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Processos excluídos deste informativo esquematizado por não terem sido concluídos em virtude de pedidos de vista:
ADC 43 MC/DF; ADC 44 MC/DF; RE 878694/MG; Inq 3158 AgR/RO; Pet 6071 AgR/DF; Ext 1346/DF.
Julgados excluídos por terem menor relevância para concursos públicos ou por terem sido decididos com base em
peculiaridades do caso concreto: AP 946/DF; MS 33586/DF.
ÍNDICE
DIREITO CONSTITUCIONAL
LIBERDADE DE EXPRESSÃO
Classificação indicativa dos programas de rádio e TV.
DIREITO PENAL
ESTUPRO DE VULNERÁVEL
Passar as mãos nas coxas e seios da vítima.
HABEAS CORPUS
Nulidade cujo tema não foi trazido antes do trânsito em julgado.
INDULTO NATALINO
Interpretação do art. 4º do Decreto 7.873/2012.
LIBERDADE DE EXPRESSÃO
Classificação indicativa dos programas de rádio e TV
Importante!!!
É inconstitucional a expressão “em horário diverso do autorizado” contida no art. 254 do ECA.
"Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão, espetáculo em horário diverso do
autorizado ou sem aviso de sua classificação:
Pena - multa de vinte a cem salários de referência; duplicada em caso de reincidência a
autoridade judiciária poderá determinar a suspensão da programação da emissora por até
dois dias."
O Estado não pode determinar que os programas somente possam ser exibidos em
determinados horários. Isso seria uma imposição, o que é vedado pelo texto constitucional por
configurar censura. O Poder Público pode apenas recomendar os horários adequados. A
classificação dos programas é indicativa (e não obrigatória).
STF. Plenário. ADI 2404/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 31/8/2016 (Info 837).
Classificação indicativa
O art. 254 do ECA prevê que os programas de rádio e TV, com base em seu conteúdo, deverão ser
classificados como apropriados ou não, de acordo com a faixa etária.
Ex: um programa de TV que não exiba cenas de violência, sexo ou uso de drogas é classificado como "livre
para todos os públicos". Se ele tiver cenas de nudez velada, insinuação sexual, linguagem de conteúdo
sexual, simulações de sexo etc., poderá ser classificado como "recomendado para maiores de 12 anos".
O governo estipulou horários em que cada um desses programas deverá passar de acordo com a faixa
etária que ele foi enquadrado. Ex: o programa livre para todos os públicos poderá ser exibido em qualquer
horário; por outro lado, o programa recomendado para maiores de 12 anos somente podia ser transmitido
a partir de 20h.
Art. 221. A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes princípios:
(...)
IV - respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.
Infração administrativa
Caso a emissora de rádio ou TV exibisse o programa fora do horário recomendado, ela praticaria infração
administrativa e poderia ser punida com multa e até suspensão da programação na hipótese de
reincidência. Confira a redação do ECA:
Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão, espetáculo em horário diverso do autorizado ou sem
aviso de sua classificação:
Pena - multa de vinte a cem salários de referência; duplicada em caso de reincidência a autoridade
judiciária poderá determinar a suspensão da programação da emissora por até dois dias.
Duplo dever
Repare que, de acordo com a redação do art. 254 do ECA, as emissoras de rádio e TV possuíam dois
deveres impostos por lei:
1) Avisar, antes de o programa começar, qual é a classificação etária do espetáculo (aquele famoso aviso:
"programa recomendado para todos os públicos" ou "programa recomendado para maiores de 12 anos");
2) Somente transmitir os programas nos horários compatíveis com a sua classificação etária. Ex: se o
programa foi recomendado para maiores de 12 anos, ele não podia ser exibido antes das 20h.
ADI
Em 2001, o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) ingressou com uma ação direta de inconstitucionalidade
contra o art. 254 do ECA alegando que ele violou o art. 5º, IX (liberdade de expressão), o art. 21, XVI e o
art. 220, caput e parágrafos, da CF/88. Isso porque o art. 254 do ECA extrapolou o que determina a
Constituição Federal, já que impôs que as emissoras de rádio e TV somente exibissem os programas em
determinados horários sob pena de serem punidas administrativamente.
O STF finalmente enfrentou o tema. O que foi decidido? A ADI foi julgada procedente?
SIM. O STF julgou a ADI procedente e decidiu que:
É inconstitucional a expressão “em horário diverso do autorizado” contida no art. 254 do ECA.
