Josué Apolônio de Castro nasceu em 5 de setembro de 1908, na cidade do Recife.
Estudou medicina na Bahia e graduou-se no Rio de Janeiro em 1929. Depois de formado retornou ao Recife onde começou a exercer a profissão voltando- se depois para o campo da nutrição. Em 1932 tornou-se livre docente em Fisiologia na Faculdade de Medicina do Recife com a tese O problema fisiológico da alimentação no Brasil. Na mesma época teve a oportunidade de trabalhar como médico em uma grande fábrica onde pela primeira vez pode avaliar as consequências da fome, então No ano seguinte promoveu o primeiro Inquérito Sobre as Condições de Vida das Classes Operárias no Recife, um estudo pioneiro no país que serviu de modelo para investigações semelhantes em outros Estados e também como uma das bases do movimento que se desenvolvia pela institucionalização do salário mínimo e pelo reconhecimento dos direitos dos trabalhadores, nos anos 30 e 40. foi Livre‐Docente de Fisiologia da Faculdade de Medicina do Recife, participou do grupo que idealizou e fundou a Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais do Recife, onde foi professor Catedrático de Geografia Humana, também foi Professor Catedrático de Antropologia da Universidade do Distrito Federal, Professor Catedrático de Geografia Humana da Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil e chefe da Clínica de Doenças do Aparelho Digestivo e de Nutrição na Congregação da Faculdade de Medicina de Recife. Em 1935, transferiu-se para o Rio de Janeiro onde se vinculou à equipe de educadores e cientistas que lutavam pela transformação do ensino universitário. No Rio de Janeiro, abriu seu consultório médico como clínico e especialista em doenças de nutrição em 1936 e o manteve até 1955. Radicado no Rio de Janeiro, clinicando, lecionando e estudando, Josué de Castro passou a ter atuação destacada em políticas públicas: foi eleito Presidente da Sociedade Brasileira de Nutrição e criou o Serviço de Alimentação da Previdência Social (SAPS), participou da fundação do Instituto de Nutrição da Universidade do Brasil do qual tornou-se o primeiro diretor do atual Instituto de Nutrição Josué de Castro da Universidade Federal do Rio de Janeiro e ainda foi eleito Presidente do Conselho da Organização para a Alimentação e a Agricultura das Nações Unidas (FAO). É também designado diretor do Serviço Técnico de Alimentação Nacional (STAN), para nele desenvolver a área de tecnologia alimentar. Em 1945, o STAN foi substituído pela Comissão Nacional de Alimentação (CNA), que Josué de Castro dirigiu até 1954. Em 1950 recebeu condecorações como professor Honoris-Causa da Universidade de San Domingos, na República Dominicana, e da Universidade de San Marcos, no Peru. Toda essa excelência científica levou Josué de Castro a expor suas idéias em dezenas de países, onde pregou contra a miséria, contra o subdesenvolvimento e suas consequências sobre as populações em todos os continentes. Entre as décadas de 1930 e 1970 teve uma ascendente atuação social e política, exerceu o mandato de Deputado Federal pelo Estado de Pernambuco, entre 1954 a 1962 e em seguida, foi Embaixador do Brasil na ONU em Genebra, de 1962 a 1964. No entanto sua trajetória foi interrompida em 9 de abril de 1964, em virtude do golpe militar foi destituído do cargo de embaixador-chefe em Genebra e logo depois teve seus direitos políticos cassados por 10 anos. No exílio em Paris, também foi professor e integrou varias Associações e Academias no Brasil e no Exterior e pesar de não ser geógrafo de formação tornou-se um dos maiores pensadores da Geografia, em virtude, principalmente, das obras Geografia da Fome e Geopolítica da Fome. Inaugurou a vertente social da nutrição, abriu as portas para analisar a fome, os seus efeitos e por consequência, tornou-se um estudioso desse assunto. Dedicou toda a sua vida, toda a sua trajetória pessoal, política e profissional à causa do combate à miséria, do combate à fome. Seu trabalho foi um divisor de águas para a história da nutrição no Brasil. Faleceu em Paris, no exílio a que fora condenado pelo regime militar brasileiro, ao completar 65 anos, em 1973.