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GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
GOIÂNIA
OUTUBRO DE 2018
CENTRO UNIVERSITÁRIO ALVES FARIA (UNIALFA)
GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
GOIÂNIA
OUTUBRO DE 2018
CENTRO UNIVERSITÁRIO ALVES FARIA (UNIALFA)
GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
AVALIADORES:
___________________________________________________________________
Prof.ª Ma. Edna Perpétua dos Santos – UNIALFA
(Orientadora)
___________________________________________________________________
Prof.Esp.Charlles de Morais Borges – UNIALFA
___________________________________________________________________
Profa. Esp. Flávia Silveira de Melo – UNIALFA
GOIÂNIA
OUTUBRO DE 2018
Agradeço a Deus por ter chegado até aqui.
Aos poucos amigos que fizemos durante o curso e aos professores que nos guiaram.
Na maturidade, comprovei o quanto é mesmo verdade que a humana evolução e
sua sustentabilidade só acontece se existir amor, aceitação, gratidão, resignação e
perdão pela compreensão da própria limitação.
Guria da Gaucha Poesia
RESUMO
SANTOS, Maria Rosa Fernandes; COSTA, Tamyrys Vieira; FREITAS, Viviane Vieira
de. Coleta seletiva em Goiânia: o destino do reciclável. Trabalho de Conclusão de
Curso. 59 f. Graduação em Administração do Centro Universitário Alves Faria
(UNIALFA). Goiânia, 2018.
SANTOS, Maria Rosa Fernandes; COSTA, Vieira Tamyrys; FREITAS, Viviane Vieira
de. The challenge of being sustainable in Brazil: A Case Study at COMURG.
Completion of course work. 41 f. - Graduation in Administration Goiania, 2018.
This work aims to know and write the process of selective collection in the city of
Goiania in order to identify its contribution to the reduction of damages to the
environment. For that, a basic, descriptive and qualitative methodology was chosen.
Documental surveys on sites and with some actors of the process, as well as the in-
depth interview with others were necessary to the progress of the research. It was
observed that the process, started in 2008, has functionality and good acceptance in
the city and that, as indicated in the literature, the final step is the transformation of
waste into recyclable material again. However, no more concrete data or figures
were presented on the actual situation of selective collection and its contribution. It is
concluded that, for the effectiveness of the research, such data would be relevant,
however, the qualitative analysis presented here may support new studies, since it is
a basic research, it serves its purpose.
INTRODUÇÃO ............................................................................................................8
1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 11
1.1.1 Resíduos Sólidos Urbanos Recicláveis ............. Erro! Indicador não definido.6
1.2 A coleta seletiva.................................................................................................18
1.2.1 Atores da Coleta Seletiva ................................................................................. 22
1.2.2 Destinação dos resíduos na coleta seletiva......................................................24
2 METODOLOGIA E APRESENTAÇÃO DOS DADOS COLETADOS .................... 27
3 DISCUSSÃO, ANÁLISE E AVALIAÇÃO DOS DADOS COLETADOS ................. 28
3. 1 Panorama do “lixo” no Brasil .......................................................................... 28
3.2 A coleta seletiva em Goiânia ............................................................................ 29
3.3 A destinação dos resíduos da Coleta Seletiva................................................33
CONCLUSÃO ........................................................................................................... 38
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 40
APENDICE.................................................................................................................42
INTRODUÇÃO
Também podem ser classificados segundo outros critérios, como suas origens
(ABNT, 2004).
a) Resíduos domiciliar
b) Agrícola
c) Comercial
d) Industrial
e) Entulho
f) Resíduos públicos de varrição
g) Resíduos de mineração
h) Resíduos de portos, aeroportos, rodoviários e ferroviários.
Outra classificação prevista na norma é segundo a classe do resíduo.
a) Resíduos gerados por construção civil e que podem ser reaproveitados,
como tijolos, placas, telhas, vidros e madeiras etc.
b) Resíduos mais comuns que poder ser reciclados tais como plásticos,
papel, papelão, metais, vidros, madeiras etc.
c) Resíduos que ainda não podem ser reciclados, pois ainda não tem a
tecnologia que permitem que eles sejam reaproveitados.
d) Resíduos considerados perigosos gerados por construções, reformas e
até de clinicas radiológicas, exemplo: tintas, óleos, solventes e materiais de clinicas
de radiologia.
