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BB - Português - Comp Texto e Redação PDF
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GABARITO
1. C 2. E 3. E 4. D
5. A 6. A 7. E 8. E
9. B 10. D 11. B 12. D
13. D 14. C 15. A 16. A
17. C 18. E 19. C 20. A
21. D 22. D 23. E 24. E
O preço foi uma das mais revolucionárias criações de todos os tempos. Invenção sem dono.
Melhor seria chamá-la de uma evolução darwinista, resultado de milhares de anos de adaptação
do ser humano à vida em sociedade: sobreviveu a maneira mais eficiente que o homem encontrou
para alocar recursos escassos, no enunciado da definição clássica da ciência econômica.
Diariamente tomamos decisões (comprar uma gravata, vender um apartamento, demitir um
funcionário, poupar para uma viagem, ter um filho, derrubar ou plantar uma árvore), ponderando
custos e benefícios. É a soma dessas ações, feitas no âmbito pessoal, que regula o custo e a
disponibilidade de gravatas, apartamentos, funcionários, viagens, filhos ou mesmo árvores.
Como diz o jornalista americano Eduardo Porter em O preço de todas as coisas, "toda
escolha que fazemos é moldada pelo preço das opções que se apresentam diante de nós, pesadas
em relação a seus benefícios". As consequências dessa atitude, mostra Porter, nem sempre são
óbvias. Até as formas femininas estão submetidas a uma virtual bolsa de valores, e o que se
apresenta como grátis também tem seu preço – sem falar que a dinâmica da fixação de preços
pode falhar miseravelmente, como comprovam as bolhas financeiras.
(Giuliano Guandalini. Veja, 3 de agosto de 2011, com adaptações)
(A) pelo valor das escolhas pessoais, apesar das regras da economia clássica existentes na
sociedade de consumo.
(B) por sua situação no mercado consumidor, que determina custos menores em função do
aumento da oferta.
(C) por economistas que se especializam em avaliar os objetos de consumo mais procurados pelas
pessoas.
(D) pelo acordo possível entre pessoas que desejam comprar e aquelas que precisam desfazer-se
de seus bens.
(E) pela relação que as pessoas fazem habitualmente entre custo e benefício quando tomam suas
decisões.
(A) o cálculo do preço de qualquer produto pode basear-se não somente em aspectos objetivos
como também em elementos subjetivos.
(B) todas as escolhas feitas determinam um preço real, calculado pelos envolvidos nos negócios, a
partir da importância de cada uma dessas escolhas.
(C) as decisões de comprar ou vender algo são rotineiras em uma sociedade de consumo, fato
que dá origem a um cálculo do valor dos produtos.
(D) os benefícios resultantes da fixação de preços adequados para as diferentes decisões tomadas
individualmente atingem todo o grupo social.
(E) as pessoas geralmente tendem a optar por escolhas cujo preço esteja de acordo com as
possibilidades de realização daquilo que pretendem obter.
(A) as condições que regulavam as trocas comerciais na antiguidade não permitiam estabelecer
valores adequados para os objetos em circulação.
(B) a história da humanidade não tem registros a respeito do primeiro grupo social que
estabeleceu preços para todas as coisas.
(C) o preço das coisas sofreu evolução resultante da necessidade de acomodação do homem às
condições da vida em sociedade.
(D) os formuladores das doutrinas econômicas que atualmente vigoram no mercado não se
preocuparam em identificar os idealizadores da fixação de preços.
(E) os poucos recursos à disposição do homem primitivo impediam que houvesse qualquer
espécie de transação comercial, o que impossibilitava a fixação de preços.
(A) ... uma evolução darwinista, resultado de milhares de anos de adaptação do ser humano à
vida em sociedade
(B) O preço foi uma das mais revolucionárias criações de todos os tempos.
(C) ... que o homem encontrou para alocar recursos escassos, no enunciado da definição clássica
da ciência econômica.
(D) É a soma dessas ações [...] que regula o custo e a disponibilidade de gravatas ...
(E) As consequências dessa atitude, mostra Porter, nem sempre são óbvias.
5. ...sem falar que a dinâmica da fixação de preços pode falhar miseravelmente, como
comprovam as bolhas financeiras.
6. (comprar uma gravata, vender um apartamento, demitir um funcionário, poupar para uma
viagem, ter um filho, derrubar ou plantar uma árvore). O segmento entre parênteses constitui
(A) transcrição de um diálogo, que altera o foco principal do que vem sendo exposto.
(B) constatação de situações habituais, com o mesmo valor de mercado, vivenciadas pelas
pessoas.
(C) reprodução exata das palavras do jornalista americano citado no texto, referentes à rotina
diária das pessoas.
(D) interrupção intencional do desenvolvimento das ideias, para acrescentar informações alheias
ao assunto abordado.
(E) sequência explicativa, que enumera as eventuais decisões que podem ser tomadas
diariamente pelas pessoas.
Texto I
Texto II
(Carrascoza, João A. A evolução do texto publicitário. São Paulo: Futura, 1999, p. 44 e 45)
7. Tomando-se como referência o que consta nos dois textos, a afirmativa correta é
(A) O Texto I pode ser corretamente entendido como uma espécie de resumo do assunto que é
desenvolvido no Texto II.
(B) O desenvolvimento do Texto II está desvinculado do que consta do dicionário em relação aos
sentidos do verbo vender.
(C) O conteúdo do Texto I apresenta sentido de oposição ao que se lê no Texto II.
(D) O sentido principal do Texto I está no verbo vender, enquanto o do Texto II está no verbo
propagar, verbos que não podem ser empregados como sinônimos.
(E) A ideia central do Texto II aparece explicitada em um dos possíveis significados do verbo
vender, transcritos no Texto I.
8. Com base no Texto II, conclui-se que o sentido de propaganda está corretamente expresso
em
(A) repetição de uma única ideia até que o público a quem se dirige a mensagem se canse de
ouvir sempre as mesmas frases.
(B) serviços oferecidos por um vendedor, ao criar novas ideias em um mercado já estabilizado e
conhecido.
(C) imitação por vendedores de um fenômeno da natureza, o de espalhar ideias como se faz a
reprodução de plantas.
9. ...a meta é aconselhar o destinatário e conquistar a sua adesão. (Texto II). Entre os verbos
que constam como sinônimos de vender no Texto I, o sentido mais próximo do segmento
destacado acima é
10. “técnica do jardineiro de cravar no solo os rebentos novos das plantas a fim de reproduzir
novas plantas que depois passarão a ter vida própria.” (Texto II)
Depois de passar quase 200 mil anos vivendo em pequenos grupos nômades, os seres
humanos (ou alguns deles, pelo menos) resolveram que era hora de assentar, criando vilas e
cidades. A questão é: por quê?
Durante muito tempo, a resposta-padrão foi simples: por causa da invenção da agricultura.
Ao descobrir maneiras de produzir alimentos em grande escala, certos povos que viveram a partir
de uns 10 mil anos atrás desencadearam uma explosão populacional que foi resolvida com outra
invenção, a da vida urbana. Acontece que a sequência verdadeira pode ser exatamente a oposta,
indicam dados arqueológicos que se acumularam nos últimos anos.
Ao menos no Crescente Fértil – a região que engloba países como Iraque, Israel, Turquia e
Síria, considerada o berço da civilização ocidental –, as pessoas parecem ter primeiro se juntado
em assentamentos densos e só depois – em parte como consequência da aglomeração – ter
desenvolvido o cultivo de plantas e a criação de animais. E o processo parece ter começado muito
antes do momento em que a agricultura propriamente dita entra em cena.
Restos de plantas aparecem em sítios arqueológicos com indícios de população cada vez
maior. O número de espécies vegetais usadas se reduz, mas essas plantas continuam com suas
características selvagens, o que indica que estavam apenas sendo coletadas mais intensivamente.
Da mesma maneira a caça consumida por esses grupos sedentários fica menos diversificada,
concentrando-se em poucas espécies que se reproduzem rápido, como lebres, raposas e aves. E
só quando o uso dos recursos selvagens chega ao limite, sinais claros de vegetais cultivados
aparecem.
(Reinaldo José Lopes. Folha de S. Paulo, Ciência, C15, 15 de abril de 2012, com adaptações)
(A) alguns povos primitivos descobriram técnicas de reprodução rápida de diversas espécies
animais.
(B) o cultivo de alimentos permitiu o assentamento de seres humanos em vilas bastante
povoadas.
(C) a agricultura acelerou a evolução da espécie humana em núcleos densamente habitados.
(D) pesquisas arqueológicas indicam que a vida urbana pode ter surgido bem antes da agricultura.
(E) dados arqueológicos revelam cultivo intenso de vegetais em núcleos de habitação bastante
primitivos.
12. (ou alguns deles, pelo menos) (1º parágrafo). Considerando-se o contexto, a observação
transcrita acima
(A) sugere que a explosão populacional da antiguidade foi a consequência imediata da invenção
da vida urbana.
(B) confirma a hipótese de que a resposta para o assentamento urbano está na invenção da
agricultura.
(C) assinala que a descoberta de maneiras de produzir alimentos em larga escala extinguiu os
pequenos grupos nômades.
(D) restringe a afirmativa de que os seres humanos resolveram que era hora de assentar, criando
vilas e cidades.
(E) indica que as primeiras cidades surgiram há muito tempo no Crescente Fértil [...], berço da
civilização ocidental.
13. Da mesma maneira a caça consumida por esses grupos sedentários fica menos diversificada,
concentrando-se em poucas espécies que se reproduzem rápido ... (último parágrafo)
(A) alguns povos primitivos se alimentavam unicamente da caça aos pequenos animais criados
nos assentamentos.
(B) somente animais domesticados podiam servir de alimento para as pessoas que viviam em
assentamentos.
(C) um grande número de pessoas em núcleos bastante povoados levava à necessária oferta de
alimentos.
(D) a reprodução de animais era sinal da prosperidade dos grupos que passaram a viver em
comunidades primitivas.
(E) o número de espécies animais criadas pelo homem primitivo nos primeiros assentamentos era
grande e diversificado.
(A) as cidades da região mais civilizada da antiguidade serviram de modelo para as sociedades
que se espalharam por todo o mundo conhecido nessa época.
(B) o homem que vivia em núcleos urbanos somente passou a cultivar vegetais depois que se
reduziu a oferta de recursos naturais, que eram até então coletados.
(C) a produção de alimentos foi responsável pela explosão populacional em uma região que, por
sua localização, facilitou o surgimento das primeiras cidades bem organizadas.
15. Ao descobrir maneiras de produzir alimentos em grande escala, certos povos que viveram a
partir de uns 10 mil anos atrás desencadearam uma explosão populacional que foi resolvida com
outra invenção, a da vida urbana.
Outra redação para a frase acima, em que se mantêm a correção, a clareza e, em linhas gerais, o
sentido, está em
(A) Há mais ou menos 10 mil anos, a descoberta da produção de alimentos para um grande
número de pessoas permitiu o crescimento da população e, em
consequência, os aglomerados urbanos.
(B) O vertiginoso aumento da população, onde se criou os assentamentos urbanos, com a
produção de alimentos para o grande número de pessoas que ali viviam, há 10 mil anos.
(C) Com a descoberta dos alimentos e o que podia ser cultivado para manter um grande número
de seres humanos nos assentamentos, criou-se as condições da vida urbana, em época primitiva.
(D) Foi uns povos primitivos, de 10 mil anos atrás, que descobriram como cultivar alimentos,
destinados para as pessoas que explodiram a população da vida urbana, também criada.
(E) Aos 10 mil anos, com a descoberta de como ter alimentos cultivados para a explosão do
número das pessoas vivendo em núcleos de vida urbana, permitindo sua alimentação.
GABARITO
1. E 2. A 3. C 4. B 5. C
6. E 7. E 8. D 9. B 10.A
11. D 12. D 13. C 14. B 15. A
Resolução 1: "toda escolha que fazemos é moldada pelo preço das opções que se apresentam
diante de nós, pesadas em relação a seus benefícios".
Resolução 6: tomamos decisões, a saber = trecho entre parênteses. Expressões explicativas são
isoladas por vírgulas, travessões ou parênteses.
Resolução 7: convencer (alguém) a aceitar (alguma coisa); persuadir (alguém) das boas
qualidades de (uma ideia, um projeto etc.);
Resolução 9: conquistar = fazer aderir a; atrair ao seio de, para (alguma coisa). / persuadir =
mostrar a importância, a necessidade ou a conveniência de.
Resolução 10: observe que o trecho, apresentado imediatamente após o verbo propagare, está
isolado por vírgula – marca dos termos explicativos.
Resolução 11: indicam dados arqueológicos [...]as pessoas parecem ter primeiro se juntado em
assentamentos densos e só depois – em parte como consequência da aglomeração – ter
desenvolvido o cultivo de plantas e a criação de animais.
Resolução 12: os (= todos os) seres humanos X alguns deles (= quantidade, quantia ou medida
indeterminada de algo; nem muito, nem pouco).
Resolução 13: pessoas parecem ter primeiro se juntado em assentamentos densos [...]
população cada vez maior = esses grupos sedentários; logo, os grupos são numerosos / espécies
que se reproduzem rápido redundam em maior oferta de alimentos.
Resolução 14: vida urbana. [...]O número de espécies vegetais usadas se reduz, mas essas
plantas continuam com suas características selvagens, o que indica que estavam apenas sendo
coletadas mais intensivamente. [...] E só quando o uso dos recursos selvagens chega ao limite,
sinais claros de vegetais cultivados aparecem.
Resolução 15:
(B) O vertiginoso aumento da população, (onde) DEVIDO AO QUAL se (criou) CRIARAM os
assentamentos urbanos, (com) PROVOCOU a produção de alimentos para o grande número de
pessoas que ali viviam (,) há 10 mil anos.
(C) (Com) DEVIDO À descoberta dos alimentos e (o) DO que podia ser cultivado para manter um
grande número de seres humanos nos assentamentos, (criou-se) CRIARAM-SE as condições da
vida urbana (,) em época primitiva.
(D) (Foi uns) Povos primitivos, HÁ 10 mil anos (atrás), (que) descobriram como cultivar alimentos
(,) destinados (para as) ÀS pessoas que (explodiram) COMPUNHAM ASSENTAMENTOS DENSOS /
NUMEROSOS NÚCLEOS URBANOS (a população da vida urbana, também criada).
(E) HÁ (Aos) 10 mil anos, (com a) DEVIDO À descoberta (de) DA MANEIRA como (ter) CONTAR
COM alimentos cultivados (para) A FIM DE ATENDER AO (a explosão do) GRANDE número (das)
DE pessoas (vivendo) QUE VIVIAM em núcleos (de vida urbana) URBANOS, (permitindo)
PERMITIU-SE sua alimentação.
EXERCITANDO
Exame Médico
Reforçam-se as evidências da baixa qualidade de ensino em cursos de medicina do país.
Esse retrato vem sendo confirmado anualmente desde 2005, quando o Cremesp (Conselho
Regional de Medicina do Estado de São Paulo) decidiu implementar uma prova de avaliação,
facultativa, dos conhecimentos dos futuros médicos.
Neste ano, 56% dos formandos que prestaram o exame foram reprovados. O número já é
expressivo, mas é razoável supor que a proporção de estudantes despreparados seja maior. A
prova não é obrigatória, e os responsáveis por sua execução avaliam que muitos dos maus alunos
boicotam o exame, frequentemente estimulados por suas faculdades.
I. Faz sugestivo jogo de palavras: usa a expressão Exame médico, que remete à inspeção feita
no corpo de um indivíduo para chegar a um diagnóstico sobre seu estado de saúde, para referir
uma prova de avaliação a ser realizada por formandos em medicina.
II. Aproxima a área médica e a área do direito, acerca da avaliação dos indivíduos que desejam
exercer as respectivas profissões, de modo a evidenciar o reconhecimento, em plano mundial, da
fragilidade da formação desses futuros profissionais.
III. Critica a imperfeição do sistema de avaliação dos formados em direito, considerando essa
falha como fator que tira da prova realizada pela Ordem dos Advogados do Brasil a possibilidade
de ser tomada como padrão para outras áreas do conhecimento.
Está correto o que se afirma APENAS em
(A) I.
(B) I e II.
(C) I e III.
(D) II.
(E) II e III.
Inferno e paraíso
1. Por certo, existe o Carnaval. Mas a ideia de que o Brasil é uma espécie de paraíso onde
pouco se trabalha corresponde, em boa medida, a um preconceito, quando se tomam em
comparação os padrões vigentes nas sociedades europeias, por exemplo.
Já se a métrica for a realidade de países asiáticos, não há razão para 5.tomar como
especialmente infelizes as declarações do empresário taiwanês Terry Gou, presidente da Foxconn,
a respeito da operosidade dos brasileiros. O Brasil – país em que a empresa de componentes
eletrônicos planeja investir uma soma bilionária para fabricar telefones e tablets –, tem grande
potencial, disse Terry Gou numa entrevista à TV taiwanesa. Mas os brasileiros “não 10.trabalham
tanto, pois estão num paraíso”, acrescentou o investidor.
A frase, relatada pelo correspondente da Folha em Pequim, Fabiano Maisonnave, insere-se
entre outras ressalvas feitas pelo empresário quanto à possibilidade de o Brasil tornar-se
fornecedor internacional de componentes eletrônicos.
15. Quaisquer que sejam os seus julgamentos sobre o Brasil, as declarações do empresário
embutem um paradoxo típico da era globalizada. Refletem o clássico modelo da ética do trabalho
– antes associada aos países anglo-saxônicos, agora proeminente nas economias do Oriente.
