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Segunda Guerra Mundial (10000 Ingleses Descem em Plena Selva)
Segunda Guerra Mundial (10000 Ingleses Descem em Plena Selva)
Avanço britânico
A "Operação C"
A 55a Divisão japonesa foi, para tal fim, dividida em três forças
especiais. A primeira, comandada pelo célebre Coronel Tanahashi, que
já derrotara os ingleses na campanha de 1943, deslizaria através da
selva sobre o flanco esquerdo da 7 a Divisão britânica, até cercá-la pela
retaguarda. A segunda força, com efetivos mais reduzidos, avançaria
sobre a crista da cordilheira, completando assim a separação das
unidades inglesas. Ao mesmo tempo, a terceira força atacaria ao longo
de toda a linha, fechando as garras que aprisionariam o 14 o Corpo
britânico. Quando a 7a Divisão fosse aniquilada, as três forças se
uniriam para destruir a 5a.
Nela, era informado que já havia sido dada a ordem para o envio
de reforços imediatos para liberar as forças sitiadas. O comunicado
terminava com a seguinte frase: “Até que cheguem, é imperativo que
todos os homens permaneçam em seus postos e lutem até o fim”.
"Operação Assombração"
Planadores em ação
Anexo
Transporte aéreo
Birmânia. Madrugada de 4 de fevereiro de 1944. A 7 a Divisão
britânica está cercada pelos japoneses na ribanceira denominada
"Admin Box". Ali estão sitiados perto de 8.000 homens, sem
possibilidade aparente de escapatória. Nas bases aliadas situadas em
território da Índia iniciam-se imediatamente os preparativos para
abastecer pelo ar o reduto de "Admin Box". É necessário manter a
qualquer custo essa posição, para trancar aos japoneses a rota de
avanço rumo à Índia. O comandante-chefe britânico, Almirante
Mountbatten, transmite à guarnição sitiada uma dramática
advertência: "É imperativo que cada homem permaneça em seu posto
e lute até o fim". As operações de abastecimento aéreo, das quais
dependia a sobrevivência da guarnição, foram confiadas ao Genera-
Brigadeiro americano William D. Old. O primeiro vôo realizado pelos
bimotores Dakota não conseguiu realizar o lançamento, pois enfrentou
um violento fogo antiaéreo japonês. O General Old, imediatamente,
honrando os seus antecedentes de homem valente e decidido, tomou o
lugar do piloto no avião-guia, e ele mesmo conduziu a esquadrilha de
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Wingate
Na Índia, a 26 de fevereiro de 1903, nascia Orde Wingate. Da sua
infância, muito pouco se pode dizer. Foi uma criança comum.
Lembram-se dele como "mal-arrumado, sujo até...".
Em novembro de 1920, aos dezessete anos Wingate passou do
colégio secundário à Real Academia Militar de Woolwich. A 3 de
fevereiro do ano seguinte, Orde Wingate começava a sua carreira
militar, sem supor o futuro que o aguardava. Na Academia Militar
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"Chindits"
5 de março de 1944. Nos aeródromos da Índia se encontram
alinhados dezenas de planadores americanos. Junto a eles, os chindits
de Wingate aguardam o momento de subir a bordo. Formados em
colunas, levam equipamento de campanha: uniforme verde, fuzis e
pistolas-metralhadoras, morteiros, granadas e punhais Muitos usam
barba. Um chapéu de abas largas, de feltro, os protege do sol. A
empresa na qual estão todos empenhados tem a denominação de
"Operação Assombração" e envolve o vôo noturno em planadores e
aviões de transporte de 10.000 soldados e 1.000 animais de carga.
Os aparelhos em vôo sobrevoarão as montanhas da fronteira para,
posteriormente, lançar os homens no coração da floresta birmânica.
Até aquele momento, com exceção do ataque alemão à ilha de Creta,
nunca se presenciara uma operação aerotransportada semelhante.
Promotor de tal façanha é o chefe dos chindits, Orde Wingate.
Executando a estratégia de luta na retaguarda defendida pelo chefe
inglês, definida por este com a frase "meter-se nas tripas do inimigo",
os chindits (nome de um estranho ser mitológico, guardião dos
templos, metade leão, metade águia) combateriam internados
profundamente no território inimigo, abastecidos permanentemente
pelo ar, pelas unidades da aviação americana.
