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Fitoterapia No Sus
Fitoterapia No Sus
Introdução
Ajaká
Ayrá
Bayanni
Ibeji
Iyami Oshoronga
Ifá
Iroko
Egun
Esu
Ewa
Logun Ede
Nana
Oba
Odùduwà
Odus
Ogum
Oko
Olodumarè
Omulu
Oranian
Osaguian
Osalufan
Ossain
Osossi
Oxum
Oxumare
Oya
Sango
Yemoja
É bom saber, que ainda existe cultura na áfrica, mesmo que seja em poucas
regiões.lá ainda existem reinos, príncipes, rios e orixás... Onde possamos
levar e trazer fundamentos, realizando a tão sonhada e difundida união entre
continentes; pregada, catalogada e amplamente difundida por autores como:
Pierre verger e tantos outros.
Quanto a escravidão...
Em várias senzalas brasileiras, foram aglomerados negros de diversas
raízes, que uniram-se culturalmente; trocando, dividindo fundamentos de
cultuação e prática religiosa.
Também por esses motivos, os negros escravos eram muito temidos. Eles
arquitetavam facilmente, planos de fuga, de defesa e até mesmo de
guerrilhas.
"assim nascera: a capoeira, o zumbi dos palmares, o candomblé, etc."
E torçamos para que a cultura dos orixás permaneçam vivas e fortes em muitos
corações e povos, sobrevivendo inclusive de ataques das religiões que se
dizem únicos donos da "palavra de deus"; Induzindo inclusive a separação
de negros e brancos como nos EUA, por exemplo: onde o negro abdicou
totalmente de sua cultura ancestral, absorvendo a religião e os
costumes(cultura) dos brancos, onde pregam em suas liturgias a paz e o amor,
assim como a igualdade entre os homens. Mas mesmo assim, foram humilhados
e separados dos demais brancos. Onde reza um negro, não reza um branco,
e cada qual possui sua igreja de mesmo deus, (para brancos e negros),
perdendo assim sua identidade , seu orgulho, sua cultura.
E aqui no brasil, quando não mais houver crianças chorando com fome, e
pessoas somente criticando os atos das pessoas de boa vontade ao invés de
contribuir ou ajudar. Certamente este país mais fértil, mais cultural e
com o povo mais nobre e humano do mundo. Terá certamente lugar de destaque,
respeito e reconhecimento em todo o planeta.
Origem...
Tal como em livros milenares, editados como por exemplo: a arte da guerra
do general chinês "sun tzu" vendido no mundo todo. Narrando suas condutas
e táticas de batalhas, transformadas em auto-ajuda, associada a negócios
e condutas para os dias atuais.
Nós também ensinamos a nossos seguidores, as histórias de nossos reis
(Xangô) de nossos generais milenares (Ogun), etc. Com suas táticas, seus
erros, suas virtudes e glórias; afim que possam ter como princípio de vida,
o equilíbrio associado a normas e condutas culturais de nossos
antepassados.
E com simbologias e danças em louvor a nossos antigos mestres saudamos
nossos orixás e antepassados, que em energia nos lega seu axé.
Sincretismo...
Algumas considerações...
Ele dizia:
- meu Senhor, a gente tá tocando para Senhor do Bomfim, seu Santo, nhô!
Não é para Oxalá, quer dizer, Oxalá é o Pai Nosso, é o mesmo que Senhor
do Bomfim. Sincretismo. Forma de resistência que criou grande onus, severas
cicatrizes desfiguradoras. O processo social, a dinâmica é implacável. A
imobilidade não se mantém. O filho do africano já dizia que não confiava
em negro brasileiro (o sìgìdì, por exemplo, um encantamento de
invisibilidade e criação de elemental, não foi ensinado). Muito se perdeu,
a terra africana reduziu-se a pequenos torrões, o candomblé era eficaz;
o Senhor procurava a negra velha para fazer um feitiço, para que lhe desse
um banho de folha, lhe desse um patuá. Proliferação de terreiros.
Massificação, turismo, folclore.
- Oni Kòwé -
Salvador, outubro de 1996
Referência: ACAIBA
Durante os anos 1960, com a larga migração do Nordeste em busca das grandes
cidades industrializadas no Sudeste, o candomblé começou a penetrar o bem
estabelecido território da umbanda, e velhos umbandistas começaram e se
iniciar no candomblé, muitos deles abandonando os ritos da umbanda para
se estabelecer como pais e mães-de-santo das modalidades mais tradicionais
de culto aos orixás. Neste movimento, a umbanda é remetida de novo ao
candomblé, sua velha e "verdadeira" raiz original, considerada pelos novos
seguidores como sendo mais misteriosa, mais forte, mais poderosa que sua
moderna e embranquecida descendente, a umbanda.
Fonte, Internet
Fonte, Internet
Candomblé
por Rubem César Fernandes
O CANDOMBLÉ
Por Pai Cido de Osum Eyn
A seguir vem os Ogans, que tocam os atabaques e ajudam o Pai de Santo nos
fundamentos da casa; a Ya Bace, que toma conta da cozinha, isto é, de todas
as comidas dos Santos; a Ya Efun, dona do efun (pemba), e que está
encarregada de pintar os Yaôs (iniciantes que estão recolhidos para fazer
o Orixá); e finalmente os filhos de Santos, que são as pessoas que "rasparam
o Santo", ou melhor, rasoaram a cabeça para um Santo a pedido deste.
Às vezes o Santo, ou Orixá, incorpora em determinadas pessoas, mas não há
necessidade que haja esta "incorporação"para que uma pessoa raspe o Santo.
Se a pessoa deve ou não raspar o Santo só pode se sabido com certeza através
do jogo de búzios do Pai ou Mãe de Santo que, diga-se de passagem, são os
únicos que podem jogar búzios.
O candomblé é uma religião com uma vasta cultura e rica em preceitos. São
pouquíssimas as pessoas que realmente a conhecem a fundo. É necessário muita
dedicação e anos de estudo para se chegar a um conhecimento profundo da
seita. Seus preceitos são todos fundamentos e qualquer um pode se dedicar
ao seu estudo e desfrutar seus benefícios. Existe muita energia positiva
no candomblé, e o seu culto pode trazer paz e felicidade.
A maior parte das descobertas das obras foi feita nos BOSQUETES SAGRADOS:
vastas extensões de terras situadas no coração da savana. Cada uma destas
descobertas é consagrada a esta ou aquela divindade, entre elas:
O grande Deus Olodumaré enviou Oxalufã (Orixá) para que criasse o mundo.
A ele foi confiado um saco de areia, uma galinha com 5 dedos e um camaleão.
A areia deveria ser jogada no oceano e a galinha posta em cima para que
ciscasse e fizesse aparecer a terra. Por último, colo-caria o camaleão para
saber se es-tava firme.Oxalufã foi avisado para fazer uma oferenda ao Orixá
Exu antes de sair para cumprir sua missão. Por ser um Orixá funfun, Oxalufã
se achava acima de todos e, sendo assim, negligenciou a oferenda. Exu
des-contente, resolveu vingar-se de Oxalufã, fazendo-o sentir muita sede.
Não tendo outra alternativa, Oxalufã furou com o seu apaasoro o tronco de
uma palmeira. Um lí-quido refrescante dela escorreu, era o vinho de palma.
Ele saciou sua sede, embriagou-se e acabou dormindo.
OLODUMARÉ, vendo que Oxalufã não cumpriu sua tarefa, enviou Odùdùwa para
verificar o ocorrido. Ao retornar e avisar que Oxalufã estava embriagado,
Odùdùwa recebeu o direito de vir e criar o mundo.
Após Odùdùwa cumprir sua tarefa, os outros deuses vêm se reunir a ele,
descendo dos céus graças a uma corrente que ainda se podia ver, segundo
a tradição, no BOSQUE DE OLOSE, até há alguns anos. Apesar do erro cometido,
uma nova chance foi dada a Oxalufã: a honra de criar os homens. Entretanto,
incorrigível, embriagou-se novamente e começou a fabricar anões,
corcundas, albinos e toda espécie de monstros.
O povo continua fazendo oferen das aos Orixás até hoje, pois os Orixás
procuram sempre fazer o melhor para as pessoas. O círculo dos deuses é
constituído segundo o número 16, número sagrado no candomblé. Ele se en-
contra em toda parte: no número de búzios, no número de chamas da lâmpada
dos sacrifícios, na numeração dos membros físicoa e psíquicos, quer dizer,
das forças e das partes que possui o homem na organização hierárquica.
Ajaká
AGANJÚ, TERRA FIRME E AJAKÁ SEU PAI
Antes de apaixonar-se pelo caçador, Odùdúwá deu a luz para seu marido
Obatàlá, a um menino e uma menina, chamados respectivamente Aganjú e
Yemojá. O nome Aganjú significa a parte não habitada do país, a região
selvagem, terra firme, a planície, ou a floresta; e o nome Yemojá
significa "mãe dos peixes" (yeye, mãe; eja, peixes). A prole da união
do paraíso e da terra, isto é, de Obatàlá e de Odùdúwá, pode assim ser
dita representar a união de terra e água. Yemojá é a Deusa dos rios
e córregos, e gere as dificuldades causadas pela água. É representada
por uma figura feminina, sua cor é o amarelo, contas azuis e vestimenta
branca. A adoração de Aganjú parece ter caído em desuso, ou ter-se
fundido com a de sua mãe; mas diz-se existir um espaço aberto na frente
da residência do rei em Oyo onde Aganjú foi adorado no passado e que
ainda se chama Ojú-Aganjú - "Olhos de Aganjú".
Yemojá casou-se com seu irmão Aganjú, e teve um filho chamado Òrugán.
Este nome é combinação de orun, do céu, e de gan, do ga, para ser elevado;
e parece significar "na altura do céu." Parece responder ao khekheme,
ou "à região livre de ar" dos povos Ewe, para significar o espaço
aparente entre o céu e a terra. A prole da terra e da água seria assim
o que nós chamamos de ar. Òrugán apaixonou-se por sua mãe, que
recusou-se a ouvir de sua paixão culpada. Um dia Òrugán aproveitou-se
da ausência de seu pai e a possuiu. Imediatamente depois do ato, Yemojá
levantou-se e fugiu, esfregando as mãos e lamentando. Ela foi
perseguida por Òrugán, que a tentou consolar dizendo que ninguém
precisaria saber do ocorrido. E declarou que não poderia viver sem ela.
Pediu-lhe considerar que vivesse com dois maridos, um reconhecido, e
o outro em segredo; mas ela rejeitou com horror todas suas propostas
e continuou a fugir. Òrugán, entretanto, alcançou-a rapidamente e
quando estava ao alcance de sua mão, ela caiu para trás na terra então
seu corpo começou imediatamente a inchar em uma maneira temível, dois
córregos da água saíram de seus seios, e seu abdômen explodiu,
abrindo-se. Os córregos dos seios de Yemojá uniram-se formando uma
lagoa. E da abertura de seu corpo vieram:
Dadá
Deus dos Vegetais
Sàngó
Deus do Relâmpago
Ògún
Deus do Ferro e da Guerra
Òlokun
Deusa do Mar
Òlosa
Deusa da Lagoa
Oyá
Deusa do Rio Níger
Òsun
Deusa do Rio Òsun
Oba
Deusa do Rio Oba
Òrìsà Oko
Deus da Agricultura
Òsòósi
Deus dos Caçadores
Oke
Deus das Montanhas
Ajé
Deus da Riqueza
Sàponà
Deus da Varíola
Òrun
O Sol
Òsú
A Lua
Para comemorar este evento construiu-se uma cidade chamada Ifé (que
significa distensão, aumento de tamanho, ou inchamento), no local onde
rebentou o corpo de Yemojá, essa cidade transformou-se em cidade
sagrada para os povos de fala Yorubá. O local onde seu corpo caiu
costumava ser mostrado e provavelmente ainda o é; mas a cidade foi
destruída em 1882, na guerra entre o Ifés contra os Ibadans e os
Modakekes. O mito de Yemojá explica assim a origem de diversos dos
Deuses, fazendo-os netos de Obatàlá e de Odùdúwá.
AJAKÁ
O Aláàfin de Òyó, o Oba Ajaká, meio irmão de Sàngó, era muito pacifico,
apático e não realizava um bom governo. Sàngó, que cresceu nas terras
dos Tapas (Nupe), local de origem de Torosí, sua mãe, e mais tarde se
instalou na cidade de Kòso, mesmo rejeitado pelo povo por ser violento
e incontrolável, mas sendo tirânico, se aclamou como Oba Kòso. Mais
tarde, com seus seguidores, se estabeleceu em Òyó, num bairro que
recebeu o mesmo nome da cidade que viveu, Kòso e com isso manteve seu
titulo de Oba Kòso.