2. O editorialista
(A) confronta a Foxconn com a Apple, com o objetivo de defender a segunda como modelo que
garante, em escala global, todos os direitos do trabalhador em empresa de eletrônicos.
(B) admite desconhecer os verdadeiros motivos de o taiwanês Terry Gou ter declarado que o
Brasil é um país paradisíaco.
(C) apresenta as razões que o fazem defender a competência do Brasil em tornar-se fornecedor
internacional de componentes eletrônicos.
(D) interpreta a fala de Terry Gou como expressão do específico momento histórico em que o
intercâmbio econômico e cultural
entre países é uma realidade.
(E) analisa as implicações econômicas da falta de coerência dos empresários internacionais ao
avaliarem a capacidade produtiva de um país que deseja ingressar no mercado globalizado.
(A) vale-se da expressão Por certo, está tornando patente que a frase constitui uma resposta ao
empresário taiwanês, que supostamente pôs em dúvida essa expressão cultural brasileira, o
carnaval.
(B) emprega a expressão uma espécie de, está antecipando o detalhamento que fará do grupo a
que pertence o Brasil em função de seus hábitos culturais.
(C) refere-se ao Carnaval, está apresentando um fato que poderia, em parte, ser tomado como
justificativa para a ideia de que o Brasil é uma espécie de paraíso onde pouco se trabalha.
(D) menciona um preconceito, está expressando seu entendimento de que a ideia de que o Brasil
é uma espécie de paraíso onde pouco se trabalha é um prejulgamento absolutamente inaceitável.
(E) cita os padrões vigentes nas sociedades europeias, está remetendo a uma base de
comparação que considera sinônimo de excelência.
(A) Se o parâmetro de avaliação do Brasil por Terry Gou for a realidade de países asiáticos, o peso
de seus comentários sobre o trabalho nesse país está por si só minimizado.
(B) Considerado o ramo de componentes eletrônicos, os países asiáticos são reconhecidamente
insuperáveis no que se refere a sua capacidade de trabalho e à excelência dos seus produtos.
(A) lança dúvidas sobre o futuro do mercado globalizado, dado que os específicos hábitos culturais
dos países que o integram impedem uma estrutura organizacional adequada a cada um deles.
(B) lança a hipótese de que a influência coativa da população pode tornar ultrapassados regimes
de trabalho que ele denomina “infernais”, como o das economias asiáticas.
(C) defende a harmonia entre o produto comercializado e o regime de trabalho adotado para sua
manufatura, do que decorre, necessariamente, a coexistência de distintos sistemas produtivos.
(D) defende a superposição da ética do trabalho e da ética empresarial, sob a condição de que os
empresários vigiem para que sua mão de obra não especializada não afete a imagem do produto.
(E) mostra que o povo, informado pelos meios de comunicação, poderá monitorar a presença
simultânea dos regimes ditos “infernais” e “paradisíacos”, visando à adequada adoção de cada um
deles.
CRÔNICAS
Pós-11/9
Li que em Nova York estão usando “dez de setembro” como adjetivo, significando antigo,
ultrapassado. Como em: “Que penteado mais dez de setembro!”. O 11/9 teria mudado o mundo
tão radicalmente que tudo o que veio antes – culminando com o day before [dia anterior], o
último dia das torres em pé, a última segunda-feira normal e a véspera mais véspera da História –
virou preâmbulo. Obviamente, nenhuma normalidade foi tão afetada quanto o cotidiano de Nova
York, que vive a psicose do que ainda pode acontecer. Os Estados Unidos descobriram um
sentimento inédito de vulnerabilidade e reorganizam suas prioridades para acomodá-las, inclusive
sacrificando alguns direitos de seus cidadãos, sem falar no direito de cidadãos estrangeiros não
serem bombardeados por eles.
Protestos contra a radicalíssima reação americana são vistos como irrealistas e anacrônicos,
decididamente “dez de setembro”. Mas fatos inaugurais como o 11/9 também permitem às nações
se repensarem no bom sentido, não como submissão à chantagem terrorista, mas para não
perder a oportunidade do novo começo, um pouco como Deus – o primeiro autocrítico – fez
depois do Dilúvio. Sinais de revisão da política dos Estados Unidos com relação a Israel e os
palestinos são exemplos disto. E é certo que nenhuma reunião dos países ricos será como era até
10/9, pelo menos por algum tempo. No caso dos donos do mundo, não se devem esperar exames
de consciência mais profundos ou atos de contrição mais espetaculares, mas o instinto de
sobrevivência também é um caminho para a virtude.
O horror de 11/9 teve o efeito paradoxalmente contrário de me fazer acreditar mais na
humanidade. A questão é: o que acabou em 11/9 foi prólogo, exatamente, de quê? Seja o que
for, será diferente. Inclusive por uma questão de moda, já que ninguém vai querer ser chamado
de “dez de setembro” na rua.
(Luis Fernando Verissimo, O mundo é bárbaro)
I. Que penteado mais dez de setembro! e Os Estados Unidos descobriram um sentimento inédito
de vulnerabilidade.
II. um pouco como Deus – o primeiro autocrítico – fez depois do Dilúvio e o instinto de
sobrevivência também é um caminho para a virtude.
III. fatos inaugurais como o 11/9 também permitem às nações se repensarem e não se devem
esperar exames de consciência mais profundos.
(A) I, II e III.
(B) I e II, apenas.
(C) II e III, apenas.
(D) I e III, apenas.
(E) II, apenas.
(A) foi uma espécie de prólogo de uma série de muitas outras manifestações terroristas.
(B) exigiria das autoridades americanas a adoção de medidas de segurança muito mais drásticas
que as então vigentes.
(C) estimularia a população novaiorquina a tornar mais estreitos os até então frouxos laços de
solidariedade.
(D) abriu uma oportunidade para que os americanos venham a se avaliar como nação e a trilhar
um novo caminho.
(E) faria com que os americanos passassem a ostentar com ainda maior orgulho seu decantado
nacionalismo.
(A) as notícias mais surpreendentes fazem-nos esquecer de tudo o que é inapelavelmente antigo.
(B) dos tempos remotos podem surgir lembranças que emprestam atualidade ao passado.
(C) a oposição entre o que é novo e o que é antigo torna-se absoluta, quando lemos velhos
documentos.
(D) há notícias antigas que parecem novas, sobretudo se associadas a velhas amarguras.
(E) as lembranças mais felizes de nosso passado fazem sombrias as notícias do presente.
I. De acordo com o contexto, na frase “São feias, mas são velhas”, a conjunção sublinhada tem o
mesmo sentido de dado que.
II. Na frase O prestígio da ancianidade, que não é aparente, velava a seus olhos a mesquinhez da
arquitetura, afirma-se, em relação a certas casas do Rio, que seu ar de velhice, aparentemente
valorizada, não oculta a pobreza de sua arquitetura.
III. No 3º parágrafo, as páginas antigas do jornal são associadas, pela fragilidade de sua matéria,
à fragilidade dos homens, também condenados ao envelhecimento.
(A) I.
(B) II.
(C) III.
(D) I e II.
(E) II e III.
11. O motivo central da admiração do autor da crônica pelo motorista do 8-100 está resumido no
seguinte segmento:
(A) Não poupa meu amigo repórter elogios a esse humilde servidor municipal.
(B) mostra que não apenas sabe reportar as coisas da rua como também as coisas da alma.
(C) Grande parte do que vamos coletando pelas ruas desiguais da existência é apenas lixo.
(D) A vida o obrigou a catar lixo e imundície; ele aceita sua missão.
(E) não é um conformado, é o herói silencioso que lança um protesto superior.
(A) Não poupa meu amigo repórter elogios (2º parágrafo) / não elogio suficientemente meu
amigo jornalista
(B) feita com certa emoção e muita justeza (2º parágrafo) / intentada por algum sentimento de
rebuscada justiça
(C) o diamante de um gesto puro (2º parágrafo) / a cortante frieza de um ato desinteressado
(D) que lança um protesto superior (3º parágrafo) / que se insurge de modo elevado
(E) que as desmerece e avilta (3º parágrafo) / que as reprime e nobilita
(A) Um colega meu, jornalista, teve outro dia a oportunidade de ver uma coisa bela.
(B) Pegava um espanador e um pedaço de flanela, e fazia seu carro ficar rebrilhando de limpeza.
(C) as flores que vão colhendo no jardim de uma existência fácil logo têm (...) uma sutil tristeza e
corrupção (...)
(D) Não poupa meu amigo repórter elogios a esse humilde servidor municipal.
(E) Esse motorista é “um senhor já, de estatura mediana, cheio de corpo, claudicando da perna
direita (...)”
Modéstia à parte, também tenho lá a minha experiência em rádio. Quando era menino, em
Belo Horizonte, fui locutor do programa "Gurilândia" da Rádio Guarani. Não me pagavam nada, a
Rádio Guarani não passando de pretexto para namorar uma menina que morava nas imediações.
Mas ainda assim, bem que eu deitava no ar a minha eloquência cheia de efes e erres,
como era moda na época. Quase me iniciei nas transmissões esportivas, incitado pelo saudoso
Babaró, que era o grande mestre de então, mas não deu pé: eu não conseguia guardar o nome
dos jogadores.
Em compensação, minha irmã Berenice me estimulando a inspiração, usei e abusei do
direito de escrever besteiras, mandando crônicas sobre assuntos radiofônicos para a revista
"Carioca". "O que pensam os rádio-ouvintes" era o nome do concurso permanente. Com o quê,
tornei-me entendido em Orlando Silva, Carmen Miranda, César Ladeira, Sílvio Caldas, Bando da
Lua, Assis Valente, Ary Barroso, e tudo quanto era cantor, locutor ou compositor de sucesso
naquele tempo.
Rádio é mesmo uma coisa misteriosa. Começou fazendo sucesso na sala de visitas, acabou
na cozinha. Cedeu lugar à televisão, que já vai pelo mesmo caminho. Ninguém que se preze
[...] tem coragem de se dizer ouvinte de rádio − a não ser de pilha, colado ao ouvido,
quando apanhado na rua em dia de futebol. Mas a verdade é que tem quem ouça. Ainda me
lembro que Francisco Alves morreu num fim de semana, sem que a notícia de sua morte
apanhasse nenhum jornal antes do enterro; bastou ser divulgada pelo rádio, e foi aquela apoteose
que se viu.
Todo mundo afirma que jamais ouve rádio, e põe a culpa no vizinho, embora reconhecendo
que deve ter uma grande penetração, "principalmente no interior". Os ouvintes, é claro, são
sempre os outros. Mas hoje estou pensando no mistério que é o rádio, porque de repente me
ocorreu ter vivido uma experiência para cujas consequências não encontro a menor explicação, e
que foram as de não ter consequência nenhuma.
Todo mundo sabe que a BBC de Londres é uma das mais poderosas e bem organizadas
estações radiofônicas do mundo. [...] Ao longo de dois anos e meio, chovesse ou nevasse, fizesse
frio ou gelasse, compareci semanalmente aos estúdios do austero edifício da Bush House em
Aldwich, para gravar uma crônica, transmitida toda terça-feira, exatamente às 8 e 15 da noite,
(Fernando Sabino. Deixa o Alfredo falar! Rio de Janeiro: Record, 6.ed. 1976. pp. 36-37)
(A) cronista cita o endereço do estúdio radiofônico, em Londres, onde gravava suas crônicas, para
evitar a repetição da expressão a BBC de Londres.
(B) desenvolvimento permite entrever que o cronista conviveu com cantores famosos, sobre os
quais tinha informações privilegiadas para transmitir aos leitores.
(C) rádio foi, certamente, e ainda o é, o meio de comunicação mais abrangente em todo o país,
levando-se em conta a vastidão territorial e a precária formação dos brasileiros.
(D) título permanece sem explicação plausível, porque as lembranças do cronista passam a ser
mais importantes à medida que o assunto se desenvolve.
16. Pois bem − e aí está o mistério que me intriga ... (6º parágrafo). Com a afirmativa acima, o
autor aponta para a
(A) conclusão de que a transmissão de crônicas através das ondas do rádio era, na época, sujeita
a múltiplas interferências, embora a BBC de Londres fosse uma das mais poderosas e bem
organizadas estações radiofônicas do mundo.
(B) enorme aceitação do rádio, bastante popular na época, ainda que esse público não se
declarasse ouvinte assíduo, pois todo mundo afirma que jamais ouve rádio, e põe a culpa no
vizinho.
(C) falta de explicação para o fato de que, embora soubesse que os programas da BBC eram
acompanhados por milhares de ouvintes, ele nunca recebera qualquer manifestação de alguém
que o tivesse escutado.
(D) oposição entre a qualidade dos programas transmitidos pela BBC de Londres e o despreparo
dos locutores brasileiros, apesar da penetração do rádio, que chegava a cada cidade, a cada
fazenda, a cada lugarejo perdido na vastidão da pátria amada.
17. Ninguém que se preze [...] tem coragem de se dizer ouvinte de rádio − a não ser de pilha,
colado ao ouvido, quando apanhado na rua em dia de futebol. (3º parágrafo)
(A) da força do rádio, ouvido por um vasto público, fato que, entretanto, torna incompreensível a
informação de que os ouvintes, é claro, são sempre os outros.
(B) da perda de popularidade do rádio, ao ser superado pela televisão, perda essa assinalada pelo
fato de que, tendo começado por fazer sucesso na sala de visitas, acabou na cozinha.
(C) da dúvida que cerca a veracidade das transmissões de rádio vindas do exterior, confirmada
pela constatação de que Rádio é mesmo uma coisa misteriosa.
18. Mas ainda assim, bem que eu deitava no ar a minha eloquência cheia de efes e erres, como
era moda na época. (1º parágrafo). É correto entender, a partir da afirmativa, que o cronista
19. Quanto à repetição da expressão "principalmente no interior", (4º parágrafo) isolada por
aspas, é correto afirmar que se trata de
A primeira vez que vi o mar eu não estava sozinho. Estava no meio de um bando enorme
de meninos. Nós tínhamos viajado para ver o mar. No meio de nós havia apenas um menino que
já o tinha visto. Ele nos contava que havia três espécies de mar: o mar mesmo, a maré, que é
menor que o mar, e a marola, que é menor que a maré. Logo a gente fazia ideia de um lago
enorme e duas lagoas. Mas o menino explicava que não. O mar entrava pela maré e a maré
entrava pela marola. A marola vinha e voltava. A maré enchia e vazava. O mar às vezes tinha
espuma e às vezes não tinha. Isso perturbava ainda mais a imagem. Três lagoas mexendo,
esvaziando e enchendo, com uns rios no meio, às vezes uma porção de espumas, tudo isso muito
salgado, azul, com ventos.
Fomos ver o mar. Era de manhã, fazia sol. De repente houve um grito: o mar! Era
qualquer coisa de largo, de inesperado. Estava bem verde perto da terra, e mais longe estava
azul. Nós todos gritamos, numa gritaria infernal, e saímos correndo para o lado do mar. As ondas
batiam nas pedras e jogavam espuma que brilhava ao sol. Ondas grandes, cheias, que explodiam
com barulho. Ficamos ali parados, com a respiração apressada, vendo o mar...
(A) do perfeito encadeamento entre os dois parágrafos: as explicações sobre o mar, no primeiro,
harmonizam-se com sua visão extasiada, no segundo.
(B) da violenta ruptura entre os dois parágrafos: o primeiro alonga-se em explicações sobre o mar
que não têm qualquer relação com o que é narrado no segundo.
(C) de procedimentos narrativos diversos correspondentes aos dois parágrafos: no primeiro, o
narrador é o autor da crônica; no segundo, ele dá voz ao menino que já vira o mar.
(D) do contraste entre os dois parágrafos: as frustradas explicações sobre o mar para quem
nunca o vira, no primeiro, são seguidas pela arrebatada visão do mar, no segundo.
(E) da inversão entre a ordem dos acontecimentos em relação aos dois parágrafos: o que é
narrado no primeiro só teria ocorrido depois do que se narra no segundo.
22. De repente houve um grito: o mar! Era qualquer coisa de largo, de inesperado.
Mantendo-se o sentido da frase, o elemento grifado acima poderia ser substituído por
(A) Oportunamente
(B) De modo rápido
(C) Logo
(D) Tempestivamente
(E) Subitamente
Nosso espaço
Já somos mais de 6 bilhões, não contando o milhão e pouco que nasceu desde o começo
desta frase. Se fosse um planeta bem administrado isso não assustaria tanto. Mas é, além de
tudo, um lugar mal frequentado. Temos a fertilidade de coelhos e o caráter dos chacais, que,
como se sabe, são animais sem qualquer espírito de solidariedade. As megacidades, que um dia
foram símbolos da felicidade bem distribuída que a ciência e a técnica nos trariam – um
helicóptero em cada garagem e caloria sintética para todos, segundo as projeções
futuristas de anos atrás -, se transformaram em representações da injustiça sem remédio,
cidadelas de privilégio cercadas de miséria, uma réplica exata do mundo feudal, só que com
monóxido de carbono.
Nosso futuro é a aglomeração urbana e as sociedades se dividem entre as que se
preparam – conscientemente ou não – para um mundo desigual e apertado e as que confiam que as
cidadelas resistirão às hordas sem espaço. Os jornais ficaram mais estreitos para
economizar papel, mas também porque diminui a área para a expansão dos cotovelos. Adeus
advérbios de modo e frases longas, adeus frivolidades e divagações superficiais como esta.
