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1 Aspectos conceituais
Todo o sistema de regras, costumes e princípios internacionais que regem as relações entre os sujeitos de Direito
Internacional dentro da sociedade internacional.
I Teoria voluntarista
Fundamenta a existência do Direito Internacional na vontade dos Estados.
II Teoria objetivista
O Direito Internacional tem suas próprias regras, princípios e costumes que são independentes da vontade dos
Estados.
Descentralização:
Na ordem jurídica internacional , não existe um órgão central que concentre todas as normas e poderes decisó-
rios.
Cada Estado é uma ordem autônoma com sua própria soberania.
Horizontalidade:
Relação de igualdade formal entre os sujeitos do Direito Internacional Público.
Coordenação:
Deve haver uma cooperação entre os Estados para cuidar dos problemas internacionais.
Diversidade de atores:
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Não é só o Estado o único ator do Direito Internacional Público. Ex. Organizações Internacionais.
4 Fontes do Direito Internacional Público (Estatuto da Corte Internacional de Justiça de 1945 – Art. 38)
I Primárias
• Tratados internacionais
• Costumes
• Princípios gerais de direito
II Auxiliares
• Doutrina e Jurisprudência
• Equidade
• Resoluções de Organizações Internacionais*
• Atos jurídicos Unilaterais*
* Fontes do Direito Internacional Público não elencadas no Art. 38, ECIJ.
O Artigo 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça de 1945 foi criado para servir de roteiro
dos seus trabalhos. Um artigo de conteúdo exemplificado e não exaustivo.
O Artigo 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça de 1945 não estabelece nenhum tipo de hierarquia. Ou
seja, não existe uma hierarquia entre tratados internacionais, costumes internacionais ou pricípios internacionais
do direito.
Tratados internacionais
Princípios norteadores
- Livre consentimento;
- Boa-fé;
- Pacta sunt servanda.
Convenção de Viena de 1969 sobre o Direito dos Tratados: Art. 26 – todo tratado em vigor obriga as partes e
deve ser cumprido por elas de boa-fé.
A) Título
B) Preâmbulo ou exórdio
C) Considerandos
D) Articulado
E) Fecho
F) Assinatura
G) Anexos ou apêndices
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A) Título: indica a matéria tratada pelo acordo ou, mais amplamente, o assunto nele versado;
B) Preâmbulo ou exórdio: indica as partes contratantes, é dizer, os sujeitos de Direito Internacional Público que
concluem o tratado;
C) Considerandos: indicam as intenções, vinculações e motivos das Partes em relação a celebração do acordo.
D) Articulado: principal elemento do instrumento convencional, composto por uma sequência de numerados, onde
se estabelecem todas as cláusulas de operatividade do acordo.
E) Fecho: especifica o local e a data da celebração do tratado, o idioma em que o mesmo será redigido e o núme-
ro de exemplares originais.
F) Assinatura: Chefe de Estado, Ministro das Relações Exteriores, ou de outra autoridade que represente o Presi-
dente da República na celebração do instrumento.
G) Anexos ou apêndices: instrumentos com natureza de norma jurídica convencional.
Requisitos de validade
A Parte que quer celebrar o tratado deve ser capaz – Sujeito de Direito Internacional Público
Exemplos :
Consentimento mútuo:
As partes devem concordar sobre a celebração do acordo, não pode haver coação.
Os tratados são livres e de espontânea vontade.
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3 Quanto à execução no tempo
A) Transitórios Perduram no tempo, porém tem sua execução exaurida de forma imediata no instante exato da
sua conclusão (estabelecimento de fronteiras, transmissão definitiva de bens).
B) Permanentes Tratados cuja execução se prolongam por prazo indeterminado no tempo (Comércio, aliança,
extradição, cooperação).
A) Mutalizáveis
O descumprimento parcial de alguma ou algumas das Partes não tem o condão de comprometer a execução do
acordo como um todo.
B) Não-mutalizáveis
Não permitem divisão na sua execução.
A) Tratado lei (tratado normativo) Geralmente celebrado por grande número de Estados e têm por objetivo fixar
normas gerais e abstratas de Direito Internacional. Regras válidas para as Partes contratantes, podendo ser com-
paradas a verdadeiras leis.
