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ARQUITETURA SUSTENTÁVEL I TECNOLOGIAS EMERGENTES

ANO I SETEMBRO OUTUBRO 2007 R$ 12,50

SOLUÇÕES PARA O
DESENVOLVIMENTO
URBANO DE METRÓPOLES
ISSN 1981-4240

BRASILEIRAS
I CENPES II: O NOVO CENTRO DE PESQUISAS DA PETROBRAS I
I SOFTWARE PARA O GERENCIAMENTO DE PROJETOS I
I PRODUÇÃO DE BLOCOS CERÂMICOS I REÚSO DE ÁGUA I
I PANORAMA DA ARQUITETURA BRASILEIRA I

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REUSO DE AGUA

Reúso de água em edificações:


premissas e perspectivas para o
contexto brasileiro

E m busca de um desenvolvi-
mento urbano mais sustentável
e da preservação dos recursos hí-
úso de água disponíveis no mer-
cado para sua implantação nas
edificações. Além disso, examina-
dricos naturais, práticas descen- se o funcionamento, composição
tralizadas de conservação e categorização dos sistemas de
de água nas edificações reúso existentes.
Em geral, os sistemas de podem contribuir para a
redução do consumo de Sistemas de reúso de água
reúso de água realizam água potável, através do Em geral, os sistemas de reú-
uso de fontes alternativas so de água realizam o tratamen-
o tratamento de águas to de águas menos nobres para
de águas menos nobres
menos nobres para seu para reúso não-potável, seu reaproveitamento para fins
como a irrigação, lavagem não-potáveis, tais como irrigação,
reaproveitamento para e limpezas externas ou lavagem e limpeza, e descarga
em descargas sanitárias. sanitária. Vários estudos demons-
fins não-potáveis, tais Apesar das tecnologias tram que a aplicação de sistemas
descentralizadas para o de reúso de água em edificações
como irrigação, lavagem reúso de água existirem pode reduzir efetivamente o con-
desde a década de 70, o sumo de água potável.
e descarga sanitária reúso de água ainda é uma Existem diversos aspectos co-
prática pouco utilizada nos muns na composição dos sistemas
edifícios brasileiros. Porém, com de reúso de água (Figura 1). Fontes
a crescente preocupação com os alternativas de água, como por
recursos hídricos, a aceitação des- exemplo, águas pluviais, águas
tes sistemas começa a tomar for- cinzas ou águas residuárias, são
ma e novas tecnologias começam coletadas por uma rede coleto-
a surgir no mercado brasileiro. ra de tubulações usada no seu
O presente artigo descreve os transporte para tratamento e re-
Daniel Sant’Ana sistemas de aproveitamento das tenção. O nível de tratamento da
Arq. MSc. - Oxford Institute for Sustainable águas pluviais (AAP), reciclagem água para reúso - seja ele bioló-
Development - Oxford Brookes University das águas cinzas (RAC), recupe- gico, químico, ou físico - varia de
ração das águas residuárias (RAR) acordo com a qualidade inicial da
Cláudia Naves David Amorim e seus processos nas edificações, água e sua qualidade final deseja-
Profa. Dra. - Faculdade de Arquitetura e traçando algumas perspectivas da. Depois de tratada, a água de
Urbanismo - para o contexto brasileiro. Preten- reúso pode ser armazenada em
Universidade de Brasília de-se analisar os sistemas de re- um reservatório de retenção, cujo

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REUSO AGUA

dimensionamento é em função água de chuva tornar-se ácida ao


do seu tempo de armazenamento entrar em contato com poluentes
e da sua oferta e demanda. Uma na atmosfera, especialmente em
bomba de recalque transporta regiões próximas à indústrias e fá-
esta água armazenada para um bricas. No Brasil, alguns estudos
reservatório de distribuição co- fornecem dados sobre a qualida-
nectado à rede de água potável de das águas pluviais de diferen-
da concessionária, caso haja a tes regiões.
necessidade de uma ali-
mentação de água potável Fonte Alternativa
e, sem que haja conexões CinzasÁguas Pluviais / Águas
/ Águas Residuárias
Extravasor
cruzadas com a rede de
Coletora

água potável, uma rede


Rede

distribuidora transporta
água de reúso para pon- Taratamento
Alimentação Rede Distribuição
Reservatório de
Águas Potável da
tos de usos não-potáveis. Biológico / Químico
Concessionária Distribuição Distribuidora
Pontos de uso Não-Potável