Esta coroa que Dadá Ajaká passa a usar, é rodeada por vários fios ornados
de búzios no lugar das contas preciosas do Ade Real de Òyó, e esta
chama-se Ade Bayánni. Dadá Ajaká então casa-se e tem um filho que
chama-se Aganjú, que vem a ser sobrinho de Sàngó. Sàngó reina durante
sete anos sobre Òyó e com intenso remorso das inúmeras atrocidades
cometidas e com o povo revoltado, ele abandona o trono de Òyó e se
refugia na terra natal de sua mãe em Tapa.
Ayrá
AYRÀ era um dos servos de confiança de Sango. OSÀLÚFÓN (ÓÒNÍ DE IFÈ
) fez uma visita as terras de Oyo onde Sango (Oba de Oyo) reinava. No
caminho de volta Sango se negou a carregar OSÀLÚFÓN até seus domínios
como uma forma de submissão a OSÀLÚFÓN, então designou tal missão a
Ayrá. Este por sua vez não só ajudou OSÀLÚFÓN como o carregou nas costas
até seus domínios. Ayrá tentou tirar partido da situação intrigando
OSÀLÚFÓN contra Sango.
Ayra tentou convencer OSÀLÚFÓN que Sango fora o único culpado dele
OSÀLÚFÓN, ter passado os sete anos sofrendo maus tratos na prisão de
Oyo, acusado de ser o ladrão dos cavalos de Sango. Mas, OSÀLÚFÓN não
cedeu a seu veneno e perdoou Sango, que sabedor do acontecido cortou
relações com Ayra pela traição. OSÀLÚFÓN ficou grato pela submissão
de Ayra e lhe concedeu o título de seu primeiro ministro, fazendo dele
seu mais fiél amigo, motivo pelo qual AYRÀ come diferente dos SÀNGÓ.
Lendas
Qualidades
ANTILE
Veste branco e é ligado a YEMONJA SOBÀ e ÒSUN KARÉ. Foi êle quem carregou
OSÀLÚFÓN nos ombros e tentou coloca-lo contra SÀNGÓ , dizendo que êle
teria passado os sete anos na prisão por culpa de seu filho, SÀNGÓ.
Por isto existe uma KIZILA entre AYRÀ e SÀNGÓ , não podendo AYRÀ ser
posto em cima do pilão , pois provoca a ira de OSÀLÚFÓN. Come com ÈSÙ.
OSUIBURU
Veste o preto e caminha nas trevas com ÈSÙ e ÉGÚN, não se raspa.
AYRÀ AYRÀ
Come com ÒÒSÀÀLÀ e veste branco. Caminha junto com ÒGÚN JÀ, se não
assenta-lo AYRÀ não caminha e a pessoa para no tempo.
AYRÀ OCÌ
AYRÀ IBONA
AYRÀ OMONIGI
ALAMODÉ
É um AYRÀ menino. Come com YEMONJA e OSOGUIAN. ÒGÚN JÀ fica a seus pés.
AJOSSIN
É o dono do camelo. Não tem medo da morte como SÀNGÓ de dendê. Veste
branco.
EPOMIN
ADJAOSSI
O verdadeiro esposo de OBÁ. Brigou com ÒGÚN JÀ. Veste branco. ÒGÚN JÀ
fica em outro quarto.
YIGBOMIN ou BOMIN
É bom, conselheiro, dono da verdade, reina nas águas junto com ÒSUN.
Não faz nada sem perguntar a ÒÒSÀÀLÀ.
ETINJÀ
YBONA
É o AYRÀ da quentura.
DUNDUN
Identico ao OXUIBURU.
Fonte: http://kasange.vilabol.uol.com.br/ayra.html
Bayanni
Bayànnì é vista como a irmã mais velha de Xangô, que governou Oyó como
regente, depois da ineficaz de Dada Àjaká, irmão mais velho de Xangô,
governante ineficaz para época. A palavra Bayànnì é uma concentração
da expressão Babá yàn mi, "Papai escolheu-me", refere-se à crença de
que o ancestral masculino escolheu-a para retornar à vida na forma
corporal de Bayànnì. Sendo assim, esta seria a razão da coroa de búzios
que usa, um símbolo de continuidade em termos de reencarnação.
Ajaká, também chamado de Dadá, exilado, sai de Òyó para reinar numa
cidade menor, Igboho ,vizinha de Òyó, e não poderia mais usar a coroa
real de Òyó. E, com vergonha por ter sido deposto, jura que neste seu
reinado vai usar uma outra coroa (ade), que lhe cubra seus olhos
envergonhados e que somente irá tira-la quando ele puder usar novamente
o ade que lhe foi roubado. Esta coroa que Dadá Ajaká passa a usar, é
rodeada por vários fios ornados de búzios no lugar das contas preciosas
do Ade Real de Òyó, e esta chama-se Ade Bayánni.
Ibeji
Lendas
Existiam num reino dois pequenos príncipes gêmeos que traziam sorte
a todos. Os problemas mais difíceis eram resolvidos por eles; em troca,
pediam doces balas e brinquedos. Esses meninos faziam muitas
traquinagens e, um dia, brincando próximo a uma cachoeira, um deles
caiu no rio e morreu afogado.
Iansã e Xangô tiveram dois filhos gêmeos. Só que, quando eles ainda
eram pequenos, houve uma epidemia que matou muitas crianças do povo,
e um dos gêmeos morreu.
Todos os dias ela colocava uma oferenda aos pés da imagem e conversava
com ela como se fosse seu filho vivo. Comovidos com seu amor pela
criança, os Orixás fizeram a estátua viver e Iansã voltou a ter seus
dois filhos.
Iyami Oshoronga
Todas as precauções são tomadas. Se não se sabe como aplacar sua fúria
ou conduzí-la dentro do que se quer, a única coisa a se fazer é
afugentá-la ou esconjurá-la, ao ouvir o seu eco, dizendo Oya obe l’ori
(que a faca de Iansã corte seu pescoço), ou então Fo, fo, fo (voe, voe,
voe).
(Do livro "Mural dos Orixás" de Caribé e texto de Jorge Amado - Raízes
Artes Gráficas)
Ao que se diz, ambos são capazes de matar, mas os primeiros jamais atacam
membros de sua família, enquanto as segundas não hesitam em matar seus
próprios filhos. As Iyami são tenazes, vingativas e atacam em segredo.
Dizer seu nome em voz alta é perigoso, pois elas ouvem e se aproximam
pra ver quem fala delas, trazendo sua influência.
Ifá / Orumilá
Lendas
Remédio, o filho de Ossain, nada tinha para comer. Mas ele possuía
alguns talismãs, que agiam sobre a terra e lhe permitiram, assim,
encontrar Sacrifício no fundo da sua cova. Remédio pede-lhe comida.
Sacrifício responde: " Ah! Como posso eu, filho de Orunmilá, dar-lhe
comida, quando há uma disputa em jogo? Tu não vês que assim causarás
o sucesso de Ossain, estando vivo para responder ao chamado que será
feito no fim dos sete dias?" Remédio insiste e promete a Sacrifício
permanecer calado quando for feito o apêlo. Sacrifício, então, dá de
comer a Remédio.
E chegou o final da prova. Os juízes chamam o filho de Ossain: "Remédio,
Remédio, Remédio" Eles chamam em vão. Remédio não responde. "Bem!
Remédio está morto", concluem eles. Chamam, em seguida, o filho de
Orunmilá: "Sacrifício!" Imediatamente, escutam um forte sim.
Sacrifício está são e salvo! Remédio sai, em seguida, igualmente vivo.
Ossain pergunta ao filho a razão do seu silêncio, quando foi chamado
o seu nome. Remédio narra o pacto feito com Sacrifício. Comida contra
silêncio!
Este pacto tornou-se provérbio: "Sacrifício não deixa Remédio falar."
Significando que Sacrifício é mais eficaz que Remédio. Razão pela qual,
Orunmilá tem uma posição mais elevada que Ossain.
Iroko
No começo dos tempos, a primeira árvore plantada foi Iroco. Iroco foi
a primeira de todas as árvores, mais antiga que o mogno, o pé de obi
e o algodoeiro. Na mais velha das árvores de Iroco, morava seu espírito.
E o espírito de Iroco era capaz de muitas mágicas e magias. Iroco
assombrava todo mundo, assim se divertia. À noite saia com uma tocha
na mão, assustando os caçadores. Quando não tinha o que fazer, brincava
com as pedras que guardava nos ocos de seu tronco. Fazia muitas mágicas,
para o bem e para o mal. Todos temiam Iroco e seus poderes e quem o
olhasse de frente enlouquecia até a morte.
Até que um dia, quando o artesão passava perto dali, ele próprio escutou
o tal pássaro, que cantava assim: "Uma prometeu milho e deu o milho;
Outra prometeu inhame e trouxe inhames; Uma prometeu frutas e entregou
as frutas; Outra deu o cabrito e outra, o carneiro, sempre conforme
a promessa que foi feita. Só quem prometeu a criança não cumpriu o
prometido."
Ele pensou e pensou e teve uma grande idéia. Foi à floresta, escolheu
o mais belo lenho de Iroco, levou-o para casa e começou a entalhar.
Da madeira entalhada fez uma cópia do rebento, o mais perfeito boneco
que jamais havia esculpido.
Quando pronto, ele levou o menino de pau a Iroco e o depositou aos pés
da árvore sagrada. Iroco gostou muito do presente. Era o menino que
ele tanto esperava!
Iroco era um homem bonito e forte e tinha duas irmãs. Uma delas era
Ajé, a feiticeira, a outra era Ogboí, que era uma mulher normal. Ajé
era feiticeira, Ogboí, não. Iroco e suas irmãs vieram juntos do Orun
para habitar no Ayê. Iroco foi morar numa frondosa árvore e suas irmãs
em casas comuns. Ogboí teve dez filhos e Ajé teve só um, um passarinho.
Um dia, quando Ogboí teve que se ausentar, deixou os dez filhos sob
a guarda de Ajé. Ela cuidou bem das crianças até a volta da irmã. Mais
tarde, quando Ajé teve também que viajar, deixou o filho pássaro com
Ogboí. Foi então que os filhos de Ogbói pediram à mãe que queriam comer
um passarinho. Ela lhes ofereceu uma galinha, mas eles, de olhos no
primo, recusaram. Gritavam de fome, queriam comer, mas tinha que ser
um pássaro. A mãe foi então foi a floresta caçar passarinhos, que seus
filhos insistiam em comer. Na ausência da mãe, os filhos de Ogboí
mataram, cozinharam e comeram o filho de Ajé. Quando Ajé voltou e se
deu por conta da tragédia, partiu desesperada a procura de Iroco. Iroco
a recebeu em sua árvore, onde mora até hoje. E de lá, Iroco vingou Ajé,
lançando golpes sobre os filhos de Ogboí. Desesperada com a perda de
metade de seus filhos e para evitar a morte dos demais, Ogoí ofereceu
sacrifícios para o irmão Iroco. Deu-lhe um cabrito e outras coisas e
mais um cabrito para Exú. Iroco aceitou o sacrifício e poupou os demais
filhos. Ogboí é a mãe de todas as mulheres comuns, mulheres que não
são feiticeiras, mulheres que sempre perdem filhos para aplacar a
cólera de Ajé e de suas filhas feiticeiras. Iroco mora na gameleira
branca e trata de oferecere a sua justiça na disputa entre as
feiticeiras e as mulheres comuns.
Era uma vez uma mulher sem filhos, que ansiava desesperadamente por
um herdeiro. Ela foi consultar o babalawo e o babalawo lhe disse como
proceder.
Iroco irritou-se com a ofensa, abriu uma grande boca em seu grosso
tronco e engoliu quase totalmente a mulher, deixando de fora só os
ombros e a cabeça. A mulher gritava feito louca por ajuda e toda a aldeia
correu para o velho Iroco. Todos assistiam o desespero da mulher. O
babalawo foi também até a árvore e fez seu jogo e o jogo que o babalawo
fez para a mulher revelou sua ofensa,sua oferta com o corpo sujo, porque
para fazer oferenda para Iroco é preciso ter o corpo limpo e isso ela
não tinha.
Mas a mulher estava arrependida e a grande árvore deixou que ela fosse
libertada. Toda a aldeia ali reunida regozijou-se pela mulher. Todos
cantaram e dançaram de alegria. Todos deram vivas a Iroco.
Eguns
Os Eguns são invocados numa outra construção sacra, perto mas separada
do grande salão, chamada de ilê awo (casa do segredo), na Bahia, e igbo
igbalé (bosque da floresta), na Nigéria. O ilê awo é dividido em uma
ante-sala, onde somente os ojé podem entrar, e o lèsànyin ou ojê agbá
entram.
Balé é o local onde estão os idiegungum, os assentamentos - estes são
elementos litúrgicos que, associados, individualizam e identificam o
Egum ali cultuado - , e o ojubô-babá, que é um buraco feito diretamente
na terra, rodeado por vários ixã, os quais, de pé, delimitam o local.
