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330 RESPOSTAS QUE COMPLICAM A VIDA


DOS CRIACIONISTAS |

Recentemente recebi um e-mail por um colega de profissão contendo 330 perguntas


que supostamente os biólogos evolucionistas não teriam competência para
responder. Me questionaram se realmente essas questões não tinham sido
respondidas pela ciência e por uma questão de curiosidade resolvi observa-las.

Grande parte das questões apresentadas são comumente apresentadas em debates de


criacionismo e evolução biológica, e portanto, tem explicações ou modelos científicos
satisfatórios, que explicam parcial, ou totalmente as dúvidas. Nada de novo foi
realmente apresentado, embora por vezes o autor não tenha sido claro sobre o
objetivo ou o que ele realmente gostaria de saber naquela questão.

Não sei exatamente quem é o autor (ou autores) de tais perguntas, mas muitas delas
são muito mais relacionadas a concepções filosóficas do que realmente científicas.
Nota-se ao observa-las que há muitos erros de português (de concordância), e por
vezes recheadas de concepções errôneas e fictícias a respeito da evolução. Há também
perguntas repetidas ou que foram respondidas anteriormente em outras questões.

Acredito que o autor, ou autores, de tais perguntas pouco conhece a parte técnica da
biologia evolutiva uma vez que muitos de seus exemplos são meramente hipotéticos e
por vezes levianos demais. Algumas questões demonstram claramente que o autor
não pesquisou previamente na literatura científica para verificar se a construção da
pergunta estava de acordo com os modelos científicos propostos pela evolução
biológica. Sendo assim, resolvi responde-las brevemente uma vez que algumas delas
necessitariam de grandes textos explicando detalhadamente determinados processos
evolucionários. Assim, para evitar um texto ainda maior, respondi-as sucintamente.

Nessa jornada de 300 perguntas muitas delas foram respondidas através da


disponibilidade de links a artigos científicos, pois em ciência o que vale é aquilo que
esta formalmente publicado em revistas de grande prestígio acadêmico. Por essa
razão o criacionismo e a ideia de Designer inteligente não são considerados ciência,

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tão pouco se considera artigos científicos textos proselitistas publicados em sites de


grupos religiosos como o Institute for Creation Research, Answer in Genesis,
Discovery Institute, Evolutions News and Views ou Creation Ministries.

Muitas perguntas fogem do foco principal da questão, que é a biologia evolutiva, e


corre para argumentações ligadas á estrutura do cosmo, a origem da vida e até a
argumentações filosóficas. Ao responder tentei focar sempre na questão da biologia
evolutiva e muitas vezes respondendo uma pergunta com outra pergunta colocando
em xeque tais afirmações. Se por um lado criacionistas alegam que grande parte das
alegações dos biólogos são filosóficas (no que eles chamam de naturalismo filosófico),
por outro lado, aqui vemos que a tendência em puxar a evolução para o lado da
filosofia foi dada pelo autor (ou autores) de tais perguntas. Ao responder tais
perguntas sugeri aos autores das perguntas alguns livros para a leitura que talvez os
autores não tenham lido e que contem a resposta tão desejada. Destaquei cada erro
ou falácia estabelecida durante a construção de tal questionário.

01 – Supondo que sua mente seja o resultado de processos não guiados por meio
da seleção natural, como você sabe que a seleção natural produziu a sua mente?

A seleção natural é um fenômeno natural constatável pela ciência, seja por casos
onde bactérias sobrevivem a ação de determinados antibióticos, ou insetos ganhando
resistência a determinados princípios ativos. Não há razão para pressupor que a
sobrevivência por aptidão ou descendência com modificação ocorre nos animais e na
espécie humana não. Vale destacar que as mutações não são guiadas, portanto,
aleatórias embora certas partes do DNA tenham maior probabilidade de sofrerem
processos de mutação. DNA altamente condensado tem menos chances de sofrerem
com mutações. Sendo assim a mutação é aleatória, a seleção natural não, ela faz parte
da luta pela vida.

02 – Cite apenas UM exemplo inequívoco de formação de uma nova espécie


mediante o acúmulo de mutações.

A troca de uma única letra do DNA em um único gene do papa-moscas-monarca


(Monarcha castaneiventris) bastou para que populações de aves de duas ilhas
vizinhas parassem de se reconhecer como membros de um mesmo grupo e de se
acasalar umas com as outras. Tudo o que o tal gene faz é mudar a cor das penas da
barriga do animal. Segundo um grupo de biólogos norte-americanos, isso bastou para
pôr os papa-moscas no rumo do isolamento reprodutivo, marca registrada da
especiação. Os passarinhos da ilha Makira têm barriga alaranjada, que dá o nome à
espécie (“ventre castanho”, em latim). A menos de 10 quilômetros de Makira, na
ilhota de Santa Ana, os papa-moscas são totalmente pretos. Uma análise de DNA das
aves concluiu que uma mutação pontual num gene chamado MC1R, que mudou um
único aminoácido (um dos tijolos moleculares com que se fazem as proteínas) na
sequência de uma proteína, tornou os pássaros de Santa Ana pretos.

Experimentos conduzidos por Jorge Uy, da Universidade de Siracusa (Nova York) e


seu grupo, usando iPods e pássaros empalhados, mostraram que os papa-moscas de
uma ilha não só não demonstram interesse sexual pelos da outra como reconhecem
seu aspecto e seu canto como os de uma espécie invasora e tendem a atacá-los. Uy e
seu grupo afirmam que a cor da plumagem é responsável pelo reconhecimento.

Veja: Difference in plumage color used in species recognition between incipient


species is linked to a single amino acid substitution in the melanocortin-1 receptor.

Existem diversos outros exemplo, com borboletas, bactérias e peixes e como DNA
mitocondrial e outras evidencias evidenciam claramente processos de especiação.

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03 – Como se deu o surgimento dos órgãos sexuais nos seres vivos machos e
fêmeas?

A questão da sexualidade na biologia evolutiva é tratada de várias formas em


diferentes setores da disciplina. Por exemplo, no livro “O Que É Sexo?” as autoras
Lynn Margulis e Dorion Sagan tratam de vários aspectos biológicos s evolutivos do
sexo, inclusive sobre a origem dos gametas masculinos e femininos que são
fundamentais na questão da sexualidade. O que determina o sexo de um indivíduo
não é a genitália que ele possui, mas o tipo de celular germinativa que ele produz.
Sendo assim, via de regra, o tipo de célula germinativa esta ligado ao aparelho sexual.
Existem especialistas na seleção sexual que explicam a origem das células
germinativas do ponto de vista evolutivo, ou seja, porque o espermatozoide é móvel e
o ovulo não. Tudo esta relacionado a demanda energética e sucesso reprodutivo. O
tipo celular esta ligado a origem do sexo.

Do ponto de vista genético existem mecanismos genéticos que determinam a


formação da genitália masculina e feminina em diversos grupos biológicos, desde
insetos, aracnídeos e vertebrados em geral. Em insetos eles são excelentes estruturas
para diferenciar uma espécie de outra.

Em vertebrados, especialmente em mamíferos o que determina a formação da


genitália é a cascata de genes que é desencadeada ou não pelo gene SRY.

Saiba mais Mammalian sex—Origin and evolution of the Y chromosome and SRY

04 – Cite exemplos que demonstrem que os vírus, as bactérias, as plantas e os


animais estão todos inter-relacionados.

Universalidade da molécula responsável pela vida, código genético universal,


bioquímica universal. Todas essas questões já foram abordadas por Theodor
Dobzhanski e em artigos que retratam sua posição de evolucionista.

Saiba mais em Nothing in biology makes sense except in light of theology?

05 – Por que a maioria das espécies sexuadas apresenta números


aproximadamente iguais de machos e fêmeas?

Por causa do principio de Fisher. Gastar a mesma quantidade de recursos para


produzir filhos de cada um dos sexos é uma estratégia evolutivamente estável: se a
população se desvia desse equilíbrio a favor de um dos sexos, um indivíduo que
invista mais na produção do sexo em menor quantidade terá um maior sucesso
reprodutivo com menor esforço. Mas há grupos biológicos em que o sucesso depende
da quebra da razão sexual e nem sempre o equilíbrio esta mantido. Em certos grupos
biológicos criadores de animais perceberam que a comunidade mais
economicamente eficiente de animais possui um maior número de fêmeas e um
pequeno número de machos. Em alguns grupos há oscilações entre a machos e
fêmeas, mas naturalmente há um equilíbrio. Para espécies em que o custo de
produção de cada filho é o mesmo independente do sexo, isso resulta numa razão
sexual próxima de 1:1. Em 1967, W.D. Hamilton explicou o princípio da seguinte
maneira: Supondo que o custo da produção de filhos e filhas é o mesmo e sabendo
que todo indivíduo é filho de um macho e uma fêmea uma proporção de machos
menor que a de fêmeas fará com que os machos tenham em média uma maior
contribuição na geração seguinte do que as fêmeas. Em certos grupos biológicos a
determinação do sexo é dada por condições ambientais. Várias espécies de répteis
têm sua determinação sexual dependente da temperatura, em que a temperatura de
incubação dos ovos determina o sexo do indivíduo.No jacaré americano, por
exemplo, em temperaturas entre 27,7 e 30ºC nascem fêmeas, e em temperaturas

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entre 32,3 e 33,8ºC nascem machos. Em plantas esse equilíbrio ocorre com as
plantas monóicas.

06 – Cite exemplos que indiquem que os protozoários deram origem aos


metazoários.

William C. Ratcliff é professor do Georgia Tech e trabalha exclusivamente com a


origem da multicelularidade e diversos dos seus artigos traçam evidencias sobre este
assunto, e alguns de seus experimentos onde criou pressões seletivas que favorecem a
multicelularidade conseguiu resultados interessantes. Saiba mais em Algae study
suggests origins of multicellular life, Experimental evolution of an alternating uni-
and multicellular life cycle in Chlamydomonas reinhardtii, TEMPO AND MODE OF
MULTICELLULAR ADAPTATION IN EXPERIMENTALLY EVOLVED
SACCHAROMYCES CEREVISIAE e também Experimental evolution of
multicellularity.

07 – De que forma se deu o aparecimento das diferenças dos órgãos sexuais entre
seres vivos?

Leia questão 3 e suas referências.

08 – Por que tudo ocorreu praticamente da mesma forma em todos os grupos de


seres vivos?

Essa afirmação é falsa, nem todos os grupos biológicos surgem da mesma forma. A
evolução e origem das espécies pode ocorrer de diversas formas, sob diferentes
mecanismos atuando conjuntamente, processos de especiação podem ser de tipos
diferentes e a evolução em si pode ocorre de forma anagênica ou cladogênica. Há
grupos biológicos que emergem por hibridismo, outros por colonização de áreas sem
predadores, por preenchimento de nichos após grandes catástrofes. Sendo assim, a
ideia de que tudo surge da mesma forma é errônea. Até mesmo estruturas biológicas
que são análogas assim o são por terem emergido sob circunstâncias embriológicas
diferentes as mesmas funções.

09 – Como pôde em grupos diferentes e em locais igualmente diferentes a evolução


ter sido idêntica?

A evolução ocorre por mecanismos biológicos universais. A seleção natural é


universal. A emergência de determinadas estruturas semelhantes surge de acordo
com o contexto ecológico que o animal vive e a descendência com modificação. Aves e
morcego com asas são análogas porem emerge devido o nicho ecológico que
preenchem, sendo assim a seleção tende a favorecer aqueles indivíduos que tem
aparatos que permitam a sobrevivência, o resultado é que animais podem
desenvolver estruturas análogas. Tudo depende do contexto ecológico, do papel
ecológico que o animal tem no ecossistema que esta inserido, diante de suas
respectivas pressões seletivas, e do elenco de genes que faz parte daquela população.

10 – E por que o sexo foi uma alternativa da evolução?

O sexo favoreceu o aumento da variabilidade genética. Maior variabilidade, maior


chance de sobrevivência, portanto, se espalhou nos grupos devido o efeito positivo da
seleção natural.

11 – Cite exemplos demonstrando que os vários filos de invertebrados estão inter-


relacionados.

Genes Hox, em especial gene distal less. Este gene tem como função produzir
manchas ocelares em borboletas da família Nymphalidae. O mesmo gene é homólogo

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ainda entre aracnídeos, onde são responsáveis pela produção das fiandeiras e
pulmões foliáceos, bem como nas branqueias de crustáceos, nas pernas do onicoforo
e muito provavelmente (99% de certeza) em trilobitas por serem um grupo irmão que
compartilha as mesmas características com crustáceos. Esse gene certamente vem do
ancestral comum de todos os artrópodes que antecede o Cambriano estando presente
certamente na Aysheaea. Diversos genes homólogos demonstram essa claro
relacionamento filogenético.

12 – A abiogênese faz parte ou não da abordagem da teoria evolutiva?

A abiogênese faz parte da química da vida, da Biopoiese. A partir do momento em


que a vida se estabelece, a competição e luta pela sobrevivência emerge e a evolução
se inicia.

13 – Se a abiogênese não é da alçada da Teoria da Evolução, por que então nos


melhores livros didáticos (do fundamental II ao ensino superior) uma coisa está tão
ligada à outra?

Pois esta ligada. A biopoiese explica a origem da vida, a partir que a vida ou seus
precursores surgem há competição pelos blocos de replicação ou elementos que
favoreçam a sobrevivência, isto é a evolução ocorrendo, a luta pela sobrevivência,
mas essencialmente, a origem da forma mais primitiva de vida exige explicações da
biopoiese e não da evolução. A evolução emerge quando a vida surge.

14 – Se a abiogênese faz parte do modelo darwinista, não estaria ele substituindo


os “mitos religiosos” por “contos de fadas para adultos”?

A biogênese não faz parte da evolução. Ela não substitui mitos, ela oferece uma
explicação meramente natural. Definição de mitos e contos não se encaixa em
explicações científicas baseadas em modelos explicativos e paradigmas que são
substituíveis. Desta forma, ela não substitui mitos, ela de fato os elimina.

15 – Por que a teoria da evolução não produziu ainda modelo teórico para a origem
da vida que realmente funcione?

A evolução não trata de modelos teóricos para a origem da vida. Este, é de


responsabilidade da bioquímica da vida e há modelos interessantes que explicam a
origem da vida. A ciência trabalha com modelos explicativos e o fato de não haver um
modelo teórico absoluto é exatamente pela coerência de não estabelecer
absolutismos, ainda mais quando o ramo da biopoiese é historicamente novo.
Entretanto, tem produzido conhecimentos cientifico considerável, diferente de
modelos ditos científicos como o criacionismo e designer inteligente que não publica
artigos, apenas textos anedóticos e críticas infundadas.

16 – Cite exemplos que corroborem a afirmação de que os peixes, répteis, aves e


mamíferos tiveram origem ancestral comum.

Fosseis demonstram claramente a relação entre peixes e anfíbios. Estruturas


anatômicas entre os dois grupos também, como o caso da bexiga natatória. A
descoberta do Tiktaalik e análises anatômicas e genéticos apontam para essa relação.
Por exemplo, um agrupamentos de genes Hox foi duplicado no ancestral comum
entre cefalópodes e lampreias. Isso quer dizer que esses peixes tinha uma copia
extras desse agrupamento. Peixes cartilaginosos tem uma copia extra desse
agrupamento duplicado das lampreias, ou seja, peixes cartilaginosos tem 4
agrupamentos, o mesmo numero encontrado em anfíbios e todos os outros
vertebrados. Saiba mais em: “Infinitas formas de grande beleza” do geneticista Sean
B Caroll. Repteis estão relacionados as aves e há inúmeros artigos científicos

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disponíveis na internet que retratam o relacionamento evolutivo entre dinossauros e


aves e entre repteis mamaliformes e a origem dos mamíferos, bem como sua radiação
adaptativa após a catástrofe KT.

17 – Cite exemplos que sustente a tese de que os invertebrados deram origem aos
vertebrados.

Vertebrados se originaram a cerca de 525 milhões de anos atrás durante a “explosão


cambriana”, que não foi realmente uma explosão, mas demonstrou a ascensão a
diversidade de grupos biológicos. O vertebrado mais antigo conhecido é acreditado
para ser o Myllokunmingia. Outro vertebrado antigo é o Haikouichthys
ercaicunensis. Ao contrário dos outros animais que dominaram o Cambriano, esses
grupos tinham o plano básico de vertebrados; uma notocorda, vértebras
rudimentares, cabeça e cauda bem definidas Todos estes primeiros vertebrados não
tinham mandíbulas e contou com filtro de alimentação na porção bucal se
alimentando no fundo do mar.

Diversos artigos falam sobre a sua origem:

Lower Cambrian vertebrates from south China”. Nature 402 (6757): 42–46

Waggoner, Ben. “Vertebrates: Fossil Record”. UCMP. Retrieved 15 July 2011

Tim Haines, Paul Chambers (2005). The Complete Guide to Prehistoric Life. Firefly
Books

Donoghue, P. C. J.; Forey, P. L.; Aldridge, R. J. (2000). “Conodont affinity and


chordate phylogeny”. Biological Reviews 75 (2): 191–251.

18 – São os cientistas “objetivos”, “neutros” e dignos de confiança nas suas


pesquisas?

A metodologia científica por si só estabelece os limites epistmológicos da produção


de conhecimento cientifico junto a falseabilidade de Karl Popper. A objetividade deve
ser presente no ambiente acadêmico e a neutralidade no que diz respeito a opinião
ocorre e segue o caráter do cientista. No que diz respeito a posição religiosa vale
lembrar que muitos cientistas acreditam e deus e não vem conflito algum em aceitar
a evolução biológica. Francis Collins e Theodor Dobzhanski são exemplos de
evolucionistas teístas.

19 – Como explicar as muitas fraudes ocorridas e que ainda ocorrem nos meios
científicos?

Ocorre por grupos que desejam fama e não produzir conhecimento acadêmico com
seriedade. Essas fraudes são inviáveis, mas também é inevitável descobri-las, pois a
metodologia científica por si só é auto-corretiva. Se um experimento é falsificado e
produz um resultado significativo outros grupos de pesquisadores utilizaram aquela
descoberta para fazer novas descobertas. Se tal resultado é falsificado será descoberto
na sua aplicação prática. O fato de ser empírico demonstra que qualquer pessoa em
qualquer lugar do mundo que replique o experimento seguindo exatamente a
metodologia do artigo tem de obter o mesmo resultado. Se não ocorrer claramente,
com seriedade, a verdade aparece.

20 – Por que as dificuldades teórico-empíricas do neodarwinismo não são


apresentadas ao público de um modo geral?

A evolução biológica não passa por períodos de refutação, ela passa por testes e
eventualmente, a cada período de tempo ela vai sendo atualizada. Isso ocorreu na

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década de 90 com a descoberta da genética que somente suportou ainda mais as


ideias de Darwin. Na década de 50 com a inserção da biológica molecular também
corroborando a evolução, na década de 70/80 com a inserção da embriologia, ou da
evo-devo na biologia evolutiva. Períodos de controversa são extremamente normais
dentro da ciência. A física relativista não se encaixa com a quântica e nem por isso se
anulam, mas se complementam. Nem sempre os desafios ou as dificuldades que uma
teoria passa a torna frágil, ao contrário, torna sua base epistêmica forte conforme
novas descobertas ocorrem.

21 – Por que os jornalistas da área de ciência não fazem distinção entre Teoria
Especial da Evolução (micro-evoluções, intra-espécies, empiricamente
comprovadas) e a Teoria Geral da Evolução (macro-evoluções, inter-espécies,
empiricamente não-comprovadas)?

Ciência trabalha com modelos empíricos, ou seja, observáveis e com características


que são detectáveis. Empiricamente há exemplos de processos microevolutivos que
demonstram a origem de variáveis geográficas de uma espécie e também de origem
de espécies, como drosophilas, aves, bem como processos de especiação com espécies
anel. O que não é possível observar empiricamente é um grupo biológico inteiro
surgir em tempo real, uma vez que os processos evolutivos ocorrem em escalas de
tempo geológica. Entretanto, as evidencias fosseis, embriológicas, morfológicas,
comportamentais, genéticas permite sim inferir relacionamento filogenético entre
grupos biológicos. Este é o caso dos peixes de nadadeira lobada e anfíbios, ou de
répteis e aves. O fato de não se poder observar algo em tempo real não significa que
não tenha ocorrido. É como pressupor que um crime não ocorre porque não foi
observado em tempo real. Da mesma forma com que os peritos criminais
reconstituem a cena de um crime os paleontólogos e profissionais de biologia
conseguem estabelecer essa relação filogenética a partir das evidências presentes em
estruturas biológicas. Portanto macroevolução é mensurável, detectável e respeita o
conceito de falseabilidade de Popper. Faz-se necessário também uma distinção entre
macroevolução e saltacionismo, que foi destacado por Darwin na frase de Aristóteles
“Natura non facit saltus” (A natureza não da saltos)

22 – Por que a recusa dos darwinistas em reconhecer sua incapacidade quanto à


evolução dos sistemas complexos das máquinas moleculares?

Maquinários moleculares também são passiveis de evolução. Tal conceito foi


debatido no Julgamento de Dover, em especial destacando o caso do Flagelo
bacteriano. Nele o conceito de complexidade irredutível foi refutado. Os detalhes da
homologia dos genes do flagelo bacteriano como tais moléculas foram recrutadas,
cooptadas a uma nova função são descritos no artigo de Matzke e Pallen (veja From
The Origin of Species to the origin of bacterial flagella)

23 – A teoria da seleção natural é tautológica, ou seja, é uma forma de raciocínio


circular. Aqueles que sobrevivem são os mais bem adaptados. Quem são os mais
bem adaptados? Aqueles que sobrevivem. Da mesma forma, rochas são usadas
para datar fósseis e fósseis são usados para datar rochas. A ciência não pode se
basear em tautologias.

Stephen Jay Gould destacou porque a seleção natural não é um conceito tautológico
em seu livro “Darwin e os grandes enigmas da vida” onde a seleção natural cria, no
sentido de manter vivo os aptos, o processo de criação de novas espécies é secundário
a sobrevivência dos aptos. Aconselha-se a leitura de tal capitulo do livro de Gould.
Conceito tautológico é o apresentado na complexidade especificada de Dembski
(Criacionista proponente do Designer inteligente) na qual a complexidade de
informação não pode ocorrer naturalmente porque Dembski a definiu assim; e é
tautológica porque elenca estruturas biológicas (moleculares, como no flagelo

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bacteriano) a outras funções que a tornam específicas, e aumentam a sua


complexidade, onde tal complexidade especificada soa como “a complexidade de
estruturas complexas”.

24 – Pode o acaso explicar por que tenha um dia um outro macaco, de nome
Shakespeare, nascido, crescido e sentido a urgência indeclinável de escrever
Hamlet?

Não há uma definição de acaso na pergunta, que não é objetiva. Sendo assim não se
sabe se o autor da pergunta infere que as mutações ou a seleção natural é ao acaso. As
mutações são ao acaso, a seleção natural não. Não existe relação de necessidade da
evolução originar o homem com a necessidade de escrever Hamlet. Hamlet é obra de
nossas faculdades intelectuais, que é uma característica de nossa espécie, assim como
produzir seda é para uma aranha. Não há superioridade ou inferioridade, ambos os
grupos estão vivos e é isto que importa

25 – Pode a loteria explicar a Nona Sinfonia de Beethoven?

Estabelecer que tudo que a ciência diz é ao acaso e puramente isto é uma
argumentação descontextualizada de grupos que não conhecem o que significa
produzir conhecimento científico. Aconselha-se uma leitura mais apropriada e
coerente sobre o assunto. Em contra partida pergunta-se: Pode um criador
intencional e perfeito estruturar formas de vida com falhas de projetos em estruturas
biológicas e fisiológicas?

26 – Seria realmente válida a teoria ortodoxa neodarwinista moderna ao propor


que, pela seleção natural, o acaso conduz necessariamente ao progresso da ameba
primitivo ao Homo sapiens, e do Homo sapiens a gênios como Platão, Shakespeare,
Kant, Beethoven, Einstein ou Neumann? (idem).

Novamente, acaso são as mutações, mecanismos evolutivos como a seleção natural (e


tantos outros) podem explicar como as espécies se relacionam historicamente,
inclusive a origem do homem. As faculdades intelectuais fazem parte de nosso elenco
de especificidades como qualquer outra espécie tem. O homem não esta sobre um
pedestal de superioridade unicamente porque compreende (coisas que outros grupos
supostamente não entendem) ou questiona (a sua origem e porque as coisas
existem). Por esta razão, biologicamente o homem é classificado como animal, da
ordem primata!

27 – Que mudanças teriam dado origem ao “homem moderno”? Quando teriam


acontecido, e por quê?

Não esta claro se o autor busca saber mais sobre a origem ao homem moderno ou a
evolução humana como um todo? A pergunta parece ser feita por alguém que jamais
leu artigos ou livros que traçam um perfil evolutivo da espécie humana. Aconselha-se
leitura a livros de autores que trabalham com Paleoantropologia, pois tal pergunta é
o tema de livros inteiros e em algumas linhas não é possível destacar a historia da
humanidade e suas características biológicas, culturais, comportamentais, genéticas e
os fósseis.

Segundo ponto é que a ciência explica como esses processos ocorreram. Porque a
humanidade emergia da forma com que conhecemos é uma pergunta que reflete
intencionalidade especifica e remete interesses específicos para que a humanidade é
como é. Porque talvez seja algo que a filosofia posso responder, pois se apresenta
como um caráter teleológico.

28 – As estatísticas mostram que, à taxa atual de crescimento e considerando a

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população atual, havia apenas duas pessoas vivendo há, aproximadamente, 6.300
anos atrás, ou seja, 4300 a.C. Isto prova que a humanidade e a civilização são bem
recentes. Se a Terra fosse mais velha, com um milhão de anos, por exemplo, após
25.000 gerações a uma taxa de crescimento de 0,5% e uma média de 2,5 crianças
por família, a população de hoje seria de 10 elevado a 2.100 pessoas, o que é
impossível, já que só há 10 elevado a 130 elétrons no universo conhecido. Explique
este quadro dentro do prisma crescente e evolutivo.

As evidências não apontam para isto. Esse é um argumento baseado na Eva


mitocondrial descrita por grupo de criacionistas do (Institute for Creation Research).
Existem artigos que pontuam a origem do homem a cerca de 150 mil anos (Common
genetic ancestors lived during roughly same time period, scientists find, Genetic
Adam and Eve did not live too far apart in time e Y chromosome analysis moves
Adam closer to Eve).

Não existe uma estimativa ao numero de elétrons, ou mesmo de átomos no universo.

29 – Será que o homem vai continuar a evoluir ou o Homo sapiens tornou-se


obsoleto o processo de evolução?

Primeiro ponto: evolução é um processo dinâmico, e por ser assim atua a cada
geração, por essa razão ocorre em escalas de tempo geológica. Geneticistas
concordam que a humanidade passa por um processo de homogenização, devido a
globalização. Isso significa que durante milhares de anos grupos de seres humanos
ficaram restritos a seu ambiente e isso criou especificidades genéticas. Com a
globalização o fluxo de genes entre esses povos é estabelecido e a seleção natural
positiva (estabilizadora) tende a favorecer sua dispersão devido a seus valores
adaptativos, como por exemplo, o gene (e suas versões convergentes) responsável
pela produção da enzima lactase, que metaboliza da lactose.

30 – A Segunda Lei da Termodinâmica prova que a evolução não pode ter


ocorrido, já que o universo e a vida se movem do caos para a ordem e do simples
para o complexo, o oposto exato da entropia prevista pela Segunda Lei?

Esta é definitivamente uma pergunta feita por pessoas que desconhecem a teoria da
evolução e a da termodinâmica. Elas na são antagônicas, nem mesmo se relacionam e
Boltzman deixou isso claro ao descrever as equações da termodinâmica.
Termodinâmica trata da aproveitabilidade de energia de um sistema, a evolução trata
da transformação da vida ao longo do tempo. O fato de haver aumento (ou não) da
complexidade biológica não tem relação com aproveitabilidade de energia de um
sistema. Considerando a terra um sistema aberto então esta apta a manter e fazer a
manutenção da entropia do planeta e do que esta presente nele. Se a entropia do
universo impedisse realmente o aumento da complexidade como propõem os
criacionistas jamais haveria moléculas que são aglomerados complexos de átomos,
bem como a formação de estrelas, planetas ou qualquer estrutura básica do universo.
E sim, a vida chega ao seu estagio máximo d entropia, quando indivíduos morrem ou
espécies são extintas.

31 – Na seleção sexual, supondo que o macho escolhe a fêmea pelos seus aspectos
mais atraentes, e a fêmea escolhe o macho pela sua força física e mental, não seria
essa essas escolhas meramente subjetivas?

Não é subjetivo, animais com cores mais vibrantes, ou que dominam recursos
alimentares, que constroem linhos para fêmeas, ou que cantam com maior
intensidade podem deslocar machos com essas características menos atraentes. O
macho pode combater com outro macho e vencê-lo em uma disputa de seleção
sexual. Há a necessidade da fêmea ainda ter de aceitar no macho vencedor, que nem

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sempre ocorre. Essas características estéticas podem servir como atrativo a fêmeas,
mas nem sempre representam a realidade. Machos com excesso de testosterona
podem ser mais bravos ou vibrantes em suas cores, mas ter seu sistema imunológico
afetado, interferindo na prole. Por outro lado, nem sempre os machos perdedores
ficam sem se reproduzir uma vez que pode ser atraente a uma fêmea em outra
localidade onde outros machos sejam populacionalmente menores ou menos
brilhantes. Isso promove a diversidade genética e cada caso é um caso. Depende do
grupo biológico que se olha (mamíferos, aves, artrópodes, repteis, anfíbios). Em
todos esses grupos essas estratégias variam de acordo com o que foi evolutivamente
estabelecido como estratégia reprodutiva.

32 – Por que os encantos das fêmeas e a força do macho são as características mais
seletivas?

Nem sempre. A força não é a característica principal. Anfíbios selecionam de acordo


com o domínio de recursos alimentares. Opiliões machos atraem as fêmeas através
do uso dos ninhos, aves pela cor ou canto, mamíferos podem usar a força, leões
marinhos o tamanho do corpo. Cada grupo biológico tem sua estratégia reprodutiva
estabelecida.

33 – Cite exemplos que demonstre que a Teoria da Evolução se encaixa na tese de


Karl Popper, da falseabilidade.

Evolução é sim falseável. Encontrar um coelho no período geológico do Cambriano


poderia sugerir uma teoria paralela passiva de refutação da evolução biológica. Um
registro fóssil estático poderia sugerir também nova teoria, bem como quimeras
(seres com diversas partes diferentes e de diversas linhagens combinados formando
um novo grupo misto), e que não pudessem ser explicados por transferência genética
(cuja transferência ocorre por pequenas quantidades de DNA entre gerações), ou por
simbiose (quando dois organismos se unem). Um mecanismo que impeça as
mutações de acumularem. A observação de organismos sendo criados divinamente.

34 – Como encaixar o emú ou casuar (ave australiana – Dromeus irroratus) no


modelo darwiniano, já que entre esta espécie é a fêmea bem maior e mais agressiva
do que o macho, e a qual ataca os filhotes para matá-los?

Artigos de evolução já traçam essa relação filogenética: Complete mitochondrial


genome sequences of two extinct moas clarify ratite evolution, Ostrich ancestors
found in the Northern Hemisphere suggest new hypothesis of ratite
origins e Complete mitochondrial DNA geonome sequences of extinct birds: ratite
phylogenetics and the vicariance biogeography hypothesis

Muitos outros artigos mostram essa relação, basta procurar com afinco na literatura
científica. Casuares não atacam seus filhos, atacam animais que se aproximam de
seus filhotes. A informação esta errada.

35 – Supondo que uma mutação determinou o comportamento desta fêmea,


levando-a a atacar a própria prole, pode-se concluir que uma mutação simultânea
e completamente oposta também tenha ocorrido no comportamento do macho,
levando-o a chocar e defender os filhotes da própria mãe? Seria então isto uma
“estupidez” da natureza?

Casuares não atacam o próprio filho…mas e se atacassem, seria estupidez da criação


divina? Falha de projeto comportamental?

36 – Até mesmo a mais simples forma de vida é complexa demais para ter surgido
aleatoriamente. Considere um organismo simples constituído de apenas 100 partes.

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Matematicamente, há 10 elevado a 158 possíveis maneiras de se combinarem as


partes. Não há moléculas suficientes no universo para atingir este número ou
tempo desde o início do universo para que todas essas possíveis combinações
ocorram até mesmo numa forma de vida tão simples, quanto mais num ser
humano. O próprio olho humano sozinho já é difícil de se explicar por meio de uma
evolução aleatória. Equivale a um macaco conseguir digitar a uma obra inteira de
Shakespeare. Pode acontecer por acaso?

Não temos a relação de moléculas, átomos ou elétrons do universo. A origem da vida


é bem estudada e teve muitos avanços na ultima década, basta fazer uma procura
simples em revistas cientificas de química e biologia que se pode encontrar diversos
avanços neste assunto.

Segundo, a evolução do olho é compreendida e há artigos também que suportam isto.


Veja: Evolution of the Eye, The evolution of eyes, Evolution of the eye, ANIMAL
AQUÁTICO SEM OLHOS REAGE À LUZ POR CAUSA DE PROTEÍNA, DIZ
ESTUDO, “OLHOS” DE CRIATURA MARINHA CONDIZEM COM TEORIA DA
EVOLUÇÃO e A FASCINANTE EVOLUÇÃO DO OLHO.

37 – Supondo que o aparecimento dos chifres do veado e a cauda do pavão não


sejam produto da seleção natural, mas uma “preferência”, aparentemente
aleatória, da fêmea seduzida por essas características do macho, em que consistiria
esta tal “preferência”?

Errado, são frutos da seleção sexual. Portanto é um mecanismo evolutivo e não é


aleatório. Autor desconhece conceitos básicos de biologia básica e biologia evolutiva.

Preferência sexual se estabelece pela demonstração de força, beleza, vivacidade de


cor, domínio que simboliza aptidão.

38 – As “armas” que existem em ambos os sexos nas espécies (como as garras, os


dentes dos leões e dos tigres) teriam sido resultado da seleção natural?

Sim, favorece sobrevivência.

39 – Em que consistem as “vantagens” do belo antílope do deserto da Arábia (Oryx


leucoryx), em que o macho possui dois chifres pontiagudos, com duas lanças curvas
as quais se aproximam da própria nuca, prejudicando-o na luta?

Errado. Ao entrar em combate com um oponente a posição do corno se configura de


tal forma a furar o adversário próximo a barriga, na altura da escapula. Em animais
cujos cornos são curvados ocorre o amortecimento do impacto.

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40 – Supondo que os antepassados do Homo sapiens tenham perdido os pêlos pela


necessidade de súbito e extremado esforço, com enorme dispêndio de calor na busca
da caça, então por que, afinal, o homem ficou com mais pêlos do que a mulher?

Porque o homem produz testosterona. A resposta é obvia.

41 – Se era o macho que ia à busca da presa, enquanto a fêmea permanecia em


grutas protegendo a prole e os alimentos, não seria mais lógico que o macho ficasse
com menos pêlos, já que se esfalfava sob o sol abrasador na perseguição de algum
antílope, e não a fêmea sentadinha em “casa”?

Existem artigos que demonstram como isto aconteceu, por ser algo extenso,
aconselha-se a leitura de artigos: Human Physique and Sexual Attractiveness: Sexual
Preferences of Men and Women in Bakossiland, Cameroon, A Genome-Wide
Association Study Identifies Novel Alleles Associated with Hair Color and Skin
Pigmentation, Skin color preference, sexual dimorphism and sexual selection: A case
of gene culture co‐evolution?, Why Mammal Body Hair Is an Evolutionary Enigma e
Decreasing Hair Cell Counts in Aging Humans.

42 – Como explicar, pela seleção natural, o exemplo dos lemingos (Lemmus


lemmus), os quais em certa época do ano avançam em massas compactas e,
enfrentando um oceano ou o lago, mergulham aos milhões, nadando e morrendo
afagados?

Os lêmingues ficaram bastante conhecidos pelo mito de que cometeriam suicídio em


massa durante suas migrações devido a filmes. Essa visão mítica se apresenta em
diversas versões, não sendo sempre vista realmente uma ação voluntária, mas
acidentes que levam à morte em massa. Movidos por urgências biológicas de
sobrevivência, algumas espécies de lêmingues migram em grandes grupos, sempre
que a densidade populacional se torna insustentável. Os lêmingues não nadam e
podem, nessa desesperada procurar por novo habitat, optar por cruzar um curso de
água, portanto, morrem. Se o suicídio fosse algo estabelecido propositalmente não
existiriam mais lemingos. O que deveria ser algo óbvio a alguém com conhecimento
básico de biologia. (Lemming Suicide Myth Disney Film Faked Bogus Behavior)

43 – Como explicar este comportamento em termos darwinianos de sobrevivência


dos mais aptos na seleção natural?

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Descendência com modificação. Um animal que tenha uma vantagem na competição,


na busca de alimento ou elementos que favoreçam sua sobrevivência tente a
perpetuar suas características nas gerações seguintes. Aconselha-se o autor das
perguntas ler livros e artigos de evolução antes de fazer tais tipos de perguntas.
Sugere-se o livro de Darwin “A Origem das espécies”.

44 – Um suicida pode transmitir a seus descendentes a própria tendência à


destruição?

Determinismo biológico. Comportamento suicida não é determinado pela genética,


pode ter diversos fatores ambientais e principalmente sociais. Sugere-se leitura
básica de biologia e sociologia e psiquiatria de estudos feitos com suicidas. Fatores
sociais e índice de felicidade podem explicar a alta taxa de suicídio em países com
alto índice de IDH.

45 – Como explicar o comportamento altruístico do ponto de vista da seleção


natural?

Sugere-se a leitura do livro “Eu primata” do primatologista Frans de Waal e do livro


de Dawkins “O gene egoísta” na qual o autor trata de uma metáfora a forma com que
os genes atuam pulando de geração a geração.

46 – Levando em conta que o mecanismo de seleção natural tende a favorecer o


indivíduo mais forte, mais esperto, mais inteligente e mais egoísta no sentido de
preservação da própria vida e descendência, como explicar que a natureza crie
heróis altruísticos mais prontos a se sacrificar pelos mais fracos?

Sem sempre, a preservação da vida pode esta relacionada ao comportamento


altruísta, especialmente em animais sociais, por isso sugere-se tais leituras da
questão 45. Especialmente no livro de Frans de Waal.

47 – Como explicar, segundo critérios da seleção natural, o caso de uma espécie de


abelha brasileira conhecida como caga-fogo, a qual, quando descobre estar a
colmeia em perigo, morde o atacante com tamanha violência que, na ferida, deixa
as próprias vísceras e logo morre, e de tal forma que fedor do veneno atrai as
outras abelhas as quais, por sua vez, precipitam-se num insano ataque suicida ao
inimigo?

A primeira questão é que abelhas não modem, elas picam. E a estrutura de


inoculação da peçonha esta presente na porção final do abdome. No abdome também
há órgãos vitais do animal. A morte após o ataque é resultado do relacionamento
anatômico próximo entre o órgão produtor da peçonha e das estruturas internas do
animal, por esta razão a abelha morre. E morre defendendo a rainha que é a
produtora de cascas de abelhas e perpetuadora da espécie.

48 – Como pode o homem possuir em sua natureza e herdar a capacidade de


escolha entre o bem e o mal?

