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1. Burocracia
2. Benefícios
3. Controle Estatal
4. Inflexibilidade
5. Desemprego
6. Sindicatos Trabalhistas
1. Burocracia
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Não é uma surpresa para ninguém o fato do Brasil ser um dos países mais burocráticos do
mundo[5]. Nosso país é extremamente não-amigável com empreendedores, seja com
dono da padaria do bairro, ou com o dono de uma grande construtora, ou até mesmo com
o rapaz que decidiu comprar frutas em feiras livres durante o final de semana para
revender nos semáforos de trânsito nos dias úteis para ter como sustentar sua família.
A burocracia hoje é tanta que, para se abrir uma empresa no Brasil o prazo médio é de 107
dias[9], tudo devido ao excesso de normas e regulações, federais, estaduais, municipais, e
incluindo aquelas encontradas na própria CLT para que o empregador seja capaz de fazer
contratações, estas que também são extremamente burocráticas, tanto para o empregador
quanto para o futuro empregado.[10]
O fato é que, o alto índice de burocracia, juntamente com a elevada carga tributária e a
falta de infra-estrutura, esta monopolizada pelo setor público, são um desincentivo ao
empreendedor, principalmente o pequeno e médio empresário.[11] A impossibilidade de
uma contratação dita como informal, sem represália por parte do estado, aquela a qual o
próprio patrão e o empregado entram em um comum acordo definindo os direitos e
deveres de ambas as partes, é um dos principais motivos pela paralisação econômica
recente a qual o país passa nesta atual crise política.
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Tendo assim como resultado a maior taxa de desemprego já registrada na história deste
país, 13.20%.[12]
2. Benefícios
Tendo sido tratado brevemente a atual situação burocrática brasileira, iremos agora tratar
exclusivamente da CLT e da falsa ideia de que ela é responsável por garantir benefícios
aos trabalhadores. Ao final discutiremos como a CLT é responsável e pode ser
considerada uma das maiores causas da atual alta taxa de desemprego.
Para se entender o que será discutido aqui é extremamente importante compreender que
um empregador só irá contratar alguém caso esse tenha a certeza de que, atribuindo a ele
determinadas tarefas e o gerenciando de maneira adequada, este trabalhador será capaz
de gerar um valor em capital maior do que aquele ao qual o empregador terá que lhe pagar
pelo seu trabalho.
De forma clara e simples: Se um empregado custa mil reais por mês para a empresa, ele
só será contratado caso ele seja capaz de gerar para a empresa um valor acima destes mil
reais.
Tendo isto em mente, peguemos como exemplo um dos benefícios obrigatórios mais
conhecidos e o qual será possível analisar e explicar da maneira mais prática e clara
possível: O décimo terceiro salário, também conhecido como gratificação natalina.
Vamos supor que João seja um empregado da empresa XYZ, da qual ele recebe
mensalmente um salário no valor de mil e duzentos reais (R$ 1.200,00). Ao final de um
ano completo o salário de João, acrescido do décimo terceiro salário, é de quinze mil e
seiscentos reais (R$ 15.600,00). No momento da contratação de João, a empresa XYZ já
tem conhecimento de que o salário dele não será apenas os catorze mil e quatrocentos
reais (R$ 14.400,00) pelos seus 12 meses de trabalho. Isso significa que João produz para
a empresa XYZ um valor superior aos quinze mil e seiscentos reais (R$ 15.600,00),
aumentando assim o seu poder de negociação perante o mercado de trabalho, de outra
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forma ele nunca seria contratado por esta empresa, pois a sua presença nela geraria
prejuízo.
Agora vamos supor que o décimo terceiro salário seja extinto e que João tem plena
consciência de que o valor ao qual ele gera para a empresa é de quinze mil e seiscentos
reais (R$ 15.600,00), ao ser contratado por este mesmo valor, seu salário vai passar de mil
e duzentos reais (R$ 1.200,00) mensais para mil e trezentos reais (R$ 1.300,00). Esses
cem reais que antes ficavam na mão da empresa e que eram acumulados para serem
pagos a João apenas no final do ano, agora passa a estar no seu bolso pode ser usado
tanto para consumo quanto para algum investimento que no final do ano juntamente com
os cem reais extras dos salários seguintes podem lhe render um valor acima do qual ele
receberia integralmente apenas no final do ano.
O mesmo ocorre para outros benefícios, o que acontece é uma divisão do salário do
empregado, que passa a ser dividido pelo governo em diferentes ‘benefícios’.
3. Controle Estatal
Tendo sido compreendido o ponto anterior, podemos agora passar a analisar um segundo
ponto ainda mais maléfico para o empregado, os programas governamentais do FGTS e
do INSS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Instituto Nacional do Seguro Social,
respectivamente).