Nos ojubô são colocadas oferendas de alimentos e sacrifícios de animais
para o Egum a ser cultuado ou invocado. No ilê awo também está o
assentamento da divindade Oyá na qualidade de Igbalé, ou seja, Oyá
Igbalé - a única divindade feminina venerada e cultuada,
simultaneamente, pelos adeptos e pelos próprios Eguns (veja Mitos
Oyá-Egum).
Lendas
... Lorogum
Exú, sabedor de que uma rainha fora abandonada pelo seu rei (dormindo
assim em aposentos separados). Procurou-a, entregou a ela uma faca e
disse que se ela desejasse ter ele de volta deveria cortar alguns fios
da sua barba ao anoitecer quando o rei dormisse. Em seguida, foi a casa
do príncipe herdeiro do trono situada nos arredores do palácio e disse
ao príncipe que o rei desejava vê-lo ao anoitecer com seu exército.
Em seguida, foi até o rei e disse: a rainha magoada vai tentar matá-lo
a noite finja que está dormindo para não morrer. E a noite veio. O rei
deitou-se fingiu dormir e viu depois, a rainha aproximar uma faca de
sua garganta. Ela queria apenas cortar um fio da barba do rei, mas ele
julgou que seria assassinado. O rei desarmou-a e ambos lutaram, fazendo
grande algazarra. O príncipe que chegava com seus guerreiros, escutou
gritos nos aposentos do rei e correu para lá. O príncipe entrou nos
aposentos e viu o rei com a faca na mão e pensou que ele queria matar
a rainha e empunhou sua espada. O rei vendo o príncipe entrar no palácio
armado a noite pensou que o príncipe queria matá-lo e gritou por seus
guardas pessoais. Houve uma grande luta seguida de um massacre
generalizado.
Um dia, oxalá cansado de ser zombado e trapaceado por exú, pois oxalá
era muito orgulhoso e geralmente não agradava exú por ser um orixá mais
velho. Decidiu combater exú para ver quem era o orixá mais forte e
respeitado. E foi aí que oxalá provou a sua superioridade, pois durante
o combate, oxalá apoderou-se da cabaça de bará a qual continha o seu
poder mágico, transformando-o assim em seu servo.
Foi desde então que oxalá permitiu que exú recebesse todas as oferendas
e sacrifícios em primeiro lugar...
Conta-se que Aluman estava desesperado com uma grande seca. Seus campos
estavam secos e a chuva não caia. As rãs choravam de tanta sede e os
rios estavam cobertos de folhas mortas, caídas das árvores. Nenhum
Òrìsà invocado escutou suas queixas e gemidos. Aluman decidiu, então,
oferecer a Esù grandes pedaços de carne de bode. Esù comeu com apetite
desta excelente oferenda. Só que Aluman havia temperado a carne com
um molho muito apimentado. Esù teve sede. Uma sede tão grande que toda
a água de todas as jarras que ele tinha em casa, e que tinham, em suas
casas, os vizinhos, não foi suficiente para matar sua sede.
Esù foi a torneira da chuva e abriu-a sem pena. A chuva caiu. Ela caiu
de dia, ela caiu de noite. Ela caiu no dia seguinte e no dia depois,
sem parar. Os campos de Aluman tornaram-se verdes. Todos os vizinhos
de Aluman cantaram sua glória: "Joro, jara, joro Aluman; Joro, jara,
joro Aluman."
E as rãsinhas gargarejavam e coaxavam, e o rio corria velozmente para
não transbordar. Aluman, reconhecido, ofereceu a Esù carne de bode com
o tempero no ponto certa da pimenta. Havia chovido bastante. Mas, seria
desastroso !!! Pois, em todas as coisas, o demais é inimigo do bom.
Um dia Orunmilá foi procurar Osalá em seu palácio. Orunmilá e sua mulher
queriam ter um filho. Chegando ao palácio de Osalá, Orunmilá encontrou
Esú Yangui sentado à esquerda da entrada principal. Já dentro do
palácio, e diante do velho rei, Orunmilá fez seu apelo, escutando de
Osalá uma resposta negativa. O velho rei afirmou-lhe que ainda não era
tempo da chegada de um filho. Orunmilá, insatisfeito e ao mesmo tempo
curioso, perguntou à Osalá quem era aquele menino sentado à porta do
palácio e pediu ao rei, se poderia levá-lo como filho. Osalá
garantiu-lhe que não era o filho ideal de se ter, ao que Orunmilá
insistiu tanto em seu pedido que obteve a graça de Osalá.
Tempos depois nasceu Esú, filho de Orunmilá. Para espanto dos pais,
nasceu falando e comendo tudo que estava a sua volta, acabando por
devorar a própria mãe. Esú aproximou-se de Orunmilá para também
comê-lo, entretanto o adivinho tinha consigo uma espada e enfurecido
partiu para matar o filho. Esú fugiu, sendo perseguido por Orunmilá,
que a cada espaço do céu alcançava-o, cortando Esú em duzentos e um
pedaços. A cada encontro, o ducentésimo primeiro pedaço
transformava-se novamente em Esú. Assim terminaram por atingir o último
espaço sagrado e, como não tinham mais saída, resolveram entrar num
acordo. Esú devolveu tudo o que havia comido, inclusive sua mãe, em
troca seria sempre saudado primeiro em todos os rituais.
Esu não possuia riquezas, não possuia terras, não possuia rios, não
tinha nenhuma profissão, nem artes e nem missão. Esu vagabundeava pelo
mundo sem paradeiro. Então um dia, Esu passou a ir à casa de Osalá.
Ia à casa de Osalá todos os dias. Na casa de Osalá, Esu se distraía,
vendo o velho fabricando os seres humanos. Muitos e muitos também vinham
visitar Oxalá, mas ali ficavam pouco, quatro dias, sete dias, e nada
aprendiam. Traziam oferendas, viam o velho orixá, apreciavam sua obra
e partiam.
Esu foi o único que ficou na casa de Oxalá ele permaneceu por lá durante
dezesseis anos. Esu prestava muita atenção na modelagem e aprendeu como
Oxalá modelava as mãos, os pés, a boca, os olhos, o pênis dos homens,
as mãos, os pés, a boca, os olhos, e a vagina das mulheres. Durante
dezesseis anos ali ficou auxiliando o velho Orixá.
Esu observava, não perguntava nada Esu apenas observava e prestava
muito atenção e com o passar do tempo aprendeu tudo com o velho. Um
dia Osalá disse a Esu para ir postar-se na encruzilhada por onde
passavam os que vinham à sua casa. Para ficar ali e não deixar passar
quem não trouxesse uma oferenda a Osalá.
Cada vez mais havia mais humanos para Osalá fazer. Osalá não queria
perder tempo recolhendo os presentes que todos lhe ofereciam. Osalá
nem tinha tempo para as visitas. Esu que tinha aprendido tudo, agora
podia ajudar Osalá. Era ele quem recebia as oferendas e as entregava
a Osalá. Esu executava bem o seu trabalho e Oxalá decidiu recompensá-lo.
Assim, quem viesse à casa de Osalá teria que pagar também alguma coisa
a Esu.Esu mantinha-se sempre a postos guardando a casa de Osalá. Armado
de um ogó, poderoso porrete, afastava os indesejáveis e punia quem
tentasse burlar sua vigilância. Esu trabalhava demais e fez sua casa
ali na encruzilhada. Ganhou uma rendosa profissão, ganhou seu lugar,
e sua casa. Esu ficou rico e poderoso. E ninguém pode mais passar pela
encruzilhada sem fazer uma paga a Esu.
Toda vez que Orunmilá vinha do Orum para ver as coisas do Aiê, era
interrogado pelos orixás, humanos e animais, ainda não fora determinado
qual o lugar para cada criatura e Orunmilá ocupou-se dessa tarefa.
E assim tem sido desde então, Exu vive a céu aberto, na passagem, ou
na trilha, ou nos campos, diferentemente das imagens dos outros orixás,
que são mantidas dentro das casas e dos templos, toda vez que os humanos
fazem uma imagem de Exu ela é mantida fora.
... Esú instaura o conflito entre Iemanjá, Oiá e Oxum
Ele deixaria a cidade e pediu a elas que vendessem sua cabra por vinte
búzios. Propôs que ficassem com a metade do lucro obtido. Iemanjá, Oiá
e Oxum concordaram e Exu partiu.
A cabra foi vendida por vinte búzios. Iemanjá, Oiá e Oxum puseram os
dez búzios de Exu a parte e começaram a dividir os dez búzios que lhe
cabiam. Iemanjá contou os búzios. Haviam três búzios para cada uma
delas, mas sobraria um. Não era possível dividir os dez em três partes
iguais. Da mesma forma Oiá e Oxum tentaram e não conseguiram dividir
os búzios por igual. Aí as três começaram a discutir sobre quem ficaria
com a maior parte.
Iemanjá disse: “É costume que os mais velhos fiquem com a maior porção.
Portanto, eu pegarei um búzio a mais”.
Exu voltou ao mercado para ver como estava a discussão. Ele disse: “Onde
está minha parte?”.
Elas deram a ele dez búzios e pediram para dividir os dez búzios delas
de modo eqüitativo. Exu deu três a Iemanjá, três a Oiá e tre a Oxum.
O décimo búzio ele segurou. Colocou-o num buraco no chão e cobriu com
terra. Exu disse que o búzio extra era para os antepassados, conforme
o costume que se seguia no Orun.
Toda vez que alguém recebe algo de bom, deve-se lembrar dos
antepassados. Dá-se uma parte das colheitas, dos banquetes e dos
sacrifícios aos Orixás, aos antepassados. Assim também com o dinheiro.
Este é o jeito como é feito no Céu. Assim também na terra deve ser.
Os deuses cada vez mais se indispunham uns com os outros e lutavam entre
si guerras assombrosas. Os descendentes dos deuses não pensavam mais
neles e os deuses se perguntavam o que poderiam fazer. Como ser
novamente alimentados pelos homens ? Os homens não faziam mais
oferendas e os deuses tinham fome. Sem a proteção dos deuses, a desgraça
tinha se abatido sobre a Terra e os homens viviam doentes, pobres,
infelizes.
Um dia Exu pegou a estrada e foi em busca de solução. Exu foi até Iemanjá
em busca de algo que pudesse recuperar a boa vontade dos homens. Iemanjá
lhe disse: "Nada conseguirás. Xapanã já tentou afligir os homens com
doenças, mas eles não vieram lhe oferecer sacrifícios".
Iemanjá disse: "Exu matará todos os homens, mas eles não lhe darão o
que comer. Xangô já lançou muitos raios e já matou muitos homens, mas
eles nem se preocupam com ele. Então é melhor que procures solução em
outra direção. Os homens não tem medo de morrer. Em vez de ameaçá-los
com a morte, mostra a eles alguma coisa que seja tão boa que eles sintam
vontade de tê-la. E que, para tanto, desejem continuar vivos".
Orungã lhe disse: "Eu sei por que vieste. Os dezesseis deuses tem fome.
É preciso dar aos homens alguma coisa de que eles gostem, alguma coisa
que os satisfaça.. Eu conheço algo que pode fazer isso. É uma grande
coisa que é feita com dezesseis caroços de dendê. Arranja os cocos da
palmeira e entenda seu significado. Assim poderás conquistar os
homens".
Exu foi ao local onde havia palmeiras e conseguiu ganhar dos macacos
dezesseis cocos. Exu pensou e pensou, mas não atinava no que fazer com
eles. Os macacos então lhe disseram: "Exu, não sabes o que fazer com
os dezesseis cocos de palmeira? Vai andando pelo mundo e em cada lugar
pergunta o que significam esses cocos de palmeira. Deves ir a dezesseis
lugares para saber o que significam esses cocos de palmeira. Em cada
um desses lugares recolheras dezesseis odus. Recolherás dezesseis
histórias, dezesseis oráculos. Cada história tem a sua sabedorias,
conselhos que podem ajudar os homens. Vai juntando os odus e ao final
de um ano terás aprendido o suficiente. Aprenderás dezesseis vezes
dezesseis odus. Então volta para onde moram os deuses. Ensina aos homens
o que terás aprendido e os homens irão cuidar de Exu de novo".
Exu fez o que lhe foi dito e retornou ao Orun, o Céu dos Orixás. Exu
mostrou aos deuses os odus que havia aprendido e os deuses disseram:
"Isso é muito bom".
Notas bibliográficas
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001
Ewa
Na África, o rio Yewá é a morada dessa deusa, mas sua orígem gera
polêmicas. A quem diga que, a exemplo de Oxumaré, Nanã, Omulú e Iroko,
Ewá era cultuada inicialmente entre os Mahi e foi assimilada pelos
Iorubás e inserida em seu panteão. Havia um Orixá feminino oriundo das
correntes do Daomé chamado Dan. A força desse Orixá estava concentrada
em uma cobra que engolia a própria cauda, o que denota um sentido de
perpétua continuidade da vida, pois o círculo nunca termina. Ewá seria
a ressignificação de Dan ou uma de suas metades --A outra seria Oxumaré.