O que é o bem? O que é o mal? Não estamos mais falando de ciência neste momento,
e sim de filosofia da moral. O autor mudou a abordagem. Conceito de bom e mal esta
ligado ao desenvolvimento da moralidade. Do ponto de vista biológico, grupos sociais
não humanos podem estabelecer regras básicas de sobrevivência. Leia o livro de
Frans de Waal proposto na questão 45.

Conceito de bondade varia individualmente e socialmente. Na Amazônia é comum o


grupo dos Yanomami rejeitar o primeiro rebento se ele for do sexo feminino, ou se a
mãe tiver filhos gêmeo, um deve ser abandonado na mata, pois segundo sua traição

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um possui um espírito bom e outro um espírito mal. Se a criança nasce com má


formação é abandonado na mata.

Seria correto propor uma catequização indígena, descaracterização da cultura alheia


e impor o sistema moral cristão? Como podemos ter certeza que esse novo sistema
moral é bom, ‘;e correto? Quais critérios ele tem ou nós temos para julgar este modo
de vida Yanomami é correto?

O fato de um regramento moral estar escrito em um livro sagrado não significa


absolutamente nada. Bagavad gita, Corão e Torah também são ditos livros sagrados
dotados de verdades absolutas, conceitos de moralidade e são igualmente recheados
de barbárie. Sempre haverá divergência entre o que é moralmente correto do ponto
de vista individual com o que é moralmente aceito pela sociedade. Simplesmente é
uma transformação que ocorre naturalmente. O fato de existirem mulheres
exercendo papel de família, votando, ou tendo uma renda familiar maior que a dos
homens pode ser moralmente incorreto para o religioso que segue a risca I Timóteo 2
versículo 11 e 12, da mesma forma que a igreja católica condena o uso de
preservativo.

Ciência explica fenômenos naturais, ela não justifica se algo é correto ou errado.
Estabelecer o que é correto ou incorreto faz parte da capacidade do homem de julgar,
e faz aprte da sua especificidade.

49 – Como pode ser vantajoso, do ponto de vista da seleção natural, ajudar o rival,
perdoar o inimigo, colocar o último em primeiro lugar e sacrificar a própria libido
em benefício de um propósito religioso que ultrapassa o indivíduo?

Ajudar o rival, perdoar o inimigo pode ter funções importantes na biologia evolutiva,
como fortalecer a estrutura social. Sacrificar a libido em prol de um propósito
religioso pode estar ligado a costumes e tradições mais relacionadas a uma cultura e
estruturação social especifica.

Essa é uma pergunta que sociólogos e antropólogos talvez tenham mais competência
para responder. Biologicamente a religiões pode ser vir como um atuar de coesão
social e há estudos sobre este assunto.

50 – Por que excluir a possibilidade de que o Sobrenatural (uma Inteligência


superior) afetou a natureza, já que não há regra alguma em qualquer que seja livro
científico ou em qualquer estatuto de sociedades científicas, que afirmem que o
Sobrenatural deva ser descartado como hipótese?

Não se exclui Deus. Existe uma diferença entre produção de conhecimento científico
e ateísmo. A ciência não é ateis, alguns cientistas são. Deus não é testável,
mensurável, empiricamente testável e falseável, portanto, a ciência não pode dizer
que ele existe ou que na existe. A exclusão de Deus no âmbito científico é uma
questão metodológica, epistemológica. Não se prova que uma determinada molécula
foi intencionalmente desenhada para uma determinada função. Isso é inferência
teológica e não cientifica. Sem compreender isto o autor das perguntas jamais vai
conseguir compreender ciência, religião e suas especificidades metodológicas que
garantem a identidade de cada uma delas.

51 – O homem moderno teria surgido apenas na África ou teria evoluído pela


miscigenação entre vários hominídeos de linhagens extintas, como o Homo erectus?

Na África, descende do Homo erectus.

52 – “Vocês podem me dizer alguma coisa sobre evolução, qualquer coisa que seja

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verdade?” – Por: Collin Patterson (paleontólogo, evolucionista, do Museu de


História Natural de Londres, no dia 5 de novembro de 1981, no Museu Americano
de História Natural).

E qual a intenção desta pergunta? Não é objetiva e mal estruturada, afinal, em qual
contexto tal pergunta foi feita?

53 – Invocando um exemplo-padrão, os primeiros peixes não tinham mandíbulas.


Como foi possível que do nada se tivesse desenvolvido uma aparelhagem tão
complexa, composta de diversos ossos interligados? Da mesma maneira, como foi
possível que barbatana de um peixe acabasse se transformando num membro de
animal terrestre?

A origem das madíbulas tem explicação evolutiva, do ponto de vista anatômico,


embriológico e genética. Basta procurar na literatura acadêmica. Veja: Origin Of
Jawed Vertebrates: Prehistoric Fish Provides New Piece In Evolution’s Jigsaw Puzzle,
Agnathans and the origin of jawed vertebrates e Ventilation and the origin of jawed
vertebrates: a new mouth.

A origem dos tetrapodes também: Origin of tetrapods inferred from their


mitochondrial DNA affiliation to lungfish, Origin of Tetrapods, Molecules, fossils,
and the origin of tetrapods, CHARACTER DIAGNOSIS, FOSSILS AND THE ORIGIN
OF TETRAPODS e Molecular evidence on the origin of tetrapods and the
relationships of the coelacanth.

54 – Como teria se desenvolvido o peixe-isca? Como foi que o marsúpio e as abas do


manto se uniram para criar seu estratagema? Uma feliz coincidência, ou a direção
preordenada das coisas talvez seja uma explicação, mais atraente para nossa
intuição, do que uma construção gradual da seleção natural, através de formas
intermediárias que, pelo menos no início, não deviam se parecer em nada com um
peixe? Seria possível atribuir um significado adaptativo aos estágios incipientes
dessa estrutura útil?

A pergunta não é objetiva. Não esta claro se o autor quer saber sobre o
desenvolvimento ou a evolução do peixe. Se for referente ao desenvolvimento a
resposta pode ser encontrada estudando o desenvolvimento do grupo de peixes na
qual ele faz parte. Se o autor se refere ao fato de que o peixe tem uma estrutura
luminosa há explicação sim, dada por artigos como este: Intracellular bacteria in the
light organ of the deep sea angler fish, Melanocetus murrayi.

A evolução dos peixes Melanocetus é ainda pouco compreendida devido a poucos


estudos sobre a biologia do animal. Argumento de ignorância não consiste em dizer
que se a evolução não explica então o criacionismo esta automaticamente certo. De
fato, essa é um alegação chamada God-of-the Gaps.

Ao que se refere a origem do marsúpio, é fundamental compreender a origem do


grupo dos Marsupialia e ara não estender a resposta aconselha-se ler artigos
científicos: Origin and early evolution of marsupials, A theory of the origin and
evolution of the Australian Marsupialia, On the metatherian nature of the
Deltatheroida, a sister group of the Marsupialia e On the Evolution of the Australian
Marsupialia; with Remarks on the Relationships of the Marsupials in general.

55 – Segundo explicação do darwinismo tradicional, ao beneficiar seus parentes, os


atos altruístas preservam os genes altruístas, mesmo que o altruísta não seja aquele
que vai perpetuá-los, de modo que, ao executá-lo, um altruísta estará na verdade
aumentando sua própria representação genética em futuras gerações. Ou seja, a
seleção favorecerá a preservação desses genes altruístas. Porém, o que dizer de atos

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altruístas em benefício de não-parentes?

Esta pergunta já foi feita e respondida na questão 45 e 46

56 – Apesar de não haver nenhuma prova direta das transições regulares, pode-se
inventar uma sequência razoável de formas intermediárias — isto é, organismos
viáveis e operantes — entre antepassados e descendentes nas principais transições
estruturais? Que possível utilidade têm os imperfeitos estágios iniciais de estruturas
úteis? Que valor tem a metade de uma mandíbula ou a metade de uma asa?

Não se inventa formas intermediárias, os fósseis são encontrados e não inventados.


São estudados, constatados a quais grupos pertencem e através de analises
morfológicas, anatômicas eles são atribuídos a grupos biológicos semelhantes.
Portanto, a ideia de que não há prova alguma de transições de grupos biológicas é
falsa.

57 – Se, conforme Gould, o gradualismo é mais um produto do pensamento


ocidental do que um fato da natureza, não seria então razoável considerar filosofias
alternativas de mudança para ampliar o nosso universo de preconceitos
constrangedores?

Gradualismo é filosofia? As questões apresentada aqui são puxadas para


argumentações filosóficas. A ciência apenas explica como através de gerações
pequenas variações podem ocorrer. Isso é gradualismo. O que se considera em
ciência é outro modelos explicativo que siga a estruturação da construção de
conhecimento cientifico. Como bem ressalta o autor, é algo alternativo, mas
geralmente não é nem filosófico. Na maioria das vezes é meramente especulativo,
como o criacionismo e o designer inteligente. Filosofia em si é a construção de uma
linha de pensamento metódica e com metodologia própria, na qual o designer
inteligente e o criacionismo também não se encaixam, porque estes são grupos
teológicos. Sendo assim, tais grupos não se encaixam nem em ciência e tão pouco em
filosofia.

58 – Teriam alguns animais, colocando o homem entre eles, surgido por divisão?

Pergunta não objetiva. Não esta clara qual a intenção ou o foco da pergunta.

59 – Como é possível separar as estruturas originais das modificações mais


tardias, oriundas das novas adaptações?

A origem embriológica, os genes hox envolvidos, a datação molecular permite dizer


quais estruturas surgiram primeiro e quais se modificaram. Cada caso tem sua
característica. Algumas vezes realmente fica difícil relatar quais estruturas surgem
primeiro e quais são derivadas. Geralmente isto ocorre quando há variações em
espécies irmãs. Por exemplo: a indução da lente pelo cálice óptico é um exemplo
paradigmático de indução embrionária. Descobriu-se que em duas espécies de rãs
dentro do gênero Rana (R. fusca e R. esculenta) elas diferem neste estado
embrionário, embora sejam espécies muito próximas. A R. fusca usa o cálice óptico
para induzir a lente, mas a R. esculenta não o faz. Este é um exemplo de como
divergências nos processos de desenvolvimento produzem características homólogas.
Não é possível saber qual é o modo ancestral e primitivo de desenvolvimento da
lente. O único modo de saber qual é o modo ancestral e o derivado é fazer um
truncamento do processo de desenvolvimento quando comparado com a condição
ancestral, ou comparando com outros do mesmo gênero. Ai poderíamos explicar a
diferença entre as duas espécies que claramente são espécies irmãs, mas que na
condição embriológica de formação do olho usam vias de desenvolvimento distintas.

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60 – Em relação à pluricelularidade, teria ela aparecido apenas uma vez? Pode-se


explicar sua ocorrência em todos os animais, caso se descubra como supostamente
surgiu nos animais primitivos? Ou desenvolveu-se várias vezes? A pluricelularidade
de várias linhagens seria homóloga ou análoga?

Há grupos de biólogos que sugerem convergência evolutiva. Portanto, não é


homologa ou análoga, e sim convergente. O autor desconhece a definição dos termos.
Sugere-se ler artigos de Ratcliff: Experimental evolution of multicellularity, Alga
takes first evolutionary leap to multicellularity e TEMPO AND MODE OF
MULTICELLULAR ADAPTATION IN EXPERIMENTALLY EVOLVED
SACCHAROMYCES CEREVISIAE.

61 – Diz-se que os chimpanzés são nossos parentes mais chegados, de acordo com a
genealogia, então o homem pertence ao mesmo gênero ou a gêneros diferentes
dentro da mesma família?

Homem e chimpanzés são classificados igualmente em:

Reino: Animalia

Filo: Chordata

Subfilo: Vertebrata

Classe:Mammalia

Superordem: Euarchontoglires

Ordem:Primates

Subordem: Haplorrhini

Infraordem: Simiiformes

Parvordem: Catarrhini

Superfamília: Hominoidea

Família: Hominidae

Subfamília: Homininae

Tribo: Hominini

A partir de subtribo eles têm classificações distintas: especialmente em gênero. Esta é


uma informação que qualquer biólogo evolucionista ou mesmo criacionista deveria
saber. Se o autor não conhece esses termos certamente não tem competência para
discutir o assunto. Apenas aprender com os especialistas no assunto.

62 – De que forma uma divisão do mundo orgânico em entidades diferentes


poderia ser justificada por uma teoria evolutiva que proclamava como fato
fundamental da natureza a mudança incessante?

Ora, a diversidade de formas de vida é justamente o resultado de mecanismos


evolutivos. O fato de existir diferentes grupos biológicos dentro do mundo orgânico é
porque cada um seguiu caminhos evolutivos diferentes em um dado momento da
história da vida. É exatamente a mudança da vida que permite a evolução.

63 – Pode a mais extensa mudança evolutiva, a macroevolução, ser explicada como

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o resultado de alterações microevolutivas? Teriam os pássaros realmente surgido a


partir dos répteis, por meio de um acúmulo de substituições de genes?

Pode, pequenas variações podem gerar variações de tal modo a tornar uma população
reprodutivamente isolada de sua porção original e portanto seguir caminhos
evolutivos novos. Ao longo de milhões de anos gerar novos grupos biológicos. Os
fósseis e as evidencias biológicas mostram isso no grupo das aves. Basta procurar na
literatura.

64 – Será possível construir uma história razoável de mudança contínua para


todos os acontecimentos macroevolutivos?

Construir uma historia evolutiva com os fosseis sim, mas o registro fóssil é
incompleto e lacunas podem ficar abertas, exceto se outras formas de preenche-las
com dados confiáveis for desenvolvida. Lacunas abertas não são espaços para ser
preenchidos por Deus, mas representam um ponto onde a ciência nãopode (ao menos
por um tempo) enxergar.

65 – São inerentemente antidarwinistas as teorias da mudança abrupta?

São não evolutivas. Não há um exemplo sequer de um grupo biológico que tenha
saltado de um grupo biológico para outro em um espaço de uma geração.

66 – Se os indivíduos lutam somente para maximizar seu êxito reprodutivo, por


que é que tantas espécies parecem manter suas populações satisfatoriamente
constantes, conforme recursos disponíveis?

Por causa da competição inter e intraespecífica. População permanece proporcional a


demanda de recursos, mas aqueles que não consegue se alimentar ou atuam como
elemento trófico de outros grupos biológicos. Por essa razão artrópodes geralmente
tem diversos filhotes por período reprodutivo. Para maximizar a prole que vai ou
morrer por fato de recursos ou ser predada. Desta forma ela se adéqua de acordo com
a demanda de recursos alimentares. Existem outras variáveis envolvendo espécies
generalistas e especialistas.

67 – Que aperfeiçoamento genético é possível citar desde que supostamente


apareceu o Homo sapiens?

Dentro da própria espécie a tolerância a lactose, desenvolvimento do sistema


nervoso, origem da consciência, fala, bipedismo constante. Em relação ao homem
modificar outras espécies há também, domesticação de animais, plantas e de
tecnologias.

68 – Supondo que há 600 milhões de anos, no início do que os geólogos denominam


de Período Cambriano, teria aparecido a maior parte do filo de invertebrados, num
espaço curto de alguns milhões de anos. O que teria acontecido durante os prévios
quatro bilhões de anos da história do planeta? O que supostamente havia no início
do mundo cambriano que pudesse ter inspirado tamanha atividade evolutiva?

Entre 4 bilhões de anos e 600 milhões de anos a terra e a vida passaram por diversos
eventos. A terra se formou com seus precursores da vida, a origem da quiralidade da
vida, dos primeiros blocos de replicação, do DNA, da célula, da diferenciação dos 3
domínios biológicos, multicelularidade, origem de células nervosas, da reprodução
sexuada e diversos fenômenos climatológicos. Pra saber mais sobre a”Explosão
Cambriana sugere-se a leitura de A VIDA ANTES DO CAMBRIANO E A ORIGEM
DOS ARTRÓPODES – HOUVE UMA EXPLOSÃO CAMBRIANA?

69 – Por que, afinal, toda espécie ameaçada em sua sobrevivência não poderia

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reagir ao desafio pelo o aumento de sua fertilidade? “Por que não seriam
eliminadas todas as espécies, exceto as mais férteis” – Popper

Alguns grupos biológicos aceleraram sim sua fertilização. É o caso de pulgões que
muitas vezes dão origem a prole por partenogênese onde sua prole muitas vezes já
nasce prenha de filhotes também por partenogênese. Grupos de insetos têm diversos
exemplos de como a reprodução pode ser acelerada. Borboletas fêmeas de algumas
espécies de Heliconius quando ainda estão em fase pupal tem um macho que a
protege para que assim que eclodir já se reproduzam antes mesmo da fêmea dar o
primeiro voo. Em algumas espécies o macho abre uma fissura no casulo esse
reproduz com a fêmea antes dela eclodir da pupa.

70– Qual o interesse, do ponto de vista da seleção, de um pássaro hóspede


alimentar e criar a ninhada de um outro, como ocorre com o cuco? Qual o benefício
desse pássaro altruísta em favorecer os interesses reprodutores do detestável
parasita social que é o cuco?

Ao que parece o cuco parasita a ninhada, a fêmea não tem a percepção de que aquele
animal não corresponde a mesma espécie. A associação é de que a mãe precisa cuidar
da prole, e a prole apresenta um imprint da mãe parasitada como responsável por
sua sobrevivência. Sendo o canto do cuco mais forte que a do filho original da mãe,
esta tende a alimenta-lo uma vez que a vocalização é a referência que a mãe tem para
determinar qual dos filhos tem mais fome.

71 – O que evoluiu primeiro (como, durante quanto tempo, e funcionou sem os


outros)? O sistema digestivo, a comida a ser digerida, o apetite, a capacidade de
encontrar e comer os alimentos certos, os sucos digestivos, a resistência do corpo
aos próprios sucos digestivos (estômago, intestinos, etc.)? O sistema imunitário ou a
necessidade dele? O sistema nervoso, o sistema circulatório, o sistema de reparação
ou o sistema hormonal? A vontade de reproduzir ou a capacidade para reproduzir?
Os pulmões, o revestimento de muco que os protege, a garganta, ou a mistura
perfeita de gases que seriam respirados nos pulmões?

A questão é energética, o que surgiu primeiro foi a fagocitose. Um livro publicado


pela Oxford Biology traça exatamente um perfil evolutivo de todos os órgãos a partir
de sua fisiologia e de receptores de suas células. O livro se chama The Evolution of
Organ Systems e o autor cita:

Organs do not appear suddenly during evolution; instead they are composed of far
simpler structures. In some cases it is even possible to trace particular molecules or
physiological pathways as far back as pre-animal history. What emerges is a
fascinating picture, showing how animals have combined ancestral and new
elements in novel ways to form constantly changing responses to environmental
requirements. The Evolution of Organ Systems starts with a general overview of
current animal phylogeny, followed by review of general body
organization including symmetry, antero-posterior axis, dorso-ventral axis, germ
layers, segmentation, and skeletons. Subsequent chapters then provide a detailed
description of the individual organ systems themselves – integument, musculature,
nervous system, sensory organs, body cavities, excretory system, circulatory
system, respiratory system, intestinal system, gonads and gametes. Generously
illustrated throughout, this accessible text is suitable for both upper level
undergraduate and graduate students taking courses in animal evolution,
organogenesis, animal anatomy, zoology and systematics.

72 – O que veio primeiro: a mensagem do DNA, ou o [seu] portador que é o RNA,


ou a proteína, uma vez que a produção de cada um deles requer que os outros dois
já estejam presentes?

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Tudo aponta para o RNA ou um antecessor (auto-catalítico), na qual a ciência tem


certos grupos hipotéticos que tem função análoga (ONA, ANA, GNA e TNA). Ler mais
sobre o assunto e as novas descobertas talvez elucide melhor o autor das perguntas

73 – Em relação ao olho, como explicar que mutações sucessivas tenham podido


formar, SINCRONICAMENTE, esse extraordinário órgão de perfeição e
complexidade, com sua córnea, íris, lente, retina e sistema nervoso, itens os quais
não podem de modo algum trabalhar independentemente uns dos outros? Como
indagou Stephen Jay Gould: “Para que servem 5% de um olho?” A seleção gradual
desse perfeito órgão não poderia ser comparada à lenta formação de um Boeing a
partir destroços?

Veja a questão 36 onde há artigos falando sobre o assunto.

74 – Em relação à famigerada mariposa da Inglaterra, que, como consequência da


poluição provocada pelas indústrias de carvão (poluição esta que depositou uma
camada de fuligem escura sobre as árvores da região) fez surgir uma forma nova
de mariposa, chamada carbonária, as quais com asas pretas tornaram-se bem
adaptadas ao ambiente, sendo camufladas e que, por isso, tinham proteção. Porém,
indaga Penna, “uma dúvida nos assalta. Darwin falara em milhões de anos para
explicar a ação de mutações aleatórias que, pouco a pouco, no correr das gerações,
favorecem as formas mais bem amoldadas… Mas o problema é que a modificação
do melanismo industrial apontado aconteceu em menos de cinquenta anos? Como
explicar então que, entre milhões de possíveis mutações genéticas, surgidas sob
efeito do acaso e suscetíveis de haver afetado a cor da mariposa, tenha
lotericamente triunfado precisamente aquela que determinou o aparecimento das
asas pretas? Coincidência demasiadamente feliz? Coincidência verdadeiramente
milagrosa?

A fada protetora das mariposas tocou a sua varinha de condão e… eis que,
coincidindo exatamente com a Revolução Industrial em Manchester e em Liverpool,
no vale do Ruhr, na Bélgiva, em Pittsburgh e em Detroit, as asas das mariposas se
enegreceram. Por que não houve mutações vermelha, azul, amarela, alaranjada,
verde, cor-de-rosa? Por que não mutações nas pernas, nas antenas, nos olhos? Por
que não mutações no comportamento? Onde estão os milhões de anos do
gradualismo dogmaticamente proposto por Darwin? Não parece um pouco forte
nos obrigarem a aceitar de mão beijada a explicação?” (Penna, p.p. 150, 151).

O autor não conhece a proposta do estudo das borboletas Biston betularia. O


melanismo já existia. A mariposa Biston betularia carbonaria e Biston betularia
typica já ocorriam, o experimento apenas mostrou que diante de condições
ambientais específicos alguns indivíduos podem se beneficiar na luta pela
sobrevivência. Leia Ceticismo incoerente com as evidências da seleção natural.

Leia a resposta da pergunta anterior. Reductio ad absurdum não é argumentação.


Variação e coloração fortes ocorrem em poucos casos, geralmente é característica das
mariposas terem cores negras, amarronzadas e brancas. Geralmente estão de acordo
com o substrato. Devido a falta de noções básicas de ecologia o autor faz perguntas
superficiais. Outra questão ligada a coloração é o metabolismo do animal em relação
a sua planta hospedeira.

Comportamentos fixos, ditos estereotipados podem ser modelados pela alteração


genética sim. Etologia evolutiva em animais é bastante conhecida e comportamentos
fixos podem ser usados inclusive usados da mesma forma como caracteres físicos
para estabelecer relacionamento evolutivo. No Instituto Butantan há um setor só de
etologia de aracnídeos que faz este tipo de abordagem.

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Mutações em pernas antenas e olhos envolvem genes hox que geralmente


comprometem a sobrevivência. Poucas são as variações permitidas neste grupo de
genes. Sugere-se ao autor das perguntas ler artigo de Sean B Carroll. O gradualismo
o[pode ocorrer a cada geração e não unicamente em espécies intermediarias entre
duas espécies irmãs (quando há intermediários) ou entre grupos. Sugere-se ao autor
ler livros de evolução que tratam do assunto. Talvez livros do Douglas Futuyama
possam ajudar.

75 – Teriam as aves realmente herdado suas características primárias diretamente


dos dinossauros?

Sim, os fósseis mostram isso e características como o desenvolvimento das penas.


Sugere-se a procura de artigos sobre o assunto. Há diversos artigos sobre isto

76 – Em relação ao famigerado Archaeopteryx, pode-se considerar as penas como


uma herança dos dinossauros? Para que Archaeopteryx usou suas penas?

Sim, de dinossaruros não aviários. O uso das penas em dinossauros era certamente
ligado a manutenção da temperatura. As penas estavam presentes em diversos
grupos de dinossaruso Theropodes. Em especial os filogenéticamente relacionados ao
Archaeopteryx: Maniraptora, Ovirapterosauria, Dromaeosauria e Avilinae onde o
Archaeopteryx representa uma sequencia de transição de mais de 25 fósseis.

77– Por que os lobos comem entre si, se existem veados para ser comidos?

Novamente, precisa entender a ecologia local para saber se este tipo de ataque
realmente ocorre, segundo: se é natural ou; gerenciado por alterações ecológicas que
diminuem a oferta alimentar e desencadeiam comportamentos incomuns.

78 – Segundo Darwin, um cavalo com pernas um pouco mais compridas tinha


maiores probabilidades de sobreviver, num período em que a espécie Equus era
ainda pequena. Desta forma evoluiu o cavalo. Pois bem. Mas, por que, afinal, os
lobos e os leopardos não comeram esse cavalo quando ainda era jovem e dispunha
de pernas curtas? Ou por que não comeram cavalos velhos e cansados, de modo que
inúteis seriam as pernas mais compridas dos outros? Ou por que os cavalos de
pernas longas, que corriam mais depressa, não morreram em ataques cardíacos
depois da fuga desenfreada? Porque não quebraram os tornozelos?

Cavalos, lobos e leopardos de hoje são resultado de processos evolutivos que


ocorreram no passado. A maioria dos felinos que conhecemos hoje surgiu a cerca de
12 milhões de anos, sendo o Pseudaelurus o mais antigo conhecido. (Veja
aqui) Canídeos, grupo na qual os lobos pertencem se originou na África a cerca de 55
milhões de anos, momento na qual o ancestral dos cavalos também surgiram a partir
dos Hyracotherium (Perissodactyla). Os lobos mais antigos do registro fóssil são
datados em cerca de ,4,2 milhões de anos. Os cavalos ainda são mais antigos, pois são
relacionados aos rinocerontes e as antas (TAPIRES EN UN LAGO VOLCÁNICO
CATALÁN DEL PLEISTOCENO)

Animais que fogem de predadores com o uso da corrida utilizam diferentes


estratégias para tal mecanismo. Certamente os animais feridos, velhos ou incapazes
de correr o suficiente para fugir de um predador morreram. Consequentemente,
aqueles que eram rápidos, ou que tinha pernas mais longas desenvolveram
estratégias de sobrevivência e passaram seus genes adiante. Isso se chama co-
evolução, ou corrida armamentista. Todo processo adaptativo da evolução leva
também a uma adaptação fisiológica, Dawkins fala sobre isso em seu livro chamado
“Desvendando o arco iris” e destaca a transformação e a adaptação do corpo do
animal aquela nova condição.

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Animais podem em estratégias de fuga se machucar ao correr na savana seca da


africana, escorrer e eventualmente quebrar osso e comprometer sua sobrevivência.
Desta forma, aquelas com descendência diferencial sobrevivem e nos últimos 55
milhões de anos criou a diversidade de Canideos e Perissodactila que conhecemos.
Cavalos antigos tinham dedos, ao invés de cascos. Para saber mais sobre estes
assuntos recomenda-se leituras de artigos (Horse Evolution, Horse Evolution Over
55 Million Years e “How Dogs Came to Run the World) Sugere-se também estudar
aspectos temporais da origem dos animais, ao que parece, o autor das perguntas
desconhece essas importantes características e por essa razão faz mais suposições
levianas do que realmente perguntas concretas e objetivas.

79 – “Como é que mecanismos que parecem governados inteiramente pelo acaso e


escolha aleatória trazem, para a existência, novas espécies que se adaptam, fina,
precisa e utilmente, como se fossem células de um organismo?” – Lewis Thomas

As variações são ao acaso, os mecanismos evolutivos não. Nem tudo é baseado em


aleatoriedade. Além disto, existe uma diferença entre aleatoriedade e acaso.
Geralmente as pessoas confundem isso ou acreditam que tais palavras sejam
sinônimos de espontaneidade. Mecanismos evolutivos não são aleatórios, eles
obrigatoriamente ocorrem na luta pela sobrevivência. Aleatoriedade está ligada as
mutações, embora ainda sim se saiba que determinadas partes dos cromossomos
sejam mais propensas a mutações. Locais onde há uma condensação forte do DNA é
provável que haja menos mutação. Aleatoriedade não é espontaneidade, ou ao acaso,
mas sim a ausência de um padrão determinado. Sugere-se leitura sobre o assunto em
pesquisas de sites de física na internet. O livro “O Andar do Bêbado“de Leonard
Mlodinow talvez auxilie.

80 – Em relação aos marsupiais da Austrália, cujos filhotes nascem imaturos e


diminutos, refugiando-se logo ao nascer numa bolsa na barriga da mãe. Como
poder haver acontecido que, pelo simples acaso das mutações, se tenham
desenvolvido naquele estranhíssimo continente lobos, gatos, casures, ratos,
tamanduás e outros mamíferos marsupiais extraordinariamente semelhantes com
os mamíferos placentários mais aperfeiçoados de outras partes do planeta? A
coincidência do desenvolvimento paralelo não é surpreendente do ponto de vista da
seleção? Por que tal coincidência e qual o mecanismo que a provocou? Por que só a
Austrália é marsupial?

Primeiro detalhe. Tamanduás não são Australianos, são brasileiros. O Brasil tem uma
quantidade grande de marsupiais, embora a maior diversidade esta presente da
Austrália.

Como a pergunta pede uma explicação evolutiva sobre a origem do sistema


reprodutivo diferencial dos marsupiais a resposta é relativamente grande. Assim,
para não estender a resposta sugiro leitura de alguns artigos: DIFFERENCES IN THE
TIMING OF PRECHONDROGENIC LIMB DEVELOPMENT IN MAMMALS: THE
MARSUPIAL–PLACENTAL DICHOTOMY RESOLVED, Latest Cretaceous mammals
of upper part of Edmonton Formation of Alberta, Canada, and review of marsupial-
placental dichotomy in mammalian evolution, Evolutionary History of the
Marsupials and an Analysis of Osteological characters, Biological Considerations of
the Marsupial-Placental Dichotomy, Craniofacial development in marsupial
mammals: Developmental origins of evolutionary change, Marsupial placentation
and its evolutionary significance, Iowa State University Biology Dept. Discoveries
about Marsupial Reproduction Anna King 2001 e “Early development of the neural
plate, neural crest and facial region of marsupials”

81 – O que mais vale ao pássaro de plumagem exibicionista, do ponto de vista da


seleção natural, ser espalhafatoso para competir na disputa sexual, com risco de ser

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vitimado por predadores; ou ser espalhafatoso e fugir na savana, para mostrar aos
predadores que não adianta tentar; ou ainda ser espalhafatoso de modo a ser mais
facilmente caçado e assim controlar a população?

Novamente, plumagem colorida é seleção sexual. O autor desconhece o termo pelo


que parece. O valor dela é reprodutivo, investimentos a próxima geração são o foco
da luta pela sobrevivência, pois na geração seguinte é que a espécies vai perpetuar e
carregar os genes da sobrevivência.

82 – A psicologia cultural pode ser considerada irredutível à biologia?

A psicologia pode ser produto da biologia evolutiva. A psicologia evolutiva é um ramo


bem estudado atualmente. Aspectos culturais podem modelar processo psicológicos e
comportamentos.

82 – Se constitui a evolução um simples mecanismo natural, como nela poderemos


encaixar uma categoria de valor?

Valores morais podem emergir em grupos biológicos, mas a evolução como ciência
explica mecanismos evolutivos, fenômenos naturais. Ciência explica, é diferente de
justificar valores morais ou imorais.

84 – Certas espécies de carapaos (Gasterostens trachurus) são tão ferozes que, no


duelo dos machos pela posse das fêmeas, costumam ferir-se mortalmente. A mesma
coisa ocorre com algumas espécies de salmão. Qual seria a vantagem neste tipo de
comportamento? Se na luta mortal o que realmente determina o resultado fosse
uma vantagem diferente do macho vencedor, e não um resultado meramente obtido
pelo acaso da luta, a espécie deveria progredir rapidamente. Bom, como isto não
acontece, pergunto: para que a luta mortal que, se generalizada, culminaria por
eliminar a espécie?

Durante a seleção sexual a maioria dos adversários sexuais evitam o confronto,


geralmente a vitoria é alcançada pelos que intimidam melhor, seja com exposições de
cor sons ou território. Conflito é em ultimo caso e não chega a caso extremos. Talvez
a morte dos concorrentes não seja a regra, mas sim o resultado de um confronto. A
disputa entre machos desses peixes que pode levar a morte elimina os mais fracos na
disputa por fêmeas. Nem sempre isto significa uma evolução rápida do grupo, pois
depende da diversidade genotípica da espécie. A disputa por uma fêmea nem sempre
termina em morte. Essa não é a regra!

85 – Entre beija-flor, a espécie Machetes pugnax, e, também, os galos-de-briga


frequentemente morrem no duelo pela posse da “amada”. Bom, se há milhões de
anos essas espécies pelejam, selecionando-se pela eliminação dos mais fracos, mais
preguiçosos, mais covardes ou menos inteligentes, deveríamos então supor que, de
geração em geração, teria ocorrido uma rápida transformação de caracteres
genéticos, com o constante e acelerado surgimento de formas especializadas, de
modo que não morram na luta, ou seja, seria uma seleção rápida. Mas, por que isso
não ocorreu?

As transformações genéticas nas espécies de beija-flores e galináceos em geral


ocorreu e ainda ocorre. A diversidade biológica desses grupos é exatamente resultado
de processos seletivos dos mais variados possíveis. Nem todos os adversários
reprodutivos se matam durante a conquista das fêmeas. Isto não é a regra. Galos de
briga se matam exatamente por estarem preso em um local na qual o macho
perdedor não tem chance de bater em retirada já que esta trancado em um cercado.
Na natureza é comum o macho perdedor bater em retirada. Isso ocorre com diversos
grupos biológicos: girafas, antílopes, leões, besouros rinocerontes e camaleões (veja

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CHAMELEONS USE COLORFUL LANGUAGE TO COMMUNICATE:


CHAMELEONS’ BODY REGIONS ARE ‘BILLBOARDS’ FOR DIFFERENT TYPES OF
INFORMATION)

85 – O caso do elefante-marinho (Mirounga angustirostris), o qual compete com


extrema violência pela posse da fêmea, sendo esmagados nos duelos muitos filhotes
descuidados, e, como resultado do sangrento duelo, somente UM macho em cada
dez candidatos consegue acasalar-se e reproduzir-se, ocupando a cúpula da
hierarquia dominante e condenando os vencidos ao duro exílio e à abstinência. Pela
lógica da seleção, tais elefantes não deveriam produzir mais machos que fêmeas a
fim de compensar essa proporção considerável de perdas na disputa sexual?

Não faz sentido a pergunta. Faz sentido o elefante ter mais filhotes com as fêmeas,
maximizando seus genes em genomas variados. Por isso essa relação de várias
fêmeas para poucos machos. A proporção de machos e fêmeas se estabiliza quando
machos são expulsos e com a troca de indivíduos entre s grupos. Leia “O gene
egoísta” de Richard Dawkins.

86 – Que mudanças genéticas provocaram as diversas diferenças de organismos


entre os chimpanzés e humanos?

Diversas ligadas a fisiologia, especialmente do sistema nervoso central. Em uma


comparação total dos genes somos 99% semelhantes geneticamente. Isso quer dizer
que temos genes mestres homólogos, genes coordenados homólogos e a atuação
dessa rede de genes é também homologa. Se compararmos somente os genes
fundamentais para formação e do sistema nervoso e sua neurofisiológica a diferença
é de 16%. Ou seja, o sistema nervoso é o que mais nos diferencia deste grupo de
primatas (Veja: SEMELHANÇA GENÉTICA DE 99% COM CHIMPANZÉS ERA
MITO?)

87 – Em termos darwinistas, qual seria a finalidade da menstruação na mulher?


Quais as vantagens dela menstruar periodicamente? A partir de que instante no
suposto processo evolutivo a fêmea começou a menstruar?

Ora, a sua função fisiológica, substituir um endométrio na qual nenhum embrião foi
fixado. A menstruação também protege o útero e ovidutos de agentes patogênicos
contidos no esperma desalojando o tecido endometrial infectado e entregam as
células do sistema imunológico para a cavidade uterina. Esta hipótese prevê que:
patógenos uterinos devem ser mais prevalentes antes da menstruação do que após;
na história da vida das mulheres, o momento da menstruação deve acompanhar uma
carga de patógenos; e em primatas, a menstruação deve aumentar com a
promiscuidade do sistema reprodutivo. Alguns estudos propõem uma hipótese
alternativa, de que o endométrio é derramado e reabsorvido quando a implantação
falha porque a regressão cíclica e a renovação é energeticamente menos onerosa do
que a manutenção do endométrio no estado metabolicamente ativo necessário para a
implantação do embrião. .

88 – O suposto Homo habilis e outras supostas espécies do mesmo gênero (Homo


rudolfensis, Homo ergaster e Homo erectus) tiveram uma origem comum?

Australopithecus africanus provavelmente foi ancestral do Homo habilis (onde


Homo rudolfensis pode representar uma variável de H. habilis), posteriormente deu
origem ao Homo ergaster que durante seu processo de colonização para fora da
África deu origem ao Homo erectus. Sendo assim o Homo ergaster foi uma espécie
que sobreviveu somente por cerca de 500 mil anos.

89 – Por que as centenas das assim chamadas experiências Miller (simulações da

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sopa primordial) não conseguiram nem explicar nem provar a gênese acidental da
vida?

A primeira coisa é que evolução é uma matéria e origem da vida é outra. Essa
digressão é necessária apenas de haver correspondência entre as duas ela não são a
mesma coisa. Gênese da vida (Química da vida ou Biopoiese) é um processo
complicado mas muitos avanços desde Miller tiveram sucesso. Desde a compreensão
da origem e evolução do código genético até possíveis passos iniciais. Há diversos
artigos que demonstram esses avanços. Muitos avanços foram feitos inclusive por um
mexicano que foi aluno de Miller. Antonio Lazcano teve vários avanços sobre as
propriedades básicas para a vida surgir e até conceituar a vida. É interessante que o
autor das perguntas acompanhe os avanços nesta área para que possa fazer
pontuações mais profundas. Segue alguns artigos:

Arturo Becerra, Luis Delaye, Sara Islas, and Antonio Lazcano. The Very Early Stages
of Biological Evolution and the Nature of the Last Common Ancestor of the Three
Major Cell Domains. Annu. Rev. Ecol. Evol. Syst. 2007. 38:361–79

Antonio Lazcano. What Is Life? A Brief Historical Overview. CHEMISTRY &


BIODIVERSITY – Vol. 5 (2008)

Michaelian, K.: Homochirality through Photon-Induced Melting of RNA/DNA: the


Thermodynamic Dissipation Theory of the Origin of Life, available from Nature
Precedings

Rajan, A. How did protein amino acids get left-handed while sugars got right-
handed? Term Paper for Physics. December 9, 2006

Ribosome Structure Mirrors RNA World.

The Evolution of Enzyme Specificity in the Metabolic Replicator Model of Prebiotic


Evolution.

Adenine Synthesis in a Model Prebiotic Reaction: Connecting Origin of Life


Chemistry with Biology .

Blaber offers clues on origins of life.

New Study Points to Proteins and Salt for Life’s Origin .

