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Aula 12

Economia p/ TCE-SC - Auditor Fiscal de Controle Externo - Cargo 4 - Economia

Professores: Heber Carvalho, Jetro Coutinho


Economia p/ TCE-SC
Teoria e exercícios comentados
Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 12

AULA 12 – 2.11 Modelo IS-LM. 2.12 Políticas


fiscal e monetária. 2.13 Relações entre inflação,
juros e o resultado fiscal. 3.4 Políticas fiscal e
monetária. 3.4.1 Outras políticas econômicas.

SUMÁRIO RESUMIDO PÁGINA


IS-LM na economia fechada 02
Curva IS 03
Deslocando a curva IS 05
Inclinação da curva IS 08
Curva LM 12
Deslocando a curva LM 13
Inclinação da curva LM 16
Equilíbrio e políticas fiscal e monetária 19
Efeito deslocamento (crowding out) 23
Eficácia das políticas fiscal e monetária 25
Casos especiais (armadilha da liquidez, caso clássico, etc) 30
IS-LM na economia aberta (modelo Mundell-Fleming) 35
Os déficits gêmeos 48
Resumão da Aula 50
Exercícios comentados 53
Lista de questões apresentadas na aula 87
Gabarito 96

Olá caros(as) amigos(as),

Hoje, aprenderemos o modelo IS-LM, que guarda estreita relação


com os estudos das políticas fiscal, monetária e cambial. O modelo
também guarda profunda relação com a avaliação dos gastos
governamentais. Ao longo da teoria, veremos diversas situações em que
as políticas fiscais e/ou monetárias são eficazes para aumentar o nível do
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produto, e outras situações em que não são.

E aí, todos prontos?! Então, aos estudos!

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MODELO IS-LM

Na aula 10, nós vimos o modelo keynesiano de determinação da


renda. Naquele modelo, nós adotamos algumas simplificações bastante
rigorosas e difíceis de serem verificadas na “vida real”. Tais simplificações
dizem respeito ao fato de considerarmos o nível de preços e a taxa de
juros constantes.

Por isso, aquele modelo é também chamado de modelo keynesiano


simplificado, onde a renda (Y) da economia não depende ou não leva em
conta as taxas de juros e o nível de preços. Nesta aula, nós relaxaremos a
primeira hipótese e consideraremos o papel da taxa de juros na
determinação da renda para uma economia fechada, donde surge o
modelo IS-LM (também chamado de modelo Keynesiano Generalizado).
Em um segundo momento, nós incluiremos o resto do mundo na análise
IS-LM, dando origem a um outro modelo, chamado de modelo de modelo
Mundell-Fleming, que é nada mais que o modelo IS-LM na economia
aberta. Em todo o caso, tal modelo nos serve para analisarmos os efeitos
das políticas de governo em relação ao nível de renda e taxa de juros da
economia.

Como o modelo IS-LM é uma extensão do modelo keynesiano


simplificado, vale a pena relembrarmos a condição que define o equilíbrio
da economia, segundo aquele estudo realizado: a renda da economia (Y)
se equilibra quando o investimento é igual à poupança (ou quando a
oferta agregada é igual à demanda agregada). Esta condição reflete o
equilíbrio da demanda agregada, ou simplesmente o equilíbrio do lado
real da economia, ou ainda, o equilíbrio no mercado de bens e serviços.
Desse equilíbrio, surge a curva IS (investiment=saving1). Assim, temos o
seguinte:

Equilíbrio no mercado de bens e serviços => equilíbrio no lado


real da economia => investimento é igual à poupança => curva IS
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Nesta primeira parte do estudo deste modelo, nós incluiremos a


taxa de juros no modelo keynesiano. A partir dessa inclusão, surge a
necessidade de contrapormos ao mercado de bens o mercado de moeda
(mercado monetário); e o equilíbrio no mercado de moeda acontece
quando a oferta de moeda é igual à demanda de moeda. Deste equilíbrio,
surge a curva LM. Assim, temos o seguinte:

Equilíbrio no mercado de moeda => equilíbrio no lado monetário


da economia => demanda é igual à oferta de moeda => curva LM

1
Traduzindo para o Português: investimento=poupança.

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A sigla LM deve-se aos termos em inglês para demanda e oferta de
moeda. Demanda de moeda = Liquidity; oferta de moeda = Money.
Assim, a curva LM significa: liquidity=money.

Feita esta breve introdução, faremos um estudo pormenorizado das


curvas IS e LM, considerando primeiramente uma economia fechada.
Neste estudo, veremos mais detalhadamente o que cada curva significa, o
que faz com que elas mudem de lugar e o que faz com que suas
inclinações sejam alteradas. Após a análise separada de cada curva,
trabalharemos com o equilíbrio simultâneo e a análise das eficácias das
políticas fiscal e monetária. Por último, incorporaremos ao nosso modelo o
resto do mundo, supondo então uma economia aberta. Nesta última, a
política cambial assumirá importantes contornos.

1. IS-LM NA ECONOMIA FECHADA

1.1. Curva IS – o equilíbrio no mercado de bens

A curva IS representa o equilíbrio no mercado de bens e serviços,


mostrando todos os pontos para os quais I (investment) = S (saving).
Necessitamos agora definir o que influencia estes agregados: o
investimento é função da taxa de juros, enquanto a poupança é função da
renda.

Observe que no modelo keynesiano simplificado aprendido na aula


10, nós vimos que o investimento era dependente da renda (basta ver a
função investimento, item 3.1.2). Naquela ocasião, era suposição daquele
modelo que a taxa de juros era constante. No entanto, no modelo IS-LM,
nós consideramos a taxa de juros como um elemento ativo no modelo.
Desta forma, considere, a partir deste momento, que o investimento é
dependente da taxa de juros.

Quanto maior a taxa de juros, menor será o investimento. Isto é


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algo bem intuitivo: quanto mais altas forem as taxas de juros, menos os
empresários vão querer investir no aumento da capacidade produtiva da
economia, e mais eles vão querer investir no mercado financeiro para
auferir lucros provenientes dos juros altos. Em contrapartida, se os juros
forem baixos, os empresários preferirão investir no aumento da
capacidade produtiva a colocar seu dinheiro no mercado financeiro.
Assim, nota-se que o investimento é função inversa (ou
decrescente) da taxa de juros: quando esta aumenta, aquele diminui;
e vice-versa.

O outro componente da curva IS, a poupança (S), será função da


renda. Quanto maior a renda da economia (Y), maior será a poupança
(S); quanto menor a renda, menor a poupança. Esta relação também é

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bastante intuitiva: quanto mais se tem de renda, obviamente, mais
dinheiro sobra para se poupar; o inverso também é verdade, quanto
menos se tem de renda, menos sobrará para a poupança. Assim, nota-se
que a poupança é função direta (ou crescente) da renda.

Podemos então apresentar o seguinte quadro resumindo as relações


entre investimento x taxa de juros; poupança x renda:

Juros2 (i/r) Renda (Y)


r e I
Investimento (I) -
r e I
Y e S
Poupança (S) -
Y e S

O modelo IS-LM é quase que inteiramente trabalhado com auxílio


de gráficos. O uso deles facilitará bastante nosso trabalho e será
necessário caso você queira aprender a matéria e ser um exímio
acertador de questões. Assim, já se acostume com o diagrama deste
modelo, onde teremos, no eixo vertical do gráfico (ou eixo Y, ou eixo das
ordenadas), a variável i (taxa de juros) e, no eixo horizontal (ou eixo X,
ou eixo das abscissas), a variável Y (=renda/emprego/produto/demanda
agregada3). Veja como exemplo a figura 01.

Neste diagrama, a curva IS possui inclinação negativa,


descendente, decrescente ou podemos dizer também que ela é inclinada
para baixo. Isto é explicado pelo fato de a renda da economia, no
mercado real, possuir uma relação inversa com a taxa de juros. Quanto
maior a taxa de juros, menor será o investimento. E quanto menor for o
investimento, menor também será a renda, afinal o investimento é um
dos agregados integrantes da renda da economia. Como estamos
considerando que a economia é fechada, temos que a renda será:
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Y=C+I+G

Taxas de juros altas significam I baixo, e I baixo significa Y baixo.


Assim, temos uma relação inversa entre os juros (i) e a renda (Y) e isso
acaba tornando a curva IS negativamente inclinada. Veja a figura 01:

2
A variável taxa de juros interest rate
(taxa de juros).
3
Nesta aula, quando falamos em renda, devemos entender o termo em sentido amplo, de modo
que renda, produto, nível de emprego, despesa/demanda agregada tenham significados
equivalentes.

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iA A
A curva IS é negativamente
Figura 01 inclinada devido à relação
inversa entre o investimento
e a taxa de juros.

iB B

Y
YA YB

No ponto A, quando a taxa de juros é iA, a renda da economia é YA.


Ao reduzir a taxa de juros para iB, o investimento é aumentado, tendo em
vista ele ser inversamente relacionada aos juros. Em virtude do aumento
do investimento, a renda também aumenta. Na figura 1, a renda é
aumentada de YA para YB.

Apesar de a curva IS significar a curva/reta para a qual temos a


igualdade entre poupança e investimento, veja que quem realmente dá o
“tom”, ou realmente “manda” na curva IS é o investimento, pois é ele
quem influenciará diretamente a renda economia, uma vez que a renda é
o somatório de C, G e I.

Agora que entendemos o “jeito” da curva IS, vendo que ela é


negativamente inclinada e significa o equilíbrio no mercado de bens, ou
no lado real da economia, nós veremos nos próximos dois itens o que faz
com que esta curva seja deslocada e/ou tenha sua inclinação alterada.

1.1.1. Deslocando a curva IS

Quando variamos as taxas de juros, como nós fizemos no caso da


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figura 01, nós nos deslocamos ao longo da curva IS. Veja que estas
alterações dos juros fazem com que façamos movimentos ao longo da
curva, sem que haja qualquer alteração do posicionamento da mesma.
Assim, em primeiro lugar, devemos entender que alterações das taxas de
juros não deslocam a curva IS.

Para que a curva IS seja deslocada ou empurrada para a direita ou


para a esquerda, é necessário que haja alterações da renda (Y) para a
mesma taxa de juros. Como Y=C+I+G, então, qualquer alteração em C, I
ou G fará a nossa curva IS ser deslocada, pois qualquer alteração em C,
I, e G alterará a renda (Y).

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Por exemplo, suponha que o governo decida aumentar os gastos
públicos (G). Naturalmente, haverá aumento de Y. Para refletirmos essas
mudanças no gráfico, será necessário deslocar toda a curva IS para a
direita, no sentido do aumento da renda4. Veja a figura 02:

Após o aumento de G, ocorre


o aumento de Y para a mesma
taxa de juros (i). Assim,
devemos deslocar a curva IS
para a direita, no sentido do
Fig. 02 aumento de Y.

i
IS2
IS1
IS1
Y1 Y1 Y2

Como Y=C+I+G, nós temos que qualquer aumento em C, I ou G


fará aumentar a renda (Y) e, consequentemente, empurrará a curva IS
para a direita. Ao mesmo tempo, como a curva IS é negativamente
inclinada, o deslocamento para a direita também faz com que ela seja
deslocada para cima. Ou seja, no nosso exemplo, o aumento de G fez
com que a curva IS fosse deslocada para a direita e para cima.

De forma análoga, qualquer redução em C, I ou G fará com que a


renda (Y) diminua e, consequentemente, a curva IS seja deslocada para a
esquerda, no sentido da redução de Y. Ao mesmo tempo, em virtude da
inclinação negativa de IS, o deslocamento para a esquerda também faz
com que ela seja deslocada para baixo. Assim, qualquer redução de C, I
ou G faz com que a curva IS seja deslocada para a esquerda e para baixo.

Decore apenas que alterações no sentido do aumento de renda


deslocam a curva para a direita, enquanto alterações no sentido da
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redução da renda deslocam a curva para a esquerda. O fato de a curva ir


para cima ou para baixo será puro reflexo da sua inclinação.

Vejamos graficamente o que ocorre com a curva IS se o governo


decide aumentar a tributação sobre as pessoas. Na aula 10, item 3.1.1,
nós vimos que a função consumo tem o seguinte formato C=C0+c(Y – T).
Assim, o aumento de T faz com que o consumo (C) diminua. Isto, por sua
vez, fará reduzir a renda. Concluímos então que o aumento de T faz
reduzir a renda Y e a curva IS será deslocada para a esquerda. Vejamos
isso na figura 03:

4
Como a renda (Y) aumenta para a direita, nós devemos deslocar a curva IS para a direita caso
queiramos representar graficamente a consequência do aumento de renda sobre a curva IS.

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Após o aumento de T, ocorre


redução de C e, em razão
disso, há redução de Y para a
mesma taxa de juros (i).
Assim, devemos deslocar a
Fig. 03 curva IS para a esquerda, no
sentido da redução de Y.

i
IS1
IS2
IS1
Y1 Y2 Y1

As decisões do governo têm grande impacto sobre a curva IS, uma


vez que ele controla totalmente o agregado G e ainda possui grande
influência sobre o agregado C. Este é influenciado pelo governo por meio
da política de tributação (T) e transferências5 (R). Quanto maior a
tributação, menor o consumo e menor a renda, e vice-versa. Quanto
maiores as transferências, maior o consumo e maior a renda, e vice-
versa.

Pelo fato de a política de gastos do governo influenciar bastante o


posicionamento da curva IS, é muito comum encontrarmos em muitos
textos a afirmação de que a curva IS é influenciada ou reflete a
política fiscal do governo, o que é inteiramente verdade, conforme
vimos. Se a política fiscal for expansiva6 (aumento de G e/ou R, ou
redução de T), a curva IS será deslocada para a direita. Se a
política fiscal for restritiva7 (redução de G e/ou R, ou aumento de
T), a curva IS será deslocada para a esquerda.

Então, finalizando o tópico, podemos entender que a curva IS será


deslocada para a direita ou para a esquerda se houver, respectivamente,
aumento ou redução da renda (Y) e, obrigatoriamente, este aumento ou
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redução for provocado por alterações em C, I ou G. Por outro lado,


alterações das taxas de juros (i) não deslocam a curva IS, mas apenas
provocam deslocamentos ao longo da curva.

5
Denominam-se transferências pela letra R devido ao termo em inglês: replacement. Um exemplo
de transferências seria o programa bolsa-família do governo federal. Quanto maior o R, maior será o
C e, consequentemente, maior a renda (Y).
6
Política fiscal expansiva é o mesmo que política expansionista ou inflacionária.
7
É o mesmo que política anti-inflacionária ou recessiva.

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1.1.2. Inclinação da curva IS

A inclinação da curva IS depende basicamente de dois fatores:

i. A sensibilidade do investimento em relação à taxa de juros;


ii. A propensão marginal a consumir.

Vejamos em maiores detalhes os dois fatores, a começar pelo


primeiro:

i. Sensibilidade investimento x taxa de juros

Quanto ao primeiro caso, nós podemos dizer que, em economia, o


termo comumente usado para se referir à sensibilidade com que uma
variável muda em resposta à variação de outra variável é chamado
elasticidade. Assim, entenda que elasticidade=sensibilidade. Veja que o
raciocínio é idêntico àquele apresentado na Microeconomia, quando
estudamos a oferta e a demanda. Apenas estamos mudando as variáveis
em jogo, mas a ideia é a mesma.

Quanto maior a elasticidade (sensibilidade) da demanda do


investimento em relação à taxa de juros, menos inclinada (mais
horizontal ou achatada) será a curva IS. Por outro lado, quanto menor a
elasticidade da demanda do investimento em relação à taxa de juros,
mais inclinada (mais vertical) será a curva IS. Veja a figura 04:

Figura 04

i=i2 – i1

i1 I
Y=Y2 – Y1
i2 22145164766

IS
Y=Y2 – Y1
IS

Y1 Y2 Renda (Y) Y1 Y 2

a) Investimento é mais b) Investimento é menos


elástico à taxa de juros elástico à taxa de juros

No diagrama a, o investimento é mais elástico (mais sensível) à


taxa de juros do que no diagrama b. Naquele, uma pequena variação da
taxa de juros ( i) provoca uma variação proporcionalmente maior no
investimento ( I > i). Como a variação no investimento é grande, a
variação na renda ( Y) também é grande. Ou seja, quando a curva IS é

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mais horizontal ou achatada, o investimento é mais elástico (ou menos
inelástico) em relação à taxa de juros e uma pequena variação nos juros
induzirá uma grande variação no investimento e, portanto, na renda.

Por outro lado, quando a curva IS é mais inclinada ou vertical, como


no diagrama b, uma variação na taxa de juros provoca uma variação
menor no investimento que aquela verificada em no diagrama a, de forma
que a variação proporcional na renda seja menor que a variação na taxa
de juros ( Y < i). Isto acontece porque o investimento é inelástico
(pouco elástico) à taxa de juros.

Existe um bizú para identificarmos, no gráfico, quando a


elasticidade de uma variável em relação a outra é grande ou pequena.
Basta vermos o ângulo com que a curva/reta de uma variável intercepta o
eixo da outra variável. Por exemplo, no diagrama a, o ângulo com que a
curva IS intercepta o eixo Y, onde temos a taxa juros, é bem maior que o
ângulo do diagrama b. Logo, a elasticidade do investimento em relação à
taxa de juros é maior em a, pois o ângulo entre a curva IS e o eixo da
taxa de juros é maior em a.

Quando o ângulo é máximo (90º), a elasticidade é máxima (é


infinita) ou dizemos também que o investimento é perfeitamente ou
totalmente elástico. Quando o ângulo é mínimo (a retas são paralelas), a
elasticidade é mínima (é igual a zero), ou podemos dizer que o
investimento é perfeitamente inelástico à taxa de juros (totalmente
insensível à taxa de juros). Observe a figura 05:

Figura 05

i IS

Curva IS do modelo
keynesiano simplificado,
IS onde o investimento não
. 22145164766
depende (é totalmente
inelástico) da taxa de
juros.

Y Y
a) Investimento é perfeitamente b) Investimento é perfeitamente
elástico à taxa de juros inelástico à taxa de juros

Veja que, quanto mais horizontal é a curva IS, maior será o seu
ângulo em relação ao eixo onde está a taxa de juros, logo, maior será
elasticidade do investimento em relação à taxa de juros. Esse é o caso do
diagrama a, onde a angulação da curva IS em relação ao eixo da taxa de
juros é máxima (ângulo de 90º). De forma inversa, no digrama b, a curva

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IS é vertical e não há ângulo entre ela e o eixo onde está a taxa de juros,
o que indica que não há qualquer elasticidade/sensibilidade do
investimento em relação à taxa de juros.

Observe que a curva IS do diagrama b reflete o caso do modelo


keynesiano simplificado visto na aula 10, em que a renda e o
investimento não sofrem qualquer alteração da taxa de juros (são
totalmente insensíveis/inelásticos), já que é pressuposto daquele modelo
de determinação da renda não levar em conta a presença da taxa de
juros. Para qualquer nível de i, o Y será o mesmo, indicando que Y não
sofre qualquer influência (é totalmente inelástico) da taxa de juros.

Nota  não confunda elasticidade com a inclinação. Por exemplo,


no diagrama a, a elasticidade do investimento em relação à taxa de juros
é alta, pois o ângulo entre a curva IS e o eixo da taxa de juros é alto.
Entretanto, a inclinação da curva IS é baixa, de modo que a curva IS é
achatada ou horizontal. Assim, quando a elasticidade do investimento em
relação aos juros é alta, a inclinação da curva IS é baixa, e vice-versa.

ii. Propensão marginal a consumir

Em primeiro lugar, deve ficar claro que, quando falamos que a


inclinação da curva IS depende da propensão marginal a consumir,
também falamos indiretamente que a mesma depende do multiplicador
de gastos keynesiano. Afinal, quanto maior a propensão marginal a
consumir, maior será o multiplicador, e vice-versa (veja aula 10, item
3.3.2, iii). Assim, podemos dizer também que a inclinação depende do
multiplicador de gastos, o que é mera decorrência de ela depender da
propensão marginal a consumir.

Se a propensão marginal a consumir ou o multiplicador de gastos


forem elevados, qualquer mudança nos investimentos provocada por
variações nas taxas de juros causará grande variação na renda. Assim,
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quando o multiplicador de gastos é elevado, uma pequena variação nos


juros ( i pequeno) causa uma grande variação na renda ( Y grande), e
isso acontece quando a curva IS é mais achatada ou horizontal, conforme
se observa na figura 04, diagrama a. Se o multiplicador e a propensão
marginal a consumir são baixos, uma alteração nos juros provocará uma
variação proporcionalmente menor sobre a renda e a curva IS será mais
inclinada/vertical, conforme se observa na figura 04, diagrama b.

Ressaltamos que, como decorrência das relações postas no


parágrafo anterior, também podemos tecer alguns comentários
relacionando a inclinação da curva IS com a propensão marginal a
poupar. Conforme sabemos, esta é o “contrário” da propensão marginal a
consumir, tendo em vista que o que não é consumido, obviamente, é

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poupado . Assim, quanto maior é propensão marginal a poupar, mais
inclinada (mais vertical) será a curva IS. Ou seja, é o comportamento
contrário ao que se observa na relação entre a inclinação da curva IS e a
propensão marginal a consumir.

Podemos resumir assim os fatores que definem a inclinação da


curva IS:

Elasticidade Propensão Multiplicador


Inclinação da IS de I em marginal a de gastos
relação a i consumir keynesiano
+ inclinada/vertical
+ achatada/horizontal

Por fim, apresentamos um resumo sobre a curva IS.

Curva IS: resumo

1. A curva IS é negativamente inclinada;

2. A curva IS representa o equilíbrio no lado real da economia, ou no


mercado de bens e serviços (investimento=poupança),
representando as combinações de valores de renda e de taxa de
juros que produzem o equilíbrio no mercado real;

3. O investimento é função da taxa de juros; a poupança é função


direta da renda;

4. A curva IS será deslocada para a direita quando houver aumento da


renda Y, sendo que este aumento deve ser provocado por aumentos
em C, I ou G;

5. A curva IS será deslocada para a esquerda quando houver redução


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da renda Y, sendo que esta redução deve ser provocada por


reduções em C, I ou G;

6. A curva IS é afetada pela política fiscal do governo;

7. Alterações da taxa de juros não deslocam a curva IS;

8. A curva IS será pouco inclinada (mais horizontal) quando a


elasticidade da demanda por investimento em relação à taxa de
juros for alta;

8
Conforme vimos na aula 10, a soma das propensões marginais a consumir e a poupar é igual a 01, e
quanto maior uma delas, menor será a outra, e vice-versa.

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9. A curva IS será pouco inclinada quando a propensão marginal a


consumir e o multiplicador de gastos forem altos e propensão
marginal a poupar for baixa.

1.2. Curva LM – equilíbrio no mercado de ativos

Enquanto a curva IS representa o equilíbrio no mercado de bens e


serviços, a curva LM mostra o equilíbrio no mercado de moeda 9 e este,
por sua vez, é atingido quando a oferta (M=Money) e a demanda
(L=liquidity) de moeda se igualam.

