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Ministério da Educação

Universidade Tecnológica Federal do Paraná


Campus Pato Branco
Engenharia Mecânica

Chavetas e acoplamentos

Prof. Robson Gonçalves Trentin

Chavetas
As chavetas são usadas para evitar o movimento entre árvores e
os elementos a elas conectados, através dos quais se transmite
potência. Embora as engrenagens , polias, etc, possam ser presas à
árvore por meio de ajustes prensados, é sempre aconselhável
projetar uma chaveta para transmitir toda potência.
Os tipos mais comuns de chavetas são:

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Chavetas
As chavetas paralelas são usualmente as mais usadas.

Chaveta Quadrada Chaveta Retangular

Chavetas
As padronizações da ANSI e ISO definem suas dimensões.

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Chavetas
• As chavetas cônicas tem a mesma largura das paralelas e sua
conicidade e tamanho da cabeça é padronizada conforme a norma
utilizada.
• A conicidade é para travamento, as forças de atrito mantém a
chaveta no lugar axialmente.
• A cabeça é opcional e provê uma superfície para retirar a chaveta.
• Tende a criar excentricidade entre o cubo e eixo, força a folga
radial para um lado.

Chavetas
• As chavetas Woodruff (meia-lua) são usadas em eixos menores.
• A forma semicircular cria um assento mais fundo no eixo que
resiste ao rolamento da chaveta, mas enfraquece o eixo.
• As dimensões da chaveta são definidas por normas.

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Chavetas
O projeto das chavetas podem ser baseado no cisalhamento e na
compressão (esmagamento), induzidos em virtude do momento de
torção a ser transmitido.

Falha por cisalhamento:


A tensão média devido o cisalhamento é definida F
pela equação ao lado onde a área é o produto τ xy =
Acis
da largura da chaveta pelo comprimento.

Se o torque for constante, o coeficiente de segurança é calculado pelo


quociente entre a tensão de escoamento do material pela tensão de
cisalhamento atuante na chaveta. Se variável no tempo, o enfoque será
calcular as componentes média e alternada da tensão de cisalhamento,
calcular as tesões média e alternada de von Mises e utilizar um DMG
para calcular o coeficiente de segurança.

Chavetas
Falha por cisalhamento:

2.T
τ xy =
D.b.l

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Chavetas
Falha por esmagamento:
A tensão média de compressão é definida pela equação F
ao lado onde a área é a área de contato entre a chaveta
σ c =
Aesm
e o eixo ou entre a chaveta e o cubo.
Para uma chaveta quadrada a área é meia-altura pelo comprimento da
chaveta.
A tensão de esmagamento deve ser calculada utilizando a máxima
força aplicada, seja constante, seja variável como tempo.

4.T
σc =
t.L.D

Chavetas
Os materiais mais comumente utilizados para chavetas são os aços
brandos de baixo carbono. Se o ambiente for corrosivo, deve ser
utilizado um material resistente à corrosão.

Como a largura e a profundidade das chavetas são padronizados em


função do diâmetro do eixo, ficamos somente com o comprimento da
chaveta como variável de cálculo.

É comum dimensionar a chaveta de forma que ela falhe antes que o


assento do eixo em caso de sobrecarga.

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Chavetas
Concentração de tensão em rasgos de chaveta

Como as chavetas têm cantos vivos os assentos de chaveta também


devem ter.
Se uma fresa de topo for usada, o rasgo terá cantos afiados em ambas
as extremidades e ao longo de cada lado.
Se um rasgo arredondado for usinado, a concentração de tesão na
extremidade é eliminada.

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Chavetas
Concentração de tensão em rasgos de chaveta

Fatores de concentração de tensão para um assento de chaveta,


produzido por fresa de topo, em flexão e torção.

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Chavetas

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Chavetas
Exemplos

Deve-se fixar uma engrenagem a uma árvore com 36 mm de diâmetro,


por meio de uma chaveta quadrada. O cubo da engrenagem tem 64 mm
de comprimento. A árvore e a chaveta são do mesmo material, tendo
uma tensão de cisalhamento admissível de 55 MPa. Sendo o momento
de torção transmitido de 400 (N·m), quais as dimensões da chaveta?

