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e suas funções, de acordo com o que prevê a CF/88. Vimos que a República Federativa
do Brasil é formada por três Poderes organizados e independentes entre si: Poder
Legislativo, Poder Executivo e Poder Judiciário.
Vamos agora conhecer um pouco mais sobre o Ministério Público? Afinal, nesta
Seção você está agindo como um membro desta importante Instituição.
De acordo com o que preleciona o art. 127 da CF/88, o Ministério Público é uma
instituição independente, de caráter permanente, o que significa que não pode ser extinta,
qual tem como objetivo maior a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos
interesses sociais e individuais indisponíveis.
Como função essencial à Justiça que é, rege-se por alguns princípios institucionais
previstos na própria Constituição, elencados no art. 127, §1º:
PONTO DE ATENÇÃO
O princípio institucional da Unidade não quer, de forma alguma, dizer que só existe um
Ministério público, como aduz o art. 128, existem divisões. O princípio se refere à unidade dentro
de um mesmo órgão.
Por exemplo, todos os membros do Ministério Público Federal integram esse órgão e estão
submetidos a uma mesma direção. Já os membros do Ministério Público Estadual integram um
órgão distinto e estão submetidos a uma chefia diferente em cada Estado da Federação.
A maioria das competências do Ministério Público está descrita no art. 129 da CF/88,
entretanto, não se trata de um rol exaustivo, o legislador infraconstitucional pode
estabelecer outras competências, desde que compatíveis com a sua missão institucional.
O inciso I do referido dispositivo atribui ao Ministério uma das suas funções mais
usuais e conhecidas, que é a titularidade privativa para propor a propositura da ação
penal pública. Porém, o Ministério Público também exerce um importante papel no âmbito
civil, possuindo ampla competência para agir na defesa de interesses sociais e individuais
indisponíveis, nesse sentido, possui, por exemplo, competência para a promoção de ação
civil pública e de inquérito civil para a apuração de violações a interesses difusos e
coletivos (art. 129, III).
No art. 178 prevê as hipóteses em que o Ministério Público atuará como fiscal da lei
durante o curso de um processo judicial, seguinte sentido:
PONTO DE ATENÇÃO
Quanto a forma da referida peça opinativa, por óbvio, como qualquer peça jurídica, ela
precisa seguir alguma formalidade, entretanto, possui forma livre, devendo, em regra,
possuir um cabeçalho, o relatório dos fatos, a fundamentação jurídica que embasam a
convicção exposta, e a conclusão onde será resumida a opinião do parecerista e, ao final, a
sua assinatura.
Os pareceres ministeriais, por sua vez, não vinculam o Poder Judiciário, como
dito, são peças opinativas. Entretanto, são de importância fundamental para esses
processos, pois representam em sua essência a garantia da legalidade do feito, já
que a atuação do Ministério Público deve ser imparcial, optando sempre pela
promoção da Justiça e visando garantir a correta aplicação da norma.
Dessa forma, sempre que uma ação judicial envolver situações elencadas no
art. 178 do CPC, a intimação do Ministério Público para atuar como fiscal da lei será
obrigatória, devendo o mesmo se manifestar nos autos através de parecer opinativo.
PONTO DE ATENÇÃO
No art. 6º, §4º a Lei já lhe atribui três funções distintas: acompanhar a ação,
apressar a produção de provas e promover a responsabilidade civil e criminal,
daqueles que incorrerem nela. Veja que, em um mesmo artigo, há a previsão da sua
atuação como custos legis (fiscal da lei) – agilizar a produção de provas e
acompanhar a ação – e como parte quando da promoção da ação penal e da ação
de responsabilidade civil.
Por sua vez, o art. 9º da Lei prevê a possibilidade do órgão ministerial assumir
o lugar da parte autora quando a mesma desistir da ação ou der motivo à absolvição
da mesma. Nessa situação, o Ministério Público atuará como parte da ação e não
como fiscal da lei.
Acompanhar a ação
Apressar a produção de
provas
Cuidar do cumprimento da
Intimação Obrigatória
requisição de documentos
Ação Popular do MP (art.7º, I, ‘a’)
Promover ação de
responsabilidade civil e
criminal
PONTO DE ATENÇÃO
O art. 6º, §4º da Lei da Ação popular, ao mesmo tempo que atribuiu funções ao Ministério
Público, também veda que o mesmo assuma a defesa do ato impugnado ou dos seus autores. Isso não
significa, aluno, que quando o órgão ministerial tiver que se pronunciar sobre o mérito da ação após a
fase probatória, não poderá levantar eventuais vícios da ação ou outras matérias mesmo que
contrárias ao autor.
Isso porque, invariavelmente, o Ministério Público deve agir objetivando a correta aplicação da
norma, a defesa do interesse público e o alcance da Justiça, conforme o papel que a Constituição l he
atribui. Logo, o que a lei proíbe é que o Ministério Público assuma a defesa, entretanto nada i mpe de
que ele opine em sentido contrário do argumentado pelo autor e entenda pela legalidade do ato
impugnado, até mesmo porque está amparado pelo princípio da independência funcional, que
permite a formação do seu livre convencimento, desde que em consonância com a lei e objetivando a
defesa do interesse público e social.
De acordo com o que foi solicitado a você em nosso contexto, sabemos que
a peça prática processual a ser elaborada é uma peça opinativa, ou seja, ela deve
refletir o entendimento jurídico do membro do Ministério Público nos autos da Ação
Popular posta em causa.
Mãos à obra!