Enquanto que os benefícios “concedidos” pelo estado através da empresa não passam de
um controle indireto que o estado exerce sobre a renda do trabalhador, o FGTS e o INSS
são uma forma direta de controle. Os valores arrecadados por estes dois fundos ficam
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sobre o controle do estado, este que só libera estes valores em determinadas situações
definidas pelo próprio estado.[13]
Em 20 anos, rendimento do FGTS perde para poupança e não cobre nem inflação. 01/02/2017.
Como exemplo tomemos o ano de 2016 o qual a inflação acumulada no ano foi de
6,29%[16], neste mesmo período a TR ficou em 2,0125%[17]. Somado a taxa fixa de 3%
do FGTS o prejuízo fica em aproximadamente 1,28%. Se compararmos com o ano de 2015
o qual a TR foi de apenas 1,7954%[17] enquanto que a inflação acumulada foi de
10,65%[18] a situação fica ainda pior.
Outro detalhe importante que deve ser destacado é o fato de que o governo possui certa
liberdade de usar este dinheiro confiscado do trabalhador para socorrer bancos, empresas
corporativistas e o próprio governo. Repassando quantidades bilionárias do FGTS para o
BNDES[19], ou mesmo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) o qual o BNDES pode
usar 40% do valor disponível[20]. O FAT que tem como principal fonte de recursos as
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contribuições provenientes do PIS/PASEP[21], que nada mais são do que contribuições de
natureza tributárias cobradas pelas pessoas jurídicas, em resumo imposto sobre
empresas.
Tempos de afagos de Marcelo Odebrecht com a ex-presidente Dilma e depois em tempos de cadeia
O fato é que, este valor descontado e confiscado pelo estado diretamente do salário do
trabalhador[26]poderia ser empregado por ele mesmo em um fundo privado de sua
escolha ou até mesmo ser usado para aumentar o poder de compra do trabalhador,
dando-lhe a oportunidade de investir estes 8-11% em uma melhor preparação educacional
e profissional que futuramente lhe renderia uma melhor condição de vida.
Para não prolongar ainda mais este tópico vale apenas ressaltar a ineficiência do INSS,
uma autarquia do Governo do Brasil que constantemente sofre fraudes[27] e como
conseqüência o prejuízo é repassado a população.
4. Inflexibilidade
Um ponto ao qual quero tocar antes de discutirmos os motivos pelos quais a CLT causa
desemprego é com relação a sua inflexibilidade. Devemos levar em conta que a CLT foi
promulgada a mais de setenta anos, período em que diversos tipos de empregos que hoje
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existem sequer poderiam ser imaginados naquela época.
Para não me estender demais neste tópico quero dar como exemplo o limite de horas
extras atribuída pela CLT ao empregado[28]. Hoje este limite é de duas horas extras por
dia. Vamos supor que, aqui ignorando o limite semanal regido pela CLT, como exemplo,
João trabalha na empresa XYZ durante o período de segunda a sexta-feira com uma carga
horária diária de oito horas. Supondo que João tenha a intenção e total condição de
estender sua carga horária, para assim aumentar o seu salário ao final do mês, ele estará
limitado a um aumento de 25% pois o seu limite diário de horas extras o permite trabalhar
apenas 10 horas diárias. Caso João tivesse a pretensão de trabalhar onze horas diárias
para ter um ganho de 37.5%, ele ficaria impossibilitado devido as regras da CLT que dita o
limite máximo de horas extras diárias que ele pode prestar e o limite semanal e mensal da
sua carga horária.
5. Desemprego
Precisamos agora tratar de um ponto essencial da nossa discussão ao qual a CLT tem
influência direta, a taxa de desemprego, mais especificamente, o aumento da taxa de
desemprego.
Para isso iremos analisar alguns aspectos referentes não apenas a CLT mas também a
algumas condições e normas trabalhistas que ajudam a elevar a taxa de desemprego.
Dentre elas, iremos analisar:
Apesar de muitos acreditarem que a lei do salário mínimo seja benéfica para a maior parte
da população, o que ocorre é justamente o contrário.
Como já foi discutido anteriormente no tópico sobre benefícios, um empregador não irá
contratar um funcionário a não ser que este gere um valor para a empresa maior do que
aquele ao qual será necessário para pagar pelos seus serviços.
Tendo isto em mente, podemos deduzir que caso o salário mínimo estabelecido por lei seja
de, por exemplo, mil reais, aqueles que não forem capazes de produzir o suficiente para
suprir o custo da sua mão-de-obra para a empresa permanecerá desempregado. E quem
seriam estas pessoas? Justamente as que mais precisam de um emprego, os mais
pobres, os que possuem pouquíssima ou nenhuma experiência de trabalho, os que
possuem uma baixa escolaridade e os deficientes físicos ou mentais.