A tendência de tudo feito pelo homem é a diminuição – dos telefones e computadores portáteis aos
assentos na classe econômica. O próprio ser humano trata de perder volume, não por razões
estéticas ou de saúde, mas para poder caber no mundo.
(A) pela dispersão das pessoas por áreas até agora pouco povoadas, abandonando os centros
urbanos já congestionados.
(B) pela inevitável redução do espaço físico de convívio, o que fará da diminuição de tudo uma
necessidade geral.
(C) por pesados investimentos nas áreas da ciência e da tecnologia, de modo a modernizar e
agilizar os meios de comunicação.
(D) por uma revolucionária distribuição de renda, sem a qual se renderão as ricas cidadelas às
hordas das classes humilhadas.
(E) pelo advento das megacidades, em que devem cumprir-se as alentadoras metas futuristas
projetadas anos atrás.
24. Os seguintes segmentos estabelecem entre si uma estreita relação, em que um exemplifica e
reforça o sentido do outro:
(A) Se fosse um planeta bem administrado expressa uma hipótese que quase certamente se
confirmará.
(B) um lugar mal frequentado projeta o mundo em que viveremos, caso não se tomem rápidas
medidas contra as aglomerações.
(C) símbolos da felicidade bem distribuída alude a projeções fantasiosas que obviamente não se
cumpriram com o tempo.
(D) as cidadelas resistirão às hordas sem espaço corresponde a uma projeção otimista do autor
do texto.
(E) Adeus advérbios de modo expressa o lamento de um escritor diante do atual desprestígio de
um recurso essencial da língua.
(Fragmento de Ivan Angelo. Meninos e gibis. Certos homens. Porto Alegre: Arquipélago, 2011.
p.147-9)
(A) a complexidade das histórias antigas, ainda que o bem sempre triunfasse, ao maniqueísmo
dos quadrinhos recentes, em que o que sobressai é a pura maldade.
(B) a bondade dos meninos de seu tempo à ausência da prática da virtude no mundo atual, em
função da ausência de heróis em que se espelhar.
(C) a virtude como aspiração pessoal, despertada pelo exemplo dos heróis, ao dever de praticar o
bem, imposto pelas instituições sociais.
(D) os heróis dos quadrinhos antigos, voltados para a prática do bem, aos personagens maléficos
das histórias surgidas depois dos anos 1970 e 80.
(E) o aprendizado que levava à prática do bem, proporcionado pelos quadrinhos, àquele sem
nenhum efeito prático, propiciado pelas instituições sociais.
(A) a constatação da inexistência de heróis de qualquer tipo no mundo atual, tanto na ficção
quanto na vida real.
(B) o descompasso entre os heróis dos quadrinhos, mesmo os mais recentes, e aqueles que
aparecem na televisão.
(C) a impossibilidade de separação entre o bem e o mal, seja nas histórias em quadrinhos, seja na
vida real.
(D) os paralelos que podem ser estabelecidos entre os heróis de ontem e os de hoje, a despeito
das diferenças que os separam.
(E) a adequação entre a personalidade dos heróis e as características do tempo em que as
histórias são criadas.
(Adaptado de Ivan Ângelo. Certos homens. Porto Alegre: Arquipélago, 2011. p.167-9)
(A) com certo saudosismo, imaginando-se já o seu desaparecimento num futuro próximo,
superado por funções mais modernas.
(B) com algum desprezo, manifesto em sua associação a animais como a formiga e o burro.
(C) com indiferença, podendo-se entrever o cuidado do autor para não deixar transparecer sua
posição pessoal.
(D) sem isenção, enaltecendo-se o seu trabalho de modo a que surja desvinculado da privação e
da miséria.
(E) sem condescendência, reconhecendo-se a importância de seu trabalho, ainda que limitado, e
as agruras de sua existência.
(A) uma ocultação: todas as características que remeteriam o carroceiro ao atraso são
desconsideradas em favor do único elemento que permite associá-lo ao progresso.
(B) um embaralhamento: avanço e atraso, geralmente vistos como opostos, passam a significar a
mesma coisa, a ponto de ser o mais atrasado descrito como o mais moderno.
(C) uma inversão: o que costuma ser associado ao atraso é visto como elemento progressista; o
que se tem como mais moderno é relacionado ao mais retrógrado.
(D) um equívoco: a suposição de que todos os motoristas sejam consumidores inveterados,
despreocupados do meio ambiente e hostis à reciclagem.
(E) uma constatação: a sociedade atual progrediu tão velozmente que não há mais lugar para
elementos antiquados, mesmo os que têm uma função relativamente moderna.
(A) Cena comum nas cidades, grande engrenagem do avanço e poderosa cadeia de consumo.
(B) restos que espalhamos pelos caminhos, consumidor de artigos descartáveis e pegar, usar e
largar.
(C) Cala a tua buzina irritada, o carro dele não emite gases e grande engrenagem do avanço.
(D) consciência do bem comum, consumidor de artigos descartáveis e trabalha para o nosso bem.
(E) O atraso é nosso, descuidada atitude que formou a sociedade atual e consciência do bem
comum.
ARTIGOS
Multidões de mascarados e maquiados com cores alegóricas das nacionalidades envolvidas nas
disputas da Copa do Mundo falam por esse meio uma linguagem que simbolicamente quer dizer
muito mais do que pode parecer. Trata-se de um ritual cíclico de renovação de identidades
nacionais expressas nos ornamentos e paramentos do que é funcionalmente uma nova religião no
vazio contemporâneo. Aqui no Brasil as manifestações simbólicas relacionadas com o futebol e
seus significados têm tudo a ver com o modo como entre nós se difundiu a modernidade, nas
peculiaridades de nossa história social.
Embora não fosse essa a intenção, rapidamente esse esporte assumiu entre nós funções
sociais extrafutebolísticas que se prolongam até nossos dias e respondem por sua imensa
popularidade. A República, em que todos se tornaram juridicamente brancos, sucedeu a
monarquia segmentada em senhores e escravos, brancos e negros, todos acomodados numa
dessas duas identidades. A República criou o brasileiro genérico e abstrato. O advento do futebol
entre nós coincidiu com a busca de identidades reais para preencher as incertezas dessa ficção
jurídica. Clubes futebolísticos de nacionalidades, de empresas, de bairros, de opções subjetivas
disfarçaram as diferenças sociais reais e profundas, sobrepuseram-se a elas e tornaram funcionais
os conflitos próprios da nova realidade criada pela abolição da escravatura.
No futebol há espaço para acomodações e inclusões, mesmo porque, sem a diversidade de
clubes e sem a competição, o futebol não teria sentido. O receituário da modernidade inclui,
justamente, esses detalhes de convivência com a diversidade e com a rotatividade dos que
triunfam. Nela, a vida recomeça continuamente; depois da vitória é preciso lutar pela vitória
seguinte.
O futebol, essencialmente, massificou e institucionalizou a competição e a concorrência,
elevou-as à condição de valores sociais e demonstrou as oportunidades de vitória de cada um no
rodízio dos vitoriosos. Nele, a derrota nunca é definitiva nem permanente. Por esse meio, o que
era mero requisito do funcionamento do mercado e da multiplicação do capital tornou-se
expressamente um rito de difusão de seus princípios no modo de vida, na mentalidade e no
cotidiano das pessoas comuns.
É nesse sentido que o futebol só pode existir em sociedades competitivas e de antagonismos
sociais administráveis. Fora delas, não é compreendido. Há alguns anos, um antropólogo que
estava fazendo pesquisa com os índios xerentes, de Goiás, surpreendeu-se ao ver que eles
haviam adotado entusiasticamente o futebol. Com uma diferença: os 22 jogadores não atuavam
como dois times de 11, mas como um único time jogando contra a bola, perseguida em campo
todo o tempo. Interpretaram o futebol como ritual de caça. Algo próprio de uma sociedade tribal e
comunitária.
(Adaptado de José de Souza Martins. O Estado de S. Paulo, Aliás, J7, 4 de julho de 2010)
(A) contesta a noção de que o futebol, com seu ritual próprio, possa ser considerado símbolo de
uma única nação ou região geográfica.
(B) assinala a interferência dos rituais religiosos numa atividade esportiva, que deveria se
caracterizar por linguagem e normas específicas.
(C) critica a interferência de interesses financeiros e de mercado que cercam o futebol,
extrapolando seus objetivos originais, de esporte e lazer.
(D) defende a ideia de que o futebol é democrático, ao permitir a ascensão social,
independentemente de eventuais desigualdades.
(E) aponta a transformação de um esporte, de início democrático, em elemento primordial de
afirmação de valores pessoais e de nacionalidades distintas.
(A) retomada da imagem de multidões de mascarados e maquiados que falam por esse meio uma
linguagem que simbolicamente quer dizer muito mais do que pode parecer.
(B) insistência na opinião já exposta de como entre nós se difundiu a modernidade, nas
peculiaridades de nossa história social.
(C) dúvida a respeito do que foi afirmado sobre o modo como rapidamente esse esporte assumiu
entre nós funções sociais extrafutebolísticas.
(D) importância, no Brasil, de um esporte cujas opções subjetivas disfarçaram as diferenças
sociais reais e profundas.
(E) justificativa da afirmação de que o futebol só pode existir em sociedades competitivas e de
antagonismos sociais administráveis.
(A) descoberta de identidades que surgiram com a difusão desse esporte entre nós.
(B) valorização do capital financeiro, que possibilita maior número de conquistas vitoriosas.
(C) democratização, por ter se transformado em uma atividade acessível a todos.
(D) igualdade de tratamento e de oportunidades aos integrantes das diferentes classes sociais.
(E) possibilidade de triunfo em diferentes situações e a qualquer momento, com base no esforço
individual.
O comentário acima, que encerra o texto, deve ser corretamente entendido como
(A) reconhecimento de um engano na avaliação da importância do futebol no mundo moderno, a
partir do desrespeito às suas regras em algumas sociedades.
(B) percepção de que nem sempre o esporte é corretamente praticado, especialmente em
agrupamentos sociais afastados dos centros mais populosos.
(C) conclusão coerente da constatação de que as regras do futebol reproduzem a competitividade
e a concorrência que caracterizam as sociedades contemporâneas.
(D) concordância com uma visão conservadora do futebol, como símbolo de comunidades mais
desenvolvidas e organizadas socialmente.
(E) opinião, de certo modo preconceituosa, de que sociedades marcadas por um certo
primitivismo não conseguem assimilar normas de sociedades mais avançadas.
(A) Autoridades do governo federal e dos governos estaduais buscam descobrir a origem de
algumas espécies de plantas, para evitar seu plantio no país.
(B) O desmatamento indiscriminado no Brasil atinge também espécies exóticas, que trazem beleza
à paisagem de muitas cidades, como o Rio de Janeiro.
(C) Espécies alienígenas, incorporadas à paisagem brasileira por sua beleza, estão se
transformando em séria ameaça à flora nativa.
(D) Plantas estrangeiras utilizadas no paisagismo urbano estão sendo proibidas por determinação
do Ministério do Meio Ambiente.
(E) Uma das causas para o aquecimento global está na disseminação descontrolada, no Brasil, de
espécies da flora de outros países.
37. Justifica-se o título do texto quando se considera, por exemplo, a preocupação do autor com o
fato de que
I. A frase o jornal e os jornalistas nunca deverão ter interesse próprio encarece o respeito que se
deve ter à função pública da imprensa.
II. A criação da RDLI deveu-se ao desejo de se garantir o direito das pessoas à privacidade.
III. No Brasil, o acesso à informação de interesse público é um direito garantido e um fato
consolidado.
(A) I.
(B) II.
(C) III.
(D) I e II.
(E) II e III.
40. Finalmente, no que se refere aos interesses e responsabilidades dos jornalistas e das
fontes, referendamos a velha máxima (...)
Não haverá prejuízo para a correção e para o sentido básico da frase acima caso se substituam os
elementos sublinhados, respectivamente, por
Da política ao espetáculo
A rebeldia voltou. E nos lugares mais inesperados. O rastilho foi aceso em Túnis, seguiu
para o Cairo e depois para Sanaa, Manama, Damasco − cidades onde ação política não é um
direito. Onde as praças tiveram de ser ocupadas com o risco de prisão, tortura e morte. Mesmo
assim, as manifestações só ficaram violentas porque as autoridades as atacaram.
A centelha da revolta atravessou o Mediterrâneo e acendeu outras centenas de milhares de
pessoas na Grécia e na Espanha, países subitamente forçados ao empobrecimento. Na África, no
Levante, no Oriente Médio e na Europa, o que se quer é liberdade, trabalho e justiça.
Nenhuma mobilização foi tão inesperada quanto a que explodiu, no mês passado, do outro
lado do Atlântico Norte, numa das cidades mais ricas do mundo: Vancouver, no Canadá. Sua
motivação foi frívola. Por 4 a 0, o time local de hóquei no gelo perdeu a final do campeonato. Não
houve reivindicação social ou política: chateada, a gente saiu à rua e botou fogo em carros,
quebrou vitrines, invadiu lojas.
Fizeram tudo isso com a leveza da futilidade, posando para câmeras de celulares,
autorregistrando-se em instantâneos ambivalentes de prazer e agressão. O impulso de se
preservarem em fotos e filmes era tão premente quanto o de destruir. Alguns intelectuais
poderiam explicar assim o fenômeno: se o espetáculo do jogo não satisfez, o do simulacro da
revolta o compensará; o narcisismo frustrado vira exibicionismo compartilhado.
Em meio ao quebra-quebra, um casal de namorados tentava fugir quando a moça foi
atingida pelo escudo de um policial e caiu. O namorado deitou-se ao lado e, para acalmá-la, deu-
lhe um beijo. Um fotógrafo viu apenas dois corpos que pareciam feridos no chão e, sem perceber
direito o que fotografava, captou o beijo. Pronto: os jovens viraram celebridades. Namorando há
apenas seis meses, o casal cancelou uma viagem à Califórnia para cumprir uma agenda extensa
de entrevistas em Nova York. A sociedade do espetáculo não pode parar.
(A) têm em comum tão somente o fato de irromperem e se extinguirem com a mesma velocidade,
em países de regime político fechado.
(B) diferem quanto às suas motivações políticas particulares, mas traduzem a mesma insatisfação
com a economia global.
(C) são todas inesperadas, uma vez que os fatores que as desencadeiam surgem de forma
misteriosa, sem qualquer razão objetiva.
(D) variam quanto às reivindicações políticas ou econômicas, podendo ocorrer até mesmo por
força de uma motivação banal.
(E) buscam conferir um grande peso político a algumas insatisfações menores, geradas pelas
razões mais injustificáveis.
I. Deve-se entender por sociedade do espetáculo, de acordo com o texto, a caracterização dos
movimentos de massa que pretendem explicitar publicamente sua insatisfação política.
II. O exibicionismo e o narcisismo estão na raiz de manifestações dos grupos que também as
promovem para se dar a conhecer nas imagens que eles mesmos produzem e cultuam.
III. O vandalismo das manifestações políticas acaba por desqualificar as justas reivindicações que
deram origem a um legítimo movimento social.
(A) I.
(B) II.
(C) III.
(D) I e II.
(E) II e III.
1. Não há dúvida de que o preconceito contra a mulher é forte no Brasil e que cabe ao poder
público tomar medidas para reduzi-lo. Pergunto-me, porém, se faz sentido esperar uma situação
de total isonomia entre os gêneros, como parecem querer os discursos dos políticos.
Nos anos 60 e 70, acreditava-se que as diferenças de comportamento 5.entre os sexos
eram fruto de educação ou de discriminação. Quando isso fosse resolvido, surgiria o equilíbrio.
Não foi, porém, o que ocorreu, como mostra Susan Pinker, em "The Sexual Paradox". Para ela,
não se pode mais negar que há diferenças biológicas entre machos e fêmeas. Elas se materializam
estatisticamente (e não deterministicamente) em gostos e 10.aptidões e, portanto, na opção por
profissões e regimes de trabalho.
Embora não tenham sido detectadas, por exemplo, diferenças cognitivas que as tornem
piores em ciências e matemática, mulheres, quando podem, preferem abraçar profissões que
lidem com pessoas (em oposição a objetos e sistemas). Hoje, nos Estados Unidos, elas dominam
a medicina e permanecem 15.minoritárias na engenharia.
Em países hiperdesenvolvidos, como Suécia e Dinamarca, onde elas gozam de maior
liberdade de escolha, a proporção de engenheiras é menor do que na Turquia ou na Bulgária,
nações em que elas às vezes são obrigadas a exercer ofícios que não os de seus sonhos. Só quem
chegou perto do 50-50 foi 20.a URSS, e isso porque ali eram as profissões que escolhiam as
pessoas, e não o contrário.
Mulheres também não se prendem tanto à carreira. Trocam um posto de comando para
ficar mais tempo com a família. Assim sacrificam trajetórias promissoras em favor de horários
flexíveis. É esse desejo, mais que a 25.discriminação, que explica a persistente diferença salarial
entre os gêneros em nações desenvolvidas.
Para Pinker, as mulheres seriam mais felizes se reconhecessem as diferenças biológicas e
não perseguissem tanto uma isonomia impossível.
(A) discorda de Susan Pinker, ao considerar que, não só em países subdesenvolvidos como
também nos mais ricos, persistem as diferenças salariais entre homens e mulheres.
(B) considera as diferenças biológicas entre homens e mulheres como razão suficiente que explica
a inabilidade feminina para os estudos científicos e os cálculos matemáticos.
