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HISTÓRICO-
FILOSÓFICOS DOS
DIREITOS HUMANOS
Humanos
Módulo 1.7
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FUNDAMENTOS HISTÓRICO-FILOSÓFICOS
DOS DIREITOS HUMANOS
• Direitos Humanos: sua origem e natureza
• O que são os Direitos Humanos
• O fundamento dos Direitos Humanos
• A construção do sujeito de Direitos
• Ética, Educação e Direitos Humanos
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1. Ela aproveita a herança cultural e histórica legada pelas grandes tradições
culturais e religiosas: cristianismo, budismo, confucionismo, islamismo e
judaísmo, bem como sintetiza os valores e direitos consagrados na
Independência dos Estados Unidos (1776) e na Revolução Francesa (1789),
e mais;
2. Ela alcança uma universalidade, antes nunca vista, das máximas
fundamentais da humanidade. Expressa a riqueza da vida e da experiência
histórico-cultural dos diversos povos, construída ao longo de milhares de
anos;
3. Mas, expressa, sobretudo, a grandeza desses diversos povos e suas culturas
que, num dado momento muito dramático da experiência humana, abrem
mão de um pedaço de sua história, para darem início a uma história comum
e verdadeiramente humana. 6
• Esses princípios acham-se inscritos em todas as grandes tradições culturais
e religiosas, bem como nas Constituições de cerca de 191 nações, sob a
forma de normas incondicionais, mediante as quais orientamos nossas
ações nas mais diversas e complexas situações que a vida vai nos
apresentando. 7
Eficácia e validade do discurso
fundamentado em Direitos Humanos
• Em uma sociedade regulada por interesses, privilégios e direitos, em tese,
Direitos devem prevalecer;
1. Direitos devem prevalecer, em razão de sua natureza e pelo processo social
e político através do qual são construídos; Existem interesses louváveis e
defensáveis, mas que não são direitos;
2. Ex: reduzir a criminalidade a partir da eliminação
de suspeitos, visto que os indivíduos possuem o
Direito Humano à vida, ou ainda; Construir uma
Hidroelétrica ou um Shopping Center, com
fundamento na geração de emprego e renda, não
pode ser realizado com a destituição de indígenas
ou de populações tradicionais de seus territórios,
tendo em vista o Direito desses povos às suas
terras;
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3. Interesses e privilégios, não são
revestidos de Direitos, porque não
foram criados da mesma forma,
nem possuem os mesmos atributos
de exigibilidade. Direitos são
fundamentados numa noção de
horizontalidade e reciprocidade,
enquanto interesses e privilégios
derivam de relações de poder, em
regra, assimétricas e unilaterais.
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Por que são “humanos” tais direitos?
1. Porque se fundam na noção de dignidade humana > E o que seria
Dignidade Humana?
2. Somos os únicos seres que atribuem significado às coisas ao nosso
redor;
3. Nós dizemos se elas são boas ou ruins e nos determinamos de acordo
com cada caso, com base em escolhas ou contingências;
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4. Somos passíveis de crises existenciais, paixões;
5. E também somos os únicos seres vivos que matamos sem a
necessidade de nos alimentar ou apenas nos defender, matamos por
vingança (e somente nós sentimos isso!), por pilhagem, conquista e
poder.
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• Os demais seres vivos da natureza guardam com a natureza uma relação
de instinto e sobrevivência;
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• Os seres humanos necessitam de condições mínimas que assegurem a todos
- respeitadas as suas diferenças, identidades e culturas – dos meios
indispensáveis a uma vida digna: trabalho, segurança, educação, saúde;
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• “A dignidade humana, define o conjunto de
essencialidades que nos permitem não sermos menos que
humanos, em outras palavras, fundamentam nosso
estatuto de pessoa” .
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Por que razões se respeitam os Direitos
• O discurso dos Direitos é lugar
comum na retórica das normas, das
políticas públicas e do
desenvolvimento. Por quê?
• As razões são explicadas por fatores
de ordem moral, cognitiva e
utilitária:
Razão Moral:
• Respeita-se direitos humanos quando
se acredita que as pessoas são
dotadas de igual valor, “pelo
consenso democrático, admitimos
que os seres humanos os possuem
não importando o status, a condição
social, a raça ou quaisquer outras
diferenças existentes”.