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Considere como exemplo, um deficiente físico que possui uma produtividade de dez reais
por hora, caso o governo decida promulgar uma lei de salário mínimo de quinze reais a
hora, a contratação deste deficiente se tornar inviável pois agora ele passaria a gerar um
prejuízo de cinco reais para a empresa.
Atualmente no Brasil, a idade mínima para poder ingressar no mercado de trabalho como
jovem aprendiz é de 14 anos, e ainda assim limitado a determinados tipos de trabalho. No
entanto, muitas crianças de famílias carentes começam a trabalhar informalmente muito
antes de atingirem esta idade, muitas vezes em trabalhos que as colocam em situação de
risco.[29]
Estas crianças, em sua maioria de famílias carentes, trabalham por uma questão de
necessidade e sobrevivência. Ao serem proibidas de trabalhar, mesmo que por meio turno
e/ou alguns dias da semana, e ao responsabilizar os pais caso sejam pegas trabalhando
podendo até mesmo a responderem judicialmente e serem presos, toda a renda familiar
desta família fica comprometida.
O fato é que, existem inúmeros trabalhos que exigem pouco treinamento ou pouco esforço
físico, os quais poderiam ser exercidos tranquilamente por estas crianças.
Imagine um casal carente que comercializa frutos aos finais de semana em uma feira livre
apenas pela manhã e a ajuda do seu único filho de 12 anos é essencial para o
funcionamento da sua barraca. No momento em que este casal se vê obrigado a manter o
seu filho fora do funcionamento da barraca eles serão obrigados a reduzir o tamanho do
seu negócio ou a contratar um adulto para suprir a demanda de trabalho, comprometendo
assim a renda desta família.
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5.3. Licenciamento:
Quando o governo regula determinada profissão e passa uma lei proibindo que aqueles
que não se encaixam nos requisitos pré-determinados possam exercer tal profissão, ele
gera desemprego. Esta é uma forma prática de se eliminar a concorrência, quem faz lobby
para o governo proibir aplicativos de transporte como o Uber? A indústria de taxistas, não
para proteger o consumidor, mas para proteger a si mesmo da concorrência.
Alguém que dirige de moto a mais de dez anos fica impossibilitado de exercer uma
profissão de entregador ou moto-boy caso este não possua uma carteira de habilitação.
Alguém que trabalhou durante anos com projetos arquitetônicos fica impossibilitado de
prestar serviços e assinar por suas obras caso este não tenha concluído uma faculdade de
arquitetura ou ensino técnico.
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Um exemplo comum disto são os ambulantes que constantemente têm seus produtos
apreendidos por não possuírem registro, o governo interfere diretamente numa troca
voluntária entre o ambulante e seus clientes, apreendendo-lhe seus produtos diminuindo
assim a concorrência para aqueles comerciantes já estabelecidos que possuem o
licenciamento. Como resultado, os que mais sofrem com isto são justamente os que mais
necessitam.
5.5. Sindicatos:
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5.6. Banco Central:
Embora este não seja um ponto diretamente relacionado a CLT e outras normas
trabalhistas, vale a pena mencionar a influência que o Banco Central tem no aumento da
taxa de desemprego através da injeção de crédito na economia.
O grande problema está no fato de que eventualmente este subsídio será interrompido e
uma bolha econômica estará formada que poderá ou não estourar dependendo do quão
intenso foram os subsídios. No momento em que uma dessas duas situações ocorrerem, e
isso será inevitável, aqueles mercados que cresceram expressivamente retornaram ao seu
estado normal, e toda a mão-de-obra que antes era necessária agora se encontrará
desempregada.
Um caso atual que pode ser notado é o subsídio que o governo federal concedeu a
inúmeras empreiteiras no país durante anos para aquecer a economia e agora
impossibilitado de poder continuar injetando mais crédito, as demissões na construção civil
caíram vertiginosamente.[30]
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6. Sindicatos Trabalhistas
Para que possamos finalmente concluir este breve artigo, ao qual ao longo de todo ele me
propus a provar que a CLT e outras leis trabalhistas não protegem o trabalhador, mas que
ao contrário, são maléficas ao mesmo, iremos desmistificar a ilusão de que sindicatos e
governos são os responsáveis pela melhora da qualidade de vida do trabalhador. No
entanto, deixo claro que não abordarei novamente os fatores que fazem com que
sindicatos gerem desemprego, pois estes já foram abordados anteriormente.
Para tanto, precisamos compreender que, a renda per capita, e aqui me refiro não ao
aumento do salário mas, ao aumento do poder de compra, não é uma concessão, mas um
produto da criação de riqueza.
