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ROGERIO BENTO GOMES, brasileiro, solteiro, atualmente recolhido no CTV – Centro de Triagem
de Viana/ES, por seu advogado signatário, com escritório descrito no rodapé da página, onde
recebe as intimações e notificações de praxe, vêm com todo o acato e respeito à honrada
presença de Vossa Excelência, para manifestar e requerer:
L I B E R D A D E P R O V I S Ó R I A
com supedâneo no inciso III do artigo 310 do Código de Processo Penal e razões adiante
ventiladas.
As circunstâncias que circundam o fato, pelo qual foi incurso o Acusado, bem como a vida
pregressa e ordeira que este vive, requerem como medida da mais lídima e cristalina justiça, a
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concessão do benefício da liberdade provisória, para que enfim possa o aguardar em liberdade
a tramitação processual, com fundamento no Inciso II do Artigo 310 do Código de Processo
Penal, pelo que expõem e ao final requer o seguinte:
Consta dos autos da Ação Penal suso, que o ora requerente fora preso em flagrante delito, pois
supostamente teria infringido o caput do artigo 157 do CPB. Haja vista, conforme depoimentos
constantes do APFD, o acusado foi abordado no interior de um ônibus, após ter roubado o
celular da vítima constante dos autos de propalado APFD, com emprego de violência e grave
ameaça, tendo sido posteriormente reconhecido pela vítima. Registra-se por fim que o celular
da vítima foi encontrado em poder deste. Sendo que por conta disso, encontra-se o mesmo
preso e recolhido no CTV – CENTRO DE TRIAGEM DE VIANA, à disposição deste R. Juízo.
Em que pese, neste azo, não trata de mérito, apenas, observa-se técnica e processualmente o
procedimento apurado. Deseja o acusado manifestar, afirmando que é pessoa trabalhadora,
humilde, responsável, cumpridora de suas obrigações, possuindo residência fixa (doc. em
anexo), vivendo de atividade lícita.
Insta frisar que, o acusado ostenta plenas condições sociais para que seja agraciado com o
benefício que lhes faculta a Lei Penal1, ou seja, os requisitos necessários para a concessão do
1
Se a prisão não for necessária para a garantia da ordem pública, da instrução criminal ou da aplicação da pena,
não se justificando seja mantida e o juiz deve conceder a liberdade ao acusado. (Hélio Tornachi – Curso de Direito
Penal – pág.43). O subjetivismo do julgador não contribui fundamentação para tirar a liberdade do acusado,
primário e de bons antecedentes, antes da decisão final e definitiva da ação penal em que lhe foi imputada. (rt –
589/411).
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benefício da Liberdade Provisória, ostentando residência fixa com ânimo definitivo, conforme
afirmado alhures, podendo ser encontrado facilmente no endereço colacionado aos autos da
presente peça preambular.
O festejado artigo 310 do Código de Processo Penal, que dispõe sobre a liberdade provisória,
concedida sob certos pressupostos e condições a presos custodiados, deixa claro que não se
trata de favor que se possa outorgar ao preso que está nessa circunstância como requerente,
mas sim um direito a que este faz jus.
Permissa venia, mm. Juiz, sendo o requerente ostentador de plenas condições sociais para ser
agraciado com o benefício que lhe faculta a Lei Penal2, sendo possuidor de residência fixa, com
ânimo definitivo, bem como, cumpre destacar que, não se havendo notícias de mandado de
prisão em aberto contra o acusado, demonstrando ser pessoa que não tem por costume a
prática de atos delituosos, a Liberdade Provisória deste, é medida salutar que se impõe.
Nesta toada, impende ressaltar que, sua liberdade não atentará contra a ordem pública, não
perturbará o rito especial da ação criminal e não prejudicarão a aplicação da Lei Penal não
havendo assim, razão para não continuar no distrito da culpa, conseguintemente podendo este
comparecer perante este douto Juízo, sempre que solicitado.
O contexto probatório contribui para que o Acusado seja agraciado com o benefício que lhe
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“Tanto a vítima quanto o acusado representam no processo penal interesses públicos, porque o Estado tem
tanto interesse na punição de um culpado quanto na absolvição de inocente e tutela de igual modo a segurança
pública e a liberdade individual”. (H. B. Tornachi, a Relação Processual Penal, p. 84, Ed. A Noite, 1944). “Outra
teoria afirma que a finalidade da jurisdição é a tutela dos direitos subjetivos (ROCCO) [...], esta, porém, só se
exerce na medida em que o próprio direito objetivo protege e ampara o direito subjetivo”. (LASCANO). PG. 202,
(H.B. Tornachi, p.74 Ed. A Noite, 1944). “Se o Juiz não dá de si, para dizer o direito em face da diversidade de cada
caso, a sua Justiça será a do leito de procusto”, [...].
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faculta o Diploma Legal, tendo ainda em vista, inúmeras provas no mérito e mais que se deve
levar em conta que ostenta o presente pedido, há provas sólidas no sentido de que o
beneficiário ostenta meios de sobrevivência por atividade lícita, tratando-se de pessoa de bem,
não levando à conclusão de que representa risco à sociedade ou que irá se furtar à aplicação da
ação da justiça.
A cautela no processamento judicial é regra e medida extremada, para que se evite causar dano
maior ao seio social, mesmo ao se saber em que a aplicabilidade esteja sob o escudo da
legalidade, a reparação de constrangimento no cerceamento do direito de ir e vir não se repara
na tentativa da marca da prisão cravada na vida do imputado.
Mutatis mutandis, conforme afirmado alhures, não há previsão legal à antecipação da tutela
penal e, in casu, não se vislumbra a ocorrência dos requisitos legais autorizadores da prisão
preventiva (art. 312 do CPP).
Aliás, no Brasil a prisão é a ultima ratio, sendo exceção e não regra. Quiçá pelos malefícios
causados àqueles que adentram o Sistema Prisional.
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Quadra registrar que outro não tem sido o entendimento de nosso Egrégio Tribunal de Justiça
Capixaba. Como exemplo citamos o seguinte aresto, de relatoria do eminente desembargador
WILLIAN SILVA verbis:
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HC 137728. Relator: Min. EDSON FACHIN. Julgado em 21/02/2017. Publicado em PROCESSO ELETRÔNICO DJe-
036 DIVULG 22/02/2017. PUBLIC 23/02/2017
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STJ - 5.ª T. - HC 33.578 - rel. Laurita Vaz - j. 03.08.2004 - DJU 30.0802004. p. 313; STJ - 5ª T - HC 31.444 - rel.
Laurita Vaz - j. 1612.2003 - DJU 16.02.2004, p. 283
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Ademais, os efeitos deletérios das penas só levam para a reincidência. Sobretudo quando se
trata de réu primário que não ostenta maus antecedentes, pois, segundo Baumann, apud, Cezar
Roberto Bitencourt, "a liberdade é um bem extremamente valioso para ser sacrificado
desnecessariamente6",
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HABEAS CORPUS 0002163-61.2017.8.08.0000. Relator: WILLIAN SILVA. Órgão Julgador: PRIMEIRA CÂMARA
CRIMINAL. Data do Julgamento: 10/05/2017.
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Baumann, apud, Cezar Roberto Bitencourt. Tratado de Direito Penal - Parte Geral. Vol. I. 3º ed. São Paulo: Ed.
Saraiva. 2003.
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Termos em que,
Pede e espera deferimento.
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MARCELO SERAFIM DE SOUZA
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