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Domínio 1 Mecânica

1. Propôs-se a um grupo de alunos de uma escola que criticassem e apresentassem sugestões sobre um
projeto de uma pequena pista de treino para um desporto em que vários atletas se deslocam num trenó,
ao longo de uma pista de gelo, procurando percorrê-la no mais curto intervalo de tempo possível.
A pista é constituída por três percursos retilíneos, com diferentes comprimentos e declives, e por um
percurso circular, como mostra a figura . Suponha que a trajetória do trenó no percurso circular é
horizontal, existindo uma parede vertical de gelo que o mantém nessa trajetória. Na figura, o percurso
circular BCD é apresentado em perspetiva.
O trenó deverá atingir o ponto F com velocidade nula e em segurança. Consideram-se desprezáveis todos
os atritos no percurso ABC DE, bem como a resistência do ar na totalidade do percurso.
A massa total, m, do sistema trenó+ atletas é de 300 kg e o trenó parte do repouso no ponto A.

40,6 m

1.1. Por questões de segurança, o módulo da aceleração do trenó não deverá ultrapassar no percurso AB
o valor 0,80 g, sendo g o módulo da aceleração gravítica à superfície da Terra. No seu relatório, os
alunos concluíram que, efetivamente, esta exigência foi cumprida.
Verifique esta conclusão, partindo de um argumento energético. Apresente todas as etapas de
resolução.
Sendo desprezáveis todos os atritos, bem como a resistência do ar, no percurso AB , tem-se:
fmA= fms ==> f c• + f PA= fcs + f Ps
SendovA = 0m Ç 1 ==> Ec.= OJ
fp.= fc 8 + fp 8 ===} mghA - mghs=fc8

Ç::::} tn g(hA - hs) = ~ tn V~ Ç::::}

Ç::::} v~ = 2 x g(hA -
h 8 ) ; sendo sin 50,0º = hA - hs
40,0
obtém-se (hA - h 8 ) = 40,0 x s in 50,0º
Logo, v~ = 80,0 g s in 50 ,0º [11
Sabendo também que
WF" = ó.fc e ó.fc = f c8 - Ec• , com Ec. = OJ , tem-se :

.!_ m V~ = FR X dX COS 0º Ç::::} .!_ tn V~ = tn X a X 40,0 Ç::::} V~ = 80,0 a [2 )


2 2
igualando as expressões [1) e [2)
80,0 x g x sin 50,0º = 80,0 x a Ç::::} a= 0,76 g < 0,80 g lc.q.d.)

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1.2. Ü módulo da velocidade, V, do trenó no ponto C é de 24,8 mÇ 1.


2
O módulo da força centrípeta que atua no sistema no ponto C é Fc= m .'.'..._, sendo r o raio da trajetória
circular. r
Calcule a aceleração do sistema trenó+ atletas no ponto C, indicando o módulo, a direção e o sentido.
Apresente todas as etapas de resolução .

v2 24,82 -2
ac =- ==> ac=-- <::::> ac = 24,6 ms
r 25,0
O módulo da aceleração é de 24,6 mÇ 2 •
A sua direção é radial e o sentido aponta para o centro da trajetória (radial e centrípetal.

1.3. Qual dos seguintes gráficos melhor representa o valor da aceleração do sistema trenó+ atletas, em
função da posição, R, ao longo do percurso AF?
00 00
a a

o o
A B e Eo A B e

(C) (O)
a a

o o
A B e Eo A B e

(C).
No percurso AB, a aceleração apresenta módulo a =g sin 50,0º m s - 2 .
No percurso BCD apresenta módulo:
a=24,6 ms- 2
No percurso DE apresenta módulo:

a = gsin30,0º <::::> a=10 x .! <::::> a = 5,0mç 2


2
No percurso EF, a resultante das forças opõe-se ao movimento, pois, sendo
t:,.Ec < O ==> WFR<O ==>
WFRresistente
Assim, no percurso EF, o valor da aceleração é menor do que zero.
A opção correta é a opção (C).

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1.4. Para que o trenó atinja o final da pista com velocidade nula, é necessária uma força de atrito
constante muito intensa no percurso EF.
Qual é a modificação que se pode efetuar nesse percurso, EF, para que o trenó atinja a extremidade
da pista com velocidade nula, mas sujeito a uma força de atrito de menor intensidade?

'3.Em = w~FNC ==> '3.Em = FNcdcose


Para a mesma variação da energia cinética no percurso EF, diminuindo a intensidade da força de
atrito, será necessário utilizar um troço horizontal mais comprido ou, usando o mesmo
comprimento no percurso EF, utilizar um declive superior a zero.

1.5. Ao escreverem o relatório, alguns alunos discutiram se o módulo da velocidade do trenó se manteria,
ou não, constante no percurso horizontal circular BCD, tendo em conta que nesse percurso há forças
a atuar no trenó.
Escreva um texto em que justifique a conclusão que terá prevalecido no relatório .

No percurso horizontal circular BCD, a resultante das forças que atuam no trenó tem direção
perpendicular ao deslocamento, em cada ponto da trajetória, não realizando, por isso, trabalho
sobre o trenó.
Sendo que, de acordo com o Teorema da Energia Cinética (!3.Ec = WF =O) , se conclui que, no percurso
BCD, a energia cinética do trenó e, consequentemente, o módulo d~ velocidade permanecem
constantes.

2. Quando, nos anos 60 do século XX, os satélites geostacionários se tornaram uma realidade, foi possível
utilizá-los para as comunicações a longa distância e outros fins, que têm vindo a modificar a forma como
vivemos, trabalhamos e passamos os tempos livres.

2.1. Mencione duas outras utilizações claramente positivas do uso de satélites geostacionários.

Previsão meteorológica, cartografia, vigilância de incêndios, estudos de ambiente .. .

2.2. Dois astronautas com massas diferentes encontram-se no interior de um satélite geostacionário, em
repouso em relação às paredes do satélite .
Selecione a alternativa CORRETA.
(A) As forças gravíticas que atuam nos dois astronautas, resultantes da interação com a Terra, são
nulas .
(B) As forças gravíticas que atuam nos dois astronautas, resultantes da interação com a Terra, são
diferentes de zero e iguais em módulo.
(C) Ambos os astronautas possuem aceleração nula, em relação a um sistema de referência com
origem no centro da Terra .
(D) Os valores absolutos das acelerações dos astronautas, em relação a um sistema de referência
com origem no centro da Terra, são iguais.

(D).
(A) F. A força gravítica que atua nos dois astronautas, resultante da interação com a Terra, não é nula
e a sua intensidade depende da massa da Terra, da massa dos astronautas e da distância entre eles.

(B) F. Como os dois astronautas têm massas diferentes e se encontram à mesma distância do
centro da Terra, a força gravítica que atua em cada um dos astronautas não é igual em módulo.

(C) F. Ambos os astronautas possuem aceleração gravítica não nula.

(D) V. Em relação a um sistema de referência com origem no centro da Terra, os astronautas


possuem acelerações cuja intensidade depende da massa da Terra e da distância dos astronautas
ao centro da Terra (igual nos dois casos).
GM
a= 2
(rr+ h)

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2.3. Selecione a alternativa que permite escrever uma afirmação CORRETA.


A altitude de um satélite geostacionário terrestre depende .. .
(A) ... da massa do satélite.
(B) ... do módulo da velocidade linear do satélite.
(C) ... da massa da Terra .
(D) ... da velocidade de lançamento do satélite.
(C).
Mm
A partir da relação FR = F 9 , obtém-se: mac = G--
r2

r __ \j3 fGMT2
2
. . d
Su bst1tum o ªe =
v e r 2n r
V= T - . b ,
na expressao anterior, o tem-se: ~

Como r = rr + h ==> h = 3

\j~
/GMT2 - rr
o que para um período , T, fixo [satélite geostacionário, T= 24 h) se constata que depende da massa
da Terra.

2.4. Um satélite geostacionário de massa m = 5,0 x 10 3 kg encontra-se num ponto situado na vertical do
equador, movendo-se com velocidade de módulo, v, a uma distância, r, do centro da Terra. O módulo
2
, centrípeta que atua no satélite é Fc=m y_.
da forca r
Calcule, apresentando todas as etapas de resolução :

2.4.1. O módulo da velocidade angular do satélite em relação ao centro da Terra .

Sendo um satélite geostacionário, apresenta um período de translação igual ao período de


rotação da Terra.
T=24h <=> T = 8,64x10 4 s

eorno m = T,
2n bt,
o em-se:
2
m= n <=:::> m = 7,27 x 10- 5 radÇ 1
8,64 X 10 4
2.4.2. O módulo da força gravítica que atua no satélite, devido à interação com a Terra .

Mm v2
SendoF9 =G - - e Fc=m-
r2 r
igualando as duas expressões, obtém-se:

r =1 e,sendoT = 8,64 x 10 4 s,fica:


4n
2
3 6,67 X 10- 11 X5,98 X10 24 X(8,64 X 10 4) Q7
r= <=> r = 4 22 x 1 m
4n 2 '

v = 2n r e m = 2n ==> v = mr
T T
v2 m2 r2
Sendo Fc =m - virá: Fc=m-- <=> Fc = m x m2x r.
r r
Sendo m = 7,27x 10- 5 rads- 1 ,
substituído pelos valores, virá:
2
Fc = 5,0 X 10 3 X(7 ,27 X 10 - 5) X 4,22 X 1O 7 <=:::> Fc = 1, 1 X 10 3 N

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Questões de exame nacional

2.5. Um objeto é lançado de um balão de observação para o mar. Selecione a afirmação CORRETA.
(A) A energia cinética do objeto ao atingir o mar é a mesma, quer se despreze, ou não, a resistência
do ar.
(B) A energia mecânica do sistema objeto+ Terra, no instante em que o objeto atinge o mar, é maior
quando se despreza a resistência do ar do que quando não se despreza essa resistência .
(C) A energia potencial do sistema objeto+ Terra, no instante em que o objeto atinge o mar, é menor
quando se despreza a resistência do ar do que quando não se despreza essa resistência .
(D) A energia mecânica do sistema objeto+ Terra, no instante em que o objeto atinge o mar, é a
mesma, quer se despreze ou não a resistência do ar.

(B).
(A) F. Desprezando a resistência do ar:
t:.Ec = W-FR e W-FR= W-P ' sendo W-P > O
t:.Ec= - t:.Eµ
Caso não se despreze a resistência do ar:
t:.Ec = W-FR e W-FR= W-p + W-R.,
>O < O
Então, W;;::Rcom res istência do ar < W;;::Rsem res istê ncia do ar
Assim, t:.Ec com resistência do ar < t:.Ec sem re sistê ncia do ar

(8) V. t:.Em = W-FNC . Se W-FNC =O J (Rar "" O), então, t:.Em = OJ


Se w-F *oJ, então t:.Em = w-F e w-F <oJ =::::} t:.Em <oJ
~ ~ ~

Como t:.Em é negativa, caso não se despreze a resistência do ar, a afirmação (8) é verdadeira .
(C)F.t:.Ep = Ep,- Ep; =::::} t:.Eµ =mg t:.h
Para a mesma variação da altura, a variação da energia potencial é a mesma quer se
despreze ou não a resistência do ar.

(D) F. Ver a resposta à opção (B).

3. A queda de um corpo abandonado, próximo da superfície terrestre, foi um dos primeiros movimentos que
os sábios da Antiguidade tentaram explicar. Mas só Galileu, já no século XVII, estudou experimentalmente
o movimento de queda dos graves e o lançamento de projéteis. Observe com atenção a figura, que mostra
uma esfera a cair em duas situações :

-- ----· ----
'h

D e F X

Situação 1 Situação li

Na situação 1, a esfera, inicialmente em repouso, é colocada no ponto A. deslizando sem atrito sobre a
calha, até ao ponto B. No ponto B, abandona a calha, descrevendo um arco de parábola até ao ponto C.
Na situação 11 , a esfera é abandonada no ponto E, caindo na vertical da mesma altura, h.
Em qualquer das situações, considere o sistema de eixos de referência representado na figura, com
origem no solo, desprezando o efeito da resistência do ar.

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3.1. Considere a situação li representada na figura .

3.1.1. Selecione a alternativa que permite calcular o módulo da velocidade com que a esfera atinge o solo.

(A) 2gYh (B) V2gh (C) 2Vgh (D) V2gh


2
(B).
Em relação à situação li, e desprezando a resistência do ar:
fm E= fm F ==> fcE+ f PE= f cF + f PF
Considerando vE = O m s _, e hF = O m, obtém-se:

fP E= fc F =::::> Jrigh = ~JrÍV 2 =::::> V='\/iih


3.1.2. Selecione a alternativa que apresenta os gráficos que traduzem corretamente a variação dos
valores da velocidade, v, e da aceleração , a, em função do tempo, t, durante o movimento de
queda da esfera.
00 ~

V/
o o

a a
10,o r - - - - - -

o o
-1 0,0 r - - - - - -

(B) (D)

(B).
De acordo com o referencial representado, o valor da aceleração é negativo e igual a - 1O m s - 2•
Também de acordo com o referencial, a esfera desloca-se no sentido negativo da trajetória, v < O.

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5. Quando se estudam muitos dos movimentos que ocorrem perto da superfície Y


terrestre, considera-se desprezável a resistência do ar. É o que acontece, por
exemplo, no caso das torres de queda livre existentes em alguns parques de
diversão.
Noutros casos, contudo, a resistência do ar não só não é desprezável, como A ___ lct::t:::t::±::::lJI
tem uma importância fundamental no movimento.
A figura representa uma torre de queda livre que dispõe de um elevador, E,
onde os passageiros se sentam, firmemente amarrados . O elevador,
inicialmente em repouso, cai livremente a partir da posição A, situada a uma
altura h em relação ao solo, até à posição B. Quando atinge a posição B,
passa também a ser atuado por uma força de travagem constante, chegando
ao solo com velocidade nula.
Considere desprezáveis a resistência do ar e todos os atritos entre a posição A h
e o solo.
B
5.1. O elevador foi dimensionado de modo a atingir a posição B com
velocidade de módulo igual a 30 ,3 mÇ 1. h
Calcule a distância a que o ponto B se encontra do solo, sabendo que o 3
módulo da aceleração do elevador, entre essas posições, é igual a
20 ms- 2. o
Considere o referencial de eixo vertical, com origem no solo, representado na figura, e recorra
exclusivamente às equações que traduzem o movimento, y(t) e v(t).
Apresente todas as etapas de resolução.

Entre o ponto B e o solo, o elevador desloca-se com movimento retilíneo uniformemente retardado.
1 2
Y =Yo + vot + 2at
v = v0 + a t
Condições iniciais, de acordo com o referencial apresentado:
v0 = v8 = - 30,3 ms- 1
a = 20mÇ 2
h
Yo=-
3
Substituindo nas equações, tem-se:

Y=~-30,3t+ 10t 2 (SI)

V= - 30,3 + 20t (SI)


1
Quando o elevador chega ao solo, é v= O m ç •

Substituindo este valor na equação das velocidades, obtém-se, para o tempo de travagem:
30 3
t = • {::::} t = 1 52 s
20 '
Substituindo este valor na equação das posições:
h 2 h
0=
3 -30,3 x 1,52+10 x 1,52 {::::} J=23m
h
Sendo J = h 8 , tem-se h 8 = 23 m

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5.2. Um exemplo de movimento em que a resistência do ar não é


v / m s- 1
desprezável é o movimento de queda de um paraquedista .
O gráfico da figura abaixo representa o módulo da
velocidade de um paraquedista, em queda vertical, em
função do tempo. Considere que o movimento se inicia no
instante t= Os e que o paraquedas é aberto no instante t 2.
Classifique de verdadeira [V] ou falsa [F) cada uma das
afirmações seguintes.
(A) No intervalo de tempo [O , t,] s, o módulo da aceleração
o t,
do paraquedista é constante.
(B) No intervalo de tempo [t 1, t2] s, a resultante das forças que atuam no paraquedista é nula .
(C) No intervalo de tempo [t 2, t3] s, o módulo da aceleração do paraquedista é igual a 10 m ç 2.
(D) No intervalo de tempo [O, t,] s, a intensidade da resistência do ar aumenta, desde zero até um
valor igual ao do peso do conjunto paraquedista/ paraquedas .
(E) No intervalo de tempo [t 2, t3] s, a resultante das forças que atuam no conjunto paraquedista/
paraquedas tem sentido contrário ao do movimento do paraquedista.
(F) No intervalo de tempo [t 1, t 2] s, a energia cinética do conjunto paraquedista/ paraquedas
mantém-se constante .
(G) No intervalo de tempo [O, t 1] s, há conservação da energia mecânica do sistema paraquedista/
paraquedas+ Terra.
(H) No intervalo de tempo [t 3, U s, o paraquedista encontra-se parado .
(A) F. Entre ta e t1 há variação da velocidade e esta variação não é linear com o tempo; sendo
la l = 1 ~~ 1 . conclui-se que o módulo da aceleração do paraquedista não é constante.
(B)V. Entre t 1 e t2' o módulo da velocidade é constante, logo:
Ec = constante ==> D..Ec =o ==> wF. =o J ==> FR =o N

(C) F. Entre t2 e t3 , o módulo da velocidade de descida do paraquedista diminui acentuadamente;


a intensidade da força resistente (resistência do ar] é superior à intensidade da força gravítica ==>
a resultante das forças que atuam no sistema está dirigida para cima e a sua intensidade é dada
por:FR=F9 -Rar ==> ma=mg-Rar ==> la l <l91

(D) V. Entre ta e t 1, a re~ltante das forças que atuam no paraquedista depende da força gravítica,~,
e da resistência do ar, Rar·
Como a intensidade da força gravítica (no sistema paraquedas fechado/paraquedista) é superior à
intensidade da resistência do ar, a qual va i aumentando, o paraquedista move-se com ace leração
variável ==> há um aumento do módulo da velocidade ==> há um aumento da intensidade da
resistência do ar.
A partir de t 1 , a resultante das forças, FR, que atuam no sistema anula-se. ==>
As duas forças, F9 e Rar, têm a mesma direção, a mesma intensidade e sentidos opostos.

(E) F. Sendo lvl = constante ==> Ec = constante ==> D..Ec =O ==> wf'. =O J ==> FR =O N .

(F)V.

(G) F. ó.Em = WF . Como no sistema atuam forças não conservativas (a resistência do ar]. então,
a variação da e~ergia mecânica é diferente de zero.
(H) F. Sendo, no intervalo de tempo entre ta e t 1, o módulo da velocidade diferente de zero,
o paraquedista não se encontra parado em relação ao referencial considerado.

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6. Leia atentamente o seguinte texto.


Quando o astronauta Neil Armstrong pisou pela primeira vez o solo lunar, a 20 de julho de 1969, entrou
num mundo estranho e desolado. Toda a superfície da Lua está coberta por um manto de solo poeirento.
Não há céu azul, nuvens nem fenómenos meteorológicos de espécie alguma, porque ali não existe
atmosfera apreciável. O silêncio é total.
Nas análises laboratoriais de rochas e solo trazidos da Lua não foram encontrados água, fósseis nem
organismos de qualquer espécie.
A maior parte da luz do Sol que incide na superfície lunar é absorvida, sendo o albedo médio da Lua de apenas
11 %. A aceleração da gravidade à superfície da Lua é cerca de 1/6 da que se verifica à superfície da Terra .
Depois da Lua, Vénus é o astro mais brilhante no céu noturno, uma vez que a espessa camada de nuvens
que o envolve reflete grande quantidade da luz proveniente do Sol. A atmosfera de Vénus é constituída por
cerca de 97% de dióxido de carbono e por uma pequena percentagem de azoto, com vestígios de vapor de
água, hélio e outros gases. A temperatura à superfície chega a atingir 482 ºC, porque o dióxido de carbono
e o vapor de água atmosféricos deixam-se atravessar pela luz visível do Sol, mas não deixam escapar a
radiação infravermelha emitida pelas rochas da sua superfície.
Dinah Moché, Astronomia, Gradiva, 2002 [adaptado)

6.1. Com base na informação apresentada no texto, selecione a alternativa que compara corretamente a
intensidade da força gravítica que atua sobre um mesmo corpo, quando colocado à superfície da
Terra F9recra , e à superfície da Lua , F9,,,

(A)F9 Terra -- \J{i_F


6 9 Lua (B)F9 Terra =VbF9 Lua (C) F9 Terra =.l_F
6 9 Lua (D) F9Terra =6F9Lua

(D).

