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Escola de Engenharia
Departamento de Engenharia de Materiais e Construção
Curso de Especialização em Construção Civil
Monografia
AÇO "
Dezembro/2004
Belo Horizonte
2004
II
SUMÁRIO
1 – CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO........................................................................................... 09
3.1 – A estrutura.......................................................................................................... 14
7 - ANEXOS............................................................................................................................. ..48
8.3 – Manuais.............................................................................................................. 50
III
LISTA DE FIGURAS
projetos ................................................................................................................ 22
IV
Figura 3.25 - Pórticos semi - rígidos ....................................................................................... 24
Figura 4.1- Telas de arame zincado assentadas a cada três fiadas ............................................. 33
Figura 5.5 - Centro Cultural, vista da rampa sob o vazio da caixa interna................................. 39
V
Figura 5.7 - Sede do Grupo Corpo, vista do páteo interno e área de convívio .......................... 39
Figura 5.8 - Galeria, vista geral com portas abertas para a praça ............................................... 39
Figura 5.9 - Centro Cultural, vista da rampa sob o vazio da caixa interna................................. 39
Figura 5.12 - Pilares que sustentam o pavilhão e pilar inclinado que sustenta sala e terraço..... 44
Figura 5.13 - Ponte de ligação e tirantes metálicos que compõe o sistema de estabilização...... 44
VI
LISTA DE TABELAS
Tabela 3.1 - Modulações Usuais ........................................................................................... 22
Tabela 3.5 - Tabela de equivalência de aços ASTM especificados pela ABNT ..................... 28
VII
RESUMO
Para se entender o desenvolvimento de um projeto de estrutura metálica deve-se primeiro entender que “o
aço como elemento de construção significa uma obra racionalizada, uma obra para a qual a fábrica vai
produzir peças que foram otimizadas no projeto de arquitetura e que serão, depois de transportadas,
montadas no canteiro de obras”. (SANTOS, 1996)
O projeto de uma obra em aço tem importância fundamental para o seu sucesso e, portanto, deverá ser
desenvolvido de modo a atender aos requisitos de qualidade e custo necessários ao bom resultado da obra.
Ele demanda uma lógica projetual própria, onde devem ser consideradas as exigências do material aço, as
exigências que o processo construtivo industrializado requer e, ainda, ter qualidade arquitetônica.
Para que isto seja possível, os arquitetos devem seguir um caminho projetual específico para o aço. Ou seja,
conhecer as vantagens e restrições do processo de projeto, as linguagens técnicas, ter capacidade de
planejamento e coordenação e etc., para então usufruir as diversas possibilidades funcionais e formais que
envolvem o uso desta sofisticada tecnologia construtiva, resultando em projetos arquitetônicos desde os mais
arrojados, segundo diversas formas estéticas, até os mais tradicionais.
São etapas a serem considerados para a execução de uma obra em aço: projeto, fabricação, pré-montagem,
transporte e montagem. Porém, como é objeto primeiro desta monografia, abordaremos neste trabalho os
aspectos intrínsecos ao desenvolvimento do projeto arquitetônico para a tecnologia em aço, deixando em
aberto os demais procedimentos que envolvem a execução deste modelo de obra.
Primeiramente serão abordados aspectos referentes à coordenação do projeto, já que este é um item relevante
dentro da cadeia de produção de um edifício metálico. Em seguida, apontaremos pontos condicionantes que
restringem o partido arquitetônico deste tipo de projeto, terminando por abordar os detalhes considerados
relevantes ao bom desempenho de uma edificação em aço.
Finalmente, o trabalho se conclui com a análise de dois projetos concebidos para serem desenvolvidos em
estrutura metálica. O primeiro discorre sobre o projeto para as instalações da sede do Grupo Corpo em Nova
Lima, MG, dos arquitetos Alexandre Brasil Garcia, Carlos Alberto Maciel, Éolo Maia e Jô Vasconcellos. O
segundo, aborda uma residência também em Nova Lima, MG, e se desenvolve com base em entrevistas feitas
no período de outubro a novembro 2005 ao arquiteto autor do projeto: João Diniz. Nesta etapa são tratadas
questões então ponderadas ao longo do trabalho, no sentido de se vislumbrar na prática o que foi discorrido
durante a monografia.
VIII
1. INTRODUÇÃO
A construção metálica está atravessando um período de grande expansão no Brasil. Desde os anos oitenta
tem-se tido a oportunidade de vivenciar o crescimento do mercado de estruturas em aço, incrementado
principalmente por novas tendências do setor da construção de edifícios: a construção industrializada e os
conceitos relativos ao meio ambiente, principalmente aqueles relacionados ao desenvolvimento humano
sustentável.
Já os conceitos relativos ao meio ambiente, na construção metálica, são traduzidos por se tratar de um
material totalmente reciclável, uma vez que esgotada a vida útil da edificação, este material pode retornar
sob forma de sucata aos fornos das usinas siderúrgicas para ser re-processado sem perda de qualidade.
Também no processo de produção dos perfis, a emissão de CO2 caiu pela metade e a emissão de partículas
foi reduzida em mais de 90%. Os dispositivos de filtragem de partículas permitem que estes derivados da
produção do aço sejam quase totalmente reciclados. A escória, por exemplo, é empregada como material
mineral para construção de estradas, como lastro, e na produção de cimento. A melhoria contínua no
processo de produção de perfis inclui ainda uma redução no consumo de água e a reutilização de
praticamente todos os gases residuais para produção de energia. Simultaneamente, dentro do canteiro de
obras, a maior organização, o menor desperdício de materiais e a menor emissão de partículas fazem com
que este modelo de construção seja menos agressivo ao meio ambiente que os modelos tradicionais, o que
justifica o maior interesse que este sistema vem despertando no mercado da construção de edifícios.
Também, os novos investimentos em aços específicos para a engenharia e arquitetura têm difundido esta
tecnologia. Atualmente, são fabricados pelas siderúrgicas aços com maior resistência mecânica, maior
resistência à corrosão atmosférica e melhor aderência à pintura. Este desenvolvimento da tecnologia do
material, juntamente com o desenvolvimento da tecnologia de construção em aço, fazem da estrutura
metálica uma opção competitiva em relação a outros processos construtivos. Hoje, sua aplicação extrapola a
utilização em empreendimentos como shopping centers, supermercados e escolas, se tornando atraente
também para as construções de baixa renda, de edifícios residenciais de múltiplos andares e andares simples.
9
Porém, apesar de toda a expansão que este modelo estrutural alcançou no mercado nacional, a produção de
edifícios em aço ainda representa uma parcela bastante inferior à produção em concreto armado. Esta
realidade se deve a diversas situações, uma delas a “cultura do concreto armado” consolidada no setor.