Os chindits gozavam de uma merecida fama nesse tipo de luta. Em
1943 haviam realizado, com Wingate à frente, uma audaciosa
campanha na floresta da Birmânia. Contudo, havia agora uma
diferença na operação que acabavam de iniciar. Em 1943, as tropas
penetraram na Birmânia, a pé, e foram abastecidas pelo ar. Agora as
mesmas tropas seriam transportadas por via aérea. A expedição
anterior consistira numa série de incursões levadas a cabo contra vias
de comunicação, cumpridas por grupos reduzidos. Agora tratava-se de
uma verdadeira invasão pelo ar. Os "fantasmas verdes", como eram
chamados pelos japoneses, contariam desta vez com material pesado,
transportado pelos aviões. Seus sacrifícios, contudo, seriam os
mesmos. Assim são eles descritos por um escritor e militar britânico:
"Os soldados dessas colunas errantes necessitavam de resistência mais
que nenhuma outra qualidade. Tinham que carregar todo o seu
equipamento nas costas: comidas, cobertores, utensílios,
equipamentos individuais de primeiros socorros e, além disso, suas
armas e munições. Possuíam animais de carga, porém havia pesados
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Planadores
Um oficial americano que acompanhou as forças de Wingate relata
a descida noturna dos planadores que transportaram as unidades:
"Nosso planador deu uma sacolejada no instante em que o avião-
reboque iniciou a sua corrida, puxando-nos. Começamos a rodar pela
pista em meio de uma poeirada que mal permitia enxergar. Sobre
ambos os lados do campo, os homens trabalhavam febrilmente,
enganchando os cabos nos planadores restantes. Repentinamente, no
momento em que o nosso avião-reboque acelerou ao máximo, a poeira
nos envolveu totalmente. Não se via nada, exceto o rosto do piloto e
dos homens que viajavam no planador. Corríamos velozmente para a
decolagem, sacolejando na extremidade do longo cabo de reboque.
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A estrada de Ledo
No dia 14 de dezembro de 1942, quando as forças japonesas,
vitoriosas, completavam a ocupação da Birmânia, o General
americano Stilwell iniciou a construção da célebre estrada de Ledo.
Essa rodovia estava destinada a substituir, como via de
abastecimento da China, a estrada da Birmânia. Assim é descrita pela
crônica oficial a gigantesca tarefa:
"Nenhum rufar de tambores anunciou o começo da estrada de
Ledo. Apesar de não lhe ter faltado publicidade posteriormente,
passou muito tempo antes que a existência desse caminho, por razões
de segurança, fosse conhecida. O que existia previamente era uma
picada para mulas, uma senda pela qual se arrastara o êxodo dos
refugiados da Birmânia. Os americanos levariam àquelas selvagens
colinas, niveladoras, escavadeiras, tratores, guindastes e aplainadoras
a vapor, numa compacta procissão mecanizada. Provindo das fábricas
dos Estados Unidos, a uma distância de quase vinte mil quilômetros,
através de dois oceanos e passando por três continentes, abririam uma
estrada que cortaria o emaranhado de pântanos e selvas, subiria até as
nuvens que tocavam o cume das montanhas, levantariam barreiras nas
rochas e pelo meio delas. Construiriam nessa região uma estrada mais
imponente da que construíram os romanos, de nove metros de largura,
de mão dupla, com piso firme, escoadouros, aterros e pontes, sob um
sol abrasador, em meio à poeira, lama, nevoeiro e chuva. Trabalhando
à luz da lua e de velas de parafina, os construtores da estrada
avançaram à razão de 1,5 quilômetros por dia. As montanhas, a
malária e o monção eram os "deuses enfurecidos" que combateriam os
construtores da estrada, e a água a sua principal arma.
"Em 1944, ano em que se terminou a rodovia, as precipitações
pluviais no norte da Birmânia alcançaram quase cinco metros. A
chuva não somente submergiu grandes trechos de estrada no vale; nas
colinas abarrotava os escoadouros, destruindo-os; fez crescer os rios
nove metros numa noite, arrancou pontes (há uma em cada cinco
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