A oferta de moeda10 (M/P) é uma variável exógena (externa ao


modelo), pois é determinada ou fixada institucionalmente pela autoridade
monetária. Ou seja, por ser uma variável que não é determinada pelos
parâmetros do modelo (exógena), nós a consideramos fixa. Assim, em
nosso estudo, é a demanda por moeda quem ditará o “rumo” da curva
LM.

Na aula 11, nós vimos que a moeda é demandada por três motivos:
transação, precaução e especulação. Em relação aos dois primeiros, a
demanda por moeda será uma função direta da renda, indicando que,
quanto maior a renda, maior será a demanda por moeda. Em relação ao
terceiro motivo (especulação), a demanda por moeda será função inversa
da taxa de juros, indicando que, quanto maiores forem os juros, menor
será a demanda por moeda. Assim, nós podemos dizer que a demanda
por moeda é, ao mesmo tempo, função crescente da renda e decrescente
dos juros. Segue um quadro com o resumo das relações:

Motivo Variável Relação:


determinante Variável X Demanda de moeda
Transação Renda Direta
Precaução Renda 22145164766
Direta
Especulação Taxa de juros Inversa

Nota  se você teve dificuldades no entendimento do último parágrafo


e/ou do quadro, talvez seja bom reler a aula 11, páginas 03 e 04.

9
Em algumas obras, também é aceito que a curva LM representa o equilíbrio no mercado de ativos,
em alusão ao fato de que estes também servem para satisfazer os motivos pelos quais a moeda é
demandada.
10
Algebricamente, nós indicamos a oferta de moeda pela MP M
N M P REAL de moeda, e ela depende do nível de
preços (P) da economia. Se os preços aumentam, e M
podemos entender que há redução da oferta real de moeda (redução de M/P).

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A curva LM, ao contrário da curva IS, possui inclinação ascendente,
conforme podemos enxergar na figura 06:

i
B
iB
A curva LM é positivamente
inclinada, evidenciando a
Figura 06 relação positiva entre a
demanda de moeda e a
renda e a relação negativa
iA A entre aquela e a taxa de
juros.

Y
YA YB

Quando há um aumento da renda (por exemplo, de YA para YB), há


aumento da demanda de moeda para fins de transação e precaução.
Como a oferta de moeda (=estoque de moeda) é mantida fixa pela
autoridade monetária, isto faz com que haja redução do nível de liquidez
da economia. Em outras palavras, o aumento de renda provoca aumento
da demanda de moeda e esse aumento de demanda não é suprido pela
autoridade monetária. Em virtude disto, o “preço da moeda” aumenta e
este “preço da moeda” é a taxa de juros.

Assim, podemos concluir que o aumento de renda provoca o


aumento de demanda de moeda e também o aumento da taxa de juros.
Logo, como há uma relação direta entre a renda e a taxa de juros (o
aumento daquela provoca o aumento desta), a curva LM será
positivamente inclinada. Na figura 06, o aumento de Y provoca o aumento
de i, segundo o ponto de vista do mercado monetário.

Bem, agora já sabemos que a curva LM é positivamente inclinada,


agora, falta-nos saber o que a desloca e o que altera a sua inclinação.
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1.2.1. Deslocando a curva LM

Basicamente, a curva LM será deslocada em virtude de alterações


na oferta de moeda (que é fixada exogenamente) e na demanda de
moeda. Agora, você pode estar se perguntando se não há uma
contradição entre o que nós dissemos anteriormente (que
consideraríamos a oferta de moeda fixa) e o que estamos dizendo agora
(alterações na oferta de moeda deslocam a curva LM). A resposta é não,
não existe contradição.

Em qualquer modelo econômico em que tenhamos uma curva em


um gráfico e esta curva relacione algumas variáveis, nós observamos que

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somente mudanças nas variáveis exógenas podem provocar o
deslocamento desta curva como um todo.

Na curva IS, por exemplo, aumentos de C, I e G deslocam a curva


IS. Observe que estas variáveis são externas (exógenas) ao modelo da
curva IS, pois não são determinadas no modelo da curva IS. Quando o
governo aumenta os gastos ou reduz a tributação, estas decisões
certamente são externas ao modelo. Por isso, elas deslocam a curva IS
como um todo. Então, quando estas variáveis exógenas mudam a renda
(Y), temos que deslocar a curva IS como um todo. Se houver alteração de
alguma variável endógena da curva IS (alteração de juros ou renda),
temos deslocamento ao longo da curva IS e não da curva inteira.

Apenas para exemplificar, suponha que o consumo da economia


tenha aumentado em virtude do aumento da renda. Será que haverá
deslocamento da curva IS? A resposta é não, pois o que houve, de fato,
foi o aumento da renda, que é variável endógena (interna ao modelo).
Este aumento da variável endógena, por sua vez, aumentou o consumo.
Desta forma, a alteração ocorrida foi de uma variável endógena (aumento
da renda) e não de uma variável exógena, então, não há deslocamento
da curva IS. Por outro lado, quando o governo reduz a tributação
(alteração exógena), há aumento do consumo. Como consequência do
aumento do consumo, empurramos a curva IS para a direita, mas veja
que o acontecimento inicial foi uma alteração de uma variável exógena
(tributação  consumo), indicando que, neste caso, temos que deslocar a
curva IS como um todo. Apenas para clarificar, entenda que, na curva IS,
as variáveis endógenas são os juros (i), a renda (Y), o investimento que é
dependente da taxa de juros (I) e a poupança (S).

O mesmo raciocínio se aplica à curva LM. Apenas mudanças


exógenas (externas ao modelo) podem deslocar a curva LM. No caso
específico desta curva, a oferta de moeda é variável exógena, por
conseguinte, ela tem o efeito de deslocar a curva LM.
22145164766

Alterações da demanda de moeda que sejam exógenas (não sejam


provocadas por alterações dos juros e da renda) também provocam
deslocamento da curva LM. Como exemplo desta situação, temos as
expectativas dos agentes quanto à rentabilidade futura dos títulos. Se as
pessoas têm incerteza quanto à rentabilidade dos títulos, e
entenderem que seus preços vão cair, elas preferirão se desfazer de
títulos e adquirir moeda, de forma que este desejo de adquirir moeda
aumentará a demanda por moeda. Este aumento da demanda por moeda
(preferência pela liquidez) foi provocada por variáveis exógenas, externas
ao modelo (expectativas). Neste caso, ela provocará o deslocamento da
curva LM como um todo.

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De modo resumido, podemos dizer que quando há aumento da
oferta de moeda, fruto da adoção de políticas monetárias expansivas, a
curva LM é deslocada para a direita e para baixo, no sentido do aumento
da renda. Quando há redução da oferta de moeda, fruta da adoção de
políticas monetárias restritivas, a curva LM é deslocada para a esquerda e
para cima, no sentido da redução da renda.

Quando há aumento da demanda de moeda, fruto da mudança de


comportamento das pessoas, a curva LM é deslocada para a esquerda e
para cima, no sentido da redução da renda (e do aumento da taxa de
juros). Quando há redução da demanda de moeda, fruto da mudança de
comportamento das pessoas, a curva LM é deslocada para a direita e para
baixo, no sentido do aumento da renda (e da redução da taxa de juros).

Assim, temos o seguinte em relação aos deslocamentos da curva


LM:

Alteração de variáveis exógenas: Desloca LM para:


Expansiva (aumento
P/ direita e p/ baixo
Política monetária da oferta de moeda)
(oferta de moeda) Restritiva (redução da
P/ esquerda e p/ cima
oferta de moeda)
Alteração da demanda Redução da demanda
P/ direita e p/ baixo
de moeda provocada de moeda
por mudança no
Aumento da demanda
comportamento dos P/ esquerda e p/ cima
de moeda
agentes econômicos

Vale destacar que, dentro da política monetária, nós temos uma


série de itens que devem estar muito bem memorizados na nossa cabeça.
Estes itens foram estudados na aula 11, item 1.4. Se você não os lembra
com perfeição, sugerimos que releia o item citado.

Outro item que desloca a curva LM é a alteração de salários


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nominais. É o que chamamos de efeito Keynes. Este é um fator de


deslocamento da curva LM que você não encontra nos livros tradicionais
de Economia utilizados nos cursos de graduação de Economia (Blanchard,
Mankiw, Dornbusch, Froyen, Vasconcellos, etc), mas, mesmo assim, o
CESPE/Unb já cobrou em algumas provas.

Quando ocorre um aumento nos salários nominais dos


trabalhadores, o custo de produção das mercadorias aumenta. Os
empresários tendem a repassar este aumento de custo para o preço das

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mercadorias. Este aumento de preços, por sua vez, faz com que a
demanda por moeda seja aumentada11.

Conforme vimos, o aumento da demanda por moeda desloca a


curva LM para a esquerda, fazendo a taxa de juros aumentar e a renda
diminuir. Ou seja, o efeito Keynes nos diz que o aumento de salários
nominais desloca a LM para a esquerda, aumentando os juros e
reduzindo a renda.

E isto é explicado basicamente pelo aumento de preços provocado


pelo repasse de aumento do custo de salários. Este aumento de preços
aumenta a demanda por moeda, deslocando a curva LM para a esquerda.

Agora, vejamos um exemplo de aplicação para treinar (você verá na


prática que é mais fácil do que parece):

O que acontecerá com a curva LM se o BACEN decidir reduzir a taxa


do redesconto que é cobrada dos bancos comerciais e estes, em virtude
disto, aumentarem o montante das operações de redesconto?

Se o BACEN reduz a taxa do redesconto, e isso faz com que os


bancos comerciais aumentem as operações de redesconto, isto significa
que haverá mais dinheiro (mais oferta de moeda) circulando na
economia. Isto configura um caso de política monetária expansiva, que,
com certeza, deslocará a curva LM para a direita e para baixo, no sentido
do aumento da renda, conforme se observa na figura 07:

Após o aumento das


operações de redesconto,
haverá mais moeda
circulando (mais oferta de
moeda), de forma que a curva
LM será deslocada para a
direita e para baixo.
LM1
22145164766

Fig. 07 LM1 LM2

Y1 Y1 Y2

Outro exemplo: o que acontecerá com a curva LM se o governo


aumentar a exigência de depósitos compulsórios?

11
No item 1.2 (Demanda por moeda), na aula sobre moeda, nós explicamos por que o aumento de
preços faz a demanda por moeda aumentar.

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Se os bancos comerciais são obrigados a depositar
compulsoriamente mais dinheiro no BACEN, isto significa que sobrará
menos dinheiro para ser emprestado (e multiplicado) ao público, de forma
que teremos neste caso menos moeda circulando na economia (política
monetária restritiva). Veja a consequência sobre a curva LM:

Após o aumento da exigência


de depósitos compulsórios,
haverá menos moeda
circulando (menos oferta de
moeda), de forma que a curva
LM será deslocada para a
esquerda e para cima.
LM2
Fig. 08 LM1 LM1

Y1 Y1 Y2

1.2.2. Inclinação da curva LM

Já sabemos que a curva LM é positivamente inclinada, mas quando


será que ela é muito ou pouco inclinada? Os fatores que afetam a
inclinação da curva LM são as elasticidades da demanda de moeda em
relação à renda e à taxa de juros.

Na curva IS, nós vimos que a elasticidade da demanda de


investimento em relação à taxa de juros é um dos fatores que define a
inclinação da IS, isto porque o investimento é função da taxa de juros. Na
curva LM, porém, a demanda de moeda é função de dois fatores (renda e
juros), assim, nós analisamos a elasticidade da demanda de moeda em
relação a duas variáveis (renda e juros).
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Quanto maior a elasticidade da demanda de moeda em relação à


renda (quanto maior for o ângulo entre a curva LM e o eixo onde está a
renda), maior será a inclinação da curva LM (mais ela será vertical).
Neste caso, uma pequena variação na renda levará a uma grande
expansão na demanda de moeda, o que provocará uma maior elevação
na taxa de juros para compensá-la. É o caso da figura 09, diagrama b.

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Figura 09

LM
i

LM
i2
i1

Y1 Y2 Renda (Y) Y1 Y 2

a) Demanda de moeda é pouco b) Demanda de moeda é bastante


elástica (inelástica) à renda e elástica à renda e pouco elástica
bastante elástica aos juros. (inelástica) aos juros.

Observe também que quando falamos que a elasticidade da


demanda de moeda em relação à renda é alta, isto implica dizer,
obrigatoriamente, que a elasticidade da demanda de moeda em relação à
taxa de juros é baixa, uma vez que, se o ângulo entre LM e o eixo da
renda é alto, necessariamente, o ângulo entre LM e o eixo dos juros é
baixo, indicando que a elasticidade da demanda de moeda em relação aos
juros é baixa. Assim, temos as seguintes relações:

Alta elasticidade da demanda de moeda em relação à renda => curva LM


muito inclinada (+ vertical) => baixa elasticidade da demanda de moeda
em relação aos juros

Quanto maior a elasticidade da demanda de moeda em relação à


taxa de juros (quanto maior o ângulo entre LM e o eixo dos juros), menor
será a inclinação da curva LM. É o caso do diagrama a da figura 9.
Observe que o ângulo entre LM e o eixo dos juros é alto, o que nos indica
que a elasticidade da demanda de moeda em relação aos juros é alta,
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fazendo com que a curva LM seja mais horizontal ou menos inclinada.

Da mesma forma que analisamos para o diagrama b, podemos dizer


que, em relação ao diagrama a, a situação de alta elasticidade da
demanda de moeda em relação aos juros implica dizer, obrigatoriamente,
que a elasticidade da demanda de moeda em relação à renda é baixa.
Assim,

Alta elasticidade da demanda de moeda em relação aos juros => curva


LM pouco inclinada (+ horizontal) => baixa elasticidade da demanda de
moeda em relação à renda

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Podemos resumir na seguinte tabela os determinantes da inclinação
da curva LM:

Elasticidade da Elasticidade da
Inclinação da LM demanda de moeda demanda de moeda
em relação a Y em relação a i
+ inclinada/vertical
+ achatada/horizontal

Por fim, apresentamos um resumo sobre a curva LM.

Curva LM: resumo

1. A curva LM é positivamente inclinada;

2. A curva LM representa o equilíbrio no lado monetário da economia,


ou no mercado de moeda (oferta de moeda=demanda de moeda),
representando as combinações de valores de renda e taxa de juros
que produzem o equilíbrio no mercado monetário;

3. A demanda de moeda é função direta da renda (motivos transação


e precaução) e função inversa da taxa de juros (motivo
especulação);

4. A curva LM será deslocada para a direita e para baixo quando


houver aumento da oferta de moeda (política monetária expansiva)
ou redução da demanda de moeda provocada por mudanças no
comportamento dos agentes (menor preferência pela liquidez);

5. A curva LM será deslocada para a esquerda e para cima quando


houver redução da oferta de moeda (política monetária restritiva)
ou aumento da demanda de moeda provocada por mudanças no
comportamento dos agentes (maior preferência pela liquidez);
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6. A curva LM é afetada pela política monetária do governo;

7. Alterações da taxa de juros e da renda não deslocam a curva LM


(pois juros e renda são variáveis endógenas);

8. A curva LM será pouco inclinada (mais horizontal) quando a


elasticidade da demanda de moeda em relação à taxa de juros for
elevada e/ou quando a elasticidade da demanda de moeda em
relação à renda for baixa;

9. A curva LM será muito inclinada (mais vertical) quando a


elasticidade da demanda de moeda em relação à taxa de juros for

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baixa e/ou quando a elasticidade da demanda de moeda em relação
à renda for alta.

1.3. O equilíbrio: as curvas IS e LM combinadas

Na figura 10, nós combinamos as curvas IS e LM. A curva LM


possui inclinação positiva e mostra todos os pontos de equilíbrio no
mercado monetário (ou mercado de ativos). A curva IS possui inclinação
negativa e mostra todos os pontos de equilíbrio no mercado de bens e
serviços.

O ponto de intersecção entre as duas curvas, o ponto E, é o (único)


ponto de equilíbrio geral para ambos os mercados. É o ponto onde temos
a combinação de renda e taxa de juros, onde estaremos em equilíbrio nos
dois mercados considerados (real e monetário). Somente ao nível de
renda YE e à taxa de juros iE a economia estará em equilíbrio no lado real
(investimento=poupança) e no lado monetário (oferta de
moeda=demanda de moeda).

i Curva LM

E
Figura 10 iE

Curva IS

Y
YE

Agora, vamos identificar o que acontece em pontos fora do


equilíbrio. Isso já caiu em prova . Se a banca quiser dificultar, isso pode
cair. Veja o gráfico abaixo: 22145164766

A
i Curva LM

B E C
iE

D Curva IS

Y
YE

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O ponto E não demanda muitas explicações, conforme já vimos. Por


estar ao longo da curva IS, temos equilíbrio no mercado de bens
(demanda de bens é igual à oferta de bens, ou investimento iguala a
poupança). Ao mesmo tempo, por estar ao longo da curva LM, temos
equilíbrio no mercado monetário (oferta de moeda é igual à demanda de
moeda).

Mas e quanto aos outros pontos? Nos outros pontos, os mercados


não estarão em equilíbrio; teremos excesso de “alguma coisa”.

Vamos analisar, primeiro, os pontos A e B (pontos acima ou à


esquerda da LM). Para um mesmo nível de renda (visualize pelo ponto A),
pontos acima da LM nos mostram uma taxa de juros maior que aquela
verificada no equilíbrio. Acontece que a economia tende automaticamente
para o seu equilíbrio. Então, para a economia retornar ao seu equilíbrio,
partindo de pontos acima da LM, a taxa de juros deve cair. Isso acontece
porque a oferta de moeda12 é superior à demanda de moeda.

Em C e D (pontos abaixo ou à direita da LM), temos a situação


inversa (a taxa de juros deve subir): a demanda de moeda é superior à
oferta de moeda.

Agora, vamos analisar os locais A e C (pontos à direita ou acima da


IS). Para uma mesma taxa de juros (visualize pelo ponto C), pontos à
direita da IS nos mostram uma renda ou produto (Y) maior que aquele
verificado no equilíbrio. Temos, portanto, excesso de oferta de bens sobre
a demanda de bens. Ao mesmo tempo, temos poupança13 agregada (S)
superior ao investimento agregado (I). Nas duas análises, o prognóstico é
de que a renda caia para o nível de equilíbrio. Se a oferta de bens supera
a demanda, haverá excesso de produtos (estoques encalhados), forçando
as empresas a produzir menos. Se houver excesso de poupança, isto
significa que as famílias estão gastando pouco, o que vai reduzir a renda.
22145164766

Em B e D (pontos abaixo ou à esquerda da IS), temos a situação


inversa14: a demanda de bens é superior à oferta de bens (ou temos
investimento agregado superior à poupança agregada).

Assim, em resumo, temos o seguinte, para você não errar caso

12
A taxa de juros é o preço da moeda. Então, se há excesso de oferta de moeda, seu preço (taxa de
juros) cairá.
13
A curva IS mostra uma identidade entre poupança e investimento. A poupança é função direta da
renda, enquanto o investimento é função inversa da taxa de juros. Um local como o ponto C
apresenta a renda maior que aquela verificada no equilíbrio. Esta renda maior nos levará a uma
poupança maior que a do equilíbrio, para o mesmo nível de taxa de juros. Logo, pontos à direita da
IS nos mostram situações em que a poupança supera o investimento.
14
A renda é inferior àquela do equilíbrio, e o prognóstico é de que a economia cresça.

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apareça na prova:

Local O que está acontecendo:


Ao longo da IS  Equilíbrio no mercado de bens ou no mercado real.
À direita ou  Excesso de oferta de bens.
acima da IS  Poupança agregada supera o investimento.
À esquerda ou  Excesso de demanda de bens.
abaixo da IS  Investimento agregado supera a poupança.
 Equilíbrio no mercado monetário, de moeda,
Ao longo da LM
financeiro ou de ativos.
À esquerda ou
 Excesso de oferta de moeda.
acima da LM
À direita ou
 Excesso de demanda de moeda.
abaixo da LM

1.3.1. Alterando o equilíbrio por meio das políticas fiscal e


monetária

Agora que temos plena noção do que representa cada curva e dos
fatores que as modificam, nós podemos verificar quais as consequências
da adoção de determinadas políticas (fiscais e monetárias) sobre a taxa
de juros e o nível de renda/emprego da economia.

Desde já, gostaríamos de dizer que não é aconselhável decorar


nada do que será dito, mas apenas aprender o método de raciocínio e a
forma com que as curvas são deslocadas, ora para a direita, ora para a
esquerda. Aprender esta sistemática é a nossa meta, pois é ela que nos
permitirá resolver as questões de prova com segurança. Inicialmente,
apenas vá lendo (e entendendo) os exemplos e acompanhando as
resoluções dos questionamentos. Ao fim dos exemplos, será passado um
bizú de como se deve raciocinar para resolver os problemas.

Exemplo 1: Política fiscal expansiva 22145164766

Qual o efeito de um aumento dos gastos do governo sobre a taxa de juros


e o nível de renda da economia?

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Novo
Figura 11 equilíbrio

i Equilíbrio LM
inicial
LM
E2
iE2
E1
iE1 E1 iE1
IS2

IS1 IS1
Y
YE1 YE1 YE2

Após o aumento dos gastos do governo (G), haverá aumento de Y, uma


vez que Y=C+I+G. Como sabemos, aumentos de C, I e G deslocam a
curva IS para a direita. Note que, ao deslocarmos a curva IS para a
direita, obrigatoriamente, deslocamo-la também para cima. No nosso
gráfico, acima isto está representado pelo deslocamento de IS1 para IS2.
Como resultado deste deslocamento, temos um novo ponto de equilíbrio
E2, onde temos nova taxa de juros de equilíbrio iE2 e nova renda de
equilíbrio YE2. Conclusão: o aumento de gastos do governo (política fiscal
expansionista) provocou aumento da taxa de juros e aumento do nível de
emprego.

Exemplo 2: Política fiscal restritiva


Qual o efeito de um aumento da tributação em relação à taxa de juros e o
nível de renda da economia?

Figura 12
Equilíbrio Novo
i LM equilíbrio LM
inicial 22145164766

E1
iE1 E1 iE1
E2
iE2
IS1 IS1
IS2
YE1 Y YE2 YE1

Após o aumento da tributação, haverá redução de C e,


consequentemente, redução de Y, o que faz com que desloquemos a
curva IS para a esquerda (de IS1 para IS2). Observe que, ao deslocarmos

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a curva IS para a esquerda, inevitavelmente, temos que deslocá-la
também para baixo. Isto é um movimento natural, provocado pela
inclinação da curva IS, que é decrescente. Como resultado deste
deslocamento, temos um novo ponto de equilíbrio E2, onde temos nova
taxa de juros de equilíbrio iE2 e nova renda de equilíbrio YE2. Conclusão: o
aumento da tributação (política fiscal restritiva) provoca redução da taxa
de juros e redução do nível de emprego.