Existe uma carência


Coletora

de normas e diretrizes no
Rede

Brasil na definição dos pa-


râmetros para instalações Rede
Reservatório Bomba de
hidráulicas de sistemas de de Retenção Recalque Distribuidora
reúso. Porém, experiências
internacionais apontam a
necessidade de diferen-
ciar as tubulações de água Extravasor

não-potável das tubulações


de água potável por cor ou ilustra- Sistemas de aproveitamento s
ções, e fornecer um aviso visual da de água pluvial podem ser clas- Figura 1. Composição de Sistemas de
água imprópria para consumo nos sificados de acordo com seu tipo Reúso
pontos de consumo não-potáveis. de reúso e nível de tratamento: (i)
reúso não-potável direto, (ii) reúso
Aproveitamento das águas pluviais não-potável tratado, ou (iii) reúso
O aproveitamento de água plu- potável. O reúso não-potável direto
vial (AAP) é um conceito simples, é comum em diversos países eu-
no qual, em vez de escoar, as ropeus, onde o uso de pequenos
águas pluviais são coletadas por tonéis, adaptados aos conduto-
uma superfície, filtradas e arma- res verticais das residências, são
zenadas para reúso. Apesar de usados para o armazenamento da
potável, a água da chuva torna-se água de chuva não-tratada. Devido
imprópria para consumo ao entrar ao alto potencial de contaminação
em contato com uma superfície por microorganismos patogênicos,
de coleta. Impurezas como terra, essa água limita-se à irrigação e
poeira, galhos, folhas e excre- lavagem de pisos ou carros. O re-
mento de aves são comuns em úso não-potável tratado da água
coberturas, portanto, o tratamen- de chuva nas edificações pode ser
to da água de chuva torna-se ne- utilizado na irrigação, lavagem de
cessário. Também é possível co- roupa, limpeza externa e nas des-
letar águas pluviais escoadas de cargas sanitárias. A aceitação de
pisos, mas neste caso um maior sistemas AAP para reúso não-po-
nível de tratamento é necessário, tável tratado tem crescido nesses
devido ao alto grau de impure- últimos anos por ser uma solução
zas encontradas no solo (óleos, simples para a redução do con-
graxa, fezes de animais, entre sumo doméstico de água potável.
outros). Existe a possibilidade da Sistemas AAP para reúso potável,

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REUSO DE AGUA

por outro lado, requerem um alto ção, caso falte água de chuva para
nível de tratamento através de sua atender a demanda ou haja algum
desinfecção e exigem um monito- problema no sistema AAP. Sem
ramento constante através de uma que haja conexão cruzada com a
unidade de controle que corta o rede de abastecimento potável,
abastecimento da água de chuva uma rede distribuidora transporta a
ou alerta o usuário caso haja de- água de chuva tratada para pontos
feito no sistema. Apesar dos sis- de usos não-potáveis.
temas AAP potáveis exigirem um
investimento inicial alto, seu poten- Reciclagem das águas cinzas
cial de economia é elevado. Água cinza é todo esgoto se-
A Figura 2 demonstra uma com- cundário proveniente dos lavató-
posição genérica de um sistema rios, chuveiros, tanque e máquina
de lavar roupa. Devido à escassez
AAP, em que a chuva coletada por
dos recursos hídricos, diversos
uma área de captação (a), é trans-
países desenvolveram sistemas
portada por uma rede coletora (b) e
de tratamento visando à recicla-
tratada inicialmente por um filtro (c).
gem das águas cinzas (RAC) para
A entrada da água de chuva no seu
s o seu reúso não-potável. Pode-se
Figura 2. Configuração genérica de um
reservatório de retenção ou cisterna
encontrar uma gama de impu-
Sistema AAP (d) é feita através de um freio d’água
rezas nas águas cinzas, em que
(e) para não suspender impurezas
substâncias como cabelos, pêlos,
decantadas na base do reservató-
pele, sabão e detergentes usados
rio e manter a qualidade da água
na lavagem e banho são comuns.
armazenada. O filtro não é capaz Não podemos esquecer outros
de remover partículas finas encon- tipos de impurezas que passam
tradas na água de chuva, porém, pelos ralos, como por exemplo
com o tempo, sua sedimentação urina, traços de fezes, vômito, en-
ocorre na base da cisterna. Nem tre muitos outros contaminantes.
todas impurezas decantam, algu- Portanto, torna-se necessária a
mas partículas finas, como o pólen, desinfecção das águas cinzas que
ficam suspensas na superfície da forem armazenadas para reúso,
água. A remoção destas partículas evitando a proliferação de bacté-
suspensas ocorre de tempos em rias potencialmente patogênicas.
tempos através de um extravasor Sautchuk, et al. (2005) fornece
(f). O extravasor evita a sobrecarga alguns dados sobre a qualidade
do sistema lançando o acúmulo de das águas cinzas de algumas edi-
chuva para a rede pluvial ou drena- ficações brasileiras.
gem. A extração da água de chuva Sistemas de reciclagem das
armazenada é feita logo abaixo da águas cinzas também podem ser
superfície por uma sucção flutuan- classificados de acordo com o nível
te (g), podendo ter em si um filtro de tratamento e seu tipo de reúso: (i)
fino para impedir a entrada de im- reúso não-potável direto e (ii) reúso
purezas. Uma bomba de recalque não-potável tratado. O reúso não-
(h), acionada por uma bóia de nível, potável direto limita-se apenas à ir-
transporta a água de chuva trata- rigação subterrânea de jardins, ou
da, através de uma rede distribui- lavagem de pisos. A coleta de águas
dora (i), para um reservatório de cinzas provenientes do tanque ou
distribuição (j) que é conectado a máquina de lavar em baldes ou ba-
uma caixa d’água de água potável cias para reúso na lavagem de pisos
da concessionária (k). Uma válvula não é incomum no Brasil. Existem
solenóide (l) acionada por uma bóia também sistemas simples de reúso
de nível controla a entrada de água direto das águas cinzas exclusiva-
potável no reservatório de distribui- mente direcionados para irrigação