(C) aceita as afirmativas de Susan Pinker de que diferenças biológicas dificultam o equilíbrio entre
os sexos em relação à escolha das profissões e dos regimes de trabalho.
(D) demonstra a necessidade de atuação dos governos de todo o mundo no sentido de propiciar a
igualdade de gêneros quanto à escolha e ao exercício das profissões.
(E) defende a busca do equilíbrio entre homens e mulheres na escolha das diferentes profissões,
necessário para um desenvolvimento equitativo de todas as nações.
(A) indicação das razões, muitas vezes de cunho político, que explicam a presença de menor
número de mulheres em determinadas profissões.
(B) proposta de possíveis mudanças quanto à opção feminina por determinadas profissões em
alguns dos países mais desenvolvidos.
(C) preferência por certas atividades determinada por fatores educacionais, que acabam
diferenciando o desempenho, seja o de homens, seja o de mulheres.
(D) direcionamento das mulheres para algumas carreiras em países onde não há liberdade pessoal
para escolher a atividade profissional desejada.
(E) ressalva à hipótese inicial de que se mantém o preconceito contra mulheres no mercado de
trabalho em diferentes países.
Economia religiosa
1. Concordo plenamente com Dom Tarcísio Scaramussa, da CNBB, quando ele afirma que não
faz sentido nem obrigar uma pessoa a rezar nem proibi-la de fazê-lo. A declaração do prelado
vem como crítica à professora de uma escola pública de Minas Gerais que hostilizou um aluno
ateu que se recusara a 5.rezar o pai-nosso em sua aula.
É uma boa ocasião para discutir o ensino religioso na rede pública, do qual a CNBB é
entusiasta. Como ateu, não abraço nenhuma religião, mas, como liberal, não pretendo que todos
pensem do mesmo modo. Admitamos, para efeitos de argumentação, que seja do interesse do
Estado que os jovens sejam 10.desde cedo expostos ao ensino religioso. Deve-se então perguntar
se essa é uma tarefa que cabe à escola pública ou se as próprias organizações são capazes de
supri-la, com seus programas de catequese, escolas dominicais etc.
A minha impressão é a de que não faltam oportunidades para conhecer as mais diversas
mensagens religiosas, onipresentes em rádios, TVs e também 15.nas ruas. Na cidade de São
Paulo, por exemplo, existem mais templos (algo em torno de 4.000) do que escolas públicas
(cerca de 1.700). Creio que aqui vale a regra econômica, segundo a qual o Estado deve ficar fora
das atividades de que o setor privado já dá conta.
Outro ponto importante é o dos custos. Não me parece que faça muito 20.sentido gastar
recursos com professores de religião, quando faltam os de matemática, português etc. Ao
contrário do que se dá com a religião, é difícil aprender física na esquina.
Até 1997, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação acertadamente estabelecia que o ensino
religioso nas escolas oficiais não poderia representar 25.ônus para os cofres públicos. A bancada
religiosa emendou a lei para empurrar essa conta para o Estado. Não deixa de ser um caso de
esmola com o chapéu alheio.
(Hélio Schwartsman. Folha de S. Paulo, 06/04/2012)
48. No que diz respeito ao ensino religioso na escola pública, o autor mantém-se
(A) esquivo, pois arrola tanto argumentos que defendem a obrigatoriedade como o caráter
facultativo da implementação desse ensino.
(B) intransigente, uma vez que enumera uma série de razões morais para que se proíba o Estado
de legislar sobre quaisquer matérias religiosas.
(C) pragmático, já que na base de sua argumentação contra o ensino religioso na escola pública
estão razões de ordem jurídica e econômica.
(D) intolerante, dado que deixa de reconhecer, como ateu declarado, o direito que têm as pessoas
de decidir sobre essa matéria.
(E) prudente, pois evita pronunciar-se a favor da obrigatoriedade desse ensino, lembrando que ele
já vem sendo ministrado por muitas entidades.
I. Ao se declarar um cidadão ao mesmo tempo ateu e liberal, o autor enaltece essa sua dupla
condição pessoal valendo-se do exemplo da própria CNBB.
II. A falta de oportunidade para se acessarem mensagens religiosas poderia ser suprida, segundo
o autor, pela criação de redes de comunicação voltadas para esse fim.
III. Nos dois últimos parágrafos, o autor mostra não reconhecer nem legitimidade nem prioridade
para a implementação do ensino religioso na escola pública.
(A) I, II e III.
(B) I e II, apenas.
(C) II e III, apenas.
(D) I e III, apenas.
(E) III, apenas.
(A) o ensino religioso demanda profissionais altamente qualificados, que o Estado não teria como
contratar.
(B) a bancada religiosa, tal como qualificada no último parágrafo, partilha do mesmo radicalismo
de Dom Tarcísio Scaramussa.
(C) as instituições públicas de ensino devem complementar o que já fazem os templos, a exemplo
do que ocorre na cidade de São Paulo.
(D) o aprendizado de uma religião não requer instrução tão especializada como a que exigem as
ciências exatas.
(E) os membros da bancada religiosa, sobretudo os liberais, buscam favorecer o setor privado na
implementação do ensino religioso.
(A) A declaração do prelado vem como crítica (l. 3) / o pronunciamento do dignitário eclesiástico
surge como censura
(B) Admitamos, para efeitos de argumentação (l. 8-9) / Consignemos, a fim de especulação
(C) sejam desde cedo expostos ao ensino religioso (l. 9-10) / venham prematuramente a expor-se
no ensino clerical
(D) onipresentes em rádios (l. 14) / discriminadas por emissoras de rádio
(E) não poderia representar ônus (l. 24-25) / implicaria que se acarretasse prejuízo
Palavra indígena
A história da tribo Sapucaí, que traduziu para o idioma guarani os artefatos da era da
computação que ganharam importância em sua vida, como mouse (que eles chamam de angojhá)
e windows (oventã).
Quando a internet chegou àquela comunidade, que abriga em torno de 400 guaranis, há
quatro anos, por meio de um projeto do Comitê para Democratização da Informática (CDI), em
parceria com a ONG Rede Povos da Floresta e com antena cedida pela Star One (da Embratel),
Potty e sua aldeia logo vislumbraram as possibilidades de comunicação que a web traz.
Ele conta que usam a rede, por enquanto, somente para preparação e envio de
documentos, mas perceberam que ela pode ajudar na preservação da cultura indígena.
A apropriação da rede se deu de forma gradual, mas os guaranis já incorporaram a
novidade tecnológica ao seu estilo de vida. A importância da internet e da computação para eles
está expressa num caso de rara incorporação: a do vocabulário.
— Um dia, o cacique da aldeia Sapucaí me ligou. “A gente não está querendo chamar
computador de “computador”. Sugeri a eles que criassem uma palavra em guarani. E criaram aiú
irú rive, “caixa pra acumular a língua”. Nós, brancos, usamos mouse, windows e outros termos,
que eles começaram a adaptar para o idioma deles, como angojhá (rato) e oventã (janela) —
conta Rodrigo Baggio, diretor do CDI.
52. O uso das novas tecnologias de informação e comunicação fez surgir uma série de novos
termos que foram acolhidos na sociedade brasileira em sua forma original como mouse, windows,
download, site, homepage, entre outros. O texto trata da adaptação de termos da informática à
língua indígena como uma reação da tribo Sapucaí, o que revela
E se uma droga derivada do alcaçuz fosse capaz de salvar as nossas recordações? Segundo
um estudo da Universidade de Edimburgo (Escócia), a carbenoxolona melhora as capacidades
mentais dos idosos, incluindo a memória, que vai se deteriorando com o passar dos anos. Essa
substância − na realidade, um agente derivado da raiz do alcaçuz − poderá ser útil para combater
o mal de Alzheimer e talvez também para melhorar nossa performance nos exames.
(Adaptado de Fabíola Musarra, “Memória: segredos para explorar todo o seu poder”. In. Planeta:
conheça o mundo, descubra você.)
(A) A frase inicial levanta hipótese que, embora expressando um desejo humano, se revela
fantasiosa, pois não tem apoio algum na realidade atual.
(B) A carbenoxolona é a nova droga que garantirá imunidade contra o mal de Alzheimer.
(C) A capacidade mental mais afetada com o passar dos anos é a memória, conforme estudo
realizado com idosos em universidade escocesa.
(D) Pessoas que não apresentam bom desempenho em exames podem ser potenciais portadores
de doenças como o mal de Alzheimer.
(E) Na base da memória está um mecanismo químico que a ciência começa a conhecer.
(A) ao definir o que é a memória, expressa seu desacordo com o entendimento de Nancy Ip sobre
essa capacidade mental.
(B) ao afirmar que a memória não é monolítica, quer dizer que a memória não se compõe de um
único elemento.
(C) ao mencionar a importante distinção, refere-se a uma diferença que os pesquisadores citados
têm deixado de lado em seus trabalhos.
(D) ao caracterizar a memória de curta e a de longa duração, revela que a primeira é a que a
maioria das pessoas apresenta, e a segunda, só cérebros privilegiados.
(E) ao caracterizar a memória de curta e a de longa duração, mostra que a segunda é a menos
conhecida pelos pesquisadores.
(A) O emprego da expressão podendo reter evidencia que afirmações sobre a memória de curto
prazo são unicamente suposições.
(B) Palavras, datas e números fixam-se de modo exclusivo na memória de curto prazo.
(C) A memória de longo prazo já ultrapassou, na contemporaneidade, todo o seu limite.
(D) O desafio a enfrentar não é a limitação do espaço da memória de longo prazo, mas o
arquivamento das informações para posterior utilização.
(E) A autora apresenta um problema para o qual ainda não existem soluções possíveis.
1. Os robôs têm se mostrado ferramentas valiosas para soldados, cirurgiões e pessoas que
desejam limpar seu carpete. Mas, em cada caso, eles são projetados e construídos
especificamente para uma tarefa. Agora existe um movimento que pretende construir máquinas
multifuncionais − robôs que 5.naveguem mudando de ambientes como escritórios ou salas de
estar e trabalhem com as próprias mãos. É claro que robôs multiuso não são uma ideia nova. “Faz
cerca de 50 anos que faltam cinco ou dez anos para que isso aconteça”, ironiza Eric Berger,
codiretor do Programa de Robótica Pessoal da Willow Garage, empresa iniciante do Vale do Silício.
A demora deve-se em parte 10.ao fato de que mesmo tarefas simples requerem um grande
conjunto de habilidades. Para que busque uma caneca, por exemplo, um robô precisa processar
dados coletados por uma série de sensores − scanners a laser que identificam possíveis
obstáculos, câmeras que procuram o alvo, resposta de sensores de força nos dedos para segurar
a caneca, e muito mais. Mas Berger e 15.outros especialistas estão confiantes em relação a um
progresso real que possa ser obtido na próxima década.
(Adaptado de Gretory Mone. O robô faz-tudo. Scientific American Brasil. Ano 8, n. 92,
01/2010, p.39)
56. “Faz cerca de 50 anos que faltam cinco ou dez anos para que isso aconteça”, ironiza Eric
Berger... (l. 7-8). A ironia da frase evidencia dois aspectos do tema tratado no texto, que são
(A) as dificuldades insuperáveis da criação de robôs multifuncionais e a persistência dos
pesquisadores do passado e do presente para ao menos chegarem perto dessa meta.
(B) o longo tempo de existência do propósito de se criarem robôs multifuncionais e o erro das
previsões sobre quando isso poderia vir a ocorrer.
(C) o reconhecimento de que robôs multiuso existem há bastante tempo e o desconhecimento
disso por aqueles mesmos que deles se beneficiam.
(D) o uso já antigo dos robôs multifuncionais nos setores de ponta e a constatação de que ainda
vai demorar muito a sua utilização em tarefas cotidianas.
(E) a impossibilidade de se especular sobre quando os robôs multiuso poderão ser criados e a
pouca utilidade das pesquisas feitas nos últimos anos.
57. A demora deve-se em parte ao fato de que mesmo tarefas simples requerem um grande
conjunto de habilidades. Substitui adequadamente o termo grifado na frase acima
(A) instituem.
(B) estatuem.
(C) engendram.
(D) demandam.
(E) revelam.
58. Típica das fábulas, a moral da história que pode ser depreendida da leitura de O corvo e o
jarro é
BREVE ENSAIO
1. O tempo, como o dinheiro, é um recurso escasso. Isso poderia sugerir que ele se presta,
portanto, à aplicação do cálculo econômico visando o seu melhor proveito. O uso racional do
tempo seria aquele que maximiza a utilidade de cada hora do dia. Diante de cada opção de
utilização do tempo, a pessoa 5.delibera e escolhe exatamente aquela que lhe proporciona a
melhor relação entre custos e benefícios.
Ocorre que a aplicação do cálculo econômico às decisões sobre o uso do tempo é neutra
em relação aos fins, mas exigente no tocante aos meios. Ela cobra uma atenção alerta e um
exercício constante de avaliação racional do 10.valor do tempo gasto. O problema é que isso
tende a minar uma certa disposição à entrega e ao abandono, os quais são essenciais nas
atividades que envolvem de um modo mais pleno as faculdades humanas. A atenção consciente à
passagem das horas e a preocupação com o seu uso racional estimulam a adoção de uma atitude
que nos impede de fazer o melhor uso do 15.tempo.
Valéry investigou a realidade dessa questão nas condições da vida moderna: “O lazer
aparente ainda permanece conosco e, de fato, está protegido e propagado por medidas legais e
pelo progresso mecânico. O nosso ócio interno, todavia, algo muito diferente do lazer
cronometrado, está 20.desaparecendo. Estamos perdendo aquela vacuidade benéfica que traz a
mente de volta à sua verdadeira liberdade. As demandas, a tensão, a pressa da existência
moderna perturbam esse precioso repouso.”
O paradoxo é claro. Quanto mais calculamos o benefício de uma hora “gasta” desta ou
daquela maneira, mais nos afastamos de tudo aquilo que 25.gostaríamos que ela fosse: um
momento de entrega, abandono e plenitude na correnteza da vida. Na amizade e no amor; no
trabalho criativo e na busca do saber; no esporte e na fruição do belo − as horas mais felizes de
nossas vidas são precisamente aquelas em que perdemos a noção da hora.
(Adaptado de Eduardo Giannetti. O valor do amanhã. São Paulo, Cia. das Letras, 2005, p.206-209)
(A) O uso racional do tempo seria aquele que maximiza a utilidade de cada hora do dia.
(B) Diante de cada opção de utilização do tempo, a pessoa delibera e escolhe exatamente aquela
que lhe proporciona a melhor relação entre custos e benefícios.
(C) A atenção consciente à passagem das horas e a preocupação com o seu uso racional
estimulam a adoção de uma atitude que nos impede de fazer o melhor uso do tempo.
(D) Isso poderia sugerir que ele se presta, portanto, à aplicação do cálculo econômico visando o
seu melhor proveito.
(E) O lazer aparente ainda permanece conosco e, de fato, está protegido e propagado por
medidas legais e pelo progresso mecânico.
Um dos mitos narrados por Ovídio nas Metamorfoses conta a história de Aglauros. A jovem
é irmã de Hersé, cuja beleza extraordinária desperta o desejo do deus Hermes. Apaixonado, o
deus pede a Aglauros que interceda junto a Hersé e favoreça os seus amores por ela; Aglauros
concorda, mas exige em troca um punhado de moedas de ouro. Isso irritou Palas Atena, que já
detestava a jovem porque esta a espionara em outra ocasião. Não admitia que a mortal fosse
recompensada por outro deus; decide vingar-se, e a vingança é terrível: Palas Atena vai à morada
da Inveja e ordena-lhe que vá infectar a jovem Aglauros.
A descrição da Inveja feita por Ovídio merece ser relembrada, pois serviu de modelo a
todos os que falaram desse sentimento: “A Inveja habita o fundo de um vale onde jamais se vê o
sol. Nenhum vento o atravessa; ali reinam a tristeza e o frio, jamais se acende o fogo, há sempre
trevas espessas. A palidez cobre o seu rosto e o olhar não se fixa em parte alguma. Ela ignora o
sorriso, salvo aquele que é excitado pela visão da dor alheia. Assiste com despeito aos sucessos
dos homens, e este espetáculo a corrói; ao dilacerar os outros, ela se dilacera a si mesma, e este
é seu suplício”.
(Adaptado de Renato Mezan. “A inveja”. Os sentidos da paixão. São Paulo: Funarte e Cia. das
Letras, 1987. p.124-25)
62. Atente para as afirmações abaixo.
I. O autor sugere que se rememore a descrição da Inveja feita por Ovídio com base no fato de
que antes dele nenhum autor de tamanha magnitude havia descrito esse sentimento de maneira
inteligível.
II. A importância do mito de Aglauros deriva do fato de que, a partir dele, se explica de maneira
coerente e lógica a origem de um dos males da personalidade humana.
III. Ao personificar a Inveja, Ovídio a descreve como alguém acometido por ressentimentos e
condenado à infelicidade, na medida em que não tolera a alegria de outrem.
(A) I e II.
(B) I e III.
(C) II e III.
(D) I.
(E) III.
(A) a livre e ampla divulgação do conhecimento resulta naquilo que se entende por "opinião
pública", reflexo do acesso à informação e do desenvolvimento do espírito crítico.
(B) Stendhal foi o criador do termo "opinião pública", para se referir à atuação da Igreja Católica
na França quanto ao controle da divulgação do conhecimento, o que em sua época era feito pelos
padres.
(C) a grande força da Igreja Católica, em todos os tempos e lugares, se deve à educação
esmerada recebida pelos padres, única fonte do conhecimento transmitido aos fiéis.