O quadro 2 mostra um resumo dos tipos de resíduos, seus principais geradores,
possíveis tratamentos ou destinações e atores responsáveis pela coleta e
tratamento.
E como este trabalho visa tratar especificamente de um tipo de resíduo, que
são os resíduos comuns recicláveis, de origem domestica, industrial ou comercial
este será tema da próxima seção.
Quadro 2 – Características dos resíduos sólidos e da sua gestão
Resíduos sólidos Fontes geradoras Resíduos produzidos Responsável Tratamento e disposição
final
Domiciliar (RSD) Residências, Sobras de alimentos, produtos deteriorados, lixo de banheiro embalagens de papel, Município 1. Aterro sanitário 2.
edifícios, empresas, vidro, metal, plástico, isopor, longa vida, pilhas, eletrônicos baterias, fraldas e outros Central de triagem de
escolas recicláveis 3. Central de
compostagem 4. Lixão
Comercial Comércios, bares, Embalagens de papel e plástico, sobras de alimentos e outros Município 1. Aterro sanitário 2.
Pequeno gerador restaurantes, define a Central de triagem da
empresas quantidade coleta seletiva
3. Lixão
Grande gerador Comércios, bares, Embalagens de papel e plástico, sobras de alimentos e outros Gerador 1. Aterro sanitário 2.
(maior volume) restaurantes, Central de triagem de
empresas recicláveis
3. Lixão
Público Varrição e poda Poeira, folhas, papéis e outros Município 1. Aterro sanitário 2.
Central de
compostagem 3. Lixão
Serviços de Hospitais, clínicas, Grupo A – biológicos: sangue, tecidos, vísceras, resíduos de análises clínicas e Município e
saúde (RSS) consultórios, outros Grupo B – químicos: lâmpadas medicamentos vencidos e interditados, Gerador 1. Incineração 2. Lixão
laboratórios, outros termômetros, objetos cortantes e outros Grupo C – radioativos Grupo D – comuns; 3. Aterro sanitário 4.
não contaminados; papéis, plásticos, vidros, embalagens e outros Vala séptica 5. Micro-
ondas 6. Autoclave 7.
Central de triagem de
recicláveis
Industrial Industrial Cinzas, lodos, óleos, resíduos alcalinos ou ácidos, plásticos, papel, madeira, fibras, Gerador 1. Aterro industrial 2.
escórias e outros Lixão
Portos, Portos, aeroportos, Resíduos sépticos, sobras de alimentos, material de higiene e asseio pessoal e Gerador 1. Incineração 2. Aterro
aeroportos, terminais outros sanitário 3. Lixão
terminais
Agrícola Agricultura Embalagens de agrotóxicos, pneus e óleos usados, embalagens de medicamentos Gerador Central de embalagens
veterinários, plásticos e outros vazias do Inpev3
Construção civil Obras e reformas Madeira, cimento, blocos, pregos, gesso, tinta, latas, cerâmicas, pedra, areia e Município e 1. Ecoponto 2. Área de
(RCC) residenciais e outros gerador transbordo e triagem
comerciais pequeno e (ATT) 3. Área de
grande reciclagem 4. Aterro de
RCC e lixões
Fonte: Jacobi e (2011)
1.1.1 Resíduos Sólidos Urbanos Recicláveis
Resíduos Sólidos Recicláveis (RSR) são aqueles que podem ser tratados,
transformados e reciclados e usados como matéria prima novamente na fabricação
de produto novos (PORTAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS, 2013).
Segundo a Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Goiás
(SECIMA) são considerados resíduos recicláveis todos aqueles que podem ser
reaproveitados e comercializados, já aqueles que não podem ser reciclados ou
reutilizados são chamados de rejeitos (GOIÁS, 2018).
Vgresíduos (2017) complementa que resíduos sólidos urbano, conhecido por
lixo urbano, são aqueles oriundo de tarefas domésticas e comerciais. A composição
depende das condições de vida de cada pessoa.