Exemplo 3: Política monetária restritiva


Qual a consequência da venda de títulos públicos ao mercado em relação
à taxa de juros vigente e ao nível de renda da economia?

Figura 13

Equilíbrio LM2
i inicial
LM1 E2 LM1
iE2

iE1 E1 iE1 E1

IS IS

YE1 YE2 YE1

A venda de títulos públicos reduz a quantidade de moeda circulando na


economia, uma vez que o governo recebe moeda do público e entrega
títulos. Esta redução da oferta de moeda (política monetária restritiva)
provoca o deslocamento para a esquerda da curva LM. Observe que, pelo
fato da curva LM ser positivamente inclinada, ela será deslocada não só
para a esquerda, mas também para cima (de LM1 para LM2). Como
resultado deste deslocamento, temos um novo ponto de equilíbrio E 2,
onde temos nova taxa de juros e novo nível de renda, iE2 e YE2,
22145164766

respectivamente. Conclusão: a venda de títulos públicos (política


monetária restritiva) provoca aumento da taxa de juros e redução do
nível de emprego.

Exemplo 4: Política monetária expansiva


Qual a consequência da compra de títulos públicos do mercado para a
taxa de juros vigente e para o nível de renda da economia?

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Figura 14
Novo
Equilíbrio LM1 equilíbrio
i LM1
inicial

LM2
iE1 E1 iE1 E1

iE2 E2
IS
IS
YE1 YE1 YE2

A compra de títulos públicos aumenta a quantidade de moeda circulando


na economia, uma vez que o governo entrega moeda ao público e recebe
títulos. Esse aumento da oferta de moeda (política monetária expansiva)
provoca o deslocamento para a direita da curva LM. Observe que, pelo
fato da curva LM ser positivamente inclinada, ela será deslocada não só
para a direita, mas também para baixo (de LM1 para LM2). Como
resultado deste deslocamento, temos um novo ponto de equilíbrio E 2,
onde temos nova taxa de juros e novo nível de renda, iE2 e YE2,
respectivamente. Conclusão: a compra de títulos públicos (política
monetária expansiva) provoca redução da taxa de juros e aumento do
nível de emprego.

Com estes 04 exemplos, pudemos observar o efeito isolado da


adoção de políticas fiscais e monetárias, levando-se em conta a taxa de
juros e o nível de renda da economia. No entanto, preste bem atenção,
estes efeitos não devem ser decorados. Eles foram colocados apenas para
efeito de ilustração do método de raciocínio, e é esta sistemática de
raciocínio que você deve adquirir e, de forma nenhuma, a simples
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memorização dos efeitos.

Para sistematizar o raciocínio, sugiro o seguinte método:

Ao se deparar com um problema em que você tenha que


descobrir, a partir de um acontecimento qualquer (pode ser
política fiscal ou monetária), quais serão os efeitos sobre as taxas
de juros e nível de renda da economia, siga os passos abaixo:

1 – primeiro, verifique se este acontecimento afeta (desloca) a curva IS


ou a curva LM. Mudanças em C, I e G deslocam a curva IS. Mudanças na
oferta de moeda e na demanda de moeda (desde que esta última seja
resultado da mudança de comportamento das pessoas) deslocam a curva

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LM. Lembre-se também de que a curva IS é relacionada à política fiscal,
enquanto a curva LM é relacionada à política monetária.

2 – depois, verifique para onde serão deslocadas as curvas. Isto é, se o


acontecimento desloca a curva IS ou LM para a direita ou para a
esquerda. Lembre-se de que políticas expansionistas (fiscais ou
monetárias) irão deslocar as curvas para a direita, no sentido de aumento
do nível de renda, que está representado no eixo horizontal do gráfico.
Políticas restritivas ou recessivas irão deslocar as curvas para a esquerda.

3 – após deslocar a(s) curva(s), verifique, por si só, o novo ponto de


equilíbrio e as consequências sobre a nova taxa de juros e o novo nível de
renda da economia.

Esteja habituado a esta sequência e forma de pensar, pois elas são


muito úteis na hora de raciocinar durante as questões. Para quem já
estudou microeconomia, é visível que a sistemática é bastante parecida
com a que é usada no estudo sobre oferta e demanda. Quando nós
aprendermos o modelo de oferta e demanda agregada, este tipo de
raciocínio também será bastante útil.

1.4 O efeito deslocamento (crowding out)

No exemplo 1 do item passado, nós vimos que um aumento dos


gastos do governo (política fiscal expansiva) provoca aumento da taxa de
juros e do nível de renda da economia. Vejamos esta situação de forma
mais detalhada:

i
Curva LM
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E2
iE2
G.K

Figura 15 iE1 E1 Y=YE2 – YE1


Curva IS2

Curva IS1
Y
YE1 YE2

O aumento dos gastos, ao nível da taxa de juros iE1, deveria


provocar o aumento na renda de equilíbrio equivalente ao valor do
aumento dos gastos ( G) multiplicado pelo multiplicador keynesiano (K).

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Assim, o aumento na renda de equilíbrio ( Y) provocado pelo aumento de
gastos deveria ser ( G.K), de forma que Y= G.K, exatamente como
aprendemos na aula 10.

No entanto, observa-se que o aumento em Y foi em magnitude


menor que o aumento de gastos do governo multiplicado por K. Ou seja,
Y < G.K; e isto acontece devido ao papel da taxa de juros.

Quando o governo aumenta os gastos, há aumento da taxa de juros


(iE1 para iE2). Como os investimentos são função inversa da taxa de juros,
consequentemente, o aumento dos gastos do governo resultará em um
decréscimo nos investimentos (decréscimo em I), de forma que esse
decréscimo em I fará com que a renda não aumente no valor exato do
aumento dos gastos do governo multiplicado pelo multiplicador
keynesiano. Assim, temos que o aumento de G faz com que a renda
aumente em G.K, mas, ao mesmo tempo, faz com que o agregado
investimento (I) seja reduzido em algum valor, em virtude do aumento
das taxas de juros.

Esse fenômeno é conhecido como crowding-out ou efeito


deslocamento. Entende-se que, neste caso, o governo está ocupando um
espaço maior na economia, em detrimento do setor privado.

Quanto mais os investimentos forem sensíveis (elásticos) aos juros,


maior será o efeito deslocamento. Em outras palavras, quanto menos
inclinada (mais deitada) a curva IS, maior o efeito deslocamento. Quanto
mais insensível (menos elástico) forem os investimentos em relação aos
juros, menor será o efeito deslocamento. Isto é, quanto mais inclinada a
curva IS, menor o efeito deslocamento.

1.5. Eficácias das políticas monetária e fiscal e as


inclinações das curvas IS e LM
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A depender das inclinações das curvas IS e LM, nós podemos


apresentar diferentes eficácias na aplicação de políticas fiscal e
monetária.

A política fiscal é intimamente ligada à curva IS, ao passo que a


política monetária é ligada à curva LM. De modo geral, podemos dizer
quanto mais estas curvas forem inclinadas (mais verticais), maior será a
eficácia da política a ela relacionada.

Por exemplo, se a curva IS for muito inclinada, a política fiscal será


bastante eficaz; por outro lado, se a curva LM for muito inclinada, a
política monetária será bastante eficaz. O oposto também é válido: se a

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curva IS é pouco inclinada, a política fiscal é ineficaz; se a curva LM for
pouco inclinada, a política monetária é pouco eficaz.

Nota  quando falamos em eficácia das políticas fiscal e monetária,


estamos querendo falar especificamente sobre os seus impactos sobre o
nível de renda (Y).

Estas relações podem ser verificadas visualmente de forma bastante


fácil.

Figura 16 – Eficácia da política fiscal

i
IS1 IS2
LM LM

iE2 iE2 E2
E2
E1
iE1 E1 iE1 IS2
IS1

YE1 YE2 Y
YE1 YE2
a) Quando a curva IS é mais inclinada, a b) Quando a curva IS é menos inclinada,
política fiscal é mais eficaz, havendo a política fiscal é menos eficaz, havendo
elevação da renda em montante elevação da renda em montante muito
semelhante ao deslocamento da curva IS. inferior ao deslocamento da curva IS.

Figura 17 – Eficácia da política monetária

i LM1 LM1
E1 LM2
iE1 LM2
22145164766

E2
iE2 iE1 E1

iE2 E2
IS IS
YE1 YE2 Y YE2
YE1
a) Quando a curva LM é menos inclinada, a b) Quando a curva LM é mais inclinada, a
política monetária menos eficaz, política monetária mais eficaz, havendo
havendo elevação da renda em montante elevação da renda em montante
bastante inferior ao deslocamento da semelhante ao deslocamento da curva
curva LM. LM.

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Veja que todas essas conclusões não precisam ser decoradas, pois
são deduzidas de modo simples depois que desenhamos os gráficos.
Então, nesta parte da matéria, aconselhamos você a não decorar, mas
sim a aprender a trabalhar com os gráficos, porque eles são o ponto de
partida das informações de que você necessita.

De qualquer forma, segue o quadro abaixo com o resumo das


eficácias relativas das políticas monetária e fiscal e as inclinações das
curvas IS e LM:

POLÍTICA MONETÁRIA
Curva IS Curva LM
Muito inclinada Ineficaz Eficaz
Pouco inclinada Eficaz Ineficaz
POLÍTICA FISCAL
Curva IS Curva LM
Muito inclinada Eficaz Ineficaz
Pouco inclinada Ineficaz Eficaz

Para esclarecer um pouco melhor essa questão de “não precisar


decorar”, e sim analisar do ponto de vista gráfico, vamos apresentar
alguns exemplos de análise visual.

Quando vamos verificar a eficácia (ou não) de uma política (fiscal


ou monetária), devemos comparar o deslocamento horizontal da curva
(para uma mesma taxa de juros) com o efetivo aumento de renda. Veja o
exemplo, abaixo, onde verificamos a eficácia da política monetária,
considerando uma LM muito ou pouco inclinada:
Eficácia da política monetária

i
LM1
LM1 LM2
E1
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iE1
E2 LM2 E1
iE2 iE1

iE2 E2
IS IS
YE1 YE2 Y YE2
YE1
a) Quando a curva LM é menos inclinada, a b) Quando a curva LM é mais inclinada, a
política monetária menos eficaz, havendo política monetária mais eficaz, havendo
elevação da renda em montante bastante elevação da renda em montante semelhante
inferior ao deslocamento horizontal da curva ao deslocamento horizontal da curva LM.
LM.

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Esclarecendo um pouco mais: o deslocamento horizontal a que nos
referimos é aquele deslocamento da posição 1 para 2 (LM1 para LM2)
mantendo a taxa de juros IE1. Assim, no gráfico da esquerda, vemos que
o deslocamento horizontal (segmento azul) é pouco refletido no aumento
de renda (segmento vermelho). Ou seja, no gráfico da esquerda, a
eficácia do deslocamento da LM (via política monetária expansiva) é
baixa, uma vez que apenas uma pequena parte deste deslocamento foi
aproveitado no aumento de renda. Veja que não é necessário decorar
nada; apenas aprenda a analisar visualmente.

No gráfico da direita, vemos que o deslocamento horizontal


(segmento azul) é bastante refletido no aumento de renda (segmento
vermelho). Ou seja, no gráfico da direita, a eficácia do deslocamento da
LM (via política monetária expansiva) é alta, uma vez que uma grande
parte deste deslocamento foi aproveitado no aumento de renda..

Agora, para concluir esse raciocínio, vejamos a eficácia (ou não) de


uma política fiscal, considerando duas curvas IS, uma que é muito, e
outra que é pouco inclinada:
Eficácia da política fiscal

i
IS1 IS2
LM LM

iE2 iE2 E2
E2
E1
iE1 E1 iE1 IS2
IS1

YE1 YE2 Y
YE1 YE2
a) Quando a curva IS é mais inclinada, a
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b) Quando a curva IS é menos inclinada,


política fiscal é mais eficaz, havendo a política fiscal é menos eficaz, havendo
elevação da renda em montante semelhante elevação da renda em montante muito
ao deslocamento horizontal IS. inferior ao deslocamento da curva IS.

1.6. Casos especiais

Neste item, nós estudaremos três casos especiais dentro do modelo


IS-LM:

i. Modelo keynesiano simplificado: o investimento é totalmente


inelástico à taxa de juros e a curva IS é 100% vertical;

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ii. Armadilha da liquidez: a elasticidade demanda de moeda em


relação à taxa de juros tende ao infinito, e a curva LM é (quase)
plenamente horizontal;

iii. Caso clássico: a demanda de moeda depende somente da renda, e


é totalmente inelástica à taxa de juros, fazendo com que a curva LM
seja plenamente vertical.

i. Modelo keynesiano simplificado

No modelo keynesiano simplificado, que aprendemos na aula 10, o


investimento não depende ou é totalmente inelástico à taxa de juros, de
tal forma que a curva IS será uma reta vertical, indicando que, qualquer
que sejam os juros, a renda será a mesma.

Neste caso, a política monetária é totalmente ineficaz para


aumentar o nível de emprego da economia. Ela apenas alterará as taxas
de juros, mas o nível de emprego será sempre o mesmo. Por outro lado,
a política fiscal terá alto grau de eficácia, uma vez que o deslocamento da
curva IS será integralmente refletido na alteração da renda (Y). Isto
acontece porque o investimento não depende da taxa de juros, então,
neste caso, não existe crowding out nesta situação. Se o governo
adotar política fiscal expansiva e, como consequência, a taxa de juros for
aumentada, os investimentos não serão reduzidos porque eles são
totalmente inelásticos (insensíveis) aos juros.

i IS1 IS2

LM1

Figura 18 iE1 LM2


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iE2

Y
YE1 YE2

Pela figura 18, observa-se que, quando a curva IS é vertical


(investimento é insensível à taxa de juros), o uso de política de monetária
não altera o nível de renda. Veja que o deslocamento da curva LM de LM 1
para LM2 não tem qualquer efeito sobre a renda. Por outro lado, a política
fiscal é totalmente eficaz e o deslocamento para a direita da curva IS (de

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IS1 para IS2) é integralmente refletido na renda, sem a ocorrência de
crowding out ou efeito deslocamento.

Concluímos então que, quando temos a situação em que o


investimento não depende da taxa de juros (modelo keynesiano
simplificado), somente a política fiscal é eficaz.

ii. Armadilha da liquidez

Conforme nós aprendemos na aula 11, a demanda por moeda é


função inversa da taxa de juros. Portanto, quando a taxa de juros atinge
patamares bastante baixos, a demanda por moeda se eleva e as pessoas
preferirão guardar sua riqueza sob a forma de moeda (juros baixos =>
maior demanda por moeda).

Se os juros atingirem patamares extremamente baixos, é provável


que as pessoas demandem e guardem consigo grande quantidade moeda.
Neste caso, o uso da política monetária para aumentar a renda da
economia será infrutífero, pois as pessoas já têm bastante moeda em seu
poder. Assim, se o governo aumentar a oferta monetária, isso não será
motivo para haver aumento da renda. Ao mesmo tempo, a política
monetária expansiva também não servirá para baixar a taxa de juros,
uma vez que ela já se encontra bastante baixa.

Esta situação de juros baixos, muita moeda em poder das pessoas,


e ineficácia da política monetária foi chamada por Keynes de armadilha da
liquidez, em alusão ao fato de que as pessoas já estão bastante líquidas
(em virtude dos juros baixos) e a política monetária expansiva é ineficaz
para aumentar a renda.

A curva LM, no caso da armadilha da liquidez, será horizontal,


evidenciando que a elasticidade da demanda por moeda em relação à
taxa de juros é muito grande, tendendo ao infinito. A área da curva LM
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em que temos a armadilha da liquidez é chamada de trecho keynesiano


da curva LM. Veja a figura 19:

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i LM
Trecho keynesiano:
a armadilha da
liquidez.

Figura 19
IS1 IS2

Y
YE1 YE2

Observe que nesta situação de armadilha da liquidez, somente a


política fiscal será capaz de aumentar a renda da economia. Se houver
política monetária expansiva, a curva LM não será alterada no trecho
keynesiano, apenas em seu restante, conforme está na figura 20:

Figura 20
i LM1 LM2

Política monetária expansiva


não altera a curva LM no
trecho keynesiano.

Por fim, observe que, na armadilha da liquidez, o crownding


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out também é nulo. Isto porque não ocorre aumento da taxa de juros; e
é ele o responsável pelo efeito, uma vez que é o aumento dos juros o
responsável pela queda do investimento depois de uma política fiscal
expansiva.

Então, sem aumento dos juros, não ocorre queda nos


investimentos, e a política fiscal expansiva (deslocamento da IS para a
direita) é inteiramente refletido no aumento da renda.

iii. Caso clássico

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Na aula 10, nós vimos algumas diferenças entre as abordagens
clássica e keynesiana na macroeconomia. Para os clássicos, a economia
tendia ao equilíbrio no produto/renda de pleno emprego e isto não
dependia da taxa de juros. Para eles, não existia demanda por moeda
motivo especulação, mas tão somente demanda por moeda motivos
transação e precaução. Isto implica dizer que, para os clássicos, a
demanda por moeda depende somente da renda e não da taxa de juros
(já que a relação demanda de moeda x taxa de juros é decorrente do
motivo especulação).

Assim, para eles, a demanda por moeda é insensível ou totalmente


inelástica à taxa de juros, de tal forma que o trecho clássico da curva LM
será plenamente vertical, e estará exatamente sobre o nível da renda de
pleno emprego (YPE). Veja a figura 21:

Figura 21
LM
i Trecho normal ou intermediário:
LM positivamente inclinada
Trecho clássico:
LM vertical
Trecho keynesiano:
LM horizontal

Y
YPE

No caso clássico da curva LM, a política fiscal é ineficaz para


aumentar o nível de emprego, enquanto a política monetária é
plenamente eficaz.
Figura 22
LM1 LM2
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i IS1
IS2 Somente política
monetária é eficaz

Y
Y1 Y2

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No caso clássico, o efeito crowding out é total. Todo o aumento de
gasto público (política fiscal expansiva, com consequente deslocamento
da IS) é compensado pela queda no investimento, decorrente do aumento
da taxa de juros. Por isso, o aumento de gasto não faz a renda aumentar.
Em suma, temos o seguinte:

Aumento dos juros Redução nos investimentos


Aumento dos gastos (I) que anula totalmente o
aumento da renda (Y)
Aumento da renda

Podemos resumir assim as eficácias das políticas fiscais e


monetárias nos casos especiais:

Política Política Crowding


Caso especial
fiscal monetária out
Modelo keynesiano
Eficaz Ineficaz Nulo
simples
Armadilha da
liquidez (trecho Eficaz Ineficaz Nulo
keynesiano)
Caso clássico (curva
Ineficaz Eficaz Total
LM vertical)

Com isso, terminamos o modelo IS-LM na economia fechada.


Agora, veremos as implicações para uma economia aberta.

.................

2. IS-LM NA ECONOMIA ABERTA 22145164766

2.1. Generalidades

Nós vimos que o modelo IS-LM é dependente da interação entre as


curvas IS e LM. A curva IS representa o lado real da economia e é
deslocada sempre que há alterações da renda Y, e esta, na economia
fechada, é dada como sendo a soma do consumo, investimento e gastos
do governo (Y=C+I+G). Quando “abrimos” a economia, a equação da
renda se modifica e passa incluir as exportações (X) e importações (M),
de forma que Y=C+I+G+X–M.

Assim, neste caso, alterações de X e M alterarão a renda da


economia e, por conseguinte, deslocarão a curva IS exatamente como

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estudamos na economia fechada. Aumentos de X fazem a renda
aumentar e deslocam a curva IS para a direita; reduções de X fazem o
contrário. Aumentos de M fazem a renda diminuir e deslocam a curva IS
para a esquerda; reduções de M fazem o contrário.

Em virtude da entrada das exportações (X) e importações (M) no


modelo, precisamos definir quais são as variáveis que influenciam estes
agregados. Na verdade, nós já vimos esse assunto na aula 10, mas é
interessante dar uma revisada15.

As exportações e as importações dependem, entre outras coisas, da


taxa de câmbio. Quando o câmbio está desvalorizado, há tendência para
que haja redução das importações, uma vez que os produtos importados
ficam mais caros, desincentivando o seu consumo. Ao mesmo tempo, o
câmbio desvalorizado também incentiva a exportação, pois os
exportadores recebem mais dinheiro pelos seus produtos vendidos no
exterior.

Desta forma, devemos entender que o câmbio também interfere na


renda e, consequentemente, fará deslocar a curva IS. Se o câmbio for
desvalorizado, as exportações aumentarão e as importações diminuirão,
aumentando Y e fazendo a curva IS se deslocar para a direita. Se houver
valorização do câmbio, ocorrerá o contrário: aumento das importações,
redução das exportações, redução de Y e a curva IS será deslocada para
a esquerda.

Bem, já entendemos que o câmbio afeta as exportações e as


importações e isso também tem consequências sobre a renda e sobre a
posição da curva IS. Agora, devemos entender o que afeta o câmbio.

Na aula 09, nós vimos que muita coisa pode influenciar o câmbio,
mas, para o modelo IS-LM na economia aberta, interessa-nos saber
apenas a forma com que os juros internos e externos o fazem. O motivo é
óbvio: o modelo IS-LM analisa de que forma as curvas IS e LM afetam
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não só a renda (Y), mas também os juros (i) da economia. Por isso, nosso
foco na determinação da taxa de câmbio estará voltado para as taxas de
juros internas e externas.

Quando as taxas de juros internas (iINT) são maiores que as


externas (iEXT), haverá estímulo à entrada de capitais estrangeiros
(moeda estrangeira), pois os investidores estrangeiros preferirão investir
o seu dinheiro no nosso país, onde os juros estão maiores. Neste caso, a
oferta16 excessiva de moeda estrangeira fará seu valor cair, o que é o
mesmo que dizer que a moeda nacional será valorizada.

15
Caso você não entenda muito bem, será interessante ler a parte de regimes cambiais da aula 09.
16
Conforme comentado na aula 11, o preço da moeda segue o mesmo comportamento do preço de
qualquer bem, uma vez que a moeda também é um bem. Se há oferta abundante de um bem, este

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Quando os juros externos são maiores que os internos, há estímulo


à saída de capitais, pois os investidores preferirão investir o seu dinheiro
no exterior, onde os juros estão maiores. Para adquirir títulos no exterior,
é necessário se desfazer de Reais (R$) e adquirir moeda estrangeira.
Neste caso, a demanda17 excessiva de moeda estrangeira fará seu valor
aumentar, o que é o mesmo que dizer que a moeda nacional será
desvalorizada.

Nota de esclarecimento: quando dizemos que a moeda nacional é


desvalorizada, isto quer dizer que a taxa de câmbio aumenta. Exemplo:
suponha que temos US$ 1,00=R$ 1,00. Se a taxa de câmbio aumenta
para US$ 1,00=R$ 1,50, isto quer dizer que o R$ foi desvalorizado, pois
precisamos de mais R$ para comprar US$ 1,00.

