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3 – Grandezas físicas nos processos de corte

O princípio da usinagem consiste em prover


movimento relativo entre peça ferramenta.
A norma ABNT NBR 6162/1989 – Movimentos
e Relações Geométricas na Usinagem dos Metais –
trata justamente destes conceitos.
3 – Grandezas físicas nos processos de corte

Os conceitos se referem a um ponto genérico


da aresta cortante, dito “Ponto de Referência”. Nas
ferramentas de barra este ponto é fixado na parte
da aresta cortante próximo à ponta da ferramenta.
3 – Grandezas físicas nos processos de corte

• Movimentos
Os movimentos no processo de usinagem são
movimentos relativos entre a peça e a aresta
cortante. Estes movimentos se referem à peça
parada.
3 – Grandezas físicas nos processos de corte

• Movimentos
Devem-se distinguir duas espécies de
movimentos: os que causam diretamente a saída de
cavaco e aqueles que não tomam parte direta na
formação do cavaco.
3 – Grandezas físicas nos processos de corte

• Movimentos com saída de cavaco


• Movimento de corte: movimento entre a peça e
a ferramenta, o qual sem o movimento de
avanço origina somente uma única remoção de
cavaco, durante uma volta ou um curso.
3 – Grandezas físicas nos processos de corte
3 – Grandezas físicas nos processos de corte

• Movimentos com saída de cavaco


• Movimento de avanço: movimento entre a peça
e a ferramenta, que, juntamente com o
movimento de corte, origina uma retirada
contínua de cavaco.
3 – Grandezas físicas nos processos de corte
3 – Grandezas físicas nos processos de corte

• Movimentos com saída de cavaco


• Movimento de efetivo de corte: movimento
resultante dos movimentos de corte e de
avanço. realizados ao mesmo tempo.
3 – Grandezas físicas nos processos de corte

• Movimentos sem saída de cavaco


• Movimento de aproximação: movimento
relativo entre a peça e a ferramenta, antes de
iniciar a usinagem, onde a ferramenta e peça
são aproximadas.
3 – Grandezas físicas nos processos de corte

• Movimentos sem saída de cavaco


• Movimento de ajuste: movimento relativo entre
a peça e a ferramenta para se determinar a
espessura de material a ser removido.
3 – Grandezas físicas nos processos de corte

• Movimentos sem saída de cavaco


• Movimento de correção: movimento relativo
entre a peça e a ferramenta para compensar o
desgaste da ferramenta ou outra variação.
• Movimento de recuo: movimento entre a aresta
de corte e a peça, onde, após a usinagem, a
ferramenta é afastada da peça.
3 – Grandezas físicas nos processos de corte

• Direções dos movimentos


• Direção de corte: direção instantânea do
movimento de corte.
• Direção de avanço: direção instantânea do
movimento de avanço.
• Direção efetiva de corte: direção instantânea do
movimento efetivo de corte.
3 – Grandezas físicas nos processos de corte

• Direções dos movimentos


Definições análogas são válidas para os
movimentos que não causam a retirada de cavaco
diretamente.
2 – Grandezas físicas nos processos de corte

• Direções dos movimentos


• Direção de corte: direção instantânea do movimento de corte.
• Direção de avanço: direção instantânea do movimento de avanço.
• Direção efetiva de corte: direção instantânea do movimento
efetivo de corte.

Definições análogas são válidas para os


movimentos que não causam a retirada de cavaco
diretamente.

Torneamento
Furação
2 – Grandezas físicas nos processos de corte

Fresamento
3 – Grandezas físicas nos processos de corte

• Percursos da ferramenta na peça


• Percurso de avanço Lf: espaço percorrido sobre
a peça pelo ponto de referência da aresta
cortante, segundo a direção de avanço. Devem-
se distinguir as diferentes componentes do
movimento de avanço (principal e lateral).
3 – Grandezas físicas nos processos de corte

• Percursos da ferramenta na peça


• Percurso de corte Lc: espaço percorrido sobre a
peça pelo ponto de referência da aresta
cortante, segundo a direção de corte.
• Percurso efetivo de corte Le: espaço percorrido
sobre a peça pelo ponto de referência da aresta
cortante, segundo a direção de corte efetivo.
Definições análogas são válidas para os movimentos
que não causam a retirada de cavaco diretamente.
3 – Grandezas físicas nos processos de corte