B) Tratados-contrato Busca estabelecer uma prestação e contraprestação individual com fim comum (igualam-se
aos contratos de direito interno). O tratado se exaure com o cumprimento da obrigação.
A) Abertos: permite a adesão posterior de Sujeitos que não figuraram como signatários originais.
Pode ser: limitada e Ilimitada; condicionada e incondicionada.
B) Fechados: não permite a adesão posterior de Sujeitos que não figuraram como signatários originais.
Processualística de incorporação dos tratados internacionais no Direito brasileiro
A) Requisitos de validade do tratado (capacidade das Partes, habilitação dos agentes signatários; consentimento
mútuo e objeto lícito e possível).
B) Competência: privativa do Presidente da República (Art. 84, VIII da CR/88).
CR/88, Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional;
Dica quente! As Convenções Internacionais do Trabalho, concluídas no âmbito da OIT, obrigam a sua
submissão à aprovação parlamentar.
I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromis-
sos gravosos ao patrimônio nacional;
Dica quente! O Congresso não ratifica o tratado, ele o referenda (aprova) ou rejeita. Quem ratifica é o Pre-
sidente da República.
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A) Ratificação: Estado estabelece no plano internacional formalmente a sua anuência em relação ao acordo que
foi negociado.
B) Adesão: no caso de acordo já em vigor, os Estados realizarão a adesão.
Regra geral
Paridade normativa segundo o STF. Os Tratados internacionais tem status de lei ordinária federal.
Exceções
CR/88 – Art. 5º
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às
emendas constitucionais. (Emenda Constitucional 45/2004).
1 e 2. Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009, promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pes-
soas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março de 2007.
3. Tratado de Marraqueche para Facilitar o Acesso a Obras Publicadas para Pessoas Cegas de 2013.
III. Norma supralegal (abaixo da Constituição, porém acima de toda legislação infraconstitucional).
Pacto de São José da Costa Rica (Convenção Interamericana de Direitos Humanos, 1969). Trata da proibição da
prisão do depositário infiel (Art. 5, LXVII, CF/88).
Súmula Vinculante 25.
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Extinção dos tratados
Denúncia :
Tratados de Direitos humanos com hierarquia de emenda constitucional = rol de direitos fundamentais = cláusulas
pétreas.
Doutrina: possibilidade de denunciar um tratado de Diretos humanos apenas para sua substituição por outro que
amplie (P.H.G. Portela).
Jurisprudência: julgamento ADI 1625 (em curso), orientação para a impossibilidade do Presidente denunciar trata-
dos sem o consentimento do Congresso Nacional – voto Min. Joaquim Barbosa.
Costume
Ex. vedação ao uso da força no plano internacional. Os Estados em regra não recorrem ao uso da força armada
contra outros.
Aquele que o invoca tem que prová-lo.
Costume internacional = Elemento Objetivo + Elemento Subjetivo
Extinção do costume
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Princípios gerais de direito
Fontes secundárias
1 Atos Unilaterais
Manifestação volitiva unilateral do Estado capaz de produzir efeitos jurídicos de alcance internacional.
3 Jurisprudência e Doutrina
4 Analogia e equidade
Meios para compensar, seja a inexistência de uma norma, seja sua evidente falta de préstimo para proporcionar
ao caso concreto um deslinde minimamente justo.
Métodos de raciocínio jurídico.
Analogia: fazer valer para determinada situação de fato, a norma jurídica concebida para aplicar-se a uma situa-
ção semelhante, na falta de regra que se ajuste ao exato contorno do caso posto ante o intérprete.
Equidade: Cuida-se de decidir à luz de normas outras – mais comumente princípios – que preencham o vazio
eventual.
I Estado
II Organizações Internacionais
III Beligerantes
IV Insurgentes
V Santa Sé
VI Palestina
VII Indivíduos: minoria da doutrina
Empresas Privadas e Organizações Não Governamentais, não são sujeitos do Direito Internacional.
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Imunidade de Jurisdição dos Estados (relativização)
Posição minoritária: quando existir, em território brasileiro, bens, que, embora pertencentes ao Estado estrangeiro,
sejam estranhos, quanto à sua destinação ou utilização.