Existem, porém, os que defendem que Ewá já pertencia à mitologia Nagô,
sendo originária na cidde de Abeokutá. Estes, certamente, por
desconhecer o panteão Jeje --No qual o Vodun Eowa, da família Danbirá,
seria o correspondente da Ewá dos Nagô, --Confundem Ewá com uma
qualidade de Yemonjá. Erram porque Ewá é um Orixá independente, mas
sua orígem não se esclarece sequer entre os Jeje, pois em respeitados
templos de Voduns afirma-se que Eowa é Nagô.
Ewá é uma bela virgem que entregou seu corpo jovem a Xangô, marido de
Oya, despertando a ira da rainha dos raios. Ewá refugiou-se nas matas
inalcançáveis, sob a proteção de Oxossi, e tornou-se guerreira valente
e caçadora abilidosa.
Ewá foi uma cobra muito má e por isso foi mandada embora. Acabou
encontrando abrigo entre os Iorubás, que a transformaram em uma cobra
boa e bela, --A metade feminina de Oxumaré. Por esse motivo, Oxumaré
e Ewá, em qualquer ocasião, dançam juntos.
Notas bibliográficas
Candomblé. A panela do segredo - Pai Cido de Osun Eyin - 2000
Lendas
... a Maldição
Corre a lenda entre as casas antigas da Bahia que cultuam Yewa, que
certa vez indo para o rio lavar roupa, ao acabar, estendeu-a para secar.
Nesse espaço veio a galinha e ciscou, com os pés, toda sujeira que se
encontrava no local, para cima da roupa lavada, tendo Yewa que tornar
a lavar tudo de novo. Enraivecida, amaldiçoou a galinha, dizendo que
daquele dia em diante haveria de ficar com os pés espalmados e que nem
ela nem seus filhos haveriam de comê-la, daí, durante os rituais de
Yewa, galinha não passar nem pela porta. Verger encontrou esse ewo na
África e uma lenda idêntica (23).
... a Gratidão
... a Vingança
... o rio
Havia uma mulher que tinha dois filhos, aos quais amava mais do que
tudo. Levando as crianças, ela ia todos os dias à floresta em busca
de lenha, lenha que ela recolhia e vendia no mercado para sustentar
os filhos. Ewá, seu nome era Ewá e esse era seu trabalho, ia ao bosque
com seus filhos todo dia.
Uma vez, os três estavam no bosque entretidos quando Ewá percebeu que
se perdera. Por mais que procurasse se orientar, não pôde Ewá achar
o caminho de volta. Mais e mais foram os três se embrenhando na floresta.
As duas crianças começaram a reclamar de fome, de sede e de cansaço.
Quanto mais andavam, maior era a sede, maior a fome. As crianças já
não podiam andar e clamavam à mãe por água. Ewá procurava e não achava
nenhuma fonte, nenhum riacho, nenhuma poça d’água. Os filhos já morriam
de sede e Ewá se desesperava.
Ewá implorou aos deuses, pediu a Olodumare. Ela deitou-se junto aos
filhos moribundos e, ali onde se encontrava, Ewá transformou-se numa
nascente d’água. Jorrou da fonte água cristalina e fresca e as crianças
beberam dela. E a água matou a sede das crianças. E os filhos de Ewá
sobreviveram. Mataram a sede com a água de Ewá.
A fonte continuou jorrando e as águas se juntaram e formaram uma lagoa.
A lagoa extravasou e as águas mais adiante originaram um novo rio.
Ewá pediu então ajuda a seu irmão Oxumarê. O Arco-Íris escondeu Ewá
no lugar onde termina o arco de seu corpo. Escondeu Ewá por trás do
horizonte e Nanã nunca mais pôde alcançá-la. Assim os dois irmãos
passaram a viver juntos, lá onde o céu encontra a terra. Onde ela faz
a noite com seu adô.
Ewá era uma caçadora de grande beleza, que cegava com veneno quem se
atrevesse a olhar para ela. Ewá casou-se com Omulu, que logo demonstrou
ser marido ciumento.
Ewá andava pelo mundo, procurando um lugar para viver. Ewá viajou até
a cabeceira dos rios e aí junto às fontes e nascentes escolheu sua
morada. Entre as águas Ewá foi surpreendida pelo encanto e maravilha
do Arco-Íris. E dele Ewá loucamente se enamorou. Era Oxumarê que a
encantava. Ewá casou-se com Oxumarê e a partir daí vive com o Arco-Íris,
compartilhando com ele os segredos do universo.
Xangô deu muitos presentes a Ewá. Deu-lhe uma cabaça enfeitada com
búzios, com uma obra por fora e mil mistérios por dentro, um pequeno
mundo de segredos, um adô. E Ewá entregou-se a Xangô. Ele fez Ewá muito
infeliz até que ela renegou sua paixão.
Ewá era filha de Obatalá e vivia com seu pai em seu palácio. Era uma
jovem linda, inteligente e casta. Ewá nunca havia demonstrado interesse
por homem algum. Um dia, chegou ao reino um jovem de nome Boromu. Dias
depois todos já cochichavam que Ewá estava enamorada do forasteiro.
Obatalá riu-se da história pois, confiava em sua filha. Obatalá
garantiu que ela ainda era uma flor nova e não queria experimentar desse
encanto.
Logun Edé
Lendas
Conta a lenda que Osun teve uma grande paixão na sua vida: Osossi, mais
na época era casada com Ògún e não podia ter nada com Osossi. Numa das
saídas de Ògun para guerrear, Osun encontrou Osossi e dele ela
engravidou. Nove meses depois, quando a criança estava para nascer,
Ògún mandou recado que estava regressando. Osun não podia mostrar a
ela a criança. Ela deu a luz a um menino e o pôs em cima de um lírio
e ali o deixou e foi embora. Iansã passando viu aquela criança e sabia
que era de Osun, pegou e criou Logun Ede. Iansã o ensinou a caçar e
pescar. Logun Ede viveu com Iansã durante muito tempo.
... o reencontro
Certo dia Logun Ede saiu para caçar. Quando estava no topo de uma
cachoeira, olhou para baixo e viu uma linda mulher sentada nas pedras,
tomando banho e se penteando. Ele ficou fascinado pela beleza desta
mulher. Aí ele desceu e ficou olhando-a escondido. Osun com seu abebe
(espelhinho) viu que havia um homem a observando. Virou o abebe para
ele. Neste momento Logun Ede se encantou e caiu nas águas em forma de
cavalo marinho. Iansã quando soube, correu atrás de Osun e disse a ela
que aquele menino que ela havia encantado era seu filho: Logun Ede,
que um dia ela havia deixado em cima de um lírio. Osun desfez o
encantamento e disse que apartir daquele dia Logun Ede viveria seis
meses na terra como o pai, comendo da caça e seis meses viveria como
a mãe, comendo do peixe.
... fascínio
Logun Ede, o menino caçador, andava pelos matos quando um certo dia,
passando pela beira do rio Alaketu, ele viu no meio do rio um palácio
muito bonito. Voltou para sua cidade, relatou a beleza deste palácio
e sua vontade de ir até lá. Disseram a ele que era o palácio de Osun,
Lugar em que nenhum homem punha os pés. Passou-se o tempo e Logun Ede
não encontrava um meio de ir até lá. Um certo dia, encontrou sua mãe
de criação, Iansã, que lhe confirmou que no palácio de Osun nenhum homem
punha os pés e ele só conseguiria entrar se se vestisse como mulher.
Logun Ede fascinado e obcecado pelo palácio pediu a Iansã que lhe
arrumasse os trajes adequados. Depois de arrumado, pegou sua jangada
e se pôs no rio a caminho de palácio.
Chegando em terra cantou:
Alaketo-ê
Ala Ni Mala
Ala Ni Mala
okê
Este oro foi cantando em saudação às águas e pedia permissão à dona
do palácio para sua entrada. Abriram-se os portões e Logun Ede entrou
e no meio das mulheres Osun reconheceu seu filho. Disse que apartir
daquele dia Logun Ede usaria saia, que lhe daria o direito de reinar
ao seu lado.
... o belo
Foi-se embora sem olhar para trás. Oxum estava grávida; deu à luz a
Logun Edé.
Nanã
Lendas
Nanã Buruku é uma velhíssima divindade das águas, vinda de muito longe
e há muito tempo. Ogum é um poderoso chefe guerreiro que anda, sempre,
à frente dos outros Imalés. Eles vão, um dia, a uma reunião. É a reunião
dos duzentos Imalés da direita e dos quatrocentos Imalés da esquerda.
Eles discutem sobre seus poderes. Eles falam muito sobre obatalá,
aquele que criou os seres humanos. Eles falam sobre Orunmilá, o senhor
do destino dos homens. Eles falam sobre Exú: "Ah! É um importante
mensageiro!" Eles falam muita coisa a respeito de Ogum. Eles dizem:
"É graças a seus instrumentos que nós podemos viver. Declaramos que
é o mais importante entre nós!"
Nanã Buruku contesta então: "Não digam isto. Que importância tem,
então, os trabalhos que ele realiza?" Os demais orixás respondem: "É
graças a seus instrumentos que trabalhamos pelo nosso alimento. É
graças a seus instrumentos que cultivamos os campos. São eles que
utilizamos para esquartejar." Nanã conclui que não renderá homenagem
a Ogum. "Por que não haverá um outro Imalé mais importante?" Ogum diz:
"Ah! Ah! Considerando que todos os outros Imalés me rendem homenagem,
me parece justo, Nanã, que você também o faça."
Nanã responde que não reconhece sua superioridade. Ambos discutem assim
por muito tempo. Ogum perguntando: "Voce pretende que eu não seja
indispensável?" Nanã garatindo que isto ela podia afirmar dez vezes.
Ogum diz então: "Muito bem! Voce vai saber que eu sou indispensável
para todas as coisas." Nanã, por sua vez, declara que, a partir daquele
dia, ela não utilizará absolutamente nada fabricado por Ogum e poderá,
ainda assim, tudo realizar. Ogum questiona: "Como voce fará? Voce não
sabe que sou o proprietário de todos os metais? Estanho, chumbo, ferro,
cobre. Eu os possuo todos." Os filhos de Nanã eram caçadores. Para matar
um animal, eles passaram a se servir de um pedaço de pau, afiado em
forma de faca, para o esquartejar. Os animais oferecidos a Nanã são
mortos e decepados com instrumentos de madeira. Não pode ser utilizada
a faca de metal para cortar sua carne, por causa da disputa que, desde
aquele dia, opôs Ogum a Nanã.
Obá
OBA é ORIXÁ ligado a água, guerreira e pouco feminina. Suas roupas são
vermelhas e brancas, leva um escudo, uma espada, uma coroa de cobre.
Usa um pano na cabeça para esconder a orelha cortada. Conta e lenda
que OBA, repudiada por XANGÔ. vivia sempre rondando o palácio para
voltar.
Notas bibliográficas
Candomblé. A panela do segredo - Pai Cido de Osun Eyin - 2000
Lendas
Seu maior prazer era lutar. Seu vigor era tal que ela escolheu a luta
e o pugilato como profissão. Obá saiu vencedora de todas as disputas
que foram organizadas entre ela e diversos orixás. Ela derrotou
Obatalá, tirou Oxossi de combate, deixou no chão Orunmilá. Oxumaré não
resistiu à sua força. Ela desafiou Obaluaê e botou Exú prá correr.
Chegou a vez de Ogum! Ogum teve o cuidado de consultar Ifá, antes da
luta. Os adivinhos lhe disseram para fazer oferendas, compostas de
duzentas espigas de milho e muitos quiabos. Tudo pisado num pilão para
se obter uma massa viscosa e escorregadia. Esta substância deveria ser
depositada num canto do terreno onde eles lutariam. Ogum seguiu,
fielmente, estas instruções. Na hora da luta, Obá chegou dizendo: "O
dia do encontro é chegado". Ogum confirmou: "Nós lutaremos, então, um
contra o outro". A luta começou. No início, Obá parecia dominar a
situação. Ogum recuou em direção ao lugar onde ele derramara a oferenda.
Obá pisou na pasta viscosa e escorregou. Ogum aproveitou para
derrubá-la. Rapidamente, libertou-se do seu pano e a possuiu ali mesmo,
tornou-se, dessa maneira, seu primeiro marido.
Mais tarde, Obá tornou-se a terceira mulher de Xangô, pois ela era forte
e corajosa. A primeira mulher de Xangô foi Oiá-Iansã que era bela e
fascinante. A segunda foi Oxum, que era coquete e vaidosa. Uma
rivalidade logo se estabeleceu entre Obá e Oxum. Ambas disputavam a
preferência do amor de Xangô. Obá procurava, sempre, surpreender o
segredo das receitas utilizadas por Oxum quando esta preparava as
refeições de Xangô. Esta era jovem e elegante Obá era mais velha e usava
roupas fora de moda. Nem chegava a se dar conta disto, pois pretendia
monopolizar o amor de SÀNGÓ. Com este objetivo, sabendo o quanto SÀNGÓ
era guloso, procurava surpreender os segredos das receitas na cozinha,
utilizadas por OSUN quando preparava as comidas de SÀNGÓ. OSUN,
irritada, decidiu pregar-lhe uma peça.