(D) a competição pelo poder é marcada, há alguns séculos, pela oposição entre valores políticos,
relativos aos reis, e religiosos, especialmente quanto à atuação da Igreja Católica em todo o
mundo.
(E) escritores de todas as épocas, como Stendhal, aprofundaram-se na discussão de problemas da
sociedade de seu tempo e, por consequência, voltaram-se para a análise do poder que a Igreja
sempre manteve sobre os governantes.
(A) vale-se da linguagem e da visual para apresentar as qualificações dos novos medicamentos a
ser lançados até o fim de 2010.
(B) utiliza o recurso gráfico que amplia a visibilidade para detalhar o que se encontra numa
embalagem de remédio.
(C) serve-se da personagem para explicitar a ideia de que somente médicos e farmacêuticos
podem responder pela procedência do remédio.
(D) mostra, ao indicar as marcas medicamento verdadeiro, que os equívocos ocorrem unicamente
por falha do comprador, pois os meios de segurança adotados atualmente são os mais eficazes
que existem.
(E) demonstra, minuciosamente, como comprovar a procedência de um medicamento, mecanismo
de garantia da sua qualidade e, de maneira implícita, sugere que os medicamentos falsos não têm
eficácia garantida.
(A) deve-se, principalmente, à situação constrangedora em que ficou um dos amigos quando a
mulher o cumprimentou.
(B) constrói-se pela resposta inesperada de um dos amigos, revelando que não havia
entendido o teor da pergunta do outro.
(C) é provocado pela associação entre uma mulher e minha esposa, sugerindo ilegítimo
relacionamento amoroso.
(D)firma-se no aproveitamento de distintos sentidos de uma mesma expressão linguística,
devo muito.
(E) é produzido prioritariamente pela pergunta do amigo, em que se nota o emprego malicioso
da expressão sua protetora.
TEXTOS LITERÁRIOS
Texto I
No fim do século XIV, Portugal, vitimado por uma sucessão de administrações perdulárias,
se convertera em um reino endividado. Sem alternativas para produzir riquezas em seu território,
a coroa voltou os olhos para o mar. Essa epopeia em busca de riquezas é narrada pelo jornalista
mineiro Lucas Figueiredo em Boa Ventura!. Calcada sobre um minucioso levantamento histórico,
a obra traça um quadro desolador da penúria em que então vivia Portugal e retrata as
adversidades que enfrentou para achar uma solução: a chamada Corrida do Ouro brasileira, que
se deu entre os anos de 1697 e 1810.
Foi o sonho dourado português que levou dom Manuel a ordenar, em março de 1500, a
viagem de Pedro Álvares Cabral ao desconhecido. Depois de atingir o arquipélago de Cabo Verde,
o jovem navegador voltou a proa de sua caravela para o Ocidente, com a missão de salvar a
coroa da falência. O rei apostou nas terras ermas e inexploradas do Novo Mundo. Para ele,
poderia estar ali a fonte rápida e repleta de riquezas que guindariam Portugal à fartura.
A pressão de Lisboa levou o governador-geral Tomé de Sousa a organizar a primeira
expedição oficial em busca do metal, seduzido pelos rumores sobre a existência de uma montanha
dourada margeada por um lago também de ouro − local fantástico que os nativos chamavam de
Sabarabuçu. A comitiva partiu de Pernambuco em 5 de novembro de 1550, e os homens que se
embrenharam na floresta nunca mais foram vistos. Mas o mito de Sabarabuçu levaria à
organização de outras dezenas de expedições no decorrer dos 121 anos seguintes − todas
fracassadas.
Em 1671, o paulista Fernão Dias, uma das maiores fortunas da região, aceitou o pedido de
Lisboa para empreender mais uma missão em busca de Sabarabuçu. Ao contrário de seus
antecessores, porém, o bandeirante não partiu sem antes analisar os erros daqueles que haviam
perecido na floresta, devorados por animais ferozes ou índios e mortos eles próprios pela fome e
pelas adversidades naturais. Os preparativos levaram três anos. Ciente de que era impossível que
67. O texto
(A) expõe, com argumentos, a tese do enriquecimento da coroa portuguesa, levado a efeito pelos
destemidos colonizadores.
(B) apresenta teor informativo, com base em fatos históricos narrados em uma obra que aborda a
procura do ouro pelos portugueses no Novo Mundo.
(C) adquire forma de crônica histórica, em que o autor expõe sua própria opinião a respeito dos
fatos abordados sobre a busca do ouro no Brasil Colônia.
(D) se desenvolve sob viés narrativo, em que as personagens dos fatos referentes à colonização
surgem tanto como heróis quanto como aventureiros fracassados.
68. O segmento que traduz uma opinião e não simplesmente um fato, considerando-se o
contexto, é
(A) Morreu no caminho de volta para casa, sem jamais ter alcançado a lendária Sabarabuçu.
(B) A comitiva partiu de Pernambuco em 5 de novembro de 1550, e os homens que se
embrenharam na floresta nunca mais foram vistos.
(C) Mas fizera algo ainda mais extraordinário: havia inaugurado a primeira via de interligação
entre o litoral e o interior do país em um terreno antes intransponível.
(D) Em 1700, o bandeirante Borba Gato deu as boas novas ao governador: havia encontrado
Sabarabuçu.
Para responder às questões que seguem, considere as estrofes seguintes (Texto II), em
correlação com o Texto I.
O caçador de esmeraldas
(Olavo Bilac. O caçador de esmeraldas, in: Obra reunida. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1996, pp.
227, 233, 234)
(A) abordam de maneira subjetiva o tema recorrente na época colonial sobre lugares fantásticos
cheios de riquezas, cuja procura se tornou o centro das expedições pelo sertão adentro.
(B) mostram que Fernão Dias, impelido pelo sonho de riquezas a entrar pelo sertão, foi vencido
por ataques de índios e pelas precárias condições então existentes na colônia.
(C) atestam a importância de Fernão Dias que, apesar de não haver descoberto as riquezas que
desejava encontrar, desempenhou marcante papel no desenvolvimento do então inexplorado
interior do Brasil.
(D) exaltam simplesmente a figura de um aventureiro, como tantos outros que se aproveitavam
da ingenuidade de peões para enriquecer com a conquista de pedras e de metais preciosos.
(A) ... o paulista Fernão Dias (...) aceitou o pedido de Lisboa para empreender mais uma missão
em busca de Sabarabuçu.
(B) ... o bandeirante não partiu sem antes analisar os erros daqueles que haviam perecido na
floresta, devorados por animais
ferozes ou índios e mortos eles próprios pela fome e pelas adversidades naturais.
(C) Os preparativos levaram três anos.
(D) ... Dias ordenou que, à medida que se embrenhassem na floresta, os pioneiros
providenciassem a plantação de lavouras e
a criação de animais.
Eu, etiqueta
(A) incentivo ao uso de frases de efeito em vestimentas e acessórios, desde que ofereçam
comentários educativos a quem as lê.
(B) opinião desfavorável sobre o excesso de preocupação com a aparência física, o que leva o
homem a esquecer de buscar um bem-estar duradouro.
(C) opinião favorável sobre a criatividade das agências de propaganda, que conseguem veicular
seus anúncios até mesmo através da vestimenta dos consumidores.
(D) crítica à sociedade de consumo marcada pela comunicação visual, em que o próprio corpo
acaba sendo usado para exibir marcas de produtos diversos.
72. O verso em que o poeta se dirige diretamente ao leitor, incluindo-o em sua fala, está em
(A) por estar fora de contexto, a palavra não foi bem empregada, já que, sendo a última do
poema, abre ao leitor múltiplas possibilidades de interpretação, o que enfraquece o poema e o
torna inconcluso.
(B) o uso da palavra é inadequado, pois leva o leitor à falsa noção de que tal palavra possa ter
algum significado na língua portuguesa, induzindo-o, desnecessariamente, a correr o risco de
empregá-la mal e cometer um erro gramatical.
(C) apesar de inventada, a palavra é apropriada, pois, além de ter sido empregada na poesia,
gênero literário que oferece ampla liberdade ao autor, ressalta a ideia de que o sujeito se
identifica com uma coisa.
(D) a palavra é inapropriada para o gênero poético, pois palavras novas só devem ser
empregadas em gêneros como o romance, por exemplo, em que o autor tem a possibilidade de
explicar o significado que imaginou para elas.
Madrugada na aldeia
(Cecília Meireles. Mar absoluto, in Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994, p.311)
(A) I, II e III.
(B) I, apenas.
(C) III, apenas.
(D) II e III, apenas.
(E) I e II, apenas.
(A) As cabras e os peixes são considerados animais benfazejos, por constituírem a base da
alimentação dos moradores.
(B) A velhinha e o pescador oferecem seus produtos ainda bastante cedo aos moradores, recém-
acordados.
(C) O silêncio que impera durante a madrugada pode ser visto como guardião do sono das
pessoas aconchegadas em suas camas.
(D) O último verso deixa evidente o fato de que o pescador trazia peixes que havia acabado de
pescar.
(E) A repetição da palavra orvalho acentua a sensação de frio e de umidade característicos de
uma madrugada de inverno.
77. O preceito moral que se deve concluir da leitura do texto encontra adequada formulação nesta
frase: As coisas que efetivamente nos trazem benefícios
(A) fazem-nos tão acomodados que passamos a viver desacreditando da existência de todo e
qualquer mal.
(B) trazem-nos também os dissabores que passamos a experimentar quando já não contamos
com elas.
(C) são as que nos legam o poder de desfrutá-los mesmo quando elas não mais se ofereçam ao
nosso convívio.
(D) são as que nos ensinam a desfrutá-los somente quando começamos a descrer deles.
(E) fazem-nos conscientes tanto da alegria que elas nos dão quanto das tristezas que podem nos
causar.
78. A presença do misterioso objeto provocou várias reações entre os moradores do vilarejo, que
passaram, por exemplo, a
I. O autor afirma que ao completo ócio da aposentadoria prefere seu trabalho atual, que ele
classifica como um descanso ativo.
II. Ainda que já há muito tempo venha contando os dias que faltam para aposentar-se, o autor
teme não conseguir desfrutar de tamanho benefício.
III. Apesar de manter expectativa em relação à aposentadoria, o autor mostra-se preocupado com
os riscos de uma vida sedentária.
(A) I.
(B) II.
(C) III.
(D) I e II.
(E) II e III.
GRÁFICOS E TABELAS
TIPOLOGIA
(A) com o objetivo de esclarecer alguns aspectos cronológicos do processo histórico de formação
do Estado e de suas bases econômicas, desde a época da colonização.
(B) como uma crônica baseada em aspectos históricos, em que se apresentam tópicos que
salientam as formações geográficas do Estado.
(C) de maneira dissertativa, em que se discutem as várias divisões regionais do Estado com a
finalidade de comprovar qual delas se apresenta como a mais bela.
Depois de subir uma serra que parecia elevar-se do caos, o taubateano Antônio Dias de
Oliveira se deparou com uma vista inebriante: uma sequência de morros enrugados, separados
por precipícios e vales. No fundo desses grotões, corriam córregos de água transparente. O mais
volumoso deles era o Tripuí. Foi nele que Antônio Dias encontrou um ouro tão escuro que foi
chamado de ouro preto. A região, que ficaria conhecida como Ouro Preto, tinha uma formação
geológica rara. Portugal tinha enfim seu Eldorado. O ouro era encontrado nas margens e nos
leitos dos rios, e até à flor da terra.
Já em 1697, el-rei pôde sentir em suas mãos o metal precioso do Brasil. Naquele ano, doze
navios vindos do Rio de Janeiro aportaram em Lisboa. Além do tradicional açúcar, traziam ouro
em barra. A presença do metal na frota vinda do Brasil era tão inusitada que espiões franceses
pensaram que o ouro era proveniente do Peru. Mas logo todos saberiam da novidade e o mundo
voltaria seus olhos para o Brasil.
Como só havia dois caminhos que levavam às lavras, o trânsito de ambos se intensificou.
Os estrangeiros que chegavam por Salvador ou Recife se embolavam às massas vindas do
Nordeste. Juntos, desciam às minas acompanhando o rio São Francisco até o ponto em que este
se encontra com o rio das Velhas, já em território mineiro. Os portugueses que desembarcavam
no Rio de Janeiro seguiam o fluxo dos moradores da cidade. Em Guaratinguetá, portugueses e
fluminenses agregavam-se às multidões vindas do Sul e de São Paulo e, unidos, subiam o
chamado Caminho Geral do Sertão, que terminava nas minas. Foi dessa forma desordenada e no
meio do sertão bruto que pela primeira vez o Brasil se encontrou.
(Adaptado de: Lucas Figueiredo. Boa Ventura!. Rio de Janeiro, Record, 2011, pp. 120; 131; 135)
(A) a região de Ouro Preto deve seu nome à cor de seus rios, muito escuros, onde foi encontrado
ouro no século XVII.
(B) enganados pelos portugueses, espiões franceses acreditaram que o ouro enviado a Portugal
era de fato proveniente do Peru.
(C) incentivadas pela promessa de enriquecimento, no século XVII pessoas de diversas regiões do
Brasil e de fora do país se dirigiram para Minas Gerais.
(D) Antônio Dias experimentou um enorme prestígio na corte portuguesa ao se tornar o primeiro
homem a deparar com as densas serras mineiras.
(A) da narração de um episódio histórico, com o objetivo de oferecer ao leitor fatos e comentários
sobre um determinado assunto.
(B) de uma exposição argumentativa, com o objetivo de defender um determinado ponto de vista
sobre um assunto polêmico.
(C) da narração de fatos fictícios, sem vínculo com a realidade, com o objetivo de entreter o leitor.
(D) da descrição de um episódio biográfico de certa personagem histórica, com o objetivo de fazer
dela um herói nacional.
(A) A região, que ficaria conhecida como Ouro Preto, tinha uma formação geológica rara.
(B) Foi dessa forma desordenada e no meio do sertão bruto que pela primeira vez o Brasil se
encontrou.
(C) Juntos, desciam às minas acompanhando o rio São Francisco até o ponto em que este se
encontra com o rio das Velhas... .
(D) Os portugueses que desembarcavam no Rio de Janeiro seguiam o fluxo dos moradores da
cidade.
NÍVEIS DE LINGUAGEM
− Ã-hã, quer entrar, pode entrar... Mecê sabia que eu moro aqui? Como é que sabia? Hum,
hum...Cavalo seu é esse só? Ixe! Cavalo tá manco, aguado. Presta mais não.
(João Guimarães Rosa. Trecho de "Meu tio o Iauaretê", adaptado. Estas estórias. Rio de Janeiro,
José Olympio, 1969, p.126)
85. Observando-se a variedade linguística de que se vale o falante do trecho acima, percebe-se
uso de
(A) linguagem marcada por construções sintáticas complexas e inapropriadas para o contexto,
responsáveis por truncar a comunicação e dificultar o entendimento.
(B) linguagem formal, utilizada pelas pessoas que dominam o nível culto da linguagem, sendo,
portanto, adequada à situação em que o falante se encontra.
(C) gírias e interjeições, como ixe e aguado, prioritariamente utilizadas entre os jovens, sendo,
assim, incompatíveis com a situação em que o falante se encontra.
(D) coloquialismos e linguagem informal, como mecê e tá, apropriados para a situação de
informalidade em que o falante se encontra.
MAIS COMPREENSÃO...
A média universal do Índice de Desenvolvimento Humano aumentou 18% desde 1990. Mas
a melhora estatística está longe de animar os autores do Relatório de 2010. Eles argumentam
que, embora os números reflitam avanços em determinadas áreas, o mundo continua a conviver
com problemas graves, que exigem uma nova perspectiva política.
O cenário apresentado pelo Relatório não é animador. O documento adverte que, nestes 20
anos, parte dos países enfrentou sérios problemas, sobretudo na saúde, anulando em alguns anos
os ganhos de várias décadas. Além disso, o crescimento econômico tem sido desigual. Os padrões
de produção e consumo atuais são considerados inadequados.
Embora não queira apresentar receitas prontas, o Relatório traça caminhos possíveis. Entre
eles, o reconhecimento da ação pública na regulação da economia para proteger grupos mais
vulneráveis. Outro aspecto ressaltado é a necessidade de considerar pobreza, crescimento e
desigualdade como temas interligados. "Crescimento rápido não deve ser o único objetivo político,
porque ignora a distribuição do rendimento e negligencia a sustentabilidade do crescimento",
informa o texto.
Um aspecto importante revelado pelo Relatório é que muitas das ações para melhoria da
saúde e da educação não necessitam de grande investimento financeiro. Isso está mais presente
sobretudo onde os indicadores são ruins. "Numa primeira etapa, medidas simples como inclusão
(A) aponta vários problemas de saúde da população mundial, com as medidas a serem adotadas
para resolvê-los.
(B) deixa de lado a avaliação das causas do crescimento econômico desigual, que ocorre no
mundo todo.
(C) mostra preocupação com a persistência de problemas no mundo, apesar da constatação de
alguns avanços, desde 1990.
(D) assinala algumas divergências, entre os autores do documento, em relação às conclusões
possíveis a partir de seus dados.
(E) reconhece a importância da intervenção da ação pública no controle permanente da economia.
(A) muitas ações voltadas para a melhoria das condições de vida em situação precária se valem
de expedientes bastante simples, como a adoção de hábitos de higiene.
(B) alguns dados estatísticos sobre desenvolvimento humano vêm melhorando desde 1990,
realçando os indiscutíveis avanços em todo o mundo.