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REUSO AGUA

sub-superficial. Esse tipo de reúso da concessionária, onde uma vál-


exige que as águas cinzas sejam vula solenóide (k) controla a entrada
utilizadas no momento em que são de água potável, caso necessite do
produzidas e que não sejam arma- abastecimento (l). Evitando cone-
zenadas por mais de um dia. De- xões cruzadas com as instalações
pendendo do sistema RAC, o reúso de água potável, uma rede distri-
não-potável tratado das águas cin- buidora (m) transporta a água cinza
zas pode ser utilizado na irrigação, tratada para reúso não potável nos
lavagem e limpeza e nas descargas pontos de consumo. Leggett et al.
sanitárias das edificações. (2001) recomenda não armazenar
A Figura 3 fornece um exemplo águas cinzas tratadas por mais de
da configuração de um sistema três dias para evitar o crescimento
RAC, no qual a coleta das águas de micro-organismos patogênicos.
cinzas de uma edificação se dá Por isso, o autor sugere a imple-
através de uma rede coletora (a) dis- mentação de um componente au-
tinta e separada da rede de esgoto tomático no sistema para a extração
sanitário. Num primeiro momento, o das águas cinzas armazenadas por
uso de gradeamento (b) retém a en- um período superior a três dias.
trada de sólidos grosseiros no siste-
ma de uma unidade de tratamento. Recuperação das águas residuárias
Em seguida, a água cinza pré-filtra- Os esgotos, ou águas residu-
da passa por um processo de tra- árias, são compostos por águas
tamento biológico (c), em que uma cinzas e negras (esgoto primário
biocultura de bactérias aeróbias de descargas que contém material
ajuda na remoção das impurezas fecal). Além de conter contaminan-
orgânicas presentes na água. Se- tes químicos (sabões, detergentes,
dimentos acumulados durante um etc.), sólidos suspensos (terras, fi-
processo de decantação dentro da bras, poeira, etc.) e gorduras das
câmara de acumulação podem ser águas servidas, as águas residuá-
removidos de tempos em tempos e rias contêm contaminação de ori-
lançados para a rede de esgoto sa- gem orgânica das águas negras.
nitário (d). Um filtro de areia e carvão Devido ao alto nível de bactérias
ativado (e) remove a cor e turbidez patogênicas encontradas no esgo-
da água. A desinfecção da água é to doméstico, um alto nível de tra-
s
feita antes de entrar no reservatório tamento é exigido na recuperação Figura 3. Configuração genérica de um
de retenção (f). A desinfecção torna- das águas residuárias (RAR) para Sistema RAC
se necessária para a exterminação evitar riscos de contaminação dos
de agentes patogênicos, através da usuários. A grande parte dos estu-
cloração ou uso de radiação ultra- dos realizados nesta área analisa
violeta, e pode ser controlada por métodos de tratamento e seu reú-
uma unidade de controle e moni- so não-potável agrícola, industrial e
toramento (i) do sistema. Caso não recreacional. Apesar de existir uma
haja um nível adequado de desin- carência em pesquisas voltadas
fecção, a unidade de controle cor- ao reúso não-potável de águas re-
ta o abastecimento da água cinza siduárias tratadas em edificações,
tratada para reúso. Um extravasor começam a surgir no mercado
(g) evita a sobrecarga do sistema, brasileiro sistemas RAR descentra-
lançando o acúmulo gerado na rede lizados voltados para o reúso não
de esgoto sanitário. Uma bomba potável em descarga sanitária, irri-
d’água (h) acionada por uma bóia gação e lavagem externa.
de nível, fornece o recalque para Existem dois tipos básicos de
um reservatório de distribuição su- sistemas descentralizados de re-
perior (j) conectado à rede de água cuperação de águas residuárias

