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DISCIPLINA: DIREITO PENAL – PARTE GERAL

PROFESSOR: GABRIEL HABIB


MATÉRIA: TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA / TIPICIDADE / TEORIA DA TIPICIDADE
CONGLOBANTE

Indicações bibliográficas:
Livro Direito Penal da Negligência, Juarez Tavares.

Leis e artigos importantes:


Súmula 96 STJ

Palavras-chave:

TEMA: TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA / TIPICIDADE / TEORIA DA TIPICIDADE


CONGLOBANTE

PROFESSOR: GABRIEL HABIB

Teoria da Imputação Objetiva / Tipicidade / Teoria da Tipicidade Conglobante

Teoria da Imputação objetiva

Vertente de Roxin

O alcance da teoria da conditio era muito amplo (regressus ad infinitum)

Necessidade de restrição da causalidade

A Teoria finalista já limitava o regressus

Mas para a realização do tipo objetivo, não basta a mera relação de causalidade

Finalidade da teoria: Limitar o alcance da teoria da equivalência dos antecedentes causais

Matéria: Direito Penal – Parte Geral – Prof: Gabriel Habib


A teoria busca a solução para a causalidade no tipo objetivo, sem perquirir o tipo subjetivo

A teoria busca mais a não imputação

Linhas mestras da teoria da Imputação objetiva:

Roxin trabalha com o Princípio do risco

1. Diminuição do risco

Roxin: “ Ações que diminuam o risco não são imputáveis ao tipo objetivo, apesar de serem
causa do resultado em sua forma concreta e de estarem abrangidos pela consciência do
sujeito. ”

Se o agente, com a sua conduta, diminuir um risco já existente para o bem jurídico, o
resultado daí advindo não pode ser imputado a ele.

Ex. Quem convence ladrão a furtar 100 euros, ao invés de 1.000 não pe punível pela
participação no furto, pois a sua conduta não aumentou o risco de lesão, mas sim diminuiu.

O mesmo vale para casos análogos, como a redução da lesão corporal

Ex Arremesso de pedra.

A vê que uma pedra foi arremessada em direção a cabeça de B.

A empurra B e a pedra atinge o braço.

A diminuiu um risco já existente. A lesão ao braço de B não pode ser imputada a A.

Ex. do bebê no incêndio

2. Criação de um risco juridicamente relevante ou criação de um risco proibido

O resultado somente pode ser imputado ao agente se a sua conduta criar um risco
judicialmente relevante

Caso contrário, o resultado não poderá ser imputado ao agente.

O resultado deve depender exclusivamente da conduta do agente. Caso contrário, deve ser
atribuído ao acaso.

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Ex. Viagem para Flórida.

O agente queria resultado, mas não criou o risco justamente levante.

Ex. Compra do punhal. Há um certo risco, mas o risco é permitido. Do contrário, não
poderiam ser vendidos materiais inflamáveis, fósforos, machados, enxadas, etc.

OBS: Pode-se quebrar o crânio de alguém com um caneco de cerveja bárbaro. Mas o risco
da sua utilização abusiva é permitido pelo estado.

Aqui vigora o princípio da confiança.

3. Aumento do risco permitido

O resultado só pode ser imputado ao agente, se ele aumentar um risco permitido

Se de alguma forma ele aumentou o risco da ocorrência do resultado ele pode responder
por ele

Mas se não aumentar, o resultado não pode ser imputado ele

Ex. Trânsito. Quem respeita as regras de trânsito acaba se envolvendo em um acidente


não responde pelo resultado

Porém, se o risco permitido que dor ultrapassado pelo desrespeito às normas de trânsito, o
agente pode ser punido, por dolo ou culpa

4. Âmbito de proteção da norma de cuidado ou esfera de proteção da norma como


critério de imputação

É preciso que o resultado esteja abrangido pelo fim de proteção da norma de cuidado

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Deve ser analisado o sentido protetivo de cada tipo penal ou seja, qual é o alcance da
finalidade da norma violada.