Na semana seguinte era a vez de Obá cuidar de SÀNGÓ e ela decidiu por
em prática receita maravilhosa. Cortou uma das orelhas e a cozinhou
em uma sopa destinada a seu marido. Este não demonstrou nenhum prazer
em vê-la com a orelha decepada e achou repugnante o prato que lhe serviu.
Osun apareceu neste momento, retirou seu lenço e mostrou que as suas
orelhas jamais haviam sido cortadas, nem devoradas, por SÀNGÓ. Começou
então a caçoar da pobre Obá, que, furiosa, precipitou-se sobre sua
rival. Seguiu-se uma luta corporal entre elas. SÀNGÓ, irritado, fez
explodir seu furor. Osun e Obá, apavoradas, fugiram e transformaram-se
nos rios que levam seus nomes. No lugar da confluência dos dois cursos
de água as ondas tornam-se muito agitadas em consequência da disputa
das duas divindades pelo amor de Xangô.
Oxum foi a terceira mulher. As três viviam às turras pelo amor do rei,
para deixar Xangô feliz, Obá presenteou-lhe um cavalo branco, Xangô
gostou muito do cavalo, Tempos depois Xangô saiu para guerrear levando
Oiá consigo, seis meses se passaram e Xangô continuava longe, Obá estava
desesperada e foi consultar Orunmilá, Orunmilá aconselhou Obá a
oferecer em sacrifício um iruquerê, espanta-mosca feito com rabo de
um cavalo, mandou pôr o iruquerê no teto da casa.
Notas bibliográficas
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001
Odùduwà
Ògún, divindade negra, senhor do ferro, parte para sua missão e realiza
o intento, trazendo consigo Lakanje, filha do rebelde vencido. Ora,
Lakanje era espólio de Odùduwà, o Óòni de lfé, portanto intocável, mas
Lakanje era muito bela e extremamente sensual e Ògún não resistiu aos
seus encantos e com ela teve várias noites de amor, durante sua viagem
de volta. Chegando a lfé, ele entrega os espólios da conquista,
inclusive Lakanje, a seu pai Odùduwà, que também não resistiu aos lindos
encantos da mortal Lakanje e por ela se apaixona e acabaram por
casar-se. Ògún nada tinha contado a seu pai dos fatos ocorridos e logo
após o casamento Lakanje está grávida, desta gravidez nasce um filho
de nome Odéde.
Só que o destino foi fatídico, Odéde nasceu metade negro, como a pele
de Ògún e metade branco, como a pele do albino Odùduwà, revelando assim,
a traição de Ògún para com a confiança do seu pai, esta situação gerou
muita discussão entre Odùduwà e Ògún, mas a principal foi "quem tinha
razão", ou, quem teria mais "genes" no filho em comum, Odéde, e cada
um se posicionava com a seguinte frase : "a minha palavra triunfou"
ou "a minha palavra é a correta", que aglutinada é Òrànmíyàn e foi assim
que ele passou a ser chamado e conhecido.
Com Lakanje, uma das muitas esposas de Odùduwà, ou com outras, teve
ou já tinha mais seis filhos, outros dizem dezesseis, uns, um número
maior ainda, enfim, alguns dos filhos destas esposas, geraram as
linhagens dos Obas Yorubanos, uns foram os precursores de sete das
principais tribos, ou mais, que deram origem à civilização dos yorubas,
e religiosamente falando, todos os povos do mundo. Os filhos, netos
ou bisnetos de Odùduwà, os deuses, semideuses e/ou heróis, formaram
a base da nação yoruba, portanto Olófin Odùduwà Àjàlàiyé é aclamado
como "O Patriarca dos Yorubas".
Obàtálá (Òrìsànlá), que também já estava no Àiyé com sua comitiva, mas
devido a grande rivalidade com Odùduwà, foi expulso de Ilê-Ifé e funda
a cidade de Ìgbò e se torna o primeiro Obà Ìgbò chamado também de Bàbá
Ìgbò, pai dos ìgbòs. Numa sociedade polígama, Òrìsànlá é um caso raro
de monogamia, pois a divindade Yemowo foi sua única esposa e não tiveram
filhos.
Odus
Te Odus:
rr Irosun, Egi Laxeborá, Iká Ori e Obará.
a Representam o caminho da tranqüilidade e da riqueza.
Ág Odus:
ua Egi Okô, Ossá, Egi Ologbon e Oxé.
Representam o caminho da dúvida ao triunfo.
Odus:
Ar Onilé, Ofun, Obé Ogundá e Aláfia.
Representam o caminho da indecisão até a paz.
Odus:
Fo
Okaran, Odi, Owanrin e Eta Ogundá.
go
Representam o caminho da insubordinação até a guerra.
Diz-se que, nos primórdios dos tempos, não existia separação entre o
céu e a terra (orum-aiyé) e que havia uma convivência íntima entre os
orixás e os seres humanos; todos podiam ir ao órum e voltar quando
desejassem. Porém um certo dia, o homem desonrou seu compromisso com
ólorum, pecou contra o supremo ao tocar o que não podia ser tocado ou
comer o que não podia ser comido. E assim,o mesmo dividiu o céu e a
terra. O privilégio da livre comunicação desapareceu em troca das
diferentes formas oraculares estabelecidas e legadas por orunmiláOdús
(signos de ifã), são presságios, destinos, predestinação. Os odús são
inteligências siderais que participaram da criação do universo; cada
pessoa traz um odú de origem e cada orixá é governado por um ou mais
odús. Cada odú possui um nome e características próprias e dividem-se
em "caminhos" denominados "ese" onde está atado a um sem-número de mitos
conhecidos como itàn ifá.
Nós quando nascemos, somos regidos por um odú de ori (cabeça) que
representa nosso "eu" assim como odú de destino, espiritualidade...
Os 16 Odus
Regente: Exu
Elemento: Fogo
Pessoas com esse ODU são inteligentes, versáteis e passionais, com
enorme potencial para a magia. Seu temperamento explosivo faz com que
raras vezes atuem com a razão. Têm sorte nos negócios. No amor,
extremamente sedutoras, são muito inconstantes e mentem com
facilidade. As mulheres têm como ponto vulnerável o útero.
Regente: Ifá
Elemento: Ar
Calmas, racionais e espiritualizadas, as pessoas com esse ODU têm
domínio sobre suas paixões. São excelentes nas áreas de vendas e de
artesanato, mas desistem facilmente dos seus projetos e perdem o
interesse por aquilo que já conquistaram. Estão sujeitas a problemas
cardiovasculares, psíquicos e de visão.
Fontes:
Pesquisado e extraído da Revista DESTINO, Autora: Lígia Amaral Lima
e dos sites linkados abaixo:
Mundo dos orixas
Ilê Asé Sango Obá Aira
Ogum
Ogum como personagem histórico, teria sido o filho mais velho de Odùduà,
o fundador de Ifé. Era um temível guerreiro que brigava sem cessar
contra os reinos vizinhos. Dessas expedições, ele trazia sempre um rico
espólio e numerosos escravos. Guerreou contra a cidade de Ará e a
destruiu. Saqueou e devastou muitos outros Estados e apossou-se da
cidade de Irê, matou o rei, aí instalou seu próprio filho no trono e
regressou glorioso, usando ele mesmo o título de Oníìré, "Rei de Irê".
Por razões que ignoramos, Ogum nunca teve o direito a usar uma coroa
(adé), feita com pequenas contas de vidro e ornada por franjas de
missangas, dissimulando o rosto, emblema de realeza para os iorubás.
Foi autorizado a usar apenas um simples diadema, chamado àkòró, e isso
lhe valeu ser saudado, até hoje, sob os nome de Ògún Oníìré e Ògún
Aláàkòró inclusive no Novo Mundo, tanto no Brasil como em Cuba, pelos
descendentes dos iorubás trazidos para esses lugares. Ogum teria sido
o mais enérgico dos filhos de Odùduà e foi ele que se tornou o regente
do reino de Ifé quando Odùduà ficou temporariamente cego (informação
pessoal do Óòni(rei) de Ifé em 1949).
... divididos
Outra lenda nos fala sobre de um dos combates contra sua ex-esposa oyá
no qual entre dois golpes deferidos por ambos ao mesmo tempo , ogun
se transformou em sete (mejê) e oyá em nove (mesan).
Conta a lenda que Oyá era companheira de Ogún antes de se tornar a mulher
de Sàngó. Ela ajudava Ogún, Rei dos Ferreiros, no seu trabalho.
Carregava docilmente seus instrumentos da casa à oficina. E aí ela
manejava o fole para ativar o fogo da forja. Um dia Ogún ofereceu a
Oyá uma vara de ferro, semelhante a uma de sua propriedade, que tinha
o dom de dividir em sete partes os homens e em nove as mulheres, que
por ela fossem tocadas no decorrer de uma briga. Sàngó gostava de vir
sentar-se a forja apreciar Ogún bater e modelar o ferro e,
freqüentemente, lançava olhares a Oyá. Esta, por seu lado, também o
olhava furtivamente. Segundo um contador de histórias, Sàngo era muito
elegante. Seus cabelos eram trançados como os de uma mulher. Sua
imponência e seu poder impressionaram Oya. Aconteceu então, o que era
de se esperar: ela fugiu com ele. Ògún lançou-se à sua perseguição.
Ao encontrar os fugitivos, bradou sua vara mágica e Oya fez o mesmo,
eles se tocaram ao mesmo tempo. E assim Ògún foi dividido em sete partes
e Oya em nove. Ele recebeu o nome de Ògún-Mége-Iré e ela Ìyá Mésàn.
Okô
OKô
Divindade da agricultura, ligado a colheita dos inhames novos e a
fertilidade da terra. Òrìsá NAGO, pouco conhecido no Brasil. Na época
em que os escravos aqui chegaram , não deram muita importância a este
Òrìsá, considerando como Òrìsá da agricultura, em seu lugar, ÒGÚN, e
dos grãos a OBALÚWÀIYÉ.
QUALIDADES:
- ETEKÒ, Caminha com OSOGUIAN, é inquieto. Vive nas matas e come todo
tipo de comida branca.
- LEJUGBÉ, É muito confundido com ÒÒSÀÀLÀ por ser muito vagaroso e
indeciso. Muito chegado a AYRÀ. Come com YEMONJA e OSÀLÚFÓN. Come ,
também , todo tipo de comidas branca.
Olodumarè
Olódùmarè o ser superior dos yorubas, que vive num universo paralelo
ao nosso, conhecido como Òrún, por isso Ele é também conhecido como
Àjàlórún e Olórun "Senhor ou Rei do Òrún", que através dos Òrìsà por
Ele criado, resolve incumbir um dos Òrìsà funfun (do branco),
Òrínsànlá, (o grande Òrìsà) o primeiro a ser criado, também chamado
de Òrìsà-nlá e de Obàtálá, de criar e governar o futuro Àiyé : a Terra,
do nosso universo conhecido. Ele lhe entrega o Àpò-Iwá (a sacola da
existência) o qual contém todas as coisas necessárias para a criação,
e é aclamado como Aláàbáláàse, "Senhor que tem o poder de sugerir e
realizar". Como a tradição mandava, para todos, antes de iniciar a
viagem ele foi consultar o oráculo de Ifá, com Òrúnmìlà, outro Òrìsà
funfun, e este lhe orientou a fazer alguns sacrifícios a divindade Èsù,
mas se ele já era orgulhoso e prepotente, mais ainda ficou, se recusou
e nada fez, mas foi avisado que infortúnios poderiam ocorrer.
Obaluayê / Omulu
Obaluaiyê quer dizer "rei e dono da terra" sua veste é palha e esconde
o segredo da vida e da morte. Está relacionado a terra quente e seca,
como o calor do fogo e do sol - calor que lembra a febre das doenças
infecto-contagiosas. O lugar de origem de Obalúayé é incerto, há
grandes possibilidades que tenha sido em território Tapá (ou Nupê) e
se esta é ou não sua origem seria pelo menos um ponto de divisão dessa
crença. Conta-se em Ibadã (ver mapa), que Obalúayé teria sido
antigamente o Rei dos Tapás. Uma lenda de Ifá confirma esta última
suposição. Obalúayé era originário em Empê ( Tapá ) e havia levado seus
guerreiros em expedição aos quatros cantos da terra. Uma ferida feita
por suas flechas tornava as pessoas cegas, surdas ou mancas.
Lendas
... a vingança
... o belo
Òrànmíyàn/Oranian
Uma de suas mulheres, Torosi, que era filha de Elémpe, rei da nação
Tapá (Nupé), foi a mãe de Xangô que mais tarde veio ser o rei de Oyó
no lugar de seu irmão mais velho Dadá Ajaká, Oranian colocou seu outro
filho, Eweka, como rei de Benim, e se tornou o Óòni de Ifé.
