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Vamos pensar um pouco: nesta história há dois personagens que são muito
estilizados. Um deles é Iago e o outro é a Desdêmona. O Iago é só mau, não
conseguimos ver qualquer boa motivação nele; Desdêmona, por sua vez, é só boa,
não possui nenhum “mal”. Não há nenhum momento em que ela aja com alguma
intenção maligna, nem algum momento em que o Iago aja com alguma intenção
benigna. Vocês conhecem pessoas assim? Que só agem com intenções benignas ou
que só agem com intenções malignas? É muito difícil encontrar pessoas assim. O
que esse tipo de personagem indica para o leitor em uma história? De duas, uma: ou
é uma história muito mal escrita, com pessoas irreais, ou esses personagens não
estão representando pessoas que possamos conhecer. Não é possível conhecer uma
pessoa como a Desdêmona ou como o Iago. Isso indica, numa obra de literatura, que
esses personagens se referem a você mesmo, o leitor. Se as pessoas são às vezes
boas e às vezes más, se às vezes elas agem com intenção benigna e às vezes com
intenção maligna, é porque dentro delas mesmas existe uma coisa que é sempre boa
e outra que é sempre má, e há momentos em que ela pende para um lado e
momentos em que pende para o outro. Veja bem, esta peça não é escrita
fundamentalmente para agradar, mas para explicar algo sobre você mesmo, leitor-
espectador. Podemos observar, por exemplo, em O Fio da Navalha, que todos os
personagens são pessoas reais – podemos conhecer pessoas parecidas com cada um
daqueles personagens –, todos eles são dotados de qualidades e defeitos, são tipos
humanos. Aquele livro é um espelho da sociedade humana, ou de qualquer grupo
humano em que se encontrem pessoas daqueles diversos tipos. Já Otelo não é o
espelho da sociedade humana ou de um grupo, mas das forças que estão em jogo
dentro de você mesmo, que o levam a se comportar ora de uma maneira, ora de
outra.
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Leitura dos Clássicos – Aula 03
Aluno: Para defender aquilo em que acreditava. Sendo que aquilo em que ele
acreditava não era algo que lhe servisse.
Prof: Exatamente, mas ele conquistava para ele? Não, não era para ele. Ele, de
fato, lutava por algo em que acreditava e que não era ele mesmo. Não era assim: “Eu
acredito que devo ser o chefe de todo mundo, porque sou melhor do que todo
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mundo, então eu luto e conquisto para chefiar depois”; depois que conquistava, ele
entregava para outro. E neste caso específico, era para a República de Veneza. O
elemento importante aqui é justamente este: ele lutava em nome de algo distinto dele
mesmo. Existia algo que ele prezava mais do que si. Ele pensava: “Isto vale tanto
que, eu posso passar a vida toda lutando e arriscando a minha própria vida para que
isso se realize”. A diferença entre o Iago e o Otelo é fundamentalmente essa, quer
dizer, tudo que o Otelo faz é em função de algo que está fora dele. E o Iago, por sua
vez, não faz nada senão em função de si mesmo. Esta é a primeira dentre as
principais diferenças entre a cosmovisão medieval e a cosmovisão renascentista.
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Leitura dos Clássicos – Aula 03
Por quê? “Porque eu quero”. Então, essa diferença entre a cosmovisão teocêntrica e
a cosmovisão antropocêntrica terá como consequência uma ênfase maior numa
dimensão da vida ou em outra.
Prof: Os temas das obras dessa época ainda são, numa certa medida, a
herança medieval, mas o foco das obras começa a mudar. Há uma obra clássica do
Renascimento que marca essa mudança de plano, uma obra de Piero Della
Francesca, Flagelação de Cristo. Ou seja, os temas medievais continuam
presentes. A diferença entre esta obra e as obras medievais é que, nesta obra, Cristo
aparece no plano de fundo, enquanto na frente aparecem três sujeitos que conversam
sem dar a mínima atenção para o que acontece ali. É uma obra brilhante em termos
de perspectiva e de representação, mas que, sobretudo, indica muito da mentalidade
que estava surgindo: os Mistérios Divinos estão acontecendo o tempo inteiro, mas as
pessoas estão vivendo suas vidas, e aquilo lá se encontra só no fundo da realidade. O
sujeito coloca essa testemunha interior no escanteio, ela ainda continua lá, mas não
tem mais a importância que tinha. Ninguém consegue apagar essa testemunha
completamente – apagá-la seria apagar-se a si próprio –, mas se consegue colocá-la
num cantinho, e ela passar a não ter mais importância nenhuma na vida. Piero foi
um dos principais pensadores do Renascimento, foi um grande matemático também,
- foi até mais conhecido por suas obras na Matemática - mas, recentemente, nos
últimos cem anos, foram ressuscitadas as suas pinturas, que possuíam como símbolo
justamente aquilo que representava o pensamento Renascentista: a posição do
homem no centro do universo. O homem agora é o assunto mais importante, e isso
não mudou desde então.