Ex. 2 ciclistas. Um atrás do outro, no escuro, sem farol na bicicleta. Colide com outro
ciclista vindo na direção oposta. O resultado teria sido evitado se o ciclista quem vinha
atrás tivesse ligado o seu farol

O ciclista da frente responde por lesão corporal, pois o dever de acender o farol tem por fim
evitar colisões. O ciclista da frente criou o perigo não permitindo de uma colisão

O resultado não pode ser imputado ao ciclista de trás pois a finalidade do dever de
iluminação evitar colisões próprias, e não colisões alheias

Roxin fala ainda em heterocolocação em perigo: A vítima pede ao agente que pratique uma
ação arriscada e sofre um resultado advindo disso

Ex. Na tempestade, A pede a B, condutor do barco, atravesse um rio perigoso. B alerta do


perigo. A insiste. O barco vira e A morre

Ex. O passageiro insiste para o condutor do barco, que atravesse um rio perigoso. B alerta do
perigo. A insiste. O barco vira e A morre

Vertente de Jakobs

Fundamenta a sua teoria na Teoria dos papéis

No contrato social cada pessoa exerce um papel na sociedade

O papel é exercido de acordo com os padrões daquela sociedade

Quem exercer o seu papel de forma deficiente, responde juridicamente pelo resultado daí
advindo

Se todos comportam-se de acordo com os seus papéis, qualquer resultado só pode ser
atribuído a um acidente ou a uma fatalidade

Linhas mestras:

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1. Risco permitido

Não é possível uma sociedade sem risco

O risco inerente à configuração da sociedade deve ser tido como risco permitido

Se a pessoa realiza esse risco, mas atendendo ao seu papel na sociedade, não pode
responder por nenhuma consequência advindo da sua conduta

2. Princípio da confiança

Cada cidadão cumpre o seu papel na confiança de que os demais também o farão

Ex. Trânsito, cirurgia

3. Proibição de regresso

Se a conduta de alguém contribuir para um resultado criminoso, mas se a pessoa estiver


exercendo o seu papel na sociedade, o resultado não poderá ser atribuído ao agente.

4. Competência ou capacidade da vítima

Dois grupos:

Grupo 1. Consentimento do ofendido (já sabemos o que significa)

Grupo 2. Ação a próprio risco: a vítima que participa de atividades arriscadas, fá-lo a seu
próprio risco

Ex.: Esportes radicais (escalada, cavalgada, rapel etc.)

Nesses casos, nenhuma responsabilidade pode ser imputada ao instrutor dos esportes

Tipicidade

Tipicidade formal- consiste na adequação perfeita entre a conduta do agente e a conduta


descrita abstratamente no tipo penal.

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Direta/ imediata 1 Dl – tipo penal

Formas de adequação típica

Indireta/mediata 1 DL – Tipo penal + 1 DL –

norma ind/med

Art. 121 CP – Matar alguém

Conduta do agente: Gabriel matou Carlos

Tipicidade material. Princípio da insignificância

Requisitos: (MARI) Ver aula de princípios

1) Mínima ofensividade da conduta

2) Ausência de periculosidade social da ação

3) Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento

4) Inexpressividade da lesão jurídica

Teoria da Tipicidade Conglobante

(Eugênio Raúl Zaffaroni)

Princípio da unidade do ordenamento jurídico

Antinormatividade ≠ ilicitude penal

Obrigação

Condutas

fomento

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I. Cumprimento de um dever jurídico - obrigação

Oficial de justiça

II. Intervenções cirúrgicas

1. COM fins terapêuticos. Fomentadas pela Ordem Jurídica.

Atipicidade conglobante

2. SEM fins terapêuticos. Típicas. Porém, o médico age no exercício regular do Direito

1.Exige consentimento do paciente

2.Se não houver consentimento do paciente, configura lesão corporal dolosa

III. Lesão desportivas

São fomentadas

Dentro das regras do esporte: atipicidade conglobante

Fora das regras do esporte: típicas

Configuram lesões culposas

Salvo no Boxe, que configura lesão dolosa

IV. Princípio insignificância

Grau lesão BJ

Atipicidade conglobante

ILICITUDE

Sinônimo: antijuridicidade

Conceito: relação de contrariedade entre a conduta do agente e o ordenamento jurídico


penal

Formal - norma

Ilicitude

Material – matéria, bem jurídico – lesão perigo

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1ª fase: Função descritiva do tipo penal (Binding. 1906)

proibida

Conduta

mandada

Teoria do tipo avalorada

2ª fase: Função indiciária do tipo penal (Mayer. 1915)

Teoria da ratio cognoscendi TEORIA ADOTADA

Tipo penal x ilicitude

3ª fase: Confusão entre tipo penal e ilicitude (Mezger 1930)

Teoria da ratio essendi

Tipo penal ilicitude

Teoria dos elementos negativos do tipo

Teoria do reconhecimento das normas de cultura (Mayer)

Cultura Estado

Direito – Normas

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