Origin of life emerged from cell membrane bioenergetics.

Lethal Mutants and Truncated Selection Together Solve a Paradox of the Origin of
Life.

The Enzymatic and Metabolic Capabilities of Early Life.

The origin of life challenge: Searching for how life began.

Jump-Starting a Cellular World: Investigating the Origin of Life, from Soup to


Networks.

How did LUCA make a living? Chemiosmosis in the origin of life. Nick Lane,1

John F. Allen,2 and William Martin BioEssays 32:271–280

90 – Diz-se que os primeiros seres humanos surgiram na mesma região dos


australopithecus e, por isso, deduz-se que somos descendentes deles. Porém, qual

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australopithecus corresponde a qual homem?

Todos os Australopitecineos são relacionados. Diz que os que estão mais relacionados
a humanidade são aqueles que fazem parte da linhagem que deu origem ao homem.
Por exemplo, Paranthropus boisei e P. robustos fazem parte da evolução humana
mas não estão presentes na linhagem humana, é uma linhagem paralela que se
desenvolveu e não gerou resultado de sobrevivência.

91 – Qual a motivação de um organismo vivo em se manter vivo? Por que todos os


organismos lutam para se manter vivos e perpetuar sua espécie?

Motivação é o que faz algo se tornar vivo? A ideia de motivo e intencionalidade para
que a vida tenha sentido é uma concepção humana, por essa razão tantas pessoas
acreditam que o único motivo delas estarem aqui é para servir um Deus. Sem ele não
há razão para viver, mas o homem estabelece motivos para sua vida após a existência
e não anteriormente, o que demonstra que a vida não precisa ter sentido, mas que
nós damos sentido a ela. Quanto aos outros seres vivos, que motivos eles teriam para
não estar vivo e se deixarem morrer?

Esta pergunta não é científica e sim filosófica.

92 – Como a comunidade biológica sabe que os seres vivos parecem serem


desenhados sem que sejam de fato desenhados? Por que, por exemplo, Dawkins e
Crick se veêm obrigados a lembrar constantemente que a biologia estuda coisas que
apenas aparentam serem desenhadas, mas que não são desenhadas? Por que a
biologia não pode estudar coisas que são desenhadas?

Desenhados eles são. O que a comunidade cientifica dize que os desenhos presentes
nas estruturas biológicas são resultados de processos naturais. Neste ponto volta-se a
pergunta: como a comunidade cristã/criacionista/proponentes do designer
inteligente sabe que os seres vivos foram intencionalmente desenhados? Não se testa
intencionalidade, esta fora do escopo da ciência. Dawkins e Crick destacam isto
porque as evidencias cientificas mostram que não é preciso entidades sobrenaturais
para demonstrar a origem das espécies e a modificação no formato de estruturas
biológicas. Mecanismos evolutivos podem transformar essas estruturas sem a
necessidade de uma entidade sobrenatural. Não significa que Deus não exista, mas
que do ponto de vista biológico uma concepção sobrenatural é descartável e não é
cientificamente metodológica. Sendo assim a biologia estuda as formas e desenhos
das estruturas biológica, estuda pela biologia evolutiva.

93 – É razoável pensarmos que um processo aleatório possa ditar a direção correta


das proteínas nas células?

Sim. Mutações aleatórias têm efeitos sobre a estrutura proteica e sua atuação.

94 – Como é possível que a “virtude da castidade” seja hereditariamente


transmitida e possa conceder sucesso na luta pela existência? A castidade não
construiria a própria negação do instinto sexual, sem o qual a reprodução seletiva
não poderia ocorrer? Ela não proíbe a reprodução fundamental para a biologia?
Como pode ser possível reduzir aquilo que é a negação do instinto de reprodução a
um traço genético hereditário?

A virtude da castidade pode ser hereditariamente transmitida? Não faz sentido algum
esta pergunta. Não há um gene para castidade e se houvesse não passaria a geração
seguinte exatamente pela castidade. A castidade é uma imposição cultural ou
religiosa e um posicionamento pessoal não populacional. O autor aprece desconhecer
conceitos básicos de biologia.

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95 – Como o comportamento altruísta, que implica sacrifício da sobrevivência e


reprodução pessoal, seria transmitido pelos parentes próximos que não revelaram
tal tendência comportamental, mas podem, pelo contrário, ser terrivelmente
egoístas e gozadores frios?

A questão do altruísmo já foi relatada aqui em outras questões e pode ser respondida
com a leitura do livro “O gene egoísta” de Dawkins. O autor dá a entender que só
porque um indivíduo da sua espécie tem um comportamento sua prole realmente
terá. É como acreditar que pais mal educados teriam filhos mal educados. Sugere-se
muita leitura ao autor;

96 – “Por que se encarniçou a natureza a instruir um protozoário de maneira que o


transformasse, depois de 3 bilhões de anos de ingentes esforços, num astrofísico
com óculos?” – (André Frossard)

Protozoários deram origem aos seres humanos? Porque são perguntas feitas para a
filosofia. A ciência explica como. O autor da pergunta presume direcionalidade,
progressão objetivo na natureza. Porque protozoários deveriam dar origem a um ser
humano? Onde isso fundamenta uma regra em que a humanidade deve ser o topo da
escala de superioridade da vida?

97 – Se supormos que, 3 ou 4 bilhões de anos desde o surgimento original da vida


no planeta, a seleção natural manobrou pela sobrevivência do mais eficaz, do mais
agressivo, do mais forte, do mais esperto e do mais “egoísta”, como podemos então
recorrer a esse mesmo mecanismo cruento para explicar o aparecimento, no curto
espaço de 2 ou 3 mil anos, do imperativo do dever, da coibição moral e do
sentimento de compaixão em relação aos menos eficazes e menos bem adaptados?

Mecanismos evolutivos são cruéis, mas são amorais (não imorais). A vivenciam em
grupos sociais (característica de aves e mamíferos principalmente) exige regramento
social. A ideia de sentimentos em relação aos outros, de se posicionar em relação ao
próximo é muito mais antiga do que 2 ou 3 mil anos. Outros grupos de primatas
exibem compaixão e tantos outros sentimentos e emoções tão quanto os homens.
Frans de Waal destaca isso em seu livro “O Bonobo e o ateu”. O regramento moral é
uma criação da vida social e esperar que o ser humano deva ser em sua natureza cruel
é reduzir a especificidade da natureza a uma natureza genérica. Ou seja, o fato de
termos consciência de nossos atos e conscientemente nos posicionarmos em relação
aos outros nos permite criar conceito de moralidade que são culturalmente ajustados
por essa ideia.

98 – A teoria da evolução consegue responder à pergunta sobre o significado


supremo da vida?

Quem dá significado a vida é cada um de nós. É algo pessoal.

99 – Como explicar o “strip-tease” feito pelo Homo sapiens no decorrer da


evolução, levando em conta a relatividade dos conceitos de beleza? Por que não
poderíamos, em outras circunstâncias do processo evolutivo, cativar-nos diante da
beleza de uma mulher peluda em vez de pelada, da mesma forma como admiramos,
digamos, a beleza da peliça de uma gata angorá, uma raposa argentée, uma égua
de corrida ou uma fêmea de tigre?

Errado, estudos de psicologia evolutiva mostram que apesar de culturalmente o


conceito de beleza ser variável existem padrões específicos. Geralmente homem
preferem mulheres com traços mais joviais e com aspectos ligados a coloração rosada
da pele, que indica fertilidade. Isso é invariável independente da cultura. Beleza não
se constitui somente em aspectos culturais. A estética conta muito mais

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culturalmente, o conceito de beleza pode variar, mas há características que podem ser
universais. Na Mauritânia o conceito de beleza são mulheres obesas que indicam alta
grau nutricional para cuidar dos seus filhos. Mulheres magras da Mauritânia
geralmente não conseguem, ou tem dificuldade em encontrar um parceiro.

100 – Se, se leva em conta a semelhança entre o genoma do Homo sapiens e o do


chimpanzé como fator indicativo de ancestralidade comum, por que, afinal, a
cultura do chimpanzé não é parecida com a nossa?

Primeiramente, as semelhanças são muito mais do que simplesmente o genoma.


Segundo, a cultura dos chimpanzés e bonobos tem traços, comportamentos fixos
homólogos ao do Homo sapiens. O primatologista Frans de Waal destaca isso em
seus livros.

101 – Como explicar o caso da mosca que se nutre de cogumelos, sendo que a fêmea
imóvel, partenogênica, fica no cogumelo e cria. Quando se exaurem os recursos,
produz descendência normal, capaz de voar, que vai em busca de novos
cogumelos… Porém, por que uma reprodução tão rápida, enquanto ainda estão no
estágio de larva ou de pupa, e por que a autodestruição, o sacrifício supremo pela
descendência?… Qual seria, nesse caso, a vantagem para as moscas que se
alimentam de cogumelos, oferecida por uma morfologia juvenil persistente nas
fêmeas reprodutoras?

A pergunta esta mal formulada, não compreende-se bem que caso se esteja falando.
Seria interessante o nome científico do animal para procurar na literatura científica.
Muitas vezes a reprodução é acelerada devido a pressão do ambiente ou por questões
fisiológicas. Assim favorece-se a partenogênese como alternativa e a reprodução
sexuada como mecanismo que aumenta a variabilidade na espécie. Muitas espécies
de borboletas, mariposas e efeméridas passam maior parte do tempo de suas vidas
em estagio larval, é a estratégia desenvolvida ao longo dos milhões de anos de
evolução. No livro de Stephen Jay Gold “Darwin e os grandes enigmas da vida” há
capítulos sobre este tipo de reprodução.

102 – Para compreendermos a natureza do homem, não deveríamos nós


compreender os atos de heróis, santos, sábios, gênios, a nós mesmos etc. ou o
darwinismo tem por si mesmo condições de explicá-la?

A natureza do homem pode significar muita coisa. O homem tem uma classificação
biológica. Essa pergunta é muito mais filosófica que científica. Geralmente
criacionistas alegam que o biólogo evolucionista é um defensor do naturalismo
filosófico, mas grande das perguntas aqui presentes são de cunho muito mais
filosófico que científico. Se as perguntas fossem feitas com base da evolução como
ciência grande parte delas deveriam ter sido retiradas.

103 – Como é sabido, a desvalorização do “eu” é uma consequência necessária à


teoria da darwinista, então, a partir deste fato, o que representa o sacrifício? O que
vale um ato induzido pela consciência do dever, o que vale uma inspiração genial
ou um ímpeto sublime de amor? Seria uma mera aberração biológica?

A individualidade é característica pessoal e é um argumento muito mais filosófico. O


amor, os sentimentos em geral fazem parte de nossa natureza, é algo a mais no nosso
elenco de características. Não significa que seja exclusivo de nossa espécie.

104 – As mutações, segundo o darwinismo, determinadas pelo acaso no plasma


germinativo, conduzem às variações correspondentes na estrutura orgânica do
adulto, confrontando-se com as condições porventura vigentes no ambiente
circundante, em consequência das quais as variantes aptas são conservadas e as

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não-aptas eliminadas. A partir disto, pode-se concluir que afetam igualmente o


pensamento, a alma humana, a cultura?

Qual a relação de mutação com mudança de pensamento, alma ou cultura? Não é


clara a pergunta ou simplesmente não há relação alguma. As mutações ocorrem no
DNA nuclear (ou no mitocondrial). Nem toda mutação tem alteração estrutural,
metabólica ou comportamental. Há mutações neutras.

105 – Supondo que o cérebro seja resultado da evolução, agindo pela seleção
natural sobre as populações humanas, durante centenas de milhares de anos em
seus antigos meios, não se deve então conceder valor algum aos propósitos e
objetivos religiosos da humanidade? Os objetivos morais ou estéticos seriam
meramente aspectos subjetivos de fenômenos que devem apenas e tão somente
serem estudados no nível experimental do materialismo científico?

Supondo não. Cientificamente há livros e modelos que explicam sua evolução e suas
evidências. A religião pode ter seu valor adaptativo muito forte, principalmente no
estabelecimento de regramento moral em grandes cidades. Existem teorias a respeito
de como o sistema nervoso pode justificar o papel evolutivo e sociológico da religião.
Mas existe uma distinção grande entre se estabelecer uma religião como mecanismo
cultural e Deus realmente existir. Seriam os aspectos teológicos do cristianismo
subjetivos? Teriam eles valores concretos ao invés dos valores do Código de Manu? O
que faz um especial e o outro não?

106 – Um certo macho de um tipo de rã exibicionista, ao alardear talentos


orfeônicos sibilantes, na intenção de cotejar conquistar a fêmea sedutora, pode
tornar-se vulnerável a pássaros predadores. Não seria isto uma contradição do
ponto de vista da seleção natural, uma vez que o mais barulhento é igualmente o
mais vulnerável? A seleção estaria agindo em sentido contrário?

Estratégias de camuflagem e mimetismo geralmente estão presentes em anfíbios.


Existe uma compensação. E o fato do animal anfíbio se calar diante a presença de um
predador que tenta localiza-lo também são estratégias importantes. As características
trabalham conjuntamente.

107 – Segundo Darwin, certos tipos de peixes, ao tentar impressionar as fêmeas


para fins de galanteio, adquirem coloridos ruidosos que têm como efeito indireto
torná-los vulneráveis a seus inimigos. Neste caso, qual seria a vantagem? Estaria a
seleção natural agindo contrariamente?

Seria interessante observar qual espécie se trata, pois deve haver um mecanismo de
compensação. Ou o comportamento de corte só é apresentado quando não há perigo
de predação por perto.

108 – Levando em conta o contexto cultural em que estava inserido, você acredita
que Darwin fez uso em sua(s) obras(s) de argumentos de superioridade de uma
“raça” em detrimento de outra? Você acredita que Darwin era racista?

Não. Ao Passar pelo Brasil Darwin condenou a escravidão. Darwin não era racista.

109 – Se a natureza humana implica uma herança selvagem de garras e dentes,


sedentos de sangue, num ser agressivo que deve comer carne para se alimentar e
matar para sobreviver, como colocar dentro de um contexto filosófico-científico,
naturalista ou positivista, a lei moral que corrige e reprime esses ímpetos
animalescos?

Essa pergunta tem a ver com a moralidade e com aspectos raciais.Os criacionistas

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sempre puxam as ideias do Darwin para fora do contexto, tentando atribuir valores
morais á aspectos científicos mesmo quando os cientistas deixam claro que as
alegações científicas explicam fenômenos naturais e não justificam os atos das
pessoas. Dizer que o darwinismo fundamenta comportamentos imorais é um
equivoco triplo do darwinismo social. 1) é diluir a especificidade da natureza humana
a uma natureza genérica, desconsiderando o fato de que somos natureza com
atributos próprios que nos definem como espécie (cultura, trabalho, história e etc) 2)
acaba forçando o ideológico discurso de orientação liberal de que é natural para a
evolução a eliminação dos mais fracos, ou seja, que é eticamente válido a
desigualdade socioeconomica e a miséria. Geralmente os criacionistas não sabem o
que Darwin quis dizer com evolução por seleção natural como levam as suas
alegações para um discurso anti-ético e descontextualizado. 3) ignora o contexto
histórico em que Darwin formula os paradigmas dominantes naquele momento de
expansão do capitalismo, cultura européia como a única válida e de afirmação das
abordagens positivistas cartesianas. Distorcida “biologização” da política e
politização da biologia no nazismo, num uso tendencioso da antropologia para
justificar a existências de raças ou de desigualdades. Mesmo assim, durante o debate
houve criacionistas afirmando que a Eugenia fomentou as ideias de Darwin quando
na verdade a Eugenia foi um termo criado posteriormente as ideias de Darwin.
Historicamente fica claro que houve uso descontextualizado da ciência para fomentar
tais atrocidades. Darwin nunca diz que o correto seria eliminar todos os fracos no
sentido social, disse que na natureza os animais vivem em constante competição
pelos recursos de sobrevivência e constatou os inaptos ou fracos perecem e os fortes
sobrevivem. Darwin jamais pregou qualquer ato de crueldade usando sua teoria,
mesmo porque quando passou pelo Brasil repugnou a escravidão. Todas essas
atitudes tomadas com finalidade eugênica ocorreram muito depois da publicação da
origem das espécies. Seria como descontextualizar o fato de que Louiz agassiz (que
foi um criacionista) explicou a origem do homem branco e negro usando a poligênia.
Os aspectos morais disto podem ser perigosos. Conheço cristãos que dizem que o
homem branco é criação de Deus e o negro veio do macaco. Isso é racismo pregado
por certos grupos ou indivíduos cristãos que usam a religião para sustentar seu
preconceito. Vale lembrar também que a Ku Klux Klan (KKK) tem toda sua ideologia
racista e doutrinaria embasada no cristianismo. Se a alegação é de que o
evolucionista não tem direito para falar de moralidade então os cristãos também não
teriam. A ciência não define aspectos da moralidade por que é amoral. O que ela
explica são fenômenos, e pode explicar a moralidade como fenômeno biológico, mas
nunca seu exercício dela em definir o que é certo ou errado.

110 – Se, como explica Hilliday, que os leões machos, irmãos ou primos-irmãos em
uma mesma linguagem matrilinear, se protegem uns aos outros e se permitem
pacificamente partilhar as fêmeas, isso poderia ser explicado pelo propósito
teleonômico de favorecer a propagação dos genes que possuem em comum? Como
sabem os leões do grupo que seus genes são comuns? Quanto à explicação de que as
leoas não reproduzem com a frequência que seria de desejar, para não enfraquecer
a estabilidade social e a coesão do grupo, então por que entram logo em cio ao
término da agressão violenta dos invasores?

Grupos de leões apresentam machos alfa onde se determina ou a expulsão ou a


submissão de outros machos. Essa troca de grupos de leões permite a quebra da
endogamia. Nãoha registros de que leões favoreçam membros da própria família.
Gostaria do artigo cientifico onde esta tal afirmação.

111 – O Homo sapiens teria sido produto de uma escada que desde o começo sobe
diretamente em direção ao nosso estado atual? Em caso afirmativo, o que teria
acontecido com a nossa escada já que se diz que reconhece três linhagens
coexistentes de hominídeos: o A. africanus, os robustos australopitecinos, e o H.

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habilis, sendo que nenhum deles descende claramente do outro?

Não há uma escada cujo o objetivo é nossa estado atual. Não há intencionalidade,
propósito, progresso foco na humanidade como topo da evolução. Na realidade cerca
de 6 linhagens ligadas a evolução humana coexistiram.

112– Por que os bebês humanos “nascem antes do tempo”? Por que teria a evolução
prolongado tanto nosso desenvolvimento geral, mas contido nosso tempo de
gestação, dando-nos, portanto, um bebê essencialmente embriônico? Por que a
gestação não foi igualmente prolongada, junto com o resto do desenvolvimento?

Por causado desenvolvimento do tamanho do cérebro que cresce ainda mais após o
nascimento até o fechamento das fissuras cranianas. Após o nascimento é mais fácil o
desenvolvimento, a especialização de certos órgãos. A gestação dos chimpanzés é de 7
a 8 meses.

113 – Em relação ao nosso cérebro, por que ele teria se desenvolvido tão grande
num grupo de mamíferos pequenos, habitantes de árvores, mais parecidos com
ratos do que com mamíferos convencionalmente mais avançados?

Todos os mamíferos tem fisiologicamente a relação da massa encefálica proporcional


em relação ao corpo, exceto golfinhos e seres humanos. Portanto, é falso dizer que ele
é grande em um grupo de mamíferos pequenos.

114 – Supondo que certas cobras corais brasileiras não-venenosas adquiriram a


sua esplêndida coloração por “imitação”, de modo que, assemelhando-se com as
corais venenosas, seus inimigos naturais evitam atacá-las, não seria ainda mais
aconselhável à coral não-venenosa que tivessem adquirido o próprio veneno, em
vez, por seleção natural, terem adquirido a pele arlequínea de suas primas
perversas? Não haveria – “maior felicidade para o maior número” de cobras
corais?

Isso se chama mimetismo e ocorre em varias espécies. Não é suposição é sustentado


por artigos. Cobra é um termo incorreto e venenoso também. Serpentes são
peçonhentas. Dizer que é aconselhável à coral não-venenosa adquirir o veneno
instiga uma interpretação lamarckista de que é possível intencionalmente os
indivíduos selecionarem o que eles gostariam de evoluir nas gerações seguintes.Qual
seria a vantagem de uma serpente mímica em obter o mesmo veneno se a
sobrevivência dela já esta garantida só pelo simples fato de assemelhar a uma
serpente peçonhenta semelhante a ela? Além disto, existe a questão da economia
energética.

115– O que mais vale ao pássaro de plumagem exibicionista, do ponto de vista da


seleção natural, ser espalhafatoso para competir na disputa sexual, com risco de ser
vitimado por predadores; ou ser espalhafatoso e fugir na savana, para mostrar aos
predadores que não adianta tentar; ou ainda ser espalhafatoso de modo a ser mais
facilmente caçado e assim controlar a população?

A pergunta 106 é semelhante a esta. Mas há sim o risco de ser predado durante o
comportamento de corte. O investimento na geração seguinte é sempre mais válido.
Estratégias alternativas são criadas. Quero-queros fazem ninhos em locais abertos e
constantemente são expostos, a estratégia alternativa é o grito de intimidação e o
ataque.

116 – Vários roedores têm bolsas nas bochechas para guardar comida, e que estão
internamente ligadas à faringe… Supondo que realmente tais bolsas evoluíram
gradualmente como resultado de pressão seletiva a fim de segurar mais comida na

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boca, e supondo que os roedores com bolsas, ratos-cangurus e ratos com bolsa
invaginaram as bochechas para formar bolsas externas revestidas por pele sem
ligação com a boca ou faringe, qual seria a finalidade de uma dobra inicial no
exterior? Teriam esses hipotéticos antepassados corrido sobre três pernas
enquanto, com a quarta perna, metiam alguns pedaços de comida numa prega
imperfeita?

O autor desconhece a origem dos tetrapodos e faz suposições incoerentes. Ver a


resposta da pergunta 53. O nome “hamster” vem do alemão: “hamstern”, que
significa “tesouro” devido o hábito de acumular comida nas bochechas além de ser
parte de seu comportamento natural, é uma forma de carregar o seu “alimento” para
onde for. Na natureza hamsters vivem em lugares desérticos, onde a escassez de
comida é muito comum. Assim, esses animais adquiriram com a evolução, uma
forma de manter a comida sempre por perto. Ele cava galerias e túneis no solo e ali
guarda toda comida (sementes, grãos, frutas secas, etc) que consegue carregar na
bolsa jugal. A bolsa jugal é uma estrutura toda equipada e adaptada para manter a
comida bem conservada. A pele desta região não é irrigada por glândulas salivares,
assim a comida se mantém fresca e seca. A textura da pele que revestem a bochecha é
áspera e isso ajuda a segurar comida para não cair da boca. Além disto, uma dentição
altamente especializada para roer. Todos os roedores possuem um par de incisivos na
arcada dentária superior e inferior seguidos por um espaço, o diastema, e por um ou
mais molares e pré-molares. Nenhum roedor possui mais de quatro incisivos e
nenhum roedor possui caninos. Seus incisivos não têm raiz e crescem
continuamente. As superfícies anterior e laterais são cobertas de esmalte, enquanto a
posterior tem a dentina exposta. No ato de roer, os incisivos se atritam, desgastando
a dentina, o que mantém os dentes bastante afiados. Esse sistema de “afiamento” é
muito eficiente e é uma das chaves do enorme sucesso dos roedores.

117 – Segundo os darwinistas, a evolução deu-se lenta e gradativamente e, a


chamada explosão marcaria apenas o primeiro surgimento no registro fóssil de
criaturas que teriam se desenvolvido durante boa parte do pré-cambriano. Sendo
assim, o que teria impedido a fossilização de faunas tão ricas?

A primeira questão é que a expansão Cambriana hoje não é mais tão misteriosa
quanto era a uma ou duas décadas atrás. A segunda é que condições físico-químicas
oceânicas podem interferir na fossilização. A ausência de oxigênio no fundo do mar é
um fator fundamental na fossilização. É preciso que não haja oxigênio após o
soterramento do animal morto na lama do fundo do mar. Isso porque o oxigênio é
usado no metabolismo das bactérias, que atuam decompondo exatamente nas partes
moldes do animal. Outra característica é a aparente escassez de sulfato na água do
mar. Isso porque existem bactérias que utilizam o sulfato em vez de oxigênio para
realizar a decomposição. O sulfato é um constituinte comum na água dos mares
modernos. Em muitos ambientes marinhos o sulfato é mais usado pelas bactérias do
que o próprio oxigênio na atividade metabólica/decompositora. Ainda assim, a baixa
concentração de sulfato poderia desencadear a decomposição lenta do animal
soterrado na lama dos mares Cambriânicos. Então, ainda sim a presença mínima de
sulfato poderia permitir que as bactérias ainda sim executassem sua tarefa, exceto
pela presença também do carbonato de cálcio.

A presença de carbonato de cálcio em grandes concentrações pode então formar uma


barreira de cimento que corta o suprimento de sulfato das bactérias que estão
atuando na decomposição. As bactérias então morrem e a decomposição para, assim
os processos de fossilização podem ocorrer nos milhares de anos seguintes
preservando inclusive tecidos moles.

118 – Supondo que as penas não surgiram todas de súbito e completamente


formadas, como, afinal, a seleção pôde construir uma adaptação ao longo de vários

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estágios intermediários, em antepassados que não a utilizavam para nada?

Supondo não. Penas não surgiram subitamente. Ela passou por processos de
especialização. Acredita-se que a primeira função, dada pela plumagem, veio a ser o
controle termal do animal.

119 – Seria possível que a diversidade da vida marinha tenha permanecido em


equilíbrio através de todas as supostas vicissitudes de um planeta em comoção, de
todas as extinções em massa, colisões de continente, desaparecimento e surgimento
de oceanos?

Após período de extinção o preenchimento de nichos e especialização, especiação das


espécies a dinâmica ecológica busca naturalmente um equilíbrio. Obviamente este
processo demora alguns milhões de anos para ocorrer já que a evolução ocorre ao
longo de gerações.

120 – Supondo que, num dado momento, há 3 ou 4 bilhões de anos, nas


profundidades do “oceano primordial” a vida brotou espontaneamente. Por que,
afinal, a partir de um certo instante, cessou o processo?

Errado, a vida não brotou espontaneamente. A vida emerge de características


químicas específicas presentes na terra. Existe uma diferença grande entre geração
espontânea e Biopoiese. O autor desconhece termos básicos sobre o assunto. Sugere-
se leitura de livros de biologia do Ensino médio. Existe uma diferença entre
componentes da química orgânica dar origem a vida ou um pedaço de barro moldado
a imagem do homem ganhar o sopro da vida e sair andando. Esta concepção religiosa
se assemelha mais a geração espontânea do que a Biopoiese. A química da vida é
apoiada por artigos e evidencias. Basta que a vida surja uma única vez ela é capa de
preencher seu nicho e a partir daí evoluir. Para entender isto é preciso antes ler o
básico, posteriormente literatura especializada.

121 – Qual a explicação darwinista para a existência de pessoas com olhinhos


“puxados” como chineses, japoneses, coreanos etc?

China, Mongólia, Sudeste da Ásia e do Ártico americano são a ecosfera da raça


asiática. O Homo sapiens se mudou para o sul da Ásia da região do Cáucaso a cerca
de 50.000 anos atrás. Migrações subseqüentes chegaram ao nordeste da Ásia por
30.000 anos atrás. A faixa da raça asiática é uma área que se encontra,
principalmente, ao leste de uma linha traçada a partir dos Montes Urais para a
Birmânia. Os Montes Urais e Taklamakan Deserto apresentam barreiras naturais
para o oeste, e do Himalaia ao sul. A fronteira leste é o Oceano Pacífico. Na região
sudeste, os obstáculos naturais são a Baía de Bengala e Mar do Sul da China. Arakan
Mountains separar os asiáticos do sudeste do subcontinente indiano .

Existem quatro principais sub-raças asiáticas: Amarelo (Han chinês), mongóis, do


Sudeste Asiático e Eskimo. Os asiáticos tendem a ser de pequena estatura, mas isso
pode ser, pelo menos em parte, devido à nutrição. A pele é amarela ou amarelo-
marrom. O nariz é plano e pequenos. Os olhos têm uma dobra epicânticas e são preto
ou marrom escuro. A dobra epicânticas é uma dobra de pele que cobre o canto
interno do olho, dando asiáticos, uma forma característica estreita amendoados
olhos. Esta adaptação provavelmente evoluiu como proteção contra o frio e vento no
norte da Ásia. A ausência da dobra epicânticas em populações indígenas americanas
sugere essa característica evoluiu após a conexão de Bering para a América foi
cortada cerca de 20 anos atrás, ou mais.

Esquimós são os asiáticos relacionados aos habitantes nativos da Sibéria oriental.


Eles migraram em primeiro lugar, usando pequenos barcos, para as regiões polares

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da América do Norte cerca de 6.000 aC Mais tarde, chegou a Groenlândia. Ao


contrário de índios americanos, esquimós (Inuit e Yupik) têm a dobra epicânticas.

Os asiáticos têm cabelo preto, em linha reta, escasso no corpo e no rosto, mas por
muito tempo no couro cabeludo. Em seção transversal, cabelo asiático é circular.
Calvície masculina é relativamente rara. A cabeça é braquecefalica ou mesocefálico, o
crânio geralmente desprovidos de cumes da testa proeminente . Os tipos de sangue
asiáticos mais prevalentes são O (38%) e B (30%). Os dentes da frente (incisivos) de
asiáticos, muitas vezes exibir uma forma de pá característica.

122 – Qual seria a probabilidade de, vejamos, um suposto ser unicelular


(igualzinho ou semelhante àquele da lenda darwinista) surgir e se transformar
num outro Darwin, por consequência de uma futura catástrofe nuclear, que
eliminasse toda forma de vida?

Saltacionismo não é macroevolução. Portanto lenda, tão lendo quanto o mito da


criação ou da arca de Noé. Conceitualmente, lenda é uma
narrativa fantasiosa transmitida pela tradição oral através dos tempos. Isso não
corresponde a transmissão de conhecimento científico. Em todos os países do
mundo, as lendas geralmente fornecem explicações plausíveis, e até certo ponto
aceitáveis, para coisas que não têm explicações científicas comprovadas, como
acontecimentos misteriosos ou sobrenaturais. Podemos entender que lenda é uma
degeneração do mito. Essa é a diferença entre ciência e religião. Como o autor relatou
sarcasmo na pergunta a responde demonstra que isso corresponde a um tiro no pé.

123 – Diante dos graves problemas ambientais, e levando em conta o alto grau de
adaptação das espécies, conforme reza o darwinismo, a seleção natural e outros
mecanismos evolutivos não seriam por si mesmos capazes de superar esses
obstáculos, e de tal modo que se torna desnecessária a demasiada preocupação dos
ambientalistas?

Não, se a adaptação e consequente a evolução ocorre ao longo de gerações é preciso


realizar trabalhos de manejo, educação ambiental e reestruturação do modelo social
vigente que é degradativo socio-ambientalmente. As espécies levam um grande
tempo para adaptarem-se e a degradação de áreas verdes não.

124 – A teoria do teosinto como origem do milho sempre sofreu por causa de um
importante dilema: Como isso pode acontecer? Como a espiga do teosinto, tão
diferente do milho, pode se transformar no sabugo moderno?

Cereal que representa hoje 21% da nutrição humana foi “domesticado” há 9 mil anos
a partir do teosinto, uma espécie de capim. No início do século 20,cientistas
descobriram evidências de que o milho seria “próximo” de uma grama mexicana
chamada de teosinto. George W. Beadle, um aluno da Universidade Cornell, no início
da década de 1930, descobriu que o milho e o teosinto possuíam cromossomos muito
similares. Além disso, ele produziu híbridos férteis do milho e do teosinto que
pareciam como intermediários entre as duas plantas. Ele até relatou que conseguia
fazer que os grãos do teosinto estourassem como pipoca. Beadle concluiu que as duas
plantas eram membros da mesma espécie, sendo o milho a forma domesticada do
teosinto. O pesquisador também realizou outras descobertas fundamentais na
genética, pelas quais dividiu o prêmio Nobel em 1958. Mais tarde, ele se tornou reitor
e presidente da Universidade de Chicago.

Apesar da ilustre reputação de Beadle, sua teoria ainda gerava dúvidas três décadas
depois de ter sido proposta. As diferenças entre as duas plantas pareciam, para
muitos cientistas, grandes demais para terem evoluído em apenas alguns milhares de
anos de domesticação. Para comprovar sua tese, Beadle cruzou o milho com o

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teosinto, depois cruzou os híbridos, e produziu 50 mil plantas. O cientista obteve


plantas que pareciam teosinto e milho a uma frequência que indicava que apenas
quatro ou cinco genes controlavam as grandes diferenças entre as duas plantas. Os
resultados dos estudos de Beadle mostraram que o milho e o teosinto eram, sem
dúvida, muito próximos. Mas, para precisar a origem geográfica do milho, mais
técnicas forenses definitivas eram necessárias. O cientista optou por utilizar testes de
DNA para comprovações de parentesco, a mesma tecnologia usada pelos tribunais
para determinar a paternidade de um indivíduo.

Para rastrear a paternidade do milho, botânicos liderados por John Doebley, da


Universidade do Wisconsin, reuniram mais de 60 amostras de teosinto de todo o seu
alcance geográfico no Hemisfério Ocidental e compararam seu perfil genético com
todas as variedades de milho. Eles descobriram que todos os milhos eram
geneticamente mais similares a um tipo de teosinto do vale do rio Balsas, no sul do
México, sugerindo que esta região foi o “berço” da evolução do milho. Além disto, ao
calcular a distância genética entre o milho moderno e o teosinto de Balsas, eles
estimaram que a domesticação do milho ocorreu há cerca de 9 mil anos.

Mais tarde, pesquisadores liderados por Anthony Ranere, da Universidade Temple, e


Dolores Piperno, do Museu Nacional de História Natural Smithsonian, escavaram
cavernas e abrigos de rocha na região, em busca de ferramentas usadas pelos seus
moradores, grãos de amido de milho e outras evidências microscópicas de grãos da
planta. No abrigo Xihuatoxtla, eles descobriram uma série de ferramentas para polir
pedras com resíduo de milho. As ferramentas mais antigas foram encontradas em
uma camada de depósitos com 8.700 anos de idade. Esta é a evidência mais antiga do
uso do milho obtida até hoje.

O processo de domesticação deve ter ocorrido em muitos estágios. O passo mais


crucial foi soltar as sementes de teosinto de seus invólucros resistentes. Outro passo
foi desenvolver plantas cujas sementes ou grãos permanecessem intactos nas espigas,
ao contrário do que acontecia com o teosinto, que soltava as sementes
individualmente. Os primeiros agricultores tiveram que observar entre suas mudas,
quais delas possuíam os grãos nutritivos ao menos parcialmente expostos ou cujas
espigas eram mais bem formadas, ou que possuíam um maior número de grãos por
espiga, a fim de cultivar somente as melhores plantas. Estima-se que o processo
inicial de domesticação que produziu a forma básica do milho que conhecemos hoje
durou de algumas centenas a alguns milhares de anos.

125 – Em relação ao canibalismo sexual, em que ele favorece a seleção natural?


Para sua continuidade genética, os machos oferecem ativamente os seus próprios
corpos em benefício do cuidado e da alimentação dos ovos fertilizados?

Em aranhas o macho pode se oferecer como alimento a fêmea e isso aumenta a


quantidade de ovos fertilizados. Estudos mostraram isso. No caso de insetos Matodea
cortar a cabeça do macho faz ele liberar mais sêmen. E posteriormente pode servir de
alimento para a produção de maior numero de óvulos.Cada grupo biológico que
adotou tal estratégia tem explicações especificas.

126 – Se a seleção rege o nosso mundo, como um macho poderia se tornar um


repasto de sangue após o acasalamento?

Favorecendo a geração seguinte, sua prole.

127 – Já em relação à “viúva-negra”, é sabido que os machos podem não tentar


fugir após o acasalamento, mas será que isso é uma adaptação ativa em prol de sua
morte ou uma reação automática à verdadeira adaptação — a quebra do órgão
sexual e a deposição de uma tampa de acasalamento na fêmea (pois tal ferimento

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poderia enfraquecer o macho e explicar a sua subsequente prostração)? Além disso,


os machos de viúva-negra são minúsculos em comparação com as suas parceiras —
apenas uns 2% do peso da fêmea. Uma refeição tão pequena vai fazer muita
diferença?

Depende da disponbilidade de alimento no ambiente. Se a disponibilidade é alta, a


fêmea pode dispensar o macho. Se for baixa, qualquer valor nutricional baixo ainda é
melhor que absolutamente nada. Por essa razão o macho pode se oferecer a fêmea.
Tudo é uma qestão de sucesso reprodutivo e energético.

128 – Por que, então, diante dessa perturbadora falta de evidências, a nossa
literatura está repleta de comentários sobre o óbvio bom senso evolucionário do
canibalismo sexual?

Errado, há evidências.

129 – Por que a grande maioria dos darwinistas têm receio de fazer perguntas do
tipo “por que” quando que os físicos o fazem sempre e naturalmente?

Porque reflete muitas vezes intencionalidade. Ciência explica como, e os “porquês” da


física geralmente estão relacionados ao conceito de causa e efeito. O efeito é resultado
de um “porque”, uma causa, e essa causa é um fenômeno natural. O “Porque”
refletindo intencionalidade é algo que teólogos e proselitistas buscam pra justificar
coisas que eles realmente não entendem.

130 – Por que razão o mesmo ambiente transformaria os supostos ancestrais


hominídeos em bípedes e os babuínos em quadrúpedes?

A mesma região geográfica pode ter condições ambientais diferentes em momentos


distintos da historia. Babuinos são mais antigos que seres humanos e certamente sua
origem esta ligada a uma dinâmica ecológica distinta que havia na África. A Antártida
hoje é congelada, a milhões de anos atrás teve florestas tão densas quanto a
Amazônia. Cuidado ao alegar este tipo de coisa, pois reflete descontextualização e
incompetência em assuntos básicos de biologia. Sugere-se leitura básica de livres de
biologia do ensino médio.

131 – Por que os macacos antropóides e os macacos comuns vieram a desenvolver


posturas tão diferentes?

Contexto ecológico em que surgiram, momentos distintos com especificidades


distintas. Mesmo caso na questão anterior

132 – Como o darwinismo poderia ser encaixado num conceito científico em que
existam: 1. Observação, 2. Formulação de hipóteses, 3. Predição, 4. Teste das
predições?

Basta ler qualquer artigo cientifico que eles demonstram quais evidencias podem ser
usadas para formular hipóteses, testara e concluir propondo um modelo. Seja por
registros fósseis, por analise de marcadores genéticos ou analise morfológica
comparativa. A taxonomia faz isso constantemente.

133 – Por que o neodarwinismo não pode ser submetido ao rigor do método
científico?

Neodarwinismo conta com a genética, biologia molecular, embriologia e tantas


outras evidencias que tornam sim um modelo cientifico; é testável, é empírico, é
mensurável e inclusive falseável como destacado anteriormente na questão 33. Ao
contrário do criacionismo ou do designer inteligente em que não é possível testar

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intencionalidade por trás de uma estrutura biológica.

134 – Qual é a unidade de seleção? Um gene? Um cromossomo? Um indivíduo? Um


grupo de indivíduos da mesma espécie? Um ecossistema? Os ecossistemas
competem entre si?