(C) os atuais índices encontrados a respeito de desenvolvimento humano demonstram que os
problemas mais sérios já estão solucionados.
(D) os grandes investimentos financeiros necessários para a solução de problemas mundiais,
como as crises econômicas, ainda não têm sido suficientes.
(E) os ganhos em crescimento econômico, cujos resultados foram comprovados pelo recente
Relatório, foram bastante expressivos nas últimas décadas.
(A) as áreas rurais, por suas características, têm recebido maior número de propostas
direcionadas para seu desenvolvimento.
(B) projetos de desenvolvimento urbano são em número reduzido por serem essas áreas já
consideradas em desenvolvimento.
(C) as atividades artesanais que se baseiam no saber popular nem sempre geram emprego e
renda na quantidade necessária para as comunidades carentes.
(D) as atividades econômicas, cujo objetivo está no auxílio a comunidades carentes, devem estar
vinculadas a instituições financeiras.
(E) projetos de geração de trabalho e renda surgem em todo o país, de acordo com as
características e necessidades do lugar onde são desenvolvidos.
(A) A organização de grupos voltados para melhorias das atividades econômicas esbarra na
ausência de formação de seus componentes.
(B) O 2º parágrafo explica claramente o significado da expressão Tecnologia Social e seu papel no
desenvolvimento sustentável de comunidades.
(C) É difícil determinar, com clareza, quais formas alternativas seriam necessárias para o
desenvolvimento de comunidades.
(D) A indefinição sobre o que seja conhecimento científico ou saber popular torna difícil a
aplicação de um ou de outro nas comunidades mais pobres.
(E) Nem sempre as experiências programadas para determinados lugares apresentam resultados
satisfatórios, devido à resistência contra inovações no modo de vida local.
(A) o respeito aos inúmeros benefícios oferecidos às condições de vida moderna pelos avançados
recursos decorrentes da tecnologia.
(B) uma atitude comunitária voltada para a prevenção e disposta a alterações no modo de vida na
Terra para evitar a ocorrência de catástrofes ecológicas.
(C) procedimentos conjuntos entre órgãos oficiais e a sociedade civil como solução para a correta
aplicação dos avanços tecnológicos.
(D) uma preocupação mais ampla com o emprego da tecnologia em algumas áreas do
conhecimento humano, para evitar os atuais abusos.
(E) uma visão otimista centrada na resolução dos problemas oriundos do progresso tecnológico,
por serem eles relativamente simples.
(A) voltadas para o homem e fundamentadas na tecnologia como meio de atingir determinados
fins.
(A) O autor toma como base os diversos desastres naturais que vêm ocorrendo em todo o planeta
para discutir aspectos ligados à questão ambiental.
(B) A retomada das ideias do filósofo Hans Jonas constitui a base da argumentação necessária
para que o autor do texto fundamente suas próprias ideias.
(C) O título da obra O Princípio Responsabilidade remete à necessária tomada de consciência
dos homens sobre os abusos que vêm cometendo contra o meio ambiente.
(D) A relação de catástrofes ambientais apresentada no 1º parágrafo tem por objetivo demonstrar
a impossibilidade de deter o progresso tecnológico, cujos avanços são os principais causadores
desses desastres.
(E) Todo o texto se desenvolve a partir da constatação de que o modo de vida atual, voltado para
o uso abusivo da tecnologia, leva o planeta a uma catástrofe ecológica.
“O folhetim é frutinha de nosso tempo”, disse Machado de Assis numa de suas deliciosas
crônicas. E volta ao assunto na crônica seguinte. “O folhetinista é originário da França [...] De lá
espalhou-se pelo mundo, ou pelo menos por onde maiores proporções tomava o grande veículo
do espírito moderno; falo do 5.jornal.” E Machado tenta “definir a nova entidade literária”,
procura esmiuçar a “organização do novo animal”. Mas dessa nova entidade só vai circunscrever a
variedade que se aproxima do que hoje chamaríamos crônica. E como na verdade a palavra
folhetim designa muitas coisas, e, efetivamente, nasceu na França, há que ir ver o que o termo
recobre lá na matriz.
10. De início, ou seja, começos do século XIX, “le feuilleton” designa um lugar preciso do
jornal: “o rez-de-chaussée” –rés-do-chão, rodapé −, geralmente o da primeira página. Tinha uma
finalidade precisa: era um espaço vazio destinado ao entretenimento. E pode-se já antecipar,
dizendo que tudo o que haverá de constituir a matéria e o modo da crônica à brasileira já é,
desde 15.a origem, a vocação primeira desse espaço geográfico do jornal, deliberadamente
frívolo, oferecido como chamariz aos leitores afugentados pela modorra cinza a que obrigava a
forte censura napoleônica. (“Se eu soltasse as rédeas da imprensa”, explicava Napoleão ao
célebre Fouché, seu chefe de polícia, “não ficaria três meses no poder.”)
(MEYER, Marlyse, Folhetim: uma história. 2 ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2005, p. 57)
(A) nota-se que o autor, reconhecendo a autoridade de Machado de Assis, acata sua observação
explícita de que os fundamentos do folhetim devem ser pesquisados na própria cultura francesa.
(B) fica evidente que Machado de Assis, nas crônicas citadas, trata de assunto relevante − o
jornal de sua época −, comparando sua organização à estrutura original do grande veículo de
comunicação de massa francês.
(C) Machado de Assis é citado porque as crônicas desse escritor brasileiro constituem o tema
central do texto, especialmente o caráter recorrente de seus assuntos.
(D) o autor vale-se das palavras de Machado de Assis para introduzir o assunto que pretende
desenvolver, ressaltando a necessidade de ampliar a perspectiva assumida pelo cronista no texto
citado.
(E) está claro que Machado de Assis revela entusiasmo pelo jornal e procura definir o que seria “o
artigo de fundo” do novo meio de comunicação de seu tempo.
97. No texto,
(A) (linhas 10 a 17) a finalidade do folhetim é citada em associação com o lugar que lhe era
destinado no jornal.
(B) (linha 10) a expressão ou seja foi empregada para introduzir uma retificação: em busca da
precisão, anula-se o valor da expressão anteriormente utilizada (De início).
(C) (linha 11) os dois-pontos justapostos à palavra jornal introduzem a citação de distintos
espaços associados ao folhetim.
(D) (linhas 7-8) o emprego da expressão na verdade denota a concordância plena do autor com
as informações obtidas nas crônicas, de que cita passagens para provar que o cronista se
concentrou nos significados da palavra folhetim.
(E) (linhas 17 a 19) a transcrição das palavras de Napoleão constitui recurso para sugerir que o
imperador era tema constante dos folhetins.
99. De lá [o folhetinista] espalhou-se pelo mundo, ou pelo menos por onde maiores proporções
tomava o grande veículo do espírito moderno. Uma nova redação para a frase acima, que não
prejudica o sentido original e está em conformidade com o padrão culto, é
(A) como recurso para comprovar que a ruína dos povos indígenas tinha sido provocada pela ação
das armas dos colonizadores espanhóis.
(B) para beneficiar-se, na argumentação, de pontos de vista divergentes sobre o mesmo processo
de colonização.
(C) como recurso para mostrar como a colonização europeia agiu de forma distinta em relação a
povos distintos.
(D) como exemplificação da tentativa dos indígenas de compreender o que lhes acontecera pela
presença dos colonizadores.
(E) para evidenciar que, em épocas distintas, os nativos só poderiam conceber de modo diverso
as aproximações entre a sua cultura e a do colonizador.
(GONÇALVES FILHO, José Moura, “Olhar e memória”. IN: O olhar. NOVAES, Adauto (org.). 10a
reimpressão. São Paulo: Companhia das Letras, 2003, p. 97)
102. Observe atentamente os segmentos ainda não contidos pelo estigma de improdutivos e
ainda não constrangidos pela impaciência. No contexto, eles
(A) expressam ideias que estão unicamente justapostas, sem nenhuma outra relação entre elas.
(B) expressam, respectivamente, uma causa e uma consequência.
(C) estão em relação de alternância.
(D) expressam dois desejos, por isso estão associados como se estivessem unidos pela conjunção
e.
(E) expressam comparação entre dois fatos.
105. O texto aponta como uma das razões para a ideia deturpada de consumidor que há no país
107. A atitude dos produtores em relação aos consumidores e o fato de que só parte da sociedade
tem a prerrogativa do consumo são apresentados pelo autor como
MODERNIDADE É HUMANIDADE
108. No quarto parágrafo o autor afirma: “Modernidade é humanidade. E essa visão só é possível
para quem pensa a sociedade do ponto de vista ético.” Assinale a opção que NÃO confirma esta
ideia.
109. Em “... e também do mundo empresarial, apesar de sua visão imediatista e muito ligada ao
primeiro mundo...”, a parte sublinhada pode ser substituída, sem alteração de sentido, por
(A) I.
(B) II.
(C) III.
(D) I e II.
(E) II e III.
Na prática, não é lei, e não há nenhuma obrigatoriedade. Mesmo assim, 140 países se
comprometeram a aumentar o acesso à água potável, ao tratamento de esgoto e a promover o
uso inteligente da água, na conclusão do último Fórum Mundial da Água.
Os acordos firmados no Fórum não têm caráter vinculante. Isso significa que as promessas
não serão cobradas de ninguém. A ideia, no entanto, é levar esse documento para a Rio+20,
conferência da ONU para o desenvolvimento sustentável, que acontecerá em junho no país.
Página 88 Prof. Maria Tereza Faria
Compreensão e Produção de Textos Banco do Brasil
Hoje, cerca de 28 agências ligadas à ONU lidam com a água sob várias abordagens, como
produção de energia e agricultura. Mas a água, por si só, não é o foco do trabalho de nenhuma
delas. O Ministério do Meio Ambiente, o das Relações Internacionais e a ANA (Agência Nacional de
Águas) propuseram durante o encontro mundial a criação de um Conselho de Desenvolvimento
Sustentável na ONU para tratar desse tema.
O Brasil possui 12% da água doce do planeta, mas há problemas: 70% dela estão na bacia
amazônica, longe dos maiores centros urbanos. E só 45% dos brasileiros têm água tratada.
(A) o Brasil, apesar da quantidade de água doce disponível, ainda não atende aos objetivos
previstos no acordo firmado no Fórum Mundial da Água.
(B) a proposta sobre o aproveitamento sustentável da água será inatingível se esse tema não for
obrigatoriamente discutido na conferência Rio+20.
(C) a quantidade de água disponível para a agricultura e para produzir energia prejudica o
fornecimento desse recurso natural para uso humano responsável.
(D) a destinação prática da água, seja para a agricultura, seja para uso humano, está sujeita à
disponibilidade desse recurso natural, escasso no mundo todo.
(E) os compromissos assumidos, principalmente quanto ao uso sustentável da água, serão
respeitados pelos países participantes do Fórum Mundial.
115. Na prática, não é lei, e não há nenhuma obrigatoriedade. O sentido do segmento grifado
acima reaparece no texto, com outras palavras, em
116. Outra redação clara e correta para o 1º parágrafo do texto, mantendo-se, em linhas gerais, o
sentido original, está em
(A) Com a conclusão do último Fórum Mundial da Água que, na prática, não é lei nem tem
obrigatoriedade, nem mesmo assim, 140 países se comprometeram a aumentar o acesso à água
potável, o tratamento de esgoto e promover o uso inteligente da água.
(B) Sem a prática da lei, e sem obrigatoriedade, surgiu na conclusão do último Fórum Mundial da
Água comprometimento dos 140 países de aumentar a água potável, o tratamento de esgoto e à
promover o uso inteligente da água.
(C) Os 140 países que mesmo assim, na conclusão do último Fórum Mundial da Água se
comprometeu à aumentar o acesso à água potável, ao tratamento de esgoto e a promover o uso
inteligente da água, não são obrigados por lei a fazer isso.
(D) Na prática, a conclusão do último Fórum Mundial da Água não é lei, e não se tem nenhuma
obrigatoriedade no comprometimento dos 140 países que vai aumentar o acesso a água potável,
ao tratamento de esgoto e promover o uso inteligente da água.
(E) Na conclusão do último Fórum Mundial da Água, mesmo não havendo compromisso
obrigatório de nenhum deles, 140 países se dispuseram a aumentar o acesso à água potável, ao
tratamento de esgoto e a promover o uso inteligente da água.
*prelo aparelho manual ou mecânico que serve para imprimir; máquina impressora, prensa.
(A) a importância dos correios e telégrafos como meio de comunicação em alguns pontos do país,
ainda no início do século passado.
(B) o papel predominante dos jornais brasileiros como elementos de divulgação dos fatos
importantes, acontecidos em todo o mundo.
(C) a dificuldade para imprimir e distribuir jornais em uma época de reduzida capacidade técnica
para acompanhar essas atividades.
(D) o grande número de jornais que se incumbiam de divulgar os fatos da época, mesmo com as
dificuldades de distribuição em locais distantes.
(E) o pequeno número de leitores interessados nos acontecimentos diários, até mesmo mundiais,
publicados nos jornais da época.
118. Surgiam as Marionis e outras tantas marcas de prelos, capazes de multiplicar os exemplares
e combinar textos e imagens como, durante o século XIX, nunca havia sido possível.
O segmento transcrito acima refere-se, implicitamente,
Apesar de sua péssima fama, que atravessara o século XIX e permanecia ao longo da primeira
década do século XX ...
119. O emprego dos tempos dos verbos grifados acima indica, respectivamente,
(A) fato a se realizar no futuro e ação repetitiva no passado.
(B) situação presente e ação habitual também no presente.
(C) ação realizada no presente e situação passada, sob certa condição.
(D) fato habitual, repetitivo, e desejo de que uma ação se realize.
(E) tempo passado anterior a outro e ação contínua na época referida.
120. Apesar de sua péssima fama ... A observação inicial do parágrafo indica
(A) opinião que confirma o que vem sendo exposto desde o início do texto.
(B) hipótese que introduz uma afirmativa que não poderá se realizar.
(C) ideia oposta à que vai ser expressa, contrariando uma possível expectativa.
(D) conclusão das ideias contidas em todo o desenvolvimento textual.
(E) retificação de um engano cometido no parágrafo anterior.
O sonho de voar alimenta o imaginário do homem desde que ele surgiu sobre a Terra. A
inveja dos pássaros e as lendas de homens alados, como Dédalo e Ícaro (considerado o primeiro
mártir da aviação), levaram a um sem-número de experiências, a maioria fatal.
A história dos homens voadores é a mesma, desde a mitologia até o século XXI. Na
antiguidade grega e latina, assim como em várias religiões asiáticas, africanas e pré-colombianas,
os heróis tinham asas. Entre o imaginário e o voo real, as ideias mais absurdas trouxeram, às
vezes, elementos para o progresso. A verdadeira compreensão da energia desenvolvida para voar
passa por essa relação histórica e os seus pontos fortes.
Em 1903, um autor francês estava convencido de que a história de Ícaro não era uma
lenda, mas sim o relato de uma experiência autêntica de voo. O cuidado com que Dédalo dispôs
as penas, rígidas na base, soltas nas extremidades, e o fato de ter decolado do alto de uma colina
lhe pareceram provas de uma profunda reflexão. Mas o poeta latino Ovídio cometeu um erro ao
afirmar que a cera se derreteu ao se aproximar do sol. De fato, quanto mais alto se voa, mais
baixa é a temperatura.
Portanto, é necessário procurar outra causa para o acidente. Passaram-se os anos e
chegamos ao avião, que para os homens-pássaros foi uma decepção. Encontrou-se o que não se
procurava. Viajar dentro de uma caixa voadora não corresponde ao que o homem quis durante
milênios, nem ao ideal que contribuiu para animá-lo no seu inconsciente e nos seus sonhos.
(Xaropin Sotto. Céu Azul, n. 36. São Paulo: Grupo Editorial Spagat. p. 62-65, com adaptações)
(A) concluir que a possibilidade de voar com segurança veio preencher o sonho humano, existente
desde a antiguidade, de imitar os pássaros.
(B) perceber que, mesmo sendo possível a utilização desse aparelho, permanece em algumas
pessoas o sonho de voar livremente, como os pássaros.
122. No 3º parágrafo,
125. De fato, quanto mais alto se voa, mais baixa é a temperatura. (3º parágrafo) A relação lógica
entre as duas afirmativas acima estabelece noção de
(A) consequência.
(B) condição.
(C) finalidade.
(D) proporcionalidade.
(E) temporalidade.
No casarão dos Vianna no Catumbi, que no fim do século XIX era um bucólico bairro
carioca, o som do choro preenchia todos os espaços. Quem comandava o sarau era o patriarca,
um flautista amador. Ainda pequeno para se juntar ao grupo instalado na sala, o 12º de 14
irmãos resignava-se a espiadelas pela porta entreaberta do quarto. Não tardaria, entretanto, a
revelar
seu talento e conquistar o direito de fazer parte da foto em que toda a família aparece junta, cada
qual com seu instrumento.
O ano era 1865 e o garoto de 11 anos, Alfredo da Rocha Vianna Júnior, o Pixinguinha. Na
imagem desbotada, ele empunha um cavaquinho. Pouco depois viria a flauta de prata
presenteada pelo pai, as aulas de música e os convites para tocar nas festas de família. O raro
domínio técnico como intérprete, o talento para compor e arranjar e a permeabilidade às novas
sonoridades acabaram por fazer de Pixinguinha um artista inigualável.