Existem vários tipos de resíduos quanto sua origem. Os resíduos sólidos
urbanos são os mais comuns, são originados da atividade doméstica e limpeza
urbana. Como já mencionado, existem os resíduos industriais, que são gerados das
indústrias. Também existem os resíduos de serviço de saúde, que são advindos de
hospitais, laboratórios e medicamentos. Os resíduos da contrução civil, que são
gerados de reformas e demolições de obras. Os resíduos de serviços de transportes
são gerados de terminais, rodoviárias etc. E por fim, os resíduos de mineração, que
são advindos das minerações e extrações (VGRESÍDUOS, 2017).
Existem algumas formas de se trabalhar com os resíduos sólidos urbanos, e
acredita-se que a alternância destas formas, segundo as características de cada
localidade pode ajudar na diminuição dos danos causados ao meio ambiente.
Uma delas é o conjunto chamado de Tres “R´s” da sustentabilidade: Reduzir,
Reutilizar e Reciclar (SUSTENTAHABILIDADE, 2017).
Reduzir: Fazer compras que são necessárias assim evitando o desperdício.
Seria a compra consciente para o melhor funcionamento das finanças e do meio
ambiente.
Reutilizar: Reutilizar é colaborar para um melhor desenvolvimento do planeta.
Às vezes joga-se muita coisa fora e não se pensa sobre uma possível reutilização.
Por exemplo, roupas rasgadas que podem ser costurados, sapatos descolados que
podem ser consertados. Algum móvel que pode ser doado.
Reciclar: Reciclar é gerar renda para quem trabalha com reciclagem. É
transformar resíduos em novas ferramentas.
Os chamados 3R’s foram apresentados na Agenda 21 e tinham como objetivo
a gestão sustentável de resíduos sólidos as seguintes ações e práticas: redução (do
uso de matérias primas, energia e desperdício nas fontes geradoras), reutilização
direta de produtos e reciclagem de materiais” (SILVA et al, 2017).
Essas três práticas tendem a reduzir o quantitativo de resíduo disposto na
natureza e permitir a transformação de alguns resíduos em um novo produto.
Baseiam-se no princípio de que a redução da geração de lixo, por meio da redução
de consumo, produz mais economia do que a reciclagem de materiais após o seu
descarte. O principal objetivo da política dos 3R’s é a sensibilização das pessoas
para uma tomada de consciência na correta gestão dos resíduos urbanos e
industriais (ALKMIM, 2015 apud SILVA et al, 2017).
Como evolução dos 3R´s o Ministério do Meio Ambiente (MMA) lançou o
programa 5 R´s, acrescentando os “R´s”: repensar e recusar, como adicionais
reflexivas ao processo de geração de resíduos. Enquanto os três primeiros tratam do
uso caracterizado de algum bem ou serviço (ainda que com diminuição), os atos de
repensar seus valores e crenças e até recusar-se ao processo de compra em prol de
do desenvolvimento sustentável é o objetivo do Governo Federal (SILVA et al, 2017).
Outras formas de tratamento de resíduos, mais próximas àquelas usadas neste
trabalho também são descritas a seguir (VGRESÍDUOS, 2017)
Reciclagem: Quando esses resíduos são tratados, reciclada e introduzida
novamente no mercado.
Copostagem: É o precesso bilogico de decomposição, um tratamento feito
com restos de alimentos, animal, vegetal e o resultado é um composto usado no
solo no meio rural sem provocar riscos ao meio ambiente.
Aterro sanitário: é a forma de disposição final dos residios sólidos no solo,
são feitos em camadas cobertas com material inertes de acordo com as normas
para evitar danos a saúde da população e danos ao meio ambiente.
Incineração: é o processo que reduz o peso e o volume do lixo pela a
combustão controlada, no Brasil essa técnica é usada somente para os resíduos
hospitalares.
É importante ressaltar que os municípios devem ter programas de reciclagem,
que também devem ser expandidos e facilitados no país, para que se possa
minimizar o consumo de recursos naturais que não podem ser reparáveis. A
reciclagem de resíduos sólidos é uma opção favorável para a conservação dos
recursos naturais, para gerar rendas e empregos, economizar energia e o principal
reduzir os resíduos no aterro sanitário (O`LEARY ET AL., 1999; GOIÁS, 2018).