Podemos resumir estas relações entre taxas de juros interna e


externa, câmbio e importações/exportações da seguinte maneira:

iINT>iEXT  entrada de capitais  aumenta oferta de divisas 


desvalorização da moeda estrangeira  valorização da moeda nacional
 piora o saldo de (X – M)
iINT<iEXT  saída de capitais  aumenta demanda de divisas 
valorização da moeda estrangeira  desvalorização da moeda nacional
 melhora o saldo de (X – M)

O entendimento deste encadeamento de raciocínio será muito


importante na hora de vermos as eficácias das políticas fiscal e monetária
no modelo IS-LM para a economia aberta.

Em todo este tópico, nós nos atemos à taxa de câmbio e ao fato de


que ela altera o posicionamento da curva IS. Mas, e quanto à curva LM?
Ela é diferente quando consideramos a economia aberta? A resposta é
não. A curva LM é a mesma e será deslocada em razão dos mesmos
fatores estudados quando a economia é fechada.
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2.2. Hipóteses do modelo

As duas principais hipóteses do modelo são:

bem terá o seu preço reduzido. O mesmo acontece com a moeda. Se os investidores estrangeiros
entram com seu capital no nosso país, há oferta abundante de moeda estrangeira, fazendo seu valor
cair e, consequentemente, o valor da moeda nacional aumentar.
17
Exatamente como foi comentado na nota de rodapé anterior, a moeda segue o mesmo
comportamento de um bem qualquer. Assim, quando a demanda de moeda estrangeira é alta, seu
valor irá subir e, consequentemente, o valor da moeda nacional irá se reduzir.

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i. Nível de preços interno e externo constante;
ii. Mobilidade perfeita de capitais.

A primeira hipótese nos diz apenas para não levarmos em conta o


nível de preços em nosso modelo. Se o levássemos em conta, haveria
muitas implicações adicionais, tendo em vista que o diferencial entre os
preços internos e externos também afetaria o câmbio.

A segunda hipótese é a mais importante. De forma mais


abrangente, o modelo IS-LM considera que pode haver três situações
sobre a mobilidade de capitais: mobilidade perfeita, ausência de
mobilidade e mobilidade imperfeita.

Neste curso, estudaremos apenas o caso da mobilidade perfeita e o


motivo é simples: é ele que cai nas provas. É raríssima (até hoje, das
mais de 700 questões de macroeconomia que temos no computador,
vimos somente três que cobrassem as hipóteses da mobilidade imperfeita
e ausência de mobilidade) a cobrança do modelo IS-LM na economia
aberta, sem que se considere a hipótese da mobilidade perfeita.
Ressaltamos ainda que o modelo IS-LM na economia aberta com
mobilidade perfeita de capitais também é denominado em muitas obras (e
em editais de concursos) como modelo Mundell-Fleming, em alusão aos
dois economistas18 que desenvolveram o modelo.

O caso da mobilidade perfeita de capitais representa a situação em


que um país é pequeno em relação ao resto do mundo e possui livre
acesso ao mercado internacional de capitais. Adicionalmente, o resto do
mundo também possui livre acesso ao mercado de capitais interno. Como
os capitais entram e saem de forma absolutamente livre (sem taxas ou
qualquer controle adicional), a única variável relevante que será analisada
pelos investidores ao decidir aplicar o seu capital será a taxa de juros.
Eles aplicarão o seu dinheiro onde a taxa de juros estiver maior.

Se os juros internos forem maiores que os externos, haverá entrada


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de capitais externos no país, uma vez que os investidores estrangeiros


serão atraídos pelo maior rentabilidade da taxa interna. Se os juros
internos forem menores que os externos, haverá saída de capitais, uma
vez que os investidores serão atraídos pela maior rentabilidade da taxa
externa. Assim, a única possibilidade de haver equilíbrio é a situação em
que as taxas interna e externa são iguais. Neste caso, não há excesso de
entrada nem de saída de capitais e nem há estímulos para que isso
ocorra.

18
Robert Mundell e Marcus Flemming desenvolveram o modelo no início da década de 1960, sendo
que o primeiro, pelo trabalho desenvolvido com este modelo, recebeu o Prêmio Nobel de Economia
em 1999. Flemming morreu ainda na década de 1970, de forma que não pôde se candidatar ao
Prêmio Nobel.

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Nessa situação, ainda, é importante destacarmos que o balanço de
pagamentos estará automaticamente em equilíbrio. Deixe-nos explicar
por quê: o balanço de pagamentos (BP) registra a entrada e saída de
moeda estrangeira do país e é dividido em balanço de transações
correntes e balanço de capitais autônomos. Se há mobilidade perfeita de
capitais e as taxas internas são iguais às externas, então, a entrada de
capitais é igual à saída, de forma que o balanço de capitais autônomos
estará em equilíbrio. Por outro lado, se houver déficit no balanço de
transações correntes, isto poderá ser solucionado de forma bastante fácil:
basta tomar empréstimos no exterior, pois há livre acesso ao mercado
internacional. No caso de superávit, basta aplicar no mercado
internacional. Ou seja, o balanço de transações correntes estará sempre
em equilíbrio, devido essa extrema facilidade em se financiar ou investir
junto ao exterior.

Percebe-se então que, havendo mobilidade perfeita de capitais e


juros internos e externos iguais, o saldo de transações correntes sempre
poderá ser compensado com aplicações (quando há superávit) ou
empréstimos (quando há déficit) do exterior e o saldo do balanço de
capitais autônomos estará sempre em equilíbrio. Ou seja, a mobilidade
perfeita de capitais e a situação de juros internos iguais aos externos
implicam que o balanço de pagamentos esteja em equilíbrio, sempre.

Colocando graficamente esta situação em nosso modelo IS-LM, nós


podemos traçar uma curva denominada “curva BP”, em que as taxas de
juros interna e externa serão iguais e em que o balanço de pagamentos
estará em equilíbrio (BP=0). Veja na figura 23:

i Curva BP na hipótese de
A mobilidade perfeita de
capitais.

Figura 23 iINT=iEXT BP=0


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A curva BP representa a situação em que as combinações de renda


(Y) e taxa de juros (i) conduzem ao equilíbrio no balanço de pagamentos.
Na situação especial em que há mobilidade perfeita de capitais, a curva
BP será infinitamente elástica aos juros (uma reta horizontal), de modo
que qualquer alteração da taxa interna provocará imediatos déficits ou
superávits no BP e este só estará em equilíbrio quando iINT=iEXT.

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Pontos acima da curva BP (ponto A, por exemplo) representam
situação de superávit, e pontos abaixo da curva BP (ponto B, por
exemplo) representam situação de déficit. Ao longo da curva BP, como
sabemos, o BP estará em equilíbrio.

O modelo IS-LM para a economia aberta equilibra-se não somente


no encontro das curvas IS e LM, mas também quando este ponto passa
pela curva BP. Assim, na economia aberta, o equilíbrio ocorre em um
ponto onde as três curvas se encontram: IS, LM e BP (ponto E da figura
24).

i LM

E
Figura 24 iINT=iEXT BP

IS

Y
YE
A partir de agora, nós veremos os efeitos das políticas monetária e
fiscal, considerando a economia aberta. Nesse sentido, será importante
diferenciarmos o regime adotado para a taxa de câmbio (fixo ou
flutuante). Conforme veremos, os efeitos das políticas adotadas são
totalmente diferentes, a depender do regime.

2.3. Políticas fiscais e monetárias com regime cambial


FLUTUANTE

2.3.1 Política fiscal expansiva

Suponha que o governo decida aumentar as verbas do programa


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bolsa-família (aumento de transferências). O que isso representaria no


nosso modelo?

O aumento de transferências, o aumento de gastos do governo e a


redução de tributação representam situações onde temos política fiscal
expansiva, que desloca a curva IS para a direita (de IS1 para IS2,
conforme vemos na figura 25). Como consequência imediata, a economia
parte do seu equilíbrio inicial em E1 para outro no ponto E2, onde a nova
taxa de juros interna (i´INT) e a nova renda (YE2) são maiores. Se
estivéssemos considerando o caso de uma economia fechada, o
ajustamento pararia por aí e ficaríamos no ponto E2.

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i LM
E2
i´INT
E1
Figura 25 iINT=iEXT BP

IS2

IS1

Y
YE1 YE2

No entanto, não estamos em uma economia fechada e o fato da


nova taxa de juros interna (i´INT) ser maior que a externa provocará
entrada de capitais externos. Isso, por sua vez, aumenta a oferta de
moeda estrangeira, o que a depreciará. Como a moeda estrangeira se
deprecia, necessariamente, a moeda nacional se aprecia. Conforme
sabemos, a apreciação da moeda nacional aumentará as importações e
reduzirá as exportações, piorando o saldo de (X – M). Veja que este
encadeamento foi o mesmo apresentado no item 2.1:

i´INT>iEXT  entrada de capitais  aumenta oferta de divisas 


depreciação da moeda estrangeira  apreciação da moeda nacional 
piora o saldo de (X – M)

Ao mesmo tempo, sabemos que a curva IS é deslocada em virtude


de alterações da demanda agregada, produto ou renda (Y) e que esta é
igual a Y=C+I+G+(X–M). Como, neste caso, há redução do valor de Y
(em virtude da redução de X–M), temos que deslocar a curva IS para a
esquerda, fazendo com que ela volte, aos poucos, para a sua posição
original.
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Esse processo continuará até o ponto em que novamente as taxas


de juros internas e externas se igualem, ou seja, até quando i INT=iEXT.
Assim, a curva IS voltará exatamente para a sua posição original (vai de
IS2 para IS1, conforme vemos na figura 26) e o acréscimo na demanda
agregada decorrente do aumento da política fiscal expansiva será
completamente anulado pela redução do saldo de (X – M), de tal forma
que a política fiscal é ineficaz quando temos regime cambial
flutuante.

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i LM
E2
i´INT
E1
Figura 26 iINT=iEXT BP

IS2

IS1

YE1 Y
YE2

Podemos concluir o seguinte sobre a política fiscal expansiva com


regime flutuante de câmbio:

 A renda não se altera;


 O saldo da balança de bens e serviços (X – M) é reduzido.

2.3.2. Política monetária expansiva

Suponha que o governo decida adquirir títulos públicos junto ao


mercado. O que isso representaria no nosso modelo?

A compra de títulos públicos representa uma situação em que o


governo entrega moeda ao mercado e, em contrapartida, recebe os
títulos. Nesta operação, temos um exemplo de aumento da oferta
monetária na economia e que é um dos exemplos de política monetária
expansiva, que desloca a curva LM para a direita (de LM1 para LM2,
conforme vemos na figura 27). Como consequência, a economia parte do
seu equilíbrio inicial em E1 para outro no ponto E2, onde a nova renda da
economia é maior e a nova taxa de juros interna (i´INT) é menor que a
taxa externa (iEXT). 22145164766

i LM1
LM2

E1
Figura 27 iINT=iEXT BP

i´INT E2

IS1

Y
YE1 YE2

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Como a taxa de juros interna é inferior à externa, haverá fuga de
capitais do nosso país. Essa fuga gera excessos de demanda por moeda
estrangeira, uma vez que será necessário para os investidores que saem
do nosso país se desfazer da moeda nacional e adquirir moeda
estrangeira para que seja possível investir no mercado internacional. Este
excesso de demanda aprecia a moeda estrangeira e deprecia a moeda
nacional. A depreciação da moeda nacional, por sua vez, melhorará o
saldo de (X – M). Note que é a mesma sequência de raciocínio explicada
no item 2.1:

i´INT<iEXT  saída de capitais  aumenta demanda de divisas 


valorização da moeda estrangeira  desvalorização da moeda nacional
 melhora o saldo de (X – M)

Ao mesmo tempo, sabemos que a curva IS é deslocada em virtude


de alterações da demanda agregada, produto ou renda (Y) e que esta é
Y=C+I+G+(X–M). Como há aumento do valor de Y (em virtude do
aumento de X–M), temos que deslocar a curva IS para a direita, fazendo
com que ela aumente ainda mais a renda da economia.

Esse processo continuará até o ponto em que iINT=iEXT. Assim, a


curva IS será deslocada para a direita (de IS1 para IS2) até encontrar a
curva BP e a curva LM2, no ponto E3, ao nível de renda YE3. Note que,
quando o regime é flutuante, o efeito da política monetária expansiva, em
decorrência da depreciação da moeda nacional, é potencializado pelos
impactos positivos sobre o comércio de bens e serviços. Inclusive, o
aumento de renda nesta situação será superior àquele que seria
verificado caso a economia fosse fechada. Assim, vemos claramente que
a política monetária é (bastante) eficaz quando temos regime
cambial flutuante.

i LM1
LM2
22145164766

E1 E3
Figura iINT=iEXT BP

i´INT E2
IS2

IS1
Y
YE1 YE2 YE3

Podemos concluir o seguinte sobre a política monetária expansiva


com regime flutuante de câmbio:

 A renda aumenta;

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 O saldo da balança de bens e serviços (X – M) é aumentado.

Vejamos agora os mesmos processos para o caso de regime cambial


fixo:

2.4. Políticas fiscais e monetárias com regime cambial FIXO

2.4.1. Política fiscal expansiva

Suponha que o governo decida aumentar os gastos públicos. O que


isso representaria no nosso modelo?

O aumento de gasto público é política fiscal expansiva e desloca a


curva IS para a direita (de IS1 para IS2 na figura 29). Como
consequência, a economia parte do seu equilíbrio inicial em E 1 para outro
no ponto E2, onde a nova renda da economia é maior e a nova taxa de
juros interna (i´INT) é maior que a taxa externa (iEXT).

i LM1
E2
i´INT
E1
Figura 29 iINT=iEXT BP

IS2

IS1

Y
YE1 YE2

Como a taxa de juros interna é maior que taxa externa, haverá


entrada de capitais no nosso país. Essa entrada gera excessos de oferta
22145164766

de moeda estrangeira. Se estivéssemos no regime flutuante, esse


excesso de oferta depreciaria a moeda estrangeira e apreciaria a moeda
nacional. No entanto, estamos considerando que o regime cambial
é fixo. Assim, se o BACEN quiser manter a taxa fixa, ele deverá comprar
este excesso de moeda estrangeira que há no mercado. Ao fazer tal
transação, o BACEN entrega R$ ao mercado e recebe em troca moeda
estrangeira. Como há mais R$ circulando na economia, podemos dizer
que houve aumento da oferta monetária e isso fará deslocar a curva LM
para a direita.

Esse deslocamento da curva LM continuará até o ponto em que,


novamente, iINT=iEXT. Assim, a curva LM será deslocada para a direita (de
LM1 para LM2 na figura 30) até encontrar a curva BP e a curva IS2, no

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ponto E3, ao nível de renda YE3. Note que, quando o regime é fixo, o
efeito da política fiscal expansiva é potencializado pelos impactos
positivos sobre a oferta monetária decorrentes da política cambial. O
aumento de renda (de YE1 para YE3) será superior àquele que seria
verificado caso a economia fosse fechada (de YE1 para YE2). Assim, vemos
claramente que a política fiscal é (bastante) eficaz quando temos
regime cambial fixo.

i LM1
E2 LM2
i´INT
E1 E3
Figura 30 iINT=iEXT BP

IS2

IS1
Y
YE1 YE2 YE3

Podemos concluir o seguinte sobre a política fiscal expansiva com


regime fixo de câmbio:

 A renda aumenta;
 O nível de reservas internacionais aumenta19.

A princípio, poderíamos argumentar que o saldo das exportações


líquidas (X – M) não seria alterado, uma vez que estamos falando de
regime cambial fixo. Afinal, se o câmbio não muda, não faz tanto sentido
falarmos em alteração do saldo de (X – M). Inclusive, quando se estuda o
modelo IS-LM na economia aberta em alguns livros acadêmicos, esta é
conclusão colocada pelos autores (Mankiw, por exemplo, é um desses
autores).
22145164766

No entanto, esta não é a posição do CESPE/Unb, cobrada em prova,


em gabarito definitivo. A posição da banca é esta: como a renda
aumenta, então, teremos um aumento de importações. Esta relação
diretamente proporcional entre renda (Y) e importações (M) foi vista na
aula de Balanço de Pagamentos e Regimes Cambiais (quando o PIB
aumenta, a quantidade de importações do país também aumenta).

Então, se a renda aumenta e as importações aumentam, podemos


concluir que o saldo das exportações líquidas (X – M) diminui.

19
Como o BACEN adquire o excesso de moeda estrangeira no mercado, estas divisas ficarão
depositadas no BACEN, aumentando o saldo das reservas internacionais.

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Assim, podemos concluir o seguinte sobre a política fiscal expansiva
com regime fixo de câmbio:

 A renda aumenta;
 O saldo de (X – M) diminui;
 O nível de reservas internacionais aumenta.

Vejamos agora o efeito da política monetária quando o regime cambial


é fixo:

2.4.2. Política monetária expansiva

Suponha que o BACEN decida reduzir a exigência de depósitos


compulsórios. O que isso representaria no nosso modelo?

A redução dos compulsórios disponibilizaria mais dinheiro para os


bancos comerciais emprestarem ao público, de forma que a oferta
monetária da economia seria aumentada, deslocando a curva LM para a
direita (de LM1 para LM2, conforme vemos na figura 31). Como
consequência, a economia parte do seu equilíbrio inicial em E 1 para outro
no ponto E2, onde a nova renda da economia é maior e a nova taxa de
juros interna (i´INT) é menor que a taxa externa (iEXT).

i LM1
LM2

E1
Figura 31 iINT=iEXT BP

i´INT E2

IS1

Y
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YE1 YE2

Como a taxa de juros interna é inferior à externa, haverá tendência


à fuga de capitais do nosso país. Essa fuga gera excessos de demanda
por moeda estrangeira. Se estivéssemos no regime flutuante, isso
apreciaria a moeda estrangeira e depreciaria a moeda nacional, mas,
como estamos no regime cambial fixo, não haverá
apreciação/depreciação da moeda nacional. Para o BACEN manter a
taxa de câmbio no mesmo patamar, ele terá que suprir a demanda por
moeda estrangeira. Para isso, ele venderá moeda estrangeira ao mercado
e, em troca, receberá R$. Como há menos R$ circulando, a oferta
monetária será reduzida e a curva LM será deslocada para a esquerda.

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Esse processo continuará até o ponto em que iINT=iEXT. Assim, a
curva LM será deslocada para a esquerda (de LM1 para LM2) até encontrar
a curva BP e a curva IS, no ponto E1, ao nível de renda YE1, de tal forma
que o aumento de renda inicial provocado pela política monetária
expansiva será totalmente anulado pelo enxugamento da liquidez
resultante do processo de venda da moeda estrangeira. Assim, vemos
que a política monetária é ineficaz quando temos regime cambial
fixo.

i LM1
LM2

E1
Figura 32 iINT=iEXT BP

i´INT E2

IS1

Y
YE1 YE2
Podemos concluir o seguinte sobre a política monetária expansiva
com regime fixo de câmbio:

 A renda não se altera;


 O nível de reservas internacionais diminui20.

Segue um quadro resumindo os efeitos das políticas fiscal e


monetária diferenciando as eficácias em virtude do regime cambial
adotado:

Câmbio Balança de bens Variação das reservas


Renda (Y)
FLUTUANTE e serviços (X – M) internacionais ( RI)
Política fiscal Não
Diminui Não altera
expansiva altera 22145164766

Política
monetária Aumenta Aumenta Não altera
expansiva
Câmbio Balança de bens Variação das reservas
Renda (Y)
FIXO e serviços (X – M) internacionais ( RI)
Política fiscal
Aumenta Diminui Aumenta
expansiva
Política
Não
monetária Não altera Diminui
altera
expansiva

20
Como o BACEN vende moeda estrangeira para suprir a demanda do mercado, ele tem que se
desfazer de parte de seu estoque de divisas, diminuindo o saldo das reservas internacionais.

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Adendo: OS DÉFICITS GÊMEOS

A teoria Keynesiana, somada ao que aprendemos em Contas


Nacionais21, nos permite estabelecer uma relação entre o déficit
orçamentário decorrente de uma política fiscal expansionista e o déficit no
comércio exterior de bens e serviços (X – M).

Nós sabemos que:

Y = C + I + G + (X – M)

Se chamarmos (X – M) de exportações líquidas (NX), teremos:

Y = C + I + G + NX

Se isolarmos NX, temos:

NX = Y – C – G – I

Sabemos que (C + G) é o consumo final (CFINAL), e que a renda


menos o consumo final é igual à poupança bruta do Brasil (ou poupança
nacional; ou poupança interna), de tal forma que:

NX = (Y – CFINAL) – I
S (poupança nacional) = (Y – CFINAL)

Então:

NX = S – I

Pela expressão, percebe-se que a redução da poupança nacional faz


reduzir também o saldo do comércio exterior de bens e serviços. Assim,
podemos entender que o excesso de gastos de governo, consubstanciado
22145164766

no déficit orçamentário (decorrente de políticas fiscais expansionistas),


provoca também déficit comercial.

Desta forma, podemos entender que uma mudança na política fiscal


que reduza a poupança nacional acarreta um déficit comercial. Ou seja,
os déficits orçamentário e comercial andam juntos; daí, o termo “déficits
gêmeos”.

Um bom exemplo da ocorrência destes déficits ocorreu com a


economia brasileira na década de 70 e 80, onde o excesso de gastos do

21
Na verdade, grande parte da teoria das Contas Nacionais também foi desenvolvida por Keynes. Foi
ele quem padronizou os agregados macroeconômicos da forma como estudamos hoje.

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governo provocou também déficits externos. Isto culminou com a crise da
dívida externa, no início da década de 80.

De forma oposta, também podemos entender que programas de


redução do déficit governamental (e consequente aumento da poupança
nacional) também provocam melhoras no saldo externo. Dessa forma,
programas de ajuste fiscal (corte de gastos), ao reduzir o déficit público,
contribuem sobremaneira para melhorar as contas externas do país,
reduzindo, assim, o déficit comercial.

Bem pessoal, com isso terminamos a aula sobre modelo IS-LM!

Na aula que vem, estudaremos a Oferta Agregada e a demanda


agregada, aprofundando no impacto das políticas econômicas. Continuem
firmes e constantes. O Cespe é uma banca difícil, mas pode ser vencida.

Abraços e bons estudos!!!

Heber Carvalho
Jetro Coutinho

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RESUMÃO DA AULA

- É negativamente inclinada, representa o equilíbrio no


mercado de bens e serviços e é afetada pela política fiscal
do governo.

- O investimento é função da taxa de juros, mas alterações


na taxa de juros NÃO deslocam a IS.

CURVA IS - A curva IS será deslocada para a direita (esquerda)


quando houver aumento (diminuição) da renda Y, sendo
que este aumento (diminuição) deve ser provocado por
aumentos (diminuições em C, I ou G).