• Percursos da ferramenta na peça


• Velocidade de corte Vc: é a velocidade
instantânea do ponto de referência da aresta
cortante da ferramenta, segundo a direção e
sentido de corte. Para processos com
movimentos de rotação, a velocidade de corte é
calculada da seguinte forma:
3 – Grandezas físicas nos processos de corte

• Percursos da ferramenta na peça


𝛑∙𝛟∙𝐧
𝐕𝐜 = [m/min]
𝟏𝟎𝟎𝟎

φ = diâmetro da peça ou ferramenta [mm];


n = número de rotações da ferramenta ou peça
[1/min].
3 – Grandezas físicas nos processos de corte

• Percursos da ferramenta na peça


• Velocidade de avanço Vf: é a velocidade
instantânea do ponto de referência da aresta
cortante da ferramenta, segundo a direção e
sentido de avanço. É dada por:
𝐕𝐟 = 𝐟 ∙ 𝐧 [mm/min]
f = avanço [mm/volta ou mm/rotação]
3 – Grandezas físicas nos processos de corte

• Percursos da ferramenta na peça


• Velocidade efetiva de corte Ve: é a velocidade
instantânea do ponto de referência da aresta
cortante da ferramenta, segundo a direção e
sentido efetivo de corte. É calculada
vetorialmente como segue:
𝐕𝐞 = 𝐕𝐜 + 𝐕𝐟 [m/min]
3 – Grandezas físicas nos processos de corte

• Conceitos auxiliares
• Plano de trabalho Pfe: plano que contém as
direções de corte e de avanço, passando pelo
ponto de referência da aresta cortante. Neste
plano se realizam os movimentos que tomam
parte na retirada do cavaco.
Os ângulos da direção efetiva de corte e de
avanço são definidos neste plano.
3 – Grandezas físicas nos processos de corte

• Conceitos auxiliares
• Ângulo da direção de avanço Φ: é o ângulo
entre a direção de avanço e a direção de corte.
Nem sempre a direção de avanço é
perpendicular à direção de corte, como no
fresamento, que este ângulo varia durante o
corte.
ângulo da direção de avanço
ângulo da direção efetiva

Torneamento
Fresamento
3 – Grandezas físicas nos processos de corte

• Conceitos auxiliares

Considerando as duas figuras anteriores,

pode-se desenvolver a seguinte equação:

𝐕𝐟 ∙𝐬𝐢𝐧 𝛗 𝐬𝐢𝐧 𝛗
𝐭𝐚𝐧 𝛈 = = 𝐕
𝐕𝐟 ∙𝐜𝐨𝐬 𝛗+𝐕𝐜 𝐜𝐨𝐬 𝛗+ 𝐕𝐜
𝐟
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• Conceitos auxiliares
Como na maioria dos casos Vf <<< Vc, o ângulo
η é desprezível. Nos processos de roscamento, η
assume valores consideráveis, pois o avanço é
razoável.
3 – Grandezas físicas nos processos de corte

• Conceitos auxiliares
Superfícies em usinagem: são as superfícies
geradas na peça pela ferramenta. Estas superfícies
são a superfície em usinagem principal, gerada
pela aresta principal de corte e a superfície em
usinagem secundária, que surge da aresta
secundária de corte.
3 – Grandezas físicas nos processos de corte

• Grandezas de corte
São as grandezas que devem ser ajustadas na
máquina, de forma direta ou indireta.
• Avanço f: é o percurso de avanço em cada volta
ou em cada curso da ferramenta.
3 – Grandezas físicas nos processos de corte

• Grandezas de corte
No caso do fresamento, onde a ferramenta
possui mais de um dente, existe também o avanço
por dente fz. Este avanço é o percurso de avanço de
cada dente, medido na direção do avanço da
ferramenta, e corresponde à geração de duas
superfícies em usinagem consecutivas.
3 – Grandezas físicas nos processos de corte

• Grandezas de corte
A relação entre estes avanços é a seguinte:
𝐟 = 𝐟𝐳 ∙ 𝐙 [mm/volta] ou [mm/golpe]
Z = número de dentes
O avanço por dente ainda pode ser
decomposto em avanço de corte fc e avanço efetivo
de corte fe.
3 – Grandezas físicas nos processos de corte