STF. Plenário. ADI 2404/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 31/8/2016 (Info 837).
Efeito pedagógico
A exibição do aviso de classificação indicativa deve ter apenas efeito pedagógico, a exigir reflexão por
parte do espectador e dos responsáveis.
É dever estatal, nesse ponto, conferir maior publicidade aos avisos de classificação, bem como desenvolver
programas educativos acerca desse sistema.
Além disso, o controle pelos pais e responsáveis sobre os programas assistidos pelas crianças e
adolescentes pode ser feito, inclusive, com o auxílio de meios eletrônicos de restrição de acesso a
determinados programas, como já feito em outros países. Essa tecnologia, inclusive, é de uso obrigatório
no Brasil, apesar de ainda não adotada na prática, conforme previsto no art. 1º da Lei nº 10.359/2001:
Art. 1º Os aparelhos de televisão produzidos no território nacional deverão dispor, obrigatoriamente, de
dispositivo eletrônico que permita ao usuário bloquear a recepção de programas transmitidos pelas
emissoras, concessionárias e permissionárias de serviços de televisão, inclusive por assinatura e a cabo,
mediante:
I - a utilização de código alfanumérico, de forma previamente programada; ou
II - o reconhecimento de código ou sinal, transmitido juntamente com os programas que contenham cenas
de sexo ou violência.
ECA
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA
Classificação indicativa e liberdade de expressão
Importante!!!
É inconstitucional a expressão “em horário diverso do autorizado” contida no art. 254 do ECA.
"Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão, espetáculo em horário diverso do
autorizado ou sem aviso de sua classificação:
Pena - multa de vinte a cem salários de referência; duplicada em caso de reincidência a autoridade
judiciária poderá determinar a suspensão da programação da emissora por até dois dias."
O Estado não pode determinar que os programas somente possam ser exibidos em
determinados horários. Isso seria uma imposição, o que é vedado pelo texto constitucional por
configurar censura. O Poder Público pode apenas recomendar os horários adequados. A
classificação dos programas é indicativa (e não obrigatória).
STF. Plenário. ADI 2404/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 31/8/2016 (Info 837).
Importante!!!
Compete à justiça federal processar e julgar ações em que a Ordem dos Advogados do Brasil
(OAB), quer mediante o conselho federal, quer seccional, figure na relação processual.
STF. Plenário. RE 595332/PR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 31/8/2016 (repercussão geral)
(Info 837)
Assim, o STF, naquele julgado, decidiu que a OAB seria um “serviço público independente”, categoria
ímpar no elenco das personalidades jurídicas existentes no direito brasileiro. Veja os principais trechos da
ementa do acórdão:
(...) 2. Não procede a alegação de que a OAB sujeita-se aos ditames impostos à Administração Pública
Direta e Indireta.
3. A OAB não é uma entidade da Administração Indireta da União. A Ordem é um serviço público
independente, categoria ímpar no elenco das personalidades jurídicas existentes no direito brasileiro.
4. A OAB não está incluída na categoria na qual se inserem essas que se tem referido como "autarquias
especiais" para pretender-se afirmar equivocada independência das hoje chamadas "agências".
5. Por não consubstanciar uma entidade da Administração Indireta, a OAB não está sujeita a controle da
Administração, nem a qualquer das suas partes está vinculada. Essa não-vinculação é formal e
materialmente necessária.
6. A OAB ocupa-se de atividades atinentes aos advogados, que exercem função constitucionalmente
privilegiada, na medida em que são indispensáveis à administração da Justiça [artigo 133 da CB/88]. É
entidade cuja finalidade é afeita a atribuições, interesses e seleção de advogados. Não há ordem de
relação ou dependência entre a OAB e qualquer órgão público.
7. A Ordem dos Advogados do Brasil, cujas características são autonomia e independência, não pode ser
tida como congênere dos demais órgãos de fiscalização profissional. A OAB não está voltada
exclusivamente a finalidades corporativas. Possui finalidade institucional. (...)
STF. Plenário. ADI 3026, Rel. Min. Eros Grau, julgado em 08/06/2006.
Faltava, no entanto, um posicionamento do STF. O que decidiu o Supremo? A competência para julgar as
causas envolvendo a OAB é da Justiça Federal ou Justiça Estadual?
Compete à justiça federal processar e julgar ações em que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), quer
mediante o conselho federal, quer seccional, figure na relação processual.