6.2. Com base na informação apresentada no texto, selecione o gráfico que traduz o modo como variam
os módulos da velocidade de um corpo em movimento de queda livre vertical, próximo da superfície
da Lua, vlua, e próximo da superfície da Terra, Vrerra , em função do tempo de queda .

(A) (B) (C) (D)


V V V V

VLua = V:rerra

(8).
Quanto maior for o módulo de aceleração gravítica, maior será a variação da velocidade do corpo,
num dado intervalo de tempo, em movimento de queda livre vertical:
~ lt1v l
1a 1= - M- . Como 9Terra > 9Lua ==> Vrerra > Vlua .

7. Enquanto os astronautas N. Armstrong e E. Aldrin, da missão Apollo 11, .· ..

:r
recolhiam amostras na superfície lunar, o seu colega M. Collins permanecia no

cu
Módulo de Comando [MC). em órbita à volta da Lua [L). como representado na
figura (a figura não está representada à escala]. .
·. ··... ....···
...·

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7.1. Tendo em conta a situação descrita, selecione o diagrama que representa corretamente as forças de
interação entre o Módulo de Comando e a Lua .

(O).
De acordo com a 3.ª Lei de Newton, quando um corpo exerce uma força sobre outro, este exerce
também sobre o primeiro uma força de igual módulo e direção, mas de sentido contrário, ou seja,
FA/ B = -FB/A

7.2. Considere que o Módulo de Comando [MC) descreveu, com um período de 2,0 h, diversas órbitas
circulares, de raio 1,9 x 10 6 m, sujeito apenas à força gravítica exercida pela Lua.
Relativamente à situação descrita, classifique como verdadeira [V) ou falsa [F) cada uma das
afirmações seguintes.
(A) O MC descreveu cada volta completa em 7,2 x 103 s.
(B) A velocidade linear do MC manteve-se constante.
(C) Em 2,0 h o MC percorreu uma distância de 1,9 x 106 m.
(D) O trabalho realizado pela resultante das forças aplicadas no MC foi nulo.
(E) O produto do módulo da velocidade angular do MC pelo período do seu movimento é
independente do raio da órbita .
(F) O módulo da velocidade linear do MC depende da sua massa.
(G) O módulo da velocidade angular do MC foi 8,7 x 10 - 4 radÇ 1.
(H) O valor da energia cinética do MC variou ao longo da órbita.
T=2,0h q T=7,2 x 103 s

(A)V.
(B) F. A velocidade é uma grandeza vetorial tangente, em cada instante, à trajetória.
Como o MC descreve um movimento circular à volta da Lua, o vetor velocidade está constantemente
a mudar de direção e, por isso, não se pode dizer que a velocidade se manteve constante.

(C) F. A distância percorrida é .ós = 2nr.


(D) V. Como a força resultante é perpendicular à velocidade em cada ponto :=::> e= 90º :=::>
===> cose= o ===> w-FR =o J
2
(E) V. w = ; Ç:::::> w x T= 2n, que não depende do raio da órbita.
2
() MLr:rí =m -v ===>V = fffeML
F F. Fg=Fc ===> G-- --
r2 r r
Assim, o módulo da velocidade linear do MC não depende da sua massa.
2
(G)V. w= ; ===> w=8,7x 10- 4 radÇ 1
(H) F. Como, no movimento do MC a força que sobre ele atua é perpendicular, em cada ponto, ao
deslocamento, o trabalho realizado pela força é nulo. De acordo com o Teorema da Energia Cinética,
.ófc = W;:= ===> .ófc é igual a zero.
Assim, a energia cinética permanece constante.

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8. Leia atentamente o seguinte texto.


O recetor GPS utilizado nos carros é uma parte do chamado sistema GPS [Global Positioning System) que
foi criado e é controlado pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos da América.
A finalidade do GPS é determinar a posição de um objeto localizado na superfície da Terra dando as três
dimensões: longitude, latitude e altitude.
O sistema GPS pode ser descrito em termos de três componentes: a espacial, a de controlo e a do
utilizador. A componente espacial é constituída por 24 satélites com relógios atómicos, que descrevem
órbitas circulares em torno da Terra, com um período orbital de 12 h, distribuídos em 6 planos orbitais.
A componente de controlo é constituída por um conjunto de estações terrestres que recebem
continuamente informação dos satélites. Os dados são depois enviados para uma Estação de Controlo, em
Colorado Springs, que analisa a posição relativa de cada satélite e projeta as suas trajetórias e o
comportamento dos relógios para as horas seguintes.
A componente do utilizador é constituída pelo recetor que se encontra na superfície da Terra.
A posição de um objeto à superfície da Terra é fornecida pelos sinais eletromagnéticos provenientes de
três satélites. Cada satélite envia um sinal codificado com a sua localização e o instante de emissão do
sinal. O recetor GPS regista o instante da receção de cada sinal e calcula a distância a que se encontra o
satélite .
O recetor está localizado num ponto de interseção de três superfícies esféricas centradas em cada
satélite, cujo raio corresponde à distância entre o recetor e o satélite.
O relógio do recetor GPS não é tão preciso como os relógios atómicos dos satélites. Por isso, é utilizado
um sinal de um quarto satélite para sincronizar o relógio do recetor com os dos satélites.
Adaptado do sítio Cosmo.fis.fc.ul.pt/crawford/artigos

8.1. Indique, com base na informação contida no texto, o número de voltas em torno da Terra que um
satélite do sistema GPS efetua durante um dia .

Como o satélite descreve uma volta em 12 horas, durante um dia o satélite dá duas voltas em torno
da Terra.

8.2. Considere um satélite que descreve uma trajetória circular, em volta da Terra, com velocidade de
módulo constante e as grandezas vetoriais força, velocidade e aceleração associadas a esse
movimento.
Selecione o esquema que pode representar estas grandezas quando o satélite passa no ponto P da
trajetória descrita.

(A) (B) (C) (D)

(O).
A força que atua no satélite é radial e centrípeta. A aceleração associada ao movimento tem a
mesma direção e sentido da força e a velocidade é tangente à trajetória em cada ponto.

8.3. De acordo com o texto, a finalidade do GPS é determinar a posição de um objeto à superfície da Terra
dando as três dimensões: longitude, latitude e altitude. Tendo em conta a natureza destas
dimensões, selecione a alternativa correta.
(A) Cada local, na superfície da Terra, está a uma latitude diferente.
(B) Pode localizar-se uma cidade conhecendo apenas a sua longitude.
(C) A latitude é medida em relação ao equador da Terra .
(O) A latitude é medida em relação ao semimeridiano de Greenwich.

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Domínio 1Mecânica • 11.º Ano

(C).
(A) F. A Latitude é o ângulo medido para cima e para baixo do equador, ao Longo de um meridiano.
Assim, existem vários locais, na superfície da Terra, com a mesma latitude [todos os pontos de um
paralelo].

(B) F. A longitude é o ângulo para um lado ou para o outro do semimeridiano de Greenwich. Todos os
pontos de um dado meridiano estão à mesma longitude.

(C)V.
(O) F.

9. Um carro move-se horizontalmente ao longo de uma estrada com xlm


velocidade de módulo variável e descreve uma trajetória retilínea . 25,0
O gráfico da figura representa a sua posição relativamente a um .......•.............
20,0
marco quilométrico, em função do tempo .
15,0 ............................
9.1. Classifique como verdadeiras [V) ou falsas [F) as afirmações seguintes. 10,0
·········t·········:···.. ····:---·..···.
(A) A velocidade do carro variou no intervalo de tempo [0 ,0; 1,0] s. 5.0 ·········:·········r········:·········1
(B) O carro moveu-se no sentido positivo da trajetória no intervalo o 1,0 2,0 3,0 4 ,0
de tempo [2 ,0; 3,0] s. tis

(C) O movimento do carro foi uniformemente retardado no intervalo de tempo [3,0; 4,0] s.
(D) O movimento do carro foi un iforme no intervalo de tempo [1,0; 2,0] s.
(E) O valor da velocidade do carro é negativo no intervalo de tempo [3,0; 4,0] s.
(F) A distância que separa o carro do marco quilométrico é máxima no intervalo de tempo [1,0 ; 2,0] s.
(G) A distância percorrida pelo carro, no intervalo de tempo [0 ,0; 1,0] s, é maior do que no intervalo
de tempo [2,0 ; 3,0] s.
(H) O módulo da velocidade do carro , no intervalo de tempo [2,0; 3,0] s, é maior do que no intervalo
de tempo [3 ,0; 4,0] s.

(A) V. A reta tangente ao gráfico posição -tempo tem um declive que indica a projeção escalar da
velocidade, v.
Entre 0,0 e 1,0 s, as sucessivas tangentes vão tendo declives cada vez menores e positivos - o valor
da velocidade está a diminuir e o carro desloca-se no sentido positivo.

(B) F. Entre os 2,0 se os 3,0 s, o declive das retas tangentes é negativo e constante - o valor da
velocidade é constante e o carro desloca-se no sentido negativo.

(C) F. Entre os instantes t =3,0 se t =4,0 s, o declive das retas tangentes é negativo e constante - o
valor da velocidade é constante e o carro desloca -se com movimento retilíneo e uniforme.

(D) F. Entre os instantes t =1,0 se t =2,0 s, a reta tangente ao gráfico é horizontal, pelo que o seu
declive é nulo - o carro está em repouso .

(E)V. Como referido anteriormente, no intervalo de tempo (3,0; 4,0] s, o declive das retas tangentes
é negativo e constante. Como o carro se desloca no sentido negativo, o valor da velocidade do carro
é negativo.

(F) V. De acordo com o gráfico, a distância é máxima e igual a 25,0 m.


(G) F. A distância percorrida pelo carro, no intervalo de tempo (0,0; 1,0] s, é dada por:
d = lx1 - xol ~ d = 25,0 - 15,0 = 10,0 m
A distância percorrida pelo carro, no intervalo de tempo (2,0; 3,0] s, é:
d = lxr x2I ~ d= l15,0-25,0I= 10,0 m
Assim, conclui-se que a distância é igual.

EF11 PEX_05

65
Questões de exame nacional

(H)V. Sendo l~I = l~x l :


M

No .intervalo de tempo [2,0; 3,0 ] s, tem-se: 1-


vm 1= -
10,0
- ~ 1-vm 1= 10,0 m s- 1
1,0

No .intervalo de tempo [3,0; 4,0 ] s, tem-se: 1-vm 1= 110,0 - 15,0 I ~ 1-vm 1= 5,0 m ç 1
1,0
9.2. Considere o intervalo de tempo [2,0; 3,0] s do gráfico da figura. A energia cinética do sistema carro e
ocupantes nesse intervalo de tempo é 7,5 x 10 4 J.
9.2.l. Calcule a massa do sistema carro e ocupantes. Apresente todas as etapas de resolução.

A partir do gráfico, retirar·as posições final e inicial no intervalo [2 ,0; 3,0] s:


xi = 25,0 m; x1 =15,0 m l ~I = 115,0 - 25,0 I ~ l ~I = 10,0 m
10 0 1
lv 1= • =10 o mÇ
m 1,0 '
Sendo ~fc = Ec, - Ec, e como no instante t = 2,0 s o carro iniciou o seu movimento, é:
Vt =2,os = O ms - 1

~Ec = Ec, - Ec, e Ec, =o J ==::} 7,5 X 10 4 = ~ m X 10 2 ~ m = 1,50 X 10 3 kg

9.2.2. Admita que 60% da energia do combustível do carro é consumida nos sistemas de arrefecimento
e no escape, 25% é aproveitada para o movimento do carro e a restante é dissipada nos atritos.
Determine o valor da energia dissipada nos atritos. Apresente todas as etapas de resolução.

%fdissipada nos atritos= 100 - 60 - 25 ~ %fdissipada nos atritos= 15%


Sendo 25 % a energia aproveitada para o movimento do carro =? 25 % corresponde à
energia cinética do sistema carro e ocupantes.
25º/c0 -- ~fcinética
f X 100 ~ E
total -- 3•OX 105 J
total
Sabendo que 15% da energia total é dissipada nos atritos, tem-se:
J_§__ = fdissipada ==::} E. . = 4 5 X 104 J
d1ss1pada •
100 3,0 X 10 5
9.3. Admita que, no intervalo de tempo [0,0 ; 1,0] s, a lei do movimento do carro é x = - 2,0 t2 + 12,0 t + 15,0 (SI).

9.3.l. Calcule o módulo da velocidade do carro no instante 0,4 se indique a direção e o sentido da
velocidade nesse instante.
A resolução pode ser efetuada por cálculos numéricos ou utilizando a máquina de calcular gráfica.
Apresente todas as etapas de resolução, ou, se utilizar a máquina, refira os procedimentos efetuados.

X= - 2,0 t 2 + 12,0 t + 15,0 (SI)


A partir da lei das posições: x =x0 + v0 t+~at 2

retiramos:~ a= - 2,0 =? a= - 4,0 m ç 2

x0 =15,0 m
Escrevendo a equação das velocidades: v= v0 +a t =? v = 12,0 - 4,0 t (SI)
e substituindo t =0,4 s, obtém-se, para o valor da velocidade:
v=12,0-4,0 x 0,4 =? lv l= 10,4mÇ 1
A direção da velocidade é horizontal e o sentido é positivo.
Caso se opte pela resolução com a calculadora gráfica, deve introduzir-se a função na
máquina no modo função e, através da equação da reta tangente à curva no instante 0,4 s, irá
obter-se o módulo da velocidade [10,4 mç1J.

66
Domínio 1Mecânica • 11.º Ano

9.3.2. Selecione o gráfico que melhor traduz a força aplicada no carro, em função do tempo, no
intervalo [0,0; 1,0] s.

(A) (B) (C) (D)


F F F F

(D).
No intervalo de tempo considerado, as sucessivas tangentes vão tendo declives cada vez
menores e positivos e o módulo da velocidade está a diminuir. O corpo desloca-se com
movimento retilíneo uniformemente retardado . Assim, a força aplicada no carro é constante
e tem sentido negativo.

10. Leia atentamente o seguinte texto .


Conta a lenda que no século XVII o italiano Galileu Galilei, tendo deixado cair uma pedra grande e uma
pedra pequena do cimo da Torre de Pisa, verificou que ambas chegavam ao chão, aproximadamente, ao
mesmo tempo .
Qual é a pedra que deve, de facto, cair primeiro, se se ignorar a resistência do ar? A pedra grande ou a
. pedra pequena? Ignorar a resistência do ar significa que se imagina que não há atmosfera.
Se fizermos a experiência na Terra, deixando cair dois objetos do mesmo material, um muito grande e
outro muito pequeno, constatamos que cai primeiro o objeto maior. Somos, então, levados pela intuição a
concluir que devia cair primeiro a pedra grande, mesmo que se ··desligasse"' a resistência do ar.
A Natureza nem sempre está, porém, de acordo com as nossas intuições mais imediatas. Se se
'"desligasse"' a resistência do ar, a pedra grande e a pedra pequena cairiam ao mesmo tempo.
No chamado '"tubo de Newton"' [um tubo de vidro onde se faz o vácuo) pode-se deixar cair, da mesma
altura, objetos diferentes, por exemplo, uma chave e uma pena, e observar que chegam ao fundo do tubo
exatamente ao mesmo tempo . Esse instrumento permite efetuar, em condições ideais, a hipotética
experiência de Galileu na Torre de Pisa.
Adaptado de Física Divertida, Carlos Fiolhais, Gradiva, 1991

10.1. Com base na informação apresentada no texto, selecione a alternativa que completa corretamente a
frase seguinte .
Na ausência de resistência do ar, o tempo de queda de um objeto depende ...
(A) ... da sua forma. (C) ... da sua densidade.
(B) ... da sua massa. (D) ... da altura de queda.
(D).
Na ausência de resistência do ar, a força que atua sobre um objeto é:
FR = P==> a= g. O corpo descreve um movimento retilíneo uniformemente acelerado, sendo a
equação do seu movimento:
1
y = h - l gt 2 Condições iniciais: v0 =O mÇ ; y0 = h; a =g
2
t = tqu eda para y= O m obtendo-se:
1 2
D=h- gtq ==>
2
==> t q = .Jif-
Confirmando que o tempo de queda do objeto, nestas circunstâncias, depende da altura de queda .

67
Questões de exame nacional

10.2. Considere um objeto que, após ter sido abandonado do cimo da Torre de Pisa, cai verticalmente até
ao solo. Sendo apreciável o efeito da resistência do ar sobre esse objeto, ele acaba por atingir a
velocidade terminal.
Escreva um texto , no qual caracterize o movimento de queda desse objeto, abordando os seguintes
tópicos :
• identificação das forças que sobre ele atuam, descrevendo o modo como variam as intensidades
dessas forças, durante a queda;
• descrição, fundamentada, da variação do módulo da sua aceleração durante a queda;
• identificação dos dois tipos de movimento que ele adquire durante a queda .

No seu movimento de queda, as forças que atuam sobre o objeto são o peso, cuja intensidade se
mantém constante durante a queda, e a resistência do ar, cuja intensidade aumenta durante a queda.
Como as forças que atuam no objeto têm a mesma direção e sentidos opostos, o módulo da
aceleração diminui à medida que a resistência do ar aumenta, tornando-se nulo no instante em que
o módulo da resistência do ar iguala a intensidade do peso do objeto.
Inicialmente, o objeto adquiriu um movimento retilíneo e acelerado, passando depois, quando o
módulo da aceleração é zero, a mover-se com movimento retilíneo e uniforme .

10.3. Nos seus estudos sobre o movimento dos corpos, para além da experiência descrita no te xto, Galileu
terá idealizado outras, utilizando planos inclinados.
Analogamente, é habitual usar, nos laboratórios das escolas, calhas para o estudo dos movimentos .

iA
30cm !
-"- -------------------- :;:-.,,--+------~
_
B e

A figura representa uma calha, inclinada entre os pontos A e B, que termina num troço horizontal BC .
O desnível entre o ponto A e o troço horizontal é de 30 cm .
Um bloco, de massa 100 g, colocado no ponto A, desliza ao longo da calha, atingindo o ponto C com
velocidade nula. Entre os pontos A e B considera-se desprezável o atrito. Entre os pontos B e C a superfície
da calha é rugosa e, por isso, passa a atuar sobre o bloco uma força de atrito de intensidade 0,50 N.
Calcule o tempo que o bloco demora a percorrer o troço BC .
Apresente todas as etapas de resolução .

h=30 cm =0,30 m; m= 100 g = 0,100 kg; Vc = O mÇ 1 ; Fa= 0,50 N


No troço BC, é: ~=P +RN +F,,, sendo P= - RN ==> ~ = F.
Cálculo do valor da aceleração do bloco durante o troço BC:
FR = ma ==> 0,50=0,100a
lãl=5,0 ms- 2 ==>a = - 5,0 mÇ 2
Cálculo do valor da velocidade do bloco quando atinge o ponto B, admitindo que entre A e B não há atritos:
Em• = fms =:::> fcA +f PA = fcs + f Ps
1
Sendo Ec. =O J, porque vA =O m Ç , e f Ps = O J, porque h 8 = O m, tem-se:

J:righA = imv~ ==> V9=~ =:::> Vs=2,45 mÇ 1


A partir da lei das velocidades, tem-se: v = v0 +a t ==> V= 2,45 - 5,0 t (SI)
No ponto c é Vc = o ms- 1

Substituindo pelos valores, tem-se : O= 2,45 - 5,0 t <==> t = 0,49 s

68
Domínio 1 Mecânica • 11.º Ano

11. Para investigar se um corpo se pode manter em movimento quando a resultante do sistema de forças que
sobre ele atua é nula, um grupo de alunos fez a montagem representada na figura, utilizando material de
atrito reduz ido .

s
e
F

S - sensor de movimento
C- carrinho p
F-fio
R- roldana
P - corpo suspenso

Os alunos tiveram o cuidado de utilizar um fio F de comprimento tal que permitisse que o corpo P
embatesse no solo, antes de o carrinho C chegar ao fim da superfície horizontal, sobre a qual se movia .
Com os dados fornecidos pelo sensor S, obtiveram , num computador, o gráfico do valor da velocidade do
carrinho, em função do tempo, representado na figura .