A seleção ocorre nos indivíduos da espécie, sujeitos a pressõs seletivas do


ecossistema. A evolução ocorre nas variações genômicas, são os genes que permitem
a separação das espécies (criando novas informações geneticas), ou muitas vezes a
evolução ocorre em variações cariotípicas (variação no numero de cromossomos).

135 – Durante a década passada, os paleontólogos discutiram acaloradamente o


padrão de mudança ao longo do tempo na diversidade dos animais marinhos.
Existem hoje mais espécies (como o parecer “progressivo” da evolução poderia
sugerir) ou o número de espécies permaneceu mais ou menos constante, devido à
obtenção rápida de algum valor de equilíbrio após a explosão do cambriano?

Não é possível comparar a quantidade de espécies atual com do cambriano. Não há


números concretos, absolutos sobre a diversidade atual já que ainda estão sendo
descobertas e no Cambriano também se sabe pouco sobre a diversidade de espécies
uma vez que nem todas foram fossilizadas. Sabe-se que muitos filos surgiram no
Cambriano.

136 – Seriam necessárias pelo menos 75 milhões de mutações “corretas” para que
surgisse um ser humano moderno e um chimpanzé a partir de um ancestral comum
– este é um cenário bastante “provável”?

Que referências temos afirmando isto? O que nos aproxima dos chimpanzés é a
homologia dos genes. O que nos torna diferentes deles é cerca de 1%. Seria este 1%
representando 75 mudanças? Mas essas mudanças são em relação ao genoma nuclear
ou mitocondrial? Se for nuclear, são variações em que trechos do genoma? Região de
DNA espaçador ou em gene?. Se for nos genes em que região ocorrem? Reguladora
ou codificante?

Um genoma humano conte 3,5 bilhões de pares de bases. Sem referências não é
possível se a informação é correta ou inventada.

137 – A existência dos chamados fósseis vivos lança dúvidas sobre as interpretações
convencionais do registo fóssil?

Fóssil vivo é um termo incorreto. São animais atuais que preservam características
primitivas, mas carregas apomorfias (e sinapomorfias) também. Portanto, talvez
sejam referencias para estudar uma determinada característica, mas eles não
representam grupos primitivos. Pode ter sofrido processos de anagênese, e
certamente não são a mesma espécie.

138 – Os fósseis multiestrato, ou seja, troncos de árvores e animais fossilizados que


estão presentes em mais de uma camada geológica, põem em causa a teoria do
desenvolvimento lento e gradual destas camadas?

Não, grupos biológicos podem ser vistos ao longo as camadas compondo novos
nichos e com mudanças morfológicas. O que o registro fóssil mostra é que fosseis de
grupos biológicos surgem em uma camada e em camadas posteriores e não
anteriores. Não encontramos fosseis de mamíferos no pré-cambriano. Há coerência
datacional na paleontologia e geologia.

139 – O fato de as bactérias poderem desenvolver resistência aos antibióticos é um


exemplo da evolução ascendente, visto que as mutações resultantes envolvem

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geralmente a perda de informação genômica?

Não. Perde-se informação das que morrer. As que sobrevivem tem variações no
genoma que geram novas variações e contam com a transferência lateral de genes.

140 – Sobre a posição de Darwin ao embarcar em sua viagem no navio Beagle, é


correto afirmar-se que:

a) Ele era criacionista?

b) Ele era lamarckista?

c) Ele era evolucionista?

d) Nenhum das alternativas está correta.

Não, ele era cristão, com formação teológica. Não há relatos de que interpretava
literal e cientificamente gêneses. Darwin aceitava as ideias de Lamarck sim. Nunca
as negou e aceitava como um mecanismo evolutivo, o que demonstra que Darwin
apenas tornou uma concepção cientificamente testável já que o conceito de que as
formas de vidas estavam relacionadas historicamente já ocorria desde antes de
cristo com filósofos gregos, e ate mesmo religiosos como Agostinho de Hippona.

Sim, Darwin era evolucionista, seu avo foi seu maior incentivador.

141 – Por que as mais de 3.000 mutações artificiais induzidas desde 1908 na mosca
da fruta, Drosophila melanogaster, não produziram um único plano de formas
novo e vantajoso? Por que a mosca da fruta continua a ser uma mosca da fruta?

Na década de 80 um experimento com Drosophilas e pressão seletiva alimentar


promoveu a especiação alopátrica e gerou a espécie Drosophila pseudobscura. O fato
de continuar a ser mosca mostra que a transformação é gradual. Sair de uma mosca
para produzir um elefante se chama saltacionismo.

142 – Por que das 453.732 mutações documentadas e descritas em cerca de 19


milhões de artigos científicos, só 186 foram categorizadas como benéficas e
NENHUMA delas resultou num aumento de informação genética?

A teoria da informação é descrito por diversos pesquisadores (Shanon, Fisher,


Chaitin e Kolgoromov). Há experimentos que mostram a origem e o fluxo de
informação biológica em grupos biológicos, bem como em modelos computacionais.
Duplicação de informação genética é o principal mecanismo para a origem de nova
informação biológica. Livros de genética básica explica comoeste processo ocorre.
Sugere-se ler artigos de teoria da informação e origem de informação biologica de
autores como Adamy e Carl Woese.

143 – A partilha de trabalho e a interdependência que se observa em muitas


espécies de plantas e animais pertencentes a um ecossistema (biodiversidade) são
condizentes com a noção da origem passo-a-passo?

Sim, chama-se co-evolução, relações ecológicas inter e intra-específicas.

144 – As simbioses e os comportamentos altruístas de várias plantas e animais


podem ser explicados com base nos mecanismos conhecidos da evolução?

Sim, co-evolução, ou corrida armamentista.

145 – Responda com sinceridade: você já leu o livro de Darwin “A Origem das

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Espécies”?

Foi lido “A Origem das Espécies”, “A origem do Homem e a seleção sexual”, e muitos
autores de biologia evolutiva, bem como artigos. E você, já leu a Origem das espécies
para fazer tais perguntas e suposições incoerentes? Eu a bíblia e outros livros
sagrados antes de decidir qual é a melhor caracterização dogmática de uma religião
ou Deus?

146 – De modo claro e sem rodeios, como é possível testar empiricamente a


descendência com modificação, a base fundamental da teoria geral da evolução de
Darwin?

País heterogizóticos podem transmitir características aos filhos, se for positiva e


gerar vantagem se espalha pela população. Ou simplesmente, insira um gene que
produz uma proteína específica em um progenitor e posteriormente verifique se a
descendência tem a mesma proteína especifica. Alguns grupos de cientistas fizeram
isso experimentalmente inserido o gene da luciferina criando animais que brilhavam
no escuro.

147 – Neste seu livro, Darwin tentou explicar a origem das espécies através da
seleção natural, mas desde a primeira edição (26 de novembro de 1859) ele
destacou que a evolução ocorria e que a seleção natural apesar de ser o mais
importante processo, não era o único. Como classificar então sua teoria de evolução
em relação às demais que tinham sido propostas muito antes de Darwin e Wallace,
se a seleção natural não é a vera causa da evolução?

Seleção natural é o principal mecanismo evolutivo, foi isto que Darwin destacou, mas
que na o único. Hoje sabemos de outros mecanismos evolutivos; exaptação, seleção
sexual, deriva genética e outros menos conhecidos.

148 – É cada vez mais evidente que uma grande parte do chamado DNA junk (lixo
do DNA) — ao qual, até há pouco tempo atrás, se dava o nome de “lixo
evolucionista” — desempenha efetivamente funções específicas. Explique-as com
base nos mecanismos conhecidos da evolução.

São tecnicamente chamados de DNA espaçador e tem funções genéticas específicas,


especialmente ligados a produção de fatores de transcrição, ou seja, proteínas que
atuam gerenciando a atividade de grupos de genes.

149 – Levando em conta que a Teoria da Evolução nada tem que ver com a origem
da vida, a partir de que instante no suposto processo evolutivo ela passou a agir ou
atuar?

Anteriormente o autor relacionou origem da vida e evolução como algo único. Aqui
ele faz essa separação. A seleção natural atua a partir do momento em que há
competição pela formação da vida. No caso da origem da vida, certamente foi a
demanda por blocos de replicação, ou componentes catalíticos.

150 – Existe algum ser vivo que não esteja adaptado ao meio ambiente onde vive?
Em caso afirmativo: quais?

Aparentemente não.

151 – Por que, ao contrário do que os evolucionistas esperavam, não se conseguiu


provar que os genes homeóticos de controla sejam os genes principais no processo
macro evolucionista?

Conseguiu se provar sim, alterações em seus padrões determinam alterações no

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plano corpóreo de animais; número de vértebras, posição de ocelos em ocelos e asas


em insetos, pernas e fiandeiras em aracnídeos e brânquias em crustáceos. Há estudos
feitos que explicam a duplicação desses genes em peixes, inclusive na linhagem que
deu origem aos anfíbios. Para saber melhor sobre isto sugere-se a leitura de obras de
Sean B Carolll geneticista que escreveu o livro “Infinitas formas de grandes beleza”
onde trata desse grupo e genes e seus avanços para a embriologia e a evo-devo.

152 – Embora a lei biogenética promulgada por Ernst Haeckel (1834-1919) tenha
sido desmentida ainda durante a vida de Haeckel, por que continua a ser incluída
em muitos livros escolares?

Porque a concepção de Haeckel estava errada e não o fato de que na embriologia há


evidencias da evolução. O que foi descartado foi a ideia da ontologênia recapitulando
a filogenia e as farsas de Haeckel. A embriologia foi inserida como evidencia forte da
evolução a partir da década de 70/80 e hoje compõem aquilo que se chama de Evo-
devo. Leia o livro citado na questão anterior que lá um retrato da historia da evo-
devo.

153 – É possível ocorrer evolução sem informação complexa especificada?

Sim, complexidade especifica é um conceito que nunca foi aceito na biologia, pois é
uma mascara matemática para a ideia de complexidade irredutível. Esta ideia já foi
discutida no ambiente acadêmico, Demski jamais teve suas ideias aceitas por serem
falhas e presumir que algo especificado é irredutível. Veja mais em:
COMPLEXIDADE ESPECIFICADA – UMA MASCARA PARA UM DEUS-DE-
LACUNA. Parte I e COMPLEXIDADE ESPECIFICADA – UMA MASCARA PARA UM
DEUS-DE-LACUNA. Parte II.

154 – Por que, em 150 anos de investigação de fósseis, não conseguiram desvendar
as ligações em falta entre peixes e anfíbios, entre anfíbios e répteis e entre répteis,
aves e mamíferos?

Os artigos científicos e as evidências não mostram isto. Uma busca simples em


qualquer jornal científico ou mesmo no Google Acadêmico mostra diversos artigos
que se entrelaçam traçando um perfil evolutivo para todos estes grupos. Muitas delas
já foram postadas aqui mesmo neste questionário em outras questões.

155 – Levando em conta que a erosão natural durante um período de 10 milhões de


anos teria desgastado os continentes da Terra até ao nível do mar, poderia existir
alguma camada rochosa fossilizada mais antiga do que isto?

Esta conta esta errada. Analisemos o caso do Grand Canyon. O Grand Canyon foi
moldado pelo Rio Colorado durante 6 milhões de anos, à medida que as águas
percorriam o leito do rio. Ou seja, temos um dos melhores fatores de erosão do
planeta terra, a água. A água do Rio Colorado aprofundando o rio ao longo de 446
quilômetros. Ele pode medir entre 200 e 30 quilômetros de largura e atinge
profundidades de 1,5 mil metros. Ou seja, com 6 milhões de anos de existência a
erosão expos cerca de um quilometro e meio de profundidade e não significa
necessariamente que esta ao nível do mar, embora essa grande erosão tenha exposto
cerca de dois bilhões de anos da história geológica da Terra à medida que este e os
seus afluentes foram expondo camada após camada de sedimentos. O que também
serviu para estudos geológicos que atestam a idade da terra em escalas de tempo
maiores que a da Terra jovem.

156 – Por que nenhum delta de rio do planeta tem mais do que alguns milhares de
anos, contradizendo as alegações de que a Terra existe há bilhões de anos?

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Informação falsa também. O rio Indo é o mais longo e mais importante


do Paquistão e um dos mais destacados rios do subcontinente indiano. Ele alimenta o
delta submarino do Indo, que é o segundo maior depósito de sedimentos da Terra
com cerca de 5 milhões de quilômetros cúbicos de material erodido das montanhas.
Estudos de sedimentos no rio indicam que a cordilheira Caracórum no norte do
Paquistão e da Índia é a fonte mais importante de material, com o Himalaia
providenciando a segunda maior contribuição. A análise geológica e de sedimentos
do Mar da Arábia demonstrou que no período anterior a cinco milhões de anos atrás
o Indo não estava ligado a estes rios do Panjabe, que em vez disso fluíam ao leste
para o Ganges e foram capturados após esse período. Estudo anterior mostrou que
areia e lodo do oeste do Tibet atingiam o Mar da Arábia a 45 milhões de anos atrás, o
que implica a existência de um antigo rio Indo naquela época. O delta deste rio proto-
Indo foi posteriormente encontrado na Bacia de Katawaz, na fronteira afegã-
paquistanesa. Delta de rios podem ser mais jovens porque a geologia pode mudar o
fluxo de rios, mas muitos rios tem suas datas passando de milhares e alcançando
milhões de anos. Processos geológicos também invertem fluxos de rios, como o
Amazonas. Faz muito tempo, pelo menos 5 milhões de anos, mas o rio Amazonas já
teve todo o seu fluxo invertido. Ou seja, em vez de ir em direção ao oceano Atlântico,
ele seguia o caminho totalmente inverso, conforme indica estudo feito na Ufam
(Universidade Federal do Amazonas) e que será apresentado hoje nos Estados
Unidos. “Essa reversão ocorreu de forma simultânea ao levantamento da cordilheira
dos Andes, processo que teve seu clímax entre 5 milhões e 7 milhões de anos atrás”,

157 – Por que os limites da sucessão de leitos nas formações geológicas apresentam
normalmente muito pouca ou nenhuma erosão superficial, bioturbação ou
formação do solo, contradizendo a atribuição da longa idade destas camadas?

Leia a resposta da pergunta 157.

158 – Supondo que a origem da vida seja definitiva e oficialmente integrada aos
ditames evolucionistas, como você explicaria a origem do primeiro ser vivo?

Origem do Carbono Hoyle, da Quiralidade nos primeiro blocos de replicação, RNA-


World, DNA e metabolismo, Membranas. Esses hoje são os passos iniciais onde a
Biopoiese, ou química da vida explicam e tem hipóteses a serem testadas.

159 – Se o design não-inteligente não consegue dá conta de uma “simples” bactéria,


como daria conta da origem e da evolução da diversidade e complexidade da vida?

A biologia tem explicações para a origem de cada um dos 3 domínios (Bactérias,


Archaeas e Eukaryotos). Mesmo que não houve uma explicação da origem e evolução
de para tais domínios a pergunta simplesmente se encaixaria no Argumento da
ignorância. O fato da ciência não explicar algo hoje não significa que jamais seja
respondido,e mais, não significa que o designer inteligente explique, ou mesmo que
exista. Se A não explica, não significa que B seja válido. Sugere-se a autor da pergunta
que reveja os seus conceitos a respeito da filosofia e estruturação do conhecimento
científico.

160 – Por que as descobertas recentes no campo da especiação microevolucionária


(sub-formação) demonstra como a diversidade de espécies marinhas fossilizadas na
combinação formada de Calcário em Nusplingen se pode ter desenvolvido em
poucas décadas, contradizendo o modelo evolucionista?

Definição incorreta. Não existe o termo “especiação microevolucionária (sub-


formação)”. Especiação Especiação é o processo evolutivo pelo qual as espécies vivas
se formam. Este processo pode ser uma transformação gradual. Microevolução são
variações que ocorrem no nível dentro das espécies criando sub-espécies (ou ecóipos,

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também chamados de variações geográficas) Se é especiação então trata-se de


macroevolução, pois origina espécies novas e não de microevoluções. O autor da
pergunta precisa ler artigos de Dombzhanski.

Sendo assim o que ocorreu no caso dos fósseis do município alemão de Nusplingen
foram variações geográficas de uma espécie e não a origem de varias espécies. Até
poucos anos atrás, o tempo de formação do platô de calcário de Nusplingen eram
calculados usando comparações com o período de deposição de calcário em corpos
modernos de água. Agora, no entanto, é calculada predominantemente usando algas
e carbonato de cálcio de exoesqueleto, que ainda existe hoje, portanto há ai uma
extensão deste tempo em que as variações ocorreram.

Os estudos realizados pelo biólogo David Reznick e sua equipe que pesquisa
pequenos peixes (Poecilia reticulata) em águas ricas e pobres em predadores mostra
que mudanças podem ocorrer nos animais em por processos seletivos em apenas
dezoito gerações. Formação de rápidas de espécies ou de variações geográficas
(microevolutivas) também foram observadas em lugares cujas condições são de
enorme stress ambiental. Por exemplo, em plantas crescendo em montões de
mineração, de resíduos contaminados com metais pesados (Junker, 1993), ou
camundongos expostos a toxinas ambientais (Garagna et al, 1997). Isso não é
novidade, um outro exemplo de desenvolvimento microevolutivo é o de fauna ricas
em espécies de ciclídeos no Lago Malawi, já descrito até por Dawkins em seus livros,
e que passou a existir nos últimos 200 anos. Condições ambientais deturpadas, como
documentado nas fases de seca do lago têm contribuído para isso, segundo o qual,
sob diferentes pressões de seleção, com as formas básicas com um genótipo muito
diversificado (polivalência genética), novas populações fundadoras constantemente
surgem (Fehrer, 1997)

Artigos

* David N. Reznick, Frank H. Shaw, F. Helen Rodd und Ruth G. Shaw, Evaluation of
the rate of evolution in natural populations of guppies (Poecilia reticulata), Science
275, 28. March 1997, pages 1934–1937.

* Reinhardt Junker, Prozesse der Artbildung, in S. Scherer (HG)´s Buch „Typen des
Lebens“, Berlin, 1993, pages 31–45.

* Silvia Garagna, Maurizio Zuccotti, Carlo Alberto Redi und Ernesto Capanna,
Trapping speciation, Nature 390, 20. November 1997, pages 241–242.

* J. Fehrer, Explosive Artbildung bei Buntbarschen der ostafrikanischen Seen,


Studium Integrale 1997/4, pages 51–55.

161 – Como as observações e cálculos mais recentes sugerem fortemente que o


conhecido diapiro do granito desenvolveu-se 100.000 vezes mais rápidamente do
que se supunha anteriormente?

Estrutura dômica originada por injeção, de baixo para cima, de materiais menos
densos e menos plásticos. O autor deixa vago informações sobre o conteúdo da
pergunta. Precisa ser mais objetivo e fornecer informações sobre a origem dessas
alegações que até agora se demonstram falaciosas. Por exemplo: Onde esta
informação foi adquirida? O que significa “rapidamente” no contexto da pergunta? E
qual a relação disto com a evolução biológica?

162 – Como um processo não-direcionado da mutação, combinado com a seleção


natural, resultou na criação de milhares de novas proteínas com funções
extraordinariamente diversas e bem otimizadas?

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A pergunta trata da origem do código genético, há artigos que descrevem a origem e


evolução da bioquímica de tal código desde a década de 70. Uma das teorias é a de
Carl Woese: PARADIGMAS SOBRE A ORIGEM DO CÓDIGO GENÉTICO E SUAS
IMPLICAÇÕES NA ÁRVORE DA VIDA e EL CÓDIGO GENÉTICO DESDE LA
PERSPECTIVA DE LA BIOINFORMÁTICA.

O processo ainda evolve RNA auto catalítico, enzimas generalistas (promiscuas) e


posteriormente a origem de enzimas especializadas.

163 – Como os organismos são inter-relacionados, e como que nós sabemos isso?

Pela universalidade do código genético, do metabolismo, de enzimas comuns a todos


os reinos da biologia, dos genes, das redes de genes, do padrão de atividade de genes
de rede, das homologias, evidências em morfologia, anatômica, comportamento,
embriologia, molecular, genética e fosseis. Só por isto!!!

164 – Por que até hoje a declaração de Louis Pasteur: “Omne vivum ex vivo” (toda
a vida provém da vida) – não foi contestada e muito menos refutada?

Toda vida realmente provem da vida, mas a origem da vida provém da química
orgânica. Que embora não seja vida em si contém as propriedades de construção da
primeira forma de vida. izer que vida só gera vida é demonstrar o caráter biológica na
questão, e não da química. E de certo modo esta certo, a vida não surge
espontaneamente, mas em passos iniciais da química orgânica. E posteriormente a
vida gera somente a vida. Diferente da alegação de que o barro deu origem a vida em
um conto divino.

165 – Por que as experiências laboratoriais demonstram que a possibilidade da


origem do ADN nas condições da sopa primordial (e sem uma matriz de apoio
fornecida por uma célula viva) é impossível?

Não é impossível. A sopa primordial proposta por Miller foi o passo inicial para a
compreensão de tal fenômeno e ainda vem sendo estudada. Artigos sobre assunto já
foram destacados na resposta a pergunta 89

166 – Segundo a revista Scientific American, em espanhol, em 2009, um artigo


acerca dos achados fósseis pertencentes ao Câmbrico na China, revela que a
chamada “explosão cambriana” segue sendo um mistério para os cientistas. A
pergunta que não se quer calar: Por que uma tal “revolução ecológica” no alvorecer
do Cambriano? E por que as respostas dos darwinistas têm sido cada vez mais
fragmentárias?

A questão da “Explosão do Cambriano” já foi discutida em outras perguntas


(pergunta 68). Sugere-se ler textos sobre o assunto:

Benchley, Peter J & DAT Harper (1998), Palaeoecology: Ecosystems, Environments


and Evolution. Chapman & Hall. (paleoecology)

Bengtson, S.; Budd, G.. (2004). “Comment on ‘‘Small bilaterian fossils from 40 to 55
million years before the Cambrian’’”. Science 306: 1291

Boaden, P. J. S. (1989) Zool. J. Linn. Soc. 96, 217–227.

Budd, G. E.; Jensen, S. (2000). “A critical reappraisal of the fossil record of the
bilaterian phyla”. Biological Reviews of the Cambridge Philosophical Society 75(2):
253–95.

C.-W. Li, J.-Y. Chen, J. H. Lipps, F. Gao, H.-M. Chi & H.-J. Wu. Ciliated protozoans

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Erwin, D. H. (1989) Lethaia 22, 251–257.

Erwin, D. H., Lalflamme, M., Tweedt, S. M., Sperling, E. A., Pisani, D. & Peterson, K.
J. 2011. The Cambrian conundrum: early divergence and later ecological success in
the early history of animals. Science 304, 1091–1097.

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ELSEVIER. 2012

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688-695, 1 December 2006

Francisco Jose Áyala, Andrey Rzhetsly, Francisco J. Áyala. Origin of the metazoan
phyla: Molecular clocks confirm paleontological estimates.Proc. Natl. Acad. Sci. USA
Vol. 95, pp. 606–611, January 1998

Gordon D. Love1,2, Emmanuelle Grosjean3, Charlotte Stalvies4, David A. Fike5,


John P. Grotzinger5, Alexander S. Bradley2, Amy E. Kelly2, Maya Bhatia2, William
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363, 1529–1537

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167 – Visto que uma hipotética sopa primordial certamente teria contido água, é
possível que longas cadeias de aminoácidos e proteínas completas, se pudessem
formar?

Sim. Há registros de ácidos nucleicos, bases nitrogenadas e aminoácidos presentes


em Meteoros bem como a presença de fragmentos do Ciclo do acido cítrico também.
Há artigos sobre o assunto, recomenda-se pesquisa e leitura sobre o assunto.

168 – Como teria surgido o primórdio da asa antes que pudesse capacitar o animal
para o vôo?

A asa é característica de tetrápodes, estude a ‘origem dos tetrapodos (resposta da


questão 53) em Archaeopteryx elas poderia servir para captura de alimentos. Basta
olha o papel que os membros anteriores tiveram nos dinossauros Ovirapterosauria.

169 – Como aceitar que o cego acaso possa encaminhar a evolução por caminhos
altamente progressivos, tais como a origem das aves e dos mamíferos?

Mutações são aleatórias. Tal conceito já foi destacado anteriormente em outras


questões. A evolução não é progressiva e este adjetivo já foi destacado em outras
questões, bem como a origem das aves e dos mamíferos. Ver artigos disponibilizados
nessas questões.

170 – Por que o quadrúpede se transformou em bípede?

Existem diversos grupos que adotaram a posição bípede por pressões seletivas
diferentes. Na linhagem humana existem diversas teorias envolvendo biomecânica,
questões energéticas, adaptação a predação na África antiga, mudança de eixo
gravitacional. Um livro que explica tal processo foi escrito por Craig Standford
chamado “Como nos Tornamos Humanos”. Para outros grupos biológicos pode
haver motivações distintas, como no caso dos dinossauros Saurischia/Theropoda/ ou
mesmo do Dinossauro papagaio cujas modificações foram anatômicas e histológicas
(Veja aqui)

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171– Pode a MICROevolução explicar a enorme diferença que existe entre uma
sardinha e um homem?

O que explica é a macroevolução, que ocorre pelo acumulo de pequenas variações. É


nas pequenas mudanças que ocorrem os grandes processos. O que explica a diferença
entre ambos são as gerações das espécies que surgiram entre estes dois grupos.

172 – Visto que só os aminoácidos de rotação para a esquerda (left-turning1)


podem ser usados para construir células vivas, a génese das células por acaso é
pensável?

Isto tem a ver com a quiralidade e há experimentos que demonstram a quebra da


racemização e porque D-enantiomeros foram selecionados na origem da vida
(Magneto quiralidade, fotoquímica, luz polarizada, dissipação termodinâmica e
outros mecanismos físico-quimicos). Ainda é hipotético, mas evidencias apontam
para uma origem natural.

Em ambiente catalítico L-aminoacidos podem ser convertidos em D-aminoacidos.


Portanto, essas moléculas não carregam assinatura divina como se supõem
proponentes do designer inteligente.

173 – Como surgiram, por exemplo, as diferentes ordens de insetos?

Por processos evolutivos. Insetos são artrópodes e os primeiros artrópodes são


datados do Pré Cambriano, como a Aysheae. O onicoforo é hoje o animal mais
próximo dosprimeiros insetos. Como a pergunta engloba a origem de uma classe
inteira de animais aconselha-se a leitura de artigos sobre o assunto uma vez que
exigiria um texto inteiro para retratar tal origem destacando aspectos anatômicos,
origem das asas, gens Hox, segmentação etc e tal.

Segue alguns artigos que elucidam um pouco sobre a entomologia: Evolution of the
Insects, Origin and evolution of insect wings and their relation to metamorphosis, as
documented by the fossil record, The origin and evolution of
segmentation e Evolutionary origin of insect wings from ancestral gills.

Este capitulo é sobre a origem dos insetos e foi escrito pelo geneticista Sean B Caroll
sobre a perspectiva dos genes Hox: Shaking the Tree: Readings from Nature in the
History of Life.

174 – O folding correto das proteínas é um processo de informação controlado que


pode ocorrer por acaso?

Primeiros catalizadores de reações podem não ter sido de origem biológica, como
ocorre em certos grupos argiloso.

175 – Se as espécies derivam de outras espécies por graus insensíveis porque não
encontramos inumeráveis formas de transição? Porque não está tudo na natureza
no estado de confusão? Porque são as espécies tão bem definidas?

Depende sob que olhar você observa a evolução. Como a transição é gradual não se
espera sempre espécies intermediarias. É mais comum enxergar ao olhar grupos
biológicos inteiros, como de peixes para anfíbios, ou de répteis para aves.
Tecnicamente poderíamos dizer que cada geração entre dois animais ou grupos de
animais são intermediários. Por exemplo, Borboletas Junonia atlites e Junonia
iphita que são espécies irmãs mas não tem irtermediario, mas as analises
moleculares, anatômicas e comportamentais colocam elas lado a lado na filogenia
feita por parcimônia e analise de verossimilhança em uma matriz estatística de
analise bayesiana. Bem como ocorre com as borboletas Boloria euphrosyne e Boloria

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dia. Enfim, há diversos estudos apontam isto em outros grupos biológicos.

176 – É possível que um animal tendo, por exemplo, a conformação e os hábitos do


morcego, possa formar-se em seguida a modificações sofridas por outro animal
tendo hábitos e conformação inteiramente diferentes? Podemos nós acreditar que a
seleção natural consiga produzir, de uma parte, órgãos insignificantes tais como a
cauda da girafa, que serve de apanha-moscas e, por outra parte, um órgão tão
importante como o olho?

Sim, mariposas e borboletas pertencem a mesma ordem, são filogeneticamente


relacionadas mas tem características muito especificas. Borboletas são coloridas,
mariposas são geralmente escuras. Mariposas tem comportamento noturno,
borboletas diurnos. Animais podem ao longo de gerações deslocar comportamentos
ou receber mudanças estruturais que favorecem um outro estilo de vida desde que
isso favoreça sua luta pela sobrevivência. Não é diferente com mamíferos antigos que
desenvolveram características que os assemelham a morcegos.

Sim, a biologia evolutiva explica a origem de diversas estruturas anatômicas


funcionais e não funcionais em animais.

177 – Os instintos podem adquirir-se e modificar-se pela ação da seleção natural?


Como explicar o instinto que possui a abelha para construir as células e que lhe faz
exceder assim as descobertas dos maiores matemáticos?

Sim. A subfamília Apinae, compreende um único gênero (Apis), o qual é


caracterizado por a construção de pentes verticais de células hexagonais construídas
bilateralmente de uma nervura central, usando apenas a cera secretada pelas
obreiras. As células são multifuncionais, sendo usado repetidamente para a criação
de larvas e para o armazenamento de mel e pólen. A alimentação progressiva das
larvas é realizada por abelhas jovens com alimentos produzidos por glândulas na
cabeça da abelha do mel e pólen. Dois atributos de abelhas que têm sido essenciais
para a sua evolução e biologia estão em seu comportamento de aglomeração
(particularmente, no caso de a espécie, a cavidade do assentamento), a sua
capacidade de arrefecer o ninho por evaporação de água recolhida no exterior, por
isso o formato hexagonal, que tem um valor adaptativo alto. Estes atributos permite
que as colônias alcancem um grau significativo de regulação da temperatura no
interior do ninho, independentemente da temperatura exterior. A gênero Apis foi
assim habilitado para colonizar uma grande variedade de ambientes, que vão desde
tropical esfriar temperado. Abelhas Meliponinae, por exemplo, carecem dessa
capacidade estão confinadas às regiões tropicais.

178 – Como explicar que as espécies cruzadas umas com outras ficam estéreis ou
produzem descendentes estéreis, enquanto que as variedades cruzadas umas com
outras ficam fecundas?

Hibridismo é uma barreira biológica natural que caracteriza a manutenção e


integridade de uma espécie. Por essa razão torna os descendentes inférteis. Em
alguns casos, as espécies são tão próximas que em determinadas regiões geográficas
há mecanismos gênicos e cariotípicos que favorecem o fluxo gênico entre duas
espécies filogeneticamente próximas. Em borboletas Heliconius da Amazônia (H.
melpomene e H. erato) isto ocorre muito (veja aqui). Mas sempre ocorre entre
espécies filogeneticamente relacionadas. Desta forma, não é possível encontrar
crocodilos compartilhantes genes através de hibridismo com patos, porexemplo.

179 – Que vantagem nossos supostos ancestrais realmente podiam extrair, na


aurora da humanidade, ao saber que tinham que inevitavelmente morrer?

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Esta pergunta é filosófica. Vantagens ao saber da morte inevitável podem ter maior
valor a psicologia evolutiva, envolvendo inconsciente coletivo, a origem da
sociologiologia e um marco importante em direção à experiência completa da
consciência humana é a consciência de si, com oconhecimento de que se é um
indivíduo entre muitos. Talvez tenha tido uma função muito mais sociológica e
importante ligada a concepção religiosa e o controle das atitudes dos membros das
primeiras sociedades. E bem perto da consciência de si mesmo que esta a consciência
da morte. Quando a certeza da morte surge pela primeira vez na mente dos ancestrais
certamente começou a se importar com os seus mortos, criou-se rituais funerários
mais alegorizados e respeito a finitude de si mesmos. Isso pode ser visto como uma
tomada de redias das atitudes e decisões a serem todas na vida.

180 – A inteligência humana teria sido o resultado de uma seleção da aptidão em


fabricar ferramentas, conforme propôs Darwin? Ou teria sido resultado da aptidão
em organizar a caça ao grande animal, como imaginou Ernest Mayr? Ou ainda
resultado da aptidão em manipular as relações sociais, graças à linguagem, como
sugeriram pesquisadores americanos?

Não somente disto, socialização, aspectos genéticos e uma série de outros fatores
atrelados uns aos outros. Características podem ser modelados por elementos
multifatoriais

181 – Como a espécie humana pôde ser mais reprodutiva em descendentes que os
grandes macacos, já que a duração de sua vida reprodutiva e quase a mesma (de
20 a 25 anos), que trazem ao mundo apenas um descendente da cada vez e a
duração dos cuidados paternos é mais prolongada no homem que no chimpanzé?

Nem sempre, isto tem a ver com costumes e tradições locais e pode ainda ser variável
de acordo com o tempo. A espécie humana alcançou seu primeiro bilhão de pessoas
em 1860. A 2 mil anos atrás a população humana era bem menor que a atual. Por
exemplo, até o ano 1000 a estimativa de crescimento populacional da humanidade
era de 310 000 habitantes no mundo.

182 – Em relação ao famigerado tal homem de Cro-Magnon, segundo Ernst Mayr,


ele tinha um cérebro com o mesmo volume que o nosso e, portanto, teria a mesma
inteligência que os homens modernos, inteligência essa que permitiu a Descartes,
Darwin e Kant elaborarem suas teorias, aos engenheiros de nossa época
construírem computadores ou enviarem homens à lua ou, ainda, a Goethe e
Shakespeare escreveram suas magistrais obras. Por que cargas d’água o tal
suposto homem de Cro-Magnon tinha uma inteligência que ia além de suas
necessidades?

Cro-Magnon é uma designação informal que se dá aos restos mais antigos conhecidos
na Europa de Homo sapiens, ou seja, era da mesma espécie que nós seres humanos
atuais. Entretanto, há restos mais antigos de Homo sapiens na África. A designação
não se enquadra totalmente nas formas convencionais de denominação dos
hominídeos, sendo frequentemente usada para designar, em sentido genérico, os
povos mais antigos conhecidos na Europa que podem ser integrados entre os
modernos humanos.

183 – Diz que do suposto Homo habilis até o Homo sapiens, o volume do cérebro
quase dobrou de tamanho, passando de uma média de 700 cm3 para 1350 cm3.
Houve então um crescimento correspondente na inteligência?

Sim e não. As evidencias paleoantropológicas mostra que sim, mas nem sempre
tamanho do cérebro esta relacionado á inteligência. O que torna um grupo biológico
mais inteligente é a relação entre o numero de circuitarias sinápticas do sistema

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nervoso central. A cognição humana esta ligada a diferentes etapas de processamento


de informações que ocorrem nestes circuitos. Por esta razão, seres humanos são mais
inteligentes, ao lado de golfinhos. Tamanho do sistema nervoso não implica em
maior inteligência. Caso contrário Elefantes e baleias seriam bem mais inteligente
que o habitual.

184 – A seleção natural pode formar a adaptabilidade como forma de adaptação?

Adaptação favorece a sobrevivência. Nada mais que isto. Não existe fixismo onde
espécies não podem sofrer alterações e se tornarem inadaptáveis.

185 – Se o homem veio de uma espécie ancestral graças à ação da seleção natural
promovendo uma adaptação em relação ao meio-ambiente, que tipo de ambiente
seria este?

O homem veio de uma espécie ancestral graças à ação da seleção natural e outros
mecanismos, novamente o autor suprime a atuação de outros mecanismos incitando
um ultra-darwinismo. Depende do ambiente, cada ambiente tem sua dinâmica
ecossistema e com pressões seletivas específicas.

186 – Se os primeiros homens eram perfeitamente adaptados à vida na savana


africana, como seus descendentes puderam aventurar-se nas extensões geladas da
Groenlândia ou das da Europa da era glacial?

Porque a cada conquista de novos territórios adaptações favoreciam determinadas


características. Desenvolvimento de tecnologia, alteração da estrutura visual como
em Asiaticos já citada aqui anteriormente. O fato de expandir-se a novos territórios e
as gerações subsequentes se manter expostas a essas condições leva a processos
adaptativos. O autor da a entender que é adepto do fixismo.

187 – Como o darwinismo explica o curioso fenômeno observado nas conchas


bivalves (ostra, mexilhão etc.), as quais, quando têm uma existência livre no estado
larvário, as populações desses moluscos são, antes de tudo, homozigóticas, mas, em
seguida, após se fixarem nas margens, tornam-se heterozigotas?

Errado. Nenhum individuo homozigotico se torna heterozigótico espotaneamente.


Bivalves são dióicos e se reproduzem sexualmente, possuindo gônadas que produzem
os 2 tipos de gametas. A grande maioria não possui dimorfismo sexual externo (não
gonocóricos) e tem fecundação externa.

188 – Qual seria a razão pela qual o suposto vermezinho Pikaia, o qual
supostamente teria dado origem à linhagem dos vertebrados, sobreviveu melhor
que a maior parte das outras espécies que foram dizimadas?

Pikaia é um animal extinto, do período Cambriano, considerado pela imensa maioria


dos biólogos como o ancestral comum de todos os atuais cordados e não vertebrados
em si. Há grupos biológicos mais antigos que a pikaia, este é o caso da
Myllokunmingia e a Haikouella.

Myllokunmingia é um peixe agnatha primitivo que viveu no que hoje é a China


durante o Cambriano inferior, de 530 milhões de anos atrás, e se acredita que era um
vertebrado e considera-se como o mais antigo que se conhece. Têm sido encontrados
importantes restos fósseis nos estratos cambrianos dos Folhelhos de Maotianshan. Se
assemelhava aos atuais Myxini. Tanto seu crânio como suas estruturas esqueléticas
eram cartilaginosas, como as atuais lampréias. Não existe nenhum indício de que
houvesse mineralização dos elementos de seu esqueleto (processo denominado
biomineralização). A Haikouella é um hemicordado primitivo datado também em

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mais de 530 milhões de anos. Haikouichthys é um gênero de Craniata que acredita-se


ter vivido há 530 milhões de anos, durante a chamada “Explosão Cambriana”.
Haikouichthys tem um crânio definido e outras características que têm conduzido
paleontólogos a classificá-lo como um verdadeiro craniata.

Análises cladísticas indicam que o animal, de 3 centímetros de comprimento, é


provavelmente um peixe agnatha primitivo, aliás, aparenta ser o peixe mais antigo do
mundo, ou para outros autores um cordado mais proximamente relacionado às
lampréias.

189 – Como nascem exatamente as espécies, ou seja, por quais mecanismos


genéticos elas surgem?

Isolamento reprodutivo, mudanças cariotípicas, isolamento etológico, variações que


levam a alterações de preferências sexuais, alterações bioquímicas, moleculares,
enfim. Há diversos mecanismos que separam populações em dois grupos e que
deixam de trocar genes e seguem trilhas evolutivas separadas. Há diversos artigos
sobre a origem das espécies e processos de especiação, espécies anéis e dinâmica de
genética de populações que demonstram tais processos.