STF. Plenário. RE 595332/PR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 31/8/2016 (repercussão geral) (Info 837)
Opinião pessoal
Penso que no julgamento do RE 595332/PR (Info 837) não houve alteração de entendimento do STF
quanto à natureza jurídica da OAB.
Assim, em minha opinião, o STF continua com a posição exposta na ADI 3026, ou seja, a OAB não é
autarquia nem integra a Administração Pública indireta. Trata-se de “serviço público independente”,
categoria ímpar no elenco das personalidades jurídicas existentes no direito brasileiro.
Entendo que a menção contida no voto de que a OAB é uma "autarquia corporativista" é uma opinião
pessoal do Min. Marco Aurélio, mas que não pode ser tida como a posição do Supremo.
Cuidado em provas
Em provas de concurso, deveria ser cobrado apenas aquilo que foi efetivamente decidido, ou seja,
compete à Justiça Federal julgar as ações em que a OAB figure na relação processual. Quanto a isso, não
existe mais nenhuma dúvida. Seja a OAB autora ou ré, seja em processos de conhecimento ou de
execução, a competência para julgar a causa é da Justiça Federal.
No entanto, como em concurso nunca se sabe o que o examinador irá perguntar, tenham cuidado caso ele
cobre a transcrição integral do Informativo onde consta esta posição pessoal do Min. Marco Aurélio. Veja
como constou no Informativo original divulgado pelo STF:
OAB e competência jurisdicional
Compete à justiça federal processar e julgar ações em que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), quer
mediante o conselho federal, quer seccional, figure na relação processual.
Com base nessa orientação, o Plenário deu provimento a recurso extraordinário interposto em face de
acórdão que assentara a competência da justiça estadual para processar execuções ajuizadas pela OAB
contra inscritos inadimplentes quanto ao pagamento das anuidades.
Afirmou que a OAB, sob o ângulo do conselho federal ou das seccionais, não seria associação, pessoa
jurídica de direito privado, em relação à qual é vedada a interferência estatal no funcionamento (CF, art.
5º, XVIII). Consubstanciaria órgão de classe, com disciplina legal — Lei 8.906/1994 —, cabendo-lhe impor
contribuição anual e exercer atividade fiscalizadora e censória.
A OAB seria, portanto, autarquia corporativista, o que atrairia, a teor do art. 109, I, da CF, a competência
DIREITO PENAL
ESTUPRO DE VULNERÁVEL
Passar as mãos nas coxas e seios da vítima
O agente que passa as mãos nas coxas e seios da vítima menor de 14 anos, por dentro de sua
roupa, pratica, em tese, o crime de estupro de vulnerável (art. 217-A do CP).
Não importa que não tenha havido penetração vaginal (conjunção carnal).
STF. 1ª Turma. RHC 133121/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/o acórdão Min. Edson Fachin
julgado em 30/8/2016 (Info 837).
Não há que se falar em nulidade do julgamento da apelação interposta pelo Ministério Público
se a defesa, regularmente intimada para a apresentação de contrarrazões, permanece inerte.
Em outras palavras, a ausência de contrarrazões à apelação do Ministério Público não é causa
de nulidade por cerceamento de defesa se o defensor constituído pelo réu foi devidamente
intimado para apresentá-las, mas não o fez.
STF. 1ª Turma. RHC 133121/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/o acórdão Min. Edson Fachin
julgado em 30/8/2016 (Info 837).
Não há que se falar em nulidade do julgamento da apelação interposta pelo Ministério Público se a
defesa, regularmente intimada para a apresentação de contrarrazões, permanece inerte.
Em outras palavras, a ausência de contrarrazões à apelação do Ministério Público não é causa de
nulidade por cerceamento de defesa se o defensor constituído pelo réu foi devidamente intimado para
apresentá-las, mas não o fez.
STF. 1ª Turma. RHC 133121/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/o acórdão Min. Edson Fachin julgado
em 30/8/2016 (Info 837).
Não se admite habeas corpus para se questionar nulidade cujo tema não foi trazido antes do
trânsito em julgado da ação originária e tampouco antes do trânsito em julgado da revisão
criminal.
A nulidade não suscitada no momento oportuno é impassível de ser arguida através de habeas
corpus, no afã de superar a preclusão, sob pena de transformar o writ em sucedâneo da
revisão criminal.
STF. 1ª Turma. RHC 124041/GO, rel. orig. Min. Dias Toffoli, red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso,
julgado em 30/8/2016 (Info 837).