• Grandezas de corte
• Avanço de corte fc: é a distância entre duas
superfícies consecutivas em usinagem medida
na direção perpendicular à direção de corte no
plano de trabalho.
𝐟𝐜 = 𝐟𝐳 ∙ 𝐬𝐢𝐧 𝛗
3 – Grandezas físicas nos processos de corte

• Grandezas de corte
• Avanço efetivo de corte fe: é a distância entre
duas superfícies consecutivas em usinagem
medida na direção perpendicular à direção
efetiva de corte no plano de trabalho.
𝐟𝐞 = 𝐟𝐳 ∙ 𝐬𝐢𝐧 𝛗 − 𝛈
3 – Grandezas físicas nos processos de corte

• Grandezas de corte
• Profundidade ou largura de usinagem (ou de
corte) ap: é a profundidade ou largura de
penetração da ferramenta na peça, medida
numa direção perpendicular ao plano de
trabalho.
3 – Grandezas físicas nos processos de corte

• Grandezas de corte
• Penetração de trabalho ae: é a penetração da
ferramenta em relação à peça, medida no plano
de trabalho e numa direção perpendicular à
direção de avanço.
• Penetração de avanço af: é a grandeza de
penetração da ferramenta, medida no plano de
trabalho e na direção de avanço.
3 – Grandezas físicas nos processos de corte

• Grandezas relativas ao cavaco


Largura de corte b: é a largura calculada da
seção transversal de corte a ser retirada, medida na
superfície em usinagem principal, segundo a
direção normal à direção de corte. Em ferramentas
com aresta cortante retilínea e sem curvatura na
ponta, tem-se:
3 – Grandezas físicas nos processos de corte

• Grandezas relativas ao cavaco


𝐚𝐩
𝐛=
𝐬𝐢𝐧 𝛘𝐫

χ = ângulo de posição da aresta principal de corte.


3 – Grandezas físicas nos processos de corte

• Grandezas relativas ao cavaco


• Largura efetiva de corte be: é a largura calculada
da seção transversal efetiva de corte a ser
retirada, medida na superfície em usinagem
principal, segundo a direção normal à direção
efetiva de corte.
𝟏
𝐛𝐞 = 𝐛 ∙ 𝟏 − 𝐬𝐢𝐧² 𝛈 ∙ 𝐜𝐨𝐬² 𝛘𝐫 𝟐
3 – Grandezas físicas nos processos de corte

• Grandezas relativas ao cavaco


• Espessura de corte h: é a espessura calculada da
seção transversal de corte a ser retirada, medida
normalmente à superfície em usinagem principal,
segundo a direção perpendicular à direção de
corte.
𝐡 = 𝐟𝐜 ∙ 𝐬𝐢𝐧 𝛘𝐫
3 – Grandezas físicas nos processos de corte

• Grandezas relativas ao cavaco


• Espessura efetiva de corte h: é a espessura
calculada da seção transversal efetiva de corte a
ser retirada, medida normalmente à superfície
em usinagem principal, segundo a direção
perpendicular à direção efetiva de corte.
𝐡
𝐡𝐞 = 𝟏
𝟏+𝐬𝐢𝐧² 𝛘𝐫 ∙𝐭𝐚𝐧² 𝛈 𝟐
3 – Grandezas físicas nos processos de corte

• Grandezas relativas ao cavaco


• Seção transversal de corte A: é a área calculada
da seção transversal de um cavaco a ser retirado,
medido no plano normal à direção de corte.
3 – Grandezas físicas nos processos de corte

• Grandezas relativas ao cavaco


• Seção transversal efetiva de corte Ae: é a área
calculada da seção transversal efetiva de um
cavaco a ser retirado, medido no plano normal à
direção efetiva de corte.
3 – Grandezas físicas nos processos de corte

• Grandezas relativas ao cavaco


Na maioria dos casos:
𝐀 = 𝐚𝐩 ∙ 𝐟𝐜
𝐀𝐞 = 𝐚𝐩 ∙ 𝐟𝐜
3 – Grandezas físicas nos processos de corte

• Grandezas relativas ao cavaco


Em ferramentas sem arredondamento na
ponta da aresta cortante:
𝐀=𝐛∙𝐡
𝐀𝐞 = 𝐛𝐞 ∙ 𝐡𝐞

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