1,2 ...

1,0
~~

E
0,8
C1l
"O

"'o
"O
·13
ãi
>
0,6
1
~
0 ,4 -
0,2 -
1 l - -r-- +---

0 ,0
o.o 0,5 1,0 1,5 2,0

tempo / s

11.1. Selecione a única alternativa que refere o intervalo de tempo em que terá ocorrido o embate do corpo P
com o solo .
(A) [O, 1; 0,2] s
(B) [0 ,7; 0,8]s
(C) [1,1; 1,2] s
(D) [1,6 ; 1,7] s
(C).
No intervalo de tempo [O, 1; 1, 1] s, o carrinho aumenta linearmente a sua velocidade [está a
acelerar), e, a partir de 1,2 s, a veloc idade deixou de aumentar e passou a um valor
aproximadamente constante. Se, após o instante t = 1,2 s, a velocidade deixou de aumentar e passou
a ter um valor constante é porque o corpo [C) deixou de ser puxado pelo corpo P.
Assim, o intervalo de tempo em que terá ocorrido o embate do corpo P com o solo deverá ser
[ 1' 1; 1'2] s.

69
Questões de exame nacional

11.2. Por que motivo "os alunos tiveram o cuidado de utilizar um fio F de comprimento tal que permitisse
que o corpo P embatesse no solo, antes de o carrinho C chegar ao fim da superfície horizontal, sobre
a qual se movia"?

Para estudar o movimento de um corpo quando a soma das forças é nula, é necessário conceber
uma situação em que, a partir de um determinado instante, a força exercida pelo fio sobre o
carrinho seja nula. Quando o corpo P embate no solo, o carrinho deixa de ser puxado e a resultante
ou soma das forças passa a ser nula (a força gravítica no corpo é equi l ibrada pela força de reação da
mesa). uma vez que o atrito é considerado desprezável.

11.3. Analise os resultados obtidos pelos alunos, elaborando um texto no qual aborde os seguintes tópicos:
• identificação das forças que atuaram sobre o carrinho , antes e depois do embate do corpo P com o solo;
• identificação dos dois tipos de movimento do carrinho , ao longo do percurso considerado,
explicitando os intervalos de tempo em que cada um deles ocorreu;
• resposta ao problema proposto, fundamentada nos resultados da experiência.

Antes de o corpo P embater no solo, as forças que estão aplicadas no carrinho são a força gravítica , a
força que a mesa exerce no carrinho [reação normal] e a força que o fio exerce no carrinho (tensão).
Depois do embate do corpo P no solo , apenas continuam a atuar sobre o carrinho a força gravítica e
a força exercida pela mesa.
Entre os O, 1 s e os 1, 1 s, o movimento do carrinho é retilíneo e uniformemente acelerado [a soma
das forças é constante).
Entre os 1,2 se os 2,0 s, o movimento do carrinho é retilíneo e uniforme (a soma das forças é nula).
Assim, conclui-se que, embora a resultante das forças que atua sobre o carrinho seja nula, após o
embate do corpo P no solo, o carrinho continua em movimento.
Um corpo pode, pois, estar em movimento e a resultante das forças que sobre ele atua ser nula .
Nesse caso, o corpo não acelera: a sua velocidade não muda nem em módulo nem em direção.

12. Os sistemas de navegação modernos recorrem a recetores GPS, que recebem, em alto mar, sinais
eletromagnéticos de um conjunto de satélites.

12.l. O esboço abaixo representa uma imagem estroboscópica do movimento de um barco, entre os pontos
Ae B.
Numa imagem estroboscópica, as posições de um objeto são representadas a intervalos de tempo iguais.

A B

x=O X

Selecione o único gráfico que pode traduzir a posição , x, do barco, em relação ao referencial
representado, em função do tempo decorrido .

(A) (B) (C) (D)


X X

(C). Na imagem estroboscópica é possível distinguir três zonas distintas:


A B

x~ O X
aumentou a velocidade velocidade aproximadamente constante diminuiu a velocidade

70
Domínio 1Mecânica • 11.º Ano

(A) impossível ==> o objeto não voltou para trás.


(B) impossível ==> o objeto voltou para trás.
(D) impossível ==> o objeto não esteve parado.

12.2. Cada um dos satélites do sistema GPS descreve órbitas aproximadamente circulares, com um
período de 12 horas .

12.2.1. Indique, justificando, se os satélites do sistema GPS são geostacionários.

Os satélites do sistema GPS não são geostacionários uma vez que têm um período de 12 h e os
satélites geostacionários têm de ter um período igual ao período de rotação da Terra [24 hl.

12.2.2. Selecione a única alternativa que permite calcular, em radÇ 1, o módulo da velocidade angular
de um satélite GPS .

(A) 2nx 12x3600 radÇ 1


(B) 2n x 12 rad ç 1
3600

(C) 2rt X 3600 ra d s- 1


12

(D) 12:~600 radÇ1


(D).
2nR
QJ=--
T
Como o satélite demora 12 h a dar uma volta completa [360º = 2n rad), tem -se :
2n d -1
w = 12 x 3600 ra s

12.2.3. Os satélites do sistema GPS deslocam-se a uma velocidade de módulo 3,87x 10 3 mÇ 1.


Determine o tempo que um sinal eletromagnético, enviado por um desses satélites, leva a
chegar ao recetor se o satélite e o recetor se encontrarem numa mesma vertical de lugar.
Apresente todas as etapas de resolução.
raio da Terra = 6,4 x 10 6 m

V= 3,87 X 10 3 m ç l
Como sabemos a velocidade do satélite , podemos calcular o raio da órbita:
h = raio da órbita do satélite - raio da Terra
h = R - 6,4 x 10 6 m
distância percorrida numa volta completa
v = ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

tempo que demora a percorrer uma volta completa


3 2rt R 1
3,87 X 10 = X <=> Rórbita = 2,66 X 10 m
12 3600
Distância, h, do satélite ao solo:
h = 2,66 X 10 7 - 6,4 X 10 6 <=>
<=> h = 2,02 X 10 7 m
Cálculo do tempo, t, que demora o sinal a chegar ao recetor na Terra, tendo em conta que se
propaga à velocidade da luz, e:
2 02 107
e=!!.._==> 30 x 108 = • x <=> M = 0,067s
M ' M

71
Questões de exame nacional

13. Num estudo de movimentos verticais, utilizou-se uma pequena bola de massa m, em duas situações
diferentes, 1e li.
Considere que o sentido do eixo Oy é de baixo para cima, e que nas duas situações é desprezável o efeito
da resistência do ar.
13.1. Na situação 1, a bola é lançada verticalmente para cima, com velocidade inicial de módulo 5,0 mÇ 1.
13.1.1. Determine a altura máxima atingida pela bola, em relação ao nível do lançamento. Apresente
todas as etapas de resolução.

1-1
vi =5,0 ms- 1
Sendo desprezável a resistência do ar:
Fa = P <==> a= g =:::} movimento retilíneo uniformemente variado .
Sendo válidas: x = x0 + v0 t + .! at 2
2
v= v0 +at
Condições iniciais: v0 =+ 5,0 ms- 1
h = O,O m
a = g =- 10ms- 2
Substituindo nas equações gerais do movimento, obtém-se:
y = O+ 5t - 5t 2 (SI)
v=5 - 10t(SI)
Quando a bola atinge a altura máxima, a velocidade é nula:
O= 5 - 1Otsubida <==> tsubida = 0,5 S

Substituindo o tsubida obtido na lei das posições, tem-se:


2
y= 5 x 0,5 - 5 x(0,5) <==> y= 1,25 m
A altura máxima atingida é de 1,25 m.

13.1.2. Selecione a única alternativa que apresenta os gráficos que melhor traduzem as componentes
escalares da velocidade, vy. e da aceleração, ª r· em função do tempo, t, durante a ascensão e a
queda da bola .
(A) (B) (C) (D)
Vy Vy Vy

(A).
De acordo com o referencial escolhido e tendo em conta que FR= P:
- na subida, a projeção escalar da velocidade é positiva e de módulo decrescente;
- na altura máxima, a velocidade é nula;
- na descida, a projeção escalar da velocidade é negativa de módulo crescente;
- a projeção escalar da aceleração é negativa durante todo o pe r curso de módulo g.

72
Domínio 1Mecânica • 11.º Ano

13.2. Na situação li , a bola é largada, sem velocidade inicial, de uma determinada altura, atingindo o solo
1
com velocidade de módulo 4,0 mÇ .

Selecione a única alternativa que contém a expressão do trabalho realizado pela resultante das
forças que atuam na bola, até esta atingir o solo, em função da sua massa, m.
(A) W=8,0m (B) W=-8,0m (C) W=10m (D) W=-10m
(A).
hj = ?
1 1
Vj = O mÇ ; V1 = 4,0 mÇ
Desprezando a resistência do ar, é:
FR = P ===> Wp= ó Ec
WP = óEc Ç:::} WP = Ec,- Ec; e, sendo Ec;=O J , tem-se:
1 2
Wr =2mv1 ===>
=::::> WP = 0,5 x m x 4,0 2 Ç:::} WP = 8,0m J

14. Leia com atenção o pequeno texto atribuído a Newton .


.. Comecei a pensar que a gravidade se estendia até à órbita da Lua e .. . deduzi que as forças que
conservam os planetas nas suas órbitas devem ser inversamente proporcionais aos quadrados das suas
distâncias aos centros em torno dos quais revolucionam : e assim comparei a força necessária para
conservar a Lua na sua órbita com a força da gravidade à superfície da Terra ...
ln Projecto Física Unidade 2, Fundação Calouste Gulbenkian, 1979, pp. 94-95

14.1. A Lua , o nosso satélite natural, descreve uma órbita praticamente circular em torno da Terra, com
movimento circular uniforme .
Indique a relação entre as direções da força que conserva a Lua na sua órbita e da velocidade da Lua.

Considerando que a Lua descreve uma órbita praticamente circular, com movimento circular e
uniforme ===> lv l
=constante ===> óEc = O J
=::::> óEe =W-FR=OJ
Sendo WFR = FRdcose e WFR =O J =::::> as direções da força resultante e do deslocamento são
perpendiculares e, portanto, as direções da força resultante e da velocidade da Lua são
perpendiculares.

14.2. Os satélites artificiais da Terra estão também sujeitos à força da gravidade.


Selecione a alternativa que contém os termos que preenchem, sequencialmente, os espaços
seguintes, de modo a obter uma afirmação correta.
A intensidade da força que atua sobre esses satélites _ _ _ _ __ __ ___ quando a sua
distância ao centro da Terra _ _ _ __ _ _ __ __
(A) ... quadruplica ... se reduz a metade.
(B) ... quadruplica ... duplica .
(C) ... duplica ... duplica .
(D) ... duplica .. . se reduz a metade .
(A).
De acordo com a expressão F9 = G Mm
r2
Substitu;ndoor, =
r
2 => F, , =G(~)'
Mm
= Mm
F,, =4 x G? => F,, =4 x F,

73
Questões de exame nacional

15. Newton também contribuiu para o estudo do movimento dos corpos na Terra, formulando leis que estão
referidas na sua obra Principia.
O gráfico da figura representa a componente, num eixo Ox, da velocidade, v,. de um homem que se desloca
numa trajetória retilínea horizontal, em função do tempo, t.

vxfm S-1

1,0

0,8

0,6

0,4

0,2

-0,2 15 30

-0,4

-0,6

-0,8

-1,0

15.l. Selecione a alternativa que permite obter uma afirmação correta. A velocidade do homem muda de
sentido no instante ...
(A) ... t = 20 s. (B) ... t = 25 s. (C) ... t = 35 s. (D) ... t = 40 s.
(D).
De acordo com o gráfico, a componente da velocidade, vx, muda de sentido no instante t = 40 s.
Entre t =Ose t =40 s Vx <O
Entre t = 40 se t = 50 s Vx >O

15.2. Selecione a alternativa que contém a expressão da lei das velocidades, para o intervalo de tempo [O; 1O] s.
(A) Vx=0,1t (C) Vx=-1,0+0,1t
(B) Vx=-1,0-0,1t (D) Vx=-0,1t
(C).
No intervalo de tempo entre t = Os e t = 1Os, o corpo desloca-se com movimento retilíneo
uniformemente retardado.
A partir do declive da reta, no intervalo de tempo considerado, obtém-se para a aceleração:
V2 - V1 0 - (- 1,0)
a = - - ==:::} a = <=>
trt1 10 - 0
<=> a = 0,1 mÇ 2
Substituindo na lei das velocidades:
v = v0 + a t
V=- 1,0 + 0,1t(SI)

15.3. Indique entre que instantes o homem se desloca no sentido negativo do eixo Ox, com movimento
uniformemente acelerado .

Entre os instantes t = 20 se t = 25 s, o homem desloca-se no sentido negativo do eixo Ox [valor da


velocidade negativo] e com módulo de velocidade linearmente crescente ==:::} apresenta
movimento retilíneo un iformemente acelerado.

74
Domínio 1 Mecânica • 11.º Ano

16. Um corpo de massa 5,0 kg, partindo do repouso, é arrastado ao longo de uma superfície horizontal rugosa
por uma força horizontal constante com intensidade 40 N.
1
Verificou-se que, ao fim de 3,0 s, o módulo da sua velocidade era 3,0 mÇ . Calcule a intensidade da força
de atrito, suposta constante.
Apresente todas as etapas de resolução .

m = 5,0 kg ; IFI= 40 N ; L\t = 3,0 s


1
IY;'l=3,0 mÇ FR=P +RN+F +Fa
Vi=O mÇ 1 FR=F-Fa
A partir da lei das velocidades é possível calcular a aceleração do corpo:
v= v0 +a t
3,0=0 + a x 3,0 <==> a = 1,0 mÇ 2
Pela Segunda Lei de Newton:
FR = ma ===> FR = 5,0 x 1,0 <==> FR = 5,0 N
Logo, 5,0 = 40 - Fa <==> Fa = 35 N

17. Leia o seguinte texto .


A 2 de agosto de 1971, o astronauta David Scott, comandante da missão Apollo 15, realizou na Lua [onde a
atmosfera é praticamente inexistente] uma pequena experiência com um martelo geológico [de massa
1,32 kg] e uma pena de falcão [de massa 0,03 kgl. No filme que registou essa experiência, é possível ouvir
as palavras de Scott:
"Se estamos aqui hoje, devemo-lo, entre outros, a Galileu, que fez uma descoberta muito importante
acerca da queda dos corpos em campos gravíticos. Considero que não há melhor lugar para confirmar as
suas descobertas do que a Lua. Vou, por isso, deixar cair o martelo, que tenho na mão direita, e a pena,
que tenho na mão esquerda, e espero que cheguem ao chão ao mesmo tempo ...
Nas imagens registadas, vê-se Scott a segurar no martelo e na pena, aproximadamente, à mesma altura,
e a largá-los em simultâneo. Os dois objetos caem lado a lado e chegam ao chão praticamente ao mesmo
tempo. Scott exclama: "Isto mostra que Galileu tinha razão!"
http://history.nasa.gov/alsj/a 15/a 15.clsout3.html# 1670255 ladaptado]

17.1. Galileu previu que, na queda livre de um objeto, o tempo de queda ...
(A) ... depende da forma e da massa do objeto.
(B) ... depende da forma do objeto, mas é independente da sua massa.
(C) ... é independente da forma do objeto, mas depende da sua massa.
(D) ... é independente da forma e da massa do objeto.

(D).
Na queda livre de um objeto: FR = P ===> o movimento do objeto é retilíneo e uniformemente
acelerado, sendo válida a relação:
1 2
y =Yo + Vo t + 2 a t
e para um corpo largado de uma altura h, com as seguintes cond ições iniciais:
1
v0 = O m ç ; y0 = h ; a < O
y = h - ~gt 2
Para y = O m ===> O= h-.!a t 2 ===> t =
2 q q
f2h
Va
Esta expressão mostra que o tempo de queda depende apenas da altura de queda e da aceleração
gravítica.

75
Questões de exame nacional

17.2. O martelo e a pena caem lado a lado e chegam ao chão praticamente ao mesmo tempo, porque,
estando sujeitos a forças gravíticas ...
(A) ... diferentes , caem com acelerações iguais.
(B) ... iguais, caem com acelerações iguais.
(C) ... iguais, caem com acelerações diferentes.
(O) ... diferentes, caem com acelerações diferentes.

(A).
Os dois objetos caem com acelerações constantes - aceleração gravítica -, que depende apenas da
massa do planeta e da distância do objeto ao centro do planeta.
A força gravítica a que os objetos estão sujeitos depende da aceleração gravítica e da massa do objeto.

17.3. Durante a queda da pena manteve-se constante , para o sistema pena+ Lua, a...
(A) ... energia cinética .
(B) ... soma das energias cinética e potencial gravítica .
(C) ... energia potencial gravítica .
(D) ... diferença entre as energias cinética e potencial gravítica .

(B).
Como, durante a queda, apenas atuam forças conservativas, a energia mecânica permanece constante.
Sendo Em= fc + f P = constante, a opção correta é a (B).

18. Para aumentar a área de superfície lunar suscetível de ser explorada, os astronautas da Apollo 15 usaram
um veículo conhecido como jipe lunar.
Considere que o jipe pode ser representado pelo seu centro de massa [modelo da partícula material].

18.l. Na figura encontra-se representado o gráfico da - - - - - - - ~' - - - - - - - -:-' - - - - - - - ~' - - - - - - -:- -


distância percorrida pelo jipe, em função do tempo , 'O
·e"' ' ' '
num dado percurso. o2 _______ i1 _______ 1l _ _ _ _ _ _ _ _ i_
1 -----!-- !

Q)
Selecione a única opção que permite obter uma e. ' '
'
- - - - - - - - - - - -1' - - - - - - - -,-
' -
'
afirmação correta. "'
·13
e - - '
- -l- - - - - - - - '
i - - - - - - - -!- -

O gráfico permite concluir que, no intervalo de '"'üí ' ' '


o
tempo ...
(A) ... [O; t,], o jipe descreveu uma trajetória curvilínea. o Tempo

(B) ... [t 1; t2]. o jipe inverteu o sentido do movimento .


(C) ... [t2; t3]. o jipe esteve parado.
(D) ... [t 3 ; U. o jipe se afastou do ponto de partida.
(C).
De acordo com o gráfico representado, é possível concluir que , no intervalo de tempo entre t2 e t 3 , a
distância percorrida pelo jipe não sofre variação, logo, pode concluir-se que o jipe esteve parado.
A afirmação (A) é falsa, porque, sendo a distância percorrida medida sobre a trajetória, esta pode
ser curvilínea ou retilínea.
A afirmação (8) é falsa, porque o gráfico representa a distância percorrida em função do tempo
decorrido, pelo que não é possível verificar se há inversão de sentido do movimento, uma vez que a
distância percorrida aumenta sempre, mesmo quando há inversão de sentido.
A afirmação (D) é falsa, porque, num gráfico de distância percorrida em função do tempo decorrido,
não é possível saber se o objeto se afasta do ponto de partida sem se conhecer a trajetória.

76
Domínio 1Mecânica • 11.º Ano

19. Para investigar se o valor da aceleração da gravidade depende


da massa dos corpos em queda livre e da altura de queda,
um grupo de alunos usou duas células fotoelétricas, X e Y,
ligadas a um cronómetro digital, e diversas esferas de um - - - - - esfera
mesmo material, mas com diâmetros diferentes.
A figura representa um esquema da montagem utilizada.
célula X
Os alunos começaram por medir, com uma craveira, o
diâmetro, d, de cada uma das esferas.
Realizaram, seguidamente, diversos ensaios, para
determinarem :
- o tempo que cada esfera demora a percorrer a distância
entre as células X e Y, Mqueda;
- o tempo que cada esfera demora a passar em frente à
célula Y, My.
Os alunos tiveram o cuidado de largar cada esfera sempre célula Y
da mesma posição inicial, situada imediatamente acima
da célula X, de modo a poderem considerar nula a
velocidade com que a esfera passava nessa célula (vx =O].