- Será pouco inclinada quando a elasticidade da demanda


por investimento em relação à taxa de juros for alta,
quando a propensão marginal a consumir e o multiplicador
de gastos forem altos e a propensão marginal a poupar for
baixa.

- É positivamente inclinada, representa o equilíbrio no


mercado monetário e é afetada pela política monetária do
governo.

- A demanda de moeda é função direta da renda e inversa


da taxa de juros. Alterações na taxa de juros e na renda
NÃO deslocam a LM.

- A curva LM será deslocada para a direita (esquerda)


CURVA LM quando houver aumento (diminuição) da oferta de moeda
ou redução (aumento) da demanda de moeda provocada por
mudanças no comportamento dos agentes.
22145164766

- Será pouco inclinada (mais horizontal) quando a


elasticidade da demanda de moeda em relação à taxa de
juros for alta ou quando a elasticidade da demanda de
moeda em relação à renda for baixa.

- Será muito inclinada (mais vertical) quando a elasticidade


da demanda de moeda em relação à taxa de juros for baixa
ou quando a elasticidade da demanda de moeda em relação
à renda for alta.

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Variáveis exógenas – Deslocamento da LM


Alteração de variáveis exógenas: Desloca LM para:
Expansiva (aumento da
P/ direita e p/ baixo
Política monetária (oferta oferta de moeda)
de moeda) Restritiva (redução da
P/ esquerda e p/ cima
oferta de moeda)
Alteração da demanda de Redução da demanda de
P/ direita e p/ baixo
moeda provocada por moeda
mudança no
Aumento da demanda de
comportamento dos P/ esquerda e p/ cima
moeda
agentes econômicos

Localização dos pontos nas curvas IS/LM


Local O que está acontecendo:
Ao longo da IS  Equilíbrio no mercado de bens ou no mercado real.
À direita ou acima  Excesso de oferta de bens.
da IS  Poupança agregada supera o investimento.
À esquerda ou  Excesso de demanda de bens.
abaixo da IS  Investimento agregado supera a poupança.
 Equilíbrio no mercado monetário, de moeda, financeiro
Ao longo da LM
ou de ativos.
À esquerda ou
 Excesso de oferta de moeda.
acima da LM
À direita ou abaixo
 Excesso de demanda de moeda.
da LM

Dicas para o deslocamento das curvas IS/LM


1 primeiro, verifique se este acontecimento afeta (desloca) a curva IS ou a curva LM.
Mudanças em C, I e G deslocam a curva IS. Mudanças na oferta de moeda e na demanda de
moeda (desde que esta última seja resultado da mudança de comportamento das pessoas)
deslocam a curva LM. Lembre-se também de que a curva IS é relacionada à política fiscal,
enquanto a curva LM é relacionada à política monetária.
22145164766

2 depois, verifique para onde serão deslocadas as curvas. Isto é, se o acontecimento


desloca a curva IS ou LM para a direita ou para a esquerda. Lembre-se de que políticas
expansionistas (fiscais ou monetárias) irão deslocar as curvas para a direita, no sentido de
aumento do nível de renda, que está representado no eixo horizontal do gráfico. Políticas
restritivas ou recessivas irão deslocar as curvas para a esquerda.

3 após deslocar a(s) curva(s), verifique, por si só, o novo ponto de equilíbrio e as
consequências sobre a nova taxa de juros e o novo nível de renda da economia.

 Crowding Out: O aumento dos gastos do governo inibe o investimento do setor


privado, fazendo com que a IS seja deslocada para a direita e, posteriormente,
para a esquerda.

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Eficácia das políticas monetária e fiscal
POLÍTICA MONETÁRIA
Curva IS Curva LM
Muito inclinada Ineficaz Eficaz
Pouco inclinada Eficaz Ineficaz
POLÍTICA FISCAL
Curva IS Curva LM
Muito inclinada Eficaz Ineficaz
Pouco incinada Ineficaz Eficaz

Eficácia das políticas monetária e fiscal nos casos especiais


Política Crowding
Caso especial Política fiscal
monetária out
Modelo keynesiano
Eficaz Ineficaz Nulo
simples
Armadilha da liquidez
Eficaz Ineficaz Nulo
(trecho keynesiano)
Caso clássico (curva LM
Ineficaz Eficaz Total
vertical)

IS-LM na Economia Aberta


iINT>iEXT  entrada de capitais  aumenta oferta de divisas  desvalorização da
moeda estrangeira  valorização da moeda nacional  piora o saldo de (X – M)
iINT<iEXT  saída de capitais  aumenta demanda de divisas  valorização da moeda
estrangeira  desvalorização da moeda nacional  melhora o saldo de (X – M)

Câmbio Balança de bens e Variação das reservas


Renda (Y)
FLUTUANTE serviços (X – M) internacionais ( RI)
Política fiscal
Não altera Diminui Não altera
expansiva
Política
monetária Aumenta Aumenta Não altera
expansiva
Balança de bens e Variação das reservas
Câmbio FIXO Renda (Y)
serviços (X – M) internacionais ( RI)
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Política fiscal
Aumenta Não altera Aumenta
expansiva
Política
monetária Não altera Não altera Diminui
expansiva

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EXERCÍCIOS COMENTADOS

Acerca da teoria keynesiana, julgue os próximos itens,


considerando os resultados do modelo IS-LM.
01. (Cespe/UnB – Analista de Pol. Regulatórias – MEC– 2014) A
regra monetária de fixação da quantidade de moeda e preferível à
fixação dos juros quando os choques negativos da economia
ocorrem, majoritariamente, sobre o mercado de bens.

Comentários:
Exatamente! Se os maiores choques ocorrem sobre o mercado de bens, é
melhor que o governo possa controlar a taxa de juros, pois a taxa de
juros reflete diretamente sobre o mercado de bens enquanto que a
fixação da quantidade de moeda impacta somente no mercado monetário.

Dessa forma, como os choques ocorrem sobre o mercado de bens, é


melhor poder contar com uma flexibilidade na taxa de juros (não fixação
dos juros) para poder influenciar esse mercado.

Se o governo resolvesse utilizar a quantidade de moeda para combater


choques negativos sobre o mercado de bens, tal ação seria inócua.

Gabarito: Certo

02. (Cespe/UnB – Analista de Pol. Regulatórias – MEC– 2014) Se a


preferência pela liquidez dos bancos comerciais é constante,
modificações da regra de compulsório não alteram a renda de
equilíbrio da economia.

Comentários:
Se a preferência pela liquidez for constante, isso significa que os bancos
manterão sua demanda por moeda constante. Dessa forma, mesmo que o
governo reduza o compulsório, os bancos não alterarão sua demanda por
22145164766

moeda e, assim, não haverá alteração na renda de equilíbrio da


economia.

Gabarito: Certo

03. (Cespe/UnB – Analista de Pol. Regulatórias – MEC– 2014) A


redução da propensão marginal a consumir modifica a inclinação
da curva IS, tornando-a mais inclinada, com redução do
multiplicador keynesiano.

Comentários:
Exatamente! Vimos essa relação no tópico sobre a eficácia da política
fiscal.

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Gabarito: Certo

Julgue os itens seguintes, relativos ao modelo IS-LM e aos efeitos


da política monetária e fiscal.
04. (Cespe/UnB – Analista Jud./Economia – TJ/SE – 2014) De
acordo com uma abordagem Hicks-Hansen, a política monetária
será inócua no que se refere a alteração dos níveis de produto,
caso os investimentos sejam perfeitamente inelásticos a taxa de
juros.

Comentários:
Não precisa nem saber quem foram Hicks e Hansen!

Vimos no tópico sobre a eficácia da política fiscal que se a IS for muito


inclinada, a curva LM é ineficaz. Assim, caso a Is seja perfeitamente
inelástica aos juros (IS totalmente vertical) a LM (política monetária) é
inócua).

Gabarito: Certo

05. (Cespe/UnB – Analista Jud./Economia – TJ/SE – 2014) A


curva LM descreve o equilíbrio nos mercados monetários e nos
mercados de bens e serviços.

Comentários:
Questão bem fácil! A LM descreve o equilíbrio apenas nos mercados
monetários. Quem descreve o equilíbrio nos mercados de bens e serviços
é a curva IS.

Gabarito: Errado.

Acerca dos agregados monetários, bem como dos instrumentos e


efeitos econômicos das políticas monetária e fiscal, julgue os itens
22145164766

subsequentes.

06. (CESPE/Unb – Economista – SUFRAMA – 2014) - As operações


de mercado aberto são os instrumentos mais eficazes de política
monetária, nas quais o Banco Central vende títulos para aumentar
a liquidez da economia e produzir uma elevação da renda.

Comentários:
Na verdade, quando o Banco Central vende títulos ele DIMINUI a liquidez
na economia, pois entrega título e retira moeda.

Gabarito: Errado

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07. (CESPE/Unb – Economista – SUFRAMA – 2014) - A elevação da
taxa de recolhimento compulsório, que mede a relação entre os
encaixes legais e os depósitos à vista de bancos comerciais, reduz
o volume de meios de pagamento em circulação na economia,
movimento que é representado pelo deslocamento da curva LM
para a esquerda.

Comentários:
Certíssimo! Quando elevamos a taxa de recolhimento compulsório,
praticamos política monetária restritiva (há redução do volume de meios
de pagamento em circulação) e, assim, a curva LM se desloca para a
esquerda.

Gabarito: Certo.

08. (CESPE/Unb – Economista – SUFRAMA – 2014) - A adoção de


uma política fiscal restritiva por meio da elevação de impostos
tende a aumentar a renda, deslocando a curva IS para a direita.

Comentários:
Erradíssimo! Uma política fiscal restritiva tende a DIMINUIR a renda e
desloca a curva IS para ESQUERDA.

Gabarito: Errado

Considerando o papel do governo na economia, os postulados da


teoria keynesiana, as curvas de oferta e demanda agregada e a
relação destas com a curva de Philips, julgue os itens que se
seguem.

09. (CESPE/Unb – Economista – SUFRAMA – 2014) - Com a adoção


de uma política monetária contracionista, reduz-se a taxa de juros
e aumenta-se o volume real de moeda, deslocando-se a curva LM
para a direita e para cima, contudo, sem gerar efeitos na curva de
22145164766

demanda agregada.

Comentários:
Esses são efeitos da política monetária EXPANSIONISTA.

Mas, no caso de uma política monetária expansionista, o deslocamento da


LM é para direita e para baixo.

Gabarito: Errado

Considerando o modelo IS/LM, julgue os itens abaixo.

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10. (CESPE/Unb – Analista do BACEN – 2013 – Adaptada) - O
aumento da quantidade de moeda desloca para a direita a curva
de equilibrio monetario, o que proporciona reduc฀ao da taxa de
juros, aumento do produto e do emprego e reduc฀ao do salario
real.

Comentários:
A curva do equilíbrio monetário é a curva LM. Com isso, podemos
depreender que o aumento da quantidade de moeda (deslocamento da LM
para a direita) faz:

- a taxa de juros ser reduzida (análise IS-LM),

- o produto aumentar (análise IS-LM), e

Pela análise de um outro modelo (OA-DA), que veremos na aula que vem,
podemos saber que a expansão da quantidade de moeda também faz os
preços aumentarem. Assim, se os preços (P) aumentam, então:

- o salário real (W/P) diminui (uma vez que os preços aumentam).

Assim sendo, a questão é certa.

Gabarito: Certo

11. (CESPE/Unb – Analista do BACEN – 2013 – Adaptada) - O


aumento do salario nominal (dw > 0) gera o aumento do nivel
geral de renda (dy > 0), em decorre ncia do aumento da demanda
agregada.

Comentários:
O aumento do salário nominal faz os preços da economia aumentarem. O
aumento de preços diminui a oferta real de moeda (M/P), aumentando os
juros (análise IS-LM), e diminuindo a renda. Isto é o efeito Keynes.
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Portanto, a questão é errada.

Gabarito: Errado

Julgue os proximos itens, relativos aos regimes cambiais e seus


efeitos sobre a economia.

12. (CESPE/Unb – Analista do BACEN – 2013) - Em um regime


com câmbio fixo, a expansao dos gastos do governo implica o
aumento da renda e das reservas internacionais de equilibrio a
retrac฀ao das exportac฀oes liquidas.

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Comentários:
Na ausência de maior especificação da questão, vamos trabalhar com a
regra geral, qual seja: uma situação de curto prazo, e a hipótese de um
país pequeno (perante o mundo) e com livre movimentação de capitais.
Então, temos, aqui, a situação estudada na aula, onde vimos os efeitos de
uma política fiscal expansiva com regime cambial fixo.

Em um regime cambial fixo, a expansão dos gastos do governo (política


fiscal expansiva) desloca a curva IS para a direita. A taxa de juros interna
aumentará, atraindo capital estrangeiro para o país. Como o câmbio é
fixo, a autoridade monetária deverá comprar esse excesso de moeda
estrangeira, decorrente da entrada de capitais. Isto fará com que o nível
de reservas internacionais aumente. Até aí, a questão está correta.

A compra de moeda estrangeira fará ainda a LM ser deslocada para a


direita, o que faz a renda aumentar.

O aumento da renda faz as importações aumentarem (M), reduzindo o


saldo das exportações líquidas (X – M).

Gabarito: Certo

13. (CESPE/Unb – Analista do BACEN – 2013) - No regime de


câmbio flutuante, a expansao do salario nominal nao e capaz de
afetar o produto de equilibrio da economia.

Comentários:
Um aumento de salário nominal desloca a curva LM para a esquerda
(efeito Keynes).

Na prática, então, o aumento de salário nominal pode ser comparado a


uma política monetária restritiva (que desloca a curva LM para a
esquerda). Nós sabemos que, no regime cambial flutuante, a política
monetária é eficaz para alterar o produto. Sendo assim, a questão é
22145164766

errada.

Gabarito: Errado

Com relação aos modelos keynesiano e IS/LM, julgue os itens a


seguir.

14. (CESPE/Unb – Auditor Federal de Controle Externo – TCU –


2013) - Quanto maior a sensibilidade da demanda por moeda em
relação à taxa de juros, mais inclinada será a curva LM e mais
eficaz será a política monetária.

Comentários:

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Questão simples. Quanto maior a sensibilidade da demanda por moeda
em relação à taxa de juros, menos inclinada é a curva LM (a curva será
mais deitada, horizontal). Assim sendo, a questão é errada.

Ademais, a política monetária será mais eficaz quanto menor a


sensibilidade da demanda por moeda em relação aos juros (ou seja,
quanto mais vertical a LM, mais eficaz é a política monetária).

Gabarito: Errado

15. (CESPE/Unb – Auditor Federal de Controle Externo – TCU –


2013) - O aumento dos salários nominais (efeito Keynes) desloca
paralelamente a curva LM para a esquerda, o que reduz o produto
e o lucro das firmas e aumenta a taxa de juros de equilíbrio.

Comentários:
Em suma, o efeito Keynes diz respeito à influência que os preços e os
salários nominais possuem sobre a oferta real de moeda (M/P). Quando
os salários nominais aumentam, temos um aumento de custo que é
repassado para os preços em geral da economia (aumento de P). Com
isso, a oferta real de moeda (M/P) diminui.

Na análise IS-LM, esta redução da oferta real de moeda desloca a LM para


a esquerda, fazendo a taxa de juros aumentar, e o produto da economia
diminuir.

Gabarito: Certo

16. (CESPE/Unb – Auditor Federal de Controle Externo – TCU –


2013) - A elevação da sensibilidade do investimento em relação à
taxa de juros faz com que a curva IS fique mais vertical do que
antes do referido aumento.

Comentários: 22145164766

A elevação da elasticidade do investimento em relação à taxa de juros


com que a curva IS fique menos inclinada; ou seja, fique mais horizontal,
ou menos vertical. Sendo assim, a questão é errada.

Gabarito: Errado

Em relação à teoria macroeconômica para pequenas economias


abertas, julgue os itens que se seguem.

17. (CESPE/Unb – Auditor Federal de Controle Externo – TCU –


2013) - No regime de câmbio fixo, o aumento da tributação
proporciona redução das reservas internacionais.

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Comentários:
Em uma pequena economia aberta, com câmbio fixo, o aumento da
tributação (política fiscal restritiva) deslocará a IS para baixo e para a
esquerda. Neste momento, a taxa interna de juros ficará menor que a
taxa externa, provocando, assim, uma fuga de dólares do país. Como o
câmbio é fixo, o BACEN não poderá deixar essa redução da oferta de
dólares pressionar para cima o valor da moeda estrangeira. Nesta
situação, o BACEN terá que vender dólares no mercado para se contrapor
à fuga de dólares provocada pela redução da taxa interna de juros. Ao
vender dólares, o BACEN perde reservas internacionais. Por isso, a
questão é certa.

De qualquer modo, se tivéssemos na cabeça os efeitos de uma política


fiscal expansiva no regime cambial fixo, isto já seria suficiente para
acertar a questão:

–> Política fiscal expansiva no câmbio fixo: aumento de renda e das


reservas internacionais.

Como a questão fala em política fiscal restritiva, basta inverter o


raciocínio:

–> Política fiscal restritiva no câmbio fixo: redução de renda e das


reservas internacionais.

Gabarito: Certo

18. (CESPE/Unb – Auditor Federal de Controle Externo – TCU –


2013) - No regime de câmbio flutuante, a expansão dos gastos do
governo não é capaz de estimular o produto da economia.

Comentários:
No regime de câmbio flutuante, a política fiscal é ineficaz para aumentar
(ou reduzir) o produto. 22145164766

Gabarito: Certo

19. (CESPE/Unb – Auditor Federal de Controle Externo – TCU –


2013) - Em um regime com câmbio fixo, a expansão dos gastos do
governo leva ao aumento da renda e das exportações líquidas.

Comentários:
Nos ajustamentos do modelo IS-LM, quando temos câmbio fixo, não
ocorrem quaisquer alterações nas exportações líquidas. E o motivo é
claro: o câmbio não muda.

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O que faz as exportações líquidas variarem são as alterações no câmbio.
Como, no câmbio fixo, a taxa cambial não muda, então, por
consequência, não haverá alteração das exportações líquidas. Em regime
cambial fixo, o que muda é o nível de reservas internacionais.

Assim, a questão é errada, pois, em um regime com câmbio fixo, a


expansão dos gastos do governo leva ao aumento da renda e das
reservas internacionais.

Gabarito: Errado

20. (CESPE/Unb – Auditor – Economia – TCE/RO – 2013) - A


política monetária expansionista tem como principal objetivo
aumentar a despesa pública para promover o crescimento
econômico e o pleno emprego dos recursos produtivos da
sociedade.

Comentários:
A política monetária expansionista tem como objetivo o aumento da
quantidade de M1 e, por consequência, reduções nas taxas de juros, com
o intuito de aumentar o nível de emprego da economia.

O aumento da despesa pública é geralmente um objetivo de política


fiscal expansionista.

Gabarito: Errado

21. (CESPE/Unb – Auditor – Economia – TCE/RO – 2013) - Na


opinião dos keynesianos, a condução da política monetária deve
ter ênfase na estabilidade do nível de preços, ao passo que, para
os monetaristas, a política monetária está centrada no nível de
emprego.

Comentários: 22145164766

É justamente o contrário do que foi exposto. Os monetaristas (clássicos)


argumentam que a política monetária deve ter ênfase na estabilidade dos
preços. Para eles, a inflação é um fenômeno tipicamente monetário. A
própria TQM (Teoria Quantitativa da Moeda), que é uma teoria clássica,
argumenta que política monetária acaba por alterar somente o nível de
preços.

Os keynesianos, por outro lado, argumentam que a política monetária


tem influência sim sobre o nível de emprego.

Sendo assim, a questão está errada, pois inverteu as conclusões das


escolas de pensamento.

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Gabarito: Errado

Com relação a agregados monetários, modelo IS-LM, políticas


fiscal e monetária e mercado de trabalho, julgue os itens.

22. (CESPE/Unb – Auditor – Economia – TCE/RO – 2013) - Na


visão keynesiana, as decisões de investimento embasam-se na
expectativa dos investidores quanto ao futuro, de modo que os
gastos com investimento são tratados como componente
endógeno da demanda agregada.

Comentários:
No modelo IS-LM, as variáveis endógenas (determinadas dentro do
modelo) são a taxa de juros (i) e a renda (Y).

O investimento dependente da taxa de juros é uma variável endógena,


pois varia a partir da mudança da taxa de juros. No entanto, o
investimento embasado na expectativa dos investidores quanto ao futuro
é uma variável exógena (determinada fora do modelo).

Outras variáveis exógenas no modelo IS-LM são: consumo dependente da


confiança dos consumidores; gastos do governo; investimento
dependente das expectativas dos empresários, exportações e importações
dependentes da taxa de câmbio, quantidade de moeda (M1) e a demanda
por moeda decorrente de mudanças na preferência pela liquidez.

Enfim, as variáveis exógenas são aquelas que provocam os


deslocamentos nas curvas do modelo (as curvas IS e LM).

Gabarito: Errado

No que se refere ao modelo IS/LM, julgue os próximos itens.

23. (CESPE/Unb – Economista – MS – 2013) - Na situação de


22145164766

armadilha da liquidez, o Banco Central do Brasil perde sua


capacidade de estímulo à economia por meio do canal dos juros,
permanecendo, contudo, capaz de influenciar a economia pelo
canal monetário.

Comentários:
Na situação de armadilha da liquidez (LM horizontal), realmente, o BACEN
perde sua capacidade de estímulo à economia por meio do canal dos
juros, uma vez que, neste trecho da LM, a política monetária é inócua
para afetar o produto. Assim sendo, a questão é errada pela parte final da
assertiva.

Gabarito: Errado

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24. (CESPE/Unb – Economista – MS – 2013) - O aumento dos


gastos do governo gera o aumento da renda e da taxa de juros de
equilíbrio.

Comentários:
Quando o governo aumenta os gastos, ele pratica uma política fiscal
expansionista.

Assim, a curva IS é deslocada como um todo, no sentido do aumento da


renda e da taxa de juros de equilíbrio.

Em outras palavras, políticas fiscais expansionistas por meio do aumento


dos gastos do governo causam aumento da renda e da taxa de juros de
equilíbrio.

Gabarito: Certo

25. (CESPE/Unb – Economista – MS – 2013) - O aumento da


quantidade ofertada de moeda gera a redução da taxa de juros e
da renda de equilíbrio.

Comentários:
No modelo IS-LM, o aumento da quantidade ofertada de M1 desloca a LM
para a direita, reduzindo os juros e aumentando a renda de equilíbrio.

Gabarito: Errado

26. (CESPE/Unb – Economista – Ministério da Justiça – 2013) - Em


comparação à situação de fixação da taxa de juros, quando o
Banco Central mantém inalterada a quantidade de moeda, há
menos choques reais na volatilidade da renda.

