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I)INTRODUÇÃO
II) HISTÓRICO
1
Carey, Sean; Carrington, Walter. Explaining the Alexander Technique in conversation with Walter
Carrington & Sean Carey. London: Sheildrake Press, 1992, p.95.
Alexander percebeu que quando a coluna alongava, quando ele ficava
literalmente mais alto, a compressão da laringe diminuía e a voz e a
respiração melhoravam. Ele prosseguiu em seu estudo prático tentando
entender qual era a regra para aumentar ou diminuir a estatura. Notou que
a redução da estatura era causada por tensão excessiva e que fazer força
para ganhar altura não dava certo - quanto mais fazia força, mais encurtava!
Então, tentou trabalhar preventivamente, evitando o excesso de tensão.
Percebendo que o pensamento organizava os movimentos, desenvolveu uma
maneira de pensar, que chamou de não fazer, que desfaz a tensão excessiva
e resulta em descompressão e alongamento (qualidades do “up”). É essa
maneira de pensar, denominada na técnica inibição ou não fazer, que, de
forma indireta, abre o caminho para o “up”.
No jargão popular, dizemos que uma pessoa está “para cima” quando está
animada, otimista, positiva, e que está “para baixo” quando está
desanimada, pessimista, chateada. Dizemos também que a pessoa “tem a
cabeça no lugar” quando achamos que a pessoa leva a vida com equilíbrio, e
que “perdeu a cabeça” quando age de forma que nos parece descontrolada.
São, todas essas, expressões que associam a imagem corporal a um estado
mental. De fato, entre os muitos fatores que influem na postura, está o fator
mental/emocional. Emoções como tristeza e ansiedade desfavorecem o “up”;
bom humor e pensamentos positivos o favorecem. Leveza de movimentos,
respiração livre, equilíbrio, harmonia e bem estar são bons indicadores do
“up”.
2
Cacciatore, T.W. “Science and Alexander: Towards a Common Understanding” in Direction. London:
STAT-Books, 2002, 2:10, 24-33.
associadas ao alongamento da estatura. Infelizmente, descobri
que, na prática, eu reduzia a estatura muito mais que alongava
e, ao procurar uma explicação, vi que isso se devia à minha
tendência de inclinar a cabeça para baixo quando tentava levá-
la para frente a fim de alongar a estatura. Depois de fazer mais
experimentos, descobri, finalmente, que, para manter o
alongamento da estatura, era necessário que minha cabeça
fosse dirigida para cima e não para baixo, quando eu a levava
para a frente; em resumo, para alongar eu devia manter a
cabeça dirigida para a frente e para cima. Como se verá a
seguir, ficou provado que esse era o fator de controle
primordial3 do meu uso em todas as atividades.” 4
“Você toca o aluno para saber como ele está. Em termos muito
simples, você precisa ser capaz de dizer se eles estão indo para
cima ou para baixo, se eles estão fixados ou livres.”7
3
Por fator primordial Alexander quer dizer que essa condição está na base de todos os nossos
movimentos.
4
Alexander, Frederick Matthias. O Uso de Si Mesmo. São Paulo: Martins Fontes, 2010, PP.19,20,21.
6
Carey, Sean; Carrington, Walter. Explaining the Alexander Technique in conversation with Walter
Carrington &Sean Carey. London:Sheildrake Press, 1992, p. 54.
7
Carrington, Walter. Thinking Aloud edited by Jerry Sontag. San Francisco: Mornum Time Press, 1994,
pp.77-78.
“Se você parar de enrijecer o seu pescoço, o seu pescoço ficará
livre. Se você parar de puxar a sua cabeça para trás, a sua
cabeça irá para frente e para cima. Se você parar de puxar você
mesmo para baixo, você alongará e alargará. Se você parar de
puxar os seus joelhos para dentro, eles irão para frente e para
fora.” 8
8
Carrington, Walter. Thinking Aloud edited by Jerry Sontag. San Francisco: Mornum Time Press, 1994,
pp.75-76.
a um estado de liberdade e equilíbrio de corpo e mente que é a
base da performance efetiva em todas as atividades.9
“Dentro de todo homem tenso existe um livre que não sabe como
sair.”
10
Barlow, Marjory Alexander. “ The Teaching of F. Matthias Alexander” in More Talk of Alexander
edited by Dr. Wilfred Barlow. London: Mouritz, 1978, p. 8.
11
Ibid., p.14.
12
Ele prossegue: [...] “ Inevitavelmente, não é sempre que as pessoas conseguirão enfrentar situações
de estresse sem tensões musculares. Para todos sempre haverá situações em que a carga é demasiada
para lidar. Nesses casos você tem que fazer o melhor que puder e continuar se trabalhando.” Carey,
Sean; Nicholls, John. The Alexander Technique in Conversation with John Nicholls and Sean Carey.
Great Britain: private edition, 1991, pp.51-52.
padrões de tensão crônicos construídos no que é popularmente
designado como “postura”, destravar esses padrões crônicos de
tensão e assim liberar os mecanismos naturais de postura e
equilíbrio.13
13
Ibid., p.68.