19.l. Para uma dada esfera, os alunos obtiveram os


valores mais prováveis do diâmetro, d, e do tempo de
passagem da esfera pela célula Y, My:
cronómetro digital
• d= 2,860 cm
• ô.ty= 12,3 X 10- 3 S
Os alunos usaram a expressão Vy=_!}__ (que se refere a um movimento retilíneo uniforme) para
My
calcular um valor aproximado da velocidade, Vy, com que a esfera passa na célula Y.

19.l.l. Explique por que é possível utilizar-se aquela expressão no cálculo do valor aproximado da
velocidade Vy.

Sendo a expressão Vy = __!!___válida para um corpo que se move com movimento retilíneo e
Mv
uniforme, pode utilizar-se esta expressão no cálculo do valor aproximado da velocidade, Vy,
com que a esfera passa na célula Y porque, como o diâmetro da esfera é pequeno (::: 3 cm) e o
intervalo de tempo que a esfera demora a passar pela célula Y é também muito pequeno,
pode considerar-se que a velocidade da esfera, Vy, nesse pequeno intervalo de tempo é
praticamente constante.

19.1.2. Os alunos obtiveram, em três ensaios consecutivos, os valores de tempo que a esfera demora
a percorrer a distância entre as células X e Y, Mqueda • apresentados na tabela seguinte .

Ensaio Mqueda/s

1. o 0,2279

2.º 0,2268

3.º 0,2270

Calcule o valor experimental da aceleração da gravidade obtido pelos alunos a partir das
medidas efetuadas.
Apresente todas as etapas de resolução .

77
Questões de exame nacional

• Cálculo do valor aproximado da velocidade da esfera, Vy, na passagem pela célula V:


2,860 X 10- 2 - 1
Vy = <=>vv = 2,325ms
3
12,3 x 10-
• Cálculo do valor mais provável do tempo que a esfera demora a percorrer a distância entre
as células X e V, tendo em conta o número correto de casas decimais:

- 0,2279 + 0,2268 + 0,2270 - 22 2


M qu eda - <==> Mqu eda - O, 7 S
3

• Cálculo do valor experimental da aceleração da gravidade:


~V Vy - Vx 2,325 - 0
g = -- <==> g=-- ==> g- <==>
Mqu eda ~tqu eda 0,2272
<==> g = 10,23 mÇ 2

19.2. A tabela seguinte apresenta alguns dos valores experimentais da aceleração da gravidade, expressos
em m Ç 2, obtidos pelos alunos, utilizando esferas de massas diferentes e alturas de queda diferentes.

Massa da esfera I g
70 85 100
Altura de queda /cm
22 10,2 10,0 10,3

26 1O,1 10,0 10,2

30 1O,1 10,3 10,2

Selecione a única opção que contém os termos que preenchem , sequencialmente, os espaços
seguintes, de modo a obter uma afirmação correta.
A partir dos resultados experimentais obtidos, podemos concluir que o valor da aceleração da
gravidade da massa dos corpos em queda e que da altura de queda .
(A) depende ... depende (C) não depende ... depende
(B) depende ... não depende (D) não depende ... não depende
(D).
Considerando desprezável a resistência do ar durante o movimento, a aceleração da gravidade é
igual para todos os objetos, independentemente da altura de queda (e constante, desde que próximo
da superfície da Terra].
Na tabela , os valores, como foram obtidos experimentalmente, estão sujeitos a incerteza.

20. Os satélites artificiais da Terra podem ter órbitas praticamente circulares ou


órbitas elípticas, consoante a aplicação a que se destinam.

20.1. A figura representa um satélite, em órbita à volta da Terra, com


/'Q ·\:
movimento circular uniforme.
Trace os vetores que representam a velocidade do satélite e a força que
o mantém em órbita à volta da Terra.
r

\., 0
····......................... /
.:"
at 1te

(/ ·· ········.........

\ 71
Satélite
A velocidade é um vetor tangente à trajetória.
A força que atua no satélite é um vetor com direção radial e
centrípeta.

····......

78
Domínio 1Mecânica • 11.º Ano

20.2. O telescópio espacial Hubble descreve órbitas praticamente circulares, de raio 7,0 x 106 m, levando
cerca de 5,76x10 3 s a completar uma volta em torno da Terra .
1
Selecione a única opção que permite calcular, em mÇ , o módulo da velocidade desse satélite .
7,0 X 10 6 1
(A) mÇ (C) 2n:x7,0x10 6 x5,76x10 3 mÇ 1
3
2n: X 5,76 X 10
3 6
(B) 2n: x 5,76x10 mÇ 1 (O) 2n: X 7,0 X 10 m Ç 1

7,0 X 10 6 5,76 x 10 3
(D).
r= 7,0 x 10 6 m
T= 5,76 X 10 3 s
6
2n:r 2n: X 7,0 X 10 _1
v=-- ==> v = 3
ms
T 5,76 x 10

20.3. Selecione a única opção que contém os termos que preenchem, sequencialmente, os espaços
seguintes, de modo a obter uma afirmação correta.
Se a distância de um satélite ao centro da Terra _ _ _ _ _ _ _ _ __ , a intensidade da força
que a Terra exerce sobre ele _ _ _ __ _ _ _ __
(A) se reduzisse a metade ... quadruplicaria. (C) duplicasse ... duplicaria.
(B) duplicasse ... quadruplicaria. (O) se reduzisse a metade ... duplicaria .

(A).
Mm r
Sendo F9 = G--, se r2 =- ==>
r2 2

21. Galileu e Newton contribuíram decisivamente para o estudo e compreensão dos movimentos.

21.1. Lançou-se, verticalmente, para cima , uma bola, com velocidade inicial de módulo 6,0 mç1, em
condições nas quais a resistência do ar pode ser considerada desprezável.
Determine a altura máxima atingida pela bola, em relação ao nível de lançamento .
Considere um referencial, Oy, de eixo vertical, com origem no ponto de lançamento e sentido de baixo
para cima e recorra exclusivamente às equações que traduzem o movimento, y(t] e v(t).
Apresente todas as etapas de resolução .

v0 = 6,0 mÇ 1
Considerando que a resistência do ar é desprezável:
FR = P ==> a=g
Usando as equações do movimento:
1 2
Y=Yo + vot +-at
2
v= v0 +a t
e substituindo as condições iniciais:
Yo=O m
v0 =6,0ms- 1
1a= g =- 10,0 mÇ 2
y = 6,0 - 5,0t 2 (SI) (1]
V= 6,0 - 1O,Ot (SI) (2]
Quando a bola atinge a altura máxima, o valor da velocidade da esfera anula-se. Substituindo em (21,
tem-se: O= 6,0 - 1O,Ot <:::=> tsubida = 0,60 s
Substituindo o tsubida determinado na equação (11, tem-se:
2
Ymáx = 6,0 - 5 X 0,6 <:::=> Ymax = 1,8 m

79
Questões de exame nacional

21.2. Lançou-se um paralelepípedo de madeira, de modo que ele subisse uma rampa, em condições nas
quais a resistência do ar pode ser desprezada .
- - -
Seja F9 a força gravítica , Rn a força de reação normal e Fª a força de atrito.
Selecione a única opção que apresenta o diagrama das forças que atuam sobre esse paralelepípedo,
ao longo da subida da rampa .

(A) (B) (C) (D)


-+ -+ -+

%. g ~ g
)h3 -+
g
a

~ Fg

(B).
A força gravítica é representada por um vetor com direção vertical e sentido de cima para baixo.
A reação normal é representada por um vetor com direção perpendicular ao plano inclinado e
sentido ascendente.
A força de atrito é representada por um vetor com a direção do movimento do paralelepípedo e
sentido contrário a este.

21.3. Considere que se mediu a intensidade da resultante das forças aplicadas a um conjunto
corpo+ sobrecarga, que descreve, em diversos ensaios, uma mesma trajetória circular, de raio r ,
com velocidade angular constante .
Na tabela seguinte encontram-se registados os valores medidos nos diversos ensaios, nos quais se
fez variar a massa do conjunto corpo+ sobrecarga.

Massa/kg Força/N

0,244 0,440

0,295 0,525

0,345 0,626

0,395 0,705

Obtenha o valor da aceleração do conjunto corpo+ sobrecarga, a partir da equação da reta que melhor
se ajusta ao conjunto de pontos experimentais .
Utilize a calculadora gráfica .
Apresente o valor obtido com três algarismos significativos.

Colocando na calculadora gráfica a massa do conjunto corpo+ sobrecarga em função da força


aplicada, obtém-se a equação:
F = 1,78m+4,45 x 10- 3 (SI)
A partir do declive da reta, obtém-se, para a aceleração do conjunto corpo+ sobrecarga, o valor
2
a = 1, 78 m Ç [com três algarismos significativos].

22. A figura representa um esboço de um gráfico que tradu z o modo v


como varia o módu lo da velocidade, v, de uma gota de água da chuva
que cai verticalmente, em função do tempo, t.

22.1. Escreva um texto no qual aborde os seguintes tópicos:


• identificação, fundamentada no gráfico apresentado, dos
tipos de movimento da gota de água;
o

80
Domínio 1Mecânica • 11.º Ano

• identificação das forças que atuam sobre a gota de água, no intervalo de tempo [O; t 1]. e indicação
do modo como variam as intensidades dessas forças, nesse intervalo de tempo ;
• caracterização, fundamentada, da resultante das forças que atuam sobre a gota de água, no
intervalo de tempo [O ; t 1].

No intervalo de tempo entre t = O se t = 1 s, a gota de água move-se com movimento acelerado,


porque o módulo da sua velocidade está a aumentar ao longo do tempo, mas não aumenta
uniformemente [a resultante das forças que atuam na gota de chuva não é constante).
Entre os instantes t 1 e t2 , o movimento da gota de chuva é uniforme porque o módulo da velocidade
se mantém constante.
No intervalo de tempo [O; t 11. as forças que atuam na gota de chuva são a força gravítica, que se
mantém constante durante todo o percurso, e a força de resistência do ar, cuja intensidade aumenta
com o aumento do módulo da velocidade da gota. Como, neste intervalo de tempo, o módulo da
velocidade da gota aumenta e o declive da reta tangente em cada ponto à curva diminui, a resultante
das forças que atuam sobre a gota tem o sentido do movimento.
Como, durante a queda, a força gravítica e a força da resistência do ar têm sentidos opostos e a
intensidade da resistência do ar aumenta, a resultante das forças que atuam sobre a gota terá o
sentido do movimento e intensidade decrescente.

22.2. Selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.
No intervalo de tempo [t 1; t2]. a energia cinética da gota de água ...
(A) ... varia e a energia mecânica do sistema gota+ Terra diminui .
(B) ... varia e a energia mecânica do sistema gota+ Terra aumenta .
(C) ... mantém-se e a energia mecânica do sistema gota+ Terra diminui.
(D) ... mantém-se e a energia mecânica do sistema gota+ Terra aumenta .
(C).
Como, no intervalo de tempo [t 1; t2 ]. o módulo da velocidade da gota de chuva permanece constante,
a energia cinét ica também se manterá constante, dado que: Ec = .! m v2
2
[e a massa da gota de chuva também é constante).
Sendo a energia mecânica, Em, dada por:
Em= Ec + EP e EP = mgh
Verifica-se que, à medida que a gota cai verticalmente, a altura, h, diminui e, consequentemente, a
energia potencial, EP, da gota de chuva diminui.
Assim, embora a energia cinética permaneça constante, a energia potencial diminui no movimento
de queda e, em consequência, diminui a energia mecânica, Em·

22.3. Admita que se estudou, em laboratório, o movimento de queda de diversas gotas de água.
Considere um referencial unidimensional, com origem no solo e sentido positivo de bai xo para cima.

22.3.1. Na tabela seguinte encontram-se registadas as posições de uma gota de água, em vários
instantes do seu movimento de queda, após ter atingido a velocidade terminal.

Tempo/s Posição/m

0,00 1,69

O, 10 1,21

0,20 0,63

0,30 O, 18

EFl IPEX_06

81
Questões de exame nacional

Obtenha a componente escalar da velocidade terminal da gota, a partir da equação da reta que
melhor se ajusta ao conjunto de valores experimentais.
Utilize a calculadora gráfica .
Apresente o valor obtido com dois algarismos significativos .

Colocando na máquina as sucessivas posições da gota de chuva em função do tempo,


obtém-se a equação da reta: y= - 5, 11t + 1,69 (SI)
1
O declive da reta representa a componente escalar da velocidade terminal: v= - 5, 1 m ç

22.3.2. Numa outra experiência, deixou-se cair uma gota de água, de uma altura de 1, 70 m, no
interior de uma coluna onde se fez previamente o vácuo.
Determine a componente escalar da velocidade com que a gota chegou ao solo.
Recorra exclusivamente às equações que traduzem o movimento, y[t) e v[t).
Apresente todas as etapas de resolução .

Como se fez previamente o vácuo na coluna, podemos considerar que a resistência do ar é


desprezável:
FR=P => a=g
Condições iniciais:
Yo = h = 1, 70 m
v =0ms- 1
{ 0
a=g=-10mÇ 2
Substituindo nas equações:
1 2
y =Yo + Vo t + 2 a t
v=v0 +at

Obtém-se:

y=1,70 - 5t 2 (SI) [1)

V=-10t (SI) [2)


Quando a gota atinge o solo y= O m
Substituindo na equação [1 ), tem-se:
o= 1, 70 - 5t 2 => t = 0,583 s
Substituindo o valor de t calculado na equação [2), fica:
=-10 X 0,583 ~
V50 to

~ v5010 = - 5,83 m s- 1 , que é a componente escalar da velocidade com que a gota chegou ao
solo .

23. Suponhamos que alguém vai a empurrar um carrinho por uma estrada retilínea e horizontal e que,
subitamente, o larga. Antes de se imobilizar, o carrinho ainda percorrerá uma curta distância . Surge a
pergunta: como será possível aumentar essa distância? Há vários meios, como, por exemplo, olear o eixo e
tornar a estrada mais lisa. Quanto mais lisa for a estrada e mais facilmente girarem as rodas, maior será
a distância percorrida. O que acontece em consequência da lubrificação do eixo e do alisamento da
estrada? Apenas isto: o efeito do que chamamos atrito diminui, tanto no contacto do eixo com as rodas
como no das rodas com a estrada. Isto já é uma interpretação teórica da evidência observável. Imaginemos
uma estrada perfeitamente lisa e um sistema de eixos e rodas em que não houvesse atrito. Neste caso,
nada interferiria no carrinho, que se moveria perpetuamente. Formulamos esta conclusão unicamente por
força do pensamento, idealizando uma experiência que não pode ter realidade, visto ser impossível
eliminar o atrito , mas que nos permite compreender melhor a relação entre forças e movimento.
A. Einstein, L. lnfeld, A Evolução da Física , Livros do Brasil [adaptado)

82
Domínio 1 Mecânica • 11.º Ano

23.1. "Neste caso, nada interferiria no carrinho, que se moveria perpetuamente."


Qual seria o tipo de movimento do carrinho na situação descrita?

Movimento retilíneo e uniforme.


Um corpo descreve movimento retilíneo e uniforme quando se desloca com velocidade constante.
Se a resultante das forças que atuam no carrinho é nula, FR =O N, então,
a = O mÇ 2 ~V= constante.

23.2. Das força~que atuam sobre o _sarrinho em movimento sobre uma superfície horizontal, a força
gravítica, F9 , e a força normal, FN, exercida pela estrada, são forças com intensidades ...
(A) ... iguais, que constituem um par ação-reação.
(B) ... diferentes, que constituem um par ação-reação .
(C) ... diferentes, que não constituem um par ação-reação .
(D) ... iguais, que não constituem um par ação-reação.
(D).
Se o corpo se desloca sobre uma superfície horizontal: FR, = O N ~ l~ I = l ~ I
No entanto, estas forças não constituem um par ação - reação, pois:
- não são !9_rças da mesma natureza (a força gravítica,~· é uma interação à distância e a força
normal, FN, é uma interação de contacto);
- estão aplicadas no mesmo corpo (no carrinho).

23.3. Fundamente a afirmação de Einstein e lnfeld segundo a qual se pode aumentar a distância
percorrida pelo carrinho, na situação descrita no texto, tornando a estrada mais lisa .

Quanto mais lisa for a estrada, menor será a intensidade das forças de atrito que atuam sobre o
carrinho e, consequentemente, menor a intensidade da resultante das forças . Sabendo que:
FRdcose = Ec, - fc;, para a mesma variação de energia cinética (para a mesma velocidade inicial),
quanto menor for a intensidade da resultante das forças, maior será a distância percorrida pelo
carrinho.
Assim, conclui-se que, numa estrada mais lisa, será maior a distância percorrida pelo carrinho até parar.
Ou:
Quanto mais lisa for a estrada, menor será a intensidade das forças de atrito que atuam sobre o carrinho.
JJ-
Menor será a intensidade da força resultante (pois a força resultante é função das forças de atrito
que atuam sobre o carrinho).
JJ-
Como FR=ma, a aceleração do carrinho será menor, pelo que, para a mesma velocidade inicial, a
distância percorrida pelo carrinho até parar será maior.

23.4. Considere que, movendo-se o carrinho com velocidade aproximadamente constante, uma das rodas
dá 5,0 voltas em 4,0 s.
Calcule o valor da velocidade angular dessa roda em radianos por segundo (radÇ 1).
Apresente todas as etapas de resolução.

Cálculo da frequência do movimento:


5,0
f =- ~ f = 1,25 Hz
4,0
Cálculo da velocidade angular:
w= 2nf ~ w = 2nx1,25 ~ OJ=7,85radÇ 1

83
Questões de exame nacional

24. Considere um carrinho que se move segundo uma trajetória retilínea, coincidente com o eixo Ox de um
referencial unidimensional.
Na figura, encontra-se representado o gráfico da componente escalar, segundo esse eixo, da velocidade, v,
do carrinho em função do tempo, t, obtido em laboratório com um sistema de aquisição de dados.

V/ m 5- l ,..

0,80

0,60

0,40

0,20

o
t/ 5

-0,20

-0,40

24.l. Houve inversão do sentido do movimento do carrinho no intervalo de tempo:


(A) [1,6; 2,0] s (C) [4,8; 5,2] s
(B) [3,4; 3,8] s (O) [5,6; 6,0] s
(C).
No movimento retilíneo, o valor da velocidade indica-nos o sentido do movimento.
Assim, quando v> O ==> sentido positivo do referencial
e quando v <O ==> sentido negativo do referencial.
De acordo com o gráfico, há inversão do sentido do movimento nos intervalos de tempo: [3,8; 4,0] s
e [ 4,8; 5,2] s

24.2. Calcule a distância percorrida pelo carrinho no intervalo de tempo [0,0; 1,4] s.
Apresente todas as etapas de resolução.

A partir dos valores lidos no gráfico, calcular o valor da aceleração do carrinho no intervalo de
tempo considerado:
a=M ==>a= 0, 40 - 0 ~ a =O 286 mÇ 2
M 1,4 - 0 '
Usando a equação do movimento:
1 2 1 2
x=x 0 +v0 t+ at ==> x-x 0 =ó.x=v0 t+ at
2 2
Sendo{Vo=O mÇ1
a=0,286mÇ 2

tem-se: ó.X" = .l x 0,286t 2 ==> ó.X"= .l x 0,286 x (1,4)


2
~ ó.X" = 0,28 m
2 2
Ou, partindo da área do gráfico correspondente ao intervalo de tempo [0,0; 1,4] s:
ó.X"= área do triângulo

ó.X"= vxM ==> ó.X"= 0,40 x 1,4 ~ ó.X" = 0 28 m


2 2 '

84
Domínio 1 Mecânica • 11.º Ano

24.3. Em qual dos s!guintes esquemas se encontram corretamente representados os vetores velocidade, v ,
e aceleração, a , no instante t =3,4 s?
w ~
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1
[----
o !Q :-
<V


Ü X o X

(B) (O)
--*
--* a
. v r~ l
iõ c1 : 1
--o--c""'1 )1

Ü X Ü X

(B).
No instante t = 3,4 s:
- como o valor da velocidade é maior do que zero , o carrinho desloca-se no sentido pos itivo da
trajetória;
- como o módulo da velocidade, no intervalo de tempo [ 3,3; 3,8] s está a diminuir, o valor da
aceleração é negativo.