Alguns fatores que contribuem para que a produção de edifícios em estrutura metálica não seja maior no
mercado brasileiro estão expostos abaixo:
• A escassez de mão de obra: a produção em aço exige um preparo da mão de obra diferente da construção
em estrutura tradicional. Isto leva a uma menor qualidade e quantidade de mão de obra disponível para a
produção em estrutura metálica e a um maior valor quanto à remuneração dos profissionais qualificados.
• O afastamento e a inversão de valores profissionais, principalmente nos últimos vinte anos, por parte de
arquitetos e engenheiros diminuiu substancialmente o trabalho de equipes multidisciplinares formadas
por estes dois agentes. Esta situação contribui para o processo de inibição do desenvolvimento de
sistemas que exigem a formação de uma equipe multidisciplinar, como é o caso das construções em aço.
Com o intuito de compreender a utilização do aço na construção civil, principalmente suas potencialidades e
complexidades relativas à produção de projetos arquitetônicos, este trabalho vem abordar o tema
“DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS ARQUITETÔNICOS EM ESTRUTURAS DE AÇO”.
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2. A COORDENAÇÃO DOS PROJETOS
“ O grande desafio dos arquitetos é conseguir conciliar o sistema subjetivo e individual da qualidade
arquitetônica com a precisão construtiva rigorosa normatizada pelos processos industriais”. (SANTOS,
1996)
O sistema de construção em aço é uma tecnologia industrializada, onde sua execução exige um perfeito planejamento
logístico de todo o processo construtivo e um grau de detalhamento milimétrico da estrutura a ser executada, tendo em
vista a precisão do processo de fábricação e montagem da obra.
Para que se atinja a qualidade exigida pela estrutura, é necessário que haja uma coordenação interativa entre cada uma
das etapas da cadeia construtiva, desde definição do produto, passando pela concepção do projeto até a finalização da
obra. Esta coordenação torna-se parte fundamental do processo, já que a estrutura metálica não se adapta a improvisos e
qualquer alteração projetual ou executiva devem ser planejadas com antecedência. Do contrário, tais modificações
podem levar a um alto desprendimento de custo, à redução da qualidade e a um aumento do tempo de execução da obra.
(MERRIGUI, 2004)
Qualquer que seja o sistema construtivo, a coordenação dos projetos deve ser iniciada ainda na fase de
definição do produto imobiliário. Esta fase, que na maioria dos processos é definida apenas por investidores
e construtores, deve ter também a participação da equipe de projeto, que auxiliará na definição do produto
baseados nos pré – requisitos estipulados, agindo também como direcionadora na procura e compra do
terreno que melhor atender a estes parâmetros.
A etapa de análise de viabilidade para compra do terreno deve ser abordada além dos aspectos legais de
restrições construtivas e documentações. Deverão ser elaborados também, antes da compra do terreno, os
levantamentos plani-altimétricos, as sondagens e feita a verificação dos fatores de exigência do material aço
quanto a ambientes agressivos, ventos e etc. Estes estudos levarão a um conjunto de informações ligadas aos
aspectos estéticos, técnicos e funcionais os quais restringirão o desenvolvimento do produto e orientarão na
elaboração de um estudo preliminar inicial, chamado briefing, o qual caracterizará a aptidão do terreno de
acordo com os objetivos finais do empreendimento.
Após definido o produto imobiliário e feita a escolha e compra do terreno, inicia-se o desenvolvimento do
projeto a partir da formação de uma equipe multidisciplinar de trabalho. A inter-relação da equipe de projeto
arquitetônico às demais equipes envolvidas, principalmente ao trabalho do calculista, atua de modo que as
interfaces técnico construtivas que interferem no projeto arquitetônico sejam bem definidas e reduzam
qualquer possibilidade de reavaliação de projetos durante a fabricação dos perfis e da obra . O entrosamento
destas disciplinas torna-se assim um aspecto definidor da imagem e da expressão de uma obra e um fator
relevante para o bom desenvolvimento, organização e estruturação da concepção do produto e de todo o
projeto arquitetônico.
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Este processo implica, então, para os arquitetos, o problema da troca do trabalho individual, artesanal, pelo
trabalho técnico de uma equipe multidisciplinar, onde são dividas e repartidas responsabilidades de forma a
viabilizar o produto final edificado com qualidade arquitetônica e construtiva. Pela sua formação, o arquiteto
é quem deve controlar e assumir a responsabilidade do processo de projeto em todas disciplinas envolvidas,
definindo os parâmetros estruturais básicos que serão desenvolvidos e depurados na atuação do calculista. A
partir daí o projeto deve ser detalhado com a interação entre esses profissionais, dividindo assim a
responsabilidade pelas definições que resultam na integridade física da construção. (MERRIGUI, 2004)
A inspeção dos projetos deve ser feita através da adoção de mecanismos de compatibilização e conferências
que garantam a qualidade das soluções e o atendimento às normas técnicas 1 . As alterações a serem feitas
devem seguir os procedimentos de “solicitação de alteração de projetos” formulado pela equipe de trabalho.
Concluindo, a coordenação de projetos em aço deve buscar promover a integração entre os participantes do
processo construtivo, garantindo alta precisão do produto final e a comunicação fluida e exata entre todos os
níveis da cadeia de produção, com uma maior atenção às interfaces das etapas. Estes pontos tornam-se
importantes a medida que customizam os prazos de obra, apesar de aumentar os prazos de projeto, diminuem
os custos da obra, apesar de aumentar os custos iniciais, bem menores que os finais, e buscam efetivamente
concretizar os objetivos iniciais apontados pelos investidores e a qualidade final desejada pelas empresas e
pelo mercado de edificações.
1
Anexas estão as principais normas que regulamentam a construção em aço
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3. CONDICIONANTES DO PROJETO ARQUITETÔNICO
As idéias iniciais de projeto definidas na etapa de “Estudos Preliminares” e apresentadas sob a forma de
fluxograma, setorização e definição da tipologia da edificação, resultam das informações levantadas pelo
arquiteto junto ao cliente, aos órgãos públicos e entidades regulamentadoras. Os principais balizadores
dessas “idéias” para o desenvolvimento de projetos de qualquer sistema construtivo são: os anseios dos
proprietários; os dados físicos relativos ao terreno e seu entorno; as necessidades levantadas na definição do
programa; as limitações da legislação; as dimensões definidas; e a disponibilidade de investimento no
projeto.
Porém, o projeto em estrutura metálica exige ainda do arquiteto definições de alguns parâmetros auxiliares
na fase de Estudo Preliminar e anteprojeto que direcionarão o Partido Arquitetônico a ser adotado. São eles:
• A estrutura: na construção industrializada em aço, várias são as formas com que este material pode ser
utilizado. Cabe ao arquiteto identificar e balizar a melhor aplicação para cada caso;
• A ordem de grandeza dos elementos estruturais: este aspecto deve ser proposto pelo arquiteto ainda na
fase de anteprojeto.