Habeas corpus
Alguns meses após o trânsito em julgado, a defesa impetrou habeas corpus alegando que houve nulidade,
considerando que, como a testemunha estava doente, a audiência deveria ter sido redesignada para outra
data na qual ela já estivesse disponível para testemunhar.
Além disso, argumentou que chegou, juntamente com seu advogado, 15 minutos após a audiência ter se
encerrado, o que aconteceu em razão de chuva. Argumentou que o juiz deveria, diante da ausência do
advogado constituído, ter nomeado defensor ad hoc.
Dessa forma, teria havido nulidade no processo por cerceamento de defesa.
Não se admite habeas corpus para se questionar nulidade cujo tema não foi trazido antes do trânsito em
julgado da ação originária e tampouco antes do trânsito em julgado da revisão criminal.
STF. 1ª Turma. RHC 124041/GO, rel. orig. Min. Dias Toffoli, red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso,
julgado em 30/8/2016 (Info 837).
Outros precedentes
O tema acima explicado não é pacífico, mas existem outras decisões no mesmo sentido:
(...) Encontra-se preclusa a discussão acerca de suposta nulidade processual após o trânsito em julgado da
sentença condenatória. (...)
STF. 1ª Turma. HC 130466 AgR, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 15/12/2015.
(...) 4. As alegações relativas à falta de oitiva das testemunhas de defesa e de intimação para constituição
de novo defensor deixaram de ser suscitadas no curso do processo, operando-se a preclusão. Instrução
processual deficiente.
5. Inviável na via estreita do habeas corpus o exame minucioso dos fatos e provas da causa. Precedentes.
6. Habeas corpus extinto sem resolução do mérito.
STF. 1ª Turma. HC 112138, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 11/03/2014.
(...) A atual jurisprudência do Supremo Tribunal Federal entende que “a nulidade não suscitada no
momento oportuno é impassível de ser arguida através de habeas corpus, no afã de superar a preclusão,
sob pena de transformar o writ em sucedâneo da revisão criminal” (RHC 107.758, Rel. Min. Luiz Fux).
2. O defensor dativo foi intimado pessoalmente do resultado do julgamento da apelação e não arguiu, por
meio dos instrumentos processuais cabíveis, a nulidade suscitada nesta impetração.
3. Preclusão da matéria com o trânsito em julgado da apelação.
4. Habeas Corpus extinto sem resolução de mérito por inadequação da via processual. Cassada a liminar
deferida.
STF. 1ª Turma. HC 102077, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 11/03/2014.
O art. 4º do Decreto 7.873/2012 prevê que a pessoa não pode ser beneficiada com o indulto
natalino se tiver recebido sanção disciplinar grave no período de 26/12/2011 até 26/12/2012:
“Art. 4º A declaração do indulto e da comutação de penas previstos neste Decreto fica
condicionada à inexistência de aplicação de sanção, homologada pelo juízo competente, em
audiência de justificação, garantido o direito ao contraditório e à ampla defesa, por falta
disciplinar de natureza grave, prevista na Lei de Execução Penal, cometida nos doze meses de
cumprimento da pena, contados retroativamente à data de publicação deste Decreto.”
Se o condenado praticou falta grave no período de 12 meses antes da publicação do decreto de
indulto natalino, ele não poderá receber o benefício mesmo que a homologação judicial desta
sanção disciplinar tenha ocorrido em data posterior à publicação do decreto.
Dessa forma, a falta disciplinar é que tem que ter ocorrido antes da publicação do Decreto, não
importando que a homologação judicial seja posterior.
STF. 2ª Turma. HC 132236/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 30/8/2016 (Info 837).
Indulto
O indulto é um benefício concedido pelo Presidente da República por meio do qual as pessoas condenadas
por determinados crimes ficarão livres dos efeitos executórios da condenação, desde que se enquadrem
nas condições previstas no decreto presidencial.
Indulto natalino
É bastante comum o Presidente da República editar um decreto, no final de todos os anos, concedendo
indulto. Esse decreto é conhecido como “indulto natalino”.
No decreto de indulto já constam todas as condições para a concessão do benefício. Caso o apenado
atenda a esses requisitos, o juiz das execuções deve reconhecer o direito, extinguindo a pena.