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Leitura dos Clássicos – Aula 03
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Leitura dos Clássicos – Aula 03
entendimento. Quando as paixões são então ordenadas pela razão, elas servem de
suporte à sua vontade num esforço de seguir a testemunha. E assim a coisa se segue,
num movimento de quatro etapas.
Prof: Sim, essa é uma preocupação importante e isso delineou a nossa história
recente entre o Renascimento e a época atual. Do Renascimento para cá, o desejo de
domínio do mundo aumentou incalculavelmente.
No final, resta só esta ideia: “Quem discorda de mim é um chato, nada mais”.
Se você não tem um meio para diferenciar a própria vontade e para hierarquizar o
que nela é bom e o que é mau, você não encontrará esse meio fora de si. Se você não
tem objetividade em relação à sua própria vontade, você não terá objetividade em
relação aos outros, você até mesmo vai esquecer que os outros também são seres
humanos. Todo esse processo está como que contido, em semente, em cada ocasião
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Leitura dos Clássicos – Aula 03
na qual o sujeito contraria a sua própria consciência; ele está ali subjacente,
escondido por trás da ação – “Os outros não valem nada, eu sou o centro do
mundo”. Essa é a primeira diferença que decorre do antropocentrismo. Do
teocentrismo decorre uma ênfase na interioridade, e do antropocentrismo ocorre uma
ênfase na exterioridade. O próprio Iago fala: “Não existe virtude. O que importa é
ganhar ou perder. A vida é melhor quando você tem uma porção maior desse
mundo, e pior quando você tem uma porção menor”. Ele é bem claro nisso.
Shakespeare já via no pensamento Renascentista o desenvolvimento dessa semente.
Já para o Otelo não é isso que é importante. Observem: cada vez que entrava
em uma guerra, ele o fazia só porque sabia que ganharia? Ele queria ganhar, mas
nunca sabia se ganharia. Quando você propõe a si mesmo um objetivo exterior, que
você não sabe, não tem a menor certeza se pode conquistar ou não, e está na dúvida,
você chega a agir? Você consegue fazer isso todos os dias? De vez em quando as
pessoas, ainda na dúvida, decidem se arriscar. Mas você consegue se arriscar todos
os dias, como o Otelo fazia, desde os sete anos (Com exceção de nove meses, em
toda vida dele, em que ele não se dedicou àquilo)? Você consegue se lançar em
empreendimentos de risco o tempo todo? Arriscar tudo o que você tem o tempo
todo?
Aluna: Mas hoje, todo mundo ao sair de casa tem consciência dos riscos.
Prof: Claro que não. Os ofícios de vida ou morte nunca são calculados. A
questão é justamente esta: “Não importa que eu ganhe ou perca a guerra, eu já estou
ganhando uma outra coisa. Ganhando a guerra ou perdendo, essa outra coisa eu já
estou ganhando. Não tem problema eu perder, porque o que eu estou procurando eu
já estou ganhando, de qualquer jeito.”
Prof: Foi exatamente isso. O que o Otelo está procurando está dentro dele
mesmo. É algo que acontece dentro dele, quando age daquele jeito. Ou seja, a ênfase
da sua vida está na dimensão da interioridade. Já o Iago é realmente egocêntrico. Ele
se apresenta sob um prisma antropocêntrico no começo, mas se revela um evidente
egocêntrico. A diferença é exatamente na ênfase na interioridade ou na
exterioridade. Todos os propósitos de Iago são exteriores, e é essa exterioridade da
vida que faz com que aqueles propósitos sejam maximamente secretos. Como os
propósitos são essencialmente exteriores, ele tem de torná-los secretos, senão ele não
seria astuto.
Aluno: No caso específico do Iago, seu propósito era secreto porque se não o
fosse, ele não conseguiria realizá-lo. Era algo racional.
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Leitura dos Clássicos – Aula 03
Aluno: O Iago pensava “Como eu vou interferir na vida das pessoas, elas não podem
saber. Se souberem, elas não deixarão, e isso vai me prejudicar”. Não era um
problema moral.
[INTERVALO]
Como não temos muito tempo, vamos fazer uma pequena lista do que cada um
dos personagens principais dessa peça representa na alma humana.
Aluna: E a Emília?