• A especificação dos aços: a equipe multidisciplinar de projeto deve estabelecer os aços adequados ao
bom desempenho da obra. Esta definição deverá restringir o partido arquitetônico, permitindo que o
projeto se desenvolva de acordo com as características de cada tipo de aço;
13
3.1 A ESTRUTURA
a. VIGAS
• VIGAS DE ALMA CHEIA
São formadas por duas mesas, interligadas por uma alma, e se Fig. 3.2 - Viga alveolar
• VIGAS ALVEOLARES
São obtidas a partir dos perfis tipo “I”, normalmente por recorte
longitudinal das almas, na forma de colmeias, com posterior
deslocamento e soldagem, ou mesmo por meio da execução de
aberturas nas almas desses perfis. Na peça obtida por recorte da alma, a
Fig. 3.4 - Viga vierendeel ou quadros
nova geometria da seção transversal apresentará uma altura
14
significativamente maior do que a do perfil original, com a mesma massa inicial, portanto, com uma
considerável economia de peso. (DIAS, 2002)
• VIGAS VIERENDEEL
São vigas compostas de barras resistentes na forma de quadros, unidas entre si por meio de ligações rígidas,
que devem resistir as forças normais e cortantes e também aos momentos fletores. Em virtude da
característica dos vínculos, as vigas-quadro são mais deformáveis do que as vigas treliças planas. Valores de
referência: 1/15 a 1/20 do vão.
• VIGAS MISTAS
Resultam da associação de uma viga de aço com uma laje de concreto, sendo a ligação laje-viga realizada
por meio de conectores. Esse trabalho solidário proporciona grande economia no peso das vigas de aço,
principalmente quando se tratar de vigas simplesmente apoiadas. No caso da utilização de perfis “I”, a laje de
concreto recebe boa parte dos esforços de compressão que deveriam ser absorvidos pela mesa superior do
perfil, enquanto os esforços de tração são normalmente absorvidos pela mesa inferior do perfil de aço.
Os conectores cumprem a função de absorver os esforços de cisalhamento horizontal e impedir o
afastamento vertical entre a laje e a viga.
Dentre os vários tipos de conectores, os mais recomendados são os classificados como flexíveis, do tipo pino
com cabeça, que são igualmente os mais utilizados.
Alguns tipos de lajes podem trabalhar no sistema misto, como, por exemplo, as lajes moldadas “in loco”, as
lajes pré - fabricadas do tipo pré-lajes e as lajes com “decks” metálicos (“steel decks).
O valor de referência, para efeito de pré-dimensionamento da altura das vigas mistas, são:
1/20 a 1/25 do vão (para vãos de 6 a 20 m).
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b. LAJES E PISOS
Porém, alguns destes tipos de laje se caracterizam pelo baixo peso, facilidade de execução e rapidez de
montagem sendo as mais indicadas para edifícios em estruturas metálicas.
As lajes metálicas apresentam uma série de vantagens em relação às lajes convencionais, entre elas podemos
citar: rapidez e facilidade de colocação, com o mínimo emprego de mão-de-obra; leveza, o que permite fácil
manuseio dos painéis metálicos; dispensam a utilização de formas, já que seus elementos são pré-fabricados;
admite que se obtenha logo após a montagem do esqueleto metálico, fixando as chapas corrugadas na
estrutura, uma plataforma de trabalho a qual permite a execução de todos os trabalhos inerentes à construção;
reduz a altura do prédio, da seção das colunas e das cargas nas fundações devido ao menor peso da laje; etc.
(Freire, 2005)
Estas lajes consistem da substituição da armadura de tração convencional em ferro por uma chapa fina de aço
laminado a frio, com espessura da ordem de 1mm, dobrada de forma com que trabalhe em conjunto com a
camada de concreto. A chapa dobrada além de atuar como armadura, também recebe o papel de forma para a
concretagem.
É de grande importância que exista uma boa aderência entre o concreto e a chapa de aço. A ausência de
aderência provocaria um deslizamento entre os dois materiais fazendo com que ambos deixam de trabalhar
em conjunto, além de impossibilitar a transferência de esforços.
São utilizados vários dispositivos para garantir uma boa aderência entre o concreto e a chapa de aço, sendo
os mais comuns a utilização de estampagem de mossas na superfície da chapa, o dobramento de chapa em
ângulos reentrantes e a soldagem de barras no sentido transversal.
16
A capacidade de carga das lajes compostas vai depender da geometria da chapa, da sua espessura, do tipo de
aço e do tipo de concreto, podendo ser adequada para vãos de 2.5 a 4.5m, trazendo uma grande economia no
dimensionamento das vigas e na altura do peso.
O piso steel deck consiste na utilização de perfis de aço A446 pré-fabricados, em forma de telha trapezoidal
revestidos por uma camada de concreto leve (argila expandida como agregado), cuja resistência mínima à
compressão é 20MPa. Ele é utilizado como uma viga mista, como descrito anteriormente.
Para o controle de fissuração é empregado uma tela soldada com área mínima igual a 0,1% da área de
concreto acima do topo do perfil.
A altura do perfil é de 75 mm com largura igual a 820mm, o comprimento varia conforme o desejado.
• LAJE PRÉ-PROTENDIDA
O painel treliçado é um elemento composto por uma base de concreto estrutural e armação treliçada,
englobada parcialmente na região da armadura inferior de tração, obtendo-se junto com uma capa de
concreto, adicionado em obra, com trabalhabilidade e espessura de acordo com o projeto da laje, obtendo-se
uma laje treliçada maciça e pré-fabricada.
17
Para uma laje de 10cm de altura com capa de concreto de 7cm, temos
um peso próprio equivalente a 250kgf/m2.
P.P.: 250kg/m2
S.C.: 300kg/m2 (Freire, 2005)
• LAJE REAGO
Fig. 3.7 - Instalação de painéis de laje reago
• PAINEL WALL
As placas apresentam as seguintes dimensões: 2.500 x 1.2000 x 40mm e necessitam de apoios a cada 1,25m.
Peso Próprio: 20kg/m2
Resistência: 700 kgf/m² (Freire, 2005)
São chapas de aço que apresentam relevos em sua superfície, obtidos na laminação das chapas ou através de
operações de estampagem. Podem ser fabricadas a partir de chapas grossas ou finas, laminadas a quente e
zincadas ou não. Normalmente, as chapas de piso são fornecidas sem especificação de composição química
ou propriedades mecânicas.
18
• GRADE DE METAL ELETROFUNDIDO
As grades de metal eletrofundido sãos compostas de barras de aço sob a forma de uma malha ortogonal
soldadas, que apresentam diferentes capacidades de sobrecargas conforme a altura e o espaçamento entre as
barras.
A grade de metal expandido apresenta mais rigidez e resistência que as chapas lisas. É confeccionada a partir
de chapas grossas de metal, zincadas ou não, que sofrem operações de corte e são expandidas.