A Organização das Nações Unidas - ONU e sua agência Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento -
PNUD possuem imunidade de jurisdição e de execução relativamente a causas trabalhistas (RE 597368 – Recur-
so Extraordinário. Min. Ellen Gracie - 05.2013).
Imunidade de jurisdição absoluta de ONU/PNUD e a incompetência da Justiça do Trabalho brasileira para a maté-
ria.
Em maio de 2015, a 8 Turma do TST – A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
(Unesco) tem imunidade absoluta de jurisdição, de acordo com a Convenção sobre Privilégios e Imunidades das
Nações Unidas (Convenção de Londres), ratificada no Brasil pelo Decreto 27.784/50.
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Organizações Internacionais
Associação voluntária de Estados e ou de outras entidades, constituída por meio de um tratado, com interesse de
perseguir uma mesma finalidade, por intermédio de uma permanente cooperação entre seus membros. (SEITEN-
FUS, Ricardo; VENTURA, Daisy. 1999).
Personalidade jurídica derivada da vontade dos Estados, independentemente da previsão no tratado constitutivo.
1 Características
A) Multilateralismo;
B) Permanência;
C) Institucionalização;
2 Classificação
Órgãos
I Assembleia Geral
Principal órgão deliberativo da ONU. Cada Estado tem direito a um voto. Suas deliberações não têm caráter obri-
gatório.
II Conselho de Segurança
15 Estados membros: 5 permanentes (China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia - CEFRR) e 10 rota-
tivos (2 anos).
IV Conselho de tutela
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Utilizado para supervisionar os governos que administravam os territórios. O Conselho deixou de operar a partir
de 1994, com a independência do último território (Ilhas Palau no Pacífico).
(Art. 35 ECIJ) A Corte estará aberta aos Estados que são partes do presente Estatuto. As condições pelas quais a
Corte estará aberta a outros Estados serão determinadas pelo Conselho de Segurança.
Competência consultiva: tarefa da emissão de parecer (art. 96 da Carta das Nações Unidas e do artigo 65 do Es-
tatuto da Corte Internacional de Justiça).
Capacidade para solicitar o parecer consultivo: Assembleia-Geral, Conselho de Segurança da ONU, bem como
por outros órgãos das Nações Unidas e entidades especializadas, que forem em qualquer época devidamente
autorizados pela Assembleia Geral da entidade. Tais pareceres, em princípio, não são vinculantes, embora pos-
sam vir a sê-lo, caso as partes que o solicitem o convencionem (Art. 65 CIJ).
VI Secretariado
Órgão encarregado das funções administrativas e executivas da ONU.
A) Fundo Monetário Internacional (FMI): tem a finalidade básica de prestar auxílio emergencial a países em crise
econômico-financeira. Acordo de Bretton Woods, 1944.
B) Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD): tem a finalidade básica de prestar auxílio
financeiro para projetos de longo prazo. Acordo de Bretton Woods, 1944.
C) Organização Mundial do Comércio (OMC): tem a finalidade de estimular o comércio internacional como forma
de desenvolvimento econômico e combater suas práticas desleais.
Não há previsão expressa sobre a possibilidade de participação de amici curiae no procedimento de solução de
controvérsias da OMC. Mas, desde 1998, algumas ONGs têm apresentado, ou ao Painel ou ao Órgão de Apela-
ção, textos de posição sobre o tema em análise na controvérsia.
1 Marco jurídico
2 Conceitos
A) uma ação real sobre imóvel privado situado no território do Estado acreditado, salvo se o agente diplomático o
possuir por conta do Estado acreditado para os fins da missão.
B) uma ação sucessória na qual o agente diplomático figure, a título privado e não em nome do Estado, como
executor testamentário, administrador, herdeiro ou legatário.
C) uma ação referente a qualquer profissão liberal ou atividade comercial exercida pelo agente diplomático no
Estado acreditado fora de suas funções oficiais.
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4 Imunidade quanto ao depoimento como testemunha
Para os fins da presente Convenção, uma norma imperativa de Direito Internacional geral é uma norma aceita e
reconhecida pela comunidade internacional dos Estados como um todo, como norma da qual nenhuma derroga-
ção é permitida e que só pode ser modificada por norma ulterior de Direito Internacional geral da mesma natureza.
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