Concordando com essa postura o Conselho Regional do Meio Ambiente
(CONAMA) também reforça que a reciclagem de resíduos sólidos deve ser
incentivada e seu crescimento facilitado no Brasil, pois o uso dos recursos naturais
tem tido uma grande demanda e o incentivo a reciclagem podem diminuir os
impactos na natureza causados pelo uso excessivo dos recursos naturais (AGENDA
21 PARANÁ, 2016).
Para atender a demanda por reciclagem surgiu a coleta seletiva, tema da
próxima seção.
1
Gravimetria é uma área da química que consiste em determinar a quantidade proporcionada de um
elemento, radical ou composto presente em uma amostra, eliminando todas as substâncias que
interferem e convertendo o constituinte ou componente desejado em um composto de composição
definida, que seja suscetível de se pesar.
E como os números apontam para o crescimento da prática no Brasi, serão
apresentados alguns dos atores mais importantes e atuantes neste crescimento.
Como já foi visto, não existe apenas uma destinação para os resíduos sólidos
urbanos. Segundo sua classificação, destinações distintas podem ser adotadas. Na
coleta seletiva, contudo, os tratamentos padronizados são: aterro sanitário,
incineração, compostagem e reciclagem.
Inicia-se pela reciclagem, que é o principal destino do material analisado neste
estudo.
Reciclagem é o processo de transformação dos resíduos sólidos com alteração
de suas propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas, de modo a transformá-
los em insumos ou novos produtos, observadas as condições e os padrões
estabelecidos pelos órgãos competentes (PNRS, 2010).
Nogueira (2010) simplifica dizendo que é o resultado da separação de
materiais que voltarão ao processo industrial para geração de produtos em novo
formato.
A coleta seletiva é um dos principais instrumentos para aumentar a reciclagem
e reduzir a disposição de resíduos em aterros é a coleta seletiva, considerando que
é “a coleta de resíduos sólidos previamente segregados conforme sua constituição
ou composição” e que materiais recicláveis que não devem ser misturados ao lixo
orgânico, para fins de reaproveitamento (NOGUEIRA, 2010; PNSR, 2010).
Como já foi dito, diversos atores participam da coleta setiva, mas a separação
dos materiais passíveis de reciclagem é de responsabilidade dos geradores. E deve
ser feita com muita atenção e cuidado quanto ao manuseio e à higienização, por
todos os atores da sociedade, pois muitos objetos não se submetem ao processo de
reciclagem, tais como cerâmica, vidro pirex, acrílico, lâmpadas fluorescentes, papéis
plastificados, metalizados ou parafinados (embalagens de biscoito, por exemplo),
papel-carbono, fotografias, espelhos, pilhas e baterias de celular, fitas e etiquetas
adesivas, guardanapos e papel toalhas usados, copos de papel, embalagem
emplastificadas, cabos de panela e tomadas, clipes, grampos, esponjas de aço,
canos, porcelana, gesso, que devem ser reaproveitados, quando possível, caso
contrário, serão encaminhados aos “lixões” ou aterros sanitários (NOGUEIRA,
2010).
Após a separação, os resíduos da coleta seletiva são encaminhados para as
centrais de triagem, locais que dividirão os materiais de acordo com a tipologia para
posterior comercialização para as indústrias de recicladoras.
Reciclar é dar um melhor caminho aos resíduos jogados no lixo, uma solução
mais proveitosa e lucrativa, pois gera benefícios a todos. Traz o consumo de energia
e também de recursos naturais. É a reintrodução do resíduo no encadeamento de
produção. Proporciona dimunição do volume de resíduos aterrados, preservação
dos recursos naturais, economia de energia, diminuição dos níveis de poluição da
água e do ar e geração de empregos nas indústrias recicladoras (BRASIL, 2018;
SARODI, 2005).
A contribuição da reciclagem pode gerar diminuição da necessidade de
extração de novos recursos naturais. Para a fabricação das latinhas de alumínio, por
exemplo, a reciclagem proporciona uma economia de 90% de bauxita para cada
latinha nova posta no mercado, além de gerar cinco vezes mais empregos do que os
gerados na extração da matéria-prima virgem (NOGUEIRA, 2010).