Òrànmíyàn
Casado com Morèmi, uma bela mortal ,nativa de Òfà ,que se tornou mais
tarde uma heroína em Ilê-Ifé, da qual tem um filho, que recebe o nome
de Ajaká. Após algum tempo, Òrànmíyàn investe em novas conquistas e
volta a guerrear contra a Nação dos Tapas, onde havia sido derrotado,
mas desta vez consegue uma grande vitória sobre Elémpe, na época rei
dos Tapas. Por sua derrota, Elémpe entrega-lhe sua filha Torosí, para
que se case com ele. Retornando a Oyó, Òrànmíyàn casa-se com Torosí
e com ela tem um filho, chamado de Sàngó, um mortal, nascido de uma
mãe mortal e um pai semideus, portanto com ascendentes divinos por parte
de pai.
Quando rumava para fora dos arredores de Ifé, em Mòpá, foi interceptado
pelo povo que o saudavam como Óòni de Ifé e suplicavam por sua volta.
Ele então satisfeito e envaidecido, atende ao povo e finca no chão seu
òpá (seu bastão de guerreiro) transformando-o em um monólito de granito
selando assim o acordo com o povo e volta em uma procissão triunfante
ao palácio de Ifé.
BIBLIOGRAFIA
Osaguian
Lendas
... comedor-de-inhame-pilado
Oxaguiã não tinha ainda este nome. Chegou num lugar chamado Ejigbô e
aí tornou-se Elejigbô (Rei de Ejigbô). Oxaguiã tinha uma grande paixão
por inhame pilado, comida que os iorubás chamam iyan. Elejigbô comia
deste iyan a todo momento; comia de manhã, ao meio-dia e depois da sesta;
comia no jantar e até mesmo durante a noite, se sentisse vazio seu
estômago! Ele recusava qualquer outra comida, era sempre iyan que devia
ser-lhe servido. Chegou ao ponto de inventar o pilão para que fosse
preparado seu prato predileto!
Um dos mitos diz que Oxaguiã nasceu apenas de Obatalá. Não teve mãe.
Nasceu dentro de uma concha de caramujo. E quando nasceu, não tinha
cabeça, por isso perambulava pelo mundo, sem sentido.
Um dia encontrou Ori numa estrada e este lhe deu uma cabeça feita de
inhame pilado, branca. Apesar de feliz com sua cabeça ela esquentava
muito e quando esquentava Oxaguiã criava mais conflitos e sofria muito.
Foi quando um dia encontrou a morte (iku), que lhe ofereceu uma cabeça
fria. Apesar do medo que sentia, o calor era insuportável, e ele acabou
aceitando a cabeça preta que a morte lhe deu. Mas essa cabeça era
dolorida e fria demais. Oxaguiã ficou triste, porque a morte com sua
frieza estava o tempo todo acompanhando o Orixá. Foi então que Ogum
apareceu e deu sua espada para Oxaguiã, que espantou Iku. Ogum também
tentou arrancar a cabeça preta de cima da cabeça de inhame, mas tanto
apertou que as duas se fundiram e Oxaguiã ficou com a cabeça azul, agora
equilibrada e sem problemas.
Osalufan
Lendas
Êpa Babá!
Um dia, Oxalufã decidiu viajar em visita a seu velho amigo Xangô, rei
de Oyó. Antes de partir, Oxalufã consultou um babalaô, o adivinho,
perguntando-lhe se tudo ia correr bem e se a viagem seria feliz. O
babalaô respondeu-lhe: "Não faça esta viagem. Ela será cheia de
incidentes desagradáveis e acabará mal."
Mas de repente, Exu Elepô virou o pote sobre Oxalufã. Oxalufã ficou
coberto de azeite e seu pano inutilizável. Exu, contente do seu golpe,
aplaudia e dava gargalhadas. Oxalufã, seguindo os conselhos do babalaô,
ficou calmo e nada reclamou. Foi limpar-se no rio mais próximo. Passou
o limo da costa sobre o corpo e vestiu-se com um novo pano; aquele que
usava ficou perto do rio, como oferenda.
Logo, Oxalufã viu um cavalo perdido que pertencia a Xangô. Ele conhecia
o animal, pois havia sido ele que, há tempos, lhe oferecera. Oxalufã
tentou amansar o cavalo, mostrando-lhe uma espiga de milho, para
amarrá-lo e devolvê-lo a Xangô. Neste instante, chegaram correndo os
servidores do palácio. Eles estavam perseguindo o animal e gritaram:
"Olhem o ladrão de cavalo! Miserável, imprestável, amigo do bem alheio!
Como os tempos mudaram; roubar com esta idade!! Não há mais anciãos
respeitáveis! Quem diria? Quem acreditaria?"
Xangô, por sua vez, consultou um babalaô, para saber a razão de toda
esta desgraça. "Kabiyesi Xangô," respondeu-lhe o babalaô, tudo isto
é consequência de um ato lastimável. Um velho sofre, injustamente,
preso há sete anos. Ele nunca se queixou, mas não pense no entanto...
Eis a fonte de todas as desgraças!"
Xangô fez vir diante dele o tal ancião. "Ah! Mas vejam só!" - gritou
Xangô. "É você, Oxalufã! Êpa Baba! Exe ê!!
Hei! Todos vocês! Meus generais! Meus cavaleiros, meus eunucos, meus
músicos! Meus mensageiros e chefes de cavalaria! Meus caçadores! Minhas
mulheres, as ayabás!
É preciso que ele nos perdoe a ofensa que lhe foi feita!!!
(Do livro "Lendas Africanas dos Orixás de Pierre Fatumbi Verger e Carybé
- Editora Currupio)
Osalá foi consultar os adivinhos para saber como conduzir melhor sua
vida. Os velhos aconselharam-no a oferecer aos outros deuses uma cabaça
grande cheia de sal e um pedaço de pano, para não passar vergonha na
terra. Osalá como era muito teimoso, deu de ombros aos conselhos e foi
dormir sem cumprir o recomendado. Durante a noite, Esú entrou em sua
casa trazendo uma cabaça cheia da sal, amarrando-a às costas de Osalá,
que jazia em profundo sono.
Yemonja, a filha de Olokum, foi escolhida por Olorum para ser a mãe
dos Orixás. Como ela era muito bonita, todos a queriam para esposa;
então, o pai foi perguntar a Orunmilá com quem ela deveria casar.
Orunmilá mandou que ele entregasse um cajado de madeira a cada
pretendente; depois, eles deveriam passar a noite dormindo sobre uma
pedra, segurando o cajado para que ninguém pudesse pegá-lo. Na manhã
seguinte, o homem cujo cajado estivesse florido seria o escolhido por
Orunmilá para marido de Iemanjá. Os candidatos assim fizeram; no dia
seguinte, o cajado de Oxalá estava coberto de flores brancas, e assim
ele se tornou pai dos Orixás.
Certa vez, quando os Orixás estavam reunidos, Oxalá deu um tapa em Exu
e o jogou no chão todo machucado; mas no mesmo instante Exu se levantou,
já curado. Então Oxalá bateu em sua cabeça e Exu ficou anão; mas se
sacudiu e voltou ao normal. Depois Oxalá sacudiu a cabeça de Exu e ela
ficou enorme; mas Exu esfregou a cabeça com as mãos e ela ficou normal.
A luta continuou, até que Exu tirou da própria cabeça uma cabacinha;
dela saiu uma fumaça branca que tirou as cores de Oxalá. Oxalá se
esfregou, como Exu fizera, mas não voltou ao normal; então, tirou da
cabeça o próprio axé e soprou-o sobre Exu, que ficou dócil e lhe entregou
a cabaça, que Oxalá usa para fazer os brancos.
Ossain
OSSAIN, O SENHOR DAS FOLHAS.
Ossain recebera de Olodumaré o segredo das folhas. Ele sabia que algumas
delas traziam a calma ou o vigor. Outras, a sorte, a glória, as honras
ou ainda, a miséria, as doenças e os acidentes. Os outros orixás não
tinham poder sobre nenhuma planta. Eles dependiam de Ossain para manter
sua saúde ou para o sucesso de suas iniciativas.
Lendas
Osóssi
É costume dizer-se que existe apenas uma qualidade desse Orisa, todavia
pesquisamos várias outras: Ode, Otin, Inle, Ibualama e Logunede (filho
de Inle e Osum).
Lendas
Diz uma das lendas que certo dia Osóssi chegou a sua aldeia, quase
arriando pelo peso da capanga, das cabaças vazias e pelo cansaço de
rastrear a caça rara. Osún, sua mulher e mãe de seu filho, olhou para
ele e pensou: ''só caçou desgraça". Pois a desgraça para Osóssi foi
prevista por Ifá, que ele alertou Osún. Porém, quando ela contou a
Osóssi sobre essa previsão, ele disse que a desgraça era a fome, a mulher
sem leite e a criança sem carinho. E que desgraça maior era o medo do
homem. Quando Osóssi se aproximou de Osún, ela notou que ele trazia
algo na capanga, sentiu medo e alegria. Havia caça na capanga do marido
e ela imaginou se seria um bicho de pelo ou de pena. Ansiosa, perguntou
a ele, que respondeu: "Trago a carne que rasteja na terra e na água,
na mata e no rio, o bicho que se enrosca em si mesmo''. Falando isto
retirou da capanga os pedaços de uma grande Dan (cobra). O bicho
revirava a cabeça e os olhos, agitava a língua partida e cantava triste:
"Não sou bicho de pena para Osóssi matar". A grande Dan pertencia a
Sàngó e Osóssi não poderia matá-la. Osún fugiu temendo a vingança de
Sàngó, indo até Ifá que disse: "A justiça será feita, assim o corpo
de Osóssi irá desaparecer, desaparecerá da memória de Ossunmaré e a
quizila desaparecerá da vingança de Sàngó".
Fazia também parte da punição que ele saísse da memória do povo de Ketu.
Assim, Osóssi ficou sete anos esquecido. No dia de Orunkó (o nome de
santo de cada um), ao ser dado as diginas aos Orixás, o povo de Ketu
começou a chorar por não se lembrar do nome de seu rei. Abaixaram os
olhos e tentaram compreender por que nunca se lembravam dele. Então,
Ifá ensinou-lhes um orô (reza que se faz para o sacrifício de animais):
Após o orô, o povo começou a se lembrar dele. Ifá disse que esse era
o orô de Osóssi, o Orixá caçador, corajoso Rei de Ketu e rei da caça,
que nada temia e preservava a vida de seus filhos e dos filhos dos filhos
de seus filhos.
OSÓSSI não morreu, ele encantou-se para sempre, pois tem medo de frio,
por isso não gosta de EKU, a morte.
Conta-se no Brasil que Osóssi era o irmão mais jovem de Ogun e Esu,
todos três filhos de Yemonjá. Esu, por ser indisciplinado, foi por ela
mandado embora. Ogun trabalhava no campo e Osóssi caçava nas florestas
vizinhas. A casa encontrava-se, assim, abastecida de produtos
agrícolas e caça.
No entanto, um Babalaô alertou Yemonjá para o risco de Ossanyin, aquele
que possuía o conhecimento das virtudes das plantas e vivia nas
profundezas da floresta, enfeitiçar Osossi e obrigá-lo a ficar em sua
companhia. Yemonjá ordenou então ao filho que renunciasse às atividades
de caçador.
Ele, porém, de personalidade independente, continuou suas incursões
pela floresta. Tendo encontrado Ossanyin, que o convidou a beber uma
poção de folhas maceradas, caiu em estado de amnésia. Ficou, pois,
vivendo em companhia de Ossanyin, como previra o Babalaô.
Ogun, inquieto com a ausência do irmão, partiu à sua procura,
encontrando-o nas profundezas da floresta. Ele o trouxe de volta, mas
Yemonjá irritada, não quis receber o filho desobediente. Revoltado com
a intransigência materna, Ogun recusou-se a continuar em casa. Quanto
a Osóssi, este preferiu voltar para a floresta, para perto de Ossanyin.
Yemonjá desesperada por ter perdido os três filhos, transformou-se em
um rio.
Osun
Ela faz a qualquer um o que o médico não faz, é a Orixá que cura o doente
com a água fria. Se cura a criança, não apresenta honorários ao pai.
É a Orô, um pássaro que tem uma pena brilhante na cabeça, e a Yalodê,
que ajuda as crianças a terem uma mãe. Manda a cabeça má ficar boa.
Osun é doce e poderosa como Oni. Osun não concede as más coisas do mundo.
Ela tem remédios gratuitos e faz as crianças tomarem mel. Sua palavra
é meiga e deixa a criança abraçarem seu corpo com as mãos. A mão da
criança é suave, Osun é afável. É cliente dos vendedores de cobre. Agita
sua pulseira para ir dançar. Ela é elegante e tem muito dinheiro para
divertir-se. Suas jóias são de cobre e é proprietária do pente de cobre
e de muitas penas de periquito. Não há lugar onde não se conhece Osun,
poderosa como um rei.