Por serem malhas de grande área aberta, não impedem a passagem de luz e ar, não acumulam resíduos sobre
o piso e comportam-se como piso antiderrapante.
19
3.2 A COORDENAÇÃO MODULAR
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passando por placas industrializadas e painéis pré-moldados. Paralelamente à
padronização ISO, temos o sistema imperial usado pelos americanos e o sistema
dos Japoneses baseado na referência histórica local das medidas dos Tatamis,
com módulo básico de 900mm. (MERRIGUI, 2004)
impacto ambiental e social, aumentando ainda a qualidade da obra. Contudo, Fig. 3.15 e 3.16 - Simulações de
descrições geométricas e projetos sobre
apesar de permitir a racionalização da etapa de fabricação, pequenas perdas bases modulares pré – definidas.
Fonte: Merrigui, 2004
durante o processo sempre existirão, as malhas reticulares apenas contribuem
para que estas perdas se mantenham em limites admissíveis.
É função do arquiteto elaborar um projeto bem coordenado, concebido dentro da lógica de produção
industrializada, que ao entrar em processo de fabricação e montagem minimize perdas de materiais e
esforços de implementação sendo, concebido em direção favorável a sua viabilidade econômico-financeira.
As modulações mais comuns usadas de acordo com o padrão industrial de perfis são:
21
Tabela: 3.1
MODULAÇÕES USUAIS
3000 mm x 3000 mm
6000 mm x 6000 mm
6000 mm x 12000 mm
8000 mm x 8000 mm
7500 mm x 5000 mm
7500 mm x 7500 mm
7500 mm x 10000 mm
7500 mm x 15000 mm
O esquema abaixo representa as relações entre os elementos de projeto e a coordenação modular através dos
eixos estruturais. Todos estes elementos de notação técnica e estruturação da idéias de projeto são
ferramentas de controle do desenvolvimento do processo em direção à sua viabilidade e manutenção dos
conceitos iniciais de projeto.
22
3.3 OS SISTEMAS DE ESTABILIZAÇÃO ESTRUTURAL DO EDIFÍCIO
Toda solução estrutural seja ela em aço ou não, sofre solicitação de esforços
tais como as ações verticais (sobrecarga e peso próprio da estrutura) e ações
horizontais (como a ação do vento). Para que estas estruturas apresentem Fig. 3.18 - Fonte: Merrigui 2004
Ações atuantes na estrutura induzindo à
resistência à tais solicitações é preciso que se desenvolva um sistema de desestabilização dos quadros estruturais:
• variação da diagonal
estabilização que garanta sua performance dentro dos parâmetros estabelecidos • variação dos ângulos
Usualmente, as soluções de estabilização em estruturas metálicas dos planos Fig. 3.19 - Fonte: SANTOS, 1996
verticais, tanto transversal quanto longitudinalmente, são os sistemas de pórticos Contraventamentos em “Y” e “K”
a. CONTRAVENTAMENTO
23
“X”, nos leva à soluções mais econômicas. Outras formas de
contraventamentos também podem ser utilizadas, dependendo da
necessidade de uso da edificação, assim temos os sistemas em “K” e
em “Y”.
b. LIGAÇÕES RÍGIDAS
c. PAREDES DE CISALHAMENTO
24
O inconveniente desta solução é o descompasso entre as tecnologias. A opção mais frequente para execução
do núcleo rígido é em concreto armado, sua velocidade de execução, por necessidade técnica da cura do
material, pode comprometer o rendimento global da execução do edifício em estrutura metálica.
Segundo o arquiteto João Diniz, a geometria é ocupação do arquiteto é ele quem deve lançar, mesmo que
intuitivamente, a estrutura no projeto e sua geometria, para depois o discutir com o engenheiro estrutural as
diversas possibilidades de soluções.
A dimensão da peça estrutural está relacionada ao vão o qual esta peça se submete. A tabela abaixo apresenta
as dimensões para vigas segundo esta relação. Já as definições da ordem de grandeza das colunas são menos
complexas, pois sua resistência pode ser ajustada com a variação da espessura da chapa que as compõe.
25
3.5 A ESPECIFICAÇÃO DO TIPO DE AÇO
No caso do aço, este estudo torna-se complexo já que o aço é produzido em uma grande variedade de tipos e
formas, cada qual atendendo eficientemente a uma ou mais aplicações e às exigências específicas que
surgem no mercado, levando à ocorrência de 3500 tipos 1 diferentes de aços.
Os aços são ligas de ferro e carbono com teor de C de 0,002 à 2%, aproximadamente. Para a sua aplicação na
construção civil são utilizados os aços com teor de carbono na ordem de 0,18 à 0,25%, chamados aços de
baixa liga, e os aço-carbono, que apresentam propriedades de resistência e ductilidade especiais para esta
aplicação e adequados para a utilização em elementos da construção sujeitos a carregamento. As
propriedades do aço podem variar consideravelmente a partir da variação da concentração de carbono e de
outros elementos de liga adicionados propositadamente como o manganês, níquel, cromo, etc.
Dentre os aços estruturais existentes atualmente, o mais utilizado e conhecido é o ASTM A36, especificado
pela American Society for Testing and Materials. A 3 tabela abaixo apresenta os principais tipos de aços-
carbonos especificados pela ASTM usados no Brasil para perfis, chapas e barras:
26
Tabela 3.4 – Características dos aços-carbono
4 5
DENOMI- CARACTERÍSTICA PRODU- GRUPO / GRAU fy fu
NAÇÃO TO (MPa) (Mpa)
A 36 É o aço mais usado em obras civis: edifícios, Perfis Todos os grupos 400
pontes e estruturas gerais. É empregado com 250 à
ligações rebitadas, parafusadas ou soldadas. É Barras t < ou = 200 450
produzido em espessura maior que 4,57mm. Chapas t < ou = 100
A 570 Empregado na confecção de perfis de chapa Chapas Todos os Grau 33 230 260
dobrada devido à sua ductilidade grupos Grau 40 275 380
A 500 Apresenta-se em tubos com e sem costura. Tubos Redondo Grau a 232 320
Tubos sem costura: espessura: 12,5mm; Grau b 296 408
diâmetro: 258mm. Tubos com costura: Quad. ou Grau a 274 320
Espessura: 10m; diâmetro: 258mm. Retang. Grau b 323 408
A 501 Uso: tubos redondos quadrados e retangulares, Tubos Todos os grupos 250 408
com e sem costura; Resistência igual ao A36;
Espessura: até 25mm; Diâmetro: 12 - 600mm
A 441 Usado onde se requer um grau de resistência Perfis Grupo 1e2 345 485
maior. Apresenta-se em vários graus. É Grupo 3 315 460
empregado em qualquer tipo de estrutura com Chapas e t<ou=19 345 485
ligações soldadas, rebitadas ou parafusadas. Barras t<ou=19 315 460
19<ou= t < 38 290 435
38<t<ou=100 275 415
A572 Usado onde se requer um grau de resistência Perfis Todos os Grau 42 290 415
maior. Apresentado em vários graus. Pode ser grupos
Grau 50 345 450
empregado em qualquer tipo estrutura com
ligações soldadas, rebitadas ou parafusadas. Chapas e Grau 42 (t<ou=150) 290 415
Barras Grau 50 (t<ou=150) 345 450
A 242 Caracteriza-se por ter uma resistência à Perfis Grupo 1 e 2 345 480
corrosão duas vezes a do aço carbono. Pode Grupo 3 315 460
ser empregado em ligações soldadas Chapas e t<ou=19 345 480
parafusadas ou rebitadas e em estruturas em Barras 19<t<ou=38 315 460
geral. 38<t<ou=100 290 435
A 588 Usado onde requer redução de peso e maior Perfis Todos os grupos 345 485
resistência à corrosão atmosférica, que é 4
vezes maior que a do aço carbono. Empregado Chapas e t<ou=100 315 485
em pontes, viadutos e estruturas especiais. Barras 100<t<ou=127 315 460
Devido à sua resistência a corrosão dispensa 127<t<ou=200 290 435
pintura, exceto em ambientes agressivos. Pode
ser empregado em ligações soldadas
parafusadas ou rebitadas.
