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16/11/2018
A História é Científica, e tem como objeto de estudo algo que não é real, no sentido de
ser alguma coisa cronológica ou conceitual. Ela opera em formas, facilitando assim o
trabalho dos historiadores, que tentam dar sentido ao passado.
As formas são contextos que tem como base: modelos e teorias interpretativas de certos
documentos que são admitidos ou aceitos como válidos pelos escritores e leitores. Mas,
é preciso ter em mente como os historiadores escrevem História. Ela é pensada como
realizações da história: ou seja, o passado que realmente aconteceu, ou sua
reconstrução. Porém os historiadores não podem reconstruir a passado por completo,
pois ele nos é inacessível. O único acesso que temos ao passado é através de objetos,
textos ou recordações que estão presentes nos dias de hoje.
Tais vestígios, contudo, não importa sua quantidade ou qualidade são de grande
importância para o historiador, esses vestígios são como uma luz na escuridão:
desordenados, caóticos e irregulares. Com essas mediações podemos viajar até o
passado sem poder vê-lo. Mas sempre terá um custo, pois existem realidades que não
deixaram vestígios, que desapareceram completamente. Mas até mesmo o que
sobreviveu até esse tempo, só nos permite representar o passado de um modo indireto.
A História Antiga foi desenvolvida por pensadores do Renascimento. Uma ruptura que
dava certo sentido à História, como recuperação de algo perdido durante a chamada:
História Medieval. Afiliando assim o mundo contemporâneo a Europa dos séculos XV-
XVI, com um certo passado.
Mas existem problemas com essa forma eurocêntrica, problemas mais conceituais. O
que pode ser considerado como História da Europa, dentro da História Antiga não está
totalmente claro. Não há nenhuma continuidade social ou política entre o mundo da
História Antiga e a Europa contemporânea. A História Antiga é eurocêntrica, mas não é
em absoluto, a História da Europa.
O critério que define a História da Grécia é mais complexo, pois não é a História de um
país específico ou de um território. A cultura grega é bastante diversa e nunca
correspondeu a uma sociedade uniforme ou a um Estado unificado.
A História de Roma tem suas dificuldades específicas, pois ela só faz sentido no
contexto de um mundo de outras cidades e Impérios. Seu Império não se constitui de
uma vontade única na História, mas das próprias fraquezas e necessidades do mundo ao
seu redor.
Roma significa tanto uma cidade como um Império. E muitas Histórias de Roma,
constitucionais ou políticas, não se preocupam com essa ambiguidade. Sob o Império
romano, não há uma única sociedade ou economia, e sim, uma diversidade de idiomas,
costumes, culturas e sociedades. Conforme a sucessão dos Imperadores, não se
consegue unificar essa vasta variedade cultural das múltiplas Histórias que podemos
identificar no seu interior.
Existem varias fontes da Antiguidade que os historiadores podem usar em seu trabalho,
como: papiros, moedas e vestígios arqueológicos. Mas as fontes mais importantes, que
moldam a constituição da própria concepção da História Antiga, são os livros
produzidos ao longo de mais de um milênio. Esses livros não foram produzidos num
mesmo tempo e lugar, e não representa nenhum período ou sociedade particular. Mas
são memórias expandidas de inúmeras sociedades ao longo do tempo.