25. Considere um carrinho que se move segundo uma trajetória retilínea e horizontal, coincidente com o eixo Ox
de um referencial unidimensional.

25.1. Na figura encontra-se representado o gráfico da componente escalar da posição, x, desse carrinho,
segundo esse eixo, em função do tempo, t, decorrido desde que se iniciou o estudo do movimento .
Admita que no intervalo de tempo [O,O; 2,0] s a curva representada é um ramo de parábola.

x/m

2,5 ~
.__
...-
,.,.
~
2,0
,,, ~
-- -
~

r
1,5 1/
, ~

/
1,0 .,
, ~

,J
0,5

o
o 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 t/s

85
Questões de exame nacional

25.l.l. Qual das seguintes figuras pode ser uma representação estroboscópica do movimento do
carrinho no intervalo de tempo [0,0; 2,0] s?

(A)

(B)

(C)

(O)

(B).
De acordo com o gráfico que representa a componente escalar de posição do carrinho em
função do tempo, verifica-se que o deslocamento do carrinho, segundo esse eixo, no mesmo
intervalo de tempo, é cada vez menor.

25.1.2. Qual dos esboços seguintes pode representar a componente escalar da aceleração, ªx, do
carrinho, em função do tempo, t, no intervalo de tempo [0,0; 2,0] s?

(A) (C)

o----------
0 -
t

(B) (O)

Ü- + - - - - - - - ----
0 t

86
Domínio 1Mecânica • 11.º Ano

(C).
De acordo com o gráfico da componente escalar da posição do carrinho, segundo o eixo x, em
função do tempo, o corpo desloca-se no sentido positivo do referencial, com velocidade
decrescente, pelo que a aceleração do carrinho tem sentido contrário ao movimento.
~V
ax =-<0
M
25.1.3. Considere que no instante inicial o valor da velocidade do carrinho, de massa 400 g, é 3,0 mÇ 1.
Calcule a intensidade da resultante das forças não conservativas aplicadas no carrinho, no
intervalo de tempo [0,0; 2,0] s .
Admita que a resultante das forças não conservativas tem a direção do movimento.
Apresente todas as etapas de resolução.

m = 400 g <=> m = 0,400 kg


1
v0 =3,0 mÇ

v1 = O m s - 1, pois a partir do instante t = 2,0 s , o carrinho está em repouso.


l ~xl = 2,5 - 0,5 <=> l ~xl = 2,0 m
1 2
~Ec = Ec, - Ec ~ ~Ec=0 --x 0,400 x 3,0 <=> ~fc= - 1,8J
' 2
~Em = ~Ec+~EP ~ ~Em =- 1,8J,pois ~fp=OJ

Sendo ~Em = w-F


NC
~ - 1,8 = FNc X d x cos 180º <=> - 1,8 = FNc X 2,0 X (- 1) <=> 1rNcl= 0,90 N
25.1.4. No movimento considerado, o trabalho realizado pelo peso do carrinho é nulo, porque o peso ...
(A) .. . tem direção perpendicular ao deslocamento do carrinho .
(B) ... é uma força conservativa.
(C) ... é anulado pela força de reação normal exercida pelo plano.
(D) ... tem intensidade constante.
(A).
Sabendo que WF = F9 dcose, sendo e o ângulo definido pela força com o deslocamento,
g

que, neste caso, é de 90º.


Assim: Wf' = O J, pois ~ J_ ~x
9

26. O telescópio espacial Hubble descreve, em torno da Terra, uma órbita praticamente circular, com
velocidade de valor constante, v, a uma altitude de cerca de 5,9 x 10 2 km.

26.1. Conclua, justificando, se a aceleração do telescópio Hubble é nula.

Como o telescópio descreve uma órbita circular, a direção da velocidade é diferente em cada ponto
da trajetória, pelo que a aceleração do telescópio não é nula.
Ou , em alternativa:
Como a trajetória não é retilínea, a resultante das forças aplicadas no telescópio não é nula .
Pela 2.ª Lei de Newton, F=ma, a aceleração do telescópio não é nula.

26.2. Calcule o tempo que o telescópio Hubble demora a descrever uma órbita completa.

Cons1.d ere v= Jêmr


--
rórbita
Apresente todas as etapas de resolução.
mr (massa da Terra) = 5, 98 x 10 24 kg
3
rr (raio da Terra) = 6,4 x 10 km

87
Questões de exame nacional

Partindo da equação da velocidade linear:


2nr
v= T [1) e sabendo que rórbita = rr + h

tem-se, rórbita = 6,4 x 10 6 + 5, 9 x 10 5 <:=:}


6
<:=:} rórbita= 6, 99 X 10 rn

Sendo, v=~, tem-se, substituindo pelos valores:


11 24
V= 6,67 x 10- x 5,98 x 10 <:=:} V= 7 , 55 x 103 rnç 1
6,99 X 10 6
Cálculo do período: substituindo pelos valores em [1), tem-se:
2 6 99 106
7 55 x 10 3 = n x • x 3
<:=:} T=5,81 x 10 s
' T
Ou, em alternativa:
Gmmr
m
Fc = F9 <:=:} ac = - - - <:=:}
r2
2
v G x mr 2 2rc 2 r 2 G x mr 4n 2 x r 3
<:=:}t ---;r
= <:=:} ----:r2 = -r- ~ T =
G x mr
Substituindo pelos valores, tem-se:

T= 4n2 x (6,99 x 106)3 <=:}T=5,81 x 103s


6,67 X 10- 11 X5,98 X 10 24

27. A figura representa, esquematicamente, uma ligação rodoviária entre os pontos A e E, que se situa num
mesmo plano horizontal, verificando-se que o velocímetro de um automóvel marca sempre 80 km h- 1, ao
longo de todo o percurso entre aqueles pontos.

I
1

1 '
\
\ ' I
'
' ,
____ .... ..... , I

3,0 km
,,
• J
I :~~~~~~~~~~~~~~- ·~

27.l. Considere o troço entre os pontos A e B.


27.l.l. Determine o tempo que o automóvel demora a percorrer esse troço. Apresente todas as
etapas de resolução.
lvl=BD kmh- 1
lvl=22,2 mÇ 1
Entre os pontos A e B, o automóvel descreve urna trajetória retilínea com velocidade
constante ~ movimento retilíneo e uniforme.
1,5 cm 3,0 km k
S e - - - = - - - ~ l'lx = 11 rn <:=:} l'lx= 1 1 x 104 rn
5,5 cm t'lx '
4
t,x 1, 1 X 10 ( . )
Sendo, Vm =- ~ 22,2 = <:=:} M =495 s 8,26 rnin
M M

88
Domínio 1 Mecânica • 11.º Ano

27.1.2. Que conclusão, fundamentada na 2.ª Lei de Newton, pode retirar-se acerca da resultante das
forças que atuam no automóvel, nesse troço?

De acordo com os dados fornecidos, entre os pontos A e 8, o automóvel move-se com


movimento retilíneo e uniforme [v
= constante).
2
Se a velocidade é constante ==> a = O m ç .

Sendo a aceleração do automóvel nula, de acordo com a 2.ª Lei de Newton, a resultante das
forças que sobre ele atuam também é nula .

27.2. Considere que os troços entre os pontos B e C e entre os pontos O e E, representados na figura,
correspondem a arcos de circunferência .

27.2.1. Selecione a única opção que apresenta o esboço correto do gráfico da intensidade da
resultante das forças aplicadas no automóvel, F, em função do tempo, t, ao longo do troço BC .
(A) (B) (C) (D)

(C).
Se, no troço BC, o corpo descreve um movimento circular e uniforme !lvl =constante], então,
a força que atua sobre o corpo é centrípeta e de módulo constante.

27.2.2. Conclua, justificando, em qual dos troços, BC ou DE, é maior a aceleração do automóvel.

Como nos dois troços, BC ou DE, o automóvel descreve movimento circular e uniforme ==>
a aceleração é centrípeta e igual a:
v2
ac =-
r
Como o módulo da velocidade é constante e igual nos dois troços:
Vsc = VoE =constante.
De acordo com a expressão acima, para a mesma velocidade, quanto maior for o raio menor
é o valor da aceleração centrípeta.
Assim, como o troço DE apresenta menor raio, a aceleração será maior nesse troço.

28. Um carrinho de brincar desloca-se sobre uma pista que pode ser montada com diferentes formatos .

28.1. Considere que a pista é montada de modo que o carrinho descreva sobre ela uma trajetória circular,
num mesmo plano horizontal, com velocidade de módulo constante .

28.1.1. Caracterize os vetores velocidade e aceleração do carrinho quanto à sua direção e quanto ao
seu sentido, relativamente à trajetória descrita .

O carrinho descreve uma trajetória circular.


Velocidade: vetor com direção tangente à trajetória e sentido do movimento.
Aceleração: vetor com direção radial e sentido centrípeto [a apontar para o centro da
trajetória).

89
Questões de exame nacional

28.1.2. Considere que a trajetória circular descrita pelo carrinho tem 50,0 cm de diâmetro e que o
carrinho demora, em média, 47,6 s a descrever 5 voltas completas.
Determine o módulo da aceleração do carrinho .
Apresente todas as etapas de resolução.

d= 50,0 m
M=47,6s
n.º de voltas= 5
Quando um corpo descreve um movimento circular com aceleração de módulo constante, o
módulo da velocidade é constante, apenas variando a direção da velocidade, que é, em cada
instante, tangente à trajetória.
0 50
C'acuo
l l d orara. d atraietorra:r=-
. . . o 25 m
· -=,
2
Cálculo da velocidade do carrinho:
v = 2nr ==>
T
2n x 0,25 1
==> V= Ç::::} V=0,1650 mÇ
9,52
Cálculo do período do movimento:
47 6
T = ' Ç::::} T= 9 52 s
5 '
Cálculo da aceleração centrípeta:
v2 (O, 1650/
ae =-r ==> ªe = 0,25 Ç::::}

2
Ç::::} ac = O, 109 m Ç

28.1.3. Admita que se colocaram sobrecargas de massa sucessivamente maior no carrinho e que os
conjuntos carrinho+ sobrecarga se deslocaram sobre a pista demorando o mesmo tempo a
descrever uma volta completa.
Qual das opções seguintes apresenta os esboços dos gráficos que podem representar
corretamente o módulo da aceleração, a, dos conjuntos carrinho+ sobrecarga e a intensidade
da resultante das forças neles aplicadas, F, em função da massa, m, daqueles conjuntos?
(A) (B) (C) (D)
a

m m m
o~ m

m m m m

90
Domínio 1 Mecânica • 11.º Ano

(A).
Sendo o módulo da aceleração diretamente proporcional ao quadrado da velocidade e
inversamente proporcional ao raio, conclui-se que o módulo da aceleração não depende da
massa do carrinho.
No entanto, a força centrípeta é diretamente proporcional à massa do carrinho, de acordo
com a 2.ª Lei de Newton: Fc = mac.

29. Um pequeno objeto de papel, abandonado de uma certa altura, cai verticalmente até ao solo, segundo uma
trajetória retilínea , coincidente com o eixo Oy de um referencial unidimensional.
Admita que o objeto de papel pode ser representado pelo seu centro de massa [modelo da partícula material).

29.l. Considere, numa primeira situação, que o objeto de papel cai no ar.
Na figura, está representado o gráfico da componente escalar, segundo o eixo Oy, da posição, y, do
objeto de papel em função do tempo, t. Os dados registados foram adquiridos com um sensor de
movimento.

1,40 1 l 1 1 t 1 ' ! j

·-+---<-+-+-+-+-!-+-+-+ +-++-+-++ +-+-+->-+--+-+-+-+-+-+-f--1-+-+-+-+--1--+-

0,80 l-+++-+-l-~~+-++-+-l-+++-+-+ ••-++-+--+-+++~H-++-+-1-++-+-+-

-~+-+-HH-++-+-t-++-1-+-+-+++ ••+-+-+-H-+-++-HH-++-+-l-+-­

0,60 +-+-+-H-+-! +-H-+-+-+-+-++-t-+-+-+• -+-'-'--H-l-+-+-!-'->-++-+-'-

0,40

0,20
1-++-l-+-+-+-HH-++-+-!-+-+-+-+-+++~+-+-+-~~+-•+-H-++-H-

0,00
0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 1,40 1,60 1,80 t/ s

29.l.l. Qual é o esboço do gráfico que pode representar a distância percorrida pelo objeto de papel
durante o intervalo de tempo em que os dados foram registados?

(A) (B) (C) (D)


ou (1J (1J (1J
-o -o -o -o
·e:
'-
·e:
'-
.E '-
'-
o o o o
t:
Q)
u
'- t: u
'-
Q)
Q) Q)
o.. o.. o.. o..
(1J (1J
.~ .~
u u u 'ü
e e e e
<(1J
'2<Jl <(1J
'2<Jl
.~ ti
D D o D

Te moo o TPmnn Tçi,mnn

(B).
De acordo com os dados obtidos com o sensor de movimento, nos primeiros 0,50 segundos,
o objeto de papel mantém-se em repouso (a distância percorrida é nula).
A partir desse instante, o papel percorre a distância de 1,20 m até ao solo, aumentando a
distância percorrida, ficando parado após 1,45 s.

91
Questões de exame nacional

29.1.2. Em qual dos esquemas seguintes estão corretamente representadas, para o intervalo de
tempo [0,90; 1,30] s, as forças que atuam no objeto de papel?
(A) (B) (C) (D)
~esistência do ar = Õ
~esistência do ar F,:esi stênc ia do ar
Fresistên cia do ar

~ravítica Fgravítica

~ravítica

(C).
Como no gráfico posição-tempo, no intervalo [O, 90 ; 1,30] s, o objeto percorre distâncias
iguais em intervalos de tempo iguais ==> a velocidade é constante. Logo, o objeto não
acelera ==> a resultante das forças que atuam no objeto é nula ( F =ma).

29.1.3. Admita que a massa do objeto de papel é 0,23 g.


Calcule a energia dissipada pelo sistema objeto de papel+ Terra no intervalo de tempo [0,90 ; 1,30] s.
Apresente todas as etapas de resolução .

m = 0,23 g = 0,23 X 10- 3 kg


Edissipada =?
Cálculo da variação da energia mecânica:
ó.Em= ó.Ec + ó.Ep
Como, no intervalo de tempo considerado, o objeto se desloca com velocidade constante, é:
Ec =constante ==> ó.Ec =O J
No intervalo de tempo considerado:
ó.Ep = Ep,, ,_30, - Ep,, , ,90 ,
Para t=0,90 s ==> y=0,76 m
Para t=1,30s ==> y=0,20m

(menor divisão da escala no eixo yy = o,:o = 0,04 m)


(menor d"1v1sao
. - d a esca la no eixo
. xx = - º· 2º
4
- = o,05 s)

ó.Ep = 0,23 X 10- 3 X 10 X (0,20 - 0, 76)Ç::::> ó.Ep = 1,29 X 10- 3 J

Então: ó.Em= -1,29 x 10- 3 +O Ç::::> ó.Em= -1,29 x 10- 3 J


Então, conclui-se que a energia dissipada corresponde a esta diminuição da energia
3
mecânica: Edissipada = 1,29 X 10- J

29.2. Considere agora, numa segunda situação, que o objeto de papel, abandonado da mesma altura, tem
um movimento de queda livre .
Admita que o eixo Oy do referencial tem origem no solo e sentido positivo de baixo para cima .
29.2.1. Apresente o esboço do gráfico da componente escalar, segundo o eixo Oy, da posição, y, do objeto
de papel em função do tempo, t, desde o instante em que é abandonado até chegar ao solo.

Se o movimento for em queda livre, a força resultante será igual à força gravítica e a aceleração
será constante e igual à aceleração gravítica - a velocidade aumenta de modo uniforme.

92
Domínio 1 Mecânica • 11.º Ano

Assim, as condições iniciais a considerar serão:


Yo= 1,20 m
v0 =0 mÇ 1
\ a~g =- 10mÇ 2
y
de acordo com o eixo Oy ==> com origem no solo e sentido
ascendente
A equação da posição y é, para este movimento : y = y0 + v0/ + ~a t 2
isto é, y = 1,20 - 5t 2 (SI)
Fazendo o gráfico na calculadora, obtém-se, para um valor de t
maior do que O s e até y atingir o valor O m , que corresponde ao
o
solo, o esboço do gráfico da figura ao lado:

29.2.2. A equação v(t] da componente escalar, segundo o eixo Oy, da velocidade, vy, do objeto de papel é:
(A) Vy = 10t (8) Vy= 10t (C) Vy =1,20 - 1Ot (O) Vy = 1,20+10t

(B).
Sendo, no instante inicial, a velocidade nula: v0y = O mÇ 1 .
Como a aceleração do objeto tem sentido de cima para baixo e lãl= 191,da equação da
velocidade vy = v0, +a t
==> Vy = 0 + (-10)t ~ Vy=-10t (SI)

29.2.3. Qual das expressões seguintes permite calcular o tempo, em segundos (s], que o objeto de
papel demorará a chegar ao solo se a altura da qual é abandonado se reduzir a metade?

(B) {00
\j2g
(C)
g
(D) n
(D).
Se o objeto de papel for abandonado, em queda livre, de uma altura inicial, h =
1
·:º m ,
a equação das posições ficará:
Condições iniciais:
1,20
Yo=--m
2
y = 1,20 _ f!_ t2 (SI)
2 2
a=-g
E para o tempo de queda:
0= 1,20 _ f!_t2 ==> t = ([20
2 2 q q \jg
29.2.4. Admita que, em simultâneo com o objeto de papel, se abandona da mesma altura uma esfera
metálica de maior massa .
Se o objeto de papel e a esfera metálica caírem livremente, a esfera chegará ao solo com
velocidade de:
(A) igual módulo e energia cinética maior.
(B) igual módulo e energia cinética igual.
(C) maior módulo e energia cinética igual.
(D) maior módulo e energia cinética maior.

93
Questões de exame nacional

(A).
Como a aceleração da gravidade não depende da massa do corpo e caem ambos da mesma
altura, demoram o mesmo tempo a chegar ao solo e, quando atingem o solo, apresentam a
mesma velocidade.
A energia cinética, Ec, é diretamente proporcional à massa do corpo. Conclui-se que a esfera
metálica terá, para a mesma velocidade , maior energia cinética.

30. A figura [que não está à escala] representa uma calha inclinada, montada sobre uma mesa .
Uma esfera de aço, de massa 30,0 g, é abandonada na posição A. situada a uma altura de 50,0 cm em
relação ao tampo da mesa . Depois de percorrer a calha, a esfera move-se sobre o tampo da mesa, entre
as posições B e C, caindo seguidamente para o solo .
Considere desprezável a força de resistência do ar e admita que a esfera pode ser representada pelo seu
centro de massa (modelo da partícula material].

Ü X

30.l. Admita que a energia dissipada é desprezável no trajeto entre as posições A e C e que a esfera atinge
a posição C COm velocidade de módulo, Vc .
Para que a esfera atinja a posição C com velocidade de módulo, 2vc. deverá ser abandonada numa
posição situada a uma altura , em relação ao tampo da mesa, de:
(A) 100 cm . (B) 140 cm. (C) 200 cm . (D) 280 cm.

(C).
m=30,0 g
h = 50 ,0 m
Desprezando as forças dissipativas no percurso AC, obtém-se:
Em.= Emc <::::> EPA+ Ec. = EPc + Ecc ' sendo Ec. =o J e EPc =o J

tem-se: mghA = ~/.7ÍV~ ==> Vc = ~ (1]

Se se pretender que, em C, seja v = 2 vc, a esfera deverá ser abandonada de uma altura quatro vezes
maio r, pois, sendo: 2vc = 2 x ~, é 2vc = ~ (2]
Comparando as expressões (11 e (21, conclui-se que h = 4hA.