A seguir, apresentamos uma 6 tabela de equivalência dos aços ASTM especificados pela ABNT, os chamados
aços NBR
6
idem (2)
27
Tabela 3.5 – Tabela de equivalência dos aços ASTM especificados pela ABNT
PRODUTO NORMA CLASSE GRAU fy fu ASTM DIN
ABNT / (Mpa) (Mpa) EQUIVALE
NBR NTE
PERFIS 7007 MR - 250 - 250 400 A 36 ST - 42
7007 AR - 290 - 290 415 A 572 GR - ST - 46
42
7007 AR - 345 - 345 450 A 572 GR - ST - 50
50
7007 AR-COR- A 345 485 A 242 GR - 1
345
7007 AR-COR- B 345 485 A 242 GR - 2
345 e
A 578
CHAPAS 6649 CG - 26 - 255 410 A 36 ST - 42
6649 / 6650 CF - 26 - 260 410 A 36 ST - 42
5000 G - 30 - 300 415 A 572 GR -
42
5000 G - 35 - 345 450 A 572 GR - ST – 52
50
5004 F – 35 / Q - - 340 450 A 572 GR - ST – 52
35 50
5008 1,2 e 2A T<ou= 345 480 A 588
19mm
5920 / 5921 CF-BLAR - 340 480 A 588
TUBOS 8261 Circular B 290 400 A 500 GR -
B
8261 Quadrado B 317 400 A 500 GR -
ou B
retangular
8261 Circular C 317 427 A 500 GR -
B
8261 Quadrado C 345 427
ou
retangular
As usinas nacionais produzem aços equivalentes aos ASTM e NBR como os especificados pela Usiminas,
chamados aços USI, os especificados pela Cosipa, chamados COS, os especificados pela CSN, chamados
CSN.
28
b. AÇOS DE BAIXA LIGA
A tendência de arquitetos contemporâneos projetarem estruturas com vãos cada vez maiores tem levado
engenheiros, projetistas e construtores a utilizar aços de maior resistência, os chamados aços de alta
resistência e baixa liga, de modo a evitar estruturas cada vez mais pesadas.
Dentre os aços desta categoria merecem destaque os chamados aços Patináveis ou Aclimáveis, que
apresentam como principal característica a resistência à corrosão atmosférica, muito superior à do aço
carbono convencional, conseguida pela adição de pequenas quantidades de elementos de liga (Manganês,
Silício, Enxofre, Fósforo, Cobre, Níquel, Cromo, nióbio, Titânio), de forma que se obtenha alta resistência,
mantendo sua boa ductilidade, tenacidade, soldabilidade, resistência à corrosão e à abrasão.
Estes aços quando expostos à atmosfera desenvolvem em sua camada superficial uma camada de óxido
compacta e aderente, que funciona como uma barreira, chamada pátina, contra o prosseguimento do processo
corrosivo, possibilitando a utilização destes aços sem qualquer revestimento. A pátina só se desenvolve
quando a superfície metálica for submetida a ciclos alternados de ação climática (chuva, nevoeiro umidade,
sol e vento). O tempo necessário para a sua formação varia em função do tipo de atmosfera a que o aço está
exposto, sendo em geral 18 meses a 3 anos; após um ano , porém, o material já apresenta uma homogênea
coloração marrom-claro. A tonalidade definitiva, uma gradação escura do marrom, será função da atmosfera
predominante e da freqüência com que a superfície do material se molha e se seca.
São enquadrados em diversas normas, tais como as normas brasileiras NBR 5008, 5920, 5921, 6215 e 7007 e
as norte-americanas ASTM A242, A588 e A709, que especificam limites de composição química e
propriedades mecânicas, estes aços têm sido utilizados no mundo inteiro na construção de pontes, viadutos,
silos, torres de transmissão de energia, etc. De acordo com a NBR 6215, são aços com teor de carbono
inferior ou igual a 0,25%, com um teor total de elementos de liga inferior a 2,0% e com limite de escoamento
igual ou superior a 300MPa.
29
A possibilidade de se obter aços patináveis com alta resistência proporciona uma redução na espessura das
peças, quando comparadas ao aço-carbono, o que reduz o consumo e melhora o aproveitamento do material.
Os aços de alta resistência e baixa liga disponíveis no mercado são USI-SAC-350, COS-AR-COR 500 e
CSN 500, que possuem alta resistência mecânica.
Devem se citados também os aços que, apesar de sua alta resistência à corrosão, possuem média resistência
mecânica e com custo unitário médio menor do que o anterior. São eles: USI-SAC 250 e 300, COS-AR-COR
400 e 400E , CSN 420.
Os aços patináveis são hoje largamente utilizados em pontes, viadutos, passarelas, edifícios de andares
múltiplos, edifícios industriais, estações ferroviárias e rodoviárias, residências, caixa d’água, etc., sendo
empregados sem qualquer proteção em ambientes que possam formar inteiramente a camada de óxido
protetor (pátina). De uma forma geral, atmosferas classificadas como industrial não muito agressiva, rural,
urbana e marítima (distante mais de 600 m da orla marítima) podem abrigar aplicações de aços patináveis
sem revestimento. Porém, em atmosferas industriais consideradas altamente agressivas, marinhas severas (à
distância de até 600 m da orla marítima) ou em locais em que as condições climáticas ou de utilização não
permitam o desenvolvimento completo da pátina protetora, diminuindo assim a sua resistência à corrosão, é
indicado o uso do aço patinável com revestimento. Os revestimentos apresentam excelente aderência aos
aços patináveis, com um desempenho no mínimo duas vezes superior em relação ao mesmo revestimento
aplicado sobre o aço carbono comum.