14
Brown, Richard A. “The Research Contribution of Frank Pierce Jones” in The Scientific and
Humanistic Contributions of Frank Pierce Jones on the F. Matthias Alexander Technique. California:
Centerline Press, 1988, p.7.
15
Jones, Frank Pierce. “Learning How to Learn”. London: Sheildrake Press, 1974, p.9.
Goddard Binkley, químico, artista plástico, formado na técnica pelas mãos
de Alexander e de Walter Carrington. Em seu diário ele registra o primeiro
encontro com Alexander:
“Eu estive com ele nesta primeira visita por pouco mais de um
quarto de hora. Ele falou pouco enquanto usava suas mãos em
mim, fazendo algumas perguntas de vez em quando. O toque de
suas mãos era algo de que eu sempre lembrarei, gentil,
pressionando gradual e levemente aqui e ali. Em pé à minha
esquerda, ele pôs sua mão esquerda no topo de minha cabeça
enquanto sua mão direita explorava minhas costas
(cabeça/coluna). Eu senti como se ele percebesse todo o meu
ser. Ele me fez brilhar!”16
16
Binkley, Goddard. The Expanding Self. London: STAT-Books, 1993, p.38.
17
Ibid., p. 71.
18
Ibid., p. 128.
e direciona toda a estrutura. Ele é o movimento fundamental, é a chave para
entendermos a organização da nossa coordenação motora e do nosso
equilíbrio. Nas palavras de Alexander, o movimento primordial.19
“colapso” X “up”
19
Tradução do inglês “primary movement”.
“Invariavelmente, os músculos do pescoço estão super
contraídos, causando perda do equilíbrio livre da cabeça no
topo da espinha. Isso leva à super contração de alguns
músculos do tronco e falta de tono apropriado em outros. Isso
resulta em exagero das curvas naturais da espinha e pressão
nociva nas vértebras da coluna e nas articulações, acarretando
sobrecarga e desajuste dos membros com o tronco.”20
V) TRABALHANDO O “UP”
20
Barlow, Marjory Alexander. “ The Teaching of F. Matthias Alexander” in More Talk of Alexander
edited by Dr. Wilfred Barlow. London: Mouritz, 1978, p.5.
21
Sherrington, Sir Charles. The Endeavour of Jean Fernel (1946).Cambridge University Press, p. 89.
22
Alexander, Frederick Matthias. O Uso de Si Mesmo. São Paulo: Martins Fontes, 2010, p. 75.
uma referência que servirá como base de comparação. Esse processo é
essencial, pois os nossos hábitos, uma vez adquiridos, nos parecem naturais,
não conseguimos perceber o que precisa mudar e nem como mudar. Uma vez
conhecendo, pelas mãos do profissional, o “up”, a pessoa passa a ter
condições de lidar com suas tensões, digo, entender se está “up” ou em
colapso.
23
Vieira, Regina Camargo. Técnica de Alexander: Postura, equilíbrio e movimento. São Paulo: Terceiro
Nome, 2009, p. 46.
24
Vieira, Regina Camargo. Técnica de Alexander: Postura, equilíbrio e movimento. São Paulo: Terceiro
Nome, 2009, p. 88.
dores nos joelhos; na yoga: maior amplitude nos alongamentos, sem forçar as
articulações.”25
VI) CONCLUSÃO
Enquanto escrevia este artigo, lembrei-me de algo que uma vez li, de
Sófocles:
No original em inglês:
25
Ibid., p. 64.
26
Dudley Fitts and Robert Fitzgerald, The Antigone of Sophocles. New York: Harcourt, Brace & Co.,
1939, p.48.
páginas), mas para ser bem sucedida nossa coordenação
precisa levar em conta o conhecimento sobre cada situação
específica. [...] Porque nós nos equilibramos e nos movemos
pelo mundo tão eficientemente (nosso uso pode ser terrível
mas nós não caímos com freqüência), nós não temos
consciência da sofisticação do que fazemos.”27
BIBLIOGRAFIA
27
Cacciatore, T.W. “Science and Alexander: Towards a Common Understanding” in Direction. London:
STAT-Books, 2002, 2:10, pp.24-33.
Brown, Richard. The Scientific and Humanistic Contribution of Frank Pierce
Jones on the F. Matthias Alexander Technique. California: Centerline Press,
1988.
Little, P., Lewith, G., Webley, F., Evans, M., Beattie, A., Middleton, K.,
Barnett, J., Ballard, K., Oxford, F., Smith, P., Yardley, L., Hollinghurts, S.,
Sharp, D., “Randomized controlled trial of Alexander technique lessons,
exercise and massage (ATEAM) for chronic and current back pain”, BMJ,
2008 Aug 19; 337: a884.
Payne, Peter. Martial Arts, The spiritual dimension. London: Thames and
Hudson Ltd., 1981.