A reciclagem é o destino final predominante na coleta seletiva e existem varias
formas de fazê-la, dependendo do produto original, que será reciclado. É importante
de seu conceito, pois, na reciclagem, vidro volta a ser vidro, papel volta a ser papel,
etc. O quadro 5 mostra como podem ser feitos processos de reciclagem de
diferentes materiais.
Quadro 5 – Processo de Reciclagem por tipo de material
Papel/papelão Pláticos Vidros Metais
São os resíduos mais Separação dos Separar, por processos Aluminio, latas de aço
comuns e através de elementos químicos e mecânicos, (ferrosas) e
processos químicos e reaproveitáveis o vidro comercializável embalagens longa
mecânicos suas fibras geralmente por das impurezas que Vida. Passam por
de celulose são precessos químicos nele são inseridas processos físicos e
extraídas e (densidade, ensaios de (lixo) e de pláticos ou químicos que separam
comercializadas. As queima) a fim de outros elementos que os metais das
embalagens longa vida disponibilizá-los para podem causar bolha e impurezas e no caso
são ótimas geradoras comercialização. diminuir seu valor de das embalagens longa
destas fibras, mesmo Geralmente todos os revenda. vida separam-se os
caracterizadas como tipos são tratados em componentes também.
metais. conjunto.
Fonte: elaborado pelas autoras (2018)
As demais formas de tratamento de resíduo previstas na coleta seletiva estão
dispostas no quadro 6 abaixo.
Trata-se de uma pesquisa básicia, que visa contribuir para o avanço da ciência
através de um estudo empírico para mapear o fluxo dos resíduos sólidos urbanos
retirados do meio ambiente via coleta seletiva, na cidade de Goiânia (MENDONÇA,
ROCHA E NUNES, 2008)
Quanto ao objetivo o projeto é descritivo, uma vez que fará o relato do caso e
sua confrontação com a teoria, sem com tudo, interferir nos resultados.
Trata-se de um levantamento teórico e documental sobre um processo
realizado pela Prefeitura de Goiânia e contou também com a participação de
diversos atores.
a) COMURG – Entrevista com Responsável pela operacionalização da
Coleta Seletiva, Sr. Dari, em 10/07/18, para entendimento de como funciona o
processo. APÊNDICE A.
b) CORMUG – Entrevista com engenheira Fabíola para compreender o
início e a implantação da Coleta Seletiva, bem como conseguir dados relativos a ela.
Também para a compressão do papel de cada ator no processo de coleta seletiva
em Goiânia. Não está transcrita.
c) COOPERATIVA RAMA – entrevista com presidente, Sra. Dulce Helena,
em 04/09/18, para compreensão do papel da Cooperativa no processo de
reciclagem do lixo. APENDICE B.
d) RECICLADORA COPEL – entrevista com Sr. Roberto Domingos Junior,
presidente da Recicladora, para compreender os processos físicos e químicos pelos
quais passam o material durante a reciclagem. APÊNDICE C.
O quadro 7 apresenta o resumo da metodologia aplicada neste trabalho quanto
a finalidade, objetivo, abordagem e técnica utilidades.
Quadro 7 – Resumo da metodologia
QUANTO A FINALIDADE
Báscia: voltada para o avanço da ciência
QUANTO AO OBJETIVO:
DESCRITIVA: visa apresentar os fatos sem neles interferir
QUANTO A ABORDAGEM DO PROBLEMA
Qualitativa: busca observar e descrever sobre os fenômenos do meio ambiente.
QUANTO AS TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS UTILIZADOS
Bibliografia: Utiliza material já publicado e disponível em diferentes fontes.
Levantamento: uso de dados secundários para traçar panorama do setor
Documental: acesso a documentos os atores entrevistados para analise
Entrevistas em profundidade com atores ligados à coleta seletiva
Fonte: Elaborado pelos autores a partir de Mendonça, Rocha e Nunes (2008).