2.T 2.T 2.400


τ xy = b= =
D.b.l D.τ adm .l 0,036.0,064.55.106

b = 6,31 mm
Padronizando b = 7 x 7

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Chavetas
Exercício

Determine o comprimento da chaveta para um fator de segurança 2,


fixando uma engrenagem a uma árvore com 1,75 in de diâmetro, por
meio de uma chaveta quadrada. A árvore e a chaveta são do mesmo
material, tendo uma tensão de cisalhamento admissível de 52 kpsi.
Sendo o momento de torção transmitido de 2000 (lb.in).

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Chavetas
Exemplos

Projetar as chavetas da figura abaixo considerando: Torque máximo


146 lb.in, distribuição de momento conforme figura abaixo (B: 65,6 lb.in,
D: 18.3 lb.in), d1 = 0, 750 in, d3 = 0,531 in, Sut = 53 kpsi, Sy = 44 kpsi e
Se = 22900 psi.

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Estrias

São utilizadas quando é preciso transmitir mais torque do que pode ser
passado pelas chavetas. Podem ser estrias de seção transversal
quadrada ou de involuta. A SAE e a ANSI padronizam os eixos
estriados.

A forma de dente de involuta são


usadas em engrenagens e tem menos
concentração de tensões.
Com ângulo de pressão de 30° e
metade da profundidade da
engrenagem padrão.

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Estrias

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Estrias

Vantagens:
• Resistência máxima na raiz do dente;
• Precisão de forma do dente;
• Bom acabamento superficial;
• Uso das mesmas ferramentas utilizadas para usinagem de
engrenagens;
• Permite movimentos axiais entre o cubo e o eixo ao mesmo tempo
que transmite o torque;

O carregamento é tipicamente torção pura;

Da mesma maneira que as chavetas, dois modos de falha são


possíveis:
Esmagamento e Cisalhamento

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Estrias
A falha por cisalhamento é normalmente o modo limitante.
A SAE considera que 25% dos dentes estão em contato devido as
tolerâncias de fabricação.
O comprimento da parte estriada é definido pela fórmula abaixo:

dr: diâmetro da raiz da estria externa


di: diâmetro interno se houver (eixo vazado)
dp: diâmetro primitivo

A área de cisalhamento é calculada pelo


diâmetro primitivo

A tensão de cisalhamento na estria

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Ajuste de interferência
Também chamado de ajuste a pressão ou de encolhimento, são
utilizadas quando não se quer utilizar chavetas ou estrias para interligar
um eixo a um cubo.

O furo no cubo é ligeiramente menor que o eixo.


A deflexão elástica do eixo e do cubo atua no
sentido de criar grandes forças normais e de atrito.
Para grandes peças a montagem deve ser feita
aquecendo o cubo para expandir o seu diâmetro ou
resfriando o eixo para diminuir a sua dimensão
externa.
O nível de interferência necessária varia com o
diâmetro do eixo.

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Ajuste de interferência
Pressão criada pela interferência:

Torque que pode ser transmitido pelo atrito (0,12 ≤ µ ≤ 0,15 )

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Ajuste de interferência
Pode-se usar a pressão “p” para encontrar as tensões radial e
tangencial no eixo e no cubo, que não podem passar da tensão de
escoamento, caso contrário o cubo pode se soltar do eixo.

Fator de concentração de tensão


onde σ é a tensão de flexão

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Ajuste de interferência
Exemplos

Projetar a fixação da engrenagem ao eixo considerando: Torque de pico


= 146 lb, diâmetro nominal do eixo = 0,780 in, diâmetro do cubo = 3 in,
comprimento do cubo = 1,5 in, momento fletor na seção do eixo 65,6
lb.in. O material da engrenagem será ferro fundido Sut = 42 kpsi e E =14
Mpsi, e o eixo será SAE 1020.
Adotando interferência de 0,0015 in:

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Ajuste de interferência
Exemplos

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Ajuste de interferência
Exercício

Determine a interferência necessária para a fixação da engrenagem ao


eixo considerando: Torque de pico = 2000 lb.in, diâmetro nominal do
eixo = 1,75 in, diâmetro do cubo = 6 in, comprimento do cubo = 1 in, E =
3,0.107 psi, ν = 0,28.