30.2. Calcule a energia dissipada no trajeto entre as posições A e C, se a esfera passar na posição C com
velocidade de módulo 2,8 mÇ 1.
Apresente todas as etapas de resolução .
1
Sendo hA = 50 cm; vA = O mÇ
Cálculo da energia potencial gravítica do sistema esfera+ Terra na posição A:
Ep. =mghA
Ep. = 30 x 10- 3 x 10 x 50 x 10- 2 <::::> Ep.= 1,50 x 10- 1 J
Em. = EPA <::::> Em. = 1,50 X 10- 1 J

94
Domínio 1Mecânica • 11.º Ano

Cálculo da energia cinética no ponto C:


Ec=~mv 2 ~ Ec = 0,5 X 30 X 10- 3 X 2,8 2 <:=>
<:=> Ec = 1, 18 X 10- 1 J
Emc=Ecc= 1,18x 10- 1 J
Edissipada = l~Em l

~Em= Emc - EmA ~ ~Em =- 3,2 X 10- 2 J <:=> Edissipada =


2
3,2 X 10- j

31. Na figura, está esquematizado um automóvel que se move, com aceleração constante , segundo uma
trajetória retilínea, coincidente com o eixo Ox de um referencial unidimensional.
Na figura, estão ainda representados os vetores velocidade, v, e aceleração, ã, num certo instante, t 1.

31.1. Em que sentido se move o automóvel no instante considerado?

O carrinho desloca-se no sentido negativo do referencial [da direita para a esquerda].

31.2. Considere o intervalo de tempo [t 0 ; t 1] , sendo t 0 um instante anterior a t 1 .


Conclua, justificando, como variou o módulo da velocidade do automóvel no intervalo de tempo
considerado, admitindo que em t0 o automóvel se movia no mesmo sentido que em t 1 .

No intervalo de tempo considerado, os vetores velocidade e aceleração têm sentidos opostos, o que
permite concluir que o carrinho se desloca com movimento retilíneo e retardado.
Conclui-se, assim, que, nesse intervalo de tempo, o módulo da velocidade diminui.

32. Uma bola é abandonada de uma altura, h , em relação ao solo.

~--- ----- ---~A


: '
' 1
1
0,20 m

hA:
$B_____ t
[altura máxima após o!
'
primeiro ressalto) !
: he
! [altura má xima após o
; seg undo ressalto)
'' 1
''

/7////////7///7/7///)///ff/7//7/7/7/7////7
Na figura, desenhada à escala, estão representadas a altura máxima em relação ao solo atingida pela bola
após o primeiro ressalto, hA, e a altura máxima em relação ao solo atingida pela bola após o segundo
ressalto, h9.
Considere desprezável a força de resistência do ar e admita que a bola pode ser representada pelo seu
centro de massa [modelo da partícula material].

95
Questões de exame nacional

32.l. Considere a escala representada na figura e admita que a percentagem de energia dissipada é a
mesma em cada ressalto.
Determine a altura, h, da qual a bola foi abandonada.
Apresente todas as etapas de resolução .

hA = 4,0 cm ==> hA = 0,80 m


h 8 = 2,5 cm ==> h 8 = 0,50 m
E
o/o Effi nao
. d1ss1pada
. . = Em ,.ssalto X 100 ==>
m queda

_ mxff x h8
==> 0
YoEnão dissipada - X 100
mxff xhA
o 0,50
dissipada = - - X 100 ==> % Enão dissipada = 62,5 %
Yo Enão
0,80
Como esta percentagem permanece constante, então:
hA 0,80 X 100
62,5 %= - x 100 ==> hi = <==> hi=1,28m <==> hi = 1,3m
hi 62,5

32.2. Explique porque é que a altura máxima atingida pela bola após cada ressalto é sucessivamente menor.

A altura máxima atingida pela bola, após cada ressalto, depende da energia mecânica que a bola
tem após cada ressalto.
Como, em cada ressalto, existe dissipação da energia mecânica [ou da energia cinética) na interação
entre a bola e o solo, a energia mecânica (ou a energia cinética ou o módulo da velocidade) com que
a bola sai do solo é inferior à energia mecânica (ou à energia cinética ou ao módulo da velocidade)
com que a bola chega ao solo.
Assim, apesar de existir conservação da energia mecânica quando a bola está no ar, a altura
máxima atingida pela bola após cada ressalto é sucessivamente menor.

33. Em 1945, Arthur C. Clarke, numa revista de eletrónica amadora, avançou com uma das maiores ideias das
ciências espaciais: o satélite geostacionário. O artigo especulava sobre a possibilidade de uma rede de
satélites fornecer uma cobertura radiofónica à escala mundial.
Um satélite geostacionário devia situar-se numa órbita especial, a chamada órbita de Clarke. Essa órbita,
sobre o equador da Terra e a cerca de 3,6 x 10 4 km de altitude, está hoje povoada de satélites, não só de
comunicações, como de meteorologia. Porquê 3,6 x 10 4 km? É só fazer as contas, usando a Segunda Lei de
Newton e a lei da gravitação universal. Aprende-se na Física do 11 .0 ano que um satélite a essa altitude demora
um dia a dar a volta à Terra . Como a Terra também dá uma volta completa em torno do seu eixo nesse intervalo
de tempo, um satélite geostacionário é visto do equador da Terra como estando permanentemente parado.
Carlos Fiolhais, "Arthur C. Clarke : da órbita ao elevador espacial", Gazeta de Física, vol. 30, n. 05 3/4, 2007 ladaptadol

33.l. Considere um local à superfície da Terra situado a 3,6 x 10 4 km de um satélite geostacionário.


Qual das expressões seguintes permite calcular o tempo , em segundos [sl, que um sinal
eletromagnético enviado por esse satélite demora a chegar àquele local?

3,6 X 104 3,6 X 10 4 X 10 3 (e) 3,oo x 1oª 5 3,6 X 10 8


(A) s (B) s (O) s
3,00 X 108 3,00 X 10 8 3,6 X 10 4 3,6 X 10 4 X 10 3

(B).
h = 3,6 x 10 4 km = 3,6 x 10 7 m
1
Admitindo que o sinal eletromagnético se desloca à velocidade da luz no vácuo , isto é, 3,0 x 10 8 mç ,
desde o satélite até ao recetor à superfície da Terra:
7 4 3
d d 3,6 x 10 3,6 x1 0 x 10
V= -<::::> M= - ==> M = <::::> M = s
M V 3,0 X 10 8 3,0 X 10 8

96
Domínio 1 Mecânica • 11.º Ano

33.2. Verifique, partindo da Segunda Lei de Newton e da Lei da Gravitação Universal, que um satélite a
3,6 x 10 4 km de altitude demora um dia a dar a volta à Terra .
Apresente todas as etapas de resolução .
raio da Terra= 6,4 x 10 6 m
massa da Terra= 5, 98 x 10 24 kg

Considerando que o satélite descreve uma órbita circular com centro no centro da Terra:
rórbita = rT + h =::::} rórbita = 6,4 X 10 6 + 3,6 X 10 7 Ç::::} rórbita = 4,24 X 10 7 m
Sabendo que a força gravítica é a única força que atua no satélite, na sua órbita , e de acordo com a
2.ª Lei de Newton:
FR=Fg =::::} Fc = Fg
Assim, sendo FR = ma, tem-se:
ma =G--
Mm
c r2
Sabendo que:
v2
ac =- , obtém-se:
r
2
v = GM Ç::::> v2 = GM
r r2 r
2nr
Sendo V= -, tem-se:
T
2
2n
( T
r) = GM Ç::::> 4n
2 2
r
= GM Ç::::>
r y2 r

Ç::::> T2 = ~
4 2 3
=::::} T=
ff!t-2
~
3

GM GM
Substituindo pelos valores, fica:
4n2 X(4,24 X 107)3 86859
T= Ç::::> T= ,1 s
6,67X10- 11 X5,98 X10 24
T= 86859, 1 h Ç::::> T "" 24 h
3600
Ou, em alternativa:
Sabendo que Fc = F9 Ç::::>

Ç::::> mac = G--


Mm Ç::::> ac = -GM
r2 r2
Calculando o valor da aceleração gravítica na órbita:
- 11 5,98 X1024 -2
ac = 6,67 x 10 x Ç::::> ac=0,22 ms
2
(4,24 X 10 7)
A partir da relação:
v2 , ~
v= Y0,22 x 4,24 x 10 7 Ç::::> v= 3067,1 mÇ 1
2
ac=- Ç::::> v = acr =::::} V= vacr =::::}
r
e sen d o v=T, 2nr obtem-se:
,

7
T= 2nr =::::} T = 2n X 4,24 X 10 Ç::::}
V 3067, 1
86859,6
Ç::::> T = 86859,6 s =::::} T= "" 24 h
3600

EF11PEX_07

97
Questões de exame nacional

34. Considere uma bola que, tendo sido abandonada, no instante t = 0,0 s, de uma determinada altura em
relação ao solo, cai em queda livre.
Em qual dos seguintes diagramas se encontram corretamente marcadas as posições da bola nos instantes
t= 0,0 s, t= 0,2 se t= 0,4 s, em relação ao referencial unidimensional representado?
00 00 ~ ~
-.- o.o -.- o.o -.- o.o -.- o.o

t t l
• ~
T º·5
f'
- r 0.5 - r 0.5
:+
l
-.- 1.0 + 1,0
t
- r 1.0
~
-i- 1.0

f f t t
t''
T 2.0
1''
1
2.0
r·1 ' 2.0
-,- 1,5

1*
2.0

y/m y/ m y/ m y/ m

(D).
Se a bola ca i em queda livre: FR = F9 ==> a = g = 1O m ç 2
Nestas condições, a bola desloca-se com movimento retilíneo uniformemente variado. Ass im, a partir da
· lei das posições: y = y0 + v0 t + ~a t 2 ,
Yo=O,O m
tendo em conta o referencial, as condições iniciais são: v0 = O m ç 1
{
2 a = g = 10mÇ 2
Então, fica: y = 5t (SI)
Assim, ao fim de 0,2 s e de 0,4 s, a posição y da bola, considerada como uma partícula, é, respetivamente :
y = 5 x 0,2 2 <==> y = 0,2 m (t = 0,2 s)
y = 5 x 0,42 <==> y = 0,8 m (t = 0,4 s)

35. Considere agora uma bola, de massa 4,0 g, que cai verticalmente, acabando por atingir uma velocidade terminal.
Admita que a bola pode ser representada pelo seu centro de massa [modelo da partícula material].
Calcule a energia dissipada pelo sistema bola+ Terra quando a bola percorre 50,0 cm com velocidade terminal.
Apresente todas as etapas de resolução.
m = 4,0 g = 4,0 X 10- 3 kg
Se a bola se desloca com v = constante ==> Ec = constante
==> liEc = OJ
!iEm = !iEc + lifp e como lifc = OJ, fica lifm = !ifP ==> !iEm = m g(h1 - hJ
lifm = 4,0 X 10- 3 X 10 X(- 0,500)<=> lifm = - 0,02 J
Portanto, a energia dissipada é 0,02 J ou 2,0 X10- 2 J
Ou, em alternativa:
lifc = OJ ==> WF" = OJ
Como W-F" = W-Fc + W-FNc ==> 0= W-P + W-FNc
e como W;;=-lifp ==> W;; =- (mg!ih)
substituindo pelos valores, tem -se:
w;; =- (4,o x 10- 3 x 1o x (- o,500)) <==> w;; = 0.02 J
Sendo o = 0,02 + w-FNC ' obtém-se w-FNC = - 0,02 J
Assim, a energia dissipada é 0,02 J ou 2,0 x 10- 2 J

98
Domínio 1Mecânica • 11.º Ano

36. A figura representa um plano inclinado, no topo do qual se colocou um sensor de movimento, 5. Uma
pequena bola foi lançada de modo a subir o plano, segundo uma trajetória retilínea com a direção do eixo Ox
do referencial unidimensional representado na figura .
Admita que a bola pode ser representada pelo seu centro de massa [modelo da partícula material).

·~
~m
36.1. Em qual dos seguintes esquemas se encontram corretamente representados os vetores velocidade, v,
e aceleração, ã, num instante em que a bola se encontra a subir o plano?
00 ~

(B) (D)

(A).
Após a bola ter sido Lançada, e enquanto a bola estiver a subir o plano inclinado, a resultante das
forças que atuam na esfera tem a direção do movimento e sentido contrário a este.
Pela 2.ª Lei de Newton, F=ma, conclui-se que a aceleração tem a direção do movimento e sentido
contrário a este.

36.2. Se as forças dissipativas forem desprezáveis, a altura máxima atingida pela bola sobre o plano será ...
(A) ... diretamente proporcional ao módulo da velocidade de Lançamento.
(B) ... inversamente proporcional ao quadrado do módulo da velocidade de lançamento.
(C) ... inversamente proporcional ao módulo da velocidade de lançamento .
(D) ... diretamente proporcional ao quadrado do módulo da velocidade de lançamento.
(D).
Se as forças não conservativas forem desprezadas:
Em (base) = Em (altura máxima)
:::::::> Ec •• ., + E Pbm = Ectopo + EPtopo sendo EPbm =o Je ECto po = o J
2
1 2 v
- mv = mghmáx Ç::> hmáx = -
2 2g
Conclui-se, assim, que a altura máxima, nestas circunstâncias, é diretamente proporcional ao
quadrado da velocidade inicial.

36.3. A partir dos dados adquiridos com o sensor de movimento, concluiu-se que, durante a subida, a
componente escalar, segundo o eixo Ox, da posição, x, da bola sobre o plano variava com o tempo, t,
de acordo com a equação:
X= 1,5t2 - 2,4t + 2,0 (SI)
Apresente o gráfico da componente escalar da posição, x, da bola em função do tempo, t, desde o
instante em que a bola foi Lançada [t= Osl até ao instante em que, sobre o plano, a bola inverteu o
sentido do movimento .
Utilize a calculadora gráfica.

99
Questões de exame nacional

Na sua resposta, deve reproduzir o gráfico obtido com a calculadora, no intervalo de tempo
considerado, indicando no gráfico:
• as grandezas representadas e as respetivas unidades;
• as coordenadas dos pontos que correspondem ao instante em que a bola foi lançada e ao
instante em que, sobre o plano, a bola inverteu o sentido do movimento.

x = 1,5t 2 - 2,4t + 2,0 (SI)


De acordo com o referencial representado, e tendo em conta a equação geral da posição num
movimento retilíneo uniformemente variado, x = x 0 + v0 t + ~a t
2
, podemos concluir que:
2
- a componente escalar da aceleração é ax = 3,0 m Ç ;

- a componente escalar da velocidade inicial é v0 = - 2,4 m s- 1;


- a posição inicial é x0 = 2,0 m . x/m
Para este movimento, a equação das velocidades no
referencial indicado é: 2,0

Vx=Vo +at
X
==> V=-2,4+3,0t(SI)
O tempo decorrido até à velocidade se anular, no ponto
mais alto da trajetória, é: 1,0
o= - 2,4 + 3,0t <::::> t = 0,8 s
Após esse tef po, a partícula está na posição:
X = 1,5 X (0,8) - 2,4 X 0,8 + 2,0 <::::>

<::::> X=1,04m 0,8 tis


0,0

37. A figura [que não está à escala] representa uma pequena bola, colocada sob
Sensor l 9 . . . . .. ... .... .. ..
0
um sensor de movimento, e um referencial unidimensional de eixo vertical, Oy.
A bola foi abandonada caindo no ar até atingir o solo.
Bola· ·u····~··-
37.l. A bola foi abandonada, no instante t= Os, da posição representada na ,
figura, caindo 1,40 m até ao solo. '
'
'
A partir dos dados adquiridos com o sensor de movimento, concluiu-se
que a componente escalar, segundo o eixo Oy, da posição, y, da bola
variava com o tempo, t, de acordo com a equação: y= 0,20 + 5,0t 2 (SI)
1,40 m y
37.l.l. Apresente o gráfico da componente escalar da posição, y, da bola
em função do tempo, t, desde o instante em que a bola foi
abandonada até ao instante em que atingiu o solo.
Utilize a calculadora gráfica.
'
Na sua resposta, deve reprodUzir o gráfico obtido com a calculadora,
--; . ~--- - --'---
no intervalo de tempo considerado, indicando no gráfico:
•as grandezas representadas e as respetivas unidades; Solo

•as coordenadas dos pontos que correspondem ao instante em que a bola foi abandonada e
ao instante em que a bola atingiu o solo.

Considerando que a bola apresenta um movimento retilíneo uniformemente variado, e tendo


em conta a equação das posições:
1 2 y/m
Y=Yo+vot +2at
podemos concluir que: 1,60

sendo: y= 0,20 + 5,0t 2 (SI)


- a posição inicial, y 0 = 0,20 m ;
- a componente escalar da velocidade inicial, v0 = 0,0 ms- 1 ; 0,20
- a componente escalar da aceleração, ay= 1O m s- 2 •
o 0,53 t/s

100
Domínio 1Mecânica • 11.º Ano

Como y1 - y0 = 1,40 m ~ y1 = 1,60 m


Para y1 = 1,60 m , tem-se: 1,60 = 0,20 + 5,0tf => t1 = 0,53 s

37.1.2. Que distância percorreu a bola desde o instante em que foi abandonada até ao instante t= 0,30 s?
(A) 0,85 m (B) 0,75 m (C) 0,65 m (D) 0,45 m
(D).
Para t = 0,30 s, tem-se:
y= 0,20 + 5 X 0,30 2 ~ y = 0,65 m
d= lr - 0.201 ~ d =l o.65 - 0,201 ~
~ d = 0,45 m

37.1.3. Explique porque é que se pode admitir que a força de resistência do ar não influenciou o
movimento de queda da bola.

A partir da equação do movimento da bola durante a queda, y = 0,20 + 5,0t 2 , e por


comparação com a equação y = y0 + v0 t + ~a t 2 , constata-se que o módulo da aceleração da

bola durante o movimento da queda (~a = 5,0 => a = 10,0 m ç 2


) é igual ao módulo da
aceleração gravítica, g, de um corpo junto à superfície terrestre.
Também, de acordo com a 2.ª Lei de Newton,~ = m ã, o valor da aceleração adquirido por
um corpo é diretamente proporcional ao valor da resultante das forças que sobre ele atuam.
f_onsiderando que s~br:_a bola apenas atuam a força gravítica, ~ = m g, e a resistência do ar,
Rar, e sabendo que a = g , conclui-se que FR "" F9 • Assim, pode afirmar-se que, durante a
queda, a força da resistência do ar não influenciou o movimento da bola.
37.2. Considere que a bola , chegando ao solo com velocidade de módulo v, ressalta, dissipando 20% da sua
energia mecânica.
Após o ressalto, a bola inicia a subida com veloc idade de módulo :
(A) 0,20 v (C) 0,80 v
(8) \/õ,2o v (D) v'0,80 v
(D).
%Edissipada = 20%
%Em após o ressalto = 80%
Sabendo que, durante o voo, há conservação da energia mecânica [Rar é desprezável), conclui-se
que a energia mecânica no instante inicial é igual à energia mecânica da aproximação ao solo:
Em = Em aproximacão solo ~ Ec. + Ep = Ec ap + Ep ap e, sendo Ec = o J' porque V;= o m s-
1
1 • 1 1 1

EP ap = OJ, porque h = O m ,
, E 1 2
obtem-se m;= 2mvap.

Se, durante o ressalto, há conservacão


' 2 v~ 1
da energia mecânica: Em ressa ,to = lm •
Sendo a energia dissipada durante a colisão com o solo de 20%, então, a energia após o ressalto é
igual a 80% da energia mecânica com que a bola se aproxima do solo.
1 2 1 2
Em,....u = 0,80 x Em; => 2mVa1=0,80 x 2mVap =>
0

=> Vat = ~ X Vap

101
Questões de exame nacional

38. Uma bola, de massa 57,0 g, foi atada a uma corda e posta a rodar, num mesmo plano horizontal,
descrevendo circunferências de raio 0,30 m, com velocidade de módulo constante .

38.l. Considere o trabalho realizado pela força gravítica que atua na bola , W;= .Quando a bola descreve
9
metade de uma circunferência , a energia potencial gravítica do sistema bola+ Terra ...
(A) .. . não se mantém constante e W;: =O J
9
(8) ... não se mantém constante e W;: :f. OJ
9
(C) ... mantém-se constante e W;: =O J
9
(O) ... mantém-se constante e W;: :f. OJ
9

(C).
Como, durante o seu movimento, a bola roda num mesmo plano horizontal, a altura a que se
encontra do solo é constante, logo , a energia potencial gravítica do sistema bola+ Terra mantém-se
constante (EP = m g h].
Sendo W;= = - !J.Ep, conclu i-se que o trabalho realizado pela força gravítica , W;= , é nulo .
9 9

38.2. Admita que a bola descreve cada uma das circunferências em 1,0 s . Determine a intensidade da
resultante das forças que atuam na bola . Apresente todas as etapas de resolução.