Os aços resistentes ao fogo são basicamente resultado de modificações de aços resistentes à corrosão
atmosférica.
As adições são ajustadas sempre no limite mínimo possível, de forma que garantam um valor determinado e
elevado de resistência mecânica à tração, proporcionando também boa soldabilidade e mantendo o padrão de
excelente resistência à corrosão atmosférica, intrínseco ao aço de origem.
Alguns dos aços resistentes ao fogo são os produzidos pela Cosipa (COS-AR-COR FIRE 500) e pela
Usiminas (USI-FIRE-400 e USI-FIRE-490)
Como em qualquer material, as propriedades do aço não dependem somente de sua composição química,
mas, estão diretamente relacionadas à sua estrutura, que também é determinada pelos processamentos ao
qual o material é submetido durante a sua fabricação. No caso do aço, os tratamentos térmicos, de
deformação mecânica e da velocidade de solidificação, alteram a estrutura do material conferindo
propriedades físicas, mecânicas e químicas adequadas às suas diversas aplicações.
30
Os processos de alteração da estrutura do aço são dados pelo processamento primário, através da
solidificação (lingotamento e fundição), metalurgia do pó, pelo processamento mecânico, que envolve
deformação plástica: laminação, trefilação, forjamento, extrusão, entre outros, e pelo processamento térmico:
operações de aquecimento e resfriamento, recozimento, têmpera, revenimento, entre outros.
O aço é uma liga obtida sob rígido controle, fazendo com que as características de cada tipo de liga sejam
bastante confiáveis. Por isto os coeficientes de segurança em um projeto podem ser bem baixos, permitindo o
uso de uma quantidade de material muito próxima daquela exigida pelos esforços máximos. Por ser um
material isótropo e homogêneo sua aplicação independe da direção de aplicação do esforço. (DIAS, 2002)
Os fluxos seguintes, esclarecidos pelo encarte da Usiminas “O Aço na Construção Civil”, apresentam um
modelo de orientação na escolha dos aços apropriados a cada aplicação em função dos aspectos ambientais e
condições estruturais.
Segundo o encarte, o fluxo apresentado considera sempre as solicitações predominantes (tração, compressão
ou flexão). Deve-se também considerar as limitações dimensionais determinantes do projeto em todos os
casos.
31
4. DETALHES A SEREM CONSIDERADOS EM PROJETO
“A idéia de qualidade dentro da cadeia de produção vem fazendo com que os profissionais de
construção procurem otimizar ganhos em função dos insumos envolvidos em uma obra. Insumos são
considerados não só os materiais de construção, como também o homem-hora, a mão-de-obra de
execução e, principalmente, a mão-de-obra de projeto. É a mão de obra do projeto que otimiza os
insumos utilizados na construção como um todo, pois nos projetos que utilizam sistemas
industrializados, o controle de custos e qualidade construtiva está expresso nos desenhos que
determinam, de uma maneira precisa, volumes de materiais e tolerâncias em milímetros”. (SANTOS,
1996)
Uma referência importante no detalhamento é a apresentação das cotas de eixo a eixo da estrutura. Os
eixos estruturais são determinados na modulação arquitetônica e permitem melhor visualização das
soluções de projeto.
Assim, para os projetos feitos em estrutura metálica temos, como uma subdivisão do projeto de
detalhamento os projetos de fabricação e montagem dos perfis metálicos.
Já os projetos de montagem trazem uma representação mais esquemática, sob a forma de diagramas,
mostrando o sistema estrutural, a indicação das numerações ou marcas de cada peça, o seu
posicionamento e a sequência de montagem. Além disso, podem fornecer informações
complementares para o montador, como: a peça mais pesada, o raio máximo de trabalho do
equipamento de montagem, a metodologia de montagem, etc. (Dias, 2002)
Também nesta etapa de projeto devem ser especificados todos os materiais a serem utilizados,
quantificados os volumes de insumos para vedações e acabamentos e detalhados todas as ligações
aço-aço e as ligações aço à outros materiais, com o objetivo de precisar os dados para otimização de
recursos a serem empregados.
32
Dentre os detalhes de ligação, um importante projeto é a ligação entre a estrutura
metálica e a alvenaria de vedação. A seguir veremos os principais pontos
necessários à estabilidade das alvenarias no sistema estrutural em aço.
• Vãos entre 4,5 e 6,5 m (fixação lateral com tela soldada ou ferro dobrado de
amarração) - Tipo Vinculada.
• Vãos maiores ou igual a 6,5 m (fixação lateral e superior com folha de EPS
(cantoneiras) ou argamassa expansiva). Tipo Desvinculada.
33
Tabela 4.1 – Resistência das ligações
Fonte: NASCIMENTO, 2004 – p.21.
RESISTÊNCIA AO LOCAL DA
SISTEMA ARRANCAMENTO RUPTURA
(Kgf)
Fita metálica perfurada 220 Fita
Fita metálica corrugada 400 Fita
Ferro de amarração ø5,0mm 400 Fixação
Tela soldada ø 1.65 mm 800 Corpo do fio
Fig. 4.5 / Fonte: NASCIMENTO, 2004
Cantoneiras metálicas (planta) fixadas
através de pinos de aço-zincado ou através
Já a resistência ao cisalhamento da junta horizontal reforçada com dispositivo de soldagem.
metálico é representada pela seguinte tabela:
34
As juntas de vedação entre as alvenarias e os elementos estruturais de aço devem ser arrematadas por
mata - juntas ou selantes flexíveis.
Estas juntas deverão ser marcadas com sulcos e preenchida com selantes flexíveis, da mesma forma
que no encontro com os pilares, por ocasião do revestimento. No caso da adoção dessas juntas, o
contraventamento lateral da alvenaria será assegurado pela solução de solidarizar as alvenarias com os
pilares de aço.
Uma maneira que contribui para reduzir ao mínimo o aparecimento de fissuras nas alvenarias é a
execução dos panos de fechamento da edificação de cima para baixo ou alternando os pavimentos,
para que as deflexões dos andares superiores, provenientes do carregamento das alvenarias, não sejam
transmitidas aos andares inferiores.
Também, a última fiada de alvenaria deverá ser executada somente depois que toda a estrutura estiver
totalmente carregada. No caso de alvenarias com blocos de concreto celular autoclavado, um
procedimento adicional consiste em cortar na diagonal todos os blocos da faixa horizontal junto às
mesas inferiores das vigas, criando assim um plano de cisalhamento que irá minimizar o aparecimento
de trincas ou fissuras provocadas por eventual introdução de esforço de deformação.
