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Antes, pela redação original do art. 896 da CLT, era chamado de recurso
extraordinário, porque precisava demonstrar a violação de dispositivo da lei ou
divergência jurisprudencial para ser admitido. Havia, então, dois recursos
extraordinários: um para o TST e um para o STF.
Somente modificou o nome para recurso de revista com a Lei n.º 861 de
10/10/1949.
Revista, em sentido genérico, significa rever, reexaminar.
O recurso de revista não faz reexame geral da decisão do TRT. É um apelo
técnico e extraordinário, se atendidos alguns pressupostos.
Não pode interpor por simples petição (art. 899, CLT). Precisa de
fundamentação.
Precisa de divergência jurisprudencial ou violação literal de dispositivo da
lei ou da Constituição. Ou pode demonstrar interpretação divergente de lei estadual,
convenção ou acordo coletivo, sentença normativa ou regulamento de empresa, de
área territorial diferente da jurisdição do relator.
Só cabe recurso de revista de decisão da Turma ou Pleno do TRT de recurso
ordinário em dissídio individual.
Objetivo: uniformizar a jurisprudência dos TRTs, por meio das turmas do
TST.
Prazo: 08 dias, começa a correr da publicação da súmula ou acórdão no
órgão oficial. Não pode apresentar o recurso antes.
Admissibilidade
Se o TRT admitir o recurso com um fundamento e não o outro, nada impede
que o TST o reconheça pelos dois fundamentos.
Não cabe agravo de instrumento, pois não negou o seguimento do recurso.
O recurso de revista é apresentado ao Presidente do TRT, que pode recebê-lo
ou rejeitá-lo, devendo fundamentar. O Presidente do TRT pode reconsiderar seu
despacho e receber o recurso (neste caso, se mantiver a decisão de denegação, cabe
agravo de instrumento endereçado ao TST).
Se a decisão impugnada estiver em consonância com súmula do TST, o relator
pode negar seguimento ao recurso, indicando a súmula.
Se a parte entender que a súmula é inaplicável ao caso, pode interpor agravo
regimental.
Somente se o recurso for admitido, a outra parte é intimada para apresentar
contrarrazões, em 08 dias.
Após as contrarrazões, o Presidente do TRT pode analisar novamente os
pressupostos do recurso, pois pode ter sido alertado nas contrarrazões.
O TST analisará, primeiro, se a causa oferece transcendência em relação aos
reflexos gerais de natureza econômica, política, social ou jurídica. Transcendência
significa ultrapassar, qualidade do que ultrapassa e é relevante. Pode ter critério
subjetivo do julgador. Exemplo: pode decorrer de novas questões (plano jurídico),
planos econômicos (plano econômico), política de questões sociais (plano político),
garantia de emprego, gravidez (plano social).
O julgamento é público. Não pode ser secreto.
Quem examina a transcendência é o TST e não o TRT, mas depende de
regulamentação por Regimento Interno do TST.
Efeito
Somente efeito devolutivo (art. 896, § 1º, CLT). Não há efeito suspensivo.
Mas,. havendo direito adquirido e dano irreparável, pode se valer do
mandado de segurança ou cautelar para ter o efeito suspensivo
Com o efeito devolutivo, a parte pode requerer carta de sentença, visando a
execução provisória. Não há prazo para extração da carta de sentença expresso, então
vale-se da regra da redação anterior e que é de costume: 15 dias. Mas, para evitar
problemas, a parte deve solicitar a carta de sentença o mais rápido possível, sob pena de
o processo não estar mais no TRT e subir ao TST. Mas pode pedir a carta de sentença
ao TST, por pedido dirigido ao Presidente do TST. A carta de sentença terá as peças
indicadas, autenticadas pelo funcionário e assinada pelo Presidente.
Súmula 401 do STF: Não se conhece do recurso de revista, nem dos embargos
de divergência, do processo trabalhista, quando houver jurisprudência firme do
Tribunal Superior do Trabalho no mesmo sentido da decisão impugnada, salvo se
houver colisão com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.
A CLT determina que a uniformização será feita nos termos do CPC, Não
dispõe que deva ser feira por Regimento Interno do TST. A única referência ao
Regimento Interno está no art. 479 de que o Regimento Interno disporá sobre a
publicação nos órgãos oficiais das súmulas de jurisprudência predominante.
Não cabe recurso de revista das decisões do TRT em execução de sentença,
inclusive em embargos de terceiro, salvo no caso de ofensa direta e literal de norma da
Constituição Federal (art. 896, § 2º, CLT).
A jurisprudência deve ser atual não podendo ser ultrapassada (Art. 896, § 7º,
CLT).
Preparo
Deve fazer o depósito da condenação, como limite máximo o valor de R$
19.026,32
Se a condenação for acrescida pelo acórdão regional, deve recolher o depósito e
as custas, sob pena de deserção.
Se a parte foi vencedora na 1ª instância, mas vencida na 2ª instância, deve,
obrigatoriamente, independente de intimação, fazer o pagamento das custas fixadas na
sentença originária das quais ficará isenta a parte então vencida.
Processamento
O recurso de revista deve ser interposto no prazo de 08 dias, dirigido ao
Presidente do TRT, e suas razões são dirigidas à Turma do TST incumbido de
julgar.
O Relator pode negar seguimento, com fundamento em Súmula ou Orientação
Jurisprudencial.
Se o recurso não tiver defeito grave, o Presidente do TRT pode desconsiderar ou
mandar sanar (Art. 896, § 12, CLT).
Não recebido, cabe agravo em 08 dias. (Art. 896, § 12, CLT)
Recebido o recurso pelo Presidente do TRT, abre o prazo para a outra parte
apresentar contrarrazões.
Após parecer do MPTr no TST, o recurso é distribuído ao Relator. Não há
revisor. Posteriormente, é posto na pauta de julgamento. As partes podem fazer
sustentação oral. Três ministros da Turma votam.
O relator pode egar seguimento, em decisão monocrática, por falta de
pressuposto de admissibilidade (art. 896, § 14, CLT).
Neste segundo caso (art. 896-C, § 11, II), mantida a decisão divergente pelo
Tribunal de origem, far-se-á o exame de admissibilidade do recurso de revista.
Caso a questão julgada sob o rito dos recursos repetitivos também contenha
questão constitucional, a decisão proferida pelo Tribunal Pleno não obstará o
conhecimento de eventuais recursos extraordinários sobre a questão constitucional (art.
896-C, § 13, CLT).
Procedimento Sumaríssimo