Como a bola descreve circunferências iguais em intervalos de tempo iguais, conclui-se que se
desloca com velocidade de módulo constante, logo , está animada de movimento circular e uniforme,
sendo a resultante das forças igual à força centrípeta:
T = 1,0 s; r = 0,30 m
v2
FR =m ac e ac = -
r
2
sendov= ;r ==:::} v= 1,88mÇ 1
2
' ' - ' (1,88)
Calculo do modulo da aceleracao centripeta: a c = - -- Ç=>
' 0,30
Ç=> ac = 11,8 ms- 2
Cálculo da intensidade da força resultante: FR=mac ==:::}
3
==:::} FR = 57,0 X 10- X 11,8 Ç=> FR = 0,67 N

39. Na sua obra Princípios Matemáticos de Filosofia Natural, editada pela primeira vez em 1687, Newton
estabeleceu as três leis da Dinâmica e mostrou que tanto a queda de um corpo à superfície da Terra [por
exemplo, a queda de um fruto da árvore para o solo] como o movimento da Lua na sua órbita podem ser
explicados pela existência de uma força, resultante da interação entre cada um desses corpos e a Terra. Essa
força depende das massas dos dois corpos q·ue interatuam e da distância entre os seus centros de massa .
Assim, um fruto cai da árvore porque é atraído para a Terra . Mas, embora tendo uma massa muito inferior
à da Terra, também o fruto atrai a Terra .
M. Ferreira, G. Almeida, Introdução à Astronomia e às Observações Astronómicas, Plátano Edições Técnicas, 6.ª ed. , 2001 [adaptado]

39.l. Considere quem representa a massa de um fruto que se encontra acima da superfície da Terra e que
d representa a distância entre o centro de massa do fruto e o centro de massa da Terra .
A intensidade da força com que a Terra atrai esse fruto é ...
(A) ... inversamente proporcional a m. {C) ... diretamente proporcional a m 2.
(8) ... diretamente proporcional a d. (O) ... inversamente proporc ional a d 2.
(O).
De acordo com a Lei da Gravitação Universal, F9 = GM~ , do is co rpos atraem-se exercendo,
r
um sobre o outro, uma força que é diretamente proporcional às suas massas e inversamente
proporcional ao quadrado da distância que os separa.

102
Domínio 1Mecânica • 11.º Ano

39.2. A força com que a Terra atrai um fruto e a força com que esse fruto atrai a Terra têm intensidades .. .
(A) ... iguais e determinam acelerações de módulos diferentes em cada um desses corpos.
(B) ... iguais e determinam acelerações de módulos iguais em cada um desses corpos.
(C) ... diferentes e determinam acelerações de módulos diferentes em cada um desses corpos.
(D) ... diferentes e determinam acelerações de módulos iguais em cada um desses corpos.
(A).
De acordo com a Lei da Gravitação Universal, F9 = G M~ , conclui-se que a força com que a Terra
r
atrai o fruto e a força com que o fruto atrai a Terra têm a mesma intensidade.
Sendo F9 = m g, considerando que a força que a Terra exerce sobre a maçã é dada por F9m•i• = mmaçã9T
(com 9T = aceleração determinada pela força com que a Terra atrai a maçã) e que a força que a maçã
exerce sobre a Terra é F9r."' = mrerra x 9m !com 9m = aceleração determinada pela força com que a
maçã atrai a Terra).
Igualando as duas expressões:
mmaçã X 9T = mTerra X 9m
Obtém-se que, sendo mmaçã * mrerra , em cada um dos corpos as acelerações são diferentes:
9r * 9m

39.3. Considere um fruto que cai de uma árvore, abandonado de uma posição situada a 1,60 m acima do solo.
Admita que a resistência do ar é desprezável e que o fruto pode ser representado pelo seu centro de
massa (modelo da partícula material).

39.3.1. Qual é o esboço do gráfico que pode representar o modo como varia a energia cinética, Ec, do
fruto em função do tempo, t, durante a queda?
(A) (B) (C) (O)

(B).
Sendo desprezável a resistência do ar: FR = P ==> a= g, pode admitir-se que, durante a
queda, a maçã tem movimento retilíneo uniformemente acelerado:
Lei das velocidades: V = v0 +a t
1
Condicões iniciais
·
{vº
= Om ç
a = g=10mÇ 2
Nestas condições, o módulo da velocidade será dado pela expressão JvJ= JãJt
e, substituindo na equação da energia cinética: fc = ~m v2 , obtém-se:
1 1at 12 ~ fc = 1 ma 2t 2
Ec =2.m
2
Logo, como a energ ia cinética aumenta com t 2, a opção correta só pode ser a (B).

103
Questões de exame nacional

39.3.2. Qual é o módulo da velocidade com que o fruto passa na posição situada a 0,70 m do solo?
1 1
(A) v=5,6 mÇ (C) v=3,7 mÇ

(B) v=4,2 mÇ 1 (D) v=2,6 mÇ 1


(B).
Sendo desprezável a resistência do ar durante a queda: Em;= Em(h=o.,omJ <==>
<===> Ec;+Ep;= (Ec + Ep)h =0,70m
Como Ec;= OJ ==>
2
==> mgh;=tmv +mgh

Dividindo ambos os membros pela massa, m, tem-se:


gh ;=lv 2 +gh ==> 10 x 1,60=lv2 + 10 x 0,70 ==>
2 2
==> V= 4,2 mÇ 1

39.3.3. Admita que, no seu movimento de translação em torno da Terra , a Lua descreve uma órbita
circular, de raio 3,84 x 10 5 km .
Determine o quociente entre o módulo da aceleração da Lua , no movimento de translação
referido, e o módulo da aceleração do fruto, no movimento de queda considerado.
Apresente todas as etapas de resolução .
Massa da Lua = 7 ,35 x 10 22 kg
Massa da Terra = 5,98 x 1024 kg
rL = 3,84 X 10 5 km= 3,84 X 10 5 X 10 3 m
Cálculo do módulo da força gravítica exercida pela Terra sobre a Lua a partir da equação:
fvf m 5 98 X 10 24 X 7 35 X 10 22
F9 =G~ ==> F9 =6,67 x 10- 11 x ' ' <:=> F9 L= 1,988 x 10 2 ºN
2 8 2
r (3,84 x 10 )
Sendo F=ma, obtém-se, para o módulo da aceleração da Lua:
1,988 X 10 20 = 7,35 X 10 22 X aLua Ç:=> aLua = 2, 70 X 10- 3 m Ç 2
Considerando que ªtruta= g = 1O m s- 2 , o quociente entre o módulo da aceleração da Lua, no
movimento de translação referido, e o módulo da aceleração do fruto, no movimento de
queda referido, é:
aL 2,70 X 10- 3 Ç=> aLua = 2 70 X 10- 4
ªtruta 1O ªtruta '

40. Com o objetivo de investigar a dissipação de energia em colisões de bolas com o solo, um grupo de alunos
realizou uma atividade laboratorial, na qual deixou cair bolas de diferentes elasticidades.
Os alunos consideraram o solo como nível de referência da energia potencial gravítica .

40.l. A tabela seguinte apresenta a altura máxima atingida por uma dessas bolas, após o primeiro ressalto
no solo, em três ensaios consecutivos, nos quais a bola foi abandonada sempre de uma mesma altura .

Ensaio Altura máxima atingida após o primeiro ressalto/ m

1. a 0,52

2.ª 0,52

3.ª 0,54

Apresente o resultado da medição da altura máxima atingida pela bola, após o primeiro ressalto , em
função do valor mais provável e da incerteza relativa [em percentagem).
Apresente todas as etapas de resolução .

104
Domínio l Mecânica • 11.º Ano

Cálculo do valor mais provável da altura máxima atingida após o primeiro ressalto:
0 52 0 52 54
· = • + • +
hapos
3
º· 0,53 m (duas casas decimais)

Cálculo do desvio absoluto de cada medição:


d = lxi - xl
d, = 10.52 - o,531= 0,01 m
d2 = I0,52 - 0,531= 0,01 m
d3 = I0,54 - 0,531= 0,01 m
Sendo a incerteza absoluta igual ao desvio máximo:ºª= ± 0,01 m
- ºª - 0,01 - o
Orelativo - --=-- X 100 ~ Orelativo - - - X 100 - 2 Yo
X 0,53
Resultado da medição: hapós = 0,53 m ± 2%

40.2. O coeficiente de restituição, e, na colisão de uma bola com o solo pode ser calculado pela raiz
quadrada do quociente da altura máxima atingida pela bola após um ressalto, hapós· e da altura da
qual a bola caiu, hqueda:
e- rç;;:-
'Jt;::
40.2.1. Na tabela seguinte, estão registadas as alturas máximas atingidas, em sucessivos ressaltos,
por uma bola que foi inicialmente abandonada a 1,20 m do solo.
~

r Ressalto Altura máxima atingida após o ressalto, hapós I m


l
1.º 0,82

2.º 0,56

3.º 0,38

4.º 0,27

Para determinar o coeficiente de restituição, e, na colisão da bola com o solo, comece por
apresentar uma tabela, na qual registe, para cada um dos ressaltos, a altura de queda, hqueda •
e a altura máxima atingida pela bola após o ressalto, hapós·
Calcule o coeficiente de restituição, e, na colisão da bola com o solo, a partir da equação da
reta que melhor se ajusta ao conjunto de valores registados nessa tabela .
Apresente todas as etapas de resolução.

Na tabela apresenta-se, para cada um dos ressaltos, a altura de


hqueda I m hapós I m
queda, hqueda• e a altura máxima atingida pela bola, hapós:
Equação de regressão linear do gráfico que representa a altura 1,20 0,82
máxima após o ressalto, em função da altura de queda:
0,82 0,56
hqueda = 0,675hqueda + 8 X 10- 3 (SI)
De acordo com a equação: 0,56 0,38

e= 2 hapós h
~ e = - - Ç::::} após = e
2h
queda 0,38 0,27
queda hqueda
Conclui-se que o declive da reta é igual ao quadrado do coeficiente de restituição:
e 2 = 0,675 ~ e = 0,82

105
Questões de exame nacional

40.2.2. Os alunos determinaram um coeficiente de restituição de 0,76 na colisão de uma bola X com o
solo e um coeficiente de restituição de 0,65 na colisão de uma bola Y com o solo.
Estes resultados permitem concluir que, em cada ressalto , ...
(A) ... cerca de 76% da energia mecânica do sistema bola X+ Terra é dissipada na colisão com o solo.
(B) ... a energia mecânica inicial é menor no caso do sistema bola Y + Terra .
(C) ... cerca de 35% da energia mecânica do sistema bola Y+Terra é dissipada na colisão com o solo.
(O) ... a percentagem da energia mecânica dissipada na colisão com o solo é menor no caso do
sistema bola X+ Terra.

(O).
Quanto menor for o coeficiente de restituição, menor será a altura máxima do ressalto para
uma determinada altura de queda e, portanto, maior a percentagem de energia dissipada.
Considerando que, durante as descidas e subidas da bo la, há conservação da energia
mecânica [sendo desprezável a,resistência do ar]. então, a energia mecânica da bola
imediatamente antes do embate no solo é igual à energia potencial gravítica do sistema
bola+ Terra para a altura de queda: Em;= EP;= m g h queda
Também a energia mecânica da bola imediatamente após o embate [no afastamento do solo )
é igual à energia mecânica na altura máxima, que, por sua vez, é igual à energia potencial
para a altura máxima do ressalto:
Em •• ó, =Eµ ,."ª"º= m g haµó s
Relacionando:
Em,,ó, = m g haµó s
Emqu•d• m g hquecta

:m,,ó, =:após = e2. Quanto maior é o valor do coeficiente de restituição, maior é a relação
mq ueda queda
entre a energia mecânica após o embate e a energia mecânica da bola antes do embate:
Em.00 , = e2 Emquoda , o que implica uma maior percentagem de energia dissipada .
Assim, para o sistema bola X+ Terra:
2
Em apos. = (O, 76) X Em queda
fm após = 0,58 X fm quoda
Para o sistema bola Y + Terra:
2
fm após =(0,65) X fm quoda

0,42 X fm quoda
fm após =
Conclui-se que é maior a percentagem de energia dissipada no sistema bola Y + Terra .

41. A figura [que não está à escala] representa uma criança a descer um escorrega cuja secção inclinada tem
um comprimento de 4,0 m.

Considere que a criança desce o escorrega partindo do repouso e que a sua aceleração se mantém
constante durante a descida.
Admita que a criança pode ser representada pelo seu centro de massa [modelo da partícula material) .

106
Domínio 1Mecânica • 11.º Ano

41.1. Considere duas situações distintas :


- Situação 1: a resultante das forças dissipativas que atuam na criança é desprezável;
- Situação li: a resultante das forças dissipativas que atuam na criança não é desprezável.
Nos esquemas seguintes, o vetor~ representa a aceleração da criança na situação 1.
Em qual dos esquemas o vetor~ pode representar a aceleração da criança na situação li?
w ~

II II

(B) (D)

(C).
' '
f. = 4,0 m
1 lT li

v0 =0ms- 1
Nas duas situações, a criança parte do repouso e o módulo da sua velocidade aumenta. Então, em
ambas as situações, isto é, quer existam, ou não, forças dissipativas, as acelerações têm a direção e
o sentido do movimento.
Na situação li, com forças dissipativas não desprezáveis, a resultante das forças que atuam na criança
é menor [as forças de atrito têm sentido oposto à componente do peso segundo o eixo dos xxl. logo, a
aceleração é também menor.

41.2. Considere que a criança, de massa 30 kg, demora 2, 1 s a percorrer a secção inclinada do escorrega.
Calcule a intensidade da resultante das forças que atuam na criança, na situação considerada.
Apresente todas as etapas de resolução.

m=30 kg
M = 2,1 s
Como a criança desce o escorrega com movimento retilíneo uniformemente acelerado, é válida a
expressão:
1 2

::,:•:::::"~:t:s cond; ções ;n;,;a ;5 { :: : ~~ ç 1

obtém-sex=1-at 2 • a= ?
2
Substituindo na expressão, t = 2, 1 s para x = 4,0 m, tem-se:

4,0 = ~a x(2,1 ) 2 <=> a=1,81 mÇ 2

Cálculo da intensidade da resultante das forças, FR:


FR = ma ==> FR = 30 x 1,81 <=> FR=54N

107
Questões de exame nacional

42. Na figura está representado um carrossel. Quando o carrossel está em movimento , cada um dos
cavalinhos move-se com movimento circular uniforme.

42.l. Se um cavalinho efetuar quatro rotações por minuto , o módulo da sua velocidade angular será :
(A) 2 7t rad s- 1 (B) 8n rad ç 1 (C) ~nrad ç 1 (D) 30n rad ç 1
15
(A).
Se o cavalinho efetua quatro rotações em 60 s, conclui-se que cada rotação demora
6
°
4
= 15 s.
Cálculo da velocidade angular:
w = 2n ==> w = 2n rads- 1
T 15
Ou, sendo:
4
f= Hzew=2nf,
60
obtém-se:
4 <==>
w = 2n x 60 8
w = 60 n <==> w =15n:
2 d -
ra s
1

42.2. Quando o carrossel está em movimento, os cavalinhos A e B descrevem circunferências de raios diferentes.
Conclua, justificando, qual dos cavalinhos, A ou B, tem maior aceleração.

Como ambos os cavalinhos, A e B, dão uma volta completa no mesmo tempo, têm a mesma
velocidade angular.
2n
w =-y e sendo TA= Ts ==>
=:::::> QJA =W9 =QJ
2
Sendo ªe = rv e V=T'
2nr ,
obtem-se:
2
ac=W r
Assim, para a mesma velocidade angular, apresenta maior aceleração o cavalinho que descreve a
circunferência com maior raio .
Sendo o raio da circunferência descrita pelo cavalinho A ma ior do que o raio da circunferência
descrita pelo cavalinho B, o cavalinho A terá maior aceleração.

43. Eis-nos diante desse divertimento popular chamado montanha-russa . Um carrinho, levado ao ponto mais
alto de uma linha de carris e aí abandonado à força da gravidade, cai, subindo e descendo depois pela
linha fantasticamente curva, dando aos que vão dentro dele todas as sensações violentas das súbitas
mudanças de velocidade ... Partindo sempre do ponto mais alto, situado, por exemplo, a cem metros do
chão, em parte nenhuma do percurso alcança ponto mais alto do que aquele .

108
Domínio 1 Mecânica • 11.º Ano

Vamos supor que alguém descobriu como eliminar totalmente as forças dissipativas e quer aplicar a sua
descoberta à construção de uma montanha - russa . Nessa construção , deve seguir uma regra muito simples :
não deve haver pontos situados a uma altura superior à do ponto de partida , embora a linha de carris possa
ter qualquer comprimento. Se o carrinho puder mover-se livremente até ao final da linha de carris, poderá,
no seu percurso, atingir várias vezes cem metros de altura , mas nunca poderá ultrapassar esse valor.
Nas montanhas-russas reais , não será assim : depois de abandonado, o carrinho nunca atingirá a altura do
ponto de partida, devido à ação das forças dissipativas.
A. Einstein, L. lnfeld, A Evolução da Física, Lisboa, Livros do Brasil, pp. 43-45 [adaptado]

43.1. No texto, são referidas "todas as sensações violentas das súbitas mudanças de velocidade ".
Qual é o nome da grandeza a que se refere a expressão em itálico?

Aceleração.
Quando no texto se referem "'súbitas mudanças de velocidade" pode interpretar-se como variações
instantâneas de velocidade, ou seja, rêfere-se à aceleracão:
.
ã=
ót -
lim
o
~Mv.
43.2. Um carrinho , abandonado no ponto mais alto da linha de ca r ris de uma montanha-russa em que as
forças dissipativas tenham sido totalmente eliminadas, passa no ponto mais bai xo dessa linha,
situado ao nível do chão, com uma velocidade cujo módulo é...
(A) ... diretamente proporcional à energia mecânica inicial do sistema carrinho+ Terra .
(B) ... diretamente proporcional à altura do ponto de partida .
(C) ... independente da massa do carrinho .
(D) ... independente do módulo da aceleração gravítica local.
(C).
Considerando que todas as forças dissipativas foram eliminadas, podemos admitir que há
conservação da energia mecânica, isto é:
Emno ponto maísalto = Em ao níveldosolo
Como o carrinho é abandonado no ponto mais alto, então Ec;=O J => Em; = m g h0 •

Como, ao nível do solo, o carrinho apenas possui energia cinética => Em = Ec solo = -21 m v2
Igualando as duas expressões, tem-se:

mgho=~mv 2 => v=~


Assim, o módulo da velocidade do carrinho é independente da sua massa.

44. A figura representa um plano inclinado, no topo do qual se abandonou


uma bola. A bola desce o plano com aceleração constante.
Considere que a bola pode ser representada pelo seu centro de
massa [modelo da partícula material].
Na tabela seguinte, estão registados os tempos, t, que a bola demorou a percorrer distâncias, d,
sucessivamente maiores, sobre esse plano , assim como os quadrados desses tempos, t2.

d/m t/s t2/s2

0,80 2, 14 4,580

1,00 2,40 5,760

1,20 2,63 6,917

1,40 2,84 8,066

1,60 3,03 9, 181

109
Questões de exame nacional

44.1. Calcule o módulo da aceleração da bola, no movimento considerado, a partir da equação da reta que
2
melhor se ajusta ao conjunto dos valores de de de t registados na tabela .
Apresente todas as etapas de resolução.

Se a bola desce o plano com aceleração constante, após ter sido abandonada no topo, está animada
de movimento retilíneo uniformemente acelerado, pelo que:
1 t2 e, d a d as as con d"1çoes
x = x0 + v0 t +-a - . . . {Xo = 0 m _ 1
.in1c1a1s:
2 ~=Oms

tem-se:
X= _!_a t 2
2
Recorrendo à calculadora gráfica, a equação da reta que melhor se ajusta aos valores tabelados,
é: d = O, 1738t 2 + 8 X 10- 4 (SI)

Sendo o declive= ~a, obtém-se:


1
O, 1738 = "2ª Ç:::::} a= 2xO,1738 Ç:::::}

2
Ç:::::} a= 0,348 m Ç
Assim, o módulo de aceleração da bola é de 0,348 m Ç 2•

44.2. Numa outra situação, uma bola é abandonada de uma certa altura em relação ao solo, caindo
verticalmente em condições nas quais a resistência do ar pode ser considerada desprezável.
Considere que a bola pode ser representada pelo seu centro de massa [modelo da partícula material].