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Razões Cognitivas
• Ter claras as informações quanto
à existência de determinados
valores que se revestem de
direitos, é condição fundamental
para tomada de decisões;
• Dispor de uma cultura de
direitos que nos informe quanto
a sua existência e exigência cria
uma atmosfera favorável ao seu
respeito. Isso não significa dizer
que o simples conhecimento dos
direitos leve a sua observância e
respeito, - basta notar que
grandes violações de direitos
humanos também ocorrem em
nações cujas sociedades
demonstram alto grau de
instrução;
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Razões Instrumentais
• A razão instrumental pauta-se
pelo raciocínio de que as pessoas
fazem isso em troca de
benefícios, para livrarem-se ou
evitarem punições.
• Ou seja, o respeito a eles se
reforça quando o que está em
jogo, é a possibilidade dessa
conduta vir a ser muito
prejudicial à imagem, à
integridade física ou integridade
psíquica, sendo, portanto,
vantajoso respeitá-los.
• Tal razão funda-se na
espectativa de ganho, de
obtenção de vantagens, seja pela
possibilidade de coerção do
Estado, pela pressão social ou
pela reciprocidade. 17
Exigibilidade e Justiciabilidade dos Direitos
• A lógica que explica a recorrência da linguagem dos direitos na retórica de
governos, instituições, normas, políticas e mercado, é recente, ela marca o
que Norberto Bobbio chamou de Era dos Direitos;
• Mudança no modo de encarar a relação política, que antes tinha como centro
a figura do soberano, próprio dos estados absolutistas, e que agora passa a
considerar o cidadão e seus direitos.
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• Essa mudança promovida pela
modernidade, na qual ampliam-se os
sujeitos e o conjunto de Direitos, não é
acompanhada pela efetiva proteção e
garantia dos mesmos;
• Na defesa dos direitos humanos, isso
tem muita importância na atualidade,
significa fazer da exigibilidade – que é
a possibilidade de existência prática de
direitos – o ponto focal dos direitos
humanos;
• A exigibilidade (inclusive enquanto
justiciabilidade - a possibilidade de
exigir direitos face ao Poder Judiciário)
é, hoje, um imperativo na teoria e na
prática dos direitos humanos;
• Afinal, as declarações de direitos, as
constituições e as normas, de um modo
geral, deixam de possuir qualquer
significação prática se não tiverem a
possibilidade de efetiva aplicação.
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• Caminhar no sentido da
realização dos direitos humanos,
numa perspectiva indivisível,
significa enfatizar os direitos
humanos econômicos, sociais e
culturais - onde se circunscreve
o direito humano ao
desenvolvimento.
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Desenvolvimento num mundo de contradições
• O papel central do desenvolvimento é
superar a contradição entre realidades
diametralmente opostas, existentes no
mundo atual;
• Atualmente, a humanidade produz em
alimentos duas vezes aquilo de que é
capaz de consumir; o regime democrático
é predominante dentre a maior parte das
nações existentes; os direitos humanos e a
liberdade política são hoje parte recorrente
da retórica hegemônica;
• Vivemos, entretanto, em um mundo de
privações e opressão extraordinárias:
pobreza extrema, fomes coletivas crônicas,
violações de liberdades políticas,
negligência substantiva à condição de
sujeitos a homens e mulheres, e ameaças
crescentes à sustentabilidade
socioambiental, tanto em países ricos
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como pobres.
Direito Humano ao Desenvolvimento e
Desenvolvimento como Liberdade
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• “As desigualdades profundas causam
a invisibilidade dos submetidos a
pobreza extrema; a demonização dos
que ousam desafiar o sistema e a
imunidade dos privilegiados”;
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Invisibilizados
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Demonizados
• A demonização é caracterizada pelo uso maciço da força por parte do
Estado, ou pela ação da pistolagem, dos grupos de extermínio, com a
complacência do poder público contra demonizados suspeitos,
criminosos comuns ou movimentos sociais;
• Seres demonizados não se sentem compelidos a agir de maneira
lícita, haja vista o tratamento cruel que lhes é dispensado e a
diferença de tratamento dispensado aos mais privilegiados;
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Imunes
• Em uma sociedade
profundamente desigual, os
indivíduos mais privilegiados se
vêem acima da lei e imunes às
obrigações correlatas aos direitos
das demais pessoas e ao Estado.
Trata-se dos violadores de
direitos humanos e poderosos
corruptos impunes;
• A avalanche de denúncias
envolvendo políticos, servidores
públicos do alto escalão, juízes e
empresários, em comparação ao
baixíssimo número de
condenações efetivas, lança uma
pergunta perigosa: a lei e o
direito são uma farsa?
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Crise de eficácia dos direitos
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Conclusão
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