190 – Quais foram as respectivas partes dos equilíbrios pontuados e do


gradualismo na evolução geral da biosfera desde a origem da vida?

O equilíbrio pontuado mostra como grupos de espécies podem surgir em paralelo a


sua população ancestral e substituí-la preenchendo seu nicho ecológico. Nào é
saltacionismo, é uma substituição rápida de uma espécie derivada de uma espécie
ancestral. Gradualismo são alterações mais lentas que ocorrem ao longo das gerações
em milhões de anos resultado em processos anagênicos ou cladogênicos.

191 – Os arquivos fósseis confirmam ou não que o aparecimento do bipedismo


esteve ligado à fabricação de ferramentas?

Sim, e a outros elementos multifatoriais.

192 – Qual teria sido a utilidade adaptativa do queixo?

Reflexo da vantagem adaptativa do aumento do crânio e redução do rosto. Existe


como consequência arquitetônica. A natureza simplesmente não saberia como
construir uma boca como a nossa sem criar como subproduto o queixo. A tese de
Gould pode ser aplicada à superansiedade. Ela seria um subproduto, uma sobra de
algum outro arranjo genético positivo. Além disso não é obrigatório ter uma
vantagem adaptativa. Porque uma característica A pode estar associado a outra, B, a
pressão sobre A pode fazer pressão sobre B simultaneamente, então isto desenvolve
algo não esperado em B, mas por associação a A ela se desenvolve.

193 – Sob a lógica do adaptacionismo ultra-darwinista, qual realmente seria para


a sobrevivência a utilidade dos dois chifres do rinoceronte africano em relação ao
único chifre do rinoceronte indiano?

Bom, o autor destas perguntas sempre se focou na seleção natural e muitas vezes
confundiu com a sexual. Suponho que ele também seja relacionado a um ultra-
darwinista. No rinoceronte Indiano há um único corno, presente em ambos os sexos,
que mede entre 20 e 53 cm, e que, tal como as nossas unhas, é feito de queratina. Os
juvenis não apresentam corno, pois este só começa a crescer a partir dos seis anos. É
importante referir que o corno não é usado como arma. Não há evidências de
enfrentamento na defesa dos territórios em Rinocerontes africanos ou de Sumatra, já
que os territórios são demarcados com urina, fezes, galhos quebrados e solo

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revolvido. Mas pode ser usado pra intimidar outros grupos que queira invadir seu
território, e pode ser usado para raspar arvores e deixar suas marcas.

194 – No que diz respeito à zebra. Sabe-se que a zebra de Grévy (Equus grevy)
apresenta numerosas listras estreitas verticais em todo o corpo, no sentido da
frente para trás; a zebra de Burchell (Eqqus burchelli), por sua vez, possui largas
listas que parte da horizontal do flanco traseiro até mais ou menos o meio do corpo,
assim como listas verticais na parte anterior do corpo. Pergunta: há
verdadeiramente uma utilidade adaptativa nesses diferentes sistemas de listas?

Sim, camuflagem. Estude Sean B Carroll no livro “Infinitas formas de grande beleza”

195 – No que concerne aos comportamentos humanos diversos, qual, afinal seriam
as provas diretas que confirmam que são eles frutos da seleção natural ou que são
determinados geneticamente?

A psicologia evolutiva explica isso com mais detalhes e comportamentos comparados


com outros grupos de primatas de grande porte também. Veja Frans de Waal no livro
“Eu primata!” 196 – É razoável que um processo aleatório pudesse ditar a direção
correta das proteínas nas células? Nas mutações do DNA pode alterar sim a
estrutura molecular. A seleção natural apenas mantém vivo se essa proteína nova for
significantemente vantajosa ao portador ou se for neutra. Se tiver efeito negativo o
animal morre.

197 – Um dos dilemas da MACROevolução, é que ela exige mutações de


desenvolvimento e, como se sabe, as mutações geralmente serão extremamente
desvantajosas, então de que forma os organismos são “construídos”?

Por variações que sejam vantajosas. Se há em sua maioria as desvantajosas é de se


esperar que haja aquelas que podem favorecer a sobrevivência. O que quebra o
fixismo de que nada é imutável. Isso quer dizer que as variações ocorrem e que se
elas podem ser negativas podem ter efeitos neutros ou vantajosos ao ocorrer
alterando o código do DNA.

198 – Falando do cambriano, qual o significado da “súbita e abrupta explosão


cambriana” para a corroboração do gradualismo a la Darwin?

Veja reposta da pergunta 68.

199 – Quais as evidências de ancestralidade comum nos animais encontrados no


Cambriano? Esta explosão de planos corporais, como é sabido, exige um aumento
quântico de informação biológica — novas informações genéticas e regulação são
exigidas. Ou seja: seriam necessárias mutações nos estágios inicias de
desenvolvimento embriológico, e elas teriam de vir rapidamente em sequência.
Como, afinal, se deu esse fenômeno?

Aumento quântico? Quântico é um termo que se restringe unicamente a física de


partículas. Biologia evolutiva não tem aspecto quântico. O fato da grande maioria dos
filos que surgem seres de artrópodes já demonstra um grande relacionamento
filogenético, e relacionado a grupos que derivam deles posteriormente, como os
crustáceos, aracnídeos, miriápodes e insetos, suas respectivas segmentações,
estruturas morfológicas também evidencias isto. Veja a resposta da questão 68.

200 – Qual a explicação darwinista para a inteligência humana, relacionada com


um cérebro de extraordinária complexidade e cujo súbito aparecimento não parece
capaz de integração no aludido mecanismo evolutivo?

Cognição esta relacionada ao aumento de circuitarias sinápticas do sistema nervoso

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central. O aparecimento não é súbito e há listas de genes que são e foram


fundamentais na evolução humana para desenvolver tais características. Como a
pergunta exige muitas características biológicas sugere-se uma pesquisa em artigos
científicos sobre neurobiologia

201 – Levando em conta o adaptacionismo a La Darwin, qual teria sido a utilidade


adaptativa das manifestações da inteligência?

Inteligência significa capacidade de apreender, discernir ou entender a essência de


algo com o papel ativo. O ser inteligente exibe um comportamento ativo, resolve
problemas com base em sua memória ou com uso da imaginação e criatividade,
aumentando assim as suas chances de adaptação e sobrevivência. A criatividade na
espécie humana começou a florescer entre 70 e 40 mil anos conforme observado em
pinturas de cavernas.

202 – E, no que concerne ao cérebro, darwinianamente, qual teria sido a relação


entre o seu crescimento e o crescimento da inteligência?

Cognição esta relacionada ao aumento de circuitarias sinápticas do sistema nervoso


central. Tamanho do cérebro não. Essa relação não é direta, ou pelo menos
aparentemente.

203 – Como as medições por meio do acelerador de espectrometria de massa


(AMS) de materiais carboníferos, tais como grafite, mármore, antracite e
diamantes, indicam uma idade inferior a 90.000 anos, apesar de terem uma
alegada idade de muitos milhões de anos?

Qual método de datação foi usado? O autor não especifica e na maioria das vezes é de
propósito, pois a datação é feita de modo errado. Método do carbono 14 só é válido
para material orgânico. Este tipo de coisa ocorre muito com grupos criacionistas,
como é o caso das falácias pregadas pela Answer in Genesis.

A bibliografia para tal se encontra no site 95 theses

Sendo considerado suspeito devido as bibliografias:

1 – Larry Vardiman, Andrew A. Snelling, Eugene F. Chaffin, Radioisotopes and the


age of the Earth, Vol. 2, Institute for Creation Research, El Cajon, CA, 2005, pages
605–606 and page 609.

2 – Russel Humphreys, The Earth’s magnetic Field is young, impact No. 242, August
1993.

3 – Don DeYoung, Thousands … not Billions, Challenging an Icon of Evolution,


Master Books, 2005, pages 46–62.

Como se pode ver, não há qualquer trabalho publicado em site científico, mas apenas
em sites criacionistas, bem como o que vemos são dois livros e um artigo que tem por
base bibliografia séria que se encontra deliberadamente distorcida.

Resumindo, a bibliografia apresenta conteúdo no mínimo duvidoso, sem qualquer


publicação peer reviwed ou publicação em revista ou site de cunho científico.

Primeiramente vamos entender o elemento químico carbono e seus isótopos.

O carbono apresenta três isótopos o C-12 (98.93%), C-13 (1.07%) e C-14


(0.0000000001%). Destes, o único que é radioativo é o C-14.

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O carbono se apresenta sobre diversas formas alotrópicas, sendo as de maior


destaque o carvão, a grafita, o diamante, que ocorrem naturalmente.

Os fulerenos podem ser encontrados na natureza (veja aqui) e também são


detectados no espaço (aqui). Mais bibliografia sobre o tema (aqui e aqui)

Dessas formas de carbono, descreveremos um pouco do C-14, o qual é o isótopo que


propicia a datação radiométrica para material orgânico com idade entre 60 e 70 mil
anos, uma vez que sua meia vida é de 5,730±40 anos (Godwin, 1962).

A origem do C-14 ocorre na troposfera e na estratosfera a partir de nêutrons termais


(nêutrons livres com energia cinética em torno de 0,025 eV) absorvidos por átomos
de N-14, conforme a reação:
1n + 14N → 14C + 1p

Os raios cósmicos ao adentrarem a atmosfera terrestre causam diversas


transformações, como, por exemplo, a produção de mésons carregados (píons e
káons), que decaem em múons e nêutrons, devido ao colidirem com moléculas de
nitrogênio e de oxigênio (Ramsey, 2008). Estes nêutrons participam na reação
acima.

Outras possíveis rotas para se produzir o C-14 são as seguintes de acordo com (Davis
1977):
13C + 1n → 14C + γ
17O + 1n → α + 14C
15N + 1n → d + 14C
16O + 1n → 3He + 14C

d = deutério.

Podem ainda se originar o decaimento de 223Ra, 224Ra, 226Ra, o que é extremamente


raro.

O C-14 pode ser encontrado em combustíveis fósseis a taxa de 1%, o que indicaria
uma idade de 40 mil anos para tais depósitos.

Todavia, a taxa de 1% é aquela que se encontra nos organismos vivos, o que indica
contaminação por bactérias que vivem nessa região.

Em casos mais raros a transformação de N-14 em C-14 devido a fontes de radiação


subterrâneas, ou pelo decaimento do U, embora a relação C-14/U em minérios de
urânio, seja de 2:1, o que implica numa relação C-14/C-12 da ordem de 10 −15 (Jull,
1985).

A maior taxa de C-14 se encontra entre 9 e 15 mil metros de altura na atmosfera e em


altas latitudes geomagnéticas.

Sua taxa de produção pode variar conforme os fluxos de raios cósmicos, e.g. caso
ocorra uma explosão de supernova e devido às variações no campo magnético
terrestre, sendo que neste caso a variação na taxa atinge valores bem significativos,
embora as variações no ciclo do carbono tornem estes efeitos difíceis de serem
percebidos (Davis 1977).

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O decaimento do C-14 e o decaimento beta, que ocorre conforme a seguinte equação:


14 → 7N14 + -1β0
6C

Ou

1n → 1p + -1β0 + νea

Ou

d → u + e− + νea

d = quark down

u = quark up

νea = antineutrino do elétron

Que se representa pelo seguinte diagrama de Feyman:

Sem título

Onde W– é um bóson mediador da força fraca que é a força regente do decaimento


beta que ocorre em núcleos ricos em nêutrons.

O texto original menciona que foi encontrado C-14 (taxa de 0,09%) em diamantes,
resultando uma idade máxima de 58 mil anos. Ainda, há a alegação de que invocar a
contaminação dos diamantes não procede, pois diamantes não se contaminam.

Acerca do método do C-14/N-14, este serve apenas para datar materiais orgânicos
entre 50 e 70 mil anos, com base no isótopo C-14. Não se datam rochas, petróleo,
carvão ou diamantes por esse método.

Caso se use esse método para fazer uma datação que não aquela de material orgânico,
vc até poderá achar valores, mas, seguramente sua amostra estará contaminada por
material orgânico recente.

UM ERRO COMUM E PROPAGADO POR CRIACIONISTAS:

Trata-se de um caso de datação de diamante elaborada por J.R. Baumgardner um


criacionista da Terra jovem, cujas referencias são [J. R. Baumgardner, A. A.
Snelling, D. R. Humphreys, and S. A. Austin, “Measurable 14C in
Fossilized Organic Materials: Confirming the Young Earth Creation-
Flood Model,” in Proceedings of the Fifth International Conference on
Creationism, ed. R.L. Ivey Jr. (Pittsburgh, Pennsylvania: Creation
Science Fellowship, 2003), pp. 127–147. Back] e tambem [J. R.
Baumgardner, “14C Evidence for a Recent Global Flood and a Young
Earth,” in Radioisotopes and the Age of the Earth: Results of a Young-
Earth Creationist Research Initiative, eds. L. Vardiman, A. A. Snelling,
and E. F. Chaffin (El Cajon, California: Institute for Creation Research,
and Chino Valley, Arizona: Creation Research Society, 2005), pp.
587–630. Back]

Por que o trabalho de Baungardner está errado?

O C-14 decai em N-14 e uma partícula beta. Até poderia ter esse nitrogênio
aprisionado no retículo de uma rocha, mas jamais, em tempo algum C14 é para medir
idade de rochas, mesmo porque não haveria C14 aprisionado em retículo de rochas.

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Ele decairia antes da rocha se formar. Se fosse uma rocha ígnea então, caso ela
contenha algum carbono, este será de origem mineral.

Sem título

Conforme Michell (1995), os veios de kimberlita mais jovens foram formados entre
70 e 150 milhões de anos na África do Sul e outros veios têm entre 60 e 1.600 milhões
de anos. Os diamantes são trazidos do fundo da terra pelo magma que se solidifica
em rochas como kimberlita e lamproita. Não é o magma que contém diamantes, mas
os xenólitos.

Quanto às propriedades químicas, diamantes não formam cadeias carbônicas; há um


arranjo SP3 que o leva a formar um arranjo tetraédrico em 3D. Carvão e grafita
podem ser convertidos em diamante se submetidos a altíssimas pressões e
temperaturas, fora da presença de oxigênio. Mas isso é o diamante artificial.

Os diamantes naturais são formados a partir de minerais que contêm carbono, entre
140 a 190 Km de profundidade, na litosfera, abaixo das placas continentais estáveis,
por acreção, ou ainda em locais onde houve impacto de asteróide, uma vez que a
pressão varia de 4,5 a 6,0 GPa. A idade de formação desses diamantes oscila entre 1 a
3,3 bi de anos.

Não é por radiocarbono que se mede a idade de um diamante. Aliás, é quase


impossível dizer a idade de um diamante. Só podemos fazer isso se este contiver
traços de outros minerais em seu retículo cristalino, como aqueles elementos que
propiciem uma medição por datação absoluta como métodos de U-Pb, K-Ar, Sm-Nd,
Rb-Sr.

Diamantes não se formam a partir do carbono das plantas convertido em carvão.


Porém, podem se formar a partir de carbono de detritos (eclogitos) orgânicos
arrastados para as profundezas da terra por subducção, sendo em sua maioria
formados por carbono inorgânico das profundezas da terra (peridotito). Materiais
inorgânicos não têm radiocarbono, pois este se forma na atmosfera superior onde o
N-14 é bombardeado com nêutrons oriundos dos raios cósmicos, formando o C-14 e
liberando um próton, conforme já foi visto acima.

O C ao reagir com o O2 forma o CO2 que é absorvido por plantas e depois estas por
animais, incorporando-se a estrutura dos organismos. O C-14 decai no N-14, em uma
partícula beta e num antineutrino do elétron. Daí, não faz sentido dizer que foram
encontrados traços de C-14 em diamantes, pois carbono de minerais não se faz na
atmosfera. É aquele formado por reações de fusão nuclear dentro do núcleo das
estrelas, sendo que minerais demoram a se cristalizar e o fazem sob condições
especiais, nos núcleos de corpos celestes como planetas ou mesmo meteoritos.

Quando descobrimos traços de C-14 em poços de petróleo, geralmente a ocorrência


se dá por contaminação por bactérias ou por fontes subterrâneas de radiação devido
a decaimentos radioativos em estratos circundantes. No que se refere aos diamantes,
não teria nem como haver C-14 em sua estrutura cristalina, pois como visto, elas
demoram muito para se arranjarem no interior do planeta, muito mais que o tempo
para que todo o C-14 de uma amostra decaia. Assumir que se encontrou C-14 em um
diamante e para tal afirmar que a idade do planeta é menos de 4,5 bilhões de anos é
uma extrapolação muito grande, que nada mais é além de uma falácia non sequitur.

Não há qualquer trabalho publicado em bibliografia científica que demonstre esta


alegação.

Dessa forma, rechaçar uma possível contaminação do material por resíduo biológico

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é no mínimo imprudente e sem sentido, uma vez que diamantes são encontrados em
veios e, nestes veios seguramente pode haver contaminação biológica. Idem em
laboratório ao se limpar um diamante com determinado produto orgânico derivado
de álcool ou mesmo o fato de manusear o material.

Assim, tem de se tomar muito cuidado em dizer que um poço de petróleo tem 2 mil
anos ou que um diamante tem 58 mil anos. Temos de ver se há contaminação por
agentes e resíduos biológicos e se há estratos radioativos em suas proximidades.

Campo magnético:

Ainda, há um artigo que dá suporte ao anterior no que concerne à formação de C-14


em excesso devido à oscilação do campo magnético do planeta Terra.

O texto se encontra no site do ICR e se chama Earth Magnetic Field Young e afirma
que o campo magnético do planeta está decaindo e, ao que parece não admite suas
flutuações, exceto aquelas ocorridas durante o dilúvio [SIC!!!]. O campo magnético
da Terra oscila e se reverte de tempos em tempos e isso já aconteceu muitas vezes e
vai continuar acontecendo enquanto existir um núcleo de Fe fundido no interior do
Planeta. O campo magnético da Terra é revertido em intervalos que variam entre
dezenas de milhares de anos a alguns milhões de anos, com um intervalo médio de
aproximadamente 250.000 anos.

Evidências (sedimentos ferromagnéticos) apontam que a última ocorreu 780.000


anos atrás, referida como a reversão segundo Brunhes-Matuyama. Veja aqui, aqui e
aqui

O giro de 180 graus ocorre quando há uma mudança nos padrões de circulação do
ferro derretido que flui em torno do núcleo da Terra e, em conseqüência, como um
dínamo, é criado o campo magnético. A intensidade do campo acontece por um
período de tempo, antes que o ritmo de circulação seja estabelecido e uma nova
polaridade ocorra. Ainda não foi descoberto por quanto tempo o processo ocorre
antes que os novos pólos estejam estabelecidos.

O campo magnético da Terra não é tão simples como se acreditava. Além do dipolo
norte-sul, existe um campo magnético mais débil e disperso por todo o planeta,
provavelmente gerado no núcleo externo da Terra. De acordo com Brad Singer, um
campo magnético mais débil é crítico para a inversão geomagnética.

Se o dipolo mais potente (norte-sul) tem sua força de campo magnético reduzida para
um nível inferior de intensidade, comparada com a do campo magnético distribuído,
normalmente mais débil, a inversão geomagnética torna-se viável. Segundo Bradford
Clement, a reação para esse fenômeno é que na ausência do campo magnético norte-
sul, o núcleo da Terra desenvolve um campo secundário mais fraco com vários “mini-
pólos” na superfície. Veja aqui, aqui e aqui

Eventualmente, os dois pólos principais são estabelecidos outra vez, mas em lados
opostos do planeta, e restauram sua primazia. Dessa forma, achar que a queda no
campo magnético da Terra é evidência de uma Terra jovem, trata-se de mais uma das
criações dos criacionistas, ou seja, é puro nonsense.

Referências

Godwin, H (1962). “Half-life of radiocarbon”. Nature 195 (4845): 984.

Ramsey, C. Bronk (2008). “Radiocarbon Dating: Revolutions in Understanding

Davis W., Jr. (1977) “Carbon-14 production in nuclear reactors”. ORNL/NUREG

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/TM-12. U.S. Nuclear Regulatory Commission.

Jull, A.J.T.; Barker; Donahue; Barker, D., Donahue, D. J. (1985). “Carbon-14


Abundances in Uranium Ores and Possible Spontaneous Exotic Emission from
U-Series Nuclides”

Mitchell, Roger Howard. Kimberlites, Orangeites, and Related Rocks. New York:
Springer, 1995

204 – Concernente à ameba gigante encontrada recentemente nas profundidades


do Mar das Bahamas, como explicá-la levando em conta que se trata de um ser
unicelular, parecendo-se com os encontrados em fósseis datados de mais de 550
milhões de anos?

O fato de ser semelhante não significa que seja primitivo. Características primitivas
podem ser mantidas em grupos de animais recentes. Aranhas da família Liphistidae
na Ásia detém o abdomen segmentado, que é uma condição primitiva, mas são
grupos biológicos de espécies recentes que mantiveram tais características. Amebas
“gigantes” apenas demonstram que os seres unicelulares podem manter-se íntegros
ao longo e bilhões de anos e variar em outras características morfológicas ou
metabólicas.

205 – Por que estratos de rochas com a alegada que existiriam alegadamente há
milhares de milhões de anos contêm zircões, cuja idade, tendo por base o seu teor de
hélio, é de apenas 4.000 a 8.000 anos?

Em uma breve pesquisa nota-se que a pergunta foi construída segundo fontes não
científicas e tendenciosas, como a 95 theses e também essas: Larry Vardiman,
Andrew A. Snelling, Eugene F. Chaffin, Radioisotopes and the age of the Earth, Vol.
2, Institute for Creation Research, El Cajon, CA, 2005, page 56, também a ICR Acts &
Facts, Vol. 31. No. 10 October, 2002. e no Don DeYoung, Thousands … not Billions,
Challenging an Icon of Evolution, Master Books, 2005.

No universo, o He é o elemento mais abundante depois do hidrogênio. Estima-se que


representa 23% da massa total do universo. Análises espectrais indicam a existência
de grandes quantidades nas estrelas, onde é produzido pela reação da fusão nuclear
do hidrogênio. Na Terra é encontrado na atmosfera (proporção de aproximadamente
1 para 200 000), no gás natural e em rochas de alguns minerais, das quais pode ser
liberado por aquecimento.

A existência na atmosfera provém de partículas alfa emitidas por decaimentos


radioativos (as partículas alfa se tornam átomos de hélio pela captura de elétrons da
vizinhança), mas a proporção é pequena devido à neutralidade química e à facilidade
de escape em razão da baixa massa específica. Depósitos de gás natural em regiões
com minérios de urânio acumulam hélio porque esses minerais são emissores
naturais de partículas alfa.

O He é obtido em poços de petróleo, por meio da destilação do gás líquido, a baixa


temperatura, sendo que o gás natural contém cerca de 7% do gás. A maioria do hélio
existente na terra resulta do decaimento radioativo do urânio e outros metais
radioativos. Sua abundância na terra é cerca de 8 partes por bilhão e 23% em massa
no sistema solar.

Vejamos a série do Urânio:

205

De acordo com a figura acima, há diversos decaimentos alfa desde o U-238 até o

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Pb-206, o que significa que muitos núcleos de He podem se formar dentro de um


retículo cristalino de Zircão como será visto mais adiante.

O He foi isolado pela primeira vez em nosso planeta no ano de 1895 por Willian
Ramsay.

Ramsey tratou o mineral de urânio chamado clevita (uma variedade de uranita,


muito comum na Noruega), com ácidos minerais, por que até então acreditava-se que
o hélio estava presente somente no Sol.

Dessa forma, o He é um produto natural do decaimento de Urânio, pois se trata de


uma partícula alfa que capturou dois elétrons de suas redondezas e permaneceu
retida no retículo cristalino do mineral.

Lembre-se a equação do decaimento alfa é a seguinte:

XAz → YA-4Z-2 + α42

Ou seja, o isótopo pai perde 2 prótons e dois nêutrons o que demanda um rearranjo
em sua estrutura eletrônica, que o faz perder 2 elétrons. Assim:

α42 + 2e → He42

Assim, respeitada a série do U-238 que decai até Pb-206, do U-235 que decai até
Pb-207 e do Th-232, que decai até Pb-208, temos, respectivamente as seguintes
reações para a formação de He:

U-238 → Pb-206 + 8 He-4

U-235 → Pb-207 + 7He-4

Th-232 → Pb-208 + 6He-4

Dessa forma tanto o teor de Pb comparado com o de U assim como o teor de He


comparado com o e U pode ser formas de datar uma determinada rocha. É a medida
de tempo para a cristalização de um mineral [KLEIN & DUTROW. Manual de
ciência dos minerais. Porto Alegre, Bookman 23ª Ed. P. 410-411].

Ainda há outros isótopos instáveis presentes nas rochas que decaem emitindo
partículas alfa como ocorre com o Sm-147 ao decair em Nd-143.

Assim, a equação que quantifica a presença de He num mineral é dada por:

Onde λ representa as constantes de decaimento dos isótopos pais.

Esta metodologia é conhecida como relógio radioativo alfa-hélio

Antes do uso da espectrometria de massa em geocronologia isotópica, a datação por


hélio forneceu a maioria das datas utilizadas nas escalasde início do tempo
geológico. as idades datadas pelo método do He, no entanto, tendem a ser muito mais
baixas que aquelas fundadas em metodologias de decaimento de isótopos, pois o gás
escapa dor retículos cristalinos de minerais presentes em rochas.

Um evento térmico, que deixa a maioria dos relógios radioativos relativamente


intactos, pode ter um efeito drástico sobre o relógio radioativo de hélio, pois pode
reconformar os cristais e assim, permitir que o He escape.

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A datação por He pode ser utilizada para datar rochas do final do Cenozóico e do
Pleistoceno, uma vez que estas rochas e seus minerais não foram sujeitos à complexa
história das demais rochas e minerais mais antigos. Assim, é provável que todo o
hélio tenha permanecido retido nos retículos cristalinos dos minerais.

Fósseis, bem como minerais e rochas, podem ser datado pela metodologia do hélio. A
quantidade relativamente grande de hélio produzida em rochas pode tornar possível
estender esta metodologia para rochas e minerais jovens, em torno de algumas
dezenas de milhares de anos de idade.

A concentração de He é função tanto de sua produção quanto de sua taxa de perda


por difusão que pode ser modelada como uma função de tempo e temperatura, sendo
que as propriedades que descrevem esta perda por difusão foram estabelecidas pelas
leis de Arrhenius acerca da ativação térmica de volumes de difusão, havendo
parâmetros para cada tipo de mineral, cristal ou tamanhos de domínio de difusão
[Shuster, D.L., Flowers, R.M., and Farley, K.A. (2006), The influence of
natural radiation damage on helium diffusion kinetics in apatite,
Earth Planet. Sci. Lett., 249, 148-161.].

Uma complicação adicional para a datação por He reside no fato de que núcleos de
He viajam em média de 15 a 20 micrometros de distância de seus nuclídeos pais á
medida que são produzidos.

Com isso, dado que essas medidas são similares ao tamanho típico de um cristal,
requer-se uma correção para cima nas medidas de He ou para baixo no teor de Sm, U
e Th medidos, dado que parte deste He foi ejetado do mineral.[Farley, K.A., Wolf,
R.A., and Silver, L.T. (1996), The effects of long alpha-stopping distances
on (U-Th)/He ages, Geochim. Cosmochim. Acta, 60, 4223-4229.] e
[Hourigan, J.K., Reiners, P.W., and Brandon, M.T. (2005), U-Th
zonation-dependent alpha- ejection in (U-Th)/He chronometry,
Geochim. Cosmochim. Acta, 69 , 3349-3365.].

Essa correção de ejeção alfa varia de cerca de 20-40% da idade medida para zircão ou
cristais de apatita com tamanhos típicos. A incerteza associada à correção depende de
incertezas nas medições de dimensões do cristal, da correspondência de morfologias
cristalinas analisadas e originais, e da distribuição de nuclídeos pais, tanto dentro do
cristal como em aproximadamente 20 – mm no ambiente externo durante
acumulação de He na rocha.

Os dois últimos fatores são difíceis, a priori, de se quantificarem, e podem ser, em


grande parte, responsáveis pelo fato de que a reprodutibilidade observada de datacao
por He de vários cristais (tipicamente> 6-10%2 ) é significativamente pior do que a
precisão analítica(~2-3%, 2 ).

No entanto, até mesmo algumas amostras que necessitam de correções quanto à


ejeção de partículas em torno de 30%, apresentam aproximacao da reprodutibilidade
de precisão analítica e idades precisas, em comparação com as idades 40Ar/39Ar
sobre as mesmas amostras. [Blondes, M.B., Reiners, P.W., Edwards, B.R.,
and Biscontini, A.E. (2007), Dating young basalts by (U-Th)/He on
xenolithic zircons, Geology, 35 , 17-20.]

Isso indica que as correções na ejeção de partículas alfa pode ser bastante exata e
precisa, caso medidas microscopicamente apropriadas sejam feitas e caso se realizem
as devidas assunções quanto aos cristais datados.

Hoje a técnica de datação por “trítio-hélio” tem sido utilizada para investigar as taxas
oceânicas de utilização de oxigênio. Como exemplo, uma taxa aparente de utilização

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de oxigênio de 0,20 ± 0,02 mililitros por litro de água por ano foi obtida para a água
subtropical (com temperatura de 18 ° C ) no Mar dos Sargaços.[Jenkins. Tritium-
Helium Dating in the Sargasso Sea: A Measurement of Oxygen
Utilization Rates].

Assim, podemos concluir que a datação por He não se trata de um problema para a
geocronologia como, deliberadamente, de modo mentiroso afirmam os criacionistas.

A datação por He é uma forma a mais de se apurar a precisão da geocronologia,


desde que se considere a sua taxa de difusão par ao ambiente devido a possíveis
fraturas no retículo cristalino dos minerais que contenham o He armazenado.

Ainda, há que se ter em mente que rochas que passaram por processos repetidos de
fusão e metamorfismo não são adequadas á utilização da metodologia aqui discutida.

Portanto, a afirmativa de criacionistas é falsa e demonstra total desconhecimento ou


desonestidade deliberada quanto às metodologias de datação absoluta.

Saiba mais aqui, aqui, aqui e aqui

POPP, José Henrique. Geologia Geral. Ed. Gen.

TEIXEIRA, Wilson et al. Decifrando a Terra, 2ª Ed.. Companhia Ed. Nacional.

GROTZINGER & JORDAN.Para entender a Terra. Bookman.

POMEROL, Charles et al. Princípios de geologia. Bookman

ALBARÈDE, Francis. Geoquímica: uma introdução. Oficina de textos.

PASSOS & SOUZA. Química nuclear e radioatividade. Ed. Átomo.

206 – Como que a vida média dos elementos radioativos é constante, já que quando
os materiais radioativos são aquecidos a temperaturas de plasma, a meia-vida do
urânio-238, por exemplo, cai de 4,5 mil milhões de anos para apenas 2,08 minutos?

Edward Boudraux é o autor dessas alegações, é um criacionista da terra jovem (veja


aqui) Quanto às referências citadas, somente aparecem no site criacionista acima
citado. Dessa forma, podemos dizer que tais referências são, no mínimo duvidosas.
Vamos entender o que é plasma:

Em física e em química, o plasma é um dos estados físicos da matéria, similar ao gás,


no qual certa porção das partículas é ionizada. A premissa básica é que o
aquecimento de um gás provoca a dissociação das suas ligações moleculares,
convertendo-o em seus átomos constituintes. Além disso, esse aquecimento adicional
pode levar à ionização (ganho ou perda de elétrons) dessas moléculas e dos átomos
do gás, transformando-o em plasma contendo partículas carregadas (elétrons e íons
positivos). O plasma é considerado o quarto estado da matéria e, sob a influência de
um campo magnético, ele pode formar estruturas como filamentos, raios e camadas
duplas. A temperatura do plasma é normalmente medida em kelvins ou elétron-volts
e é, informalmente, uma medida da energia cinética térmica por partícula. Como o
plasma está em uma temperatura muito alta, a agitação de seus átomos é tão grande
que as colisões entre partículas são frequentes, não podendo mais o átomo ser
mantido coeso. Geralmente são necessárias temperaturas muito altas para sustentar
a ionização, a qual é uma característica definidora de um plasma. Pense na
temperatura de nosso Sol, cuja temperatura varia de 5800K na superfície a 15
milhões de K em seu centro. O Sol, tal como outras estrelas, é uma esfera de plasma
que se encontra em equilíbrio hidrostático entre as duas forças principais que agem

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em seu interior. Em sentido oposto ao núcleo solar, estas forças são as exercidas pela
pressão termodinâmica, produzida pelas altas temperaturas internas. No sentido do
núcleo solar, atua a força gravitacional. O grau de ionização do plasma é determinado
pela “temperatura do elétron” relativa ao potencial de ionização (e, com menos
intensidade, pela densidade), numa relação chamada equação de Saha, abaixo
descrita para um gás composto de uma única espécie atômica.

imagem

Onde:

Em baixas temperaturas, os íons e elétrons tendem a se recombinar para o seu estado


ligado (átomos) e o plasma acaba se convertendo em um gás.

Ainda que se aquecesse um elemento como o U-238, a equação que rege o


decaimento radioativo, no tocante a meia vida é dada por:

Como se pode notar, ela não é função da temperatura.

e = base neperiana;

e = carga do elétron

h = constante dePlanck/(2*π) = 1,05457168 * 10-34J.s ou 6,58211915* 10-16 eV.s;

m = massa da partícula alfa;

E = energia cinética das partículas alfa.

Z = número de prótons do núcleo após a ejeção da partícula alfa, sendo Z*e = carga
nuclear;

εo = permissividade do vácuo = 8,8541878176×10-12 F/m;

r = distância a partir do núcleo.

r’ = raio nuclear, onde V(r) > E;

r’’’ = distância onde V(r) < E;

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V(r) = 2 *e2*Z /(4*εo*π*r)

A estabilidade nuclear depende diretamente da relação entre o número de nêutrons e


prótons (n/p), no que se refere ao equilíbrio das forças nucleares entre os pares p-p,
n-n e p-n e da força de repulsão de Coulomb entre os prótons.

As relações entre prótons e nêutrons, no que se refere aos isótopos estáveis, originam
o “cinturão de estabilidade”. Neste diagrama, os núcleos instáveis podem estar acima,
abaixo ou entre os extremos do cinturão de estabilidade.

Para os núcleos que se encontram acima do cinturão de estabilidade, sua relação n/p
é muito alta, sendo que a diminuem emitindo nêutrons (desintegração beta). Ou seja,
convertem nêutrons em prótons.

Para os núcleos que estão abaixo sua relação n/p é baixa, sendo que a aumentam por
emissão de pósitron. Ou seja, convertem prótons em nêutrons.

Os núcleos que estão nos extremos do cinturão de estabilidade apresentam núcleons


(prótons e nêutrons) demais para serem estáveis. Assim, decaem por meio de uma
emissão alfa, se livrando de dois prótons e dois nêutrons.

Os núcleos que estão nessas faixas têm de decair em núcleos que se encontram
dentro do cinturão de estabilidade, ou ao menos em núcleos próximos a ele.

A linha de estabilidade descrita pela carta de nuclídeos, dada acima, corresponde á


parte mais profunda do vale, quando acrescenta-se à carta de nuclídeos o eixo
correspondente à energia de ligação dos isótopos.

imagem

A estabilidade de um núcleo é medida por meio de sua energia de ligação, energia


que é libertada quando ele é formado a partir dos prótons e nêutrons componentes,
sendo essa energia expressa por núcleon.

Logo, os nuclídeos situados na encosta rica em prótons decaem em direção ao vale


emitindo pósitrons (conversão de um nêutron em próton) e os nuclídeos situados na
encosta rica em nêutrons decaem em direção ao vale emitindo elétrons (decaimento
beta – próton convertido em nêutron).

Os nuclídeos instáveis, situados acima do estreitamento do vale, decaem para o


interior do vale por decaimento alfa, decaimento beta ou por fissão espontânea.

Os processos de decaimento obedecem às leis de conservação que devem ser


respeitada por todos os processos físicos como: conservação da massa-energia
relativística; a carga elétrica; o momento linear; o momento angular; o número de
núcleons e o número de léptons.

Mesmo que se levasse o elemento químico ao estado de plasma, tal decaimento não
seria acelerado. Embora o estado de plasma ionize um gás, se tal decaimento
acelerado acontecesse, toda a estrutura atômica e constantes envolvidas na equação
da meia vida se alterariam. Assim, mesmo elementos estáveis cairiam na faixa de
instabilidade presente na carta de nuclídeos e, com isso até mesmo o hidrogênio, o
deutério, trítio, hélio, lítio e demais elementos químicos decairiam quando em uma
estrela.

Os elementos químicos são sintetizados nas estrelas que é o que se denomina


nucleosíntese estelar e isso acontece devido à fusão nuclear que é ocasionada pelo
calor, exatamente como funciona uma bomba de hidrogênio.

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Estrelas do tamanho do sol chegam até a síntese do ferro por meio da fusão nuclear
normal, uma vez que, ao se tornarem gigantes vermelhas essas estrelas aumentam
seu calor conforme demonstra o diagrama de Hertzsprung Russell, abaixo.

imagem

Portanto, se tal alegação presente na pergunta fosse verdadeira, a química como a


conhecemos não existiria e tampouco o universo, estrelas e planetas. Mito
derrubado!!!!

207 – Por que, tendo por base o calor que é irradiado pelo interior da Terra, a
quantidade de hélio que emerge do interior da Terra corresponde a apenas 4% da
quantidade que seria de esperar se a Terra tivesse 4,5 mil milhões de anos?

Essa informação foi extraída do 95 theses que não é uma entidade científica, de fato,
nem mesmo seu ceticismo é cientificamente justificável (Leia mais sobre o assunto
aqui)

As dúvidas apontadas pelo site de onde foi extraída a pérola, resumidamente, são as
seguintes:

A quantidade de calor produzido durante o processo de “decomposição” de U e Th


deve corresponder à quantidade de hélio escapar da crosta terrestre. Onde a
afirmação já se inicia errada. ISÓTOPO RADIOATIVO NÃO SE DECOMPÕE, MAS
DECAI. O texto ainda afirma que as quantidades de perda de He foram medidas, o
que será abordado mais adiante.

O texto aponta três dúvidas:

Coloca em dúvida o equilíbrio entre a produção e o escape de He atmosférico como se


não tivesse ocorrido desde os primórdios do planeta (4,5 bilhões de anos atrás).

Coloca em dúvida o fato de a Terra ainda manter seu aquecimento, ainda que
originado por decaimento de isótopos radioativos, achando que o planeta já deveria
ter esfriado.

Aponta que um modelo de Terra antiga não é coerente com a quantidade de He


presente na atmosfera, nos dias atuais. Ainda não tem informação de que pode
ocorrer escape desse gás e coloca que núcleos de He podem ser adicionados a
atmosfera por vento solar.

Acompanhe a discussão; quando uma rocha cristaliza, ela forma o retículo cristalino,
que é semelhante a uma gaiola. Obviamente que se a rocha estiver rachada, os gases
podem escapar. Mas a quantidade que escapa é tão ínfima que não altera em nada
nossos objetivos.