As alvenarias aparentes, como as constituídas por tijolos maciços de barro ou laminados, por
exemplo, devem garantir a sua estanqueidade pelo adensamento da argamassa nas juntas verticais e
horizontais mediante a pressão de um tijolo contra o outro durante o assentamento e pelo frisamento
das juntas, dando maior compacidade á argamassa, dificultando a penetração e facilitando o
escoamento das águas pluviais que incidem sobre os panos de fachada.
A perfeita solução da ligação entre a alvenaria e a estrutura metálica, torna-se para o edifício fator
relacionado à qualidade do produto final. Numa edificação estruturada em aço, as naturais
movimentações das alvenarias e da estrutura podem induzir à tensões sobre o elemento de vedação.
Para se evitar que a resultante das deformações impostas seja superior às deformações admitidas pela
alvenaria, aplica-se as soluções de ligações adequadas a cada tipo de estrutura. Do contrário, tais
deformações podem levar ao aparecimento de fissuras, ou mesmo a ocorrência de destacamento do
elemento de vedação, comprometendo, assim, o desempenho do material através da possibilidade de
infiltração de água.
35
DETALHES DE PROTEÇÃO CONTRA A CORROSÃO
Temos uma idéia pré concebida de que toda a estrutura em aço tende a
apresentar problemas com corrosão. Estes receios originam-se do mau uso do
material no passado e que ficou difundido em nossa cultura de construção. A
divulgação de uma tecnologia apropriada para o aço certamente implicaria
numa segura aplicação do mesmo e dificilmente estes problemas ocorreriam
hoje.
marítimos e industriais.
36
b. A UNIÃO ENTRE OS COMPONENTES
c. DETALHES GERAIS
Fig. 4.17/ Fonte: DIAS, 2002
Ligações adequadas
• Deve-se especificar aços com maior desempenho à corrosão para as
estruturas de maior importância, aquelas que sejam mais complexas para a
fabricação e aquelas que possuam dificuldade de montagem e desmontagem
para manutenção;
• Não se deve misturar materiais de durabilidade diferentes em arranjos que
não possam ser reparados;
• As partes das estruturas mais susceptíveis à corrosão devem ser visíveis e
acessíveis; Fig. 4.18/ Fonte: CASTRO, 1999
• Deve-se evitar o contato da estrutura com ambientes mais agressivos; Ligações adequadas
• Quando possível, deve-se utilizar componentes inclinados, permitindo
assim o escoamento de agentes agressivos;
• Na utilização de aços aclimatáveis, deve-se prever pingadeiras ou
direcionadores do escoamento de umidade com o objetivo de se evitar
manchas de outras regiões da estrutura pela plubilização da pátina nas
primeiras idades;
• Após a montagem da estrutura, deve-se remover resíduos de graxa, óleo,
argamassa, concreto, ou qualquer resíduo sólido que possa permitir a Fig. 4.19/ Fonte: DIAS, 2002
retenção de água, favorecendo o processo de corrosão; Detalhe de ligações
• Aqueles resíduos que não puderem ser eliminados, devem ser protegidos por
pintura.
37
5. ESTUDO DE CASO
entre outras dependências), a galeria de arte e a sede do Grupo 5.2 - Perspectivas isométricas do conjunto arquitetônico
Corpo.
sistema de construção limpa, que partisse da lógica da montagem a 5.4 - Vista aérea
38
b. A MODULAÇÃO
A definição de modulação da estrutura metálica ficou estabelecida 5.5 - Centro Cultural, vista da rampa sob o vazio da
caixa interna
suas partes subdivididas em módulos de 6 metros, como as vigas 5.6 - Foyer do teatro
Para o teatro, a altura final de 24 metros implica em 21 metros de 5.8 - Galeria, vista geral com portas abertas para a praça
39
c. OS SISTEMAS DE ESTABILIZAÇÃO
Seguindo essa lógica, a Sede do Grupo Corpo tem uma estrutura extremamente racionalizada, que parte da
definição de quatro torres contraventadas a ocupar as esquinas do volume, correspondentes aos patamares
das rampas, que recebem os vigamentos das rampas que constituem os espaços habitáveis do edifício.
Na Galeria, a estrutura principal modulada em 6 metros recebe contraventamento na face noroeste, na parte
superior dos módulos das duas faces mais longitudinais, e na cobertura. Com isso, caracteriza um sistema de
estabilização similar ao das aplicações industriais em aço, respondendo especialmente aos esforços
horizontais decorrentes da movimentação da ponte rolante. A fim de reduzir o comprimento de flambagem
dos pilares no sentido de sua menor inércia, o conjunto possui vigamento horizontal intermediário, à altura
de 6 metros nas faces longitudinais.
No Centro Cultural, a fim de não comprometer a estratégia formal adotada, que eleva a caixa, o sistema de
estabilização busca enrijecer os pontos de encontro entre pilares e estrutura de cobertura nos primeiros
módulos de cada lado. Com isso, constitui pórticos rígidos tridimensionais que estabilizam todo o conjunto,
permitindo os balanços laterais das treliças de cobertura que recebem tirantes para a sustentação dos pisos
intermediários e das vedações externas.
No teatro, toda a estrutura é contraventada nas faces cegas, que permitem a utilização de elementos diagonais
sem qualquer interferência com aberturas. No Foyer, as duas laterais são compostas por elementos treliçados,
configurando pilares que sustentam toda a caixa. Em alguns trechos como a caixa do palco e platéia, as
grandes alturas de pés-direitos implicarão, em virtude da inexistência de lajes intermediárias e seus
respectivos vigamentos, em grandes comprimentos de flambagem, o que exigirá além do sistema de
estabilização convencional dos contraventamentos, travamentos intermediários a fim de reduzir os
comprimentos de flambagem e permitir uma estrutura mais esbelta. Essas peças intermediárias contribuem
ainda como estrutura auxiliar para a montagem do revestimento externo, como se apresentará a seguir.
40
d. A ESTRUTURA
• LAJES
• VEDAÇÕES EXTERNAS
41
vedadas por mastique a fim de assegurar total estanqueidade. Por apresentar junta seca, a solução proposta
preserva a continuidade do material que, após oxidado, minimiza a visualização das juntas, principalmente a
distância.
• COBERTURAS
Para dar continuidade à forma arquitetônica , as coberturas possuem fechamento superior com o mesmo
material utilizado nas vedações laterais – o aço SAC 41 -, em chapas perfuradas que permitem a passagem
das águas de chuva, a serem captadas por cobertura convencional em telha metálica com isolante termo-
acústico.
e. A LOGÍSTICA DA EXECUÇÃO
Em virtude da demanda de execução em etapas previsto inicialmente pelo cliente, foi imprescindível
considerar a industrialização dos componentes da estrutura, das vedações e das instalações, de modo a
minimizar os custos relativos à montagem/desmontagem de infra-estrutura no canteiro de obras.