3 DISCUSSÃO, ANÁLISE E AVALIAÇÃO DOS DADOS COLETADOS
2
O índice é um “termômetro” que visa medir a aderência da gestão de uma cidade às premissas da
PNRS.
também tenha atingido pontuação máxima, o fato de Goiás não estar presente
merece atenção. Bem como o fato da região Sul do Brasil concentrar 80% dos
municípios presentes no TOP 50 do índice.
Em Goiás, os melhores índices foram encontrados nas cidades de Aparecida
de Goiânia, Goiânia e Anápolis, respectivamente. Em relação à taxa de recuperação
de resíduos (que tem relação com a coleta seletiva) Goiás fica com a taxa de 1,99%,
contra a taxa de 8,9% do Estado do Parána (a mais alta do Brasil). Ainda que
pareçam discrepantes essas taxas estão muito distantes das médias de alguns
países, como Alemanha e Áustria, que concentram taxas de 50% de recuperação de
resíduos (SELU, 2018).
3
Materia publicada no Jornal Opção de Goiânia em 13/05/18 e confirmada pelos entrevistados da
Comurg e Cooperativa. Em valores médios.
3.3 A destinação do resíduo da Coleta Seletiva
4
Comprimido.
O diretor da recicladora visitada, COPEL, explicou que existem alguns tipos de
reciclagem, cuja explicação vem a seguir.
a) Reciclagem mecânica: consiste em transformar o material sem alterar sua
estrutura, é usada para reciclar plásticos para dar lugar a uma nova embalagem.
Também recicla pisos e mangueiras com essa técnica. A técnica em si consta de
quatro etapas: fragmentação, lavagem e separação, secagem e extrusão e
aquecimento, em os fragmentos já secos são aquecidos e transformados em matéria
– prima novamente.
b) Reciclagem energética: consite na queima de residios que podem substituir o
óleo diesel que é usado para o funcionamento da usina;
c) Reciclagem química: que é feita pela a separação das moléculas que compõe
o material e para que isso aconteça pode se usar a hidrogenação, gaseificação,
pirólise, quimólise. Em todas essas etapas o resíduo passa por um tratamento
químico de acordo com a sua necessidade até voltar a ser matéria – prima
novamente.
A COPEL possui vários tipos de equipamentos para atender a necessidade das
coletas, como: caminhões com guindaste garra para fardos, roll-on-roll-off para
transporte de compactadora de lixo estacionária, caçambas e pranchas, triturador
para documentos sigilosos, empilhadeiras, caminhonetes tipo três quartos,
caminhões truck, prensas elétricas verticais e horizontais etc., além de equipe
experiente no segmento de recicláveis.
Os veículos chegam com os resíduos e são pesados em balança rodoviária
eletrônica, cuja fidelidade é garantida pela certificação e fiscalização periódica do
INMETRO. Nesta primeira pesagem afere-se o peso de entrada. Em seguida, o
veículo se desloca para área específica de descarga, de acordo com o tipo e volume
do material que esteja transportando. Uma vez descarregado, o veículo retorna para
a balança para o fechamento do peso.
a) Separação
Os resíduos normalmente chegam à empresa com impureza de toda natureza
e podem apresentar também presença de teor de umidade acima do recomendado.
Para atender às exigências de mercado e que são parametrizadas, como por
exemplo, no caso do papel e papelão, pelas normas técnicas da ABNT, o material
passa por um processo de desagregação (ABNT, 2007).
Nesta fase há uma significativa transformação das características do produto,
pois um item que a princípio não seria passível de reciclagem, torna-se
perfeitamente reaproveitável pela segregação de suas partes. A empresa trabalha
com a segregação química e mecânica dos materiais, métodos consolidados na
teoria (CEMPRE, 2014).
Ele cita como exemplo o caso de bolsas de soro fisiológico (refugadas de
processos industriais que não tenham sido utilizadas como produto final) cuja
composição possui matérias de natureza diversas, como PVC flexível, Polipropileno,
Polietileno etc. Quando separados, esses materiais podem ser reaproveitados em
processos específicos de reciclagem. Portanto, a segregação ou separação química,
indicada para o plástico, provoca uma transformação parcial do resíduo em matéria-
prima, convertendo, como já dito, lixo em material reaproveitável (CEMPRE, 2014).
b) Prensa
A prensagem é feita por equipamento industrial de alta potência força/ton/hora.
