monovalente
Fase 5
60 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
da vigilância de doenças de transmissão respiratória, egressos e atuais treinandos do
EpiSus, pneumologistas e infectologistas);
− Implementar, em conjunto coma ANVISA, plano emergencial de vigilância em portos,
aeroportos e fronteiras.
− Intensificar os mecanismos de produção e disseminação de informações epidemiológicas
Laboratório
- Identificar laboratórios municipais, de Universidades Federais e Estaduais e da rede
privada que poderão ser integrados como colaboradores na rede de vigilância da
Influenza, realizando a técnica de IFI.
- Elaborar orientações aos profissionais de laboratório sobre a utilização correta e
necessária de EPIs durante a pandemia.
- Assegurar o fornecimento de EPIs para todos os profissionais de laboratório que estarão
analisando as amostras da cepa pandêmica.
- Capacitar alguns LACEN nas técnicas de biologia molecular, para que estes auxiliem os
laboratórios de referências, durante a pandemia.
- Capacitar os laboratórios da rede municipal, das Universidades e rede privada que
estejam aptos para realizar o diagnóstico da Influenza (IFI).
- Assegurar agilização de insumos para o LACENs e Laboratórios de referências.
- Intensificar o intercâmbio com a OMS e outros laboratórios internacionais para obtenção
de painel com a cepa pandêmica.
Imunização
– Manter, avaliar e aperfeiçoar as ações da fase anterior, com ênfase na produção e/ou
aquisição de vacinas contra a cepa pandêmica
– Reunir com os técnicos da CGPNI para criar indicadores que favoreçam a avaliação das
estratégias de vacinação durante a pandemia, a fim de garantir ajustes das mesmas se
necessárias, compreendendo distribuição, armazenamento e serviços;
61 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
Controle de Infecção
- Manter, avaliar e aprimorar as medidas do período anterior.
- Avaliar a capacidade dos serviços de saúde quanto ao número de leitos e isolamentos.
- Capacitar os profissionais de saúde e gestores para detecção de novos casos e controle
de infecção em serviços de saúde.
- Verificar a execução dos procedimentos de controle da infecção para evitar a transmissão
intra hospitalar.
Atenção Básica
Atenção Hospitalar
Em desenvolvimento. Conclusão em 31/10/2005.
Imunização
– Intensificar o processo de preparação para a vacinação, quando a vacina contra a cepa
pandêmica estiver disponível: preparar boletins de registro de doses para situações de
surtos ou epidemias para a vacina contra influenza e estabelecer formas de fluxo de
informação; realizar reuniões com a equipe do DATASUS para discutir e adequar os SI –
PNI para o registro de dados e fluxo de informação sobre vacinação contra influenza para
outras faixas etárias; realizar treinamento para o Grupo de Apoio do SIPNI,
Coordenadores Estaduais de Imunizações e Supervisores; definir instrumento de coleta
de dados que possibilite a análise durante a pandemia (SI-PNI), para garantir a
confiabilidade dos dados dos sistemas de informação do PNI;
Fase 6
Esta fase contempla exclusivamente a detecção da cepa pandêmica em território
nacional. Recomenda-se nesse nível, disparar nível de alerta máximo no país para a
62 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
detecção, a notificação e a investigação precoces de casos suspeitos em qualquer ponto do
território nacional.
Laboratório
- Manter e intensificar as ações do período anterior
Defesa Civil
Em desenvolvimento. Conclusão em 31/10/2005.
63 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
- Manter e aperfeiçoar as ações da fase anterior
Imunização
– Manter, aperfeiçoar e intensificar as ações da fase anterior.
Comunicação
- anúncio da situação com alerta de onda epidêmica no país
- veiculação de anúncios e matérias com avaliações das ações tomadas nas fases
anteriores e alerta para nova onda
- divulgação das medidas de contenção
- intensificação das ações dos níveis anteriores
Mobilização Social
Em desenvolvimento. Conclusão em 31/10/2005.
CAPÍTULO 7
Período Pandêmico
64 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
hospitais de alta complexidade, devem estar preparados para receber e tratar
adequadamente pacientes infectados. É necessário prever ainda inclusão de serviços
alternativos para o acolhimento e tratamento de pacientes, caso haja a saturação da
capacidade dos serviços atualmente disponíveis, bem como o treinamento de voluntários
para suprir a demanda de recursos humanos.
O foco desse capítulo é envolver uma série de atividades que deverão ser
desenvolvidas, muitas vezes, de forma simultânea e harmoniosamente para responder a
uma pandemia.
As atividades serão descritas em componentes, como vigilância, laboratório, rede de
assistência básica e hospitalar, uso de vacinas e antivirais e comunicação.
Fase 7
Esta fase corresponde a disseminação da epidemia em território nacional, quando as
ações devem ser voltadas para minimizar a morbidade, a mortalidade e o impacto econômico
e social.