Por sua beleza, Oxum também é tida como a deusa da vaidade, sendo vista
como uma orixá jovem e bonita, mirando-se em seus espelhos e abanando-se
com seu leque (abebê).
Orê Yeyê ô! Oxum era muito bonita, dengosa e vaidosa. Como o são,
geralmente, as belas mulheres. Ela gostava de panos vistosos, marrafas
de tartaruga e tinha, sobretudo, uma grande paixão pelas jóias de cobre.
Este metal era muito precioso, antigamente, na terra dos iorubás. Se
uma mulher elegante possuía jóias de cobre pesadas. Oxum era cliente
dos comerciantes de cobre. Omiro wanran wanran wanran omi ro! "A água
corre fazendo o ruído dos braceletes de Oxum!" Oxum lavava suas jóias,
antes mesmo de lavar suas crianças. Mas tem, entretanto, a reputação
de ser uma boa mãe e atende às súplicas das mulheres que desejam ter
filhos. (1)
(1) OXUN (Do livro "Lendas Africanas dos Orixás de Pierre Fatumbi Verger
e Carybé - Editora Currupio)
Lendas
Filha de Orunmilá e Yemanjá, conta-se ainda que ela foi a primeira Yaba,
ou seja, a primeira zeladora de santo, raspando a cabeça da galinha
de angola e que colocou o primeiro adocho (coroa), dando assim aos seus
descendentes a forma atual. Por isso em todos os fundamentos dos
Eleguns, o adocho faz parte do ritual.
Ela Baixou o nível das águas e Olowu continuou sua expedição. Quando
ele voltou, algum tempo depois, vitorioso e com um espólio
considerável, novamente encontrou Oxum com o humor perturbado. O rio
estava turbulento e com suas águas agitadas. Olowu mandou jogar sobre
as vagas toda sorte de boas coisas, as nkan rere prometidas: tecidos,
búzios, bois, galinhas e escravos. Mel de abelhas e pratos de mulukun,
iguaria onde suavemente misturam-se cebolas, feijão fradinho, sal e
camarões. Mas Oxum devolveu todas estas coisas boas sobre as margens.
Era Nkan, a mulher de Olowu, que ela exigia. Olowu foi obrigado a
submeter-se e jogar nas águas a sua mulher. Nkan estava grávida e a
criança nasceu no fundo do rio.
OXUN (Do livro "Lendas Africanas dos Orixás de Pierre Fatumbi Verger
e Carybé - Editora Currupio)
O Rio Oxum passa em um lugar onde suas águas são sempre abundantes.
Por esta razão é que Larô, o primeiro rei deste lugar, aí instalou-se
e fez um pacto de aliança com Oxum. Na época em que chegou, uma de suas
filhas fôra se banhar. O rio a engoliu sob as águas. Ela só saiu no
dia seguinte, soberbamente vestida, e declarou que Oxum a havia bem
acolhido no fundo do rio. Larô, para mostrar sua gratidão, veio
trazer-lhe oferendas.
OXUN (Do livro "Lendas Africanas dos Orixás de Pierre Fatumbi Verger
e Carybé - Editora Currupio)
Oxumare
Sendo ao mesmo tempo macho e fêmea, esta natureza aparece nas cores
vermelha e azul que cercam o arco-íris. Ele representa também o bem,
a riqueza e os benefícios mais apreciados no mundo dos iorubás.
Lendas
... a prosperidade
(Do livro "Lendas Africanas dos Orixás de Pierre Fatumbi Verger e Carybé
- Editora Currupio)
Irmão gêmeo de Ewá e tendo como irmãos mais velhos Osayin e Obaluaê
- todos filhos de Nanã - Osumare sempre foi franzino, mas dotado de
grande inteligência e capacidade. Um dia frente à frente com OLOKUM,
mãe de Yemonjá, perguntou-lhe como poderia achar pedras brilhantes,
preciosas. Osumare pensou e respondeu: -Senhora dos Oceanos, é preciso
que faças um investimento, me dando seis mil búzios (moeda corrente)".
"Sim respondeu, Olokum". Osumare apontou para a própria casa de Olokum,
o mar, explicando-lhe que nas partes rasas poderia encontrar o que
procurava. Olokum ficou tão feliz que deu à ele, além dos seis mil
búzios, a capacidade de transformar-se em serpente e poder, com a ponta
do rabo tocar a terra e com a cabeça tocar o céu. Com tal poder Osumare
transformou-se em serpente esticou-se até a terra de Olorum, no céu
e com os seus seis mil búzios falou ao criador: -"Pai cheguei até o
Senhor. Tive de esticar-me demais para pedir-lhe ajuda, para fazer de
mim aquele que tem capacidade de dobrar tudo que tem". E Olorum dobrou
o número de búzios de seis para doze mil. Daí pra frente Osumare passou
a ser consultado sobre os grandes negócios. Xangô fez dele seu consultor
e grande conselheiro, aumentando sua riqueza de Deus do Trovão ,ao mesmo
tempo que a do próprio Osumare. Este poder de se transformar em serpente
e ir até o céu deu origem à um Oriki (Poema) muito bonito: " Osumare
egó bejirin fonná diwó - O Arco-Íris que se desloca com a chuva e guarda
o fogo no punho!"
... a armadilha
Certa vez, Sàngó viu Òsùmàrè passar, com todas as cores de seu traje
e todo o brilho de seu ouro. Sàngó conhecia a fama de Òsùmàrè não deixar
ninguém dele se aproximar.
Preparou então uma armadilha para capturar Òsùmàrè. Mandou uma
audiência em seu palácio e, quando Òsùmàrè entrou na sala do trono,
os soldados chamaram para a presença de Sàngó e fecharam todas as
janelas e portas, aprisionando Òsùmàrè junto com Sàngó.
Òsùmàrè ficou desesperado e tentou fugir, mas todas as saídas estavam
trancadas pelo lado de fora. Sàngó tentava tomar Òsùmàrè nos braços
e Òsùmàrè escapava, correndo de um canto para outro. Não vendo como
se livrar, Òsùmàrè pediu a Olorum e Olorum ouviu sua súplica. No momento
em que Sàngó imobilizava Òsùmàrè, Òsùmàrè foi transformado numa cobra,
que Sàngó largou com nojo e medo. A cobra deslizou pelo chão em
movimentos rápidos e sinuosos.
Havia uma pequena fresta entre a porta e o chão da sala e foi por ali
que escapou a cobra, foi por ali que escapou Òsùmàrè. Assim livrou-se
Òsùmàrè do assédio de Sàngó. Quando Òsùmàrè e Sàngó foram feitos Orisás,
Òsùmàrè foi encarregado de levar água da Terra para o palácio de Sàngó
no Orum, mas Sàngó não pode nunca aproximar-se de Òsùmàrè.
Oya / Yansan
Filha de Nanã. Ela é a deusa dos ventos, das tempestades, dos tufões,
dos elementos aéreos ligados ao relâmpago (ar + movimento = ao fogo).
É a deusa do rio Níger da África que em iorubá, chama-se Odò Oya. Comanda
os eguns (os mortos). Extrovertida e sensual como poucas. Foi a primeira
esposa de Xangô. Tinha um temperamento ardente e impetuoso. Destemida,
justiceira e guerreira, não teme a nada.
Registram-se, em literatura, 17 qualidades sendo as mais conhecidas:
Oya, Onyra, Bagam, Egunita, Benek, Cenou, Bomini e Muriai, a
Iansã-do-Bale que preside a festa dos Egun).
Lendas
Conta umas das lendas de Iansã, a primeira esposa de SÀNGÓ, teria ido,
a seu mandato, a um reino vizinho buscar 3 cabaças que estava com
Obalúayé. Foi dito a ela que não abrisse estas cabaças, as quais ela
deveria trazer de volta a SÀNGÓ. Iansã foi e lá Obalúayè recomendou
mais uma vez que não deixasse as cabaças caírem e quebrarem e, se isto
acontecesse, que ela não olhasse e fosse embora. Iansã ia muito
apressada e não aguentava mais segurar o segredo. Um pouco mais à frente
quebrou a primeira cabaça, desrespeitando a vontade de Obalúayé. Saíram
de dentro da cabaça os ventos que a levou para o céus. Quando terminaram
os ventos, Iansã voltou e quebrou a segunda cabaça. Da segunda cabaça
saíram os Eguns. Ela se assustou e gritou: Reiiii! Na vez da terceira
cabaça SÀNGÓ chegou e pegou para si, que era a cabaça do fogo, dos raios.
Ela tinha um temperamento ardente e impetuoso. Foi a única entre as
mulheres de SÀNGÓ que , no fim do seu reinado, o seguiu em sua fuga
para Tapá. Quando ele recolheu-se para baixo da terra em Cosso, ela
fez o mesmo em Yiá.
Depois foi a cidade, e passou a seguir a mulher até que criou coragem
e começou a cortejá-la. Mas como toda mulher bonita, ela recusou a
corte. Quando anoiteceu ela voltou à floresta e, para sua surpresa,
não encontrou a trouxa. Tornou à cidade e encontrou ogum, que lhe disse
estar com ele o que procurava. Em troca de seu segredo ( pois ele sabia
que ela não era uma mulher e sim animal ), yansan foi obrigada a se
casar com ele; apesar disso, conseguiu estabelecer certas regras de
conduta, dentre as quais proibi-lo de comentar o assunto com qualquer
pessoa.
Chegando em casa, ogum explicou suas outras esposas que yansan iria
morar com ele e que em hipótese alguma deveriam insultá-la. Tudo corria
bem; enquanto ogum saía para trabalhar, yansan passava o dia procurando
sua
trouxa.
Desse casamento nasceram nove filhos, o que despertou ciúmes das outras
esposas, que eram estéreis. Uma delas, para vingar-se, conseguiu
embriagar ogum e ele acabou relatando o mistério que envolvia yansan.
Logo que o marido se ausentou, elas começaram a cantar: "Você pode
beber, comer e exibir sua beleza, mas a sua pele está no depósito, você
é um animal." Iansã compreendeu a alusão. Depois que yansan encontrou
então sua pele e seus chifres. Assumiu a forma de búfalo e partiu para
cima de todos, poupando apenas seus filhos.
Então, fez sua Dança dos Ventos, que já havia seduzido vários reis.
Contudo, sem emocionar ou sequer atrair a atenção de Obaluaê. Incapaz
de seduzí-lo, Iansã procurou apenas aprender, fosse o que fosse. Assim
dirigiu-se ao homem da palha:
-"Aprendi muito com os outros Reis, mas só me falta aprender algo
contigo."
- "Quer mesmo aprender, Oya? Vou te ensinar a tratar dos Mortos".
Venceu seu medo com sua ânsia de aprender e com ele descobriu como
conviver com os Eguns e a controlá-los. Partiu então para o Reino de
Sangô, pois lá acreditava que teria o mais vaidoso dos reis e aprenderia
a viver ricamente. Mas ao chegar ao reino do Rei do Trovão, Iansã
aprendeu mais do que isso, aprendeu a amar verdadeiramente e com uma
paixão violenta, pois Sangô dividiu com ela os poderes do raio e deu
à ela seu coração. O fogo das paixões, o fogo da alegria e o que queima.
Ela é o Orisá do Fogo.
... o sopro
Osogyian estava em guerra, mas a guerra não acabava nunca, tão poucas
eram as armas para guerrear. Ògún fazia as armas, mas fazia lentamente.
Osogyian pediu a seu amigo Ògún urgência, mas o ferreiro já fazia o
possível. O ferro era muito demorado para se forjar e cada ferramenta
nova tardava como o tempo. Tanto reclamou Osaguiã que Oyá, esposa do
ferreiro, resolveu ajudar Ògún a apressar a fabricação.
Oyá se pôs a soprar o fogo da forja de Ògún e seu sopro avivava
intensamente o fogo e o fogo aumentado de calor derretia o ferro mais
rapidamente. Logo Ògún pode fazer muitas armas e com as armas Osogyian
venceu a guerra. Osogyian veio então agradecer Ògún. E na casa de Ògún
enamorou-se de Oyá. Um dia fugiram Osogyian e Oyá, deixando Ògún
enfurecido e sua forja fria. Quando mais tarde Osogyian voltou à guerra
e quando precisou de armas muito urgentemente, Oyá teve que voltar a
avivar a forja. E lá da casa de Osogyian, onde vivia, Oyá soprava em
direção à forja de Ògún. E seu sopro atravessava toda a terra que
separava a cidade de Osogyian da de Ògún. E seu sopro cruzava os ares
e arrastava consigo pó, folhas e tudo o mais pelo caminho, até chegar
às chamas com furor atiçava. E o povo se acostumou com o sopro de Oyá
cruzando os ares e logo o chamou de vento. E quanto mais a guerra era
terrível e mais urgia a fabricação das armas, mais forte soprava Oyá
a forja de Ògún. Tão forte que às vezes destruía tudo no caminho, levando
casas, arrancando árvores, arrasando cidades e aldeias.