Comentários: 22145164766

Nossa análise de política monetária, em todo o curso, tem se baseado na


ideia de que o BACEN influencia a economia pelo fato de controlar a oferta
monetária.

No entanto, os meios de comunicação nos falam, a todo o momento, que


o BACEN (na verdade, o COPOM) aumentou ou diminuiu as taxas de
juros. Ainda que esses pontos de vista possam parecer diferentes, ambos
estão corretos; vamos entender por quê.

Recentemente, o BACEN tem utilizado a taxa de juros SELIC como seu


instrumento de política monetária de curto prazo. Ou seja, o BACEN tem
preferido fixar as taxas de juros, em vez de fixar a quantidade de moeda
na economia. Assim, quando o COPOM se reúne e define uma taxa de

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juros, na verdade, ele se compromete a atuar no mercado de títulos
públicos de tal forma que aquela taxa fixada seja alcançada. Portanto,
estabelecer a oferta monetária e estabelecer a taxa de juros constituem
dois lados de uma mesma moeda.

Essas operações de mercado aberto (negociação de títulos) modificam a


oferta monetária, deslocando a curva LM, de tal maneira que a taxa de
juros de equilíbrio buscada pelo BACEN seja igual à taxa fixada pela
autoridade monetária.

Como resultado deste procedimento, os meios de comunicação discutem


a política monetária do país em termos da taxa de juros. Diz-se,
simplesmente, por exemplo, que o BACEN vai aumentar as taxas de juros
(não é dito que o BACEN vai vender títulos, ou reduzir a oferta
monetária). Da mesma forma, diz-se que o BACEN vai diminuir os juros,
em vez de se dizer que títulos públicos serão comprados, ou que a oferta
monetária será expandida.

Mas por que razão o BACEN prefere fixar uma taxa de juros, em vez de
fixar a oferta de moeda, como política monetária de curto prazo?

Os choques (deslocamentos) na curva LM são muito mais comuns ou


prevalentes do que os choques na curva IS, uma vez que as alterações na
quantidade de moeda na economia (curva LM) ocorrem de forma muito
mais dinâmica, rápida e fácil do que alterações no mercado de bens
(curva IS).

Desta forma, quando o BACEN concentra seu foco nas taxas de juros, ele
automaticamente compensa os outros choques da curva LM. Assim, o
compromisso com as taxas de juros (em vez do compromisso com a
oferta monetária) acarreta uma estabilidade maior na condução da
política econômica, de tal forma que a volatilidade sobre a renda acaba
sendo menor.
22145164766

A ideia geral da assertiva trazida pelo CESPE/Unb é correta (e o gabarito


definitivo foi “certo”), pois a fixação das taxas juros traz menos
volatilidade sobre a renda. No entanto, a nosso ver, a questão apresenta
problemas.

Quando se fixam as taxas de juros, o BACEN altera a quantidade ofertada


de moeda. Isso torna a nossa questão errada! Outro ponto é que a frase
começa com “em comparação à situação de fixação da taxa de juros ... “.
Ficou um vazio, uma incoerência. Estamos comparando a situação de
fixação da taxa de juros com o que exatamente? A questão não nos disse.

Enfim, apesar dos problemas, a questão foi considerada correta (mas, a


nosso ver, deveria ser anulada, pela confusão na redação do texto e pelo

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erro trazido, no sentido que a fixação das taxas de juros ocorre via
mudanças na quantidade de moeda).

Gabarito: Certo

27. (CESPE/Unb – Economista – Ministério da Justiça – 2013) - De


acordo com o modelo IS-LM, os efeitos de política fiscal sobre o
produto para uma economia fechada são maiores para o caso de
taxa de juros fixa.

Comentários:
Em primeiro lugar, vamos entender o que significa este caso de taxa de
juros “fixa”. Ao contrário do que alguns vocês podem pensar, não
devemos trabalhar com a hipótese da armadilha da liquidez, que é um
caso especial, em que a economia está em uma recessão econômica.

A taxa de juros fixa é uma regra de atuação do BACEN, onde ele


previamente determina uma taxa de juros a ser buscada.

Neste caso, os deslocamentos da IS deverão ser compensados por


deslocamentos da LM, para que a taxa de juros permaneça no nível fixado
pelo BACEN. Na figura abaixo, temos um exemplo desta situação:

i LM1
E2 LM2
i2
E1 E3
i1 BP

IS2

IS1
Y
YE1 YE2 YE3
22145164766

Vamos supor que o BACEN tenha fixado a taxa de juros em i1. Se o


governo aumentar os gastos públicos, a IS vai de IS1 para IS2, fazendo
com que a economia saia de E1 para E2; isto é, as taxas de juros
aumentem de i1 para i2, e o produto aumente de YE1 para YE2.

No entanto, se temos uma taxa de juros fixa (em i1), a política fiscal
expansiva forçará o BACEN a ampliar a oferta de moeda, deslocando a LM
de LM1 para LM2, para que a taxa de juros retorne ao patamar inicial,
saindo de i2 e indo para i1.

Observe que este movimento da LM amplifica os efeitos da política fiscal,


fazendo com que a renda aumente mais ainda (vamos de YE2 para YE3).

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No caso de política fiscal restritiva, teríamos a mesma amplificação, só
que no sentido inverso (de redução da renda).

Assim, para uma economia fechada, os efeitos de uma política fiscal sobre
o produto são maiores, no caso de uma taxa de juros fixa. Sendo assim, a
questão é certa.

PS: Este ajustamento e esta conclusão, é claro, referem-se a uma


economia fechada. Em uma economia aberta, teríamos complicações
maiores, pois teríamos que considerar os efeitos da taxa de câmbio (e os
resultados seriam diferentes, dependendo do regime cambial adotado).
Ademais, em economia aberta, a taxa de juros sempre acaba retornando
ao nível inicialmente definido.

Gabarito: Certo

28. (CESPE/Unb – Auditor – TCDF – 2012) - De acordo com o


modelo IS-LM, uma política monetária expansionista associada a
uma política fiscal contracionista determina um crescimento
econômico com redução das taxas de juros.

Comentários:
Uma política monetária expansionista (deslocamento da LM para a direita)
faz a taxa de juros diminuir e o produto aumentar.

Uma política fiscal contracionista (deslocamento da IS para a esquerda)


faz as taxas de juros diminuir e o produto diminuir.

Assim, somando os efeitos das duas políticas, temos total certeza que a
taxa de juros vai diminuir, mas, quanto ao produto, não conseguimos ter
certeza do que vai acontecer, pois a política monetária expansionista
aumenta o produto, enquanto a política fiscal restritiva faz o produto
diminuir, não sendo possível saber o efeito final, apenas a partir dos
dados da questão. 22145164766

Gabarito: Errado

29. (CESPE/Unb – Auditor – TCDF – 2012) - Qualquer ponto sobre


a curva IS demonstra implicitamente que o mercado de bens está
em equilíbrio, enquanto qualquer ponto sobre a curva LM
demonstra implicitamente que os mercados financeiros estão em
equilíbrio.

Comentários:
Esta questão é bem fácil. Qualquer ponto sobre a curva IS demonstra
equilíbrio no mercado de bens, ou no mercado real.

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Qualquer ponto sobre a curva LM demonstra equilíbrio no mercado de
moeda, monetário, financeiro ou de ativos.

Gabarito: Certo

30. (CESPE/Unb - Especialista – ANTT – 2013) - Quanto maior for


a elasticidade da demanda por moeda em relação à taxa de juros,
menor será a eficácia de uma política fiscal expansionista.

Comentários:
Quanto maior a elasticidade da demanda por moeda em relação aos
juros, menos inclinada é a curva LM.

Uma LM deitada indica que a eficácia da política fiscal será mais alta. Para
testar, faça você mesmo dois desenhos. Em um deles, faça uma LM mais
deitada (pouco inclinada). Noutro, faça uma LM mais inclinada (mais
vertical). Use uma IS com a mesma inclinação nos dois desenhos.

Agora, aplique uma política fiscal expansionista nos dois desenhos. Você
observará, sem dificuldades, que a política fiscal será mais eficaz no caso
da LM menos inclinada (mais deitada).

Desta forma, quanto maior for a elasticidade da demanda por moeda em


relação à taxa de juros (mais deitada é a LM), maior será a eficácia de
uma política fiscal expansionista. Sendo assim, a questão é errada.

Gabarito: Errado

31. (CESPE/Unb – Economista – TJ/RO – 2012) - O aumento na


sensibilidade da demanda por moeda em relação à taxa de juros
faz que a curva LM fique menos inclinada (taxa de juros no eixo
vertical e produto no eixo horizontal).

Comentários: 22145164766

O aumento na sensibilidade/elasticidade da demanda por moeda em


relação à taxa de juros faz com que a LM realmente fique menos
inclinada. Sendo assim, a questão é correta.

Gabarito: Certo

32. (CESPE/Unb – Economista – TJ/RO – 2012) - O aumento na


sensibilidade da demanda por moeda em relação à taxa de juros
provoca um deslocamento paralelo da curva LM (taxa de juros no
eixo vertical e produto no eixo horizontal).

Comentários:

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O aumento na sensibilidade/elasticidade da demanda por moeda em
relação à taxa de juros faz com que a LM realmente fique menos
inclinada; não há, portanto, um deslocamento paralelo da LM. Sendo
assim, a questão é errada.

Gabarito: Errado

33. (CESPE/Unb – Economista – TJ/RO – 2012) - Um aumento do

multiplicador de para provocado pelo aumento da


propensão marginal a consumir gera um deslocamento paralelo da
curva IS (taxa de juros no eixo vertical e produto no eixo
horizontal).

Comentários:
Quanto maior é o multiplicador keynesiano de gastos, menor é a
inclinação da IS, de tal maneira que o aumento do multiplicador (como
diz o enunciado) faz a inclinação da IS diminuir.

Portanto, o multiplicador keynesiano afeta a inclinação da IS. Ele não faz


a curva IS ser deslocada paralelamente.

Gabarito: Errado

34. (CESPE/Unb – Economista – TJ/RO – 2012) - Uma redução na


sensibilidade do investimento à taxa de juros se traduz em uma
curva IS menos inclinada (taxa de juros no eixo vertical e produto
no eixo horizontal).

Comentários:
Quanto maior a sensibilidade/elasticidade do investimento em relação à
taxa de juros, menos inclinada é a IS. Portanto, uma redução na
sensibilidade do investimento à taxa de juros se traduz em uma curva IS
22145164766

mais inclinada. Assim sendo, a questão é errada.

Gabarito: Errado

35. (CESPE/Unb – Economista – TJ/RO – 2012) - Um aumento


exógeno da demanda por moeda (devido ao nível de renda e à
taxa de juros, que é fixada pelo banco central local) - em razão,
por exemplo, de mudanças nas preferências dos agentes - não
possui efeito sobre o nível de produto de equilíbrio.

Comentários:
Em regra, o fator mais famoso que vai provocar deslocamentos da curva
LM é a oferta de moeda.

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No entanto, alterações (exógenas) na demanda por moeda, decorrentes


de mudança no comportamento (preferências) das pessoas, também
desloca a LM. Estamos aqui falando de mudanças na demanda por moeda
que não sejam decorrentes de mudanças nos juros e na renda.

Um aumento exógeno na demanda por moeda faz a LM ir para a


esquerda, enquanto uma redução exógena na demanda por moeda faz a
LM ir para a direita.

Assim, no caso desta questão, o aumento da demanda por moeda em


decorrência de mudanças no comportamento das pessoas, fará a LM ir
para a esquerda, aumentando os juros e reduzindo o produto.

Gabarito: Errado

36. (CESPE/Unb – Economista – MTE – 2013) - Na situação de


armadilha da liquidez, o Banco Central do Brasil perde sua
capacidade de estímulo à economia por meio do canal dos juros,
permanecendo, contudo, capaz de influenciar a economia pelo
canal monetário.

Comentários:
Na armadilha da liquidez, atingimos o limite mínimo da taxa de juros.
Políticas monetárias expansionistas simplesmente não farão a LM ir para
baixo, indicando que o BACEN perde sua capacidade de estímulo à
economia por meio do canal dos juros, perdendo também sua capacidade
de influenciar a economia pelo canal monetário.

Na armadilha da liquidez, a política monetária é ineficaz.

Gabarito: Errado

37. (CESPE/Unb – Economista – MTE – 2013) - O aumento


22145164766

exógeno da incerteza gera a redução da taxa de juros e da renda


de equilíbrio.

Comentários:
Em primeiro lugar, devemos entender o que seria essa incerteza.

A incerteza de que trata a questão é decorrente da perda de confiança


nos títulos financeiros. Essa perda de confiança, fruto da incerteza, faz as
pessoas se desfazerem de seus títulos. Ao se desfazer dos títulos, as
pessoas recebem moeda.

Logo, a incerteza faz as pessoas correrem dos títulos, e a demandar mais


moeda. Portanto, temos um aumento exógeno (decorrente de mudanças

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no comportamento) da demanda por moeda, deslocando a LM para a
esquerda. Isso faz com que as taxas de juros subam, e a renda de
equilíbrio seja reduzida.

Gabarito: Errado

38. (CESPE/Unb – Economista – MTE – 2013) - O aumento dos


gastos do governo gera o aumento da renda e da taxa de juros de
equilíbrio.

Comentários:
O aumento dos gastos do governo desloca a IS para a direita,
aumentando as taxas de juros e a renda da economia.

Gabarito: Certo

39. (CESPE/Unb – Economista – MTE – 2013) - O aumento da


quantidade ofertada de moeda gera a redução da taxa de juros e
da renda de equilíbrio.

Comentários:
O aumento da quantidade ofertada de moeda faz a LM se deslocar para a
direita, reduzindo a taxa de juros e aumentando a renda.

Gabarito: Errado

40. (CESPE/Unb – Especialista em Regulação – ANP – 2013) – Em


uma economia com taxas de câmbio fixas, caso se estimule a
despesa interna por intermédio de aquisições governamentais,
essa política fiscal expansionista do governo deslocará a curva IS
para a direita, elevando a taxa de câmbio. Entretanto, esse efeito
mantém o nível de renda no mesmo patamar.

Comentários: 22145164766

Em uma economia aberta, com taxas de câmbio fixas, a política fiscal


expansionista desloca a IS para a direita.

O câmbio não se eleva, pois o câmbio é fixo, e o BACEN vai comprar o


excesso de moeda estrangeira surgido em decorrência do aumento da
taxa interna de juros. A compra de moeda estrangeira (onde o BACEN
recebe US$ e entrega R$) fará, ainda, a curva LM se deslocar para a
direita. No final, o nível de renda será aumentado.

Gabarito: Errado

41. (CESPE/Unb – Especialista – Ministério das Comunicações –


2013) – Sob o regime de câmbio flexível, plena mobilidade de

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capitais e quantidade de moeda fixada pelo BACEN, uma expansão
dos gastos do governo acarreta expansão da renda de equilíbrio
da economia.

Comentários:
Sob o regime de câmbio flexível, plena mobilidade de capitais e
quantidade de moeda fixada pelo BACEN, uma expansão dos gastos do
governo (política fiscal expansionista) é ineficaz para afetar a renda de
equilíbrio da economia.

Gabarito: Errado

42. (CESPE/Unb – Especialista – Ministério das Comunicações –


2013) – Sob o regime de câmbio flexível, plena mobilidade de
capitais e quantidade de moeda fixada pelo BACEN, uma expansão
dos gastos do governo acarreta expansão da renda de equilíbrio
da economia.

Comentários:
Sob o regime de câmbio flexível, plena mobilidade de capitais e
quantidade de moeda fixada pelo BACEN, uma expansão dos gastos do
governo (política fiscal expansionista) é ineficaz para afetar a renda de
equilíbrio da economia.

Gabarito: Errado

Considerando um modelo de economia aberta com perfeita


mobilidade de capitais e câmbio flexível, julgue o item a seguir.

43. (CESPE/Unb – Especialista em Regulação – ANTT – 2013) –


Uma política fiscal expansionista é eficaz para aumentar a
atividade econômica.

Comentários: 22145164766

Em primeiro lugar, veja que o enunciado fala em câmbio flexível. Nesta


situação, em uma economia aberta, a política fiscal é ineficaz para
aumentar a atividade econômica.

Gabarito: Errado

Acerca das questões fiscais, monetárias e cambiais do modelo IS-


LM para uma pequena economia aberta, julgue os itens que se
seguem.

44. (CESPE/Unb – Pesquisador do INPI – Assuntos Econômicos –


2013) – Uma expansão fiscal por parte do governo no modelo com

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câmbio fixo e perfeita mobilidade de capitais resulta em retração
das reservas internacionais.

Comentários:
Em primeiro lugar, nestas questões de modelo IS-LM na economia aberta,
devemos ficar atentos para o fato de que, quando temos câmbio fixo,
haverá alteração do nível de reservas internacionais. Afinal, para manter
o câmbio fixo, o BACEN compra ou vende moeda estrangeira no mercado
cambial.

PS: no modelo IS-LM com câmbio flexível, não haverá alteração do nível
de reservas internacionais, mas sim alteração das exportações líquidas.

Pois bem, uma expansão fiscal fará com que a taxa interna de juros fique
maior que a taxa externa de juros, atraindo capitais externos (US$) para
o país. Para evitar uma desvalorização do US$, o BACEN deve comprar
este excesso de moeda estrangeira entrante no país.

Ao fazer isso, o BACEN adquire mais US$; portanto, temos uma


expansão o nível de reservas internacionais.

Gabarito: Errado

45. (CESPE/Unb – Pesquisador do INPI – Assuntos Econômicos –


2013) – Uma expansão monetária por parte do Banco Central no
modelo com câmbio fixo e perfeita mobilidade de capitais gera
aumento do produto de equilíbrio.

Comentários:
Com câmbio fixo, a política monetária é ineficaz para alterar o produto.

Gabarito: Errado

46. (CESPE/Unb – Pesquisador do INPI – Assuntos Econômicos –


2013) – A curva IS possui maior inclinação para a economia
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aberta do que para a economia fechada.

Comentários:
Questão interessante!

Nós vimos que a inclinação da IS depende, dentre outros fatores, do valor


do multiplicador keynesiano. Quanto maior o multiplicador, menor é a
inclinação da IS.

O multiplicador keynesiano da economia aberta é menor que o


multiplicador da economia fechada. Vimos isso na aula sobre Modelo
Keynesiano.

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Portanto, se o multiplicador da economia aberta é menor, então, a curva


IS da economia aberta será mais inclinada, já que um multiplicador mais
elevado indica uma curva IS menos inclinada.

Desta forma, a questão é correta!

Gabarito: Certo

47. (CESPE/Unb – Pesquisador do INPI – Assuntos Econômicos –


2013) – No modelo com câmbio fixo e perfeita mobilidade de
capitais, uma expansão fiscal por parte do governo acarreta
redução na mesma magnitude das exportações líquidas (efeito
crowding-out total).

Comentários:
No modelo IS-LM para uma economia aberta, com câmbio fixo e perfeita
mobilidade de capitais, a política fiscal expansionista não provocará
redução das exportações líquidas, uma vez que estas são função da taxa
de câmbio (e o câmbio não muda, já que é fixo).

Nós teremos, nesta situação, expansão das reservas internacionais


(devido à compra de dólares que entram no país).

Ademais, a questão contextualiza de forma errada o efeito crowding-out,


que é a redução do investimento privado (e não das exportações líquidas)
decorrente do aumento das taxas de juros, a partir de uma política fiscal
expansionista.

Gabarito: Errado

48. (CESPE/Unb – Pesquisador do INPI – Assuntos Econômicos –


2013) – No modelo com câmbio fixo e perfeita mobilidade de
capitais, uma expansão fiscal por parte do governo acarreta
22145164766

elevação da base monetária.

Comentários:
No modelo IS-LM para uma economia aberta, com câmbio fixo e perfeita
mobilidade de capitais, a política fiscal expansionista fará a taxa interna
de juros aumentar, o que provocará entrada de dólares no país.

Como o câmbio fixo, o BACEN não pode deixar essa entrada de US$
pressionar a taxa de câmbio. Assim, o BACEN comprará esse excesso de
moeda estrangeira. Isto significa o seguinte: o BACEN receberá moeda
estrangeira e entregará moeda nacional ao mercado. Portanto, teremos
uma elevação da base monetária da economia (quantidade de moeda
nacional no mercado).

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Gabarito: Certo

49. (CESPE/Unb – Pesquisador do INPI – Assuntos Econômicos –


2013) – Uma expansão fiscal por parte do governo no modelo com
câmbio fixo e perfeita mobilidade de capitais acarreta aumento
das exportações líquidas.

Comentários:
Com câmbio fixo, as exportações líquidas não são alteradas, pois elas são
função da taxa de câmbio. Uma vez que, no câmbio fixo, a taxa não se
altera, não teremos, por consequência, mudança no nível de exportações
líquidas.

PS: nós teremos aumento das exportações líquidas quando houver


câmbio flutuante (e a moeda nacional se desvalorizar). Isso ocorre
quando temos fuga de capitais do país, decorrente de uma situação em
que a taxa interna de juros esteja menor que a taxa externa (como
consequência, por exemplo, de uma política monetária expansiva, ou de
uma política fiscal restritiva).

Gabarito: Errado

50. (CESPE/Unb – Analista Econômico – SEGER/ES – 2013) - Em


uma economia com câmbio fixo e plena mobilidade de capitais,
uma expansão fiscal gera aumento da base monetária na mesma
proporção da variação das reservas internacionais, com vistas à
manutenção da taxa de juros no nível externo e à ฀garantia da
estabilidade cambial.

Comentários:
No modelo IS-LM para uma economia aberta, com câmbio fixo e perfeita
mobilidade de capitais, a política fiscal expansionista fará a taxa interna
de juros aumentar, o que provocará entrada de dólares no país.
22145164766

Como o câmbio fixo, o BACEN não pode deixar essa entrada de US$
pressionar a taxa de câmbio. Assim, o BACEN comprará esse excesso de
moeda estrangeira. Isto significa o seguinte: o BACEN receberá moeda
estrangeira e entregará moeda nacional ao mercado. Portanto, teremos
uma elevação da base monetária da economia (quantidade de moeda
nacional no mercado).

Observe que a elevação das reservas internacionais será na mesma


proporção da elevação da base monetária. Afinal, o aumento da base
monetária ocorrerá porque uma determinada quantia de moeda
estrangeira foi comprada.

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Ao comprar e vender dólares, a variação das reservas internacionais tem
que ser igual à variação na base monetária (variação de R$, moeda
nacional).

Por exemplo, suponha que US$ 1,00 = R$ 2,00. Agora, suponha também
que o BACEN, para garantir a taxa de câmbio no nível que ele quer,
decida vender US$ 1 milhão (recebendo, em troca, R$ 2 milhões). Nesta
operação, ele perderá US$ 1 milhão em reservas internacionais e a base
monetária da economia perderá R$ 2 milhões (pois o BACEN vai retirar R$
2 milhões de circulação, reduzindo a base monetária).

