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O TEOREMA DE PASCAL
Introdução
As curvas planas conhecidas como cônicas são estudadas desde a
antigüidade e podem ser obtidas como interseção de um cone circular reto
com um plano. Elas têm propriedades geométricas notáveis, algumas
delas relacionadas com fenômenos físicos, com órbitas dos planetas em
torno do Sol ou com trajetórias de projéteis, entre outras ([1] e [2]).
Um dos axiomas da Geometria euclidiana afirma que “dois pontos
distintos determinam uma única reta”. Uma afirmação análoga para
circunferências seria: “três pontos não colineares determinam uma única
circunferência”. Este artigo é sobre a quantidade mínima de pontos
necessária para determinar, de forma única, uma cônica e sobre sua
construção geométrica.
O teorema de Pascal
Blaise Pascal, matemático, físico e filósofo francês do século XVII, foi
o inventor, entre muitas outras coisas, da máquina de calcular e tem seu
nome associado ao triângulo aritmético formado pelos números
binomiais. Seu primeiro livro, escrito aos 16 anos de idade, foi o Essai
sur les coniques (Ensaio sobre as cônicas). Um dos resultados mais
importantes descobertos por Pascal foi o seguinte:
Teorema de Pascal: Em um hexágono inscrito em uma cônica, as retas
que contiverem os lados opostos interceptam-se em pontos colineares.
Em um hexágono definimos lados opostos como sendo os lados que
estão separados por dois outros lados. Nessa definição, não importa se o
hexágono é convexo ou não. Por exemplo, num hexágono ABCDEF os
pares de lados opostos são ( AB, DE ) , ( BC , EF ) e (CD, FA) .
Nas figuras da página seguinte, temos um hexágono P1 P2 P3 P4 P5 P6
inscrito em uma elipse e em uma hipérbole, respectivamente. Em
qualquer caso, observe que os pares de lados opostos são ( P1 P2 , P4 P5 ) ,
( P1 P6 , P3 P4 ) e ( P2 P3 , P5 P6 ) e que as retas que contêm esses lados
interceptam-se nos pontos colineares A, B e C.
O teorema de Pascal pode ser verificado facilmente em alguns casos
particulares simples, por exemplo, quando a equação da cônica for do tipo
xy = 1 ou y = x 2 ou x 2 + y 2 = 1 . O caso geral pode ser reduzido a
esses por mudanças de variáveis no plano que levam retas em retas.
B P2
P5 Nota:
Um pequeno programa de
C P6 computação, elaborado para
P3 colocar em prática o que foi
mencionado neste artigo, está
disponível na Internet no
endereço
fttp://mat.ufpb.br/pub/mat/conicas.zip
Referências bibliográficas
[1] ÁVILA, G. A hipérbole e os telescópios. RPM 34, págs. 22-27, 1997.
[2] WAGNER, E. Por que as antenas são parabólicas? RPM 33, págs. 10-15, 1997.
[3] WEISSTEIN, E. Conic Section – from Eric Weisstein’s World of Mathematics. Internet em
http://mathworld.wolfram.com/ConicSection.html, 2000.
[4] VALLADARES, R. J. C. Elipse, sorrisos e sussurros. RPM 36, págs. 24-28, 1998.
[5] BOULOS, P. e Oliveira, I. C. Geometria Analítica – Um tratamento vetorial. Mc Graw-Hill.
Exemplos:
1) Se p = 3 , a = 6 e b = 4 , então a + b = 210 = 3 × 70 , de modo
b
que c = 1 . De fato:
a = 6 = 2 × 31 + 0 × 3 0 = ( 20) 3 , b = 4 = 1 × 31 + 1 × 3 0 = (11) 3 ,
a + b = 2 × 31 + 0 × 3 0 + 1 × 31 + 1 × 3 0 =
= 3 × 31 + 1 × 3 0 = 1 × 3 2 + 0 × 31 + 1 × 3 0 = (101) 3 , e
20
na soma 11 “vai um” uma vez.
101
2) Se p = 2 , a = 7 e b = 2 , então a + b = 36 = 3 2 × 2 2 , de modo
b
que c = 2 . De fato:
a = 7 = 1 × 2 2 + 1 × 21 + 1 × 2 0 = (111) 2 , b = 1 × 2 1 + 0 × 2 0 = (10) 2 ,
a + b = 1 × 2 2 + 2 × 21 + 1 × 2 0 = 1 × 2 3 + 0 × 2 2 + 0 × 2 1 + 1 × 2 0 = (1001) 2
111
e na soma 10 “vai um” duas vezes.
1001
Um bom desafio é demonstrar esse resultado, devido a Kummer,
algebrista alemão do século XIX.