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PLANEAMENTO
E
CONTROLO DE GESTÃO
Curva da Experiência
Equipa docente:
Alexandra Domingos
Ano letivo 2023/2024 – 5º semestre
Rita Silva
INTRODUÇÃO
Num contexto de mercado concorrencial ou competitivo, para
poderem obter lucros e sustentabilidade a longo prazo, as empresas
precisam de gerir e dominar os custos dos seus produtos/serviços.
Se, por exemplo, uma determinada empresa pretender implementar
uma estratégia de liderança pelos custos, terá de colocar os seus
produtos no mercado a custos inferiores aos dos seus concorrentes
e, neste sentido, tornar-se-á fundamental compreender a evolução
dos custos dos seus produtos.
A curva de experiência é um instrumento útil para ajudar os
gestores a formalizar uma estrutura de custos concorrenciais,
uma vez que estabelece uma relação empírica entre as variações dos
custos e o volume acumulado de produção.
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HISTÓRIA
O conceito de curva de experiência é baseado na curva de
aprendizagem e foi verificado pela primeira vez em 1925, na
indústria aeronáutica: os responsáveis pelo projeto constataram que
o nº de horas de trabalho-homem decresciam a um ritmo regular ao
longo do tempo. Verificou-se que a planificação da produção de
aviões incorporava uma melhoria progressiva e contínua que se
situava ao nível de 80%.
De salientar que a noção de curva de experiência difere de curva
de aprendizagem que descreve uma redução no número de horas
de trabalho diretas pela aprendizagem das tarefas por parte dos
trabalhadores. Pelo contrário, a curva de experiência não se aplica
exclusivamente às horas de trabalho mas a todo o processo
envolvido.
HISTÓRIA
Embora remonte a 1925, somente em 1965-1966, é que a consultora
americana BCG (Boston Consulting Group) começou a evidenciar as
funções e a importância da curva de experiência.
A análise da BCG em relação à curva de experiência e face ao
declínio dos custos totais e unitários, era que este era devido a:
• economias de escala
• aprendizagem organizacional
• inovação tecnológica
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INTRODUÇÃO
A curva de experiência aplica-se à maioria das atividades e à
maior parte dos setores.
É um modelo matemático, tendo, porém, limitações, pelo que, não
deve ser utilizada de forma cega e sistemática.
As curvas deverão ser aplicadas a custos e a preços reais,
ajustados à inflação, ou seja, deve ser aplicado um índice para
gerar custos e preços em diferentes pontos de tempo, numa base
comparável.
As curvas devem ser aplicadas tendo por base a experiência
acumulada e não o tempo de calendário.
Esta curva pode, assim, apoiar os decisores das empresas a
planificar a produção e outras atividades numa ótica de melhoria
progressiva, a elaborar os orçamentos, a analisar os custos e até
a definir a sua estratégia.
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REPRESENTAÇÃO GRÁFICA
x = 2-a
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REPRESENTAÇÃO GRÁFICA
EXEMPLO
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EXEMPLO
O EFEITO DA EXPERIÊNCIA E DA
APRENDIZAGEM
Desta forma, todas as curvas de experiência apresentarão declive
negativo e esse declive será representado por uma constante a,
designada por taxa de aprendizagem (learning rate) que representa
a elasticidade do custo unitário em relação ao volume de produção
acumulada.
A curva de experiência também pode ser representada
matematicamente através de uma equação exponencial,
relacionando os custos unitários (Ct/Co), no momento “t” e no
momento “0” e o crescimento da produção acumulada:
𝐶𝑡 𝑃𝑡
=
𝐶𝑜 𝑃𝑜
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O EFEITO DA EXPERIÊNCIA E DA
APRENDIZAGEM
O modelo da curva de experiência é, então, um modelo
matemático que pode ser utilizado para calcular o custo
previsível para determinado nível de produção, sendo que:
O crescimento da produção é expresso pela relação entre a
produção acumulada no momento “t” e no momento “0”:
Pt / P0
Por sua vez, a relação dos custos unitários quando a
produção duplica, é a seguinte:
Ct / Co
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O EFEITO DA EXPERIÊNCIA E DA
APRENDIZAGEM
Através do conceito inicial de curva da experiência: ao duplicar a
produção acumulada, o custo médio unitário reduz na percentagem
da curva da experiência, o valor da constante a será obtido da
seguinte forma: x = 2-a
Esta função exponencial resolve-se transformando numa função
linear e utilizando os logaritmos: Log (x) = -a * Log (2)
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O EFEITO DA EXPERIÊNCIA E DA
APRENDIZAGEM
Salienta-se que a redução que pode ser obtida pelo efeito da
experiência depende da indústria em causa e é influenciada pela
taxa de crescimento do mercado onde a empresa se encontra
inserida.
Assim sendo, a capacidade de reduzir o custo é maior nas
indústrias com efeito de experiência mais forte e em mercados em
mais rápido desenvolvimento.
O EFEITO DA EXPERIÊNCIA E DA
APRENDIZAGEM
A interpretação da curva de experiência permite compreender:
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IMPLICAÇÕES ESTRATÉGICAS
A redução do custo unitário acompanhada do aumento da produção é
uma variável fundamental para a conquista de uma posição dominante no
mercado.
Com efeito, a empresa líder do mercado goza de uma vantagem
competitiva superior à dos seus concorrentes
IMPLICAÇÕES ESTRATÉGICAS
Uma das formas de melhoria para uma empresa em situação
desfavorável é a agressividade.
Bruce Henderson, fundador da BCG, defende este ponto de vista,
propondo a designada regra de três e quatro:
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IMPLICAÇÕES ESTRATÉGICAS
Assim, Henderson sugere:
• Com um grande número de concorrentes, uma seleção dos
melhores é quase inevitável, na ausência de controlo externo
sobre a concorrência;
• Todos os concorrentes que queiram sobreviver deverão crescer
mais rapidamente do que o mercado;
• Os perdedores terão cash flows mais negativos quando
experimentam melhorar;
• À exceção dos dois maiores concorrentes, todos os restantes
serão perdedores e finalmente eliminados.
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IMPLICAÇÕES ESTRATÉGICAS
Michael Porter defende três estratégias para que uma empresa
se situe no mercado:
2. Diferenciação
• Produtos diferentes, a fim de adquirir vantagem competitiva
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IMPLICAÇÕES ESTRATÉGICAS
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Resolução do integral:
x a 1 x 1 a
x a
a 1 1 a
p
x 1 a p 1a k 1 a
b* b *
1 a k 1 a 1 a
Por sua vez, a resolução do integral faz com que fiquemos com a
seguinte expressão:
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p 1 a k 1 a
b*
1 a 1 a
Sendo:
• b = custo do 1º lote ou lote de referência = obtém-se através da multiplicação
de P0*C0
• p = nº de lotes correspondente à produção acumulada final = obtém-se
dividindo a produção acumulada do final do intervalo em análise pela produção
acumulada de referência
• k = nº de lotes correspondente à produção acumulada inicial = obtém-se
dividindo a produção acumulada do início do intervalo em análise pela produção
acumulada de referência
• a = elasticidade produção acumulada/custo unitário ou declive
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• Ferreira, D.; Caldeira, C.; Asseiceiro, J.; Vieira, J. e Vicente, C. (2019). Contabilidade de Gestão –
Estratégia de Custos e de Resultados – casos práticos – volume I, 1ª edição, Rei dos Livros, Lisboa.
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