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Subturma 8
Nº aluno 28060
Providências Cautelares
Generalidades
Caracterizam-se pela:
a) Instrumentalidade
Resulta do artigo 113 nº1 do CPTA, pois é sempre necessário haver a
instauração do processo principal, caso contrário os efeitos da providência
caducam.
b) Provisoriedade
No sentido em que a decisão da providência acaba por ser substituída pela
decisão do processo principal, tenha ela exatamente os mesmo efeitos ou não.
c) Sumariedade
Trata-se de uma cognição sumária plena da situação de facto e de direito.
Penso que é daqui que surgem dois dos três critérios de atribuição das
providências cautelares, o periculum in mora, o risco da demora da decisão,
previsto no artigo 120 nº1 do CPTA, onde o juiz terá de ponderar se graças à
demora do processo, o dano será demasiado elevado, e o fumus boni iuris, que
é a probabilidade da existência do direito, ou seja, que a providência cautelar só
seja decretada quando exista uma probabilidade elevada que a ação principial
seja considerada procedente.3,4
Por fim, o critério da ponderação de interesses, cujo o regime se encontra
previsto no artigo 120 nº2 do CPTA, que consiste basicamente em situações em
que os danos resultantes da providência cautelares seriam elevados ponderando
os interesses em presença.5
Passando para o conteúdo da decisão, esta tem de seguir dois critérios, a
necessidade e a proporcionalidade.
Em primeiro lugar, a necessidade acaba por resultar das características das
providências cautelares, onde o juiz terá alguma discricionariedade para, depois
de ouvir o interessado decidir ou não decretar a providência, considerando-a ou
não necessária.
Em segundo lugar a proporcionalidade, a providência tem de ser adequada
pois apesar desta tutelar a posição do interessado não pode colocar a
contraparte numa situação demasiado gravosa.6
Pressupostos processuais
Começando pela legitimidade, ao abrigo do artigo 112º nº1 do CPTA, tem
legitimidade para pedir uma providência cautelar, quem tiver legitimidade para
instaurar a ação principal.7
Todavia o Professor Mário Aroso de Almeida afirma que ao longo dos artigos
referentes ao regime das providências cautelares, verificamos que também têm
legitimidade o Ministério Público a quem atue no exercício da ação popular.
Posteriormente, em relação ao prazo, de acordo com o artigo 114º nº1 do
CPTA, as providências podem ser requeridas antes, durante e após a
propositura da ação principal, mas caso este tenha um prazo específico, que já
tenha sido ultrapassado, a providência deve ser rejeitada, segundo o artigo 116
nº2 f) do CPTA.
Por fim, a forma esta está prevista dos artigos 114 a 119º do CPTA.
Deve conter todos os requisitos do artigo 114º nº3 do CPTA e é acompanhada
pela emissão de um despacho liminar pelo juiz regulado no artigo 116º nº1 do
CPTA. Se o requerimento da providência for aceite, procede-se à citação dos
contrainteressados nos termos do artigo 117º do CPTA para estes exercerem o
seu direito ao contraditório. Caso não o fizerem o facto dão-se como provados.
O juiz pode ainda ordenar a produção de provas segundo o artigo 118º do
CPTA.
Incidentes Processuais