A criação de riqueza está diretamente ligada ao acúmulo de capital, o qual pode ser
definido como todos os fatores de produção – ferramentas; máquinas; infra-estrutura;
meios de transporte – que tornam a produção de riqueza mais eficiente e produtiva, seja
através do trabalho humano ou robótico.
Para isso, vamos imaginar a seguinte situação, a empresa XYZ possui no seu quadro de
funcionários dez operários que recebem mensalmente o salário de mil reais. Supondo que
o sindicato ao qual estes operários estão filiados decida reclamar à empresa XYZ que os
seus operários devem receber o dobro do salário com a justificativa de aumentar a
qualidade de vida destes trabalhadores o resultado desta medida poderá se dar de três
formas distintas:
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Analisando a nossa segunda opção, a empresa corta o número de funcionários pela
metade, mas para que não haja aumento dos preços esses trabalhadores restantes
precisarão produzir o dobro do que antes produziam, de outra forma o único resultado
desta opção será o aumento de desemprego, aumento de preços e o desgaste mental e
físico dos contratados.
Nos resta então a última alternativa, em que a empresa mantém o seu quadro de
funcionários concedendo-lhes o aumento salarial sem que haja uma obrigatoriedade do
aumento de produção, e como forma de se alcançar isto o dono da empresa tomará a
decisão de restringir o seu lucro.
Esta parece ser uma alternativa razoavelmente efetiva, comparada as outras duas
primeiras alternativas que não nos levaria a lugar algum. Vamos analisá-la mais
detalhadamente.
A partir deste momento iremos presumir que a filiação de todo e qualquer trabalhador é
feita de maneira voluntária e que, caso ele não seja filiado a um sindicato, ele não será
obrigado de maneira alguma a financiar tal instituição como ocorre hoje no Brasil[31].
Desta forma será possível eliminar da equação qualquer afronta a liberdade do
empreendedor cometida por sindicatos que não representem realmente àqueles aos quais
eles declaram defender.
A alternativa que lhes resta é de cortar do seu próprio bolso, o fato é que mesmo que
coincidentemente todos os empresários decidam tomar esta mesma decisão os
trabalhadores iriam observar eventualmente que a sua qualidade de vida se manteria de
forma quase que estagnada ao longo do tempo pois, com um menor lucro sobrando para o
empresário, o seu investimento em infra-estrutura e maquinaria, essenciais para elevar a
produção de bens de consumo sem aumentar os custos, ficaria comprometido.
Podemos concluir assim que, o que gera de fato uma elevação na qualidade de vida
dos trabalhadores é o aumento na produtividade da mão-de-obra, isto é, uma mão-
de-obra capaz de produzir uma quantidade maior de bens aplicando um esforço
igual ou inferior ao que antes era aplicado.
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Para concluir finalmente este tópico, quero apenas ressaltar o fato de que não somente os
sindicatos não são os responsáveis pelo aumento da qualidade de vida do trabalhador,
pois com uma maior produção por mão-de-obra, estes passam a ter um valor muito maior
em um mercado, principalmente em profissões que necessitam capacitação e contratar e
treinar um novo empregado seria mais custoso do que aderir as exigências dos atuais
trabalhadores, vale ressaltar que hoje no Brasil, sindicalista passou a ser uma profissão.
Referências:
[6] Brasil possui por volta de 2500 normas, artigos e leis trabalhistas,
http://www.portaldaindustria.com.br/agenciacni/noticias/2013/05/com-2-500-normas-
legislacao-trabalhista-e-altamente-burocratica-dizem-empresarios-1/
[9] De acordo com o Banco Mundial (2014) o prazo para se abrir um negócio no Brasil é de
107 dias, http://exame.abril.com.br/pme/quanto-tempo-demora-para-abrir-uma-empresa-
no-brasil/
[19] BNDES com proposta para usar R$ 10 bilhoes do FGTS para financiar projetos da
Odebrecht, http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,bndes-quer-usar-r-10-bilhoes-do-
fgts-para-financiar-usinas–imp-,1711469
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[24] BNDES pode ser o maior esquema de corrupção do Brasil,
http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2015/05/ministerio-publico-diz-que-o-governo-
repassou-irregularmente-r-500-bi-ao-bndes.html /
http://www.jornalopcao.com.br/entrevistas/vamos-ter-um-escandalo-de-corrupcao-ainda-
maior-que-o-da-petrobras-e-sera-no-bndes-23280/ / http://spotniks.com/7-razoes-pelas-
quais-o-bndes-pode-se-tornar-o-maior-escandalo-da-historia/
Autor: Lucas F. P.
Revisão: Uatá Lima
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