Desse modo, o art. 4º do Decreto 7.873/2012 (publicado em 26/12/2012) prevê que a pessoa não pode ser
beneficiada com o indulto se tiver recebido sanção disciplinar grave no período de 26/12/2011 até
26/12/2012.
Se o condenado praticou falta grave no período de 12 meses antes da publicação do decreto de indulto
natalino, ele não poderá receber o benefício mesmo que a homologação judicial desta sanção disciplinar
tenha ocorrido em data posterior à publicação do decreto.
O art. 4º do Decreto 7.873/2012 impõe a homologação judicial da sanção por falta grave, mas não exige
que isso tenha ocorrido nos 12 meses anteriores à sua publicação.
STF. 2ª Turma. HC 132236/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 30/8/2016 (Info 837).
Se fosse exigido que a homologação judicial ocorresse antes da publicação do decreto, as faltas graves
praticadas próximas ao final do ano acabariam não tendo reflexo sobre o indulto natalino, considerando
que não haveria tempo suficiente para apurar o cometimento desta falta grave, conferindo ampla defesa e
contraditório.
Na espécie, tratava-se de agravo regimental ajuizado contra liminar deferida em mandado de segurança
impetrado contra decisão monocrática de conselheira do CNJ, que, em procedimento de controle
administrativo, determinara a tribunal de justiça estadual que elaborasse nova lista de antiguidade de
membros da magistratura, com exclusão de critério não previsto na Lei Orgânica da Magistratura Nacional
(Loman).
Diante desse quadro superveniente, o Ministro Teori Zavascki (relator) reformulou seu voto para considerar
prejudicado o mandado de segurança.
MS 33586/DF, rel. Min. Teori Zavascki, 30.8.2016.
OUTRAS INFORMAÇÕES
CLIPPING DO D JE
29 de agosto a 2 de setembro de 2016
TRANSCRIÇÕES
Com a finalidade de proporcionar aos leitores do INFORMATIVO STF uma compreensão mais
aprofundada do pensamento do Tribunal, divulgamos neste espaço trechos de decisões que tenham
despertado ou possam despertar de modo especial o interesse da comunidade jurídica.
Lavagem de Dinheiro - Organização Criminosa - Descaracterização Típica - Fato Anterior à Lei 12.850/2013 (Transcrições)
RHC 130.738/DF*
RELATOR: Ministro Celso de Mello
Ementa: Crime de lavagem de dinheiro ou de valores (Lei nº 9.613/98). Pretendida extinção do processo penal instaurado contra os réus.
Alegação de inépcia da denúncia. Suposta inobservância, pelo Ministério Público, do art. 41 do CPP. Inocorrência. Doutrina.
Precedentes. Referência, na peça acusatória, como infrações antecedentes, a crimes contra a Administração Pública (Lei nº 9.613/98, art.
1º, V) e ao delito de organização criminosa (Lei nº 9.613/98, art. 1º, VII). Eventos ocorridos entre 1997 e 2004. Fatos imputados aos réus
supostamente cometidos em momento anterior à vigência da Lei nº 12.683/2012 e da Lei nº 12.850/2013. Consequente atipicidade penal do
crime de lavagem de dinheiro no ponto em que a denúncia indica como infração antecedente o delito de organização criminosa, que somente
INOVAÇÕES LEGISLATIVAS
29 de agosto a 2 de setembro de 2016
Lei nº 13.331, de 1º.9.2016 - Altera a Lei nº 11.076, de 30 de dezembro de 2004, que dispõe sobre o
Certificado de Depósito Agropecuário-CDA, o Warrant Agropecuário-WA, o Certificado de Direitos Creditórios do
Agronegócio-CDCA, a Letra de Crédito do Agronegócio-LCA e o Certificado de Recebíveis do Agronegócio-CRA, e
dá outras providências. Publicada no DOU, Seção 1, Edição nº 170, p. 1, em 2.9.2016.
Medida Provisória nº 744, de 1º.9.2016 - Altera a Lei nº 11.652, de 7 de abril de 2008, que institui os
princípios e objetivos dos serviços de radiodifusão pública explorados pelo Poder Executivo ou outorgados a entidades
de sua administração indireta e autoriza o Poder Executivo a constituir a Empresa Brasil de Comunicação - EBC.
Publicada no DOU, Seção 1, Edição nº 170, p. 2, em 2.9.2016.
Secretaria de Documentação – SDO
Coordenadoria de Jurisprudência Comparada e Divulgação de Julgados – CJCD
CJCD@stf.jus.br