Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A obscuridade no entendimento das informações ou até mesmo a falta delas faz com
que os indivíduos sintam-se duvidosos quanto às ações de autocuidado pósalta. De
acordo com os depoimentos, há a necessidade de um reforço de informações,
incluindo orientações voltadas à prevenção secundária de um evento cardiovascular.
As percepções ou expectativas de cada indivíduo, perante à sua própria reabilitação,
evidenciam o sentimento de cada um. Desse modo, além do enfoque técnico do
procedimento, não se pode esquecer dos aspectos emocionais que permeiam esse
momento, deixando o paciente e a família fragilizados e cheios de esperanças quanto
à nova fase de vida que se instala. O sentimento de impotência se sobressai e torna-
se para o paciente e para os familiares algo assustador. A nova adaptação que deverá
ser encarada pode gerar conflitos pessoais e emocionais, afetando o círculo social no
qual o paciente se insere. Desse modo, deve-se trabalhar a questão da adaptação,
ainda durante o período de internação do paciente, tentando garantir uma qualidade
de vida adequada para o indivíduo revascularizado do miocárdio, após a saída do
hospital. Os profissionais de saúde devem buscar maneiras de melhorar o
entendimento, por parte do paciente e seus familiares, quanto à adaptação ao estilo de
vida que deverá ser vivenciado, considerando-se o contexto em que estão inseridos. À
partir dos depoimentos dos pacientes, reforça-se que, para uma efetiva comunicação
entre paciente e equipe de enfermagem, estabeleça-se um feedback de ambas as
partes. Assim, para dar início ao processo de reabilitação cardíaca, deve-se conhecer
as expectativas que cada indivíduo/família mantém, bem como valorizar as
potencialidadesindividuais para a reabilitação pós-operatória.
4 – As doenças cardiovasculares são apontadas como uma das causas de morte com
maior relevância atualmente e uma das melhores soluções para o aumento da
qualidade de vida e a diminuição dos sintomas é a cirurgia de revascularização do
miocárdio. Para os pacientes que passam por essa cirurgia o enfermeiro assume uma
figura fundamental no cuidado, mantendo o paciente com todas as informações
necessárias cria um elo com a equipe e faz com que o paciente passe por tal
momento de maneira tranquila, compreendendo os procedimentos e colaborando com
a recuperação
No momento em que o paciente é informado sobre a necessidade de se
submeter a um procedimento cirúrgico, inicia-se uma jornada na qual ele e
seus familiares têm de se adaptar à nova rotina de vida. Para o enfrentamento
desse desafio, é fundamental que o paciente e sua família tenham informações
claras e precisas de como será o período de recuperação após a alta hospitalar.
Observe-se que as orientações fornecidas aos pacientes no hospital em que foi
realizado este estudo não foram bem assimiladas e/ou compreendidas por eles
para a realização do autocuidado no domicílio e para a identificação de sinais e
sintomas de infecção de sítio cirúrgico de cirurgia cardíaca reconstrutora.
Apenas 20% dos pacientes tinham informações sobre os cuidados com a incisão
cirúrgica e 70% dos pacientes não tinham informações sobre sinais e sintomas
de infecção. As orientações eram passadas na admissão do paciente e/ou no
momento da alta hospitalar.
Ressalte-se a necessidade de orientações e avaliações educativas pelo
enfermeiro ao paciente cirúrgico em todos os períodos operatórios, levando à
compreensão do processo de recuperação cirúrgica e à execução do
autocuidado na pós-alta hospitalar.