44.2.1. Considere um referencial unidimensional Oy, vertical, com origem no solo e sentido positivo
de baixo para cima. Qual é o esboço do gráfico que pode representar a componente escalar da
velocidade da bola , vy. em relação ao referencial considerado, em função do tempo, t , desde o
instante em que é abandonada até chegar ao solo?

(A) (C)

(B) (D)

(B).
Sendo desprezável a resistência do ar durante a queda, é: FR = P ~ a= g e a bola desloca-se
com movimento retilíneo uniformemente acelerado. Partindo das condições iniciais:
1
y 0 = h ; v0 = O m ç (a bola é abandonada a uma certa altura, h, do solo).
2
a= g = - 1O m s- (de acordo com o referencial) a equação das velocidades para o movimento
da bola, no referencial considerado, é:
V=-10t(SI).
Assim, o esboço do gráfico que pode representar a componente escalar da velocidade da
bola, vy, é o da opção (B).

110
Domínio 1 Mecânica • 11.º Ano

44.2.2. A bola cai e ressalta no solo .


Nos esquemas seguintes, o vetor a;; representa a aceleração da bola num ponto da descida,
situado a uma determinada altura em relação ao solo.
Em qual dos esquemas seguintes o vetor ã"; representa a aceleração da bola no ponto da
subida, situado à mesma altura?
(A) (C)

descida

ad
ª·

subida --r----1 --
descida

~
subida

~.-

s olo ,.. / /..,.?'""


»""'>...
»""/ solo
;;;;;/T)))/////?) 77.,.,7...
/ /.,..,//""/"'

(B) (D)

--- --- ----'P --


descida

-~r -
subida

s olo
ad i ª•
solo

(D).
Com exceção do pequeno intervalo de tempo em que se dá a colisão com o solo, a resultante
das forças que atuam sobre a bola é igual à força gravítica, então, quer durante a subida quer
durante a descida, a aceleração é constante e igual à aceleração gravítica - vertical, de
sentido descendente e de módulo constante e igual a 1O m s- 2 •

45. Na figura (que não está à escala] estão representadas duas bolas, R e S, e um y
referencial unidimensional de ei xo vertical, Oy, com origem no solo. A massa R S
da bola Ré superior à massa da bola S. - _____Q_
As bolas são abandonadas simultaneamente, de uma mesma altura, h, em
relação ao solo .
Considere desprezável a resistência do ar e admita que cada uma das bolas h
pode ser representada pelo seu centro de massa [modelo da partícula material].

45.1. Qual é a relação entre o tempo de queda da bola R e o tempo de queda


da bola S? solo ======Aw o
Considerando que as condições iniciais para as duas bolas são iguais e que, nos dois casos, a
resistência do ar é desprezável, então, para as duas bolas, é: FR = P ~ a =g. Logo as duas bolas
têm igual aceleração.
Assim, para as duas bolas, a lei das posições será:

y = h 0 -~gt 2
Para y = O m ~ t = tqueda

~ tqueda = .J9
Conclui-se, assim, que o tempo de queda será igual.

111
Questões de exame nacional

45.2. Admita que uma das bolas ressalta no solo sem que ocorra dissipação de energia mecânica.

1
45.2.1. Admita que, após ressaltar no solo, a bola inicia a subida com uma velocidade de módulo 4,0 m ç .

Apresente o gráfico [obtido com a calculadora gráfica] da componente escalar, segundo o eixo
Oy, da posição, y, da bola em função do tempo, t, desde o instante em que a bola inicia a subida
[t= Osl até ao instante em que inverte o sentido do movimento.
Na sua resposta, deve:
• apresentar a equação y[t). que traduz o movimento da bola após o ressalto no solo;
• reproduzir o gráfico, obtido com a calculadora, relativo ao intervalo de tempo considerado,
indicando no gráfico :
- as grandezas representadas e as respetivas unidades;
- as coordenadas dos pontos que correspondem ao instante em que a bola inicia a subida e
ao instante em que a bola inverte o sentido do movimento.
1
Vsubida= 4,0 m Ç
Durante o ressalto, é: FR = P ==> a = g
De acordo com o referencial, as condições iniciais são:
Yo=O m
v =4,0 mÇ 1
{ 0
a=g= - 10 mÇ 2
Substituindo na lei das posições, tem-se:
y= 4,0t - 5t 2 (SI)
Substituindo na lei das velocidades, tem-se: v = 4,0 - 1Ot (SI)
y /m
Cálculo do tempo que demora a subida:
O= 4,0 - 1Ot Ç:::::} t = 0,40 s
0,80 ------------------
Cálculo da coordenada na altura máxima:
2
y=4,0 x 0,40 - 5 x(0,40) Ç:::::} y=0,80 m
Gráfico da posição, y, no intervalo de tempo [0;0,40] s:
As coordenadas, no gráfico, correspondentes à altura máxima 0+-~~~~~-r-~---+

são t = 0,40 se y= 0,80 m o 0,40 tis

46. Na figura [que não está à escala] está representada uma calha inclinada, que termina num troço
horizontal. A superfície do troço horizontal está revestida por um material rugoso .
Um paralelepípedo de massa 300 g foi abandonado na posição A. situada a uma altura de 25 cm em
relação ao troço horizontal da calha.
Entre as posições A e B, a dissipação de energia mecânica foi desprezável. Entre as posições B e C, que
distam 60 cm entre si, foi dissipada 20% da energia mecânica inicial do sistema paralelepípedo+ Terra .
Considere que o paralelepípedo pode ser representado pelo seu centro de massa [modelo da partícula
material] e considere o troço horizontal da calha como o nível de referência da energia potencial gravítica.

- - - - - - - - - - - - - - - _::::-.-po-~~-~~~~~-~~~~~~

B e

112
Domínio l Mecânica • 11.º Ano

Determine o módulo da aceleração do paralelepípedo, no percurso BC, admitindo que a aceleração se


mantém constante ao longo desse percurso.
Apresente todas as etapas de resolução .
m = 300 g = 0,300 kg
hA = 25 cm= 0,25 m
d 8 c = 60 cm= 0,60 m
%Ediss=20%
Como no percurso AB há conservação de energia mecânica, então, Em.= Em 8 • Logo, Ec. + EP• = Ec 8 + Eµ 8
1
Como Ec. =O J, porque vA = Om Ç , e Eµ 8 =O J, porque h =O m, tem-se:
mghA=Ecs ~
~ Ec 8 = 0,300 X 1OX 0,25 <:::=> Ec 8 = Em 8 = O, 75 J
Quando o paralelepípedo atinge o ponto C, 20% da sua energia foi dissipada.

Assim, Emc =
8
10 0
°
X Em 8 ~ Emc = 0,60 J

Como no ponto C, é: Ec =Em= 0,60 J


conclui-se que a variação de energia mecânica entre A e C é: LiEm = 0,60 - 0,75 <:::=> LiEm = - O, 15 J
Cálculo da intensidade da resultante das forças:
LiEc = W-FR
Sendo que, no percurso BC, LiEc = LiEm, então, LiEc = - O, 15 J
-0,15=FRdcose ~

~ - 0, 15 = FR X 0,60 X cos 180º <====>


<:::=> FR = 0,25 N
Cálculo da aceleração no percurso BC:
FR =ma ~ 0,25 = 0,300 x a <:::=>
<:::=> a= 0,80 m s - 2
Conclui-se que o objeto deslocou-se de B para C diminuindo de velocidade e com aceleração de módulo
0,80 mÇ 2 .

47. A figura [que não está à escala] ilustra uma experiência realizada numa aula de Física, na qual um
carrinho é abandonado sobre uma calha inclinada, montada sobre uma mesa de tampo horizontal.
O carrinho, abandonado na posição A. percorre a distância sobre a calha até à posição B, movendo-se
depois, sobre o tampo da mesa, até à posição e.
Considere desprezáveis todas as forças dissipativas e admita que o carrinho pode ser representado pelo
seu centro de massa [modelo da partícula material].

Ü X

EFl 1 PEX_08

113
Questões de exame nacional

47.1. No percurso AB, o trabalho realizado pelo peso do carrinho é _ _ _ _ _ e a variação da energ ia
mecânica do sistema carrinho+ Terra é _ _ __ _
(A) positivo ... nula
(B) positivo ... positiva
(C) nulo .. . nula
(D) nulo ... positiva

(A).
De acordo com o enunciado, podem desprezar-se as forças dissipativas - há conservação da energia
mecânica. Então, para o carrinho ~ FR = Px. Logo, o peso do carrinho tem componente segundo a
direção do plano e essa componente tem o mesmo sentido do deslocamento.
~ W,=R >O

47.2. Explique porque é que a resultante dás forças que atuam no carrinho não é nula no percurso AB.
Comece por identificar as forças que atuam no carrinho nesse percurso.

No percurso AB atuam, sobre o carrinho, a N


força gravítica e a força de reação normal. A
Como estas forças, no percurso AB, têm
direções diferentes, a sua resultante não é
nula.

47.3. Qual é o esboço do gráfico que pode representar o módulo da aceleração do carrinho, a, em função
do tempo, t, decorrido desde o instante em que este inicia o movimento até ao instante em que atinge
a posição C?
(A) (B) (C) (D)

(C).
'L lL lL
o t o t o t

No plano inclinado, a aceleração é constante, porque a força resultante que atua no carrinho é
constante IF = mal. -
No plano horizontal, no percurso BC, a soma das forças que atuam no carrinho é nula, pelo que a
aceleração é nula.

48. Na figura está representado o perfil de um troço de uma ponte, que se admite formar um arco de
circunferência num plano vertical. As posições P e Q estão situadas num mesmo plano horizontal.
Sobre essa ponte, desloca-se um automóvel com velocidade de módulo coi:istante . Considere que o
automóvel pode ser representado pelo seu centro de massa.
A figura não se encontra à escala.

114
Domínio 1Mecânica • 11.º Ano

48.l. Em qual das figuras seguintes se encontra corretamente representada a resultante das forças, FR ,
que atuam sobre o automóvel?

(A)

(B)

(C)

(D)

(B).
Como o carrinho descreve uma trajetória circular com velocidade de módulo constante, a força
resultante é centrípeta e com intensidade constante.

48.2. Admita que, entre as posições P e Q, o automóvel percorre 300 m com velocidade de módulo 54 kmh- 1.
Qual das seguintes expressões permite calcular o tempo, em segundos [s]. que o automóvel demora
a percorrer o troço entre as posições P e Q?

54 DOO
(A) 2n x 300 x 3600 5 (B) 300 X 3600
5
54 000
5
(O) 5
54 DOO 54 DOO (C) 2n X 300 X 3600 300 x 3600

(B).
Sendo a distância entre P e Q de 300 me como o carro percorre essa distância com velocidade de
1
módulo constante e igual a 54 km h- :
v = 54000mÇ,ev = _E'._.Lo 0 54000 = 300 Ç:::::> M = 300x3600s
3600 M g ' 3600 M 54 000
48.3. Admita que, sobre a ponte, se desloca também um camião de massa 12 vezes superior à massa do
automóvel, com velocidade de módulo igual a metade do módulo da velocidade do automóvel.
Qual das seguintes expressões relaciona corretamente a energia cinética do camião, Ec, camião· com a
energia cinética do automóvel, Ec. automóvel· enquanto se deslocam sobre a ponte?
(A} fc. camião = 24 fc. automóvel (C) Ec. camião = 6 fc, automóvel
(B) fc. camião = 12 fc. automóvel (O) fc. camião = 3 Ec. automóvel

115
Questões de exame nacional

(D).
mcamião = 12 X mca rro

lv lcam ião = ~lvl carro


1 2
Ec, carro= mcarro 2Vcarro
1 2
Ec, camião= 2mcamião V camião
1 1 2
Ec
. camião = -2 X 12 X mcarro X -22 X V carro

1 1 2
Ec . camião= -2 X 12 X mcarro X -
4 X V carro

12
Ec . camião= - 4 X Ec . carro

49. Um automóvel de massa 1,0 x 103 kg, inicialmente parado numa estrada horizontal, acelera durante 1Os,
sendo a potência fornecida pelo motor de 72 cv.
Calcule o módulo da velocidade que o automóvel pode atingir 1Os depois de arrancar, se 15% da energia
fornecida pelo motor, nesse intervalo de tempo, for transformada em energ ia cinética.
Apresente todas as etapas de resolução .
Dados: 1 cv = 750 W
750
Potência do carro: 72 cv x W = 5,4 x 10 4 W
1 CV
15
Potência útil: Pu = x 5,4 x 10 4 =8,1 x 10 3 W
100
Eútit = PuM
Eútil= 8, 1 X 10 X 1o ~ Eútil = 8, 1 X 10 J
3 4

Sendo Eútit = l'lEc , obtém-se:


8, 1 X 10
4
=Ecf - Ec, com Ec, =o J
1 2 8, 1 X 10 4 X 2
Ec=8,1 x 10 4 J ==:} - mv = 8,1 x 10 4 ~ v2 = ==:} V= 12,7 mÇ 1
2 1,0 x 10 3
50. Considere uma roda que, tendo apenas movimento de rotação em torno do seu eixo, efetua 50 rotações,
em cada minuto, durante um determinado intervalo de tempo.

50.1. O módulo da velocidade angular da roda, em radia nos por segundo, no intervalo de tempo
considerado, pode ser calculado pela expressão :

(A) ( 2n 6~ 50) rad ç 1

1
(C) (27t X 50 X 60) rad ç

(B) ( - 27t
- -) ra d s-1
50 X 60

(D) (27t 5x0 60) rad ç 1

(A).
Como a roda executa 50 rotações por minuto: f = ~~ ç 1

Como a frequência angular w = 2nf,


b .
o tem-se w= 2n x 50 ra s
d _1
60

116
Domínio 1 Mecânica • 11.º Ano

50.2. Na figura estão representados uma roda e dois pontos, P e Q, de um dos seus raios.

O módulo da aceleração do ponto P, no intervalo de tempo considerado, é...


(A) ... superior ao módulo da aceleração do ponto O.
(B) ... inferior ao módulo da aceleração do ponto Q.
(C) ... igual ao módulo da aceleração do ponto Q, sendo ambos nulos.
(O) ... igual ao módulo da aceleração dó ponto Q, sendo ambos diferentes de zero.

No seu movimento, a velocidade angular da roda é constante, todos os pontos da roda demoram o
mesmo tempo a dar uma volta completa e, por isso, a roda apresenta movimento circular e
uniforme. Assim, a aceleração de qualquer desses pontos é centrípeta: a = ac
v2 2nr 2n
ac =-,: e v=T com w =y:
obtendo-se ac = w2 r
Como, num certo instante, todos os pontos da roda têm a mesma velocidade angular, quanto mais
afastados estiverem do eixo da roda, maior r, logo, maior será a aceleração centrípeta.
Assim, como o ponto P está mais afastado do eixo, tem maior r, e, por isso, a sua aceleração é maior
do que a de a.

51. Na figura [que não está à escala]. estão representados dois conjuntos ciclista+ bicicleta, C1 e C11 , que se
movem ao longo de uma estrada retilínea e horizontal, coincidente com o eixo Ox de um referencial
unidimensional.
Considere que cada um dos conjuntos pode ser representado pelo seu centro de massa [modelo da
partícula material).

o X

Considere que no instante I= Os o conjunto C11 inicia o seu movimento e que, nesse instante, o conjunto C1
passa na origem do referencial.
Admita que, a partir desse instante, e durante um determinado intervalo de tempo, as componentes
escalares, segundo o eixo Ox, das posições, Xc 1 e Xc 11 , dos conjuntos C e C11 , respetivamente, variam com o
1

tempo, t, de acordo com as equações :


Xc 1 = 7,0 t (SI)
xc 11 = 800 - O,ü30 t2 (SI)
51.1. Apresente, num mesmo sistema de eixos, os esboços dos gráficos que traduzem, no intervalo de
tempo considerado, as componentes escalares das posições, Xc e Xc 11 , em função do tempo, desde o
1

instante t =Os até, pelo menos, ao instante em que os conjuntos se cruzam.


Determine o instante em que os conjuntos C1 e C11 se cruzam e a componente escalar da posição
daqueles conjuntos nesse instante.
Utilize as potencialidades gráficas da calculadora.

117
Questões de exame nacional

Colocando as duas funções na calculadora gráfica obtém-se, no ponto de interseção, t = 84 s


xc, =xc,, = 588 m

x /m

5,9 X 10 2

o 84 tis

51.2. Em qual dos esquemas seguintes se encontram corretamente representadas, num dado instante do
intervalo de tempo considerado, a velocidade,v, e a aceleração, ã, do conjunto C11 ?
(A) (C)

~· ~
(8) (D)

~
(D).
Para o ciclista li verifica-se que o valor de x diminui ao longo do tempo, isto é, o ciclista desloca-se
no sentido negativo da trajetória, apontando a velocidade nesse sentido. Como se pode ver a partir
da equação xc,, = 800- 0,030t 2 (SI), a componente escalar da aceleração é dada por:
ia=-0,030 <=> a=-0,060 mÇ
2
, isto é, a aceleração tem sentido negativo.
Assim, como os componentes escalares da aceleração e da velocidade são negativos, os valores
apontam no sentido convencionado como negativo.

51.3. A soma dos trabalhos realizados pelas forças que atuam no conjunto C1, num deslocamento desse
conjunto no intervalo de tempo considerado, é ...
(A) ... nula, uma vez que atuam no conjunto forças não conservativas.
(8) ... negativa, uma vez que a energia cinética do conjunto diminui .
(C) ... nula, uma vez que a energia cinética do conjunto se mantém constante.
(D) ... negativa, uma vez que atuam no conjunto forças não conservativas.
(C).
Wtotal = ó.fc
Como o ciclista 1 tem velocidade constante, a sua energia cinética, Ec = .! m v2 , também é constante:
2
ó.fc=OJ.
Como ó.Ec =O J ==> Wtotal =O J

118
Domínio 1Mecânica • 11.º Ano

52. Na figura [que não está à escala) está representado um conjunto ciclista+ bicicleta que iniciou a subida de
uma rampa com uma energia cinética de 2,0 x 103 J. Após percorrer 68 m sobre a rampa, atinge uma altura
de 3,0 m, com uma velocidade de módulo 3,5 mÇ 1.
A massa do conjunto ciclista+ bicicleta é 80 kg .
Considere que o conjunto pode ser representado pelo seu centro de massa [modelo da partícula material)
e considere a base da rampa como nível de referência da energia potencial gravítica .

·······················~
:3 O m
~--~~~~----------------- - -------------------- - --- - -----~ -~----
Calcule, no percurso considerado, a intensidade da resultante das forças não conservativas que atuam no
conjunto ciclista+ bicicleta, na direção do deslocamento. Admita que essa resultante se mantém constante .
Apresente todas as etapas de resolução .

Variação da energia cinética do conjunto:


ti.Ec = Ec, - Ec; ==>
==> ti.Ec = ~ x 80 x 3,5 2 - 2,0 x 10- 3 ~ ti.Ec=-1,51 x 10 3 J

Variação da energia potencial gravítica do conjunto ciclista+ bicicleta:


ti.Ep = Ep1 - Ep; ~ ti.Ep = mg(h1 - h;)
==> Ep = 80 X 10 X (3,0 - 0) ~ Ep = 2,40 X 10 3 J
Variação da energia mecânica:
ti.Em =- 1,51 X 10 - 2,40 x 10 ~
3 3
t1Em =t1Ec+ti.EP ==>
~ ti.Em = 8, 90 X 10 2 J
Cálculo da intensidade da resultante das forças não conservativas, F:c, na direção do deslocamento :
ti.Em = w-FNC ==> ti.Em= FNcdcose
8, 90 x 10 = FNc x 68 x cos Oº ~
2

~ FNc = 13 N

119

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