Entretanto, como sempre, em tudo que criacionistas criam, impera a mentira. He não
se trata de um subproduto do decaimento da série do U-238 e nem do U-235 levam
ao He, mas ao Rn-222 o qual se mantém aprisionado no retículo cristalino, sendo sua
meia vida de 3,8 dias e depois decai em Po-218.

O He-4 é oriundo do decaimento alfa (2p e 2n) que ocorre na série do Urânio, sendo
que esta partícula alfa ao encontrar-se com elétrons, dentro da rocha, acaba por
combinar-se e formar um núcleo de He. Quando um isótopo sofre um decaimento
alfa, sua estrutura eletrônica também muda. A equação do decaimento alfa é dada
por:

XAz → YA-4z-2 + α42

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Uma vez que nosso isótopo pai perdeu 2 prótons, para se estabilizar deverá perder 2
elétrons e são estes elétrons que se unem a nossa partícula alfa, que é um núcleo de
He ionizado e assim formam o He42 estável. Esse é o He presente na atmosfera
terrestre.

O He é o segundo elemento mais abundante no universo, sendo resultante da fusão


entre núcleos de H dentro das estrelas, cujas reações seguem abaixo:

41H → 22H + 2e+ + 2νe (4.0 MeV + 1.0 MeV)

21H + 22H → 23He + 2γ (5.5 MeV)

23He → 4He + 21H (12.9 MeV)

Cuja reação reduzida é dada por:

41H → 4He + 2e+ + 2γ + 2νe (26.7 MeV)

Mas o He estelar não nos interessa para a datação radioativa, pois é produzido ao
longo de quase todo o decaimento do U-238. O que nos interessa é o U-230 e o
Pb-206, ou seja, as duas pontas.

Mais uma vez a mentira impera!!! O He pode sim escapar da atmosfera a taxas
calculadas quase que ao mesmo nível das taxas de produção.

Ou seja, a ideia de uma Terra jovem com base no He é falsa, não se sustenta.

Por que?

Bom, Banks e Holzer (em Banks, P. M. & T. E. Holzer. 1969. “High-latitude plasma
transport: the polar wind” in Journal of Geophysical Research 74, pp. 6317-6332.)
mostraram que o vento polar contabiliza uma fuga de 2 a 4 x 106 ions/cm2 /seg de
He-4, que é próxima ao fluxo estimado de produção de (2.5 +/- 1.5) x 106
átomos/cm2/seg.

Cálculo para o He-3 levam a resultados similares, ou seja, a uma taxa virtualmente
idêntica ao fluxo de produção estimado.

Outra possível causa do escape de He da atmosfera é a interação do vento solar com a


atmosfera superior durante curtos períodos em que o campo magnético terrestre se
apresenta menos intenso, isto é, quando este campo está se revertendo o que é muito
comum acontecer. Segundo [Sheldon, W. R. & J. W. Kern. 1972. “Atmospheric
helium and geomagnetic field reversals” in Journal of Geophysical Research 77, pp.
6194-6201.] estima-se que houve cerca de 20 reversões geomagnéticas nos últimos
3,5 bilhões de anos.

Tal reversão pode ser verificada em basaltos, sedimentos marinhos e devido a


anomalias geomagnéticas no assoalho oceânico [Vacquier, Victor (1972).
Geomagnetism in marine geology (2nd ed.). Amsterdam: Elsevier Science. p. 38.].
Estas reversões se encontram gravadas em óxidos de ferro presentes em minerais
ferromagnéticos.

Possivelmente, essas variações no campo magnético terrestre pode ser uma das
causas de equilíbrio nas proporções de He produzida e perdida.

Teoria cinética dos gases elaborada por Daniel Bernoulli diz que os gases consistem
em um grande número de moléculas se movendo em todas as direções, onde elas
colidem entre si e esse impacto causa uma pressão na superfície de contato que

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podemos sentir.

Isso é uma relação entre temperatura e a velocidade das partículas, em que, por amos
à brevidade e ao bom senso, não entraremos no mérito de sua discussão. É suficiente
saber que a teoria cinética de gases nada tem a ver com taxa de escape de gases para o
espaço. O escape de He se relaciona à massa da molécula de He, cuja interação com a
gravidade terrestre é muito pequena e sua densidade em relação a outros gases é
baixa, somente sendo menor que a da molécula de H. Assim, a força gravitacional
atua mais intensamente na molécula He que na molécula de H.

Sobre o escape de He e H segue o artigo [Scientific American, n 85 – artigo


Vazamento de Atmosferas Planetárias]:

Um planeta pode adquirir uma atmosfera com os gases fluindo do seu interior, pode
capturar materiais voláteis de cometas e asteróides que o atingem ou ter gravidade
suficiente para atrair gases do meio interplanetário.

Todavia é importante saber como os planetas perdem atmosfera, mais do que como
eles adquirem uma.

A atmosfera terrestre gradualmente perde gases para o espaço, porém essa taxa é
pequena. Para o H e o He, a taxa é de 3Kg e 50 G por segundo, respectivamente, o
que em escala geológica é bem significativo.

Mas como se dá este escape?

1 – Por escape térmico – é o mais comum e simples dos processos. O sol aquece todos
os corpos do sistema solar. Para se livrarem desse calor valem-se de 2 formas:

– perda de matéria; mais comum em cometas.

– emissão de radiação infravermelha; este é o processo mais comum em corpos de


vida longa como a Terra. Este aquecimento pode causar a perda da atmosfera, se o
aquecimento solar exceder até certo limite que depende da força de gravidade do
corpo.

O escape térmico ocorre de duas formas:

1.1 – Escape de Jeans: O ar evapora átomo por átomo, molécula por molécula no topo
da atmosfera, em um local conhecido como exobase (500 Km acima da superfície
aqui na Terra). Porém o processo para atingir a exobase é lento.

Aqui o ar é tão tênue que raramente as partículas de gás colidem. Porém, nada
impede que partículas com velocidades suficiente escapem para o espaço,
sobrepujando a força de gravidade.

Poucas moléculas atingem a exobase, mas algumas moléculas de água e metano


atingem a estratosfera, se decompõe e liberam H, que se difunde até atingir a
exobase.

A exobase tem temperatura de 1000K e as moléculas atingem uma velocidade média


de 5Km/s, inferior a velocidade de escape que é de 10,8 Km/s a esta altura, porém a
amplitide dos dados é grande e as moléculas com grande velocidade conseguem
escapar.

O escape de Jeans é responsável por cerca de 10% a 40% do escape de H.

1.2 – escape hidrodinâmico ou vento planetário: o ar quando aquecido pode fluir em

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grande quantidade. A atmosfera superior absorve UV o que a esquenta e a faz


expandir-se, deslocando o ar para cima.

Isso acelera suavemente o ar e o faz atingir a velocidade de escape.

O hidrogênio ao fluir pode capturar e arrastar moléculas mais pesadas, a uma taxa
que diminui com a massa da partícula.

A evidência para a ocorrência de que este escape possa ter ocorrido nos primórdios
da Terra é dada por 3 pistas:

1.2.1 – Gases Nobres – se estes não escapassem, permaneceriam na atmosfera


indefinidamente, uma vez que são inertes. a abundância de seus isótopos seria
similar aos seus valores iniciais, que são equivalentes aos do Sol, pois todos os corpos
do sistema solar se originaram na mesma nebulosa.

1.2.2 – estrelas são fontes de UV, que possibilita o escape hidrodinâmico e o sol não é
exceção. 1.2.3 – Planetas terrestres jovens podem ter tido atmosferas ricas em H
(redutoras), sendo que o H advém de reações entre a H2O e o Fe, a partir de gases de
nebulosas ou de moléculas de H2O quebradas pela RUV, lembrando que nos
primórdios da Terra ela era quente e houve intenso bombardeio de asteróides o que
propiciou a H2O estar em estado gasoso. Sem duvida isso propiciaria o escape
hidrodinâmico e o arraste de outros gases com a consequente perda para o espaço.

2- Por escape não térmico: aqui, reações químicas ou o choque de partículas, acima
da exobase, catapultam átomos à velocidade de escape.

Este tipo de escape pode envolver íons, partículas que normalmente ficam presas ao
planeta devido ao campo magnético seja ele global (do planeta) ou localizado (devido
a um vento solar).

Com a troca de carga, um íon de H colide com um H neutro e captura seu elétron.
Resultado: um H neutro com alta velocidade e imune ao campo magnético. Este
processo responde pela perda de 60 a 90% do H terrestre.

Outro ponto é a armadilha magnética planetária, formada por linhas de campo


magnético que não se fecham de pólo a pólo, uma vez que são dragadas pelo vento
solar. É por essa abertura que os íons escapam, após vencer a gravidade.

Somente o H e o He conseguem tal façanha e essa corrente resultante de partículas


carregadas é denominada de vento polar e responde por 10 a 15 % das perdas de H e
quase pela totalidade das perdas de He (embora um gás nobre, pode ser ionizado).

Estes íons leves podem levar outros íons consigo, sendo que, no passado, se o vento
polar fora mais forte, poderia mesmo ter carregado o Xe.

A evidência para tal é que o Kr, que não tem o mesmo padrão isotópico do Xe,
embora mais leve, deveria ser mais propenso a escapar, mas resiste à ionização,
sendo que o vento polar não o afetaria.

3 – No escape fotoquímico, moléculas de O, N e CO2 se deslocam para a atmosfera


superior, onde o Sol as ioniza.

Estas, ao se recombinarem com elétrons ou colidirem com outro íon ocorre a


separação de dessas moléculas em átomos devido à energia liberada com o choque.
Tais íons têm velocidade suficiente para escapar para o espaço.

A ejeção ocorre quando não há campo magnético, o que deixa a atmosfera vulnerável

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ao vento solar. Este colide com os íons, há troca de carga o que propicia seu escape.

A ejeção e o escape fotoquímico respondem pela perda da atmosfera de Marte.

4 – Por queda de asteróide. Se estes forem grandes e rápidos o suficiente serão


vaporizados e ao mesmo tempo, vaporizarão uma massa equivalente da superfície. A
nuvem de gás se expande com velocidade maior que a de escape e empurra a camada
de ar acima dela.

Assim, quanto maior o impacto, maior o cone de atmosfera ejetado.

Em conclusão, conforme o acima explicado, escape de He ou de H não é metodologia


coerente para se avaliar a idade do planeta Terra.

O He pode escapar do planeta por muitas via e conforme demonstrado, sua taxa de
escape é muito próxima de sua taxa de produção, o que invalida a tese criacionista de
que a quantidade de He atestaria uma “Terra jovem”.

Referências utilizadas:

E. Ronald Oxburgh und R. Keith O´Nions, Helium Loss, Tectonics, and the
Terrestrial Heat Budget, Science 237, 25 September, 1987, pages 1583–1588.

O artigo científico pode ser acessado aqui.

Melvin A. Cook, Where is the Earth´s Radiogenic Helium?, Nature 179, 26 January,
1957, page 213.

Carta a Revista Nature

208 – Como explicar as incongruências filogenéticas observadas em toda a parte


na árvore universal, desde a sua raiz até aos principais ramos dentro e entre as
diversas taxa até à elaboração dos próprios grupos primários?

Não há incongruências. Há evidencia demonstrando que membranas e enzimas nos 3


filos da biologia são homologas, há evidencias demonstrando relacionamento
filogenético com base em genes. Há evidencias fosseis sobre o relacionamento
filogenético entre diversos grupos e evidências macroevolutivas e que espécies geram
espécies segundo mecanismos evolutivos. Por exemplo, sabe-se que Bactérias,
Archaeas e Eucariotos apresenta genes homólogos na síntese da membrana celular,
onde Bactérias e Eucariotos usam a via G3P para síntese e Archaeas G1P. Ou mesmo
que a relação endossimbiótica entre eucariotos e mitocôndrias não é irredutível. Há
artigos científicos sustentando essas afirmações com base no método científico.

209 – Como explicar o fato de que, a maioria dos filos de animais que está
representada no registro fóssil aparece pela primeira vez, ‘plenamente formada’, no
Cambriano? “As novas espécies geralmente aparecem no registro fóssil
subitamente, não conectadas com seus ancestrais por uma série de formas
intermediárias.” Ernst Mayr, biólogo evolucionista.

Esta pergunta já foi respondida na questão 68 e tantas outras. Elas estão sim
conectadas, a grande maioria dos grupos que surgem pertencem ao filo dos
artrópodes. E outros a filos que foram extintos. Isso é uma conexão.

210 – Como explicar o “grande mistério” em que um processo não-dirigido de


mutação, combinado com a seleção natural, resultou na criação de milhares de
novas proteínas com funções extraordinariamente diversas e bem otimizadas?

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A origem de informação genética explica isto. Há processos biológicos que permitem


o aumento do material genético e respectivas mutações nestas copias geram novos
pseudogenes, genes e consequentemente proteínas. A otimização pode ser feita pela
função que a proteína tem em um gene e como a seleção natural pune com a morte
aqueles nas quais a informação tem efeito negativo. Sendo assim, segundo a teoria da
informação, a seleção natural atua como demônio de Maxwell eliminando
informações defasadas. Somente mantendo vivos aqueles indivíduos com
características diferenciais, seja ela estrutura morfológica, comportamento, síntese
de proteínas com algum valor adaptativo no metabolismo ou na fisiologia do animal.

211 – Se os processos atuais de importação e exportação de sal dos oceanos do


mundo tivessem durado 3,5 Bilhões de anos, os oceanos deveriam agora conter 56
vezes mais sal do que realmente têm. Por que os oceanos não são 56 vezes maiores
do que vemos hoje, levando em conta a taxação evolucionista para a idade do nosso
planeta?

As teorias científicas que explicam as origens do sal marinho iniciaram com as idéias
de Robert Boyle e Edmond Halley.

Esta teoria propôs que os sais e outros minerais tinham sido transportados para o
mar pelos rios, tendo sido carregados a partir das terras, devido às chuvas, que
erodiram rochas e carregaram particulado para os mares, no que consiste no
fenômeno da lixiviação.

Ao alcançar os oceanos estes sais foram retidos e concentrados pelo processo de


evaporação, conforme o ciclo hidrológico o qual se relaciona à evaporação da água.

Esta idéia foi mantida por Lavoisier, que considerava o oceano como uma vasta bacia
de decantação das águas fluviais, o que gerou o famoso paradoxo: “é a água doce que
salga a água do mar”.

Halley notou que do pequeno número de lagos no mundo que não têm saídas para o
oceano (como o Mar Morto e o Mar Cáspio), a maioria tinha alto teor de sais. Este
processo foi denominado de “intemperismo continental”.

Entretanto, a teoria proposta por Boyle, Halley e Lavoisier estava correta em parte.

Podemos classificar os sedimentos marinhos em cinco tipos [TEIXEIRA, Wilson


et al. Decifrando a Terra. 2ª Ed. São Paulo: Companhia Editora
Nacional, 2009, p. 376 – 391]:

1) Precipitados de sais a partir da água do mar (depósitos autigênicos);

Os sedimentos autigênicos, encontrados nas margens continentais ou nos assoalhos


das bacias oceânicas, onde ocorrem condições físico-químicas adequadas à
cristalização de minerais, a partir da água do mar. Estas condições são: temperatura,
Eh- potencial em volts e Ph – concentração de íon H+, representam as fases estáveis
de equilíbrio de um sistema eletroquímico. Segue um exemplo desse diagrama
abaixo:

2) Sedimentos biogênicos, oriundos de matéria orgânica a partir da vida marinha e


terrestre (depósitos biogênicos);

Os sedimentos biogênicos ocorrem em assoalhos das bacias oceânicas onde a entrada


de material terrígeno é limitada e dependem de condições físico-químicas que
determinam a solubilidade da sílica (depósitos silicosos) e do carbonato de cálcio
(depósitos carbonáticos).

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3) Produtos vulcânicos e hidrotermais oriundos de atividade vulcânica marinha


(depósitos vulcanogênicos);

Os sedimentos vulcanogênicos, presentes apenas em áreas onde ocorre a atividade


vulcânica, tais como cadeias oceânicas, hot spots ou em zonas com atividades
hidrotermais. Estes sedimentos se fazem presentes em regiões muito restritas dos
oceanos.

Quanto ao hidrotermalismo, há as fontes quentes, que se dividem em fumarolas


negras que emitem água em torno de 350 °C, há 2700 m abaixo no oceano (devido a
pressão, a água não ferve), sendo seu particulado rico em sulfetos; fumarolas brancas
que emitem água entre 30 e 330 °C, carregadas de sulfato de bário.

As demais fontes de hidrotermalismo são: domos de óxido de ferro e manganês e


campos de sulfetos polimetálicos em edifícios colunares entre 1 e 8 m de altura por 5
m de diâmetro.

4) Depósitos oriundos da lixiviação e formados na base de desembocaduras de


grandes rios (depósitos terrígenos);

Os sedimentos terrígenos são formados quase que exclusivamente por argilas


transportadas em suspensão e se encontram em ares de desembocaduras de grandes
rios. Estes sedimentos se depositam em regiões onde a sedimentação de partículas de
outra natureza não é propícia.

5) Fragmentos cósmicos vindos do espaço a partir de meteoritos (depósitos


cosmogênicos).

São formados por fragmentos de asteróides ou cometas ou ainda a partir de restos de


planetas desintegrados. Variam de tamanho, desde simples poeira a corpos celestes
com quilômetros de diâmetro, alcança a superfície da Terra.

Dividem-se em: aerólitos – meteoritos rochosos que podem ser côndritos (contêm
côndrulos- grãos arrendondados, formados pela condensação da matéria bruta na
forma de poeira cósmica que estava dispersa no disco proto-planetário que deu
origem ao sistema solar.) e acôndritos (não contêm côndrulos), sideritos –
meteoritos metálicos ou siderólitos meteoritos metálico-rochosos.

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Mapa de distribuição atual dos sedimentos nos fundos oceânicos

Ao se comparar a composição química média da crosta continental, onde


preponderam o silício e o alumínio, a do fluxo anual dos rios, onde preponderam
sulfatos e carbonatos de cálcio e de silício, com a água do mar, na qual se sobressaem
os cloretos e o sódio, a idéia acerca da lixiviação não resiste.

Outro ponto é que mares fechados como o Mar de Aral, o Mar Morto e o Mar Cáspio
não possuem balanço iônico como ocorre com os oceanos. Ainda, a presença de
elementos como rádio, ítrio, escândio e lantânio (em proporções muito baixas),
demonstra que os oceanos e a crosta terrestre possuem uma origem comum.

Consideremos ainda que a concentração de sal na água da chuva é de 7,1 mg/l, 17


vezes menor que a dos rios; a dos rios é de 118,2 mg/l, 300 vezes menor que dos
maré, cuja média mundial do teor de salinidade é de 34,72‰ ou 34,72 g/l.
[POMEROL, Charles et al. Princípios de Geologia. 14ª Ed. Porto Alegre:
Bookman, 2013, p. 174 – 185]

A água do mar contém em solução 77,5% de cloreto de sódio, 10,8% de cloreto de


magnésio, 5% de sulfato de magnésio e em menores proporções sulfato de cálcio e de
potássio, carbonatos e bromatos.

Os íons solúveis nas águas dos rios provêm de alteração química da crosta
continental.

Os rios possuem 35% de íons carbonato, enquanto os mares têm apenas 0,21%; nos
rios há 20,3% de íons cálcio, enquanto que no mar há 1,2%; nos rios há 5,5% de íons
cloreto; nos rios há 11,7% de sílica, enquanto que nos mares há apenas traços. Com
isso, há a indicação de que os sais marinhos tiveram origem diversa daquele dos rios.
[POPP, José Henrique. Geologia Geral. 6ª Ed. Rio de Janeiro, LTC, p.
203 – 236]

Entretanto, para os cloretos, os rios não seriam seus provedores, sendo que a maior
parte desses cloretos é oriunda de cloretos marinhos reciclados, graças aos aerossóis

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ou sais cíclicos.

Seguindo o autor, o balanço iônico da água dos rios é bem diferente daquele da água
do mar, principalmente no que se refere aos íons cloreto e sódio.

Assim, os dados acima invalidam a tese de uma reconcentração das águas da chuva e
continentais nos oceanos.

Logo, levantar o problema acerca da salinidade do mar é o mesmo que inquirir sobre
origem dos oceanos. É remontar a acreção planetária, o que nos leva a uma origem
cósmica da salinidade oceânica.

Em caso de ter ocorrido uma acreção homogênea, a desgaseificação do manto levou á


formação da atmosfera e da hidrosfera, com a dissolução parcial de gases liberados
pelo manto (halogênios, nitrogênio e enxofre).

A lixiviação dos diferentes embasamentos, no decorrer da fase de diferenciação,


resultou em uma hidrosfera, que já possuía uma forte salinidade.

A lixiviação posterior da crosta terrestre (aporte fluvial) e oceânica (hidrotermalismo


submarino) introduziu somente modificações menores e uma regulação do sistema.
Assim, pode-se considerar o oceano como um sistema químico em equilíbrio
dinâmico, em que as entradas e saídas de água e sais minerais se compensam.

Ainda há que se considerar o tempo de residência oceânica, dado em anos para um


elemento químico, que é a razão existente entre a massa total do elemento dissolvido
no oceano e a taxa anual de aporte ou saída. Essa medida é aproximada, pois até a
década de 70 o hidrotermalismo era desconhecido e não se aceitava muito a teoria de
Wegner da deriva continental.

De acordo com o exposto, a maioria dos tempos de residência é calculada com base
no aporte fluvial e na sedimentação. Mas essa medida é útil, pois demonstra o
período de tempo no qual um elemento químico, na forma de um íon permanece em
solução até sedimentar-se. Assim, há uma relação entre tempo de residência de um
elemento químico e o seu teor na água do mar, conforme o gráfico abaixo:

Sem título

Quanto ao sódio, foi dissolvido em água quando os oceanos começaram a se formar,


uma vez que estava depositado nas camadas inferiores do solo que viria a formar o
leito oceânico.

A presença dos outros íons dominantes como cloreto, resultaram do escape de gases
a partir do interior da Terra, através de vulcões e fontes hidrotermais, na forma de
ácido clorídrico.

O sódio e o cloreto reagiram formaram o constituinte mais abundante da água do


mar, o cloreto de sódio. Mas há outros íons dissolvidos na água do mar, segundo
segue na tabela ao lado.

Sem título

A salinidade do oceano tem se mantido estável ao longo das eras, com ligeiras
variações, provavelmente como uma consequência de um sistema tectônico/químico
que recicla os componentes da água, o leito marinho e a água do oceano em si
mesma.

Existem algumas evidências que a composição da água do mar tem se mantido

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constante há bilhões de anos devido ao balanço entre a entrada de sais,


principalmente via rios e fontes hidrotermais, e a saída, principalmente via
sedimentação e formação de depósitos de sais.

No entanto, análises recentes realizadas com gotículas de água do mar de épocas


passadas, conservadas no interior de cristais de sal, constataram mudanças na
concentração de componentes químicos dissolvidos nas águas dos oceanos ao longo
das últimas centenas de milhões de anos. [Thurman, H.V., 1994 – Introductory
Oceanography. Macmillan Publ., New York.] e [Baptista Neto et al.,
2004. Introdução à Geologia Marinha. Ed. Interciência, Rio de Janeiro.]

A pergunta elaborada por criacionistas maldosamente possui uma resposta implícita


em seu questionamento, a de que a idade geológica do planeta é falsa. E, para tal se
baseia em uma premissa completamente equivocada que apenas demonstra a falta de
conhecimento na área da geologia.

Esse desconhecimento se verifica em varrer para baixo do tapete toda a teoria da


tectonia de placas, desenvolvida na década de 1940 por Alfred Wegner e detectada
pela primeira vez em 1960 por Robert Palmer e Donald Mackenzie [Mc Kenzie, D.;
Parker, R.L. (1967). “The North Pacific: an example of tectonics on a
sphere”. Nature 216 (5122): 1276–1280.].

Dessa forma, o teor de sal nos mares pode variar ao longo do tempo, para mais e para
menos, dependendo das condições climáticas.

Tampouco, esse teor é alterado pelos volumes de água dos rios que deságuam no
mar, sendo o maior responsável pelo teor de sais nos oceanos o próprio leito
oceânico, o qual é reciclado.

Assim, como se pode perceber, o sal presente nos oceanos, ou qualquer outro
composto químico ou elemento químico não é uma medida de tempo para a idade da
Terra, como mentirosamente os criacionistas afirmam em seus jogos retóricos.

Veja também:

http://www.uff.br/ecosed/Origens.pdf

http://www.mares.io.usp.br/iof201/c3.html

http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81gua_do_mar

http://journals.tubitak.gov.tr/earth/issues/yer-11-20-5/yer-20-5-1-1005-11.pdf

http://yak.ifz.ru/pdf-lib-yak/SP1050-277.pdf

http://www.scotese.com/

http://science1.nasa.gov/science-news/science-at-nasa/2000/ast06oct_1/

BAPTISTA NETO et al., 2004. Introdução à Geologia Marinha. Ed. Interciência, Rio
de Janeiro.

GROTZINGER, John & JORDAN, Tom. Para entender a Terra. 6ª Ed. Porto Alegre:
Bookman, 2010.

MC KENZIE, D.; PARKER, R.L. (1967). “The North Pacific: an example of tectonics
on a sphere”. Nature 216 (5122): 1276–1280.

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PINET, Paul R. (1996). Invitation to Oceanography. St. Paul: West Publishing


Company. pp. 126, 134–135.

POMEROL, Charles et al. Princípios de Geologia. 14ª Ed. Porto Alegre: Bookman,
2013.

POPP, José Henrique. Geologia Geral.6ª Ed. Rio de Janeiro, LTC.

REDFERN. Ron. Origins – The evolution of continents, oceans and life. Oklahoma:
2001, University of Oklahoma.

STEWART, Iain & LYNCH, John. Earth the biography. National Geographic
Washington – DC.

TEIXEIRA, Wilson et al. Decifrando a Terra. 2ª Ed. São Paulo: Companhia Editora
Nacional, 2009.

THURMAN, H.V., 1994 – Introductory Oceanography. Macmillan Publ., New York.

E.K. Berner und R.A. Berner, The global Water Cycle, (Englewood Cliffs, NJ:
Prentice_Hall Inc., 1987);

Bryan Gregor et al., Chemical Cycles in the Evolution of the Earth, 1988;

Steven Austin und D. Russel Humphreys, The sea´s missing salt, Proceedings of the
Second International Conference on Creationism, 1990, pages 17–33;

Detlef Busche, Reza Sarvati und Ulf Siefker, Kuh-e-Namak: Reliefgeschichte eines
Salzdoms im abflusslosen zentraliranischen Hochland, Petermanns Geographische
Mitt. 146/2, 2002, pages 68–77.

Manfred Stephan, Langzeitproblem: Entstehung eines Salzbergs im Iran, Studium


Integrale, April 2007, pages 12–20.

212 – Como explicar o fato de a evolução darwiniana — quaisquer que sejam suas
virtudes — não fornecer uma heurística frutífera em biologia experimental? Por que
então ela é considerada a pedra angular da biologia experimental moderna?

A evolução é sim um eficiente método criado com o objetivo de encontrar


soluções para questões da biologia. Explica a diversidade biológica e sua aplicação
experimental permite melhoria na qualidade de anti-bióticos, agricultura, pecuária,
psicologia, medicina e até em controle de animais sinantrópicos. É exatamente por
essa razão que é uma ciência pilar da biologia.

213 – Por que os cálculos baseados na quantidade de níquel anualmente


transportada pelos rios até aos oceanos do mundo e no atual teor de níquel dos
oceanos indicam que os processos de trabalho de hoje poderiam ter continuado até
um máximo de 300.000 anos?

Henry Morris

Henry Morris

Essa pergunta é respondida pela pergunta 211, no que se refere aos sistemas de
reciclagem dos leitos oceânicos e de remoção de íons da água do mar. A pergunta foi
retirada originalmente do 95 theses. Um dos argumentos a favor de uma terra com
idade recente repetidos com mais freqüência pelo criacionista Henry Morris centra-
se no fluxo de sedimentos dos rios para os oceanos.

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O raciocínio de Morris é o seguinte: “se medirmos a quantidade de alguns minerais,


como níquel, sódio, estanho ou magnésio, sendo lançados nas bacias oceânicas pelos
rios do mundo cada ano, e depois medirmos a quantidade destes minerais que já foi
depositada nos oceanos, podemos presumivelmente calcular quantos anos levaria
para acumular estes sedimentos.

Conseqüentemente, poderíamos medir a idade dos oceanos (e presumivelmente da


Terra). Morris apresenta os dados resultantes numa tabela:

Morris

No parágrafo imediatamente depois dessa tabela, Morris também menciona


casualmente que o número para o elemento alumínio é apenas 100 anos (Morris,
Scientific Creationism, 1974, p. 154).

E qual é a conclusão de Morris? “O mero fato de que o conteúdo de níquel do oceano


pode ter-se acumulado a partir de influxo de rios em cerca de 9.000 anos parece
estabelecer um limite superior para a idade do oceano.” (Morris, Scientific
Creationism, 1974, p. 153)

Esta é uma pérola em que o autor se vale de utilização apenas dos dados que lhe
convêm. Mas por quê o níquel? Por que não a prata, que dá uma idade de 2,1 milhões
de anos, ou o sódio, que dá uma idade de 260 milhões?

A resposta é clara; Morris já sabe quão antiga é a Terra, pois Deus disse-lhe que o
planeta tem menos de 10 mil anos de idade. Por isso ele sente-se livre para selecionar
da sua tabela as datas que gosta, e rejeitar as outras que não gosta, sem explicação. A
partir dos dados que Morris apresentou, também poderíamos igualmente concluir
(do número relativo ao fluxo do alumínio) que a Terra só tem 100 anos de idade, e
que a Declaração de Independência, a Guerra de 1812 e a Guerra Civil Americana
realmente nunca ocorreram. Presumivelmente, todas as indicações de que estas
coisas aconteceram mesmo são simplesmente parte da “aparência de antigüidade”
que os criacionistas alegam que Deus deu ao universo.

Dada a grande disparidade que resulta do “método de datação” de Morris, que resulta
em “idades” variando entre 260 milhões de anos e até apenas 100 anos, não nos deve
surpreender que o raciocínio dele esteja errado e que a metodologia utilizada está
errada.

É verdade que há uma taxa com a qual estes vários metais são depositados nos
oceanos pelo influxo dos rios. Mas também há vários processos que removem estes
minerais dos oceanos; a tectonia de placas como foi explicado na questão 211.

Conseqüentemente, os números que Morris cita não representam idades possíveis


para o oceano. Representam meramente o período médio de tempo que um metal
permanece dissolvido nas águas oceânicas antes de ser removido por métodos físicos
ou químicos.

Como seria de esperar, as substâncias mais inertes, como a prata ou o magnésio,


permanecem mais tempo, ao passo que elementos altamente reativos, como o
alumínio, são removidos rapidamente.

Os dados de Morris sobre o influxo de rios são simplesmente irrelevantes para a


questão de saber quão antiga é a Terra.

Ainda note no gráfico abaixo que o níquel permanece dissolvido na água do mar por
um período entre 105 e 106 anos até ser reciclado. [POMEROL, Charles et al.

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Princípios de Geologia. 14ª Ed. Porto Alegre: Bookman, 2013, p. 181.]

Por que Morris omitiu esse dado?

O Níquel para a vida:

O aumento da concentração de oxigênio na atmosfera que permitiu o aparecimento


das formas complexas de vida deveu-se a uma redução da quantidade de níquel na
Terra há 2,4 mil milhões de anos.

Esta é a conclusão de um estudo de investigadores norte-americanos e canadianos


hoje publicado na revista Nature. Segundo os cientistas, a oxigenação “alterou de
forma irremediável o ambiente à superfície da Terra e tornou possível as
formas de vida avançadas”, segundo Dominique Papineau, do Laboratório de
Geofísica do Instituto Carnegie e co-autor do estudo.

Naquela época, a vida na Terra limitava-se a organismos simples, os archea e as


bactérias. Só depois da oxigenação da atmosfera surgiram os eucariotas, terceiro
grande ramo da árvore da vida a que pertencem todas as plantas e animais
pluricelulares.

Os investigadores já sabiam que o aumento da concentração de oxigênio se deveu ao


declínio rápido do nível de metano na atmosfera, mas desconheciam a causa.

Ao analisar formações rochosas anteriores a 2,4 mil milhões de anos, a equipa de


Kurt Konhauser, da Universidade de Alberta em Edmonton, no Canadá, constatou
que os níveis de níquel caíram bruscamente pouco antes de o oxigênio se tornar mais
abundante.

Organismos consumiam níquel

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Antes da oxigenação, a vida era dominada pelos metanogenes, organismos


unicelulares que rejeitam metano em grandes quantidades e impedem a
concentração do oxigênio na atmosfera. Para metabolizar o metano, esses
organismos consumiam níquel, que há 2,7 mil milhões de anos estava presente à
superfície do planeta em quantidade 400 vezes superior à que se registra atualmente.

Há 2,5 mil milhões de anos, a quantidade de níquel já tinha baixado para metade e
algumas centenas de milhões de anos depois os metanogenes estavam em declínio,
por falta de nutrientes.

Esse declínio abriu caminho à multiplicação das cianobactérias, e depois ao


aparecimento de organismos mais complexos, entre os quais, várias centenas de
milhões de anos depois, os eucariotas. Os cientistas pensam que a diminuição da
quantidade de níquel à superfície da Terra se deveu a uma alteração de temperatura
no manto, que provocou uma diminuição dos fluxos de lava ricos em níquel, a partir
do interior do planeta para os oceanos.

A conclusão disto tudo é simples, a tese dos sedimentos marinhos é totalmente


implausível, devido à má utilização de dados em sua metodologia e pelas explicações
dadas na pergunta 211. (Saiba mais aqui e aqui

MORRIS, Henry. Scientific Creationism. ICR, Green Forest: 2000.

POMEROL, Charles et al. Princípios de Geologia. 14ª Ed. Porto Alegre: Bookman,
2013.

W.H. Durum und J. Haffty, Geochimica et Cosmochimica Acta, Vol. 27, 1963, page
2., D.A. Livingstone, Chemical composition of rivers and lakes, Geological Survey
Professional Paper, 1963, page 48.

Chemical Oceanography, Hg. von J.P. Riley & G. Skirrow, New York, Academic
Press, Vol. 1, 1975, 2. Auflage, page 418.

Hg. von J.P. Riley & G. Skirrow, page 2

Eugen Seibold und Wolfgang H. Berger, The sea floor, Springer Berlin, 1996, pages
289 & 293.

Eugen Seibold und Wolfgang H. Berger, page 291.

214 – Como é concebível um universo com a idade de 6 bilhões de anos, visto que
alguns planetas entram em órbita caótica após uns “escassos” 10 milhões de anos?

Isso porque a cosmologia diz que o universo tem 13,8 bilhões de anos. As fontes
usadas pelo autor não correspondem as usadas no corpo acadêmicos. Como
explicaria um criacionista o fato da luz de estrelas (300mil/km/s) distantes demorar
milhões de anos para chegar a Terra? Porque não há astrônomos e cosmólogos que
usam a idade da bíblia como referencia para estudar a origem do cosmos? Porque há
registros arqueológicos de cidades (inclusive bíblicas) mais antigos que 10 mil anos?

215 – O que causa o comportamento?

Um estímulo vindo do ambiente. Uma reação é desencadeada para evitar que o


estímulo comprometa a sobrevivência.

216 – Como que os quatro planetas de gás tem anéis, visto que a idade máxima de
um anel não ultrapassa algumas dezenas de milhares de anos?

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Existem teorias para isto. Uma teoria concluiu que a formação desses anéis ocorreu
junto com a dos planetas, há cerca de 4 bilhões de anos. Estudos recentes apontam
que sejam mais novos, tendo apenas algumas centenas de milhões de anos (e não
milhares como sugere a pergunta).

Outra teoria sugere que um cometa tenha se desintegrado devido a forças de


maré quando passava perto de Saturno. Uma outra possibilidade é o choque de um
cometa com uma lua de Saturno que, ao desintegrar-se, teria formado a misteriosa
estrutura.

217 – Por que o nosso sistema solar contém um número muito menor de cometas de
curta duração do que seria de esperar num sistema planetário com milhares de
milhões de anos?

Errado, nosso sistema solar tem muitos asteróides de curta duração, e cinturões
deles. A ideia que se tem do Sistema Solar é que os cometas de longa duração vêm da
Nuvem de Oort (engloba o sistema solar), os cometas de curta duração vêm da
Cintura de Kuiper (além da órbita de Netuno), e os asteróides vêm da Cintura de
Asteróides (entre Marte e Júpiter). No entanto, já foram encontrados 12 cometas
ativos na Cintura de Asteróides. A Cintura de Asteróides contém mais de 1 milhão de
objetos, com tamanhos entre 1 metro de 800 km de diâmetro. Estes objetos são
asteróides que não se conseguiram unir para formar um planeta terrestre. Mas
recentemente têm sido surpreendentemente encontrados cometas nesta região, o que
vai contra a nossa ideia “ordenada” do sistema solar. E poderão haver muitos mais:
cometas “dormentes” que se parecem com asteróides, mas se vierem para mais perto
do Sol mostram a sua cauda (o gelo é sublimado). Recentemente, uma equipe de
astrônomos propôs uma imagem diferente para o Cinturão de Asteróides: no passado
existiam muitos mais cometas nesta região, e atualmente existirá um cemitério de
cometas dormentes que se assemelham a “rochas mortas” (asteroides).

Os objetos na Cintura de Asteróides são atraídos pela gravidade de Júpiter, por isso
as suas órbitas variam um pouco, colocando-se mais perto de Júpiter em alguns
momentos e mais perto do Sol em outras alturas da órbita. O fato da distância ao Sol
diminuir, faz com que a sua temperatura aumente ligeiramente. Isso faz algum do
gelo dos cometas sublimar.

Há milhares de milhões de anos, a Cintura de Asteróides teria milhares de asteróides


e milhares de cometas ativos. Há medida que os cometas “envelheciam”, ou seja, há
medida que o tempo foi passando e eles foram perdendo gelo e poeira quando se
aproximavam ligeiramente do Sol, “foram-se tornando” asteróides (sem mais gelo
para sublimar). Os 12 cometas, entretanto descobertos estavam dormentes, mas ao
aproximarem-se ligeiramente do Sol na sua órbita normal, mostraram alguma
atividade de sublimação.

218 – É possível que um comportamento complexo como aquele relacionado com o


divórcio, para citar um exemplo curioso e polêmico, poderia ser influenciado pelos
genes?

Nem tudo que ocorre na vida é relacionado a genes. Isto parece ser algo muito mais
relacionado a questões sociológicas. A pergunta não é objetiva.

219 – Até que ponto a seleção natural é exclusiva, enquanto agente da mutação
evolutiva? Todas as características dos organismos devem ser encaradas como
adaptações?

Depende. É exclusiva, ou seja, pune com a morte, quando não trás aptidão na luta
pela sobrevivência, ou se variações nos genes causam danos permanentes a estrutura

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funcional dos organismos. Mas nem sempre uma característica negativa compromete
a sobrevivência e por vezes pode auxiliar em outras ocasiões, Como o caso da anemia
falciforme que em certos locais, como a África, pode ser vantajoso.

220 – A seleção natural é onipotente?

Não sabemos se ela pode criar tudo. Onipotente é conceito teológico e não científico.

221 – Serão as grandes tendências evolutivas no interior das linhagens principais


apenas mais uma acumulação de mudanças sequenciais e adaptativas?