Laboratório
- Tornar ágil o fornecimento de reagentes e insumos para todas as instâncias da rede de
vigilância da influenza (unidades sentinelas, LACEN e LRN) em todos os Estados do
Brasil, preferencialmente os mais afetados.
- Implantação do teste rápido (Screening) para o diagnóstico da nova cepa do vírus
Influenza, nos primeiros casos suspeitos, nas diferentes regiões do país, onde ocorrer
grande número de suspeitos.
65 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
- Coletar todas as amostras dos primeiros casos suspeitos de Influenza, em todos os
Estados do Brasil.
- Em situações especiais e para confirmar a circulação de nova cepa no Brasil, coletar
espécimes como soro, lavado bronco-alveolar e tecido pulmonar (inclusive "pos -
mortem").
- Após a comprovação da cepa pandêmica no Brasil, coletar amostras de casos muito
graves para confirmar a análise genômica em relação a mutações, etc.
- Uma vez comprovada a circulação da cepa pandêmica no país, promover apenas a coleta
de amostragens nas regiões onde o vírus se manifestar. Objetivando o monitoramento da
circulação da cepa viral no Brasil.
- Coletar amostras após o uso de antiviral para análise do comportamento da nova cepa
(resistência ou não) ao tratamento.
Defesa Civil
Em desenvolvimento. Conclusão em 31/10/2005.
66 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
atendimento de qualidade a usuários que necessitarem, mantendo sempre a equipe bem
informada quanto aos protocolos de tratamento e encaminhamento.
67 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
o trabalhadores de minas e energia, da limpeza urbana, responsáveis pelo
abastecimento de água, de telecomunicações, insumo alimentícios, ou seja, os
que compõe os serviços essenciais.
o vacinar também os portadores de condições clínicas de risco (doenças
crônicas, imunodeficiências e outros).
- Segundo momento: vacinar operários, funcionários de fabricas, empresa, repartições
públicas.
– Terceiro momento: crianças e jovens, se a cepa circulante for N2, devido a circulação
que ocorreu antes de 1968; assim o maior risco de doença grave seriam nos menores de
36 anos, pois não teriam imunidade cruzada se expostos a esta cepa.
Se a cepa circulante for H5, H6, H7 ou H9, o risco é igual de toda população em
relação à gravidade da doença, pois não circulou em humanos. Neste caso, priorizar os
trabalhadores de serviços essenciais para que o país possa continuar funcionando.
– Estabelecer negociações e acordos para a compra de concentrados ou produto acabado
já iniciado com subtipo pandêmico, para envase no Brasil (dependendo da
disponibilidade);
– Criar estratégias e normas de armazenamento, distribuição e administração da vacina
pandêmica tendo como base as referencias sobre a vacina já existentes;
– Investigar e acompanhar os eventos adversos temporalmente associados à vacinação;
– Avaliar a necessidade de extensão da vacinação para os contatos diretos dos casos
detectados e disponibilidade de vacinas para a operacionalização da mesma;
– Avaliar continuamente o quantitativo de recursos humanos e necessidade de ampliação
para o desenvolvimento das ações de imunizações;
– Criar mecanismos efetivos para a mobilização de recursos humanos, capaz de dar
respostas rápidas em vacinação (cartilhas, volantes informativos);
– Fortalecer parcerias com PSF, ANVISA, associação de aposentados na área de
profissionais de saúde, para posterior recrutamento de recursos humanos para a vacinação
do grupo alvo;
– Proceder capacitações rápidas sobre conservação de imunobiológicos e vacinação contra
influenza para os recursos humanos recrutados para as ações de imunizações;
– Elaboração de documento técnico para a vacinação na pandemia e realizar a capacitação
dos profissionais para a vacinação;
68 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
– Estabelecer cooperação técnica junto aos países fronteiriços afetados para aplicação de
estratégias e respostas rápidas;
– Monitorizar a cobertura vacinal e realizar estimativa de efetividade vacinal;
– Definir estratégias de avaliação da vacinação, garantindo o ajustamento se necessário
– Considerar a ampliação da capacidade de produção e distribuição, dependendo da
capacidade existente de purificação que possa otimizar a produção, e buscar acordos e
negociação para utilizar a capacidade instalada de Biomanguinhos;
– Garantir a distribuição de vacinas pandêmicas para as localidades de difícil acesso, que não
tenha rede de frio;
Comunicação
Ação:
- divulgação da situação nacional
- divulgação dos critérios de vacinação e de uso dos antivirais
- intensificação das ações dos níveis anteriores
Mobilização social
Em desenvolvimento. Conclusão em 31/10/2005.
CAPÍTULO 8
Período Pós-Pandêmico
Neste capítulo, serão priorizadas atividades que devem ser desenvolvidas no período
pós-pandêmico, que consiste em ações e atividades que envolvem o retorno das atividades
ao nível endêmico anterior e a organização de atividades para recuperar os danos causados.