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Volantes
Os volantes são usados para minimizar as variações nas velocidades
de determinadas máquinas, tais como compressores, motores de
combustão, prensas, punções, esmagadores, etc., através do
armazenamento e liberação de energia.

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Volantes
O volante absorve e armazena energia cinética quando acelerado e
retorna energia quando necessário diminuindo a sua velocidade.

Onde Im é o momento de inércia de toda massa


rodando e ω é a velocidade angular

r0: raio externo


ri: raio interno
m: massa do disco
t: espessura do disco
γ: densidade em peso do disco

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Volantes
Variação de energia em um sistema em rotação

Para projetar um volante inicialmente deve-se encontrar a energia


requerida para o grau de suavidade desejado.

Desejado que Tm seja constante apesar de Tl variável com


o tempo
média

média

média média

média
média

Variação de energia Energia absorvida no


volante

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Volantes
Determinação da inércia do volante

Deve-se determinar o tamanho do volante de forma a propiciar uma


mudança de velocidade aceitável.

Fl = ωmax − ωmin
Fl: mudança de velocidade
em cada ciclo (flutuação)

ωmax − ωmin
cf =
2

cf: coeficiente de flutuação


em função do projeto

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Volantes
Determinação da inércia do volante

θ @ ωmax
Ek = ∫ (Tl − Tmédia )dθ
θ @ ωmin

1 2
Ek = I m ωmax
2
( 2
− ωmin )
Rearranjando
1
Ek = I S 2ωmédia c f ωmédia
2
Ek Is: momento de inércia total
IS = 2
c f ωmédia

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Volantes
Tensões nos volantes

A força centrífuga age sobre a massa, causando tensões similares a


pressão interna em um cilindro:

Tensão
tangencial

Tensão radial

ωesc
Coeficiente de segurança N os =
ω

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Volantes
Exemplo
Encontrar a variação da energia por ciclo que necessita ser absorvida
por um volante para operar suavemente.

média

média

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Volantes
Exemplo
Projetar um volante adequado ao exemplo anterior considerando:
Coeficiente de segurança contra excesso de velocidade = 2, variação
de energia por ciclo = 26105 in.lb, ω = 800 rad/s, cf = 0,05, Sy = 62 kpsi.

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Volantes
Exercício

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Acoplamentos
São elementos utilizados para interligação de eixos, tendo as seguintes
funções:
• Ligar eixos de mecanismos diferentes;
• Permitir a sua separação para manutenção;
• Ligar peças de eixos (que pelo seu comprimento não seja viável ou
vantajosa a utilização de eixos inteiriços);
• Minimizar as vibrações e choques transmitidas ao eixo movido ou
motor;
• Compensar desalinhamentos dos eixos ou introduzir flexibilidade
mecânica.

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Acoplamentos

Os acoplamentos podem ser


divididos em duas categorias
gerais: os rígidos e os flexíveis
ou complacentes. Nos
acoplamentos rígidos, nenhum
desalinhamento é permitido entre
os eixos e são utilizados quando
se necessita precisão e fidelidade
de transmissão é requerida. São
exemplos de aplicação: máquinas
automatizadas e
servomecanismos.

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Acoplamentos
Os acoplamentos flexíveis permitem algum
desalinhamento. Os desalinhamentos possíveis são:
axial, angular, paralelo e torcional. Estes
desalinhamentos podem surgir isolados ou
combinados.
Acoplamento de mandíbula

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Acoplamentos
Acoplamento de disco flexível

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Acoplamentos
Acoplamento de engrenagem

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Acoplamentos
Acoplamento espiral

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Acoplamentos
Juntas universais

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Acoplamentos

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