Mas note que US$ 1 milhão é igual a R$ 2 milhões (uma vez que
US$1,00=R$2,00), indicando, portanto, que a variação nas reservas
internacionais é igual à variação da base monetária.

Gabarito: Certo

51. (CESPE/Unb – Analista Administrativo – ANAC – 2012) - Em


um pequeno país com regime de câmbio fixo e perfeita mobilidade
de capitais, uma política monetária contracionista provoca
redução do estoque de moeda estrangeira em poder do Banco
Central.

Comentários:
No modelo IS-LM para uma economia aberta, com câmbio fixo e perfeita
mobilidade de capitais, a política monetária contracionista fará a taxa de
juros interna subir, ficando em um patamar superior à taxa externa.

Isso provocará entrada de US$ no país. Como o câmbio é fixo, o BACEN


não poderá deixar essa entrada de US$ pressionar a taxa de câmbio. Para
evitar a desvalorização do US$, o BACEN comprará esse excesso de
dólares, fazendo com que haja aumento do estoque de moeda estrangeira
em poder do Banco Central.
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Gabarito: Errado

52. (CESPE/Unb – Auditor – TCDF – 2012) - A redução do déficit


orçamentário causa redução do produto e da taxa de juros da
economia no curto prazo. No médio prazo, a reduzida taxa de
juros permite que haja retorno do produto ao nível anterior.

Comentários:
Essa é uma questão interessante!

Ela trata das questões envolvendo a diferenciação entre curto e longo


prazo no que tange aos efeitos das políticas econômicas (fiscais e
monetárias). A questão fala em “médio” prazo, mas entenda como

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sinônimo de “longo” prazo. Na verdade, existe um autor (Olivier
Blanchard) que trata o longo prazo como uma situação de médio prazo.
Provavelmente, o examinador é fã do autor, ou o adota como referência
bibliográfica.

Dos livros didáticos mais famosos (Mankiw, Dornbusch, Froyen, Sachs e


Larrain, Vasconcellos, etc), o Blanchard se diferencia, dentre outras
coisas, por tratar o longo prazo como sendo, na verdade, o médio prazo.
Ele utiliza a expressão “médio prazo” refletindo situações que os outros
autores geralmente se referem como “longo prazo”.

Em termos intuitivos, podemos entender o seguinte:

 No longo (ou médio) prazo, as políticas fiscais ou monetárias são


inócuas (ou neutras) para afetar o produto. No longo prazo, o
produto tende para seu nível natural (taxa natural de desemprego).

 No curto prazo, as políticas fiscais ou monetárias têm influência


sobre o nível do produto.

Resta agora fazer definir o que faz o produto retornar sempre ao nível
natural no longo prazo, quando estamos utilizando o modelo IS-LM como
referência.

A questão fala em redução de déficit orçamentário. Isto significa, em


outras palavras, política fiscal restritiva (aumento de impostos e/ou
redução de gastos públicos). No curto prazo, a política fiscal restritiva
(deslocamento da IS para a esquerda) irá reduzir o produto e também as
taxas de juros. Este é o resultado final, em curto prazo.

No entanto, a redução das taxas de juros fará com que o investimento


aumente (lembre-se: o investimento é função inversa da taxa de juros).
O aumento do investimento significa justamente realizar gastos visando
ao aumento da capacidade produtiva da economia. Assim, com o passar
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do tempo, em longo prazo, a redução das taxas de juros irá fazer com
que o nível de investimento aumente. Isso possibilitará, por sua vez, que
o produto retorne ao nível anterior.

Assim, em longo (médio) prazo, a política fiscal restritiva não afeta o


produto, pois a redução dos juros faz com que o produto retorne ao nível
anterior (via aumento dos investimentos). Da mesma forma, a política
fiscal expansiva também não afeta o produto, pois o aumento dos juros
faz com que o produto retorne ao nível anterior (via redução dos
investimentos).

Gabarito: Certo

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Considerando o modelo IS/LM para uma pequena economia
aberta, com mobilidade perfeita de capitais, e que a taxa de juros i
seja igual à taxa de juros internacional i*, julgue os itens.

53. (CESPE/Unb – Economista – TJ/RO – 2012) – No modelo


considerado, a inclinação da curva IS - no eixo das abcissas
representa-se o produto e a taxa de juros, no eixo das ordenadas -
é menos acentuada do que em uma economia fechada.

Comentários:
A inclinação da IS depende, dentre outros fatores, do valor do
multiplicador keynesiano. Quanto maior o multiplicador, menor é a
inclinação da IS.

O multiplicador keynesiano da economia aberta é menor que o


multiplicador da economia fechada. Vimos isso na aula sobre Modelo
Keynesiano.

Portanto, se o multiplicador da economia aberta é menor, então, a curva


IS da economia aberta terá inclinação mais acentuada que a IS da
economia fechada, já que um multiplicador mais elevado indica uma
curva IS menos inclinada.

Gabarito: Errado

54. (CESPE/Unb – Economista – TJ/RO – 2012) – A política fiscal


é neutra em relação ao produto.

Comentários:
Pelos dados do enunciado, não é possível saber se a política fiscal é
neutra em relação ao produto (para afirmarmos isso, com certeza, o
enunciado deveria fazer menção ao uso de regime cambial flutuante).

Gabarito: Errado 22145164766

Em relação à política fiscal e à política monetária, julgue os itens.

55. (CESPE/Unb – Economista – TCE/ES – 2012) – No médio


prazo, redução do déficit orçamentário leva a redução do nível de
investimento.

Comentários:
A redução do déficit orçamentário (redução de gastos públicos e/ou
aumento de tributação) é o mesmo que política fiscal restritiva.

No curto prazo, a IS vai para a esquerda, e os juros e a renda são


reduzidos. No entanto, em médio (longo) prazo, a redução das taxas de

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juros faz com que o investimento aumente, fazendo com que o produto
retorne ao nível anterior.

Gabarito: Errado

56. (CESPE/Unb – Economista – TCE/ES – 2012) – No curto e no


longo prazos, uma política monetária contracionista leva à
redução do produto da economia.

Comentários:
No curto prazo, realmente, uma política monetária contracionista leva à
redução do produto. No entanto, em médio (longo) prazo, as políticas
econômicas são neutras em relação ao produto.

Gabarito: Errado

CESPE/Unb - ECONOMISTA - BANCO DA AMAZÔNIA – 2010 -


Acerca de macroeconomia aberta, câmbio e balanço de
pagamentos, julgue os itens subsequentes.

57. - Em uma economia aberta com cambio fixo e livre mobilidade


de capitais, uma política monetária expansionista levará à fuga
massiva de capitais dessa economia.

COMENTÁRIOS:
A política monetária expansionista reduzirá os juros internos para
patamares inferiores aos juros externos. Isso, inicialmente, provocaria
fuga de capitais (maior demanda por moeda estrangeira), se o regime
fosse flutuante. Como o regime é fixo, o BACEN deverá vender moeda
estrangeira para suprir a demanda do mercado. Isso, em um segundo
momento, desloca a curva LM de volta para sua posição inicial,
aumentando a taxa de juros interna e igualando-a novamente à taxa
externa, de modo que a economia se equilibrará e os agentes não
quererão mais investir no mercado externo. Observe que, no fim de tudo,
22145164766

quando a economia volta a se equilibrar, não ocorre fuga massiva de


capitais, pois as taxas interna e externa voltam a ficar iguais.

Nota  a nosso ver, a questão estaria certa, pois, em um dado momento


inicial, houve sim fuga de capitais. É verdade que essa fuga cessa ao
final, mas o fato de ter havido fuga em algum momento, pelo menos para
mim, já valida o argumento que houve fuga de capitais, tornando a
questão correta. Mas o que interessa é a verdade da banca e, para esta,
só valeu o equilíbrio final.

GABARITO: ERRADO

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58. Em uma economia com livre mobilidade de capitais e câmbio
flutuante, uma política monetária expansionista levará à
desvalorização cambial dessa economia, porém com redução da
renda nacional.

COMENTÁRIOS:
A política monetária expansionista provocará, em um primeiro momento,
redução das taxas de juros, o que faz com que os agentes demandem
moeda estrangeira a fim de investirem no mercado externo, que está com
juros maiores. Esta maior demanda por moeda estrangeira levará a sua
valorização, o que implica dizer que a moeda nacional será desvalorizada.
Até aqui, está correta a assertiva. No entanto, a desvalorização da moeda
nacional deslocará a curva IS para a direita, aumentando ainda mais a
renda nacional (que já foi aumentada inicialmente pela política monetária
expansionista).

GABARITO: ERRADO

59. CESPE/Unb - ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO - CIÊNCIAS


ECONÔMICAS – TCE/AC - 2009 - As políticas fiscais e monetárias
sintetizam a ação do governo para estabilizar a economia. Acerca
desse assunto, julgue os itens.

- O efeito deslocamento (crowding out) potencializa os efeitos de


políticas fiscais expansionistas porque contribui para aumentar as
exportações líquidas da economia.

COMENTÁRIOS:
O efeito deslocamento reduz o efeito da política fiscal expansionista, em
razão dessa aumentar as taxas de juros e este aumento reduzir os
investimentos.

GABARITO: ERRADO
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60. CESPE/Unb - ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO - CIÊNCIAS


ECONÔMICAS – TCE/AC - 2009 - A respeito dos conceitos básicos
de macroeconomia das economias abertas, assinale a opção
correta.

Em um regime de taxas de câmbio fixas, políticas monetárias


restritivas constituem uma forma de reduzir os desequilíbrios
externos, porém, ao custo da redução da produção e do emprego.

COMENTÁRIOS:
Em primeiro lugar, devemos definir o que são desequilíbrios externos: é a
falta de moeda estrangeira no caixa do BACEN (baixo nível ou até mesmo
nenhum nível de reservas internacionais). Assim, reduzir o desequilíbrio

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externo significa tomar alguma medida que faça com que a quantidade de
moeda estrangeira (reservas internacionais) no caixa do BACEN aumente.
Agora, podemos passar aos comentários da assertiva:

Na nossa aula, nós analisamos somente o caso de políticas expansivas.


Desta forma, teremos que raciocinar qual será o efeito da política
monetária restritiva sobre a economia:

Ao adotar política monetária restritiva, a curva LM se desloca para a


esquerda e para cima, aumentando as taxas de juros e reduzindo a
renda/emprego. Até aqui, está correta a assertiva. Prossigamos com o
raciocínio: como os juros internos ficarão maiores, haverá entrada de
capitais, aumentando, assim, a oferta de moeda estangeira. Como o
câmbio é fixo, esta maior oferta de moeda estrangeira deve ser
obrigatoriamente comprada pelo BACEN, o que significa dizer que o
BACEN, em um segundo momento, praticará política monetária expansiva
(estará recebendo moeda estrangeira e entregando moeda nacional ao
mercado, logo, há aumento da oferta monetária). Assim, a curva LM
voltará a sua posição original, na mesma taxa de juros e nível de
emprego. Assim, temos o seguinte em relação ao nível de produção/renda
da economia:

Primeiro momento: reduz


Segundo momento: volta para a posição inicial

Em relação ao desequilíbrio externo, podemos entender que a política


monetária restritiva no câmbio fixo funciona, pois o BACEN adquiriu mais
moeda estrangeira. Assim, quanto a esta parte da questão, não há dúvida
que esteja correta. Quanto à parte que fala da redução do emprego, fica
uma dúvida: que momento considerar, o primeiro (redução de emprego),
ou segundo (emprego volta para a posição original, não havendo redução
de emprego).

A banca considerou a assertiva correta, levando em conta que, no


22145164766

primeiro momento, há redução do emprego. Veja que isso vai contra o


critério que ela considerou em outras questões, o que é para deixar
qualquer estudante de concurso maluco, não é mesmo! O consolo é que,
originalmente, esta questão é de múltipla escolha e as outras assertivas
são (bastante) erradas, de forma que só sobraria mesmo esta assertiva
para marcar como a correta.

Nota  não colocamos as outras assertivas da questão, pois elas não


guardam relação com o modelo IS-LM.

GABARITO: CERTO

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CESPE/Unb - ESP. REGULAÇÃO DE SERV. PÚB. DE
TELECOMUNICAÇÕES – ECONOMIA - ANATEL – 2009 - A teoria
econômica divide seus estudos sob os ângulos micro e macro. Em
termos gerais, à microeconomia cabe a análise dos mercados nos
quais as famílias e as empresas estão inseridas, via, entre outros
meios, o entendimento da oferta e da demanda, dos mecanismos
de formação de preços e das estruturas de mercado; à
macroeconomia cabe o estudo dos agregados, e, para isso, entre
outros temas, ela trabalha com o da inflação e das políticas fiscal
e monetária, com a contabilidade social ou nacional, preocupando-
se com a medição desses agregados.
À luz do texto apresentado, julgue os itens a seguir, relativos à
macroeconomia.

61. Em relação à curva LM, podem-se destacar três trechos, quais


sejam, o clássico, o keynesiano e o intermediário. No clássico, a
elasticidade da demanda de moeda em relação à taxa de juros é
infinita, enquanto, no trecho keynesiano, essa elasticidade é igual
a zero.

COMENTÁRIOS:
No trecho clássico, a elasticidade da demanda de moeda em relação à
taxa de juros é zero, pois a curva LM é vertical (ângulo zero com o eixo
dos juros). No trecho keynesiano, essa elasticidade tende ao infinito.

GABARITO: ERRADO

CESPE/Unb - ANALISTA ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO -


CIÊNCIAS ECONÔMICAS – SEGER/ES – 2009 - A análise
macroeconômica é essencial à compreensão dos grandes
agregados econômicos. A respeito dessa teoria, julgue os itens a
seguir.

62. O efeito deslocamento (crowding out) supõe que variações


22145164766

nas taxas de juros, decorrentes da expansão dos gastos públicos,


não afetam o multiplicador keynesiano e, portanto, não alteram o
nível de eficácia da política fiscal para expandir a produção.

COMENTÁRIOS:
O efeito deslocamento (crowding out) realmente não afeta o multiplicador
keynesiano, mas ele altera o nível de eficácia da política fiscal para
expandir a produção. Quanto mais os investimentos forem sensíveis às
taxas de juros, maior será o efeito deslocamento e menor a eficácia da
política fiscal.

GABARITO: ERRADO

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63. Aumentos nos gastos públicos deslocam a curva IS para cima
e para a direita.

COMENTÁRIOS:
Qualquer adoção de medidas de política fiscal expansionista desloca a
curva IS para a direita e para cima.

GABARITO: CERTO

CESPE/Unb - ANALISTA DE COMÉRCIO EXTERIOR – MDIC – 2008 -


A teoria macroeconômica analisa o comportamento dos grandes
agregados econômicos. Com base nessa teoria, julgue os itens a
seguir.

64. No Brasil, quanto mais inelástica for a curva LM e quanto mais


acomodatícia for a política monetária, maior será o impacto
expansionista decorrente da ampliação dos programas de
transferência de renda, como o bolsa-família.

COMENTÁRIOS:
Bom, em primeiro lugar, devemos entender o que é política monetária
acomodatícia. Ela ocorre quando a autoridade monetária tenta acomodar
ou reduzir determinados efeitos indesejáveis da política fiscal. Exemplo:
suponha que o governo tenha ampliado o programa de transferência de
renda Bolsa-família (política fiscal expansionista) e queira evitar o
aumento da taxa de juros decorrente desta expansão fiscal. O aumento
das transferências deslocará a curva IS para a direita, aumentando a
renda e as taxas de juros. A política monetária acomodatícia tentará
conter este aumento da taxa de juros, por meio do aumento da oferta de
moeda. Assim, a curva LM será deslocada para a direita e para baixo,
reduzindo a taxa de juros e “acomodando” os efeitos da expansão fiscal
sobre as taxas de juros.

Esse é apenas um exemplo de política monetária acomodatícia, mas veja


que seu objetivo é “acomodar” ou reduzir o impacto de alguma medida de
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expansão fiscal sobre alguma variável (juros, renda, preços, etc). Neste
caso, a assertiva está errada, pois quanto mais acomodatícia for a política
monetária, MENOR será o impacto expansionista decorrente da ampliação
de programas de transferências.

Ademais, quanto mais inelástica é a curva LM (mais vertical), menor é o


impacto da política fiscal. Veja, por exemplo, o caso em que a curva LM é
vertical (caso clássico, em que a curva LM é totalmente inelástica). Nesta
situação, a política fiscal é ineficaz e não tem qualquer impacto.

Nota  quando a questão não falar qual elasticidade considerar,


considere a elasticidade em relação à variável que está no eixo vertical do

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gráfico. Por exemplo, nesta questão foi dito apenas que a curva LM é
inelástica (não disse se é inelástica em relação aos juros ou à renda).
Assim, devemos considerar a elasticidade em relação aos juros (variável
do eixo vertical do gráfico).

GABARITO: ERRADO

CESPE/Unb - ECONOMISTA – DFTRANS – 2008 - A curva IS


(investment saving) mostra as condições de equilíbrio no mercado
de bens e a curva LM (liquidity money) representa o equilíbrio no
mercado de ativos. No que concerne a esses conceitos, julgue os
itens seguintes.

65 - Quanto maior for a propensão marginal a consumir, menor


será a inclinação da curva IS.

COMENTÁRIOS:
Conforme colocamos no quadro da página 11, está correta a assertiva.

GABARITO: CERTO

66 - Pontos à direita da curva IS correspondem a situações de


excesso de demanda de bens.

COMENTÁRIOS:
A curva IS representa o equilíbrio no mercado de bens. Esse equilíbrio
acontece quando:

Investimento = poupança (1)


Ou,
Y = C + I + G + X – M (2)

O (Y) representa a produção/renda da economia, enquanto o lado direito


da equação (2) representa a demanda agregada. A produção pode ser
22145164766

considerada também como oferta de bens, enquanto a demanda


agregada pode ser considerada como demanda de bens. Assim, a curva
IS também representa situações em que a demanda de bens é igual à
oferta de bens.

Quando estamos em algum ponto à direita da curva IS, isto significa que
o Y (oferta de bens) desse ponto é maior que o Y que está na curva IS.
Assim, pontos à direita da curva IS correspondem a situações de excesso
de oferta de bens; e pontos à esquerda da curva IS correspondem a
situações de excesso de demanda de bens.

GABARITO: ERRADO

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67 - Pontos à esquerda e acima da curva LM representam uma
situação de excesso de demanda por moeda.

COMENTÁRIOS:
A curva LM representa a situação onde a oferta de moeda (que é
exógena) iguala a demanda de moeda. Esta por sua vez, é função
crescente da renda e decrescente dos juros. Assim, quanto maior a renda
(Y), maior a demanda por moeda; quanto maiores os juros, menor a
demanda por moeda.

Pontos à direita da curva LM, indicam situações onde a renda (Y) é maior
que a renda que provocaria o equilíbrio demanda de moeda=oferta de
moeda. Assim, em pontos À DIREITA da curva LM, há excesso de
demanda por moeda, pois, nestes pontos, a renda é maior e, quanto
maior esta, maior a demanda por moeda. Em pontos à esquerda, há
escassez de demanda ou excesso de oferta de moeda.

GABARITO: ERRADO

68 - Desconsiderando-se situações extremas, o aumento da oferta


de moeda provoca aumento do investimento e conseqüente
aumento da renda da economia.

COMENTÁRIOS:
O aumento da oferta de moeda desloca a curva LM para a direita e para
baixo (desconsiderando as situações extremas, em que LM é
vertical/horizontal). Com isso, haverá redução da taxa de juros. Esta
redução da taxa de juros aumentará o investimento, pois este é função
inversa da taxa de juros. O aumento do investimento, por sua vez,
aumenta a renda da economia.

Nota  veja que não que se falar em deslocamento da curva IS, pois o
aumento do investimento ocorre em razão da baixa da taxa de juros.
Conforme aprendemos, alterações da taxa de juros não deslocam a curva
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IS, havendo somente deslocamento ao longo da curva IS. Se você


desenhar o gráfico, verá que após o deslocamento da curva LM, no novo
equilíbrio, estaremos em um novo ponto, mas na mesma curva IS. Ou
seja, nós nos deslocaremos ao longo da curva IS, aumentando o
investimento (em virtude da redução dos juros) e a renda.

GABARITO: CERTO

69 - Na armadilha da liquidez, a curva LM será totalmente


horizontal e a política monetária não terá efeito algum sobre a
renda.

COMENTÁRIOS:

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Conforme está demonstrado na figura 20, a política monetária não altera
em nada a renda ou os juros da economia quando a curva LM é horizontal
(trecho keynesiano ou armadilha da liquidez).

GABARITO: CERTO

70 - O aumento do gasto público faz aumentar a renda e também


o investimento privado.

COMENTÁRIOS:
O aumento do gasto público (desloca a curva IS para a direita e para
cima) faz aumentar a renda e os juros. Como os juros aumentam, o
investimento diminui, pois o investimento é função inversa da taxa de
juros.

GABARITO: ERRADO

CESPE/Unb – ECONOMISTA – STM – 2011 - Com relação às


políticas econômicas, que normalmente tendem a ter efeitos de
curto e longo prazo na economia, julgue os itens subsequentes.

71 - Atualmente, a economia brasileira vive um período de


“déficits gêmeos”, em que um desequilíbrio fiscal tende a causar
um desequilíbrio nas transações correntes do balanço de
pagamentos.

COMENTÁRIOS:
A questão definiu perfeitamente o conceito de “déficits gêmeos”: o déficit
fiscal tende a provocar um desequilíbrio em transações correntes. Por
esta análise, a assertiva é correta, segundo o gabarito da banca.

No entanto, devemos fazer um adendo, pois, atualmente (a questão é de


2011), a situação fiscal do Brasil não é ruim. O governo brasileiro vem
conseguindo obter superávits primários e manter uma estável situação
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fiscal, principalmente, quando comparado com períodos anteriores da


economia brasileira. Neste sentido, caberia recurso na questão, pelo
subjetivismo da análise.

GABARITO: CERTO

CESPE/Unb – ECONOMISTA – MPU – 2010 - Julgue os itens que se


seguem acerca do modelo IS-LM, identidades macroeconômicas
básicas e sistema de contas nacionais no Brasil.

72 - Modificações no consumo autônomo, devido a mudanças no


estado de confiança dos consumidores, podem levar a
deslocamentos da curva IS.

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COMENTÁRIOS:
Alterações no mercado de bens, representado pela equação

Y = C + I + G + X – M,

provocam deslocamento da curva IS. Assim, o aumento do cosumo


autônomo, por aumentar o agregado “C”, desloca a curva IS.

GABARITO: CERTO

73 - Na armadilha da liquidez a demanda por moeda é insensível à


taxa de juros.

COMENTÁRIOS:
Na armadilha da liquidez, a curva LM é horizontal, e a demanda por
moeda em relação à taxa de juros é perfeitamente elástica. Ou seja, ela é
perfeitamente sensível à taxa de juros.