Alguns exemplos de atividades desse capítulo: reestruturação da rede de serviços de saúde,
desativando os serviços alternativos criados para a pandemia e aproveitando outros que
serão úteis para a manutenção do cuidado à saúde e reorganização de atividades até que
surja nova fase pandêmica.
69 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
CAPÍTULO 8
Legislação para uma pandemia de influenza
Neste capítulo, priorizam-se as atividades que devem ser organizadas nas três esferas
governamentais para a publicação, divulgação e aplicação de legislação para ações
compulsórias relacionadas à contenção da entrada e da expansão da pandemia no país, tais
como: declaração de situação de pandemia, prioridades de uso de quarentena, antivirais e
vacina, entre outros.
Preliminarmente, cabe ressaltar a importância da participação final da Consultoria
Jurídica do Ministério da Saúde, por tratar-se de posicionamento jurídico de matéria do
interesse do Ministério da Saúde, em razão do que dispõe a Lei Complementar nº 73, de
1993, que instituiu a Lei Orgânica da Advocacia-Geral da União e Portaria nº 2.123/2004, do
Ministério da Saúde.
Após a Constituição de 1.988, dentre os princípios fundamentais da República
Federativa do Brasil, está a dignidade da pessoa humana, prevista no artigo 1º, inciso III, da
Carta Magna.
O princípio da dignidade da pessoa humana cria para o Estado o dever primário de
velar pelo ser humano naquilo que há de mais específico, como ser individual e coletivo,
envolvendo tudo que possa atingir o direito de personalidade e o direito do cidadão.
Estende-se em razão do direito da dignidade da pessoa humana, o direito a saúde
como dever do Estado, objetivando a redução do risco de doenças e outros agravos,
conforme prevê o artigo 196 da Constituição Federal.
As atividades do Estado, voltadas para a saúde são de competência do Sistema Único
de Saúde, onde além de outras atribuições, cabe controlar e fiscalizar procedimentos,
produtos e substâncias de interesse para saúde e participar da produção de medicamentos,
equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos, bem como executar as
ações de vigilância sanitária e epidemiológica, ordenar formação de recursos humanos,
incrementar em sua área o desenvolvimento científico e tecnológico, entre outros.
O Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza vem traduzir um
dos esforços que o Estado deve desenvolver para proteger os cidadãos na área da saúde,
principalmente naquilo que alcança a redução de risco de doenças e outros agravos.
Portanto, todas as ações indicadas no texto Constitucional poderão ser incrementadas
pelo Ministério da Saúde e demais órgãos públicos interessados para atingir as diretrizes de
proteção e prevenção da saúde.
70 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
No presente caso, por tratar-se de ações de emergência é importante ressaltar a
existência, no âmbito processual, de ações e procedimentos capazes de acelerar a entrega
da prestação jurisdicional, caso haja necessidade.
As ações e procedimentos ora citados podem ser aplicados tanto pela Administração
Pública como por particulares. Porém, é mister ressaltar que a prestação jurisdicional é a
ultima ratio, ou seja, faz-se necessário que a via administrativa não esteja surtindo os efeitos
necessários para a atingir os seus fins, ou causando prejuízo a terceiros, quando, então,
deverá a divergência ou o direito ser questionada perante o Poder Judicial.
Dentre as várias ações e procedimentos judiciais podemos citar alguns capazes de
acelerar a proteção do direito atingido ou de viabilizar ações de interesse público ou privado:
a) Ação Cautelar: é ação auxiliar e subsidiária, pois visa assegurar um provimento
acautelatório.
A atividade cautelar foi preordenada a evitar que o dano oriundo da inobservância do
direito fosse agravado pelo inevitável retardamento do remédio jurisdicional (periculum in
mora, ou em português, perigo na demora). O provimento cautelar funda-se
antecipadamente na hipótese de um futuro provimento jurisdicional favorável ao autor (fumus
boni iuris, ou em português, fumaça do bom direito). É um instrumento provisório e
antecipado do futuro provimento definitivo, para que este não seja frustrado em seus efeitos.
Por meio da ação cautelar a parte poderá fazer com que seus interesses, desde que urgente
e plausível seja, preliminarmente, observado pelo Poder Judiciário, garantindo-lhe a
possibilidade de aguardar sem danos a realização da justiça.
Dependendo da hipótese o provimento cautelar poderá ser requerido de forma
autônoma, através do processo cautelar preparatório; como também poderá ser obtido por
via incidental, no curso do processo principal, quando este já tiver sido iniciado.
Ministério Público
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O Ministério Público também poderá atuar nos interesses coletivos e difusos na defesa
da saúde, caso se faça necessário, utilizando-se dos meios judiciais necessários para atingir
os objetivos específicos, inclusive dentro da área de saúde. Portanto, também passa a ser
uma instituição em defesa dos interesses do Estado, quando for o caso e, podendo, também,
defender os interesses dos particulares.
72 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005
73 Plano de Contingência Brasileiro para uma Pandemia de Influenza - PRELIMINAR VERSÃO 1, Setembro/2005