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Em: LIVROS & LEiTURAS

SEGUNDA, 02 FEVEREIRO 2015 07:43 ESCRITO POR MÁRIO GONÇALVES

Jorge Serafim

Assume-se com um esmerado cozinheiro nas artes da boa-disposição. Narrador de histórias rocambolescas onde
habitam personagens caricatas, gosta de as temperar com uma pitada de absurdo e mais duas de imprevisto e depois
refoga-las com muita sátira aos bons, maus e ruins costumes, não se lhe escapando nada nem ninguém pelo buraco de
uma agulha. Na escrita e porque os dedos precisam de escorrer esperanças, é autor de diversas obras: “O Corvo Branco”
– teatro para a infância; “O amor é Solúvel na Água” – teatro; “A.Ventura” – poesia; “A Sul de Ti” – poesia; “Estórias do
Serafim” – humor; “Sonhar ao Longe” – infantil; “ A Minha Boca Parece um Deserto” – infantil e "Não há seda nas
lembranças" - romance. Foi ator na companhia de teatro “Arte Pública” e ator/fundador na companhia de teatro
“Lêndias D’Encantar”.

Como e quando começou a interessar-se por literatura?

(...) Sei que desde sempre me acompanhou esta necessidade de ler, de escrever. Os livros preenchiam-me esta urgência
de me isolar de todos para estar em qualquer parte. Não sendo um leitor compulsivo, sempre senti que ler era como
folhear os dias da minha vida. Afinal e citando José Saramago, "Um homem só escreve com as palavras que conhece".

Por que motivo resolveu escrever livros?

Por necessidade. Porque um livro arruma de uma vez por todas uma série de ideias e histórias que nos andam a
desassossegar o sentido. É uma terapia extraordinária! Um livro arremata todas as pontas soltas. É como tecer um
agasalho para quem escreve e para quem lê.

Qual foi a obra que mais gostou de escrever e porquê?

Decididamente, a última! O romance "Não há seda nas lembranças", porque qualquer pessoa ao longo da sua vida vai
acumulando um manancial de historias que a vão marcando de sobremaneira. No meu caso, algumas referentes a
episódios históricos ocorridos na cidade de Beja, outras são histórias de vida que ouvi contadas na primeira pessoa e que
acarretam uma forte carga dramática, outras são episódios burlescos com um grande sentido de humor. Há muito, esta
vontade de tecer um livro onde coubessem algumas destas narrativas. A dúvida seria como as cozinhar na mesma
panela. Escrevi então um romance de homenagem à memória e sobre o poder que a mesma tem em construir afetos
com o nosso património histórico, físico, social e oral. É uma estrutura que se adivinha continuar para sempre,
deixando as páginas em aberto a quem as lê. Toda a narrativa é escrita dizendo, como se todos os personagens falassem
diretamente com o leitor.

Em que é que se inspira para escrever um livro?

Nas vivências pessoais, nos livros, nas pessoas que me rodeiam, no quotidiano. No fundo, inspiro-me na necessidade de
dar voz, magia e dimensão a qualquer coisa por mais bela ou insignificante que seja. A escrita surge como uma
urgência, a de me embelezar o dia-a-dia, preenchendo esta insatisfação permanente perante o que me circunda.
Então escrever é dar vida a uma sombra, pintar uma angústia, alargar um sonho, denunciar uma barbárie, anunciar
uma esperança, separar e fundir os corações . São as palavras a revitalizar tudo o que nos parece perdido

Quais são seus autores preferidos?

Eça de Queiroz, Camilo Castelo Branco, Amin Maalouf, Eugénio de Andrade, Fernando Pessoa, Gabriel Garcia Marquez, Natália
Correia, Mia Couto, António Torrado, Álvaro Magalhães, Manuel António Pina, enfim apenas alguns entre tantos outros...

In http://www.livroseleituras.com/web/index.php?option=com_content&view=article&id=1916%3Ajorge-serafim-qo-livro-e-uma-terapia-
extraordinariaq&Itemid=175&catid=64%3A

Stand Up comedy In http://www.cm-vianadoalentejo.pt/pt/site-acontece/Paginas/Espetaculo-de-Stand-Up-.aspx

https://marafado.wordpress.com/2012/05/01/

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