Sim. São acumulativas, as pequenas variações juntas geram grandes mudanças.

222 – Se as subpopulações são reservas de procriação separadas, qual a


probabilidade de todas evoluírem na mesma direção e ainda serem capazes de
cruzar umas com as outras, quando já tiverem mudado o suficiente para serem
consideradas uma nova espécie?

Quando maior a radiação adaptativa os indivíduos das populações se chocam com


pressões seletivas diferentes. Eles tendem a se adaptar a situações especificas da
ecologia local. Por vezes podem desenvolver estratégias semelhantes mas a tendência
é que sigam a caminhos distintos pela diferença das relações ecológicas. Por essa
razão muitas espécies irmãs tem comportamentos semelhantes, mas ainda sim não
troca mais genes. Em borboletas na Amazônia Ito é bastante comum. São as
especificidades criadas ao nível de cada espécie que as isolam. Uma equipe de
cientistas da Universidade Federal do Amazonas, em Manaus, encontrou um grupo
de botos, separado de outras populações de botos-cor-de-rosa. Após uma analise
mais criteriosa, eles perceberam que os botos eram geneticamente e
morfologicamente diferentes de outras espécies de golfinhos rio conhecidos. Eles
propuseram nomear a nova espécie do boto Araguaian (Inia araguaiaensis). Botos
verdadeiros estão entre as mais raras e mais ameaçadas espécies de extinção de todos
os vertebrados, disseram os pesquisadores. O boto, que é um tipo de golfinho do rio é
apenas o quinto do grupo. A última vez que uma nova espécie boto foi encontrada foi
em 1918. Os pesquisadores estimam que há cerca de 1.000 botos Araguaianos
atualmente vivendo na bacia do rio. Os cientistas afirmam que tal espécie
provavelmente tenha se separado de outras espécies de boto Sul-americano de mais
de 2 milhões de anos atrás. Comparado com botos relacionados, o boto Araguaiano é
menor e tem um número diferente de dentes, mas a maioria de suas diferenças são
genéticas. Eis um exemplo prático em nosso país de como a evolução funciona

223 – Pode-se ponderar darwinianamente uma forte tendência masculina para a


infidelidade conjugal? Supondo uma base genética para esta diferença sexual, não
poderíamos sustentar a inevitabilidade da traição masculina, uma vez que é o
comportamento “natural”?

Componentes sociais, morais, ambientais determinam também nossas preferências.


Não há razão para cogitar a infidelidade como regra e diminuir a especificidade
humana em seu caráter de julgamento, ou do que é certo ou errado a se fazer diante
dos costumes, tradições, conceitos de moralidade e ética de cada grupo social. Isto
também faz parte da nossa biologia.

224 – Como explicar a conduta selvagem e impiedosa de líderes políticos, tais como
Lenin, Stalin, Mao, Hitler, Mussolini, num contexto histórico em que a ciência e a
sociedade foram tão fortemente influenciadas por conceitos do darwinismo social?
Qual teria sido a influência dos conceitos darwinistas nas mentalidades desses
ditadores? Como entender o fato de que no mesmo período histórico grande parte
da população mundial esteve sob domínio de várias pessoas tão psicologicamente

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desequilibradas?

Essas alegações são falsas. As motivações foram econômicas e principalmente


políticas. Qualquer grupo que esteja inclinado a produzir conflitos sociais se
respaldará em qualquer motivação: seja ela cientifica, filosófica, religiosa ou senso
comum. As mortes promovidas pelo comunismo soviéticos não foram em nome do
ateísmo ou do darwinismo, mas sim em nome de um regime totalitário. No caso do
nazismo também, e Hitler usou a ciência para justificar atrocidades (e ciência não
justifica e sim explica fenômenos naturais). Usou a filosofia distorcida de Nietzsche a
respeito do Super-Homem que foi descontextualizado das obras originais. Hitler
usou a arte de Wagner para justificar sua ideologia de superioridade; e usou o
cristianismo para conseguir apoio da igreja católica, da igreja protestante para
cometer tais atos. O holocausto não foi comentido pela ciência, religião, filosofia ou
arte. Ele foi justificado com base em um conflito político/econômico. Hitler era
cristão, e em seu livro “Mein Kampf” ele tem um capitulo dedicado somente a cristão
cristã. Darwinismo social jamais foi algo aceito cientificamente e fere a especificidade
da espécie humana. Veja a resposta da pergunta 109 e entenderá porque justificar
atos usando a ciência não faz sentido.

225 – Porque alelos claramente mal adaptados são comuns?

Quais tipos? O autor não cita tais alelos ou suas ações. O que pode acontecer é que
variações em alelos ocorram. Se elas expressarem uma característica negativa
certamente comprometerá a sobrevivência. Mas muitas características só se
expressam em homozigose.

226 – Em relação à depressão, pode-se atribuir a ela algum caráter adaptativo?


Em caso afirmativo, em quais situações a depressão é adaptativa?

Não. Qual seria o valor adaptativo da depressão?

227 – Qual a relação entre as espécies vivas e as que se encontravam sob a forma
de fósseis?

Relação filogenética. Estabelecida por morfologia comparada, datação por relógico


molecular. Analises bayesianas que estabelecem relacionamento quando se compara
estruturas morfológicas, genes com baixas taxas de variação e calibração de fósseis.

228 – Supondo que os órgãos plenamente desenvolvidos (como o olho)


proporcionavam benefícios óbvios à evolução. Mas que benefícios proporcionavam
esses órgãos nos primeiros estágios de desenvolvimento?

Qualquer beneficio que traga ainda que seja rudimentar pode favorecer a
sobrevivência. Planarias não enxergam, mas distinguem claridade de escuridão em
seus ocelos. Isso tem um valor adaptativo no seu estilo de vida. O estágio atual de
uma estrutura ou de um órgão não é seu estado final. Variações podem ocorrer e
promover pequenas vantagens no futuro. A biota atual não é o topo da diversificação
da vida. A evolução é dinâmica e novas funções podem surgir nos órgãos.

229 – Pode-se afirmar que as formas como as pessoas selecionam com seus
parceiros são determinadas por mecanismos psicológicos complexos que evoluíram
a partir da seleção natural?

Sim. A psicologia evolutiva estuda parte deste processo.

230 – Por quais razões existem, na Via Láctea, muito menos vestígios do que seria
de esperar de uma supernova após muitos milhares de milhões de anos?

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Supernova é o nome dado aos corpos celestes surgidos após as explosões de estrelas
(estimativa) com mais de 10 massas solares. Há diversas supernovas na Via Láctea
sim, veja a lista aqui.

231 – Quão diferentes são os seres humanos dos animais?

Cada grupo tem suas especificidades. Quem destaca o ser humano como auge do
processo evolutivo ou auge da criação descaracteriza as especificidade s de cada
grupo biológico. O ser humano é especial porque tem consciência e dom da fala
apurado. Ora, as outras espécies tem características tão peculiares como as nossas.
Seja um ornitorrinco com sua grande eletrorrecepção, seja o Pitohui tendo penas
toxicas, seja as borboletas com suas asas aerodinâmicas ou o besouro bombardeiro
com suas características peculiar.

232 – O que é importante a respeito da natureza humana? Que há de especial em


pertencer ao gênero humano?

É exatamente reconhecer que o gênero humano faz parte da natureza e que somos
parte da biota universal. Temos nosso papel ecológico e somos parte da vida na terra,
estamos inclusos a outras formas de vida, aos animais, como primatas, e quebrar o
preconceito e o antropocentrismo humano colocando a nossa vida como parte da
natureza e parte do universo. Acabar com a mesquinhez da superioridade divina da
humanidade.

233 – As mutações determinadas pelo acaso no plasma germinativo, que conduzem


às variações correspondentes na estrutura orgânica do adulto, confrontam-se com
as condições porventura vigentes no ambiente circundante, em virtude das quais as
variantes aptas são conservadas e as não-aptas eliminadas. Esses efeitos acidentais
afetam, não há dúvida, características anatômicas e fisiológicas dos indivíduos.
Mas devemos daí concluir que afetam também o pensamento, a alma humana; a
cultura?

Pensamento, alma e cultura são determinados diretamente pelos genes? Até que
ponto um gene pode influenciar o pensamento? Qual gene influenciaria tal
pensamento? Eis perguntas que a biologia faz cotidianamente e que a evolução
também pode explicar.

234 – A desvalorização da consciência do “eu” é uma consequência necessária da


teoria. O pensamento, o cogito ergo sum cartesiano só é válido na medida em que
possui um valor para a sobrevivência. O que representa então o sacrifício? O que
vale um ato induzido pela consciência do dever, o que vale uma inspiração genial
ou um ímpeto sublime de amor? Seria uma mera aberração biológica?

Filosofia novamente. E esta pergunta é repetida, já foi respondida na questão 103

235 – Por que o egoísmo, o altruísmo e a reciprocidade racional seriam a mesma


coisa, produtos da seleção, se constituem comportamentos contraditórios?

Veja o livro do Dawkins chamado “O gene egoísta” que trata deste termos como
metáforas. São resultado de processos evolutivos, mas cada comportamento ou
característica, por mais que seja diferente de outras apenas ocorre por permitir a
sobrevivência.

236 – O conceito “apto” é, em termos de seleção natural, aquele que favorece o


indivíduo na luta pela vida. O indivíduo que pensa correta e eficientemente é
inteligente, vence e sobrevive. Aquele que não pensa bem, definha e morre sem
reproduzir. Arre! Mas bastaria isso para compreendermos o mundo do arbítrio

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humano onde sempre estamos, permanentemente, diante de uma opção correta, em


termos de sobrevivência, e de outra incorreta que pode nos levar à falência, ao
desastre e à morte? Para compreendermos a natureza do homem, não devemos
compreender os atos de heróis, santos, sábios e gênios e, sobretudo, nos
compreender a nós mesmos? A verdade, afirmava Agostinho, está em nós
mesmos in interiore homini habitat veritas. A verdade está em nós ou dentro de um
formigueiro?

Arbítrio humano esta sobre a especificidade humana. Decidir o que é correto ou não
fazer e consequências do resultado esta além dos genes. Quem decide isto é o homem
em sua consciência e não os genes. Estamos cientes da natureza do homem? Creio
que esta seja uma condição muito mais filosófica do que cientifica evolucionista.
Especialmente no que diz respeito a verdade. O que é a verdade? É âmbito da ciência
defini-la?

237 – Como pode um processo que não tem propósito, nem finalidade, nem
liberdade, gerar um ser em que propósitos e finalidades orientam decisivamente a
capacidade de fazer escolhas livres e conscientes entre alternativas de egoísmo ou
amor, de falsidade ou verdade?

Parte dessas perguntas já foram respondidas nas questões 79 e 196. Capacidade de


escolha, amor, falsidade são resultado de processos biológicos. Eis a diferença entre o
que é fisiológico e psíquico. Seres vivos não são apenas arcabouços de genes, há
componentes biopsicossociais por trás.

238 – Os covardes têm maiores perspectivas de sobrevivência do que os heróis?


Enquanto os heróis morreram pelas garras do carnívoro, os covardes refugiaram-
se na montanha e são eles que se irão reproduzir com as fêmeas restantes. Como
explicar então que sejam os elementos genéticos “heroicos” os que deverão
determinar a evolução da espécie de bugios?

Nem sempre. Covardia e coragem pode ser um termo cunhado por nós. Fugir de uma
luta em que não se pode ganhar pode significar a sobrevivência. Richard Dawkins fala
sobre estratégias evolutivamente estáveis em seu livro “O gene egoísta” e trata da
questão dos pombos e falcões. La trás exatamente este perfil evolutivo e vale a pena
dar uma lida uma vez que traça como esses comportamentos são variáveis dentro de
situações reais.

239 – Argumenta Wilson que a perda dos genes positivos, sofrida pela morte dos
indivíduos disciplinados e devotados, pode ser mais do que compensada pelo ganho
de genes obtido graças à expansão posterior do grupo beneficiado. O cálculo de
probabilidade decrescente na base das tabelas matemáticas de proximidade no
parentesco de Hamilton exige dos macacos uma capacidade de trabalho mental
que, confesso, é muito superior à minha própria. Mesmo lendo Hamilton, eu não
entendi exatamente como funciona. Será que os bugios possuem essa inteligência
pêlos números, inclusive de cálculo de probabilidades, cálculo integral, etc.?

Qual a referência desta pergunta? Quem é Wilson? Onde isto é afirmado?

Não sabemos o potencial total de inteligência de grupos de primatas, nem mesmo o


de nossa própria espécie. Sabe-se que macacos e primatas de grande porte tem a
capacidade de grande aprendizado e que em muitas características superam a da
humanidade, como é o caso da memória de chimpanzés, ou experimentos com
grupos de primatas que desenvolveram linguagem de sinais, de símbolos. Não
sabemos se macacos como o bugio conseguem fazer calculo diferencial integral. Mas
o homem é biologicamente classificado como primata e o faz.

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240 – O velho bolchevista que está pronto a aceitar a violência injusta e sacrificar
não somente a vida, mas também a honra, o amor-próprio e o nome, em benefício
de um movimento, de um partido e de um grupo humano – onde teria encontrado a
justificação genética para seu comportamento?

Há justificativa genética? Como sabemos? Até que ponto se separa o que e


determinado pela genética e o que é determinado pelo grupo social?

241 – Wilson assinala que o comportamento altruístico é frequentemente dirigido


em benefício de parentes próximos. É, no entanto, bastante conhecido, nas
estatísticas e crónicas policiais, que uma alta proporção de crimes ocorre dentro da
unidade familiar. O fratricídio, como já notamos, constitui um percalço da vida em
família. Do mesmo modo, são as guerras civis geralmente mais ferozes do que as
guerras externas. Como podem tais fatos históricos evidentes se encaixar na teoria
sociobiológica? Será que o sentido de “dever” e de “direito” que obriga um negro a
ajudar um branco, ou vice-versa, com risco da própria vida, ou o sentimento
altruístico de companheirismo entre soldados de uma mesma tropa – um
sentimento que admitimos esteja acima do instinto individual egoísta de
autoconservação – poderá jamais ser explicado pelas regras epigenéticas
observáveis em processos sociobiológicos?

Pergunta muito mais filosófica que científica. Sobre o altruísmo o assunto já foi
respondido nas questões 45, 46, 55, 70, 95 e 235. Aspectos como a guerra, suicídio,
fraticídio são muito mais ligados a aspectos psicossociais. E qual a relação entre
epigenética com tais comportamentos? O autor estabelece correlações falsas, sem
base em artigos e presume muito mais do que afirma. O que é notável é que o numero
de guerras vem diminuindo ao longo do tempo em que a sociedades humanas forma
crescendo. Isso foi algo notado por Steve Pinker.

242 – Será a inteligência um dom inato de cada um ou é o produto da cultura e da


educação?

Porque tal dualismo? Será que a inteligência não emerge no encontro desses dois
mundos? O que é inteligência? A pergunta me aprece muito mais filosófica do que
científica.

243 – Como surgiu a consciência? Como floresceu essa instância ética antinatural?
Melhor ainda – e tenhamos a coragem de usar a expressão! – como se criou,
sobrenaturalmente, a função por Kant denominada imperativo categórico?

Pergunta filosófica e não científica.

No que diz respeito a consciência, ela é sim resultado de processos evolutivos, ligado
ao sistema nervoso central. NEUROSCIENCE AND PHILOSOPHY MUST WORK
TOGETHER, “NÃO É MAIS POSSÍVEL DIZER QUE NÃO SABÍAMOS”, DIZ PHILIP
LOW e ASPECTOS RELIGIOSOS E NEUROBIOLÓGICOS DA CONSCIÊNCIA.

Imperativo pode emergir como um sistema moral adotado por grupos biológicos que
vivem em sociedade, e por assim viver precisam de regramentos. Ainda sim, é algo
muito mais ligado ao desenvolvimento de uma linha filosófica e pouco tem a ver com
uma determinação genética.

244 – Em Teilhard de Chardin temos o finalismo evolucionista levado às suas


últimas consequências. O célebre jesuíta acaba misturando a mística poética da
missa a céu aberto ao amanhecer, no deserto de Gobi, com o positivismo algo
marxista do Café de Flore, no boulevard Saint-Michel ao anoitecer. Teilhard está
em postura de conflito lógico e disciplinar com os pressupostos da biologia e da

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paleontologia evolucionista quando, numa verdadeira e não mui ortodoxa teologia,


transforma todo o processo evolutivo em expressão exata dos seis dias da Criação
pelo divino escultor in excelsis. A introdução de Deus como o próprio autor do
“plano geral” de evolução pode causar certa perplexidade, mormente aos
angustiados com a teodicéia. Mas, para um partidário otimista da ordem e do
progresso, o que vale então o espetáculo inenarrável de dor, violência, tortura,
morte e louco esbanjamento que representou a natureza, durante os tais bilhões de
anos de evolução – desde a bactéria original no oceano primevo até o plasmódio
malarento, o treponema sifilítico, o vírus aidético, a serpente venenosa, o sapo
peçonhento, a barata imunda, o tubarão assassino e o tigre devorador? Para que
tanto sofrimento? É o que não podemos deixar de perguntar: foi mesmo nosso Pai
todo-poderoso e misericordioso quem concebeu esse horroroso método?

A evolução não é partidária do progresso. É apenas um fenômeno natural e portanto


amoral. A questão do porque tanto sofrimento é novamente filosófica e talvez a
teologia ao explicar o porque tanta misericórdia ainda custa sofrimento. Vale
destacar que a farsa de Piltdown foi elaborada e arquitetada por Teihard de Chardin,
que apesar de ser cientista era criacionista, defensor de uma proposta de evolução
guiada por Deus. Ele falsificou o registro fóssil do Homem de PiltDown e muitas
pessoas ainda acreditam erroneamente que Dawson foi o autor da fraude, ainda que
já esteja provada que tal farsa foi feita pelo criacionista Teilhard de Chardin.

245 – No que diz respeito aos famigerados genes egoístas, quando consideramos o
próprio método de reprodução sexual, ao misturar seus genes com os de seu
parceiro sexual, perde o animal 50% do seu patrimônio genético. Como levar em
conta esse fenômeno?

A divisão celular é algo necessário a reprodução. O fato de que genes ou alelos sejam
divididos na reprodução favorece a evolução caso o gameta do sexo oposto também
tenha um alelo que favoreça sua luta pela sobrevivência. A lógica dos genes egoístas é
metafórica e não literal como aprece sugerir o autor da pergunta. Sugere-se ler o livro
“O gene egoísta” com atenção.

246 – Não se deve então conceder valor algum aos propósitos e objetivos religiosos
da humanidade? E, nesse caso, não passam estes de expressões de um
antropomorfismo obsoleto? Os objetivos morais ou estéticos “não são senão”
aspectos subjetivos de fenômenos que devem, apenas, ser estudados no nível
experimental do materialismo científico?

Talvez sua função seja muito mais psicossocial. Especialmente no estabelecimento de


regras e princípios de convivência para manter um grupo social coeso a um propósito
em comum.

247 – Onde estão as provas das verdadeiras transformações genômicas e


morfológicas que justifiquem a pretensão darwinista de uma descendência comum
de um micro-organismo primordial até o homem?

Nas estruturas biológicas, nos genes, na taxa de mutação, nos fósseis. Enfim, as
evidencias estão nas estruturas biológicas.

248 – Sabe-se que a Seleção Natural é a pedra angular da teoria evolutiva. A


partir disso, sobre o que ela tua? Sobre o indivíduo? Sobre o grupo? Sobre o gene?

Respondido na questão 134

249 – A resistência das bactérias aos antibióticos pode ser considerado um


exemplo realmente apropriado de mudança evolutiva? Em caso afirmativo: como

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relacionar este fato com os acontecimentos macro-evolutivos ocorridos


supostamente desde a bilhões de anos?

Sim, microevolutiva. Por ser gradual a evolução trabalha em pequenas variações, que
ao longo de diversas gerações pode proporcionar a origem de novas espécies e grupos
biológicos. Um exemplo mais requintado sobre isso é encontrado em um artigo na
qual demonstra que a diferença de cor da plumagem em algumas aves é utilizada no
reconhecimento da espécie entre as espécies incipientes e está ligado a uma única
substituição de aminoácidos no receptor de melanocortina-1.

250 – O que seria necessário para falsificar a sua crença, por exemplo, que
criaturas terrestres são definitivamente peixes modificados, transformados através
de etapas lentas, pequenas e totalmente fortuitas de animais que respiravam pelas
guelras a animais que respiram por pulmões?

Crença soa como algo relacionado a religião. Evolução não se crê, ou se aceita como
um modelo paradigmático ou não. Negar é algo perfeitamente natural, mas
nãosignifica que a negação seja uma, refutação. Crença no sentido religioso é com
base na fé, onde crer vem do verbo credere relacionado ao Creatore (Criador), ou
seja, ser divino e supremo. A evolução não tem este caráter de crença. Sobre
falseamento da evolução, já foi dito na questão 33.

Alias, porque razão um Criador permitiria que durante a 4 e a 8 semana do


desenvolvimento embrionário humano, o mesmo tivesse fendas branquiais? Qual a
explicação criacionista para isto?

251 – Qual evidência genética, de desenvolvimento, ou outra evidência você


aceitaria como uma demonstração de que tornar criaturas de habitação terrestre
via meios puramente darwinianos?

A pergunta não é objetiva, nem clara. Ao que parece o autor quer evidencias
anatômicas de como animais terrestres se tornaram aquáticos. Ou ao menos é isto
que parece. Existem evidencias de animais marinhos que anteriormente eram
terrestres. Seja o ouvido interno do pakicetus, onde o auditório bulla é formado a
partir do ossoectotimpânico. Isso sugere que se trata de uma transição entre este
grupo extinto de mamíferos terrestres e os modernos cetáceos. Baleias também têm
aparatos tipicamente relacionados a animais terrestres com vestígios evolutivos
clássicos. Anfíbios têm evidências de estruturas que se originaram em ambiente
aquático e hoje são terrestres. Os artigos científicos demonstram isto, e muitas já
foram citados em questões anteriores.

252– Quando aconteceu a grande queda dos pêlos e qual a vantagem isso
representou para o homem?

Na questão 121 parte há parte dessa resposta e principalmente nos artigos da questão
41.

Leia também: A PELE ATRAVÉS DA HISTÓRIA e ESTUDO RELACIONA


PIGMENTO QUE DEIXA CABELO RUIVO COM CÂNCER DE PELE

253 – Seria a seleção natural capaz de dar conta da complexidade do olho da


águia, do ouvido do morcego e do cérebro do homem?

Sim, já foi disponibilizado aqui textos sobre o assunto. Basta rever outras questões.
Para a biologia dos morcegos sugere-se Phylogenetic relationships of Icaronycteris,
Archaeonycteris, Hassianycteris, and Palaeochiropteryx to extant bat lineages, with
comments on the evolution of echolocation and foraging strategies in

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Microchiroptera. Bulletin of the AMNH ; no. 235, Auditory features and affinities of
the Eocene bats Icaronycteris and Palaeochiropteryx (Microchiroptera, incertae
sedis) / Michael J. Novacek. American Museum novitates ; no. 2877, Auditory
Features and Affinities of the Eocene Bats Icaronycteris and
Palaeochiropteryx (Microchiroptera, incertae sedis), A evolução do morcego: ele voa
na ponta dos dedos e Primitive Early Eocene bat from Wyoming and the evolution of
flight and echolocation

254 – Em relação à homologia, no que diz respeito à pluricelularidade em si: teria


ela surgido só uma vez? Conseguiremos explicar sua ocorrência em todos os
animais, se resolvermos como surgiu nos mais primitivos? Ou terá se desenvolvido
várias vezes? Em outras palavras, a pluricelularidade de várias linhagens animais
é homóloga ou análoga?

A multicelularidade já foi respondida na questão 60. Certamente a multicelularidade


é convergente. Até o momento essa é a teoria.

255 – E exatidão incrível do ajuste fino das diversas constantes naturais


necessárias para, à partida, tornar possível a vida na Terra, pode ser fruto de um
mero acidente?

Esta pergunta é de cosmologia e não de biologia evolutiva. Enfim, há o


posicionamento de que não há ajuste fino, como diz Victor Stenger em

O UNIVERSO É FINAMENTE AJUSTADO PARA NÓS?

E há o posicionamento de que há sim ajuste fino, promovido pela própria natureza do


universo, sem necessidade de uma entidade sobrenatural: CONSTANTES DO
UNIVERSO, UMA RESPOSTA NATURAL OPOSTA AO PRINCÍPIO ANTRÓPICO E
AO ARGUMENTO DO DESIGN e CONSTANTES DO UNIVERSO, UMA RESPOSTA
NATURAL OPOSTA AO PRINCÍPIO ANTRÓPICO E AO ARGUMENTO DO DESIGN
.

256 – A observação de que, quando intocada, a natureza não tem ecossistemas


incompletos e de que a maioria dos organismos contribui para o bem-estar de todo
o ecossistema, é compatível com a noção de desenvolvimento acidental?

Contribui? Uma zebra aceitar ser uma contribuinte para a sobrevivência de um leão?
A evolução é uma luta pela sobrevivência, não pela contribuição. Existe um equilíbrio
natural que é recorrente das relações ecológicas, das constantes do universo, mas é
da assimetria que surgem as transformações; seja no cosmo, com a explosão de
supernovas gerando matéria prima para formação estelar ou na inaptidão dos fracos,
favorecendo o diferencial. Essa alegação parece muito mais filosófica ligada a
simetria do cosmos do que o que se nota hoje.

257 – O conceito segundo o qual as moléculas de ADN são codificadas excede


largamente a capacidade de qualquer tecnologia de informação humana. Por
conseguinte, pode ter surgido por acaso a partir de matéria inanimada?

A argumentação é teleológica. Comparação é feita com algo que por nós foi criado.
Não é possível comparar o DNA com algo que foi criado por nós exatamente porque o
que foi criado por nós sabemos que foi criado por alguém dotado de inteligência.
Existem determinadas tecnologias que o homem desenvolveu melhor do que em
grupos biológicos. O ser humano hoje e capaz de armazenar informações
convencionais em moléculas de DNA por exemplo.

258 – O conhecimento necessário para programar moléculas de ADN é suficiente

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para criar vida, sendo que também exigiria a capacidade de construir todas as
máquinas biológicas necessárias?

Sim, e tem influencia do ambiente.

259 – Uma vez que a informação significativa possui uma dimensão


essencialmente imaterial, pode ter derivado de uma dimensão material?

Imaterial? O DNA é uma molécula, a expressão das proteínas é física e é responsável


por montar o arcabouço biológico.

260 – O movimento vertical dos humanos requer mudanças simultâneas e


coordenadas de várias características no esqueleto e nos músculos. Isso condiz com
a noção do acaso ou de desenvolvimento não planeado?

Biomecânica do bipedismo humano já foi citada na questão 170 e exige a leitura do


livro do Craig standford.

261 – Por que os estudos de línguas antigas revelaram que a linguagem começou
por ser complexa e se foi simplificando ao longo do tempo, contrariando a noção de
um desenvolvimento evolucionista ascendente dos seres humanos?

Linguagem evolui de forma análoga e não idêntica a evolução biológica. A


complexidade da língua humana é maior ou igual a de outros grupos biológicos.
Pássaros se comunicam bem com seu elenco de expressões. Cetáceos em geral podem
construir sistemas de comunicação tão complexos quanto o nosso. Chimpanzés
também têm sistemas de comunicação baseados em expressões faciais e gestos.

262 – A consciência e a ética teriam evoluído de uma luta impiedosa pela


sobrevivência que já se arrasta há milhões de anos?

Já foi discutido nas questões 179, 231, 234 e 243.

263 – É possível conciliar a existência do fenómeno do amor com as ideias


subjacentes à teoria da evolução?

Sim, animais também sem sentimentos e emoções. O livro “Quando os elefantes


choram” cita exatamente pesquisas sobre tal assunto.

264 – De onde veio o espaço para o universo? De onde veio a matéria? De onde
veio a energia para organizar tudo?

A pergunta é sobre física e até mesmo sobre filosofia, mas não de evolução biológica.
A física não trata mais da existência do nada absoluto, de fato, nem a filosofia.
Aconselha-se estudar mais sobre assuntos ligados a singularidade, origem do
universo, termodinâmica, oscilações quânticas e vácuo quântico. A cosmologia pode
fornecer mais informações sobre este assunto que parece ser apresentado de forma
leviana pelo autor.

265 – De onde vêm as leis do universo (gravidade, inércia, etc)? Como é que a
matéria se organizou de forma tão perfeita?

Novamente, a pergunta é sobre física. As leis da física derivam das quatro forças
fundamentais da natureza. Isto esta relacionado a origem do universo sobre a
perspectiva da mecânica quântica, especialmente do vácuo e menor estado de energia
e a separação dessas forças no tempo de Planck. Aconselha-se Le artigos sobre o
assunto uma vez que exige conhecimento técnico e muita leitura sobre o assunto que
não permitiria sintetizar algo em um espaço tão pequeno quanto este.

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266 – Quando, onde, porquê e como surgiu a vida a partir de matéria sem vida?
Como aprendeu a vida a reproduzir-se?

A cerca de 4 bilhões de anos segundo as estimativas, em oceanos ou sistemas que


pudessem ser catalíticos. H um porque a vida surgir? Porque implica em teleologia, e
me parece algo mais teológico do que realmente científico. A vida surge da matéria
orgânica, já descrita na questão 158. A origem da reprodução pode ser vista em livros
como “O que é sexo?” já sugerido na questão 3.

267 – Com o que/quê é que a primeira célula/organismo capaz de se reproduzir


sexualmente se reproduziu?

Novamente, leia o livro “O que é sexo?” já sugerido na questão 3 e 266.

268 – Porque motivo um animal reproduziria mais do seu tipo, uma vez que isso
significaria mais bocas para alimentar e diminuiria as hipóteses de sobrevivência?
Será que o indivíduo tem o instinto ou impulso para sobreviver ou será a espécie?
Como explica a origem e a essência desse impulso?

Animais se reproduzem e perpetuam a espécie. Alguns animais produzem uma prole


maior ou menor exatamente devido a suas relações ecológicas, nicho que preenche.
Leia livros de ecologia básica que há detalhes sobre a taxa de fecundidade e o seu
papel ecológico. O individuo sempre busca a sobrevivência, a transformação da vida
ao longo das gerações e resultado de pequenas variações graduais. O impulso a
reprodução é meramente biológico.

269 – No caso dos mamíferos porque não é o feto considerado um parasita e


expulso pelo organismo do progenitor? O que leva a que tal não aconteça?

O sistema imune desliga uma importante via, necessária para o sistema imune atacar
corpos estranhos. Como resultado, as células imunes nunca são recrutadas para o
local da implantação e assim não podem prejudicar o desenvolvimento do feto. Esse
processo é a produção de quimiocinas, resultantes da resposta inflamatória local.
Elas recrutam vários tipos de células imunes, incluindo linfócitos T ativados, que
acumulam-se e atacam o tecido ou patógeno. O recrutamento das células T pelas
quimiocinas é uma parte integral da resposta imune. A equipe descobriu que no
começo da gravidez os genes responsáveis pelo recrutamento das células do sistema
imune são desligados dentro da decídua (anexo embrionário encontrado somente nos
mamíferos placentários). Como resultado dessas mudanças, os linfócitos T não são
capazes de acumular dentro da decídua e, consequentemente, não atacam o feto nem
a placenta.

Os resultados vão ajudar os pesquisadores a estudar e entender mais sobre doenças


autoimunes e até mesmo o câncer.

P. Nancy, E. Tagliani, C.-S. Tay, P. Asp, D. E. Levy, A. Erlebacher. Chemokine Gene


Silencing in Decidual Stromal Cells Limits T Cell Access to the Maternal-Fetal
Interface. Science, 2012; 336 (6086): 1317

270 – Será possível que semelhanças de “design” entre animais diferentes, prove
que eles tiveram um “designer” em comum, em vez de um ancestral em comum?

Sim, a seleção natural, por essa razão aves e morcegos tem design igual e evidencias
evolutiva de cada um desses grupos biológicos. É mais coerente pressupor uma
explicação natural diante das evidencias do que chutar uma explicação sobrenatural,
pra fora da condição do universo.

271 – Qual é o resultado final de uma crença na evolução (estilo de vida, sociedade,

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atitude para com os outros, destino eterno, etc)?

Produção de conhecimento científico. Profissão. Se é com artigos que ela é


comprovada, então com artigos ela tem de ser contestada e não por ideologias
religiosas e estilos de vida doutrinários.

272 – A seleção natural somente funciona com a informação genética disponível e


apenas tende a manter a estabilidade numa espécie. Ela elimina os “excêntricos”.
Como explicaria a crescente complexidade no código genético que teria de ter
ocorrido se a evolução fosse verdade?

Manter e perpetuar o diferencial, é nessa perpetuação do diferencial que a


informação nova passa a geração seguinte. É ela que favorece a sobrevivência.
Excêntrico pode ter dois significados, mal adaptados e bem adaptados, pois
excentricidade significa afastamento do centro. A duplicação de genomas pode
fornecer matéria prima para que mutações criem, alterem novas proteínas, enzimas e
características.

273 – Quando, onde, porquê e como é que: As plantas unicelulares passaram a


multicelulares? Animais unicelulares evoluíram? Os peixes mudaram para
anfíbios? Os anfíbios mudaram para répteis? Os répteis mudaram para pássaros?
(Os pulmões, ossos, olhos, órgãos reprodutores, coração, método de locomoção,
cobertura do corpo, etc., são todos tão diferentes!) As formas intermediárias
viveram/sobreviveram?

A multicelularidade já foi discutida aqui (Questão 68). Existem hipóteses e teorias


sendo testadas sobre este assunto. Argumento de ignorância não prova designer
inteligente. É apenas uma especulação em God Of The Gaps. Todas essas questões já
foram respondidas ou tiveram links de artigos sobre o assunto.

274 – Quando, onde, porquê, como e de quê: As baleias evoluíram? Os cavalos-


marinhos evoluíram? Os olhos e os ouvidos evoluíram? O cabelo, a pele, as penas,
escamas e unhas evoluíram?

Sim, há na literatura científica artigos sobre a evolução de tais grupos biológicos e


estruturas. Alguns desses assuntos já foram citados aqui em questões passadas.

Eis um exemplo: The Origin of Whales and the Power of Independent Evidence

275 – O que evoluiu primeiro (como, durante quanto tempo, e funcionou sem os
outros)? O sistema digestivo, a comida a ser digerida, o apetite, a capacidade de
encontrar e comer os alimentos certos, os sucos digestivos, a resistência do corpo
aos próprios sucos digestivos (estômago, intestinos, etc.)? O sistema imunitário ou a
necessidade dele? O sistema nervoso, o sistema circulatório, o sistema de reparação
ou o sistema hormonal? A vontade de reproduzir ou a capacidade para reproduzir?
Os pulmões, o revestimento de muco que os protege, a garganta, ou a mistura
perfeita de gases que seriam respirados nos pulmões?

Questão 71 já destaca um livro produzido pela Universidade de Oxford que traça um


perfil evolutivo dos órgãos.

276 – O que evoluiu primeiro: O DNA ou RNA para levar as mensagens do DNA a
diferentes partes da célula?

RNA segundo a teoria do RNA-World. Pergunta já foi respondida na questão 89.

Veja: The RNA World and the Origins of Life

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277 – O que surgiu primeiro? As plantas ou os insetos que nelas vivem e as


polinizam? Como explicar as simbioses na natureza?

Simbiose é explicado por co-evolução, assim como a relação insetos e plantas. As


plantas Colonizaram o continente primeiro a partir de briófitas cujo ancestral são
alguns tipos de algas. Consulte a literatura sobre o assunto, ela é bastante rica nesta
área.

278 – Como a evolução explicaria a mímica? As plantas e animais desenvolveram a


mímica por mero acaso, pela sua escolha inteligente, ou por desígnio de Alguém?

Por co-evolução. Mimetismos são consolidados por co-evolução. O autor precisa ler
mais sobre o acaso, parece ser aficionado pelo assunto.

279 – Como evoluíram as plantas floridas e a partir de quê? Como evoluiu a


fotossíntese? Como é que os insetos identificam, pela cor, as flores de onde tirar o
pólen e porque o fazem? Como explica isso?

Existem artigos sobre o assunto também. FÓSSIL DE ÂMBAR REVELA


REPRODUÇÃO ANTIGA DE ANGIOSPERMAS

Existe processos co-evolutivos em diferentes grupos de insetos (abelhas, borboletas e


besouros) e como a biologia evolutiva relaciona seus ancestrais com os ancestrais das
plantas a partir de marcadores genéticos. A física explica o relacionamento que existe
entre insetos e suas respectivas plantas hospedeiras, especialmente no que diz
respeito a reflexão de certos comprimentos de onda.

280 – Quando, onde, porquê, e como o homem desenvolveu os sentimentos? Amor,


misericórdia, culpa, etc., nunca evoluiriam na teoria da evolução.

Somente homens tem sentimentos? Sensações, emoções consciência há resquícios


em outros grupos biológicos. Leis livros como “quando os elefantes choram” e textos
complementares. NEUROSCIENCE AND PHILOSOPHY MUST WORK TOGETHER,
“NÃO É MAIS POSSÍVEL DIZER QUE NÃO SABÍAMOS”, DIZ PHILIP LOW e
ASPECTOS RELIGIOSOS E NEUROBIOLÓGICOS DA CONSCIÊNCIA.

281 – Como evoluiu o pensamento, a personalidade? Como evoluiu o


comportamento nos seres vivos? De onde veio essa informação (escolha de parceiro,
reprodução, incubação, cuidado e ensino dos filhotes, migração, etc.)? Dos genes?
Os químicos só por si não têm qualquer desta informação.

Pensamento já foi discutido (questão 104, 233 e 234) Personalidade esta ligada a
construção do ser pela formação da mente e a psicologia tem explicações sobre isto.
Como o assunto exige bastante leitura e texto sugere-se literatura especializada.
Comportamentos, emoções consciência, personalidade estão relacionados a origem
do sistema nervoso central que também há literatura especializada sobre o assunto.
Mas existem sim modelos experimentais e explicativos sobre tais temas. Entretanto,
o autor não consegue fazer uma distinção clara sobre o que ele quer abordar sobre o
tema, se é sobre pensamento, personalidade, comportamento, reprodução sob a
perspectiva da genética, da bioquímica. Não é objetivo ou sucinto em suas perguntas.

282 – O que você teria dito há 75 anos atrás se eu lhe dissesse que tinha um
Celacanto no meu aquário?

Parabéns. Belo exemplar.

283 – O que é assim tão científico na ideia de que o hidrogênio se pode tornar num
humano? É esse o pressuposto da teoria.

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Hidrogênio forma o Universo, pois é o isótopo mais comum do universo e não possui
nêutrons (exceto em deutério e lítio) e também participa das pontes de hidrogênio do
DNA. O autor tem pouco conhecimento em bioquímica e química da vida. Sugere-se
leitura de química básica.

Os processos de nucleossíntese estelar explicam como os demais elementos químicos


além do hidrogênio se formaram, ou seja, explica a fusão nuclear estelar indo até o
ferro na maioria das estrelas e, em supernovas, por meio da fusão de impacto, são
sintetizados elementos até o urânio. Com isso, elementos se unem em moléculas,
especialmente o carbono, o nitrogênio, o hidrogeno, o oxigênio, o enxofre e o fósforo
formando as primeiras moléculas que impulsionaram a vida. Assim, um ser humano,
que é feito e moléculas orgânicas pode ser considerado como formado unicamente de
hidrogênio que se transmutou em outros elementos dentro das estrelas primordiais.