Para montagem das estruturas em aço e das lajes pré-fabricadas em concreto protendido, foi previsto a
implantação de grua no canteiro de obras que, em virtude do curto tempo em que se processa tal montagem,
permanece no local por períodos pequenos, o que gera economia. Os painéis de vedação, leves, são içados
pela grua e distribuídos nos diversos pavimentos, a fim de facilitar sua fixação posterior.
Fundamental na logística de execução em etapas é a independência completa entre os diversos blocos, tanto
nos aspectos técnico-construtivos – estruturas, vedações, instalações – como nos aspectos de uso, a evitar
conflitos entre o processo de construção e montagem de uma parte e a utilização de outra já previamente
implantada.
Em relação ao consumo de energia, dois aspectos foram trabalhados: o primeiro, relativo à produção dos
materiais utilizados na obra, direcionou a escolha de elementos cuja lógica de produção e/ou reciclagem
impliquem em baixo consumo de energia a longo prazo. O uso do aço, ainda que na sua produção exija
grande dispêndio de energia, é recomendável por suas diversas possibilidades de reciclagem, minimizando a
longo prazo sua interferência negativa no ambiente. Para as lajes, optou-se pelo painel protendido pelo fato
de que, devido à natureza da estrutura, a protensão permite maiores vãos com menor quantidade de material.
Tal fato resulta em ganho sob o ponto de vista do gasto de material, implicando portanto em menor dispêndio
de energia quando comparado a uma aplicação convencional em concreto armado. Os painéis em pranchas
maciças ou em composições laminadas coladas de madeira utilizam em sua fabricação material produzido
em reflorestamento ou através do manejo ecológico de matas e florestas, de modo a evitar o consumo de
madeiras provenientes de desmatamentos ilegais de florestas nativas.
42
Outro aspecto trabalhado neste projeto trata-se da minimização do consumo de energia durante a utilização
do edifício através de recursos de controle do ambiente construído. Para isso, buscou-se eleger materiais
cujas propriedades relativas ao isolamento térmico e acústico sejam eficientes, como o concreto celular
autoclavado das vedações verticais, e a telha dupla com isolamento termo-acústico, a fim de minimizar a
perda de calor em dias frios ou a transmissão excessiva para o interior devido à incidência direta de sol sobre
o aço do revestimento externo. Como proteção térmica adicional, sempre que houver um revestimento
interno, como a madeira da galeria, será previsto um colchão de ar entre este e a vedação externa, de modo a
assegurar isolamento adicional do espaço interno.
g. FICHA TÉCNICA
Arquitetos
Alexandre Brasil Garcia
Carlos Alberto Maciel
Éolo de Castro Maia
Maria Josefina Vasconcellos
43
5.2 A CASA SERRANA
O imóvel foi projetado na cidade de Nova Lima, MG, para uma área de
preservação, em um lote com uma inclinação superior a 45°. O perfil
natural do terreno e as árvores deveriam ser preservados, conforme
regulamentação ambiental do bairro.
44
há um cômodo de uso polivalente, definindo duas alturas para a sala de
estar.
5.18 - Elevação posterior 5.19 - Elevação lateral esquerda 5.20 - Planta do pavimento superior – setor íntimo
45
A laje foi moldada in loco e as vedações foram feitas por blocos tipo Sical.
Para a cobertura arqueada optou-se por telhas metálicas simples vedadas
termo acusticamente por um colchão de ar e uma camada de isopor apoiada
em forro de gesso.
c. FICHA TÉCNICA
Arquiteto
5.21 - Corte Longitudinal
João Diniz
Arquitetos colaboradores
Adriana Aleixo
Clarissa Bastos
Cristiano Cezarino
Marcelo Maia.
Construção
Engenheiros Gabriel e Bi Lustosa
46
6. CONCLUSÃO
Ainda hoje a construção industrializada nacional se apresenta pouco utilizada, caracterizando o setor da
construção civil brasileira uma indústria predominantemente artesanal. A construção em aço e as suas
diversas formas de aplicação são alternativas que garantem a evolução do conceito de qualidade,
racionalidade e economia no processo da construção no Brasil.
Neste cenário, cabe ao arquiteto assumir o papel de difusor do sistema, o que exige deste profissional o
conhecimento do material, de suas aplicações e de suas exigências projetuais, potencializando a aplicação do
material no sentido de se obter maiores possibilidades técnicas, maiores resultados plásticos e funcionais.
O desafio que se apresenta para o Brasil no campo da Arquitetura hoje é o de promover o desenvolvimento
de uma indústria da construção relacionada com as tendências atuais, principalmente àquelas que buscam
contribuir com a ampliação da utilização de sistemas racionalizados, sintonizados com o momento de
preservação energética, ambiental e atendendo à rapidez e à qualidade exigidas pelo mercado, como é o caso
da estrutura metálica.
47
7. ANEXO
A tabela a seguir foi elaborada com base em normas técnicas ABNT para estruturas de construção metálicas
48
NM 278 Determinação da Massa de Zinco no Revestimento de Chapas e Tubos de Aço 2002
Galvanizado ou Eletrogalvanizado
AISI LRFD Specification for the design of cold-formed steel structural members. American 1996.
Iron and Steel Institute (AISI), 1996
NBR 10844 Instalações prediais de águas pluviais 12/1989
NBR 12190 Seleção da Impermeabilização 09/2002
NBR 9575 Projeto de Impermeabilização 02/1998
NBR 9574 Execução da Impermeabilização 09/1986
NBR 6008/6009 Perfis I e H de Abas Paralelas, de Aço, Laminados a quente - Padronização.
NBR 15217 Perfis de Aço para Sistemas de Gesso Acartonado - Requisitos
49
8. REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS
8.1 LIVROS
DIAS, Luís Andrade de Mattos (1997). Estruturas de aço: conceito, técnicas e linguagem.
São Paulo: Zigurate Editora, 2002.
MACIEL, Carlos Alberto (2002). 4º Prêmio Usiminas Arquitetura em Aço. Belo Horizonte:
Internet www.vitruvius.com.br, outubro 2005.
8.3 MANUAIS
CAIXA, CBCA, IBS . Sistema construtivo utilizando perfis estruturais formados a frio de
aços revestidos ( steel framing ): requisitos e condições mínimos para financiamento pela
caixa. www.caixa.com.br, 2003.
50
8.4 ENCARTES
8.5 MONOGRAFIA
CASTRO, Eduardo Marinho Cavalcante de; ARAÚJO, Ernani Carlos de. Patologia dos
Edifícios em Estrutura Metálica. Universidade Federal de Ouro Preto, 1999.
8.6 SITES
www.abnt.org.br
www.caixa.com.br
www.cbca-ibs.com.br
www.metalica.com.br
www.metform.com.br
www.vitruvius.com.br
51