Prof: O que a Emília representa? A Emília é boa ou má? Ela é boa, mas é meio
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Leitura dos Clássicos – Aula 03
bobinha. Ela é boa, mas está submetida ao Iago. É ele quem decide, no decorrer da
peça, o que ela faz. Quando ele pega o lenço, ela vai contar a Desdêmona, vai dizer
“O seu lenço está com o meu marido.”? Não, ela diz: “Está bom, se você quer tanto,
fique”. Então, o que ela representa? Vamos pensar: marido e mulher estão mais ou
menos no mesmo plano, então significa que ela também representa um elemento
externo ao ser humano; mas ela não é má, o amor dela pela Desdêmona indica o
quanto ela não é má. E ela tem um papel crucial na peça, pois ela mostra a verdade
ao Otelo no final. Então, a Emília representa o próprio mundo exterior, o mundo no
qual o ser humano vive a sua vida. O mundo é um negócio bom, mas ele está numa
certa medida sob o domínio do diabo. Não completamente – por um lado ele está
sob o domínio da Desdêmona, e por outro lado, sob o domínio do Iago: assim é o
Mundo. Muitas vezes você só entende que falhou em seguir a testemunha interior e
que se desviou do caminho pelas consequências exteriores que vão ocorrer na sua
vida. Acontece que o Otelo, subjetivamente (até onde ele sabe), continua seguindo o
mesmo propósito que possuía na vida: agir de maneira digna, honrosa e aperfeiçoar
o caráter. Mas objetivamente, ele está agindo da maneira totalmente contrária.
Aluno: [inaudível]
Prof: Não foi exatamente uma fraqueza, porque no final é esse lencinho que
revela a verdade para ele. O lencinho atrapalhou, mas depois ajudou (ele também é
um personagem muito importante).
O que o lencinho representa? Otelo diz que ele tem propriedades mágicas. Foi
o primeiro presente que ele deu a Desdêmona. O pai dele deu o lenço para a mãe
dele, e podemos imaginar que o pai o recebeu da sua mãe, que recebeu de seu
marido, e assim por diante, até Adão e Eva. Qual é o presente que a vontade tem a
oferecer para a finalidade da vida? É evidente que uma vida excelente beneficia
muito aquele que a vive, mas em que medida que a pessoa responde a isso? O que dá
em troca? Este é um detalhe de simbolismo básico. Em geral, para que serve um
lenço? Serve para limpar. O lenço então representa a própria testemunha interior ou
a consciência de Otelo. Ele tinha propriedades mágicas mesmo! Tanto tinha que o
que acontece com a consciência do Otelo? Ela a tem durante a vida inteira, e num
breve período, quem toma posse dela é o Iago. Há um momento na peça em que, na
verdade, Otelo está completamente inconsciente do que está acontecendo.
Aluna: Ele estava seguro enquanto o lenço estava com a Desdêmona, que é o
Bem; estava tudo bem.
Aluno: E quando o Iago pega, ele ficava inconsciente dos fatos reais...
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Leitura dos Clássicos – Aula 03
Prof: Veja bem, a posteriori os fatos muitas vezes mostram a você a realidade,
mas isso não ocorre antes que você aja. Suponha que o sujeito queira fazer algo e a
sua consciência diz que é certo ou que é errado, mas é só a consciência que está
dizendo. O que o sujeito faz? Ele não quer fazer aquilo que a consciência está
mandando de jeito nenhum, ele quer exatamente o contrário; ele vai ficar procurando
no mundo exterior um motivo que justifique a sua ação ou omissão contrárias à
consciência. Muitas vezes até pensamos assim: “Vou pedir conselho para uma
pessoa que eu sei que vai me dar um conselho que eu sei que é errado, mas com o
qual eu vou me sentir melhor”. Ele joga a sua consciência no exterior e a substitui
por um agente externo: “Minha consciência não é suficiente para me dar a certeza.
Eu quero uma prova. E a prova é o que o fulano pensa, a prova está na observação
do mundo”. Quando você olha o mundo, você sai da segurança da consciência e
você entra na insegurança do mundo, e passa a pensar: “Tudo o que você faz nesse
mundo é arriscado e você vai perder, então você precisa garantir um pedacinho”,
então você substitui a testemunha interior por qualquer testemunha exterior que
confirme o que você queira fazer.
Aluna: E se o primeiro não falar o que ele quer ouvir, ele procura outro. (risos)
Prof: Exatamente! Até que alguém concorde. Você pode procurar qualquer
coisa – pode procurar até na Bíblia uma justificativa. E geralmente até se encontra
alguma. Você sabe que é errado, mas vai dizer “Imagina, é a Bíblia, foi Deus que
falou! Minha consciência é um negócio da minha cabeça”. É possível procurar em
qualquer parte, mas saiba: tudo que está fora de você está em parte sob o domínio do
diabo, que é o príncipe deste mundo. Toda justificação que seja externa a você pode
agir contra você.