“O Brasil jamais produziu um músico popular dessa envergadura”, atesta o maestro Caio
Cezar. Ele divide com o neto de Pixinguinha, Marcelo Vianna, a direção musical da exposição que
o Centro Cultural Banco do Brasil de Brasília apresenta de terça 13 de março a 6 de maio –
Pixinguinha. Para a produtora Lu Araújo, curadora da exposição e coordenadora do livro
Pixinguinha – O gênio e seu tempo, de André Diniz, a ser lançado na mostra, o músico “uniu
o saber das notas musicais à riqueza da cultura popular. Pixinguinha incorporou elementos
brasileiros às técnicas de orquestração. Fator fundamental para isso foi sua experiência nas
diversas formações em que atuou: bandas, orquestras regionais e conjuntos de choro e samba”. E
acrescenta: “As orquestras dos teatros de revista também foram fundamentais para a formação
dele como arranjador”.
(A) o triunfo do talento de Pixinguinha sobre as restrições paternas ao desejo do menino de onze
anos de aprender a tocar um instrumento musical.
(B) a precocidade do interesse pela música e do talento de Pixinguinha, que aos onze anos já é
mostrado junto da família portando um instrumento musical.
(C) o descompasso entre a alegria reinante no sarau familiar e a tristeza do menino que devia
permanecer trancado no quarto durante toda a noite.
(D) a falta de um lugar para Pixinguinha no conjunto musical familiar, devido ao grande número
de irmãos músicos, até que completasse onze anos de idade.
(E) o caráter ambivalente do pai de Pixinguinha, que durante parte da infância do filho mostrava-
se ao mesmo tempo festivo e autoritário.
127. Afirmações como uniu o saber das notas musicais à riqueza da cultura popular e incorporou
elementos brasileiros às técnicas de orquestração apontam para a mistura operada por
Pixinguinha entre
129. ... o som do choro preenchia todos os espaços. O verbo empregado nos mesmos tempo e
modo que o grifado na frase acima está em
130. Pixinguinha incorporou elementos brasileiros às técnicas de orquestração. O verbo que exige
o mesmo tipo de complemento que o grifado acima está em
(A) “As orquestras dos teatros de revista também foram fundamentais para a formação dele como
arranjador”.
(B) “O Brasil jamais produziu um músico popular dessa envergadura”...
(C) Ele divide com o neto de Pixinguinha, Marcelo Vianna, a direção musical da exposição...
(D) ... o som do choro preenchia todos os espaços.
(E) Na imagem desbotada, ele empunha um cavaquinho.
GABARITO
1. A 2. D 3. C 4. A 5. B 6. B 7. C 8. D 9. B 10. C
11. E 12. B 13. D 14. C 15. A 16. C 17. B 18. C 19. D 20. B
21. D 22. E 23. B 24. A 25. C 26. B 27. C 28. E 29. E 30. C
31. B 32. D 33. E 34. B 35. C 36. C 37. D 38. A 39. B 40. E
41. D 42. C 43. B 44. E 45. A 46. C 47. D 48. C 49. E 50. D
51. A 52. A 53. E 54. B 55. D 56. B 57. D 58. D 59. C 60. D
61. C 62. E 63. A 64. E 65. D 66. B 67. B 68. C 69. B 70. C
71. D 72. A 73. C 74. E 75. B 76. A 77. C 78. B 79. A 80. B
81. D 82. C 83. A 84. B 85. D 86. C 87. A 88. E 89. B 90. D
91. B 92. B 93. A 94. D 95. B 96. D 97. A 98. C 99. C 100. D
101.B 102. B 103. D 104. C 105. A 106. D 107. C 108. E 109. E 110. C
111.D 112. A 113. E 114. A 115. C 116. E 117. A 118. D 119. E 120. C
121.B 122. D 123. A 124. B 125. D 126. B 127. E 128. A 129. D 130. C
INFORMAÇÕES DO EDITAL
Na Prova Discursiva – Redação será apresentada uma única proposta, a respeito da qual o
candidato deverá desenvolver a redação.
Na avaliação da Prova Discursiva – Redação serão considerados, para atribuição dos
pontos, os seguintes aspectos:
Conteúdo – até 40 (quarenta) pontos:
a) perspectiva adotada no tratamento do tema;
b) capacidade de análise e senso crítico em relação ao tema proposto;
c) consistência dos argumentos, clareza e coerência no seu encadeamento.
A nota será prejudicada, proporcionalmente, caso ocorra uma abordagem tangencial, parcial ou
diluída em meio a divagações e/ou colagem de textos e de questões apresentados na prova.
Estrutura – até 30 (trinta) pontos:
a) respeito ao gênero solicitado;
b) progressão textual e encadeamento de ideias;
c) articulação de frases e parágrafos (coesão textual).
Expressão – até 30 (trinta) pontos:
Avaliação da expressão não será feita de modo estanque ou mecânico, mas sim de acordo com
sua estreita correlação com o conteúdo desenvolvido.
A avaliação será feita considerando-se
a) desempenho linguístico de acordo com o nível de conhecimento exigido;
b) adequação do nível de linguagem adotado à produção proposta e coerência no uso;
c) domínio da norma culta formal, com atenção aos seguintes itens: estrutura sintática de orações
e períodos, elementos coesivos; concordância verbal e nominal; pontuação; regência verbal e
nominal; emprego de pronomes; flexão verbal e nominal; uso de tempos e modos verbais; grafia
e acentuação.
Obs.: na aferição do critério de correção gramatical, por ocasião da avaliação do desempenho na
Prova Discursiva – Redação, poderão os candidatos valer-se das normas ortográficas em vigor
antes ou depois daquelas implementadas pelo Decreto Presidencial nº 6.583, de 29 de setembro
de 2008, em decorrência do período de transição previsto no art. 2º, parágrafo único da citada
norma, que estabeleceu o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.
Será atribuída nota ZERO à redação que
a) fugir à modalidade de texto solicitada e/ou ao tema proposto;
b) apresentar textos sob forma não articulada verbalmente (apenas com desenhos, números e
palavras soltas ou em versos) ou qualquer fragmento de texto escrito fora do local apropriado;
c) for assinada fora do local apropriado;
d) apresentar qualquer sinal que, de alguma forma, possibilite a identificação do candidato;
e) for escrita a lápis, em parte ou em sua totalidade;
f) estiver em branco;
g) apresentar letra ilegível e/ou incompreensível.
A folha para rascunho no Caderno de Provas é de preenchimento facultativo. Em hipótese
alguma o rascunho elaborado pelo candidato será considerado na correção da Prova
Discursiva - Redação pela banca examinadora.
Na Prova Discursiva – Redação, deverão ser rigorosamente observados os limites mínimo
de 20 (vinte) linhas e máximo de 30 (trinta) linhas, sob pena de perda de pontos a serem
atribuídos à Redação.
A Prova Discursiva – Redação terá caráter exclusivamente habilitatório, exceto quanto ao
critério de desempate, não influindo na classificação do candidato, e será avaliada na
DÚVIDAS COMUNS
TÍTULO: é uma expressão, geralmente curta, colocada antes da dissertação. Não se deve
pular linha depois do título. É importante para o texto – agrega qualidade – e deve
corresponder ao âmago da redação.
com verbo – apenas a primeira letra maiúscula e ponto final;
com pontuação intermediária – apenas a primeira maiúscula e ponto final;
sem verbo e sem pontuação intermediária – letras maiúsculas no início das palavras
(exceto nexos e artigos).
ESTRUTURA
EXEMPLIFICANDO
2. MODELOS DE INTRODUÇÃO
Declaratória - consiste em expor o mesmo que sugere a proposta, usando outras
palavras e outra organização, ao apresentar o tema e as delimitações sugeridas em, no
mínimo, dois períodos. O principal risco desse tipo de introdução é o de ser parafrástica.
TIPOS DE INTRODUÇÃO
DECLARATÓRIA
TIPOS DE INTRODUÇÃO
DECLARATÓRIA
PERGUNTAS
Histórica - traçar uma trajetória histórica é apresentar uma analogia entre elementos
do passado e do presente. Já que uma comparação será apontada, os elementos devem
ser similares; há de existir semelhança entre os argumentos apresentados, ou seja, só
será usada a trajetória histórica, quando houver um fato no passado que seja
comparável, de alguma maneira, a outro no presente. Deve-se tomar o cuidado de
escolher fatos históricos conhecidos e significativos para o desenvolvimento que se
pretende dar ao texto.
HISTÓRICA
COMPARAÇÃO SOCIAL,
GEOGRÁFICA OU DE QUALQUER
OUTRA NATUREZA
CITAÇÃO OU ARGUMENTO DE
AUTORIDADE
Segundo Pessoa, “Nada revela mais uma
incapacidade fundamental para o exercício do
comércio que o hábito de concluir o que os outros
querem sem estudar os outros, fechando-nos no
gabinete da nossa própria cabeça.” É necessário,
por conseguinte – a fim de conciliar
necessidades e objetivos de consumidores e
empresas –, dar-se a conhecer. Só assim,
eventuais obstáculos a tal relacionamento
poderão ser superados.
CAUSA / CONSEQUÊNCIA
EXEMPLIFICAÇÃO
1. de autoridade:
Segundo Gilberto Freyre,
“o desenvolvimento social
começa na casa de cada
cidadão.” Assim sendo,
confirma-se ser o turismo
uma das portas para o
progresso. Ao preparar
sua cidade – e as
acolhedoras são o lar de
um homem – para
receber visitantes, o
sujeito sente-se partícipe,
contribuindo, dessa
forma, para o crescimento
do entorno.
2. baseado no consenso:
Ora, o homem sempre
viajou: para sobreviver,
para proteger-se, para
conquistar, para comerciar,
por curiosidade natural, por
lazer, enfim. Há registros
desde a Pré-História de
deslocamentos individuais e
em grupo. As
movimentações turísticas
englobam boa parte da
economia de um país, pois
ocasionam a circulação de
um número bem maior de
pessoas nas regiões
visitadas, o que propicia
aumento de postos de
emprego, de investimentos
na estrutura da cidade,
levando à melhora da
qualidade de vida dos
cidadãos que ali vivem.
3. baseado em provas
concretas – Quando
Flávio Bicca escreveu
“Horizontes” e afirmou
que o pôr do sol de Porto
Alegre o traduzia em
versos, instalou, sem
dúvida, num eventual
turista a curiosidade de
conhecer essa cidade,
que se caracteriza por
um dos mais belos
ocasos.
4. de competência
linguística - É essa
sistemática – inerente ao
ser humano – da eterna
busca pelo inusitado, pelo
novo, pelo desconhecido
que nos impede de estagnar
e força-nos a romper o
escudo acomodatício, o que
seria impossível sem as
viagens.
7. LIGAÇÃO ENTRE OS PARÁGRAFOS DE DESENVOLVIMENTO – DICAS
D1
É preciso, em primeiro lugar, lembrar...
É preciso, primeiramente, considerar...
É necessário frisar...
D2
Nota-se, por outro lado, que...
É imprescindível insistir no fato de que...
Não se pode esquecer
Além disso...
Outro fator existente...
Outra preocupação constante...
Ainda convém lembrar...
CITAÇÕES
I. Aristóteles
"Sê senhor da tua vontade e escravo da tua consciência."
"A dúvida é o principio da sabedoria."
"Haverá flagelo mais terrível do que a injustiça de armas na mão?"
"A educação tem raízes amargas, mas os seus frutos são doces."
"A base da sociedade é a justiça; o julgamento constitui a ordem da sociedade: o julgamento é
a aplicação da justiça."
II. Platão
"O que faz andar o barco não é a vela enfunada, mas o vento que não se vê."
"O homem é a medida de todas as coisas."
"Quem critica a injustiça fá-lo não porque teme cometer acções injustas, mas porque teme
sofrê-las."
"A orientação inicial que alguém recebe da educação também marca a sua conduta ulterior."
CONCEITOS
I. Ética
Segundo Aristóteles, as qualidades do caráter podem ser dispostas de modo que
identifiquemos os extremos e a justa medida. Por exemplo, entre a covardia e a audácia, está a
coragem; entre a belicosidade e a bajulação, está a amizade; entre a indolência e a ganância,
está a ambição etc. É interessante notar a consciência do filósofo ao elaborar a teoria do meio
termo. Conforme ele, aquele que for inconsciente de um dos extremos, sempre acusará o outro
de vício. Por exemplo, na política, o liberal é chamado de conservador e radical por aqueles que
são radicais e conservadores, porque os extremistas não enxergam o meio termo.
Portanto, seguindo o famoso lema grego “Nada em excesso”, Aristóteles formula a ética da
virtude baseada na busca pela felicidade, mas felicidade humana, feita de bens materiais, riquezas
que ajudam o homem a se desenvolver, e não se tornar mesquinho, bem como bens espirituais,
como a ação (política) e a contemplação (a filosofia e a metafísica).
A ética, para Sócrates, tinha como objetivo fundamental, conhecer a respeito do homem. Daí
sua frase: “conhece-te a ti mesmo”. Ele dizia que o homem que se conhece não comete erros.
Para ele o que era certo para um, valia para todos e da mesma forma o que era errado para um,
era para todos. Seu pensamento era racionalista. Ele acreditava que o bem era a felicidade da
alma e o bom era útil para felicidade. O homem que errava, errava por ignorância, por isso
precisava ser ensinado. Também para ele havia princípios universais de ordem e de justiça que
A palavra ética surgiu do grego "ethos", sendo traduzida para o latim como "morale", ambas
carregando o mesmo significado: conjunto de condutas, aspectos relativos aos costumes. Sócrates
foi o primeiro filósofo a pensar no conceito abstrato do que é ética, porém foi Platão que
introduziu a definição sistemática do termo, o qual foi concretizado por Aristóteles. A filosofia
platônica vê "a ética como uma qualidade do sábio, pois apenas pelo conhecimento se chega à
razão e ao controle das iras e desejos, logo, a ser ético.” Logo, para Platão, ser ético exige como
pressuposto basilar o controle dos sentimentos e desejos (expressos majoritariamente pelos
anseios corpóreos), ou seja, não se é ético no sistema platônico sem o controle e a submissão
corpórea ao reino das ideias. Já Aristóteles dizia que a principal função da ética está em delimitar
o bom e o ruim para o homem, sendo que a dualidade corpo-mente se arquiteta como o principio
basilar de seu sistema teórico. Só com Protágoras, um sofista da antiguidade grega, separou-se a
ética da religião. A ele se atribui a frase: "O homem é a medida de todas as coisas, das reais
enquanto são e das não reais enquanto não são.". Para Protágoras, os fundamentos de um
sistema ético dispensam os deuses e qualquer força metafísica, estranha ao mundo percebido
pelos sentidos, entretanto, ainda assim o conceito de ética/moral ainda está fortemente ligado à
religião. Epicuro, outro filósofo, deu outra definição para ética, ele dizia que a felicidade se
encontra no prazer moderado, no equilíbrio racional entre as paixões e sua satisfação, fundando,
assim, o hedonismo. No período Renascentista, surge outro nome "de peso", Maquiavel. Ele
revolucionou o conceito de ética uma vez que promove a independência da política em relação à
moral, cuja máxima residia em tirar o máximo proveito possível de determinada situação. Nesse
universo, os fins justificam os meios, sendo que o propósito do homem não era ser bom, mas
alcançar a felicidade e o poder a qualquer custo, mesmo que esse custo passasse, às vezes, pelo
aniquilamento da diferença, do outro. Nesse mesmo período, surgem vários filósofos como
Hobbes, por exemplo. Este dizia que o homem era essencialmente mau, precisando de um
sistema coercitivo material e espiritual para controlar seus impulsos. Logo, a ética de Hobbes tinha
como única função o controle e o policiamento dos homens a fim de que estes não se
digladiassem por quaisquer motivos fúteis. No período Iluminista, surge outro grande filósofo:
Kant. Ele dizia que os seres humanos devem ser encarados como fins e não meios para o alcance
de determinados interesses. Daí passamos a Karl Marx, que nega a ética em qualquer plano de
constituição classista. Ele e Engels viam na ética de seu tempo uma ferramenta para manipular o
povo, afirmando, assim, os valores burgueses. Após Marx, Nietsche também desenhou alguns
pensamentos filosóficos sobre a ideia de ética e moral, rejeitando uma visão moralista de mundo
e colocando-a num plano terrestre do presente. Freud também deu sua contribuição ao
desenvolvimento do tema ao tratar sobre tabus sociais. Já em Gramsci, Habermas e Sartre, é
possível notar determinada continuação de uma linha de pensamento cujas raízes estão fincadas
em Marx: todos têm como pressuposto basilar a necessidade da construção de uma nova
sociedade, ainda que por caminhos diferentes, e a premência na crítica aos valores não
democráticos estabelecidos pelo sistema capitalista de produção.
II. Justiça
Justiça pode ser entendida como um valor. Aliás, para Platão, ela é a virtude mais preciosa
para a realização política na polis. A cidade ideal é aquela em que as pessoas têm um papel, uma
função, cada um ocupa seu lugar no todo segundo sua capacidade. Artesãos, guerreiros,
III. Educação
No seu sentido mais amplo, educação significa o meio em que os hábitos, costumes e valores
de uma comunidade são transferidos de uma geração para a geração seguinte. A educação vai se
desenvolvendo por meio de situações presenciadas e experiências vividas por cada indivíduo ao
longo da sua vida.