GABARITO: ERRADO

CESPE/Unb – ECONOMISTA – DPU – 2010 - Com relação aos


pressupostos básicos do modelo IS-LM, julgue as alternativas.

74 - O relacionamento entre os setores monetário e real da


economia pode ser acompanhado por intermédio do modelo IS-
LM, apesar de a taxa de juros desempenhar sua função somente
na curva LM.

COMENTÁRIOS:
A taxa de juros desempenha sua função na curva LM (a demanda por
moeda é função da taxa de juros) e também na curva IS (pois o
investimento também é função da taxa de juros).
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GABARITO: ERRADO

75 - As mudanças que afetam o investimento de forma endógena


caracterizam o modelo keynesiano simplificado.

COMENTÁRIOS:
Questãozinha enjoada, não é mesmo?!

As variáveis endógenas do modelo IS-LM são principalmente a taxa de


juros e a renda. O investimento, dentro da análise IS-LM, depende da
taxa de juros.

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No entanto, no modelo keynesiano simplificado, o investimento não
depende da taxa de juros. Sendo assim, a assertiva é errada.

GABARITO: ERRADO

76 - Caso a elasticidade da demanda por moeda em relação à taxa


de juros se reduza, então a inclinação da curva LM diminuirá.

COMENTÁRIOS:
Quanto menor a elasticidade da demanda por moeda em relação à taxa
de juros, maior será a inclinação da curva LM. A assertiva está, portanto,
errada.

GABARITO: ERRADO

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LISTA DE EXERCÍCIOS

Acerca da teoria keynesiana, julgue os próximos itens, considerando os


resultados do modelo IS-LM.
01. (Cespe/UnB – Analista de Pol. Regulatórias – MEC– 2014) A regra
monetária de fixação da quantidade de moeda e preferível à fixação dos
juros quando os choques negativos da economia ocorrem,
majoritariamente, sobre o mercado de bens.

02. (Cespe/UnB – Analista de Pol. Regulatórias – MEC– 2014) Se a


preferência pela liquidez dos bancos comerciais é constante, modificações
da regra de compulsório não alteram a renda de equilíbrio da economia.

03. (Cespe/UnB – Analista de Pol. Regulatórias – MEC– 2014) A redução


da propensão marginal a consumir modifica a inclinação da curva IS,
tornando-a mais inclinada, com redução do multiplicador keynesiano.

Julgue os itens seguintes, relativos ao modelo IS-LM e aos efeitos da


política monetária e fiscal.
04. (Cespe/UnB – Analista Jud./Economia – TJ/SE – 2014) De acordo com
uma abordagem Hicks-Hansen, a política monetária será inócua no que se
refere a alteração dos níveis de produto, caso os investimentos sejam
perfeitamente inelásticos a taxa de juros.

05. (Cespe/UnB – Analista Jud./Economia – TJ/SE – 2014) A curva LM


descreve o equilíbrio nos mercados monetários e nos mercados de bens e
serviços.

Acerca dos agregados monetários, bem como dos instrumentos e efeitos


econômicos das políticas monetária e fiscal, julgue os itens subsequentes.

06. (CESPE/Unb – Economista – SUFRAMA – 2014) - As operações de


mercado aberto são os instrumentos mais eficazes de política monetária,
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nas quais o Banco Central vende títulos para aumentar a liquidez da


economia e produzir uma elevação da renda.

07. (CESPE/Unb – Economista – SUFRAMA – 2014) - A elevação da taxa


de recolhimento compulsório, que mede a relação entre os encaixes legais
e os depósitos à vista de bancos comerciais, reduz o volume de meios de
pagamento em circulação na economia, movimento que é representado
pelo deslocamento da curva LM para a esquerda.

08. (CESPE/Unb – Economista – SUFRAMA – 2014) - A adoção de uma


política fiscal restritiva por meio da elevação de impostos tende a
aumentar a renda, deslocando a curva IS para a direita.

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Considerando o papel do governo na economia, os postulados da teoria
keynesiana, as curvas de oferta e demanda agregada e a relação destas
com a curva de Philips, julgue os itens que se seguem.

09. (CESPE/Unb – Economista – SUFRAMA – 2014) - Com a adoção de


uma política monetária contracionista, reduz-se a taxa de juros e
aumenta-se o volume real de moeda, deslocando-se a curva LM para a
direita e para cima, contudo, sem gerar efeitos na curva de demanda
agregada.

Considerando o modelo IS/LM, julgue os itens abaixo.

10. (CESPE/Unb – Analista do BACEN – 2013 – Adaptada) - O aumento da


quantidade de moeda desloca para a direita a curva de equilibrio
monetario, o que proporciona reduc฀ao da taxa de juros, aumento do
produto e do emprego e reduc฀ao do salario real.

11. (CESPE/Unb – Analista do BACEN – 2013 – Adaptada) - O aumento do


salario nominal (dw > 0) gera o aumento do nivel geral de renda (dy >
0), em decorre ncia do aumento da demanda agregada.

Julgue os proximos itens, relativos aos regimes cambiais e seus efeitos


sobre a economia.

12. (CESPE/Unb – Analista do BACEN – 2013) - Em um regime com


câmbio fixo, a expansao dos gastos do governo implica o aumento da
renda e das reservas internacionais de equilibrio a retrac฀ao das
exportac฀oes liquidas.

13. (CESPE/Unb – Analista do BACEN – 2013) - No regime de câmbio


flutuante, a expansao do salario nominal nao e capaz de afetar o produto
de equilibrio da economia.

Com relação aos modelos keynesiano e IS/LM, julgue os itens a seguir.


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14. (CESPE/Unb – Auditor Federal de Controle Externo – TCU – 2013) -


Quanto maior a sensibilidade da demanda por moeda em relação à taxa
de juros, mais inclinada será a curva LM e mais eficaz será a política
monetária.

15. (CESPE/Unb – Auditor Federal de Controle Externo – TCU – 2013) - O


aumento dos salários nominais (efeito Keynes) desloca paralelamente a
curva LM para a esquerda, o que reduz o produto e o lucro das firmas e
aumenta a taxa de juros de equilíbrio.

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16. (CESPE/Unb – Auditor Federal de Controle Externo – TCU – 2013) - A
elevação da sensibilidade do investimento em relação à taxa de juros faz
com que a curva IS fique mais vertical do que antes do referido aumento.

Em relação à teoria macroeconômica para pequenas economias abertas,


julgue os itens que se seguem.

17. (CESPE/Unb – Auditor Federal de Controle Externo – TCU – 2013) -


No regime de câmbio fixo, o aumento da tributação proporciona redução
das reservas internacionais.

18. (CESPE/Unb – Auditor Federal de Controle Externo – TCU – 2013) -


No regime de câmbio flutuante, a expansão dos gastos do governo não é
capaz de estimular o produto da economia.

19. (CESPE/Unb – Auditor Federal de Controle Externo – TCU – 2013) -


Em um regime com câmbio fixo, a expansão dos gastos do governo leva
ao aumento da renda e das exportações líquidas.

20. (CESPE/Unb – Auditor – Economia – TCE/RO – 2013) - A política


monetária expansionista tem como principal objetivo aumentar a despesa
pública para promover o crescimento econômico e o pleno emprego dos
recursos produtivos da sociedade.

21. (CESPE/Unb – Auditor – Economia – TCE/RO – 2013) - Na opinião dos


keynesianos, a condução da política monetária deve ter ênfase na
estabilidade do nível de preços, ao passo que, para os monetaristas, a
política monetária está centrada no nível de emprego.

Com relação a agregados monetários, modelo IS-LM, políticas fiscal e


monetária e mercado de trabalho, julgue os itens.

22. (CESPE/Unb – Auditor – Economia – TCE/RO – 2013) - Na visão


keynesiana, as decisões de investimento embasam-se na expectativa dos
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investidores quanto ao futuro, de modo que os gastos com investimento


são tratados como componente endógeno da demanda agregada.

No que se refere ao modelo IS/LM, julgue os próximos itens.

23. (CESPE/Unb – Economista – MS – 2013) - Na situação de armadilha


da liquidez, o Banco Central do Brasil perde sua capacidade de estímulo à
economia por meio do canal dos juros, permanecendo, contudo, capaz de
influenciar a economia pelo canal monetário.

24. (CESPE/Unb – Economista – MS – 2013) - O aumento dos gastos do


governo gera o aumento da renda e da taxa de juros de equilíbrio.

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25. (CESPE/Unb – Economista – MS – 2013) - O aumento da quantidade
ofertada de moeda gera a redução da taxa de juros e da renda de
equilíbrio.

26. (CESPE/Unb – Economista – Ministério da Justiça – 2013) - Em


comparação à situação de fixação da taxa de juros, quando o Banco
Central mantém inalterada a quantidade de moeda, há menos choques
reais na volatilidade da renda.

27. (CESPE/Unb – Economista – Ministério da Justiça – 2013) - De acordo


com o modelo IS-LM, os efeitos de política fiscal sobre o produto para
uma economia fechada são maiores para o caso de taxa de juros fixa.

28. (CESPE/Unb – Auditor – TCDF – 2012) - De acordo com o modelo IS-


LM, uma política monetária expansionista associada a uma política fiscal
contracionista determina um crescimento econômico com redução das
taxas de juros.

29. (CESPE/Unb – Auditor – TCDF – 2012) - Qualquer ponto sobre a curva


IS demonstra implicitamente que o mercado de bens está em equilíbrio,
enquanto qualquer ponto sobre a curva LM demonstra implicitamente que
os mercados financeiros estão em equilíbrio.

30. (CESPE/Unb - Especialista – ANTT – 2013) - Quanto maior for a


elasticidade da demanda por moeda em relação à taxa de juros, menor
será a eficácia de uma política fiscal expansionista.

31. (CESPE/Unb – Economista – TJ/RO – 2012) - O aumento na


sensibilidade da demanda por moeda em relação à taxa de juros faz que a
curva LM fique menos inclinada (taxa de juros no eixo vertical e produto
no eixo horizontal).

32. (CESPE/Unb – Economista – TJ/RO – 2012) - O aumento na


sensibilidade da demanda por moeda em relação à taxa de juros provoca
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um deslocamento paralelo da curva LM (taxa de juros no eixo vertical e


produto no eixo horizontal).

33. (CESPE/Unb – Economista – TJ/RO – 2012) - Um aumento do

multiplicador de para provocado pelo aumento da


propensão marginal a consumir gera um deslocamento paralelo da curva
IS (taxa de juros no eixo vertical e produto no eixo horizontal).

34. (CESPE/Unb – Economista – TJ/RO – 2012) - Uma redução na


sensibilidade do investimento à taxa de juros se traduz em uma curva IS
menos inclinada (taxa de juros no eixo vertical e produto no eixo

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horizontal).

35. (CESPE/Unb – Economista – TJ/RO – 2012) - Um aumento exógeno


da demanda por moeda (devido ao nível de renda e à taxa de juros, que é
fixada pelo banco central local) - em razão, por exemplo, de mudanças
nas preferências dos agentes - não possui efeito sobre o nível de produto
de equilíbrio.

36. (CESPE/Unb – Economista – MTE – 2013) - Na situação de armadilha


da liquidez, o Banco Central do Brasil perde sua capacidade de estímulo à
economia por meio do canal dos juros, permanecendo, contudo, capaz de
influenciar a economia pelo canal monetário.

37. (CESPE/Unb – Economista – MTE – 2013) - O aumento exógeno da


incerteza gera a redução da taxa de juros e da renda de equilíbrio.

38. (CESPE/Unb – Economista – MTE – 2013) - O aumento dos gastos do


governo gera o aumento da renda e da taxa de juros de equilíbrio.

39. (CESPE/Unb – Economista – MTE – 2013) - O aumento da quantidade


ofertada de moeda gera a redução da taxa de juros e da renda de
equilíbrio.

40. (CESPE/Unb – Especialista em Regulação – ANP – 2013) – Em uma


economia com taxas de câmbio fixas, caso se estimule a despesa interna
por intermédio de aquisições governamentais, essa política fiscal
expansionista do governo deslocará a curva IS para a direita, elevando a
taxa de câmbio. Entretanto, esse efeito mantém o nível de renda no
mesmo patamar.

41. (CESPE/Unb – Especialista – Ministério das Comunicações – 2013) –


Sob o regime de câmbio flexível, plena mobilidade de capitais e
quantidade de moeda fixada pelo BACEN, uma expansão dos gastos do
governo acarreta expansão da renda de equilíbrio da economia.
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42. (CESPE/Unb – Especialista – Ministério das Comunicações – 2013) –


Sob o regime de câmbio flexível, plena mobilidade de capitais e
quantidade de moeda fixada pelo BACEN, uma expansão dos gastos do
governo acarreta expansão da renda de equilíbrio da economia.

Considerando um modelo de economia aberta com perfeita mobilidade de


capitais e câmbio flexível, julgue o item a seguir.

43. (CESPE/Unb – Especialista em Regulação – ANTT – 2013) – Uma


política fiscal expansionista é eficaz para aumentar a atividade econômica.

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Acerca das questões fiscais, monetárias e cambiais do modelo IS-LM para
uma pequena economia aberta, julgue os itens que se seguem.

44. (CESPE/Unb – Pesquisador do INPI – Assuntos Econômicos – 2013) –


Uma expansão fiscal por parte do governo no modelo com câmbio fixo e
perfeita mobilidade de capitais resulta em retração das reservas
internacionais.

45. (CESPE/Unb – Pesquisador do INPI – Assuntos Econômicos – 2013) –


Uma expansão monetária por parte do Banco Central no modelo com
câmbio fixo e perfeita mobilidade de capitais gera aumento do produto de
equilíbrio.

46. (CESPE/Unb – Pesquisador do INPI – Assuntos Econômicos – 2013) –


A curva IS possui maior inclinação para a economia aberta do que para a
economia fechada.

47. (CESPE/Unb – Pesquisador do INPI – Assuntos Econômicos – 2013) –


No modelo com câmbio fixo e perfeita mobilidade de capitais, uma
expansão fiscal por parte do governo acarreta redução na mesma
magnitude das exportações líquidas (efeito crowding-out total).

48. (CESPE/Unb – Pesquisador do INPI – Assuntos Econômicos – 2013) –


No modelo com câmbio fixo e perfeita mobilidade de capitais, uma
expansão fiscal por parte do governo acarreta elevação da base
monetária.

49. (CESPE/Unb – Pesquisador do INPI – Assuntos Econômicos – 2013) –


Uma expansão fiscal por parte do governo no modelo com câmbio fixo e
perfeita mobilidade de capitais acarreta aumento das exportações
líquidas.

50. (CESPE/Unb – Analista Econômico – SEGER/ES – 2013) - Em uma


economia com câmbio fixo e plena mobilidade de capitais, uma expansão
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fiscal gera aumento da base monetária na mesma proporção da variação


das reservas internacionais, com vistas à manutenção da taxa de juros no
nível externo e à ฀garantia da estabilidade cambial.

51. (CESPE/Unb – Analista Administrativo – ANAC – 2012) - Em um


pequeno país com regime de câmbio fixo e perfeita mobilidade de
capitais, uma política monetária contracionista provoca redução do
estoque de moeda estrangeira em poder do Banco Central.

52. (CESPE/Unb – Auditor – TCDF – 2012) - A redução do déficit


orçamentário causa redução do produto e da taxa de juros da economia
no curto prazo. No médio prazo, a reduzida taxa de juros permite que
haja retorno do produto ao nível anterior.

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Considerando o modelo IS/LM para uma pequena economia aberta, com


mobilidade perfeita de capitais, e que a taxa de juros i seja igual à taxa
de juros internacional i*, julgue os itens.

53. (CESPE/Unb – Economista – TJ/RO – 2012) – No modelo considerado,


a inclinação da curva IS - no eixo das abcissas representa-se o produto e
a taxa de juros, no eixo das ordenadas - é menos acentuada do que em
uma economia fechada.

54. (CESPE/Unb – Economista – TJ/RO – 2012) – A política fiscal é neutra


em relação ao produto.

Em relação à política fiscal e à política monetária, julgue os itens.

55. (CESPE/Unb – Economista – TCE/ES – 2012) – No médio prazo,


redução do déficit orçamentário leva a redução do nível de investimento.

56. (CESPE/Unb – Economista – TCE/ES – 2012) – No curto e no longo


prazos, uma política monetária contracionista leva à redução do produto
da economia.

CESPE/Unb - ECONOMISTA - BANCO DA AMAZÔNIA – 2010 - Acerca de


macroeconomia aberta, câmbio e balanço de pagamentos, julgue os itens
subsequentes.

57. - Em uma economia aberta com cambio fixo e livre mobilidade de


capitais, uma política monetária expansionista levará à fuga massiva de
capitais dessa economia.

58. Em uma economia com livre mobilidade de capitais e câmbio


flutuante, uma política monetária expansionista levará à desvalorização
cambial dessa economia, porém com redução da renda nacional.
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As políticas fiscais e monetárias sintetizam a ação do governo para


estabilizar a economia. Acerca desse assunto, julgue os itens.

59. (CESPE/Unb - ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO - CIÊNCIAS


ECONÔMICAS – TCE/AC – 2009) - O efeito deslocamento (crowding out)
potencializa os efeitos de políticas fiscais expansionistas porque contribui
para aumentar as exportações líquidas da economia.

A respeito dos conceitos básicos de macroeconomia das economias


abertas, assinale a opção correta.

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60. (CESPE/Unb - ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO - CIÊNCIAS
ECONÔMICAS – TCE/AC – 2009) - Em um regime de taxas de câmbio
fixas, políticas monetárias restritivas constituem uma forma de reduzir os
desequilíbrios externos, porém, ao custo da redução da produção e do
emprego.

A teoria econômica divide seus estudos sob os ângulos micro e macro. Em


termos gerais, à microeconomia cabe a análise dos mercados nos quais as
famílias e as empresas estão inseridas, via, entre outros meios, o
entendimento da oferta e da demanda, dos mecanismos de formação de
preços e das estruturas de mercado; à macroeconomia cabe o estudo dos
agregados, e, para isso, entre outros temas, ela trabalha com o da
inflação e das políticas fiscal e monetária, com a contabilidade social ou
nacional, preocupando-se com a medição desses agregados. À luz do
texto apresentado, julgue os itens a seguir, relativos à macroeconomia.

61. (CESPE/Unb - ESP. REGULAÇÃO DE SERV. PÚB. DE


TELECOMUNICAÇÕES – ECONOMIA - ANATEL – 2009) - Em relação à
curva LM, podem-se destacar três trechos, quais sejam, o clássico, o
keynesiano e o intermediário. No clássico, a elasticidade da demanda de
moeda em relação à taxa de juros é infinita, enquanto, no trecho
keynesiano, essa elasticidade é igual a zero.

A análise macroeconômica é essencial à compreensão dos grandes


agregados econômicos. A respeito dessa teoria, julgue os itens a seguir.

62. (CESPE/Unb - ANALISTA ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO -


CIÊNCIAS ECONÔMICAS – SEGER/ES – 2009) - O efeito deslocamento
(crowding out) supõe que variações nas taxas de juros, decorrentes da
expansão dos gastos públicos, não afetam o multiplicador keynesiano e,
portanto, não alteram o nível de eficácia da política fiscal para expandir a
produção.

63. (CESPE/Unb - ANALISTA ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO -


CIÊNCIAS ECONÔMICAS – SEGER/ES – 2009) - Aumentos nos gastos
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públicos deslocam a curva IS para cima e para a direita.

A teoria macroeconômica analisa o comportamento dos grandes


agregados econômicos. Com base nessa teoria, julgue os itens a seguir.

64. (CESPE/Unb - ANALISTA DE COMÉRCIO EXTERIOR – MDIC – 2008) -


No Brasil, quanto mais inelástica for a curva LM e quanto mais
acomodatícia for a política monetária, maior será o impacto expansionista
decorrente da ampliação dos programas de transferência de renda, como
o bolsa-família.

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(CESPE/Unb - ECONOMISTA – DFTRANS – 2008) - A curva IS (investment
saving) mostra as condições de equilíbrio no mercado de bens e a curva
LM (liquidity money) representa o equilíbrio no mercado de ativos. No que
concerne a esses conceitos, julgue os itens seguintes.

65 - Quanto maior for a propensão marginal a consumir, menor será a


inclinação da curva IS.

66 - Pontos à direita da curva IS correspondem a situações de excesso de


demanda de bens.

67 - Pontos à esquerda e acima da curva LM representam uma situação


de excesso de demanda por moeda.

68 - Desconsiderando-se situações extremas, o aumento da oferta de


moeda provoca aumento do investimento e conseqüente aumento da
renda da economia.

69 - Na armadilha da liquidez, a curva LM será totalmente horizontal e a


política monetária não terá efeito algum sobre a renda.

70 - O aumento do gasto público faz aumentar a renda e também o


investimento privado.

Com relação às políticas econômicas, que normalmente tendem a ter


efeitos de curto e longo prazo na economia, julgue os itens subsequentes.

71. (CESPE/Unb – ECONOMISTA – STM – 2011) - Atualmente, a economia


brasileira vive um período de “déficits gêmeos”, em que um desequilíbrio
fiscal tende a causar um desequilíbrio nas transações correntes do
balanço de pagamentos.

(CESPE/Unb – ECONOMISTA – MPU – 2010) - Julgue os itens que se


seguem acerca do modelo IS-LM, identidades macroeconômicas básicas e
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sistema de contas nacionais no Brasil.

72 - Modificações no consumo autônomo, devido a mudanças no estado


de confiança dos consumidores, podem levar a deslocamentos da curva
IS.

73 - Na armadilha da liquidez a demanda por moeda é insensível à taxa


de juros.

CESPE/Unb – ECONOMISTA – DPU – 2010 - Com relação aos


pressupostos básicos do modelo IS-LM, julgue as alternativas.

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74 - O relacionamento entre os setores monetário e real da economia
pode ser acompanhado por intermédio do modelo IS-LM, apesar de a taxa
de juros desempenhar sua função somente na curva LM.

75 - As mudanças que afetam o investimento de forma endógena


caracterizam o modelo keynesiano simplificado.

76 - Caso a elasticidade da demanda por moeda em relação à taxa de


juros se reduza, então a inclinação da curva LM diminuirá.

GABARITO
01 C 02 C 03 C 04 C 05 E 06 E 07 C
08 E 09 E 10 C 11 E 12 C 13 E 14 E
15 C 16 E 17 C 18 C 19 E 20 E 21 E
22 E 23 E 24 C 25 E 26 C 27 C 28 E
29 C 30 E 31 C 32 E 33 E 34 E 35 E
36 E 37 E 38 C 39 E 40 E 41 E 42 E
43 E 44 E 45 E 46 C 47 E 48 C 49 E
50 C 51 E 52 C 53 E 54 E 55 E 56 E
57 E 58 E 59 E 60 C 61 E 62 E 63 C
64 E 65 C 66 E 67 E 68 C 69 C 70 E
71 C 72 C 73 E 74 E 75 E 76 E

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