O mundo não está aqui para cuidar das pessoas, a consciência sim. Agora, não
significa que o Mundo seja mau; ele não é o diabo. Tanto é assim que é esse espelho
do mundo que mostra para Otelo que ele mesmo tinha acabado de eliminar a melhor
coisa da vida dele, sem nenhum motivo. São justamente os benefícios e os
malefícios, ou qualquer coisa que o sujeito receba do mundo externo, depois de ter
agido de modo contrário à sua consciência, que acabam por servir de testemunhas
contra ele. Se o sujeito não consegue um benefício, ele fica dizendo “Poxa, que
droga! Devia ter seguido a minha consciência, pelo menos eu dormiria em paz!”; e
se ele consegue o que deseja, sempre fica lembrando que uma parte dele teve que
morrer, que ele perdeu algo nele para ganhar aquilo: “Havia algo valioso em você.
Agora há algo valioso no mundo. Por mais que isso seja seu, não é você. E logo será
de outro”.
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Leitura dos Clássicos – Aula 03
Depois de lermos mais alguns livros, nós voltaremos a comentar Otelo. Hoje
foi complicado [desenvolver mais as explicações] porque tínhamos que introduzir a
questão da obra geral de Shakespeare, a respeito das duas cosmovisões. E na
verdade, apesar de a peça se colocar como um problema da civilização na época de
Shakespeare, este problema está presente em todo indivíduo humano. A todo
momento o ser humano está dividido entre essas duas coisas: “Faço de um elemento
imutável o critério da minha vida ou faço da minha vontade, tal como ela se
apresenta a cada momento, o critério da minha vida? Qual desses dois é o meu
senhor?” Essas duas inclinações estão presentes o tempo todo na alma, e todos têm
em sua alma o Cássio e o Rodrigo – algumas forças que facilitam e outras que
dificultam. Alguma dúvida?
Aluno: Na obra toda do Shakespeare está presente essa questão das duas
cosmovisões? Do Bem e do Mal também?
Prof: O palco de Shakespeare é sempre a alma. Ele mesmo fala isso: “A vida
humana é uma peça”. Se observarmos bem, veremos que os personagens são sempre
da mesma forma. A peça possui sete atos, mas para pegar essa referência nós temos
que primeiramente ler o Gênesis, pois o número de atos tem uma ligação com os
sete dias da criação (aliás, seria interessante que o próximo livro de estudo fosse o
Gênesis).
Prof: Sim, claro. A Bíblia sempre tem que ser lida desta forma. O palco da
Bíblia é a alma. Que importância há em conhecer a destruição da cidade de Sodoma?
Ou então, por que saber que os israelitas acabaram com algum povo, como os
filisteus?
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Leitura dos Clássicos – Aula 03
Aluna: Se nós colocamos Deus como autor real da Bíblia, nós não tornamos
eles [os escritores] Deus?
Prof: Ele não disse que o ser humano é a sua imagem e semelhança?
Prof: Como você sabe que não foi Ele quem disse?
Aluna: Um professor meu de latim disse. Ele tinha sido padre jesuíta...
Aluna: Depois ele disse que “O homem pretensioso declara que Deus o criou à
sua imagem e semelhança...”
Prof: Humano até demais. Ele nem gosta de segunda-feira! (risos). Vejam
quanta “humanidade”!
Aluno: Foram criados os luzeiros para indicar a passagem dos dias, e antes de
haver os luzeiros...
Prof: Já havia “dia” e “noite”. E que história é essa de que em cada dia Deus
fez uma coisa, por exemplo?
Aluna: Todos os dias, depois que Deus observou o que criou, Ele os achou
bons. Mas no segundo dia (segunda-feira) ele não declarou isso...
Prof: Não declarou que Ele achou bom. No primeiro dia Ele criou a luz, e viu
que a luz era boa; e fez o mesmo em cada dia seguinte. E só na segunda-feira Ele
não falou nada, só criou as coisas. E separou as águas superiores das águas
inferiores, Ele criou o firmamento no meio das águas, e não comentou nada.
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Leitura dos Clássicos – Aula 03
Aluna: Ficou tão cansado que não conseguiu nem achar que aquilo estava bom.
(Tanto que a separação não deu muito certo, porque existe aquífero para todo lado)
Esse dia, Ele não achou bom e esse dia é o segundo dia: a segunda-feira.
Transcrição: Felipe Ken Ueda Kronéis, Paulo Henrique Brasil, Carlos Augusto G. Nascimento
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