O conceito de educação engloba o nível de cortesia, delicadeza e civilidade demonstrada por
um indivíduo e a sua capacidade de socialização. No sentido técnico, a educação é o processo
contínuo de desenvolvimento das faculdades físicas, intelectuais e morais do ser humano, a fim de
melhor se integrar na sociedade ou no seu próprio grupo.
O acesso ao ensino escolar formal faz parte do processo de educação dos indivíduos e é um
direito fundamental do ser humano que deve ser garantido pelo Estado. No processo educativo
em estabelecimentos de ensino, os conhecimentos e habilidades são transferidos para as crianças,
jovens e adultos sempre com o objetivo desenvolver o raciocínio dos alunos, ensinar a pensar
sobre diferentes problemas, auxiliar no crescimento intelectual e na formação de cidadãos capazes
de gerar transformações positivas na sociedade.
IV. Cidadania
Ser cidadão é ter direito à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade perante a lei: ter
direitos civis. É também participar do destino da sociedade, votar, ser votado, ter direitos políticos.
Os direitos civis e políticos não asseguram a democracia sem os direitos sociais, aqueles que
garantem a participação do indivíduo na riqueza coletiva: o direito à educação, ao trabalho justo,
à saúde, a uma velhice tranquila.
Cidadania é a expressão concreta do exercício da democracia. Exercer a cidadania plena é ter
direitos civis, políticos e sociais. Expressa a igualdade dos indivíduos perante a lei, pertencendo a
uma sociedade organizada. É a possibilidade de o cidadão exercer o conjunto de direitos e
liberdades políticas, socioeconômicas de seu país, estando sujeito a deveres que lhe são impostos.
Relaciona-se, portanto, à participação consciente e responsável do indivíduo na sociedade,
zelando para que seus direitos não sejam violados.
8. CONCLUSÃO
Não confunda conclusão com apreciação do trabalho. É muito comum encontrar
dissertações que apresentam na conclusão uma apreciação do assunto, ou frases do tipo “Eu
Conjunções conclusivas:
Portanto,...
Por conseguinte,...
Logo,...
Em suma,...
Dessa forma,...
Definitivamente,...
Indubitavelmente,...
11. LINGUAGEM
A clareza é uma das principais qualidades de uma redação. Consiste em expressar-se da
melhor forma possível, de modo a deixar-se compreender pelo leitor do texto. Ser claro é ser
coerente, preciso, não se deixar contradizer, ser direto.
Seja natural. Não caia na tentação de utilizar palavras de efeito duvidoso que alguém bem-
intencionado lhe sugeriu para “impressionar a banca”. Linguagem direta, clara, fluente é mais
efetiva do que expressões rebuscadas, às vezes inadequadas para o contexto. Não seja
prolixo.
Pecados!
Prolixidade: capacidade ou propensão a exceder-se ao falar ou ao escrever, estendendo-
se além do necessário ou usual.
Verborragia: grande quantidade de palavras pouco conhecidas, ainda que corretas,
costumam deixar o texto pesado, desagradável e até ininteligível.
Lugar-comum (clichês)
“Desde os primórdios da humanidade, o homem tem-se mostrado cruel com seus
semelhantes.” (situe o leitor em relação ao tempo);
“As pessoas saem de casa sem saber se vão voltar.” (valha-se de exemplos que ilustrem
suas ideias);
“O efeito estufa nada mais é do que a vingança da mãe-natureza.” (ocorrência de um
clichê e de um equívoco – atribuição da responsabilidade à natureza);
ESTRUTURA DO PERÍODO
Um dos problemas mais frequentes, ao se tentar
reduzir o tamanho da frase, é o período fragmentado.
Nesse caso, as informações ficam truncadas. Nunca
interrompa seu pensamento antes de pronomes
relativos, gerúndios ou conjunções subordinativas.
Nunca inicie períodos por
Sendo que
Isso porque
Pois
O qual
Onde
Fazer com que (Isso faz com que o povo fique desanimado. / Isso FAZ o povo
FICAR desanimado).
Ter no lugar de Haver consiste em coloquialidade a ser evitada; Ex.: Há uma
liquidação ótima no “shopping”. (formal); Tem uma liquidação ótima no “shopping”.
(coloquial).
A gente; use “nós”.
Só que, use mas, porém, etc.
Diálogo com o examinador: não use VOCÊ / TU. Use “se” (apassivador,
indeterminador do agente) ou 1ª pessoa do plural, nós. Não se desculpe, dizendo que não
escreveu mais porque o tempo foi pouco.
Mistura de tratamento – eu / nós / se / ele(s) – num mesmo período / parágrafo.
uso de gírias ou de expressões informais descontextualizadas: Para ser feliz, é
preciso ter uma vida MANERA. (interessante);
Afixos
Inadequação semântica
seleção inadequada de palavras e de expressões que estabelecem relações de sentido
entre os elementos textuais: Para ser feliz, é preciso ter talento. ASSIM, só isso não basta.
(No entanto);
uso repetitivo de nexos;
erros de coordenação e de paralelismo semântico: O problema da droga é mais grave no
Rio e em São Paulo do que em Belo Horizonte e Pernambuco. (Pernambuco é o nome de
um estado entre nomes de cidades.);
expressão de amplo sentido: A corrupção nacional é uma COISA assustadora, um
PROBLEMA quase sem solução. (A corrupção nacional é assustadora, um problema social
quase sem solução);
redundâncias e obviedades: Há cinco anos atrás, não se ouvia falar em aquecimento
global. (Há cinco anos... / Cinco anos atrás...); Hoje em dia; A cada dia que passa; Eu
acho / Eu penso...; Mundo em que vivemos; (no mundo); um certo (“Quando certo
alguém / cruzou o seu caminho...”).
excesso de paráfrases: Num mundo em que nós, SERES HUMANOS, buscamos apenas a
excelência profissional... (desnecessário o aposto);
excesso de repetição de palavras ou de expressões;
expressões categóricas, sobretudo na conclusão: “Só assim poderemos garantir...” /
“Conclui-se que...” / “A partir de tudo que foi exposto...”.
Excesso de estrangeirismos
A palavra estrangeira, na sua forma original, só deverá ser usada quando for
absolutamente indispensável. O excesso de termos de outro idioma torna o texto
pretensioso e pedante. Não se esqueça de explicar sempre, entre parênteses, o significado
dos estrangeirismos menos conhecidos. Se a palavra ou expressão não tiver
correspondente em Português, porém, ou se o termo for pouco usado, recorra, então, ao
termo estrangeiro.
Não empregue no idioma original palavra que já esteja aportuguesada. Use, pois, uísque
e não whisky, caratê e não karatê, tarô e não tarot, estresse e não stress.
Quando houver vocábulo equivalente em Português, prefira-o ao estrangeirismo.
Use, então,
APRIMORANDO A LINGUAGEM
Uso do etc.
Não use etc. sem nenhum critério. Trata-se da abreviatura da expressão latina et cœetera,
que significa “e as demais coisas”. Só devemos usá-la quando os termos que ela substitui são
facilmente recuperáveis.
Ex.: A notícia foi veiculada pelos principais jornais do país como O Globo, Jornal do
Brasil, etc.
O leitor bem informado sabe que os outros jornais ficam subentendidos: Folha de São
Paulo, O Estado de São Paulo, Zero Hora.
MAS
Ex.: Muitas vezes, os pais não sabem como falar aos filhos problemas relacionados ao
sexo, à morte, etc.
Quais seriam os outros problemas? Fica difícil saber.
Nunca escreva “e etc.”, pois a conjunção “e” já faz parte da abreviatura. Seria o mesmo que
dizer “ e e as demais coisas”. Após a abreviatura, usa-se ponto final: ,etc.
Expressões comuns
12. PONTUAÇÃO
Dois-pontos: usados numa relação em que a segunda oração é uma consequência ou uma
explicação da primeira, mas não no início de qualquer série.
No tabuleiro da baiana tem: vatapá, caruru, umbu... (incorreto)
13. GRAFIA
Minúsculas
nomes de povos, de suas línguas e gentílicos (O brasileiro é cordial.) em geral;
nomes dos meses e dos dias da semana;
Grafia de números
Por extenso
os números até noventa, que se constituírem de apenas uma palavra no início da frase
(Dois alunos saíram mais cedo da aula.);
substantivados (Ela lia as Mil e Uma Noites.);
dados por aproximação ou estimativa (“Nem por você / Nem por ninguém / Eu me desfaço
/ Dos meus planos / Quero saber bem mais / Que os meus vinte / E poucos anos...”);
números com mais de uma palavra e números a partir de 100 (Nas próximas vinte e
quatro horas saberei o que fazer de minha vida.);
quantias com as unidades monetárias grafadas por extenso (Com cinquenta reais,
consigo comprar apenas um livro. (mas... Com R$ 50,00, consigo comprar apenas um
livro.).
Em algarismos
horas, minutos e tempo em geral (O voo sai às 17h e chega por volta das 19h30min.);
medidas (Corro 5 km todos os dias.).
Em forma mista
os números de 1 milhão em diante (Esta estrela tem, seguramente, mais de 19 milhões de
anos.)
Sublinhas
Sublinhas são usadas para enfatizar determinada palavra ou trecho que o autor julgue
especialmente relevante para adequado entendimento do que quer dizer.
Siglas
todas as letras maiúsculas se a sigla tiver até três letras (ONU);
todas as letras maiúsculas se todas as letras forem pronunciadas (INSS);
se houver mais de três letras, só a inicial maiúscula (Unesco).
Proposta I
Proposta II
Texto de Apoio
Qualquer um, mesmo sem nunca ter passado pela escola, sabe que não pode falar sempre
do mesmo jeito com todas as pessoas, pois, até mesmo entre os familiares, cada relação está
marcada por um nível diferente de formalidade. A linguagem que usamos às vezes é mais
informal, às vezes é mais séria, impessoal. Nessas situações menos pessoais, a norma culta é a
mais adequada para garantir um contato respeitoso e mais claro entre os indivíduos. Por isso,
quando o falante consegue variar a linguagem, adequando o nível de formalidade a suas
intenções, à situação e à pessoa com quem fala, dizemos que ele conta com boa competência
linguística. O conhecimento das variedades linguísticas amplia nossas possibilidades de
comunicação, mas é a norma culta que garante a manutenção de uma unidade linguística ao país.
Com base nos textos da coletânea a seguir, elabore uma dissertação argumentativa sobre o
seguinte tema: Considerando que a norma culta é variante mais valorizada socialmente,
qual deve ser a posição da escola em relação às outras variantes linguísticas?
Proposta III
Texto de Apoio
A burocracia estatal e os servidores públicos foram condenados a ser portadores de toda a culpa
por um suposto mau funcionamento do aparelho do Estado.
Considerando os textos, redija um texto dissertativo analisando a atividade
administrativa à qual você ora se candidata e relacionando-a ao binômio cliente –
prestação de serviços. Comente a sua participação, na qualidade de eventual futuro
funcionário do BB, no sentido de contribuir profissionalmente para a melhoria da
qualidade de vida da população brasileira.
Proposta IV
Texto de Apoio
Parece ser de notório conhecimento que megaeventos esportivos, tais como a Copa do
Mundo de Futebol FIFA e os Jogos Olímpicos, têm alcance global quando se pensa no
reconhecimento por parte de turistas e de entusiastas do esporte que os países-sede recebem
antes, durante e após o evento e na atenção despendida pela mídia a aspectos inerentes aos
países como cultura, política e nível de desenvolvimento.
Ao mesmo tempo, propaga-se que o fato de se sediar um evento de tal porte provoca um
impacto positivo na economia local, com possíveis implicações regionais e globais. Outros afirmam
que o fato de sediar eventos dessa magnitude faz nascer toda uma euforia local, com possíveis
impactos socioculturais positivos como a criação de um senso de comunidade e de uma identidade
nacional (regional).
O que se está chamando de ‘a década esportiva brasileira’ reforça a percepção de uma
clara indicação de uma política de Estado voltada para a atração de eventos de grande
magnitude. Pode-se argumentar que o Brasil esteja usando esses eventos para reforçar e
consolidar a sua posição econômica e política hegemônica na América do Sul.
Considerando o texto acima, redija um texto dissertativo sobre o seguinte tema: A Copa
do Mundo FIFA de 2014 no Brasil.
Proposta V
Texto de Apoio
Considerando o
"É a criatividade que tira o profissional do sopão dos medíocres", diz texto acima,
Francisco Britto, um dos sócios da consultoria paulista BW, especializada em redija um texto
gestão de talentos - ramo que surgiu justamente para atender às novas dissertativo a fim
necessidades das empresas. A criatividade é a chave para se destacar do de responder à
rebanho. Aprenda a usar a sua em benefício próprio. seguinte
(Veja) pergunta: Será
a capacidade
de criar um dom inato?
Proposta VI
Texto de Apoio
Passear nas ruas dos grandes centros urbanos pode parecer uma tentação, ainda mais
quando se trata dos preços irresistíveis cobrados pelos camelôs por produtos que, na maioria das
Proposta VII
Texto de Apoio
Proposta VIII
Texto de Apoio
Na Índia é vulgar a comercialização de órgãos humanos, mas entre adultos. Homens entre
os vinte e os trinta anos, “vendem” um órgão, geralmente um rim, para obter dinheiro para
manter a família. Colocam-se num lugar estratégico perto do hospital que procede aos
transplantes a fim de ser contatados e realizar a comercialização.
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Página 122 Prof. Maria Tereza Faria
Redação Banco do Brasil
A tragédia ocorreu na madrugada de domingo, 27 de janeiro. Um show pirotécnico da
banda Gurizada Fandangueira gerou uma fagulha que chegou ao revestimento do teto da casa
noturna. A espuma do isolamento acústico queimou rapidamente. A maioria das vítimas inalou a
fumaça tóxica.
Os extintores não funcionaram. A casa não tinha uma saída de emergência. A maioria das
vítimas morreu no local ou no mesmo dia, quando foram registrados 234 óbitos. Seis morreram
em hospitais posteriormente. Ainda há 21 internados em hospitais de Santa Maria e Porto Alegre.
Não foi um avião que caiu, não foi um maluco que saiu atirando, não foi uma tormenta que
destruiu casas, não foi uma bomba terrorista que explodiu. Foi um conjunto de omissões e
incompetências primárias, de Quinto Mundo. Segundos ou minutos bastaram para asfixiar,
queimar, envenenar e matar 200 e tantos jovens num espaço de lazer. Eles eram ou poderiam ser
nossos filhos. Saíram para dançar, voltaram num caixão. Irmãos, namorados, amigos.
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Virgínia Soares Sousa foi denunciada por colegas por desligar aparelhos de pacientes internados
na UTI, em Curitiba. Testemunhas dizem que ela privilegiava pacientes particulares e
conveniados.
Considerando os textos acima, redija um texto dissertativo sobre o seguinte tema: O valor
da vida humana.
Proposta IX
Texto de Apoio
Cinco anos atrás, enquanto o mundo ainda estava nas trevas da crise de 2008, o Brasil
brilhava como um Sol ao meio-dia. O país crescia em ritmo acelerado, ajudado pelas medidas de
estímulo do governo, e acabara de ser escolhido como palco da Copa de 2014 e da Olimpíada de
2016. O brilho iluminava nossas vantagens competitivas – um ambiente institucional mais sólido
que noutros países emergentes, um mercado interno gigantesco, uma agroindústria pujante e
imensas riquezas minerais e energéticas.
O eterno país do futuro, outrora marcado por calotes nos credores externos, uma inflação
estratosférica e um crescimento pífio, parecia ter se tornado enfim o país do presente, pronto
para realizar seu potencial.
Parecia.
Proposta X
Texto de Apoio
O anúncio da renúncia do papa Bento XVI fez relembrar a famosa "Profecia de São
Malaquias", que anuncia o fim da Igreja e do mundo. A profecia de São Malaquias, ou "Profecia
dos Papas" (séc. XII), é um elenco de 112 frases curtas em latim que indicariam o número de
papas. A obra prevê que o próximo Papa vai ser o último antes da destruição de Roma e do fim
da Igreja Católica.
É a primeira vez, desde a Idade Média, que um papa renuncia ao cargo. O último Sumo
Pontífice a renunciar foi Gregório XII, em 1415. Bento XVI é o sexto Papa a renunciar ao cargo. O
líder católico disse em um comunicado que está “plenamente consciente da dimensão do seu
gesto” e que renuncia ao cargo por livre e espontânea vontade. Um dos motivos da renúncia seria
sua idade avançada.
Considerando o texto acima, redija um texto dissertativo sobre o seguinte tema: A
influência da Igreja Católica na organização sociopolítica mundial.
TRE-CE – 2012
Os protestos e manifestações realizados em diversos países pelo que ficou conhecido como The
Occupy movement (Movimento de ocupação), trazendo
como principal slogan “Nós somos os 99%”, têm se voltado contra as crescentes desigualdades
econômicas e sociais. O principal executivo de um dos maiores bancos do mundo, com sede na
Grã-Bretanha, pode ilustrar à perfeição o 1% restante e os gritantes contrastes entre os ganhos
dos dois grupos. Segundo o jornal The Guardian, o salário para essa função aumentou quase
5.000% em trinta anos, ao passo que a média salarial no país cresceu apenas três vezes no
mesmo período.
Considerando o que se afirma acima, redija um texto dissertativo-argumentativo sobre o seguinte
tema: As desigualdades econômicas e os movimentos sociais.
TRE-CE – 2012
No Brasil, como em praticamente todo o mundo, o envelhecimento gradativo da
população parece um processo sem volta. Se não há como não saudar essa conquista da
humanidade e enaltecer os seus frutos, é preciso reconhecer que