O povo reconhecia o sopro destrutivo de Oyá e o povo chamava a isso
tempestade.
... respeito
Oiá desejava ter filhos, mas não podia conceber Oiá foi consultar um
babalaô e ele mandou que ela fizesse um ebó. Ela deveria oferecer um
carneiro, um agutã, muitos búzios e muitas roupas coloridas. Oiá fez
o sacrifício e teve nove filhos. Quando ela passava, indo em direção
ao mercado, o povo dizia:
"Lá vai Iansã".
Lá ia Iansã, que quer dizer mãe nove vezes.E lá ia ela toda orgulhosa
ao mercado vender azeite-de-dendê. Oiá não podia ter filhos, mas teve
nove, depois de sacrificar um carneiro, e em sinal de respeito por seu
pedido atendido Iansã, a mãe de nove filhos, nunca mais comeu carneiro.
Sango
Sàngó pode estar morto no rio e ao mesmo tempo estar vivo diante do
rei. Está morto... e morto estar vivo. Nele as oposições existem
simultaneamente. Para o ser humano tal situação é ambígua e fora de
lógica, dois termos contraditórios excluem um ao outro na sincronia.
Na lógica de SÀNGÓ os dois coexistem, pois ela é caracterizada pela
sincronia e pela interpolaridade. Mortal em seu corpo, imortal em sua
essência, o OBA de BENIN é o único soberano de dupla natureza: humana
e divina.
"Xangô, como todos os outros imolè (orixás e ebora), pode ser descrito
sob dois aspectos: histórico e divino."
Xangô teria sido o terceiro Aláàfìn Òyó, "Rei de Oyó", filho de Oranian
e Torosi, a filha de Elempê, rei dos tapás, aquele que havia firmado
uma aliança com Oranian. Xangô cresceu no país de sua mãe, indo
instalar-se, mais tarde, em Kòso (Kossô), onde os habitantes não o
aceitaram por causa de seu caráter violento e imperioso; mas ele
conseguiu, finalmente, impor-se pela força. Em seguida, acompanhado
pelo seu povo, dirigiu-se para Oyó, onde estabeleceu um bairro que
recebeu o nome de Kossô. Conservou, assim, seu título de Oba Kòso, que,
com o passar do tempo, veio a fazer parte de seus oríkì. Dadá-Ajaká,
filho mais velho de Oranian, irmão consanguíneo de Xangô, reinava então
em Oyó. Dadá é o nome dado pelos iorubás às crianças cujos cabelos
crescem em tufos que se frisam separadamente. "Ele amava as crianças,
a beleza, e as artes; de caráter calmo e pacífico... e não tinha a
energia que se exigia de um verdadeiro chefe dessa época". Xangô o
destronou e Dadá-Ajaká exilou-se em Igboho, durante os sete anos de
reinado de seu meio-irmão. Teve que se contentar, então, em usar uma
coroa feita de búzios, chamada adé de baáyàni. Depois que Xangô deixou
Oyó, Dadá-Ajaká voltou a reinar. Em contraste com a primeira vez, ele
mostrou-se agora valente e guerreiro, voltou-se contra os parentes da
família materna de Xangô, atacando os tapás.
Junho de 1984
BIBLIOGRAFIA
Qualidades:
- AGONJÚ
Quer dizer terra firme. Tem perna de pau e é casado com YEMONJA. É o
filho mais novo de ORANNIAN e o preferido, herdou sua fortuna. É o mais
cruel é aquêle que leva o coração do inimigo na lança. É o SÀNGÓ
amaldiçoado que matou e comeu a própria mãe.
Na verdade foi o 6º Alafin de Oyo que viveu em 1.240 A.C.,
aproximadamente. Era sobrinho neto de SHANGO.
- BARU
Pega tempo e come com ÈSÙ. Dependendo da época este Òrìsá ora é BARU
ora é ÌRÓKÒ. Tem caminhos com OYA YÀTOPÈ . Não come quiabo nem amalá,
come amendoim cozido e padê. Na África êle é chamado de maluco, pois
durante seu reinado fez muita besteira, motivo pelo qual os africanos
não o raspam nem assentam. Não fazia prisioneiros, matava todos.
BARU era muito destemido, mas quando comia quiabo, que êle gostava
muito, dormia o tempo todo e por isto perdeu muitas contendas, pois,
quando acordava seus adversários já tinham voltado da guerra. Êle
ficava indignado. Então resolveu consultar um OLUÓ que lhe disse : Se
é assim, deixe de comer quiabo - BARU perguntou : me diz o que comerei
no lugar do quiabo... Só folhas... Só folhas ? perguntou BARU - Sim,
respondeu o OLUÓ, tem duas qualidades , uma se chama oió e a outra xaná,
são boas e gostosas como o quiabo. E BARU falou : - A partir de hoje,
eu não comerei mais quiabo.
- BADÈ
Muito ruim, brutal, inclinado a dar ordens e ser obedecido, foi ele
quem raptou OBÁ. Come com YEMONJA
- AFONJÀ
- ALAFIN
- OBÀ OLUBÈ
Seria o pai de ÒSUN OPARÀ. Tem fundamento com ÒSÓÒSÌ. Veste vermelho
e branco ou marrom e branco.
- ALUFAN
Lendas
Xangô era rei de oyó, terra de seu pai; já sua mãe era da cidade de
empê, no território de tapa. Por isso, ele não era considerado filho
legítimo da cidade. A cada comentário maldoso xangô cuspia fogo e
soltava faíscas pelo nariz. Andava pelas ruas da cidade com seu oxé,
um machado de duas pontas, que o tornava cada vez mais forte e astuto
onde havia um roubo, o rei era chamado e, com seu olhar certeiro,
encontrava o ladrão onde quer que estivesse.
Para continuar reinando xangô defendia com bravura sua cidade; chegou
até a destronar o próprio irmão, dadá, de uma cidade vizinha para
ampliar seu reino. Com o prestigio conquistado, xangô ergueu um palácio
com cem colunas de bronze, no alto da cidade de kossô, para viver com
suas três esposas: oyá ( yansã ) amiga e guerreira; oxum, coquete e
faceira e obá, amorosa e prestativa.
Para prosseguir com suas conquistas, xangô pediu ao babalaô de oyó uma
fórmula para aumentar seus poderes; este entregou-lhe uma caixinha de
bronze, recomendando que só fosse aberta em caso de extrema necessidade
de defesa. Curioso, xangô contou a yansã o ocorrido e ambos, não se
contendo, abriram a caixa antes do tempo. Imediatamente começou a
relampejar e trovejar; os raios destruíram o palácio e a cidade, matando
toda a população. Não suportando tanta tristeza, xangô afundou terra
adentro, retornando ao orun.
Quando Xangô pediu Oxum em casamento, ela disse que aceitaria com a
condição de que ele levasse o pai dela, Oxalá, nas costas para que ele,
já muito velho, pudesse assistir ao casamento. Xangô, muito esperto,
prometeu que depois do casamento carregaria o pai dela no pescoço pelo
resto da vida; e os dois se casaram. Então, Xangô arranjou uma porção
de contas vermelhas e outra de contas brancas, e fez um colar com as
duas misturadas. Colocando-o no pescoço, foi dizer a Oxum: "- Veja,
eu já cumpri minha promessa. As contas vermelhas são minhas e as
brancas, de seu pai; agora eu o carrego no pescoço para sempre.
Sango, filho de Obatalá, era um jovem rebelde e vez por outra saía pelo
mundo botando fogo pela boca, queimando cidades e fazendo arruaça. Seu
pai, Obatalá, era informado de seus atos, recebendo queixas de todas
as partes da terra. Obatalá alegava que seu filho era como era por não
haver sido criado junto dele, mas que, algum dia, conseguiria
dominá-lo.
Certo dia, estando Sango na casa de Obá, deixou seu cavalo branco
amarrado junto à porta da casa. Obatalá e Odudua passaram por lá, viram
o animal de Sango, e o levaram com eles. Ao sair, Sango percebeu o roubo
e enfurecido saiu em busca do animal, perguntando aqui e acolá. Chegando
a uma vila próxima dali, informaram-lhe que dois velhos estavam levando
consigo seu animal, o que deixou Sango ainda mais colérico. Sango
alcançou os dois velhos e ao tentar agredi-los percebeu que eram Obatalá
e Odudua. Obatalá levantou seu opaxorô (cajado) e ordenou: "Sangò
kunlé, foribalé". Sango desarmado atirou-se ao chão em total submissão
à Obatalá.
Sango tinha consigo seu colar de contas vermelhas, que Obatalá
arrebentou e misturou a elas suas contas brancas dizendo: "Isto é para
que toda a terra saiba que você é meu filho".
Daquele dia em diante Sango submeteu-se às ordens do velho rei.
Airá, aquele que se veste de branco, foi um dia às terras do velho Oxalá
para levá-lo à festa que faziam em sua cidade. Oxalá era velho e lento,
Por isso Airá o levava nas costas. Quando se aproximavam do destino,
vira a grande pedreira de Xangô, bem perto de seu grande palácio. Xangô
levou Oxalufã ao cume, para dali mostrar ao velho amigo todo o seu
império e poderio. E foi lá de cima que Xangô avistou uma belíssima
mulher mexendo sua panela. Era Oiá! Era o amalá do rei que ela preparava!
Xangô não resistiu à tamanha tentação. Oiá e amalá! Era demais para
a sua gulodice, depois de tanto tempo pela estrada. Xangô perdeu a
cabeça e disparou caminho abaixo, largando Oxalufã em meio às pedras,
rolando na poeira, caindo pelas valas. Oxalufã se enfureceu com tamanho
desrespeito e mandou muitos castigos, que atingiram diretamente o povo
de Xangô.
Xangô, muito arrependido, mandou todo o povo trazer água fresca e panos
limpos. Ordenou que banhassem e vestissem Oxalá. Oxalufã aceitou todas
as desculpas e apreciou o banquete de caracóis e inhames, que por dias
o povo lhe ofereceu. Mas Oxalá impôs um castigo eterno a Xangô. Ele
que tanto gosta de fartar-se de boa comida.
Nunca mais pode Xangô comer em prato de louça ou porcelana. Nunca mais
pode Xangô comer em alguidar de cerâmica. Xangô só pode comer em gamela
de pau, como comem os bichos da casa e o gado e como comem os escravos.
Yemoja
Yemoja na Africa Iemanjá, cujo nome deriva de Yèyé omo ejá ("Mãe cujos
filhos são peixes"), é o orixá dos Egbá, uma nação iorubá estabelecida
outrora na região entre Ifé e Ibadan, onde existe ainda o rio Yemoja.
As guerras entre nações iorubás levaram os Egbá a emigrar na direção
oeste, para Abeokutá, no início do século XIX. Evidentemente, não lhes
foi possível levar o rio, mas, em contrapartida, transportaram consigo
os objetos sagrados e os suportes do àse da divindade O rio Ògùn
(ver mapa), que atravessa a região, tornou-se, a partir de então, a
nova morada de Yemanjá. Este rio Ògùn não deve, entretanto, ser
confundido com Ògún, o deus do ferro e dos ferreiros, contrariamente
à opinião de numerosos que escreveram sobre o assunto no fim do século
passado.
Lendas
Yemanjá, conta uma das lendas, era "casada pela primeira vez com
Orunmilá, senhor das adivinhações, depois com Olofin, rei de Ifé",
cansada de sua permanência em Ifé, fugiu em direção ao oeste. Outrora,
Olokun lhe havia dado, por medida de precaução, uma garrafa contendo
um preparo, pois não se sabia o que poderia acontecer amanhã, com a
recomendação de quebrá-lo no chão em caso de extremo perigo. E assim
Yemanjá foi instalar-se no entardecer da terra oeste. Olofin, Rei de
Ifé, lançou seu exército à procura de sua mulher. Cercada, Yemanjá ao
invés de se deixar prender e ser conduzida de volta a Ifé, quebrou a
garrafa, segundo as instruções recebidas. O criou-se o rio na mesma
hora levando-a para Okun (o oceano), lugar de residência de Olokun,
seu pai.
Orunmilá que tinha os segredos da noite precisava ser detido com seus
feitiços desenfreados. Era um dos homens mais bonitos e encantadores,
tinha todas as mulheres, mas não queria nenhuma e não amava nenhuma.
Osalá queria tirar a maldade e os segredos de Orumila mas só havia um
jeito de conseguir tal feito pedindo a mulher mais bonita que o
encantasse e tirasse todos os segredos dele.
Então o povo Orisá duvidou e Osalá chamou Yemonja, que não tinha filhos
e família e nem um amor para seduzí-lo e conhecer os seus segredos.
Então Osalá fez com ela um trato no qual ela só teria essas intençoes
e que depois voltaria para reinar ao lado dele novamente. Yemonja foi
e com o tempo eles se apaixonaram.