O empacotamento do fardo se conclui com a amarração do mesmo utilizando-
se fitilhos plásticos reforçados ou arames recozidos.
c) Armazenamento
O produto acabado, enfim transformado em matéria prima secundária, pronta
para ser reutilizada, é transportado por empilhadeiras até área específica de
estocagem, dentro do depósito (galpões) com piso de concreto e cobertura, ficando
devidamente e obrigatoriamente protegido. Os fardos são empilhados para aguardar
carregamento.
d) Comercialização/Expedição:
As embalagens e fardos após estocagem estão prontos para serem carregados
em caminhões de transporte, através do uso de empilhadeiras. O destino final são
as indústrias de reciclagem principalmente sediadas nos estados do Sul e Sudeste.
É importante reforçar que não se trata da fabricação de novos produtos, mas
da preparação do resíduo sólido reciclável em como matéria-prima viável e eficaz
para a transformação em produtos novos.
Percebe-se que o fluxo dos resíduos em Goiânia é similar ao verificado em
outras capitais e que, apesar do volume incipiente a reciclagem ainda parece ser a
opção mais vantajosa para o destino do lixo no Brasil, considerando suas
características e extensão, pois o uso dos recursos naturais tem tido uma grande
demanda e o incentivo a reciclagem podem dimiuir os impactos na natureza
causados pelo uso excessivo dos recursos naturais (AGENDA 21, RIO 92)
A figura 3 sintetiza o fluxo dos resíduos sólidos urbanos na cidade de Goiânia.
Figura 3 – Fluxo dos Resíduos Sólidos Urbanos na Cidade de Goiânia
Geradores de
resíduos (Pessoas
físicas e jurídicas)
Resíduos recicláveis
(papel, plático, vidro,
embalagens longa
vida .
Cooperativas de
lixo
Separam,
Fonte: elaborado pelas autoras (2018) classificam e
agrupam para as
Recicladoras
Esta pesquisa tinha por objetivo geral conhecer e descrever a destinação dos
resíduos sólidos coletados via coleta seletiva, bem como os resultados desta
destinação para o meio ambiente, na cidade de Goiânia. Em relação ao
conhecimento e descrição, percebe-se que o objetivo foi atingido, uma vez que o
processo foi descrito e seus diversos atores, bem como o papel de cada um e a
destinação final do lixo no Estado foi efetivada com sucesso.
Contudo, a segunda parte do objetivo geral, que era identificar os resultados
desta coleta para o meio ambiente na cidade de Goiânia não foi concluída pois não
foram localizados dados secundários atualizados e a COMURG não disponibilizou
números ou dados que pudessem apontar o quanto, do total de resíduos coletados
na cidade, é reciclada via coleta seletiva. Apesar de afirmarem possuir tais dados,
não houve condições de apresenta-los.
Quanto ao primeiro objetivo específico que foi descrever todo o processo de
coleta seletiva na cidade de Goiânia (desde sua implantação até o estado da arte)
entende-se que também foi alcançado parcialmente, uma vez que o programa, seus
objetivos, seu ínicio e evolução foram relatados, mas também não houve números
que comprovassem (dados em série) como essa evolução aconteceu.
Entende-se que a identificação dos atores e etapas pelos quais passam os
resíduos até chegarem a seu destino final foi concluída com êxito, uma vez que
todos foram identificados e estão caracterizados em conformidade com a literatura.
E quanto ao ultimo objetivo específico, que foi conhecer o tratamento dado
aos resíduos, bem como os impactos deste tratamento sobre o meio ambiente na
cidade, também foi concluído parcialmente, considerando que, qualitativamente, o
tratamento dos resíduos coletados até chegarem ao ponto de serem consumidos
novamente foi descrito, porém, da mesma forma que os objetivos anteriores, não
foram apresentados dados que apontassem como esse tratamento está contribuindo
para a diminuição da degradação do meio ambiente.
Muitas limitações foram percebidas no desenvolvimento deste trabalho e
dentre elas, destacam-se: a falta de dados ou números mais concretos para
mensuração dos resultados da coleta seletiva na cidade de Goiania; a dificuldade de
acesso ao detalhamento sobre o processo de reciclagem (processo final).