Para entender a nucleossíntese estelar, leia a pergunta 206.

284 – Você honestamente acredita de que tudo surgiu do nada?

Defina nada? O Universo e a vida surgiu do nada segundo o mito cristão.

Nada filosófico/teológico não existe. Na perspectiva da física há coerência e


evidencias físicas.

285 – Você concorda que tudo o que começa a existir tem uma causa para a
existência? Você nega a lei de causa e efeito?

Pergunta filosófica exige então uma resposta filosófica: causa e propriedade de


eventos e não de seres. Deus não pode ser causa de nada, nem de sua existência.

286 – Quando o “Big Bang” começou o universo, o que foi que explodiu? Donde veio
o primeiro pedaço de matéria, se não de Deus? Donde veio a energia que causou a
explosão? Donde veio o espaço para dentro do qual a explosão se expandiu?

Big Bang é o processo de expansão da singularidade. Explosão não é a melhor


analogia para tal processo. A origem do universo é um fenômeno quântico. Sem
distinguir essas passagens não há como ter um diálogo coerente sobre a origem do
universo. Sugere-se leitura sobre o assunto.

O autor tem dificuldades em aceitar pontos de vista contrários a sua fé, por essa razão
sente necessidade absoluta de afirmar constantemente que só pode vir de Deus. Se o
questionário é feito com base cientifica o autor tem de estar aberto a críticas.
Argumentar que Deus criou não prova nada, apenas que o autor tem uma opinião
sobre o assunto que é respaldada no máximo pela sua fé, e nada mais.

287 – De que maneira pernas evoluíram para asas sem evoluir primeiramente
para [alguma coisa] parcialmente perna, parcialmente asa? Tal [aleijão] seria
inferior, para se locomover, a qualquer uma das duas [alternativas de membros]
totalmente desenvolvidas. Aquela [forma transitória] não tornaria a extinção mais
provável [que tudo], pelo fato de esta criatura ter mais dificuldade em buscar
comida e em fugir de predadores? (A mesma pergunta pode ser feita para escamas
e penas, ou guelras e pulmões, e outros órgãos).

Asas são modificações dos membros anteriores. Morcegos não precisaram


desenvolver braços, a evolução criou novas funções. Ao olhar para a literatura sobre o
assunto há diversos artigos que apontam como estas estruturas evoluíram. O autor
faz suposições sobre o assunto sem conhecimento científico prévio.

288 – Como explicar, pela seleção natural, o comportamento do pequeno

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mamífero do deserto de Kalahari, o Suricato, sendo que aqueles que não têm o
privilégio sexual são destinados a servir como guardas, empregados domésticos e
baby-sitters para a pequena tribo, fazendo o que se pode denominar de “voto de
castidade”. Qual a vantagem, já que os guardas ou empregados não se reproduzem,
não demonstrando assim nenhuma vantagem genética? Pela lógica da seleção
natural, tal comportamento não já deveria ter sido naturalmente superado?

Errado, existe revezamento no papel de guardião e competição sexual. O casal alfa


reserva-se o direito de acasalar mata qualquer jovem que não seja da sua prole para
garantir que sua prole tenha melhor chance de sobrevivência. O casal dominante
também pode expulsar mães que tenham se acasalado. Novos grupos de suricatos
podem ser formados por fêmeas expulsas com machos itinerantes. Se os membros do
grupo alfa são parentes (isso tende a acontecer quando a fêmea alfa morre e é
sucedida por uma filha), eles não acasalam uns com os outros e reprodução é por
fêmeas de um grupo difuso com machos de outros grupos; nesta situação, as fêmeas
grávidas tendem a matar e comer todos os filhotes nascidos de outras fêmeas. O
autor precisa conhecer a biologia dos animais antes de propor uma situação
problema, pois pode demonstrar que não tem competência na área de biologia ou
pior, pode demonstrar que esta criando situações falsas a fim de sustentar uma
cosmovisão com base em desonestidade intelectual.

289 – O ouvido, como é sabido, é formado por ossinhos internos (malleus, incus e
stapes). Segundo os darwinistas tal órgão teria evoluído a partir de ossos do
maxilar inferior dos répteis, sem que haja formas de transições extintas conhecidas.
Afinal, para que serve 5% de um ouvido? E, como é possível três ossos terem sido
transladado lenta e gradualmente da queixada de um réptil para o ouvido de um
mamífero, por mutações aleatórias, até que coordenadamente tenha sido formado
um perfeito aparelho de audição?

A origem embriológica dos ossos é única. Durante a formação embriológica as


estruturas migram para suas respectivas funções. Não significa que os ossos foram
migrando de uma região a outra, mas que do ponto de vista do desenvolvimento
apenas o formato e a função da peça mudaram. Da mesma forma com que em
determinado estagio do desenvolvimento embrionário de seres humanos e peixes há
fendas branquais, em nós elas geram estruturas especificas, em peixes elas geram as
brânquias. A origem embriológica é a mesma, mas o resultado final é outro. Tais
modificações dependem do padrão de diferenciação celular, cascatas de genes e
interruptores genéticos que controlam tais genes. Variações destes padrões de
atividade geram mudanças nas espécies e geram novas espécies.

290 – Para que a ameba sequer se incomodaria de evoluir para criaturas “mais
avançadas” tais como o dodô e os dinossauros, uma vez que estas vieram a ser
extintas, enquanto que a ameba ainda está por ai?

A ameba sequer deseja evoluir? Ao que aprece o autor não conhece a teoria da
evolução dada as perguntas por ele aqui feitas. É mais apropriado dizer que a
evolução é resultado da luta pela sobrevivência. Nenhum animal tem intenção ou
desejo de evoluir. O processo evolutivo ocorre ao longo de gerações. E o fato de
existirem eucariotos e amebas por ai apenas demonstra que a vida não exige
necessariamente progressão e aumento de complexidade. Evoluir pode significar
simplesmente sobreviver. Elefantes e amebas eu sobrevivem estão aptos, são seres
capazes de sobreviver. Gerar novas espécies não é a intenção, nem o foco ‘da luta pela
sobrevivência. Recomenda-se ao autor ler livros do ensino médio para que tenha
conceitos básicos antes de participar de debates ou grupos de discussão.

291 – De que forma a vida aprendeu a se auto reproduzir, ou, ao menos, saber que
havia esta necessidade?

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A questão da sexualidade na biologia evolutiva já foi tratada em outras questões (3) e


é tratada de várias formas em diferentes setores da biologia evolutiva como
disciplina. Por exemplo, no livro “O Que É Sexo?” as autoras Lynn Margulis e Dorion
Sagan tratam de vários aspectos biológicos s evolutivos do sexo, inclusive sobre a
origem dos gametas masculinos e femininos que são fundamentais na questão da
sexualidade.

292 – Com quem cruzou a primeira célula capaz de se reproduzir?

O livro “O Que É Sexo?” as autoras Lynn Margulis e Dorion Sagan tratam de vários
aspectos da reprodução e sua origem.

293 – Por qual motivo algo se reproduziria naturalmente, uma vez que, com isto,
apenas criaria disputa por comida, por espaço ambiental e por recursos, e uma
necessidade de prover e trabalhar em benefício deles [os seus descendentes]?

Se não se reproduzisse não haveria prole. Portanto, só prevalece quem cria a geração
seguinte, que é a geração que da existência a espécie.

294 – O que surgiu primeiro: o sistema digestivo; a comida a ser digerida; o


conhecimento da necessidade de alimento; a habilidade de achar alimento; o saber
o que é alimento, o que consumir e de que forma consumir; os sucos gástricos; ou a
habilidade do corpo em não ser destruído pelos mesmos ácidos que digerem o seu
alimento?

Pergunta repetida a questão 71.

295 – Como as baleias sabem nascer propositadamente “emborcados” [estando


também na posição “cauda primeiro”, sendo ejetadas velozmente, e nadando
celeremente para a superfície, bem próxima] para não serem afogadas durante o
parto? Mamíferos nascem na posição “cabeça primeiro” [e “desemborcados”]
(exceto em abortos de partos parciais, onde os bebês são virados ao contrário [pelo
“médico”], com a finalidade de poderem ser assassinados ao terem os seus cérebros
sugados por máquina aspiradora). Por acaso todas as baleias bebês se afogaram
até a evolução descobrir que baleias não podiam nascer da mesma forma que os
demais mamíferos? Lembre, elas teriam menos do que uma geração para fazer a
devida correção evolutiva, pois uma geração de baleias afogadas teria causado a
extinção da espécie.

Baleias descendem de um animal semiaquatico denominado Pakicetus que


certamente já vinham tendo sua prole em ambiente semi-aquatico. Por exemplo,
hipopótamos, que não coincidentemente tem um relacionamento filogenético
relativamente próximo ao das baleias, pode dar a luz tanto na terra quando na água.

296 – Somos ensinados que a vida pode ter surgido de proteínas que se
transformou em carboidratos, porém que isso não pode acontecer na presença de
oxigênio. Contudo, já se foi encontrado óxido de ferro de períodos bem antes da
formação da vida na terra. Como explicar isso na concepção evolucionista?

A vida surge de blocos de replicação, RNA-World e talvez um precursor ainda. Não


surge necessariamente de proteínas e carboidratos. Sugere-se leituras sobre o
assunto. O auto precisa especificar na leitura sobre que momento da historia da vida
ele estabelece a relação entre oxido de ferro e o oxigênio.

297 – Por que nunca se foi comprovado cientificamente, que em processos naturais
as proteínas podem se tornar carboidratos?

Porque as proteínas conhecidas hoje são fruto de reações catalíticas. RNA auto

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catalítico pode explicar as primeiras reações, ou mesmo compostos argilosos pode


atuar como catalizadores de reações químicas, especialmente para explicar a origem
de certos blocos de replicação que podem estar relacionados a origem da vida. Os
blocos de construção de proteínas (os aminoácidos) já foram encontrados em
meteoros e podem se formar a partir de reações como as apresentadas no
experimento de Miller.

298 – Por que, apesar de apresentar diferentes vertigens o DNA dos seres vivos
está programado para produzir exatamente a mesma espécie?

Estar programado para produzir a mesma espécie não o torna fixo. Se o DNA fosse
fixo não teríamos nem mesmo doenças causadas por variações no DNA. Reproduzir
sempre a mesma espécie é sinal de expressão dos genes que caracterizam aquela
espécie, mas mesmo produzindo a mesma espécie variações que são vantajosas
tendem a se disseminar dentro da população. Eventualmente em processos graduais
isso pode isolar populações por preferências ou condições sexuais, comportamentais,
anatômicas e permitir que mesmo sendo compatíveis possam não mais se reproduzir,
gerando assim duas espécies que tenderão a seguir caminhos evolutivos
independentes, ainda sim filogeneticamente relacionados.

Eis um exemplo; durante a primeira expedição do Projeto Wallace em na Indonésia


em 1985 o Dr. Hannelore Hoch da Museum für Naturkunde de Berlim descobriu
algumas cigarras pertencentes á família cixiidae. Eram cigarras bizarras que
pertenciam á tribo Bennini, embora muito diferente das 22 espécies conhecidas até
então. Eles tinham apêndices laterais decorrentes no quarto e quinto segmento do
abdômen, que eram dilatados em suas pontas e com sensilas cobertas por uma
secreção cerosa. Sabe-se que os cixiideos compreendem mais de 2.000 espécies
distribuídas em cerca de 150 gêneros e algumas espécies espécies são parasitas,
causando danos em palmeiras, entre as quais os coqueiros, e nas folhagens de
videira, de beterraba açucareira e de lírios.

Essas novas cigarras foram descobertas em uma caverna, a cerca de 100m da


entrada alimentando-se de raízes de plantas e vivendo em um ambiente junto com
várias aranhas, amblipígios, grilos e centopéias. Cigarras que vivem acima do solo são
conhecidas por se comunicar tocando no substrato. As vibrações resultantes
consistem de um padrão de pulsos interrompidos por espaços que são utilizados para
localizar e reconhecer parceiras.

Dr. Hoch e seus colegas concluíram que as cigarras provavelmente surgiram nesta
caverna a partir de ovos depositados no solo e que aleatoriamente vagaram para as
cavernas em vez de migrar para a superfície. Experimentos com cigarras de caverna
no Havaí nos últimos 20 anos revelaram populações específicas usam um tipo
sinalização vibracional que parece desempenhar um papel no reforço divergência
populacional em espécies incipientes.

Esse tipo de especiação é chamado de isolamento etológico uma vez que a vibração
ou a vocalização é responsável pela separação de duas espécies. Sabe-se que na
Europa o gafanhoto Chorthippus brunneus e o Chorthippus guttulus são tão
próximas que até os entomologistas tem dificuldade de identifica-las. Embora sejam
geneticamente compatíveis, na natureza elas não se cruzam graças a um isolamento
na freqüência de vocalização das fêmeas. Em um experimento laboratorial onde foi
estimulado artificialmente uma mudança no padrão de vocalização de uma das
espécies e mostrou que geneticamente elas eram compatíveis e o que separava essas
duas populações eram unicamente a vocalização.

299 – Nunca se foi comprovado cientificamente que a mutação aumenta a


complexidade dos seres vivos, mas se está comprovado que pode acarretar doenças

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graves como a Síndrome de Down, Síndrome de Patau, Macrocefalia,


Hermafroditas, Câncer e etc. Ou seja a mutação faz com que o individuo ganhe
defeitos e não qualidades?

Foi sim, variações permitem a tolerância a lactose, sensibilidade a certas substancias,


variações em subunidades de receptores de membrana que tornam indivíduos
imunes a certos tipos de doenças. Sugiro o autor das perguntas pesquisar sobre estes
exemplos para evitar perguntas feitas sem conhecimento adequado do que já há
constatado cientificamente

300 – O DNA é formado por um sistema de códigos; pode um sistema de códigos


ser formado senão por processos mentais?

Sim, existem explicações para isto. Veja PARADIGMAS SOBRE A ORIGEM DO


CÓDIGO GENÉTICO E SUAS IMPLICAÇÕES NA ÁRVORE DA VIDA.
https://netnature.wordpress.com/2012/08/29/paradigmas-sobre-a-origem-do-
codigo-genetico-e-suas-implicacoes-na-arvore-da-vida/

301 – Por que razão não são as tartarugas vivíparos? Sim, afinal, quando vão para
terra pôr os seus ovos, não correm grandes riscos; porém, quando irrompem, os
filhotes têm de chegar ao mar o mais depressa possível, ficando então sujeitos a
diversos predadores, que os espreitam? Não seria, pois, o nascimento na água por
viviparidade mais infinitamente proveitoso? Como explicar, então, que a nossa mãe
evolução e a nossa parteira a Seleção Natural não tenham encontrado meios para
fazer as tartarugas acederem à viviparidade, tanto mais que a copulação se faz na
água e que os machos nunca vão à terra?

Reproduzir por ovos é uma característica basal dos repteis. É mantida no grupo na
maioria dos casos por uma questão fisiológica. Nem sempre o que é mais proveitoso
se estabelece em uma espécie, afinal, isso não é determinado por um elemento
consciente. Uma tartaruga simplesmente não pode decidir deixar de produzir ovos.
Seria mais vantajoso para o homem liberar o excesso de nitrogênio pela respiração ao
invés da urina, para evitar perda de água. Entretanto, porque não fazemos isto
conscientemente? Por ser fisiologicamente impossibilitado. Se tal característica é
mais vantajosa, por que o criador não fez as tartarugas vivíparas? Ou a excreção do
nosso excesso de nitrogênio pela respiração?

302 – Por que os cascos dos cavalos estão adaptados à corrida, enquanto os
veados, que correm tão bem quanto eles, não tem necessidade deles?

Porque são grupos adaptados a dinâmicas ecológicas e evolutivas distintas. E contém


características genotípicas distintas.

303 – Diz-se que os cavalos e as zebras foram os últimos sobreviventes de um


grupo outrora muito poderoso. Porém, por que razões sobreviveram eles? Por que
razão se extinguiram os outros em tão elevado número?

Fazem parte dos Perissodactila, junto com os rinocerontes e antas. Realmente são
grupos que hoje tem baixa diversidade, mas sobreviveram por ter o seu papel
ecológico estabelecido. De fato, esse grupo (especialmente rinocerontes e antas)
passam hoje por períodos de perda de diversidade biológica e perda de habitat.

304 – Se as cascas dos caracóis constituem uma proteção eficaz, como se explica
que três ordens de gasterópodes, desde a lesma comum até aos nudibrânquios
marinhos, a elas tenham renunciado, sem que esse fato tenha, aparentemente, tido
conseqüências negativas à espécie?

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A perda de uma característica pode ocorrer pelo surgimento de outra. A evolução do


grupo pode abrir mão de uma proteção como o casco para dar maior mobilidade na
fuga do predador e/ou se tornar um predador. Sugere-se leitura de livros de evolução
como Douglas Futuyama e Livros de ecologia evolutiva.

305 – Por que razão é a temperatura tão estável nos mamíferos superiores, isto é,
muito claramente por volta dos 37º, quer no coração da África, entre os antílopes
dos desertos queimados pelo Sol, quer nos gelos dos pólos, entre os ursos brancos?

Devido a taxa metabólica. Existem estratégias alternativas para manter a


temperatura do corpo em um stress de baixa temperatura, ou amenizar a
temperatura do corpo em ambientes de alto calor. No frio geralmente há o
desenvolvimento de pelos e camadas de gordura. No frio há sistemas de resfriamento
com base na taxa ventilatória ou na radiação do calor em períodos noturnos como
acontece no camelo, cuja temperatura do corpo varia em 4 graus. Sugere-se a leitura
do livro “Fisiologia Animal” de Schmidt e Nielsen.

306 – Sabe-se que o cérebro de alguns animais parece ser muito mais desenvolvido
do que aquilo que são as suas necessidades. A par disto pergunta-se: por que razão
tem o gorila um cérebro tão grande, se leva uma vida quase inativa nas florestas,
onde os alimentos são abundantes e ele não tem inimigos?

Não, o cérebro é proporcional. Ele só é maior em relação ao corpo em seres humanos


e golfinhos. Gorilas são ativos nas florestas e tamanho do cérebro não tem a ver com
atividade do animal. Insetos tem grupos de gânglios nervoso do tamanho da cabeça
de um alfinete e podem fazer coisas espetaculares.

307 – Por que razão teriam tido os primeiros representantes do gênero Homo um
cérebro bem mais desenvolvido do que o dos macacos atuais, se o modo de vida de
ambos, de caçadores-e-coletores, era exatamente o mesmo?

O Coeficiente de encefalização é gradualmente aumentado, desde os


australopitecineos até o gênero Homo. Variações em genes ligados ao
desenvolvimento do cérebro podem explicar o aumento de determinadas regiões
cerebrais. Apesar da descoberta de conservação global de genes maximamente
expressa no cérebro, vários estudos revelou diversos genes associados com o
desenvolvimento do cérebro. Um gene é o ASPM, na qual mutações são conhecidas
por resultar em uma severa redução no tamanho do córtex cerebral (microcefalia).
Um gene associado conhecido como MCPF5 pode funcionar como regulador da
proliferação de células neurais e diferenciação durante o desenvolvimento do órgão.
ASPM é um exemplo de um gene subjacente expansão córtex cerebral na evolução
humana. Mutações em MCPF1 causar severa redução em o tamanho do cérebro,
deixando a estrutura do cérebro intacta. O gene controla a proliferação e
diferenciação de neuroblastos durante neurogênese. Na comparação de ortólogos de
MCPF1 entre espécies de primatas, o gene mostraram assinaturas de forte seleção
positiva na linhagem dos humanos. Esse genes foram comparados em diversas
amostras populacionais de mais de 1.100 indivíduos. Verificou-se o conjunto comum
de haplótipos em todo o mundo, exceto na África Subsaariana, A seleção positiva
sobre os haplótipos derivados tanto MCPF1 e ASPM estima-se que tenha ocorrido
recentemente. No MCPF1, o tempo estimado de coalescência dos presumidos
haplótipos D selecionados positivamente é de 37 mil anos (em comparação com 1,7
milhoes de anos para a coalescência de todos os cromossomos neste locus ). No
ASPM, a coalescência estimada dos haplótipos selecionados positivamente é de 5.800
anos (em comparação com 800 mil anos para todos os cromossomos neste locus ).
No que diz respeito ao MCPF1, seleção positiva pode ter ocorrido durante a migração
inicial dos humanos modernos na Europa cerca de 40 mil anos, e seleção positiva no
ASPM pode ter ocorrido concomitantemente com as inovações culturais da

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agricultura, domesticação animal, ou com o advento da cidades, estados e linguagem


escrita.

Veja Eugene E. Harris1,2* and Diogo Meyer. The Molecular Signature of Selection
Underlying Human Adaptations.YEARBOOK OF PHYSICAL ANTHROPOLOGY
49:89–130 (2006)

308 – Por que razão tem o elefante, de quem se não conhecem inimigos, um cérebro
tão grande e instintos tão desenvolvidos?

Elefantes tem inimigos naturais sim. O tamanho do cérebro não tem necessariamente
a ver com inteligência. Essa é uma falsa correlação.

309 – Por que razão tem o golfinho, que vive uma vida idêntica à da foca, um
cérebro tão grande e instintos tão espantosos?

Porque cada espécie tem suas especificidades, suas particularidades genéticas,


instintivas, comportamentais e ecológicas. Golfinhos não tem absolutamente nada a
ver com focas. Falsa analogia.

310 – Por que razão se encontram os macacos, os gorilas, os orangotangos, e


mesmo os chimpanzés, e sobretudo o macaco africano (Pan paniscus) em vias de
extinção?

Por desflorestamento, caça excessiva e problemas sócio-ambientais em geral.

311 – Por que razão nenhum molusco voa e por que razão não existem insetos com
o tamanho de elefantes?

Moluscos vivem em ambiente aquáticos e não contem estruturas que possam


sustentar apêndices de voo. Além disso, preenche nichos ecológicos específicos.
Insetos maiores já existiram no passado e alguns ainda são grandes. Existe uma
imitação do tamanho que esta relacionada ao sistema respiratório/circulatório dele.
Estude fisiologia animal comparada que há mais detalhes sobre essas propostas
absurdas que o autor esta propondo. Certamente o autor não tem conhecimento
técnico sobre o assunto.

312 – Como é possível exatamente medir o êxito evolutivo ou ao menos estipular o


crescimento de uma população?

Sucesso evolutivo esta na capacidade de sobreviver diante de uma pressão seletiva e


reprodução do animal.

313 – Como encaixar no universo darwinista de luta e competição demonstrações


de sublime beleza na natureza, como no caso das gazelas, as quais, antes de serem
devoradas, usufruem da força da juventude e conhecem o período dos jogos
amorosos?

Qual a relação? O autor não é claro em sua pergunta sobre o que exatamente deseja
saber. Todas as gazelas são devoradas? Se elas se reproduzem, certamente estão
adaptadas a alcançar sua idade reprodutiva e perpetuam a espécie, caso contrário,
animais mortos não se reproduzem.

314 – Qual a diferença de muitas das teses da Sociobiologia darwinista daquelas


defendidas pelo ingênuo finalismo, em que se dizia que as flores existiam para
alegrar o coração do homem, ou que o melão tinha fatias para ser comido em
família? O adaptacionismo darwinista não perambula pelo mesmo atalho do tolo
finalismo? Por que a homossexualidade ou suicídio, por exemplo, precisa ter uma

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explicação fundamentada em pressupostos evolutivos, como a Seleção Natural?

Pelo simples fato de que a biologia evolutiva não defende um plano do universo,
originado por uma força, causa, princípio ou personalidade superior, arquiteto e
criador, que é a causa suprema, exterior à natureza. A homossexualidade pode ter
uma base evolutiva, isso as evidências indicam, agora para suicídio não. Suicídio e
muito melhor explicado por questões sociológicas ou mesmo psiquiátricas do que
evolutiva. O autor tenta estabelecer uma correlação, ou mesmo correspondência
inexistente para certos fatos.

315 – No que concerne aos batráquios anuros, segundo Delsol, seguiu eles pelo
princípio da parcimônia, adaptando-se conforme o ambiente em que viviam.
Porém, se eles viviam bem nos pântanos, como podiam viver também nos desertos,
sem terem alteradas a sua estrutura? O que os empurrou para lá? Ou teremos de
admitir uma particularidade, ou seja, a extraordinária margem de manobra das
espécies vivas? Em outras palavras: quanto menos adaptado está um ser vivo a um
biótipo específico, melhor se comporta? Por que, afinal, foram eles para os desertos,
onde as condições são diametralmente opostas?

Anfíbios podem viver em ambientes áridos, porque podem desenvolver


comportamentos e estratégias distintas de sobrevivência. Na caatinga brasileira
existem espécies de rãs que ficam enterradas a alguns metros de baixo do solo (onde
é úmido) em forma de girinos e adultos durante 8 meses do ano e somente saem para
se reproduzir na estação chuvosa.

Mais aptidão pode significar não ser um animal de hábitos especialistas, mas sim,
generalistas. Nem sempre eles vão para o deserto. É possível que no passado o que é
deserto atual fosse grandes florestas e as mudanças graduais do clima foram
selecionando os ancestrais as novas condições.

316 – Em relação às orelhas exteriores, segundo Dawkins, elas se desenvolveram


pouco a pouco, pois assim favoreciam cada vez mais a determinação da fonte do
ruído, o que pode ter sido útil à sobrevivência. Contudo, como se explica que as
andorinhas, que também utilizam um sonar, apanham insetos como os morcegos,
mas sem necessidade de orelhas exteriores?

O pássaro do petróleo ou Guácharo sul-americano (Steatornis caripensis) e certo tipo


de andorinhão do gênero Aerodramus (Formerly collocalia) ou swiftlets das
cavernas, Andorinhão de Foz-do-iguaçu são as únicas aves conhecidas que também
podem ecolocalizar e voar na escuridão absoluta. Porém o sistema
desses pássaros não é tão sofisticado quanto o do morcego e golfinho, além de servir
somente para orientação ao voo. Além disso, morcegos, golfinhos e andorinhões tem
sistemas de recebimento do sinal da ecolocalização diferentes. Nos morcegos as
orelhas direcionam a reverberação para o ouvido interno, em golfinhos é a vibração
de sua mandíbula e em andorinhões ainda pouco se sabe embora seja algo
rudimentar pois grande parte de seu sistema de navegação ainda sim é visual.

317 – Por que quando um argumento adaptativo falha, tenta-se outro em seu
lugar? Se se descobre, por exemplo, que o rosto largo dos Esquimós não foi uma
adaptação ao frio, dever-se-ia afirmar que fora assim constituído para aumentar a
força mastigatória das suas mandíbulas?

Porque alguma função específica ele pode ter, e as vezes não precisa ter uma função
específica. A explicação cientifica é sempre baseada no que é mensurável, nas
hipóteses mais prováveis. Alegar que é resultado de obra divina não é testável, é
apenas especulativo.

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330 RESPOSTAS QUE COMPLICAM A VIDA D... https://netnature.wordpress.com/2014/05/21/33...

318 – Você poderia citar alguns métodos satisfatórios de medição para adaptação
das populações? Em que sentido é possível afirmar que o homem está melhor
adaptado dos que as moscas, as algas ou uma bactéria?

O homem esta melhor adaptado que as moscas, algas ou bactérias? Ao que parece
todos estão igualmente adaptados, pois todos estão vivos. Perpetuando sua espécie. O
autor desconhece o conceito, a definição biológica para adaptação, sobrevivência,
mutação, aleatoriedade e evolução. A genética de população tem exemplos que
demonstram adaptações evolutivas que o homem passou, desde o aumento
significativo de áreas do sistema nervoso central que ocorreram devido a variações
genômicas antigas e mais recentes até funções imunes e fisiológicas ligadas a
alimentação e exposição a doenças.

319 – Se a asa foi constituída pouco a pouco, para que serviam seus embriões, e por
quais razões eram sempre indispensáveis ao seu possuidor? Não seria um jibóico
absurdo dizer-se que um ser vivo tem sempre necessidade de todos os seus órgãos e
em todos os momentos? Sendo assim, para que as penas quando se está sentado, ou
para que as asas quando não se está voando?

A asa não foi constituída pouco a pouco como o autor sugeriu erroneamente em uma
questão anterior. A pergunta não é clara, pois não estabelece conexão entre
embriologia e asas ou mesmo em relação aos órgãos.

320 – Segundo Darwin, ao longo dos milênios a evolução teve de suprimir os


órgãos inúteis, a fim de que não prejudicassem a sobrevivência. No entanto, qual a
base lógica apara se afirmar que existem “órgãos inúteis”?

Um olho é útil para um peixe de hábitos cavernícolas? Ou seja, que vive em escuto
total. Qual a funcionalidade das pernas em cobras?

321 – Para que servem, afinal, as patas escavadoras do ralo, que se parecem de
forma notória com as da toupeira? Foram elas adaptadas às escavações? Em sendo
assim, como explicar o caso da formiga cultivadora de cogumelos do Brasil, a qual
não possui o menor vestígio de patas escavadoras?

Sim, foram adaptadas para escavar.

Formigas em geral cultivam folhas mortas, pois o seu alimento são os fungos e não as
folhas. Não há vestígios de aparelhos de escavação porque elas apenas cortam folhas
para carrega-las ao formigueiro, Não existe relação entre escavação e cultivo de
fungos.

322 – Qual a importância de uma estrutura evolutiva que virá a dar origem à asa
quando se encontra no início de seu desenvolvimento? Ou, mais precisamente, qual
é o interesse de um cotoco de asa, que evidentemente não pode servir para voar?

Não há como discutir o valor de meia asa como se cada asa surgisse
independentemente. Ora a estrutura em si surge com os tetrápodes, ou seja,
embriologicamente tem uma origem e única. Em insetos a origem da asa tem valor
diferente, e estruturas que antes não agiam como asas poderiam ter valores
diferentes, ainda que rudimentares. A conformação anatômica das asas em
tetrápodes é remodelada. A evolução constantemente faz isto. Penas tem a mesma
origem embriológica que as escamas. A função a principio não é o voo…mas as penas
tiveram um grande valor adaptativo para os ovirapterossauria e dinossauros
emplumados…bem como a cooptacão das penas para o voo. Basta olhar os artigos.

323 – Sabe-se que há muito tempo coexistem intactas duas espécies distintas de

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flagelados, o que parece contrariar os ditames da Seleção Natural, afinal, por que
razão age ela sobre uma espécies e não sobre a outra?

Quais as fontes? Qual contexto isto ocorre? Que tipo de flagelado. O autor não
fornece detalhes ou referencias sobre o assunto. Sendo muito vaga a pergunta torna-
se descontextualizada e inválida.

324 – O problema das estruturas incompletas refuta completamente a seleção


natural: uma nova estrutura que se desenvolve lentamente ao longo do tempo não
representaria uma vantagem para o organismo no início ou nos estágios
intermediários, e sim apenas quando já estivesse totalmente desenvolvida, o que só
acontece por meio de criação divina. Por exemplo: de que servem 5% de uma asa ou
55%? Para ser útil, tem que ser tudo ou nada. Como os evolucionistas solucionam
este problema?

Não refuta. Estruturas originais podem ter outra função, e ao se modificar podem ter
sua função modificada. Penas serviam para manutenção da temperatura, variações
da pena no corpo e nas asas permitiram o voo. Nem sempre uma estrutura surge para
uma função. Funções pode ser atribuídas e modificadas para novas funções.

325 – Onde foram parar os ossos de milhões de animais que deveriam morrer
durante um processo de mutação a outras espécies? Macacos com asas, sem rabos,
e com escamas, por exemplo?

Macacos nunca tiveram asas ou escamas, primatas sem cauda existem até hoje, são
chamados de antropoides. O autor cita exemplos que não sai reais para tentar
invalidar uma situação real. Falácia do espantalho.

326 – Existe algum animal em plena fase de transição? Algum animal réptil que
esteja virando mamífero? Ou algum réptil que esteja virando ave?

Todos animal de cada geração é uma forma de transição. Espécies anéis demonstram
novas espécies surgindo de outras. Repteis virando mamíferos ou virando aves em
espaço de uma geração é alegação saltacionista e não macroevolucionista. O autor
desconhece as definições dos termos do assunto.

327 – O DNA, em si, não tem mente para escolher coisa alguma, para selecionar
sozinho um novo código de sobrevivência. Como pode haver alguma meta ou
seleção sem nenhuma inteligência envolvida no processo? Em outras palavras,
como um organismo sabe que deve adaptar-se ao seu ambiente a fim de continuar
existindo? Por que simplesmente não morre?

Um organismo não sabe que deve adaptar-se. Ou ele tem essa aptidão ou não. As
variações que ocorrem no genoma podem gerar alterações ou novas estruturas
anatômicas, fisiológicas, metabólica, proteicas que podem gerar alguma vantagem.
Isso garante a sobrevivência.

328 – Na tentativa de providenciar evidências observáveis para apoiar sua posição,


os macroevolucionistas põem a prova sua hipótese com o que veio a ser conhecido
por “burro de carga genético” da macroevolução: uma mosca-das-frutas chamada
drosófila. Os cientistas macroevolucionistas têm tentado mudar a drosófila por
diversos meios nos últimos 75 anos na tentativa de forçá-la, com as mutações, a
transformar-se em alguma nova forma de vida. Contudo, mesmo com a intervenção
inteligente e em condições controladas no laboratório, todos os esforços dos
macroevolucionistas têm sido em vão. A drosófila permanece aquilo que sempre foi
— uma mosca-das-frutas. Ao invés de demonstrar que os limites genéticos não
existem, a drosófila provou exatamente o oposto. Por que os geneticistas

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macroevolucionistas não conseguem que a drosófila se transforme numa nova forma


de vida? A resposta simples é que o código genético da mosca-das-frutas foi criado
com certos limites, e a informação necessária para transformar esse código numa
nova forma de vida não existe dentro da estrutura molecular ou nos parâmetros do
projeto da drosófila. Além disso, um novo tipo genético requer mais que
simplesmente uma modificação de gene, necessita de uma nova informação/material
genético, inclusive a inteligência para construí-lo. Consequentemente, se os
macroevolucionistas inteligentes não conseguem realizar essa tarefa pela própria
engenhosidade, por que devemos considerar a idéia de que ela pode acontecer por
variações genéticas acidentais?

Drosophila pseudobscura é uma espécie criada em laboratório por especiação.


Processos de domesticação criam espécies novas, técnicas de hibridismo e inserção
de genes criam novas espécies. O autor não consultou a literatura científica antes de
fazer tal pergunta.

329 – Outro problema que afeta a possibilidade de a seleção natural criar novas
formas de vida é o fato de que as formas transicionais não podem sobreviver.
Considere, por exemplo, a afirmação darwinista de que os pássaros evoluíram
gradualmente dos répteis durante um longo período de tempo. Isso certamente
exigiria a transição de escamas para penas. As penas são irredutivelmente
complexas. Uma criatura com a estrutura de meia pena não consegue voar. Seria
uma presa fácil na terra, na água e no ar. Como um animal no meio do caminho
entre um réptil e um pássaro; provavelmente não estaria adaptado a encontrar
comida para si mesmo também. Assim, o problema dos darwinistas é duplo:
primeiramente, eles não têm um mecanismo viável para transformar répteis em
pássaros; segundo, mesmo que o mecanismo viável fosse descoberto, de qualquer
maneira a forma transicional muito provavelmente não sobreviveria. De que
maneira urna criatura poderia sobreviver não tendo mais escamas, mas ainda não
tendo penas?

Todas as espécies são formas de transição, a evolução ao cessou. Cada espécie hoje e
cada geração de cada espécie pode ser considerada um intermediário entre dois
grupos biológicos.

Penas não são irredutivelmente complexas. Não há exemplos de complexidade


irredutível na natureza, razão pela qual tal conceito não é cientificamente aceito. A
origem embriológica das penas é a mesma das escamas. Existem cerca de 25 fosseis
que mostram a transição de répteis para aves. Análises por emissão de pósitrons
feitas em fóssil de dinossauros próximos ao archaeopteryx demonstram que seus
cérebros já estavam “pré-adaptados” para o voo dada as estruturas do seu cérebro. As
evidencias claramente apontam para isto. Portanto, um animal como o
archaeopteryx que demonstra-se como um “intermediário” entre répteis e aves era
completamente capaz sim de procurar alimento. O que faz o autor pressupor que
sejam as asas desse “intermediário” que custaram sua sobrevivência?

O autor não consultou a literatura científica antes de fazer tal pergunta.

330 – As proteínas são os tijolos da vida. Elas são compostas de longas cadeias de
unidades químicas chamadas aminoácidos. A maioria das proteínas tem em sua
estrutura mais de cem desses aminoácidos, os quais precisam estar numa ordem
bastante específica. É o DNA que contém as instruções para ordenar os
aminoácidos nas proteínas, e a ordem é essencial, pois qualquer variação
normalmente faz a proteína ter uma disfunção. É aqui que surge o problema para
os darwinistas. Se todas as espécies compartilham de um ancestral comum,
deveríamos esperar encontrar seqüências de proteínas que fossem formas
transicionais, digamos, do peixe para um anfíbio ou do réptil para o mamífero. Mas

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não conseguimos encontrar isso de modo algum. Em vez disso, descobrimos que os
tipos básicos são isolados uns dos outros em nível molecular, o que parece pôr fim a
qualquer tipo de relacionamento ancestral, observa Michael Denton:

“Em um nível molecular, não existe traço de transição evolucionária de um peixe


para um anfíbio, deste para um réptil e deste último para um mamífero. Sendo
assim, os anfíbios, tradicionalmente considerados intermediários entre o peixe e
outros vertebrados terrestres, estão, em termos moleculares, tão longe do peixe
quanto qualquer outro grupo de répteis ou de mamíferos! Para aqueles que estão
acostumados com o quadro tradicional da evolução vertebrada, o resultado é
verdadeiramente espantoso” (Evolution: A Theory in Crisis. Bethesda, Md.: Adler &
Adler, 1985, p. 285)

Esse código ordenou os aminoácidos nas proteínas de uma tal maneira que os tipos
básicos estão em isolamento molecular uns dos outros. Não existem transições
darwinistas, apenas vazios moleculares distintos. Os darwinistas não podem
explicar a presença desses vazios moleculares por meio da seleção natural, do
mesmo modo que não conseguem explicar a presença de enormes espaços no
registro dos fósseis. Por que não encontramos sequencias de proteínas que formam
formas transicionais entre as espécies?

DNA são os tijolos de construção da vida. Proteínas são resultados de sua tradução.
Miosina é uma proteína presente nos músculos dos vertebrados, mas esta presente
em grupos de cnidários. Muitas proteínas são altamente conservadas e evidenciam
características comuns entre diversos grupos biológicos. Atuam como indicadores de
homologia. Existem proteínas chamadas de “altamente conservadas” que tem sua
função primordial estabelecida. Muitas delas são enzimas e estão presentes nos 3
reinos da biologia. Muitos genes Hox produzem proteínas que atuam como fatores de
transcrição. Existem genes Hox que inclusive foram duplicados duas vezes e
evidenciam relacionamento filogenético entre peixes e tetrápodes.

O autor não consultou a literatura científica antes de fazer tal pergunta. Michael
Denton tem razões para negar a evolução biológica, seu livro revela que ele pertence a
igreja Betesda, portanto, sua negação pode ter interesses proselitistas.

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