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REUSO DE AGUA

para reúso em edificações: (i) leitos xa de gordura (b). Esse processo


cultivados e (ii) micro-estações de evita uma possível obstrução do
tratamento. Leitos cultivados (cons- sistema e garante a reoxigena-
tructed wetlands ou reedbeds) são ção e a eliminação do odor do
sistemas naturais de tratamento de efluente final. Em um primeiro
águas residuárias. Além de pro- momento, um tanque de deten-
mover a biodiversidade local, es- ção (c) funciona como um tanque
tes ambientes naturais construídos séptico e proporciona a separa-
fazem uso de vegetação aquática ção gravitacional dos sólidos no
para o tratamento aeróbio do esgo- esgoto. Esse tratamento primário
to doméstico. O substrato e o alto é concluído através de um reator
nível de oxigênio encontrado nas anaeróbio de manto de lodo (d)
raízes das plantas aquáticas pro- onde a matéria orgânica come-
porcionam um ambiente ideal para ça a ser assimilada por bactérias
a proliferação de microorganismos anaeróbicas. O tratamento se-
aeróbios que decompõem as im- cundário se dá em uma câmara
purezas das águas residuárias, per- aeróbia (e) que retira impurezas
mitindo a absorção dos nutrientes orgânicas remanescentes pela
de substancias tóxicas pela vege- sua absorção por microorganis-
tação. Para adquirir padrões de re- mos aeróbicos. Esta bio-cultura
úso não-potável, esse sistema na- aeróbica necessita de oxigênio
tural requer um tratamento primário para sua sobrevivência e, portan-
anaeróbio antes de o esgoto afluir to, a câmara deve ser constante-
no leito e fornecer desinfecção ao mente arejada. Na sua última eta-
afluente tratado. Micro-estações de pa de tratamento, a desinfecção
tratamento, por outro lado, são pro- garante a qualidade necessária
dutos comercialmente disponíveis para reúso. O emprego de uma
em modulações ou compactos e unidade de controle (g) monitora
são ideais em ambientes urbanos o nível de desinfecção e, caso o
com pouco espaço. Em geral, as nível apropriado de desinfecção
micro-estações oferecem trata- não seja atingido, corta o abas-
mento primário, secundário e terci- tecimento do efluente tratado. O
ário das águas residuárias propor- emprego de extravasores (i) evita
cionando um nível de tratamento a sobrecarga do sistema, lançan-
adequado para reúso não-potável do as águas para a rede de esgo-
em descargas sanitárias, irrigação to da companhia de saneamento.
e lavagem de pisos ou carros. Um tanque de retenção (f) coleta
A Figura 4 oferece um exemplo a água tratada e através de uma
genérico de um sistema de recu- bomba de recalque (h) acionada
peração das águas residuárias pela bóia de nível, transporta as
através de uma micro-estação de águas residuárias tratadas pela
tratamento. A coleta das águas rede de distribuição (j) para um
residuárias se dá através de uma reservatório de distribuição (k).
rede coletora de esgoto (a), que O reservatório de distribuição
por sua vez transporta o esgoto encontra-se conectado à caixa
doméstico para o seu tratamen- d’água potável, onde uma válvula
to. Águas servidas provenientes solenóide (l) permite a entrada de
da pia de cozinha ou máquina de água potável caso haja necessi-
lavar louças requerem um trata- dade (m). Não é recomendável
mento preliminar para separar e o armazenamento das águas
s reter gorduras, óleos e espumas residuárias tratadas por longos
Figura 4. Configuração genérica de um contidos no esgoto secundário períodos devido ao potencial de
Sistema RAR através do emprego de uma cai- crescimento de bactérias pato-

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REUSO AGUA

gênicas. A distribuição da água água descentralizadas através do re-


tratada aos usos finais não-potá- aproveitamento de fontes alternativas
veis é feita pela rede distribuidora de água menos nobre nas edifica-
(n) separada da rede de água po- ções. Por outro lado, tendo em vista
tável da concessionária. a crescente aplicação de sistemas
de reúso nos edifícios pelo país, dei-
Conclusão xa clara a necessidade de definição,
Grande parte dos estudos reali- pelo setor público, de normas e dire-
zados sobre o tratamento de águas trizes de instalações hidráulicas que
residuárias enfatiza o uso de grandes esclareçam os parâmetros necessá-
estações de tratamento de esgoto rios dos sistemas de reúso. É tam-
(ETE) e o reúso não-potável agrícola, bém interessante destacar que uma
industrial e recreacional. Na literatura, gestão descentralizada dos recursos
há uma carência de pesquisas sobre hídricos pode promover a redução no
sistemas de reúso descentralizados consumo predial de água potável, o
para sua aplicação nas edificações que seria extremamente necessário
para o reúso doméstico. Este artigo para enfrentar uma possível escassez
aborda estratégias conservadoras de de água no contexto brasileiro.

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