Sugere-se novas pesquisas, talvez só com dados números que apontem para
o real panorama da coleta seletiva em Goiânia, uma vez que o modelo qualitativo
apenas é insuficiente para essa demonstração.
Uma pesquisa que deve ser bem relevante é com os geradores de resíduos.
Conhecer sua percepção, nível de engajamento com a causa sustentável e
principalmente nível de conhecimento do programa pode ser útil na tomada de
decisão pelo poder público (prefeitura de Goiânia).
Outra ação que talvez seja relevante é a divulgação ou o retorno da
comunicação massificada sobre coleta seletiva. Locais de PEV´s, datas que os
caminhões passarão em cada bairro, como separar o lixo no local de origem e
outras informações devem ser cotidianamente lembradas ao público. Principalmente
se for considerado que novas gerações assumem novas configurações com o tempo.
Pesquisas sobre o papel ou contribuição de cada ator em separado também
podem ser objeto de bons estudos, bem como um panorama da coleta seletiva em
Goiânia em relação à coleta seletiva no Brasil.
Assim, finda-se este trabalho com a relação da bibliografia utilizada.
REFERÊNCIAS
IBGE. Tabela 110 - Quantidade diária de lixo coletado, por unidade de destino
final do lixo coletado, segundo as Grandes Regiões, Unidades da Federação,
Regiões Metropolitanas e Municípios das Capitais – 2000. Disponível em: <
https://ww2.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/pnsb/lixo_coleta
do/lixo_coletado110.shtm>. mar.2018.
JORNAL OPÇÃO. Prefeitura não amplia a coleta seletiva e Goiania não recicla
nem 5% do total do lixo. Disponível em: <
https://www.jornalopcao.com.br/reportagens/prefeitura-nao-amplia-coleta-seletiva-e-
goiania-nao-recicla-nem-5-total-lixo-30615/>.Acesso em 14 mar.2018.
Material separado:
Os resíduos normalmente chegam à empresa misturados com impureza de
toda natureza e pode apresentar também presença de teor de umidade acima do
recomendado. Para atender as exigências de mercado, que são parametrizadas,
como por exemplo, no caso do papel e papelão, pelas normas técnicas da ABNT
(NBR 15483 e 15484), o material passa por um processo de desagregação. Nesta
fase há uma significativa transformação das características do produto, pois um item
que a princípio não seria passível de reciclagem, torna-se perfeitamente
reaproveitável pela segregação de suas partes. Vejamos, por exemplo, o caso de
bolsas de soro fisiológico (refugadas de processos industriais que não tenham sido
utilizadas como produto final) cuja composição possui matérias de natureza diversas,
como PVC flexível, Polipropileno, Polietileno etc. Os mesmos, sendo separados,
podem ser reaproveitados em processos específicos de reciclagem. Portanto, a
segregação ou separação provoca uma transformação parcial do resíduo em
matéria-prima, convertendo, como já dito, lixo em material reaproveitável.
Prensa:
A prensagem é feita por equipamento industrial de alta potência força/ton/hora.
O empacotamento do fardo se conclui com a amarração do mesmo utilizando-
se fitilhos plásticos reforçados ou arames recozidos.
Armazenamento:
O produto acabado, enfim transformado em matéria prima secundária, pronta
para ser reutilizada, é transportado por empilhadeiras até área específica de
estocagem, dentro do depósito (galpões) com piso de concreto e cobertura, ficando
devidamente e obrigatoriamente protegido.
Os fardos são empilhados para aguardar carregamento.
Comercialização/Expedição:
As embalagens e fardos após estocagem estão prontos para serem
carregados em caminhões de transporte, através do uso de empilhadeiras.
Qual é a destinação desses produtos? Vocês reciclam e vedem? Quais
empresas vocês vedem esses materiais?
O destino final são as indústrias de reciclagem principalmente sediadas nos
estados do Sul e Sudeste.
Eles já saem dai pronto para comercialização novamente? Não
fabricamos produtos novos. Nosso papel é a preparação do resíduo como matéria-
prima viável para sua eficaz transformação em produtos novos.